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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Quais serão as viagens do Papa Francisco em 2021?

Papa Francisco descendo do avião papal.
Crédito: Walter Sánchez Silva / ACI Prensa

Vaticano, 07 jan. 21 / 09:53 am (ACI).- O vaticanista italiano Andrea Gagliarducci, de ACI Stampa, agência em italiano do Grupo ACI, analisa as viagens que o Papa Francisco poderia realizar em 2021, começando pela visita apostólica ao Iraque em março, anunciada oficialmente pela Santa Sé.

Embora tudo dependará da pandemia do coronavírus, há dois outros possíveis destinos do o Santo Padre: Líbano e Sudão do Sul. A intenção de ir ao primeiro foi expressa pelo Papa em sua mensagem de saudação de Natal aos libaneses, enquanto o projeto ecumênico de visitar o país africano foi expresso em uma carta assinada com o primaz da igreja anglicana, Justin Welby, e com o moderador da assembleia da Igreja da Escócia, o reverendo. Martin Fair.

“As vozes falam de uma possível viagem ao Cazaquistão e outra à Sérvia, que se somariam à do Iraque”, afirma Gagliarducci.

No Iraque, o Santo Padre visitará a cidade de Ur da Caldeia, de onde Abraão partiu para a terra prometida e onde haverá uma celebração inter-religiosa. Também irá a Mossul e Qaraqosh na Planície de Nínive, cidades em reconstrução após serem devastadas por terroristas muçulmanos do Estado Islâmico (ISIS); e a Erbil, que foi o local para onde fugiram milhares dos deslocados pelo ISIS.

Falou sobre a possibilidade da viagem do Papa ao Cazaquistão Alibek Bakayev, embaixador do país asiático junto à Santa Sé, que apresentou suas credenciais ao Pontífice no dia 4 de dezembro.

Para este ano está programado o sétimo Congresso de Líderes do Mundo e das Religiões Tradicionais, no qual o Santo Padre poderá estar presente.

Em declarações à EWTN em 2020, o embaixador disse que “há grandes esperanças de que haja uma janela na agenda do Papa para visitar o Cazaquistão no próximo ano. A visita aconteceria no vigésimo aniversário da primeira visita de um Papa ao país”, referindo-se à visita de São João Paulo II em 2001.

Gagliarducci especifica que Nursultan, capital do Cazaquistão, poderia ser “o território neutro para um segundo encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca Ortodoxo de Moscou, Kiril, após o primeiro ocorrido no aeroporto de Havana em fevereiro de 2016”.

Existe também a possibilidade de uma viagem à Sérvia, “o que parece mais complicado. Ainda não há confirmações oficiais sobre uma comissão para preparar a viagem, mas todos os indícios parecem indicar que o Papa realmente considera a viagem possível”, diz o vaticanista.

“Se a viagem do Papa a Belgrado acontecer, será a primeira de um Papa ao país”, acrescenta. “Seria uma viagem possível mesmo com as restrições da Covid-19 porque não haveria encontros multitudinários, já que a maioria dos sérvios é ortodoxa, e não seria uma viagem longa porque poderia ser feita em um único dia”, explica Gagliarducci.

Da mesma forma, existe a possibilidade de uma viagem à Bielorrússia, onde o presidente Aleksaner Lukashenko gostaria ter o Papa “para reforçar sua liderança. Agora, parece estar fortalecido pelo fato de o Papa Francisco ter aceitado a renúncia do Arcebispo de Minsk, Dom Tadesuz Kondrusiewicz, que completou 75 anos em 3 de janeiro. Dom Kondrusiewicz estava no exílio e a Santa Sé tentou várias vezes que ele retornasse ao país, o que foi conseguido nas últimas negociações”.

O vaticanista explicou que não se sabe se alguma das viagens programadas para 2020, como a de Malta, será reprogramada. Havia também uma mais extensa que teria como destinos Indonésia, Timor Leste e Papua Nova Guiné; e mais um para Grécia, Montenegro e Chipre. No entanto, este último "ainda poderia acontecer".

"Finalmente, há a Hungria, mas não se sabe se o Papa irá a Budapeste para o Congresso Eucarístico Internacional, como estava previsto no ano passado”.

Embora uma provável viagem à Espanha pudesse ocorrer em 2022, "é possível que não seja uma prioridade a visita a Ávila", após o convite oficial ao Santo Padre por parte do Bispo, Dom José María Gil Tamayo, para ir à cidade em dezembro desse ano para celebrar os 400 anos da canonização de vários santos espanhóis: Santa Teresa d’Ávila, Santo Isidoro Lavrador, Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier, estes dois últimos jesuítas como o Papa.

“Se a viagem fosse realizada, o Papa também poderia ir a Manresa, local ligado a Santo Inácio, fundador dos jesuítas”, explica Gagliarducci.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

São Severino

São Severino | ArqSP

Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.

Outros santos e beatos:
Santo Alberto de Cashel — bispo de Cashel, na Irlanda, no século VII.
Santo Apolinário Cláudio (†180) — bispo de Hierápolis, na Frígia. Escreveu uma apologia da fé cristã, que dedicou a Marco Aurélio.
Santo Atelmo (†923) — bispo beneditino, primeiramente de Wells, e, a partir de 914, de Cantuária.
Santo Ático — martirizado na Frígia, em data imprecisa.
São Cartério (†304) — martirizado em Cesaréia da Capadócia.
Santo Erardo (†686) — bispo de origem irlandesa, evangelizador da Baviera, venerado em Ratisbona.
Santa Ergnad (século V) — virgem irlandesa.
Santo Eugeniano de Autun (século IV) — bispo martirizado na França, defensor da ortodoxia contra a heresia ariana.
São Frodoberto (†673) — abade, fundador de Moutier-la-Celle (França), nas proximidades de Troyes, onde ainda é venerado.
São Garibaldo (†726) — bispo beneditino de Ratisbona.
Santa Gúdila (†712) — filha de santa Amalberga, levou uma vida monacal em domicílio. É a padroeira de Bruxelas.
Santos Luciano, Maximiano e Juliano — martirizados no ano de 290, em Beauvais.
São Máximo (†511) — bispo de Pavia.
São Paciente (século II) — bispo, padroeiro de Metz.
Santa Pega (†719) — irmã de são Gutlach, cujas virtudes e santidade imitou. Venerada em Northamptonshire, na Inglaterra.
Santos Teófilo e Heládio — martirizados na Líbia, em data imprecisa.
São Vulsino (†1002) — bispo beneditino de Westminster e abade no mosteiro do mesmo nome.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

JERUSALÉM - Cidade santa (Parte 1/3)

Jerusalém | Vatican News
JERUSALÉM - (Bíbl) Cidade santa. 
Centro religioso e espiritual das religiões judaica, cristã e islâmica. O muro de Jerusalém cananéia não ficava em cima da colina, mas abaixo, na vertente; em parte, portanto, a cidade estava construída na vertente. Nos primeiros tempos da monarquia esse muro continuou em uso; no século VIII foi construído outro, mais para baixo. Sob Salomão a cidade aumentou da colina sudeste para o norte, pela construção dos palácios reais e, sobretudo, do templo. No tempo da monarquia, possivelmente já no século IX a.C., formou-se um novo bairro (o misnch; 2Rs 22, 14) a oeste do templo.
Veja/Abril
Distinguem-se três etapas no crescimento de Jerusalém, a eira, a anexação da colina sudoeste e o novo bairro acima mencionado que o rei Ezequias (2Cr 32, 2-5) teria mudado. Jerusalém continuou cananéia até Davi. Este conquistou a cidade, escolheu-a como capital de seu reino, fazendo dela também o centro religioso, pela transladação da Arca da Aliança (2Sm 5-6).

Em 598 Nabucodonosor apareceu para vingar a rebeldia do já falecido Joaquim. Quando também seu sucessor Sedecias se revoltou, Nabucodonosor destruiu Jerusalém e o templo (587 a.C.; cf. 2Rs 25, 1-21; 2Cr 36, 17-21). Contudo, Jerusalém continuou, também o cativeiro, o centro religioso tanto dos desportados (Is 40-55; Sl 137, etc.) como daqueles que ficaram na Palestina.. Esses últimos começaram a peregrinar frequentemente às ruínas do templo (Jr 41, 4-5). Depois do cativeiro, Jerusalém foi restaurada aos poucos (Esdras e Neemias), apesar da oposição dos samaritanos.

Por ocasião da guerra entre os irmãos Hircano II e Aristóbulo II apareceu diante de Jerusalém o general romano Pompeu (63 a.C.). Conquistou o templo aos partidários de Aristóbulo e restabeleceu Hircano na sua dignidade de sumo sacerdote (63-40).

Na visão profética, a cidade de Jerusalém, pertencia ao conjunto de esperanças escatalógicas. Como residência de soberano, é dela que Javé exercerá o seu domínio sobre todos os povos. A cidade passará por sofrimentos purificadores. Isaías atesta que Deus purificará e julgará a sua cidade (1, 21-25; 3, 1-15; 28, 14). Virá o flagelo da guerra e destruição (3, 25-4, 1; 32, 14). Mas nenhum inimigo poderá aniquilá-la (10, 11-11s-29, 8). Ela será reconstruída sob nova pedra angular (28, 16). Seus habitantes terão seus nomes inscritos no Livro da Vida como santos (4, 3). Então será chamada "Cidade da Justiça, Cidade da Felicidade" (1, 26).

Jeremias profere palavras de advertência (2, 28; Is 22, 13-19), sem deixar de fazer promessa de restauração com o nome de "Javé nossa-justiça" (33, 15) e "Trono de Javé" (3, 7; cf. 3, 14). Na descrição de Ezequiel, Jerusalém aparece dominada pelo templo, em cujas proximidades não há palácio nem necrópole real (4, 7s). Nela nascerá uma fonte dotada de prodigiosa fertilidade (47, 1s). A nova Jerusalém receberá o nome "Javé está aqui" (48, 15).

Dicionário Enciclopédico das Religiões
Ed Vozes - Petrópolis (RJ) 1995
Pág. 1443

OS SANTOS REIS

nhathothaiha

A cena descrita por Mateus – a adoração dos Magos ao Menino Jesus recolhido na manjedoura de Belém – se constitui em um dos ícones que trazemos gravado na memória e que, certamente, inspirou inúmeros artistas na confecção de incontáveis presépios. Em termos históricos, encontramos essa representação nas pinturas das catacumbas de Priscila, em Roma, já no início do século II. “Uns Magos vindos do Oriente”. (Mt 2,2). Estes Magos que, segundo a tradição, eram uns sábios que se dedicavam ao estudo das estrelas, eram provenientes da Pérsia, e são para nós testemunhas admiráveis da fé em Deus. Por meio deles, o refrão do salmo adquire uma nova conotação: “Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra!” (Sl 71,11).

De algum modo, os reis Magos tinham conhecimento de que a história do Povo de Israel havia sido traçada por Deus; consequentemente, para descobrir o único e verdadeiro Deus, era necessário que eles procurassem os seus sinais, principalmente nos livros proféticos.  Miquéias e Isaías, entre outros profetas, previram preciosos detalhes sobre a vinda do Messias. Quando contemplaram o Menino Jesus nos braços de Nossa Senhora, certamente esses reis do Oriente se recordaram das palavras de Isaías: “Brilha sobre ti a glória do Senhor!” (Is 60,1).

Somos chamados a perceber que a narração da adoração dos Magos indica-nos um roteiro de espiritualidade, e de alguma maneira podemos fazer um paralelo entre Emaús e os reis Magos. Em primeiro lugar, devemos reconhecer que os discípulos de Emaús e os magos do Oriente se encontravam a caminho. O caminho de todos eles é um caminho no espírito. Caminho que muitas vezes se revelou árduo e cansativo, mas foi a perseverança no alcance do ideal que os conduziu à mais bela revelação. Diante dessa revelação, os reis Magos clamam: “Palpitará e dilatar-se-á o teu coração!” (Is 60,5). Na Fração do Pão, os discípulos de Emaús bradam: “Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Todos nós nos encontramos a caminho, e quantas vezes, no decorrer desse caminho, somos também surpreendidos com os sinais de Deus, e então parece que nosso coração não cabe em nosso corpo. Em profundos gestos de amor, o nosso coração se expande, se transforma e sussurra: “Senti o bem do Senhor!” (Sb 1,1).

Um segundo passo nesse roteiro de espiritualidade é sentir que os reis Magos e os discípulos de Emaús nos convocam a ler, a refletir e a conhecer de cor as Palavras de Deus contidas nas Sagradas Escrituras. Os Magos questionavam: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?” (Mt 2,2). Cléofas perguntava: “Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?” (Lc 24,18). Junto destes companheiros de caminho é vital que reconheçamos que, para encontrar o nosso Redentor, é preciso ter intimidade com as Palavras do Altíssimo. É preciso descobrir que em Cristo encontramos a resposta a todos os nossos questionamentos. “Em Jesus Cristo, que por nós permitiu que Lhe transpassassem o coração, apareceu o verdadeiro rosto de Deus. Segui-lo-emos junto com a grande multidão de quantos nos precederam. Então caminharemos pela via justa”. (Discurso do Papa Bento XVI na vigília de oração com os jovens em Marienfeld).

O ponto mais alto do caminho dos discípulos de Emaús, bem como dos magos do Oriente, foi reconhecer em Cristo a razão de ser de suas vidas. Nós, homens, somos convocados a encontrar a Deus por meio da constante adoração. Os Magos, “prostrando-se, adoraram-no!” (Mt 2,11). De um modo novo, devemos adentrar a escola dos reis Magos, pois “eles dizem-nos que, quando se encontrou Cristo, é necessário saber deter-se e viver profundamente a alegria da intimidade com Ele. (…) Doravante, as suas vidas são entregues Àquele Menino, pelo qual tinham enfrentado as asperezas da viagem e as insídias dos homens. O Cristianismo nasce, e continuamente regenera-se, a partir desta contemplação da glória de Deus que resplandece no rosto de Cristo”. (Homilia do Papa João Paulo II, no fechamento da porta santa do grande jubileu do ano 2000).

Com o coração ardendo, os discípulos de Emaús balbuciam argumentos para reter Cristo junto a eles: “Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina”. (Lc 24,29). Não há maior felicidade do que saber que Cristo impera e reina em nossas almas. Não há maior satisfação do que testemunhar que a graça de Deus em nós é uma realidade constante. Nosso maior entusiasmo é crer que “nós temos um Pão e uma bebida que os homens não podem ver!” (Tb 12,19).

O testemunho é a consequência imediata do nosso encontro pessoal com Jesus Cristo. Os reis do Oriente “retiraram-se, por outro caminho, para a sua terra”. (Mt 2,12). Cléofas e seu companheiro “levantaram-se e voltaram para Jerusalém”. (Lc 24,35). Ao retornarem para a Pérsia, os Magos notaram que o Menino Jesus desaparecera de sua limitada visão humana. Após a Fração do Pão, Jesus ficou invisível diante dos discípulos de Emaús. Quando temos Cristo no coração e em nossas almas, não é mais necessário contemplá-Lo com os olhos humanos, pois o enxergamos com os olhos do coração. Mais do que vê-Lo, sentimos que O temos em nós. Deslumbrados com essa visão sobrenatural que somente a fé nos permite ter, partimos em missão, com o intuito de proclamar um edito que diga a todos: “Inspirai-vos nos mesmos sentimentos de Cristo Jesus.” (Fl 2,5).

Não podemos concluir esta exposição sem nos referirmos a Maria, a Mãe do Salvador. “Ao entrarem na casa, os Magos viram o Menino com Maria, Sua Mãe”. (Mt 2,11). São Lucas não nos diz se Cléofas e seu companheiro se encontraram com Nossa Senhora, após o caminho de Emaús; mas certamente eles a procuraram e lhe disseram: “O Senhor ressuscitou!” (Lc 24,34). É junto dos reis Magos, dos discípulos de Emaús e sobretudo de Nossa Senhora que devemos buscar forças para testemunhar corajosamente ao mundo a ressurreição vitoriosa de Cristo.  Com esses ícones, bem arraigados em nosso íntimo, devemos viver com plena satisfação a realidade de um Deus que é amor e Se encarnou pela nossa salvação. Realidade essa que chamamos pelo nome de Natal.

Devemos aprender com os reis Magos e com os discípulos de Emaús a percorrer o nosso itinerário de espiritualidade. Nesse caminho, contamos com a poderosa intercessão da Virgem Santa Maria, e por isso, rogamos: “Mãe de Deus, ensina-nos a amar Jesus. Ajuda-nos a acolhê-Lo, como naquele dia o acolheste: com infinita adoração, respeito, gratidão, amor e comoção! Concede-nos proclamar e ouvir, como se fosse pela primeira vez, as palavras antigas e sempre novas: No início era o Verbo… E o Verbo se fez Carne… Vimos a Sua glória!” (Fr. Raniero Cantalamessa, “O mistério da transfiguração”).

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Folheto: O Povo de Deus

Arquidiocese de Brasília

Assassinam idoso católico com Covid-19 por rezar em hospital

Foto referencial. Crédito: Flickr / Ondrej Vanecek (CC BY-SA 2.0)

LOS ANGELES, 05 jan. 21 / 10:11 am (ACI).- Jesse Martínez, um paciente com Covid-19, espancou um idoso católico até a morte com um cilindro de oxigênio no Hospital Antelope Valley em Lancaster, Califórnia (Estados Unidos), porque o viu rezar.

No final de dezembro de 2020, as autoridades locais indicaram que Martínez seria processado por assassinato, abuso de idosos e crimes de ódio motivados pela religião.

A vítima, David Hernández-García, um católico latino de 82 anos, morava em Lancaster, um subúrbio ao norte de Los Angeles, na Califórnia. O idoso estava sendo tratado por uma infecção por Covid-19 e dividia o quarto com Martínez no hospital local, assinalou o Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles em um relatório.

A polícia indicou que o crime ocorreu na quinta-feira, 17 de dezembro de 2020, por volta das 9h45. Explicaram que o idoso “estava internado em um quarto para duas pessoas dentro do hospital com o suspeito, que também estava lá em tratamento. O suspeito ficou chateado quando a vítima começou a rezar. Em seguida, atingiu a vítima com um cilindro de oxigênio”.

Após o severo ataque, o idoso “sucumbiu aos ferimentos e foi declarado morto em 18 de dezembro de 2020, por volta das 10h20. A vítima e o suspeito não se conheciam”, acrescentou.

De acordo com o tenente Brandon Dean, porta-voz do Departamento do Xerife, após o incidente, Martínez foi detido por funcionários do hospital até a chegada da polícia e, em seguida, foi preso.

Autoridades municipais disseram que o hospital pouco poderia ter feito para prevenir a violência, visto que o hospital, um centro de atendimento de urgência, estava "drasticamente sem pessoal e a equipe médica sofrendo de exaustão".

O Departamento do Xerife informou à CNA, a agência em inglês do Grupo ACI, que a investigação ainda estava em andamento e não poderia comentar mais. Uma porta-voz do hospital deu a mesma declaração.

De acordo com o gabinete do procurador distrital do condado de Los Angeles, a leitura da acusação de Martínez foi remarcada de segunda-feira, 28 de dezembro, para a véspera de Ano Novo, porque ele não pôde comparecer ao tribunal por motivos médicos.

Além disso, o xerife indicou nos autos da prisão que o agressor está detido no Centro Correcional Twin Towers, localizado no centro de Los Angeles, no lugar de uma fiança de 1 milhão de dólares. Martínez pode pegar até 28 anos de prisão perpétua na cadeia estadual se for declarado culpado.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Reflexão de ano novo: não somos pessoas descartáveis

fizkes | Shutterstock
por Talita Rodrigues

Vivemos numa era de pessoas e relações descartáveis, mas não podemos ser tratados assim.

Hoje acordei com o coração apertado. Ano novo, momento quase inevitável para reflexões. Lembrei-me das pessoas que ficaram para trás. Mas me lembrei ainda mais daquelas pelas quais eu fui deixada para trás.

Todos nós sabemos que a vida nos leva para lá e para cá como bem entende. Muito do que gostaríamos de decidir não fica realmente em nossas mãos. Conhecemos pessoas e somos obrigados a nos despedir um dia. Vivemos a saudade dos momentos que tivemos com elas e temos que nos contentar com o contato em redes sociais ou com os valiosos telefonemas – tão raros hoje em dia.

Cultura do descarte

Mas e quando percebemos que não tivemos valor para alguém a quem nos dedicamos tanto? Um amigo ou amiga que pensávamos ser para sempre? Um lampejo, uma possibilidade de um amor que pareceu estar chegando e mais uma vez foi embora? É aí que nos damos conta de que vivemos novamente um momento descartável.

É difícil aceitar como nos tornamos descartáveis uns para os outros. Em nome de uma sobrevivência forçada, de uma sociedade enlouquecida em seu ritmo alucinante, entramos nessa onda de velocidade. E as pessoas que passam em nossas vidas chegam e se vão como água, não importando mais o que acontece ou como nos sentimos em seguida.

Em uma das minhas sessões de terapia do ano passado, minha  terapeuta me disse: “Quem vê você, vê uma mulher segura, disponível, cheia de si e não imagina como você é de verdade por dentro”. Ela se referia a isso, à minha não aceitação do “ser” descartável, simplesmente o “ser” mais uma na vida de alguém, enquanto o meu comportamento seguro talvez demonstre o contrário. Será que eu sou mais uma a tratar os demais de forma tão rasa?

A arte do desapego em relação às pessoas que passam pela minha vida é algo que eu, honestamente, desconheço. Me apego sim. Gosto, curto, admiro e torço pela felicidade daqueles que estão ao meu lado. Quando a vida é dura e leva de mim os que gosto, sofro, mas ao menos tenho a certeza de que foi Deus quem quis assim.
Cruel mesmo é quando as pessoas nos descartam sem mais nem menos, sem ao menos ter a decência de serem honestas quando já estamos nos tornando descartáveis para elas, até que sejamos de fato. Triste é ser desprezado e totalmente ignorado, como se nem tivéssemos existido.

Relações que subtraem

Vivemos numa sociedade onde as pessoas “ficam”, trocam suas energias mais fortes e profundas com desconhecidos. Fogem de relações que somam em troca das que aparentemente não fazem diferença alguma – quando, na verdade, subtraem sim. Subtraem nossos sentimentos, nossos valores, nossas possibilidades de evolução emocional, de valorizar o outro, de conhecer o próximo e a si mesmo de forma mais profunda.

Nos tornamos uma sociedade doente, onde o “conhecer” pessoas em sua essência se tornou algo raro. O “olhar” para outro com o coração é estranho e não natural como deveria ser. Amigos já não parecem ser tão amigos assim. Amores, só de um verão. Somos todos bem-vindos à era do coleguismo e dos relacionamentos virtuais. Centenas de mensagens no WhatsApp  e um provável adeus logo em seguida.

Fico feliz por não me encaixar nessa modernização das relações humanas. Gosto e faço questão da visita em casa, do encontro pessoalmente, do ouvir a voz e o olhar nos olhos. O abraço apertado e uma conversa franca sobre quem eu sou, além do que aparento ser. Aprecio o conhecer o outro na sua mais profunda intimidade, desde suas qualidades até as fraquezas mais escondidas. Admiro o buscar de afinidades e o respeito pelas diferenças. Vivo o longo momento do conhecer e do se reconhecer no outro. Que para mim, vai bem além das centenas de mensagens via telefone celular e dos tantos verões já descartados. Começa no olhar e dura uma vida inteira, muito mais que um verão.

Não somos descartáveis

Vivemos numa era de pessoas descartáveis, quando aceitamos ser tratados assim. E pior, quando olhamos para os demais de forma tão superficial. Se não nos encaixamos, acabamos por nos sentir sozinhos, por ainda possuirmos algo de tamanho valor e esquecido pela maioria: o amor ao próximo como a nós mesmos.

Ainda que nos sintamos sozinhos, não estamos sós de verdade. Deus está conosco. Só está um tanto difícil encontrar pessoas com os valores que sobraram. Sejamos nós, a minoria, a perpetuar o que é duradouro, pois um dia, com as bênçãos de Deus, encontraremos alguém que nos ensinará a perpetuar ainda mais!

Aleteia

EUA, reações da Igreja estadunidense ao ataque contra o Congresso Nacional

Ataque ao Congresso dos EUA   (ANSA)

O número de mortos agrava-se após os confrontos deste 6 de janeiro durante o ataque ao Congresso dos EUA por apoiadores de Donald Trump. O presidente que deixa o cargo interveio ontem com um vídeo no qual ele reiterou a acusação de eleições fraudulentas, convidando seus seguidores a "voltarem para casa". Entretanto, há uma condenação unânime das cenas de violência sem precedentes no Capitólio dos EUA.

Antonella Palermo, Silvonei José – Vatican News

Uma situação sem precedentes em Washington, onde nesta quarta-feira (06/01) grupos de manifestantes pró-Trump invadiram, alguns armados, o complexo do Capitólio, onde o Congresso se reunia para certificar a eleição de Joe Biden. Senadores e deputados foram evacuados da câmara depois de receberem dos agentes de segurança a ordem de usar máscaras de gás. Os manifestantes tentaram invadir a Câmara dos Deputados e a situação ficou fora de controle. Os eventos abalaram a opinião mundial. Além da mulher morta por tiros disparados por um agente do Capitólio, outras três pessoas perderam a vida. Treze pessoas ficaram feridas e 52 foram presas. Entretanto, a prefeita de Washington prorrogou o estado de emergência pública por mais duas semanas, até o dia seguinte à posse de Joe Biden; um evento para o qual se temem novas fortes tensões. Depois que a Câmara e o Senado rejeitaram a primeira objeção sobre a votação no Arizona, o Congresso reuniu-se sob a presidência de Mike Pence para examinar as certificações de votação Estado por Estado. Enquanto isso, aumentam as demissões: da porta-voz de Melania Trump à vice-porta-voz da Casa Branca. Enquanto críticas chegam de todos os líderes europeus: de Macron a Von der Leyen e Johnson. "O assalto ao Capitólio é uma página escura que ficará na memória", disse o presidente do Parlamento da União Européia, Davide Sassoli.

A voz dos bispos estadunidenses

Em Los Angeles, o presidente da Conferência dos Bispos dos EUA, dom José Horacio Gómez, uniu-se às vozes de condenação à violência: "isso não é o que somos como estadunidenses, onde a transição pacífica do poder é um dos sinais distintivos", disse ele, confiando-se a Nossa Senhora para que guie todos no caminho da sabedoria e de um patriotismo saudável e autêntico. "Precisamos parar e rezar pela paz neste momento crítico", disse o cardeal Wilton Gregory, arcebispo de Washington, falando sobre o assalto ao Congresso dos EUA. "O tom de divisão que recentemente dominou nossas conversas deve mudar", repreendeu ele, "e aqueles que recorrem à retórica incendiária devem assumir a responsabilidade de incitar à crescente violência em nossa nação". Ele pediu para honrar o lugar, que ele chama de "solo sagrado", onde as leis e políticas da nação estadunidense são debatidas e decididas. O cardeal rezou pela segurança das pessoas eleitas, dos funcionários, dos trabalhadores, dos manifestantes e das forças de segurança.  "Há feridos e danos ingentes - admitiu ele -, chamando todos à cooperação, ao respeito dos valores democráticos e do bem comum".

O arcebispo de Chicago, cardeal Blase Joseph Cupich, em uma série de tuítes falou de "vergonha nacional", comentando o ocorrido: "que o amor de Deus recorde a todos os estadunidenses que a política é a resolução pacífica de pontos de vista opostos. Esta é nossa tradição como nação democrática, e nós a minamos por nossa conta e risco". Ele também apela às pessoas eleitas "que escutem os conselhos de seus anjos melhores para defender a Constituição que juraram defender". E ainda: "a violência a serviço de uma falsidade é pior". "Por muitos meses temos testemunhado a erosão deliberada das normas do nosso sistema de governo". Enquanto defende o protesto pacífico, que ele diz ser um direito sagrado, reitera que os eventos no Capitólio devem "chocar a consciência de cada patriótico estadunidense e de cada fiel católico".

Comentário de Pax Christi

Também Johnny Zokovitch, diretor executivo da Pax Christi EUA, não usa meios termos para definir os eventos no Capitólio durante a contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Ele chama os eventos de "resultado da demagogia de um homem, o presidente Trump, e o fracasso de todos aqueles - políticos, mídia, família e outros ainda - que desculparam, ignoraram, dispensaram ou encorajaram a odiosa e divisionista retórica que definiu o mandato deste presidente". Pax Christi também ressalta que "aqueles que poderiam e deveriam ter responsabilizado este presidente fizeram exatamente o contrário nos últimos quatro anos, e os incidentes feios e vergonhosos no Capitólio dos EUA são o resultado triste e previsível desta abdicação de responsabilidade".

Vatican News

Bispos dos EUA exigem que a paz substitua a violência após invasões ao Capitólio

Bandeira americana. Crédito: Unsplash

WASHINGTON DC, 07 jan. 21 / 08:48 am (ACI).- Os bispos católicos condenaram energicamente a invasão de manifestantes pró-Donald Trump ao edifício do Capitólio, enquanto o Congresso debatia na quarta-feira, 6 de janeiro, a certificação dos resultados das eleições presidenciais, o que levou à evacuação de legisladores e ao assassinato de uma manifestante por parte das forças da ordem.

“Uno-me às pessoas de boa vontade para condenar a violência de hoje no Capitólio dos Estados Unidos”, disse em 6 de janeiro o Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB). “Isso não é o que somos como americanos. Rezo pelos membros do Congresso e do Capitólio, pela polícia e por todos aqueles que trabalham para restaurar a ordem e a segurança pública”, expressou.

“A transição pacífica de poder é uma das marcas desta grande nação”, acrescentou. "Neste momento preocupante, devemos nos comprometer novamente com os valores e princípios de nossa democracia e nos unir como uma nação sob Deus”, afirmou.

Por sua vez, o Arcebispo de San Francisco, Dom Salvatore Cordileone, assinalou que “atacar o Capitólio dos Estados Unidos para expressar seu medo de que a democracia tenha sido negada é errado e também contraproducente. As dúvidas sobre eleições livres e justas não podem ser sanadas com violência contra as instituições democráticas”.

“Às mortes causadas por uma pandemia e a destruição causada ao sustento das pessoas, não precisamos somar uma tentativa de guerra civil. Pedi o fim da violência nas ruas quando aconteceu neste verão. Faço um chamado a todos os americanos de boa vontade para que denunciem agora esta violência contra o Capitólio de nossa nação", expressou.

O Arcebispo pediu “que o Príncipe da Paz ponha fim a esta luta e traga cura e críticas construtivas no lugar da lei da multidão. E que Deus abençoe os Estados Unidos".

Por sua vez, Dom Gomez confiou a pátria ao coração da Santíssima Virgem Maria, para que “ela nos guie pelos caminhos da paz e obtenha para nós a sabedoria e a graça do verdadeiro patriotismo e do amor à pátria”.

A conta da USCCB no Twitter pediu: "Senhor Deus da paz, ouve nossa oração".

Também transmitiu uma oração do Santuário Nacional: “Rezemos pela paz em nossa nação. Maria Imaculada, rogai por nós”.

O Arcebispo de Baltimore, Dom William Lori, também se pronunciou, classificando os protestos de "impactantes e ilegais".

“Rezemos fervorosamente pela paz e proteção de Deus sobre nosso país, nossos legisladores e todos os que estão em perigo neste dia terrível. Que os americanos de boa vontade amantes da paz em todos os Estados Unidos se unam para gerar paz, reconciliação e cura para nossa nação ferida e quebrantada, que permanece e deve sempre ser una, sob Deus”.

Os protestos buscando anular os resultados das eleições presidenciais seguiram várias alegações de que os resultados em alguns estados foram fraudulentos. Alguns manifestantes pareciam pensar que ainda havia uma maneira de o presidente Donald Trump ganhar a presidência, apesar da vitória decisiva do presidente eleito Joe Biden no colégio eleitoral.

Mais de 150 legisladores republicanos tentaram questionar a legitimidade dos resultados eleitorais em alguns estados, mas o vice-presidente Mike Pence, que pode votar para romper os laços no Senado dos Estados Unidos, rejeitou qualquer sugestão de que atue para bloquear a certificação da eleição.

O próprio Trump alimentou as afirmações de que a eleição foi fraudada e não cedeu, mesmo quando disse aos manifestantes para irem para casa. O Twitter começou a remover algumas de suas postagens e o Facebook removeu alguns de seus vídeos.

Em um comício na manhã de quarta-feira em frente à Casa Branca, Trump encorajou seus apoiadores a marcharem até o Capitólio. Alguns manifestantes entraram em confronto com a polícia, enquanto outros intimidaram os guardas do Capitólio para que se retirassem sem contato significativo.

Alguns usavam chapéus com o slogan "Make America Great" (Faça a América grande) ou outras expressões associadas à campanha Trump. Muitos carregavam bandeiras dos Estados Unidos ou de Donald Trump e alguns carregavam bandeiras da Confederação.

Alguns manifestantes atacaram os meios de comunicação, enquanto dezenas de outros avançaram em direção ao Capitólio desafiando a polícia, quebrando janelas e forçando portas.

Os legisladores buscaram refúgio, alguns em seus escritórios, e colocaram máscaras de gás, informou a Associated Press. Os manifestantes ocuparam o gabinete da presidente do Congresso, Nancy Pelosi, e outros gabinetes.

Os críticos do presidente, incluindo alguns republicanos, o culparam por incitar os manifestantes.

Pelo menos uma bomba foi encontrada na sede do Comitê Nacional Republicano em D.C., ao menos outro dispositivo foi descoberto no Capitólio e um pacote suspeito na sede do Comitê Nacional Democrata estava sob investigação, informou The New York Times.

O incidente no Capitólio segue importantes perturbações e distúrbios nos Estados Unidos que ocorreram no ano passado.

Em concreto, a morte de George Floyd, um homem negro, enquanto era detido pela polícia de Minneapolis, ajudou a desencadear protestos em todo o país por semanas. Os manifestantes frequentemente protestavam pacificamente contra a brutalidade policial e exigiam justiça racial sob o slogan "Black Lives Matter". No entanto, alguns desses protestos se tornaram violentos, causando bilhões de dólares em danos e várias mortes.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

S. RAIMUNDO DE PENHAFORTE, PRESBÍTERO DOMINICANO, CO-FUNDADOR DOS MERCEDÁRIOS

S. Raimundo de Penhaforte | Vatican Ness

Raimundo nasceu em 1175, em Peñafort, Catalunha, em uma família rica e nobre. Estudou filosofia e retórica em Barcelona e, depois, transferiu-se para Bolonha, onde se formou em Direito Civil, tornando-se docente em Direito Canônico. Com o passar dos anos, o Bispo de Barcelona, Dom Berengário IV, em viagem à Itália, fez-lhe a proposta de ser professor no Seminário, que queria instituir na sua diocese. Assim, Raimundo retorna a Catalunha e, quatro anos mais tarde, em 1222, torna-se dominicano. No ano seguinte, com a ajuda do futuro santo Pedro Nolasco, fundou a Ordem dos Mercedários, com o objetivo de resgatar os escravos cristãos, e escreveu um livro-guia para sacerdotes confessores.

Papa Gregório IX confia a Raimundo uma tarefa gravosa

Em 1238, seus coirmãos Dominicanos insistem para que se torne Mestre Geral da Ordem e Raimundo teve que aceitar. Era o terceiro Superior Geral da Ordem, depois de Domingos de Gusmão e Jordano da Saxônia.

Com seu novo cargo, começa a viajar, sempre a pé, visitando convento por convento por toda a Europa. Suas atividades o debilitaram e, já com setenta anos, foi obrigado a deixar o cargo e voltou a fazer o que mais gostava: rezar e estudar. Dedicou-se, de modo particular, à formação dos novos pregadores da Ordem Dominicana, que se propagava na Europa. Raimundo estava ciente de que, como missionários, seus coirmãos deveriam ser capazes de aproximar, atrair a atenção e convencer as pessoas, às quais deviam anunciar Jesus Cristo.

Logo, a Ordem devia providenciar todos os instrumentos culturais indispensáveis. Eram necessários, por exemplo, testes idôneos para o confronto com pessoas cultas de outras confissões. Por isso, ele se comprometeu em preparar seus coirmãos, pois era preciso também conhecer de perto a cultura daqueles, aos quais deveriam levar o Evangelho. Por isso, Raimundo instituiu uma escola de hebraico, em Múrcia, e uma de árabe, em Túnis.

Faleceu com a idade de 100 anos, em 6 de janeiro de 1275, em Barcelona. Dizem que, durante as suas exéquias, ocorreram muitos milagres.

Foi canonizado, em 1601, pelo Papa Clemente VIII. Seus restos mortais estão custodiados na catedral da capital da Catalunha.

Vatican News

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Quem eram os reis magos?

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Escrito por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Há muitos modos de entendermos as figuras dos magos do Oriente. Ao que tudo indica, Mateus insere esses personagens na narrativa do nascimento de Jesus para mostrar a amplitude da ação salvífica de Deus, que não pensa somente no resgate de um povo – o povo Judeu –, mas deseja que todos os povos e todas as nações sejam redimidos no nome de Jesus Cristo.

Por isso, celebramos com os magos a festa da Epifania, ou seja, da manifestação do amor de Deus por todos os homens e todas as mulheres de boa vontade. A tradição nomeou os reis magos como Baltazar, Melchior e Gaspar? Na verdade, eles não eram reis nem eram três, certo? Não se assuste!

Vejamos o texto bíblico juntos: “Tendo nascido em Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem” (Mt 2,1-20). Como se vê, o Evangelho não enumera nem quantidade, nem nomes. Foi a nossa tradição católica que quis associar cada nação conhecida no tempo de Jesus com um mago do Oriente, criando assim os reis, que representam os povos brancos, negros e amarelos. Os magos do Oriente são representantes de todos os povos (e pessoas) que fazem uma trajetória de encontro íntimo com o Cristo, Menino-Deus, nascido em Belém. Vejamos os detalhes da história.

Eles saem de seu comodismo, caminham guiados por uma estrela, enfrentam desafios geográficos e humanos, encontram-se com a Sagrada Família em Belém, oferecem presentes ao menino e retornam para casa por outro caminho.

O que podemos aprender para nosso próprio caminho de vida?

Primeiro: todo encontro de amor com Cristo nasce da iniciativa de deixar nosso comodismo, nosso mundinho e colocar-se no caminho da busca, ainda que não tenhamos certeza para onde vamos. A estrela no céu nada mais é do que a referência de fé, que nos ilumina – a Palavra de Deus, os Sacramentos, a caridade.

Os desafios da jornada são fáceis de perceber: problemas físicos e espirituais, desânimo, competições. Quem de nós nunca sofreu com alguns “Herodes”, que fazem somente nos enganar e tirar vantagem de tudo?

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No menino Jesus deposita-se os maiores tesouros

Enfim, chegamos aos pés da manjedoura, objetivo de nossa caminhada, e ali depositamos nossos maiores tesouros – a perseverança de ter alcançado a meta, o sorriso da chegada, o suor do caminho, o abraço afetuoso.

E, finalmente, retomamos o caminho que nos leva de volta a uma vida mais tranquila e feliz, não fazendo o mesmo trajeto, mas um itinerário diferente. Afinal, o encontro com Cristo nos converte, ou seja, obriga-nos a refazer a vida por trilhas renovadas.


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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF