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domingo, 10 de janeiro de 2021

Hoje a Igreja celebra o Batismo do Senhor

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 10 jan. 21 / 05:00 am (ACI).- “Quando o Salvador é lavado, todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois”, disse São Máximo de Turim no século V ao se referir ao Batismo do Senhor, que é celebrado neste domingo.

Com o Batismo do Senhor é concluído o tempo do Natal e a Igreja nos convida a olhar a humildade de Jesus que se converte em uma epifania (manifestação) da Santíssima Trindade.

“João batiza e Jesus se aproxima; talvez para santificar igualmente aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. Antes de nós, e por nossa causa, ele que é Espírito e carne santificou as águas do Jordão, para assim nos iniciar nos sacramentos mediante o Espírito e a água”, manifestou São Gregório Nazianzeno em um de seus sermões.

“O Espírito, acorrendo àquele que lhe é igual, dá testemunho da sua divindade. Vem do céu uma voz, pois também vinha do céu aquele de quem se dava testemunho”, acrescentou o santo.

Evangelho: Mc 1,7-11

Naquele tempo, 7João Batista pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.

ACI Digital

5 coisas que talvez não saiba sobre o Batismo católico

Foto referencial - Pixabay (Domínio público)

REDAÇÃO CENTRAL, 10 jan. 21 / 06:00 am (ACI).- “Pelo Batismo, somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na sua missão”, diz o Catecismo da Igreja Católica (CCI 1213). A seguir, confira 5 coisas que talvez não saiba sobre este Sacramento, porta para os outros sacramentos.

1. Iniciou-se com os Apóstolos

“Desde o dia de Pentecostes que a Igreja vem celebrando e administrando o santo Batismo. Com efeito, São Pedro declara à multidão, abalada pela sua pregação: ‘convertei-vos (...) e peça cada um de vós o Batismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo’ (Atos dos apóstolos 2,38)” (CCI 1226).

Santo Higino, Pontífice aproximadamente entre os anos 138 e 142, instituiu o padrinho e a madrinha no batismo dos recém-nascidos, para que guiassem os pequenos na vida cristã.

2. Tem vários nomes

Batizar, do grego “baptizein”, significa “mergulhar” ou “imergir dentro da água”. Esta imersão simboliza “a sepultura do catecúmeno na morte de Cristo, de onde sai pela ressurreição com Ele” (CCI 1214).

Este Sacramento também é chamado “banho da regeneração e de renovação no Espírito Santo”, assim como “iluminação” porque o batizado se converte em “filhos da luz”.

São Gregório Nazianzeno dizia que o batismo é um “dom, porque é concedido aos que nada têm; graça, porque é dado também aos culpados; batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (assim se tornam os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplendente; veste, porque cobre a nossa vergonha; banho, porque nos lava; selo, porque nos preserva e é sinal do poder de Deus”.

3. Renova-se a cada ano

“Em todos os batizados, crianças ou adultos, a fé deve crescer depois do Batismo. É por isso que a Igreja celebra todos os anos, na Vigília Pascal, a renovação das promessas do Batismo. A preparação para o Batismo conduz apenas ao umbral da vida nova. O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, donde jorra toda a vida cristã” (CCI 1254).

4. Um não batizado pode batizar

Diz o Catecismo da Igreja Católica (1256) que “são ministros ordinários do Batismo o bispo e o presbítero e, na Igreja latina, também o diácono (cf CIC, can. 861,1; CCEO, can. 677,1). Em caso de real necessidade, qualquer pessoa, mesmo não batizada, pode batizar (cf CIC, can 861, § 2) se tiver a intenção requerida e utiliza a fórmula batismal trinitária”.

“A intenção requerida consiste em querer fazer o que a Igreja faz ao batizar. A Igreja vê a razão desta possibilidade na vontade salvífica universal de Deus (cf 1 Tm 2,4) e na necessidade que o Batismo tem para a salvação (cf Mc 16,16)”.

5. Selo único e permanente

“O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (charactere) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação (cf DS 1609-1619). Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido” (CCI 1272).

ACI Digital

FESTA DO BATISMO DO SENHOR

Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo da Arquidiocese de Brasília

O Batismo do Senhor

O texto do evangelho deste domingo (Mc 1, 7 – 9) nos relata a missão de João Batista e o Batismo de Jesus, que vai ao Jordão e se submete ao rito penitencial de João Batista. O texto apresenta alguns elementos fundamentais: a abertura do céu, a descida do Espírito Santo, a água do Jordão e a voz do céu.

O céu fechado simboliza a separação entre Deus e o homem, e, então, o desaparecimento da atividade profética, pois o profetismo em Israel já tinha cessado há muito tempo (Lm 2,9; Am 8,12; 1Mac 9,27). O abrir-se do céu significa o início de um novo tempo de graça, de um novo relacionamento de Deus com a humanidade. Os elementos deste novo relacionamento entre Deus e os homens são os mesmos do início da humanidade: o espírito, a água e a palavra (Gn 1,2). No livro de Josué (Jos 3, 14-17), a passagem do Jordão nos reenvia ao evento da passagem do Mar Vermelho: o ingresso do povo na Terra Prometida relembra a libertação operada por Deus no Êxodo. Nesta perspectiva, o ser batizado nas águas do Jordão é um elemento fundamental para se ser inserido na comunidade messiânica.

A voz celeste anuncia a missão deste “Filho”, que evoca aquela do servo de Isaías (Is 42,1). Este servo tem uma ligação particular: a de Filho para Pai. Ele é o Filho amado, aquele em quem o Pai coloca seu bem-querer.

Estamos diante de um relato de revelação messiânica, que se abre com este Filho, e que, mesmo sendo apresentado como o humilde “servo”, misturado com o pecado, tem um particular relacionamento com o Pai. Este relacionamento único e singular com o Pai será expresso principalmente com a expressão Abbá, que significa pai, paizinho. Esta expressão traduz a profunda intimidade entre Filho e Pai no ministério terreno de Jesus e não vivenciada por nenhum outro judeu da época.  Inicia-se uma nova época de salvação, uma nova criação, uma nova libertação, o início de um novo povo de Deus.

São Mateus, no seu Evangelho, acrescenta o diálogo com João Batista. Ele veio para cumprir toda a justiça (Mt 3,15). A justiça cumprida e a salvação escatológica são a vitória sobre o mal, a purificação dos pecados que Jesus veio trazer, derrotando, assim, definitivamente satanás e todas as suas tentações (em Mateus e Marcos, o relato das tentações seguem imediatamente o batismo). O batismo está estreitamente ligado à tentação de Jesus. A salvação escatológica está ligada à vitória sobre satanás.

O batismo de João Batista era originariamente um ato de penitência: os judeus batizados por João confessavam seus pecados. Jesus será o servo de Isaías que assumirá os pecados do povo, será o filho que manifestará o seu ser filho em dar a vida.

Assim, virá o Espírito, e haverá o início da nova criação. O batismo de Jesus é o início de todo um caminho que terá o seu cumprimento na Páscoa.

Que a celebração do Batismo de Senhor nos conscientize de que, com o nosso batismo, também nós nos tornamos filhos adotivos de Deus, e nos ajude a viver do amor do Pai. No filho Jesus Cristo, também nós somos os filhos amados do Pai.

Folheto: O Povo de Deus

Arquidiocese de Brasília

Santo Aldo

São Aldo | ArqSP

Muito interessante a trajetória deste singelo e tradicional santo de nome Aldo. Dele não se encontrou nada escrito no Calendário universal da Igreja, e em nenhum Martirológio local. Apenas os jesuítas belgas, que catalogaram a vida dos santos da Europa do Norte na obra publicada em 1.600, citaram neste dia o nome de santo Aldo, sozinho e solitário.

Sozinho, porque é o único santo com este nome, e solitário, como foi e continua sendo difundido, porque era um devoto ermitão. Ele se tornou monge, do mosteiro fundado pelo irlandês são Columbano, na cidade de Bobbio, vizinha de Pavia, cidade que guarda as suas relíquias. Aldo foi sepultado primeiro na capela de são Columbano e depois transferido para a basílica de são Miguel, daquela cidade, na Itália

Não sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Parece que viveu no século VIII, mas foi num destes que a História definiu como "obscuros". Conceito que, no caso de Aldo, se tornou verdadeiro, pois não deixou transparecer nada sobre a sua vida e sua pessoa, deixou apenas uma atmosfera de santidade.

A tradição nos apresenta Aldo como um simples carvoeiro de Carbonária e um ermitão. Um monge de mãos calejadas e rosto enegrecido pela fuligem das carvoarias. Isto parece correto, porque os monges de sua comunidade construíam uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retiravam nas horas dedicadas à oração e à contemplação, e onde moravam. Depois saíam para o trabalho diário, onde ganhavam o pão com o suor do rosto.

Não é por acaso que suas relíquias estão em Pávia, cidade que durante um período foi a capital do Reino da Europa do Norte, conhecido como Lombardo. Provavelmente corria nas veias deste santo ermitão o sangue deste povo, senão, pelo menos assim nos faz pensar a origem do seu nome. "Ald" é uma palavra da Europa do Norte que significa "velho", e parente do nosso Aldo "ancião", ou melhor "homem maduro".

Velhice e maturidade são, em geral, garantia de sabedoria, portanto podemos dizer que Aldo mereceu o próprio nome, quando escolheu a sabedoria mais sábia, a da santidade, alcançada através do caminho mais invisível, o da solidão e do silêncio, da quietude interior e exterior, da contemplação e da oração. Ele se afastava temporariamente das pessoas para dar mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de Deus. Não se evadia da comunidade mas contribuía para sua edificação com o exemplo de uma vida santa e uma caridade ativa.

Santo Aldo é considerado um feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida retirada do mundo e inserida em Deus. Foi canonizado e seu culto é muito vigoroso nos países da Europa do Norte, especialmente na Irlanda. A Igreja o declarou "Padroeiro dos Trabalhadores", e o celebra neste dia, indicado como o da sua morte.

Outros santos e beatos:

  • Santo Agatão papa (678-681).
  • Originário de Palermo, monge basiliano ou beneditino. Durante seu pontificado transcorreu o sexto concílio ecumênico (o terceiro de Constantinopla, em 680), o qual pôs fim à heresia monoteísta — última dentre as heresias cristológicas, que só admitia em Cristo uma vontade, a de natureza divina.
  • O concílio, após haver aclamado a encíclica do papa Agatão, definiu ser a vontade atributo da natureza e haver em Cristo duas naturezas; duas são também as vontades, sempre concordes, pois movidas por um único agente: a Pessoa do Verbo.
  • “Nós confessamos que há uma vontade (humana) em nosso Senhor”, declara a encíclica papal, lida durante o concílio, “já que não nossa culpa, mas nossa natureza foi assumida pela divindade, ou melhor, nossa natureza tal qual era antes do pecado...”
  • São Pedro Urséolo doge de Veneza, depois eremita (928-987).
  • Almirante da frota veneziana, então doge da Sereníssima, governou a cidade como zeloso administrador, numa época cheia de dificuldades. Em seguida, às escondidas, refugiou-se nos Pirineus espanhóis e tomou o hábito monacal, passando a exercer as funções de sacristão, recolhendo-se por fim às montanhas, a fim de viver como eremita.
  • são Diarmaid (século VI) — abade fundador de um mosteiro na ilha de Innis-Clotran.
  • santa Ferbuta — martirizada no ano 300, sob o império de Diocleciano.
  • são Guilherme de Bourges (†1207) — bispo dessa cidade francesa; antes disso, viveu entre os monges de Grandimont e, a seguir, entre os cistercienses de Pontigny.
  • são João Camilo, o Bom (†660) — bispo de Milão, intrépido defensor da ortodoxia contra a heresia ariana.
  • São Marciano (†471) — sacerdote de Constantinopla, empreendeu a construção de várias igrejas. Foi injustamente acusado de heresia.
  • São Nicanor (†76) — um dos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos. Supõe-se que tenha sofrido o martírio em Chipre, sob o império de Vespasiano.
  • Santa Setrida (†660) — abadessa beneditina. Enteada de um rei, preferiu a pobreza do convento às comodidades do palácio real.
  • São Toiman ou Tommene (†660) — bispo de Armagh.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 9 de janeiro de 2021

JERUSALÉM - Cidade santa (Parte 3/3)

Ruas de Jerusalém | TripAdvisor
JERUSALÉM - (bíbl) Cidade santa.
O Rubinato Principal desempenha as funções do Supremo Tribunal Religioso. Durante os trinta anos do mandato britânico, a Cidade Nova de Jerusalém se desenvolveu em ritmo acelerado. Entre outras obras, foi inaugurada a Universidade Hebraica, no monte Scopus. Em 1948, Jerusalém tornou-se novamente capital de Estado judaico soberano. Jerusalém é sede do Governo, do Parlamento, da Corte Suprema, dos Ministérios, do Rubinato Chefe, da Agência Judaica e de muitas das grandes instituições religiosas e culturais judaicas. Em 1967, Jerusalém tornou-se novamente cidade una, unificada, chegando-se ao fim de 19 anos de divisão artificial. Reunificada, continua sendo a capital de Israel, santuário e centro espiritual para todos os judeus. 

O vínculo cristão com Jerusalém teve início com Jesus de Nazaré e a associação tradicional de muitos lugares na cidade com a história de sua vida. Essencialmente é vínculo religioso isento de qualquer elemento de cultura nacional. No decorrer do tempo, muitos lugares de culto foram construídos por cristãos de várias denominações, tais como os ortodoxos (gregos, sírios e armênios), católicos (gregos e romanos), coptas, etíopes, protestantes e anglicanos. Igrejas de diversas denominações funcionam em Jerusalém.

Seus direitos nos lugares sagrados à cristandade foram definidos no decorrer do século XIX sob o que se tornou conhecido como "status quo" desde a época do império otomano. Continuou em vigor durante o período do mandato britânico e continuou em vigor hoje em Israel. A partir da independência do Estado de Israel, a Igreja Católica passou a reinvidicar o status jurídico de internacionalização da Cidade Santa de Jerusalém.

Em diversas ocasiões o papa Paulo VI manifestou esse propósito, procurando apresentar os seus argumentos e as suas vantagens, segundo o ponto de vista de uma liberdade religiosa controlada em plano internacional. Para encerrar o Ano Santo da Redenção, comemorativo do 1950º aniversário da morte de Cristo no ano 33, em 1984, o papa João Paulo II dirigiu aos bispos, sacerdotes, religiosos e a todos os fiéis católicos uma carta apostólica sobre a cidade de Jerusalém, patrimônio sagrado das três grandes religiões monoteístas.

O primeiro encontro de Jerusalém com o Islã no século VII foi também seu primeiro encontro com árabes que eram os apóstolos do Islã, conquistando sob sua bandeira um vasto império desde o Golfo Pérsico até o Atlântico. Árabes muçulmanos governaram Jerusalém até o fim do século XI, ou seja, durante aproximadamente 480 anos. No princípio do domínio árabe, a mesquista de Omar foi construída como monumento no monte do Templo (691) sobre o lugar onde - de acordo com a tradição - o patriarca Abraão amarrou seu filho para o sacrifício e onde mais tarde se erigiu o Templo. Subsequentemente, a mesquita de El-Aqsa (El-Aqsa significa "a borda") foi construída na margem do monte. No decorrer do tempo tornou-se a terceira mesquista na ordem de santidade muçulmana depois dos santuários de Meca e Medina, com a conotação à tradição que daí Maomé partir em direção à eternidade.


Dicionário Enciclopédico das Religiões
Ed. Vozes - Petrópolis (RJ) 1995
Págs. 1444/1445

Reflexão Patrística – “As núpcias de Cristo e da Igreja” (São Fausto de Riez, +495)

São Fausto | Veritatis Splendor
“‘No terceiro dia, houve um casamento’ [João 2,1]. Que casamento é este senão as promessas e as alegrias da salvação humana, insinuada no significado místico do número três, quer em referência à proclamação da Trindade quer à fé na ressurreição do Senhor ao terceiro dia?

No mesmo sentido se lê também noutra passagem do Evangelho, que o regresso do filho pródigo, símbolo da conversão dos pagãos, foi celebrado com música, danças e vestes nupciais.

Por isso, ‘como um esposo que se levanta do quarto nupcial’ [Salmo 18,6], Cristo veio à Terra a fim de unir-Se pela encarnação à Igreja em que haviam de reunir-se os povos pagãos. Deu-lhe penhor e dote: penhor, quando Deus Se uniu ao homem; dote, quando Se imolou pela salvação do homem. Pelo penhor, entendemos a presente redenção; pelo dote, a vida eterna. Tudo isso eram milagres para os que viam; e mistério para os que compreendiam seu sentido. Se considerarmos com atenção, veremos que a própria água, transformada em vinho, nos apresenta, de certo modo, a imagem do Batismo e da vida nova. De fato, quando algo se transforma interiormente, quando uma criatura passa de um estado inferior a outro melhor por uma íntima mudança, realiza-se o mistério de um segundo nascimento. As águas são repentinamente transformadas, para em seguida transformar os homens.

Na Galileia, por intervenção de Cristo, a água transformou-se em vinho, quer dizer, cessa a Lei e sucede-lhe a Graça; as sombras são desfeitas e a verdade se manifesta; as coisas materiais cedem às espirituais; a Lei antiga se transforma no Novo Testamento. Como diz o Apóstolo, ‘o mundo velho desapareceu; tudo agora é novo’ [2Coríntios 5,17]. E assim como a água contida nas talhas nada perde do que era e começa a ser o que não era, também a Lei não deixa de existir, mas se aperfeiçoa com a vinda de Cristo.

Tendo faltado uma qualidade de vinho, serviu-se outra. É certamente bom o vinho do Antigo Testamento, mas o do Novo é melhor. O Antigo Testamento, que os judeus observam, dilui-se na letra; o Novo, que seguimos, tem o sabor da vida da graça.

Considera-se bom vinho o bom preceito da Lei, quando ouves: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’ [Mateus 5,43]; Melhor, contudo, e mais forte é o vinho do Evangelho, quando ouves: ‘Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem’ [Mateus 5,44]” (Sermão 5: Da Epifania 2; PLS 3,560-562).

Portal Veritatis Splendor

NOVO NÚNCIO APOSTÓLICO CHEGA AO BRASIL E APRESENTA CREDENCIAIS

Dom Giambattista | Foto: Isac Nóbrega/PR

O novo núncio apostólico da Santa Sé no Brasil, dom Giambattista Diquattro, desembarcou em Brasília (DF) na manhã de quinta-feira, 7 de janeiro, e apresentou-se à equipe da Nunciatura. Na parte da tarde, o embaixador da Santa Sé entregou a carta credencial ao presidente da República, Jair Bolsonaro, em cerimônia que marcou o início de sua atuação diplomática no país.

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Foto: Isac Nóbrega/PR
Presidente Jair Bolsonaro recebe credenciais de dom Giambattista | Foto: Isac Nóbrega/PR

Dom Giambattista Diquattro foi nomeado núncio apostólico para o Brasil pelo Papa Francisco, em 29 de agosto de 2020.

Nascido em Bolonha, Emília-Romanha, Itália, em 18 de março de 1954, Giambattista Diquattro é arcebispo, diplomata, teólogo e canonista. Foi ordenado sacerdote em 1981. É mestre em Direito Civil pela Universidade de Catânia, e doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, além de mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Núncio foi nomeado pelo Papa Francisco em agosto de 2020 foto: Isac Nóbrega/PR
Foto: Isac Nóbrega/PR


Entrou para o Serviço Diplomático da Santa Sé em 1º de maio de 1985, e serviu em missões diplomáticas nas representações pontifícias na República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Chade, nas Nações Unidas em Nova York, e mais tarde na Secretaria de Estado do Vaticano, e na Nunciatura Apostólica na Itália.

O Papa João Paulo II o nomeou núncio apostólico no Panamá em 2 de abril de 2005. Bento XVI o nomeou núncio apostólico na Bolívia em 21 de novembro de 2008 e em 21 de janeiro de 2017. Mais recentemente, o Papa Francisco o nomeou núncio apostólico na Índia e no Nepal.

CNBB

China acusa cristãos de serem transmissores do coronavírus

Guadium Press
Na China, como Nero, os comunistas acusam falsamente os cristãos de serem a fonte da nova epidemia de Covid-19, em Hebei.

Redação (08/01/2021, 17:00, Gaudium Press) De acordo com a Asia News, mensagens anônimas e estranhas apareceram nas redes sociais na China acusando cristãos e missionários estrangeiros de Gaocheng (Shijianzhuang) de serem a fonte da nova epidemia do coronavírus em Hebei.

A falsa notícia foi denunciada pelos padres da capital provincial, que assinalaram que desde a véspera de Natal não houve atividades religiosas, missas ou encontros entre os católicos.

Para Shanren Shenfu, um padre blogueiro, este espalhar de notícias tendenciosas tem um objetivo e lembram a decisão do imperador Nero, que culpou os cristãos pelo incêndio de Roma que ele mesmo tinha promovido para desafogar a raiva do povo.

Os cristãos de Hebei também são inocentes, são vítimas de falsos boatos,de calúnias

O padre Shanren Shenfu informa que, aproximadamente às 2 horas da tarde, um fiel o procurou para pergutar:
“Padre, há um post que diz: a aldeia Xiao Guozhuang, perto de Gaocheng, é uma aldeia católica; há 20 dias aqui havia atividades religiosas, estiveram presentes vários padres da Europa e dos Estados Unidos, mas havia … ”
” Esta notícia é confiável? “

O padre não sabia de nada disso. Era a primeira vez que ouvia algo assim e não sabia se a notícia era verdadeira ou não.
No entanto, em um momento tão crítico da pandemia na província de Hebei, ele se perguntou por que alguém está espalhando notícias tão “provocativas”. E, precisamente porque não sabia como eram as coisas, não se atreveu a tirar conclusões imediatas.

… o doente de Xiao Guozhuang foi infetado porque foi à igreja para participar de uma atividade religiosa

O Padre perguntou aos fiéis locais sobre o caso e um professor disse:
“Estas são as razões que a escola apresentou:
Dizem que o doente de Xiao Guozhuang foi infetado porque foi à igreja para participar de uma atividade religiosa”.

E o sacerdote começou a acreditar que tudo eram boatos vindos da cidade, e também vindos da escola. Por isso, continuou pedindo explicações e, quanto mais fundo ia, menos confiável a notícia se tornava.

Tudo tinha características de boatos manipulados, orquestrados e difundidos com um objetivo específico, diz o padre Shanren Shenfu:

“Primeiro, as igrejas na área de Shijiazhuang receberam um aviso na véspera de Natal (24 de dezembro), ordenando que as celebrações de Natal fossem suspensas; Durante a Noite da Vigília, apenas o pároco esteve presente na sua paróquia, e todos os preparativos para o Natal foram inúteis.

Em segundo lugar, passaram-se exatamente 14 dias de 24 de dezembro até hoje, mas a postagem dos especialistas diz: “Há cerca de 20 dias, a aldeia Xiao Guozhuang organizou uma atividade religiosa e vários padres da Europa e dos Estados Unidos estavam presentes…

Terceiro: hoje [7 de janeiro] às 11h40 foi publicado um artigo escrito por um anônimo, intitulado “Proliferação religiosa nas aldeias: que atividades misteriosas são organizadas todas as quartas e sextas-feiras na aldeia Xiao Guozhuang, em Gaocheng? “

Qual é o propósito de um artigo como esse em um momento tão crítico, perguntou o sacerdote

Felizmente o missionário de Shijiazhuang divulgou imediatamente um comunicado para impedir essas mentiras.

A declaração diz: “As aldeias de Xiao Guozhuang, Liu Jiazuo e Nan Qiaozhai não são aldeias católicas, existem apenas alguns fiéis católicos residentes.
Estas aldeias não têm um local de oração católico, não organizam encontros religiosos católicos.
Para participar das atividades religiosas habituais, todos os fiéis vão à cidade vizinha de Bei Qiaozhai, etc. ”.

Um enigma em forma de charada: um modo de culpar a difusão da pandemia nas reuniões religiosas

Portanto, esse enigma pode ser tido com uma charada, apenas como uma forma de culpar a difusão da pandemia nas reuniões religiosas.
Atualmente, a vida religiosa normal está sujeita a inúmeras restrições: a missa da noite de Natal, sem fiéis em toda a região, já é prova disso.

Essa onda de boatos remonta a 4 de janeiro e as atividades religiosas foram suspensas desde a noite de Natal.
Aqueles que começaram a espalhar calúnias foram forçados a adiantar a data para 20 dias atrás, usando uma aldeia não católica como a de Xiao Guozhuang como fonte da epidemia.

Uma calúnia espalhada com método e objetivo específico

Aparentemente, é uma notícia construída com um propósito específico; se o público aceitar, os fiéis não terão como se defender.
Se você não aceitar, pode passar por uma piada ou algo de pouca relevância.

Mas se os fiéis pensam sobre isso, é assustador. Em nome do respeito pelas regras de prevenção, isso levará, sem dúvida, à suspensão das atividades religiosas, que acabavam de ser retomadas.

A história se repete e relembra Nero e a perseguição aos cristão

Isso faz lembrar o imperador Nero.
Ele era um amante da poesia. Outros as escreviam e ele gostava de recitá-las, mas também gostava de recitar obras medíocres de sua autoria, exigindo a companhia de seus ministros em todas as oportunidades de aplausos.

Então, um dia ele considerou que o silêncio da cidade de Roma não era digno de sua paixão por recitar poemas, e decidiu incendiar a cidade e recitar os poemas em meio aos gritos da população.

Para recitar um poema, o imperador ordenou que uma cidade fosse queimada.

Entre as chamas ardentes e a multidão em fuga, o imperador finalmente conseguiu liberar sua paixão. Quando tudo acabou, o palácio imperial foi cercado pelo povo furioso e Nero entrou em pânico.

Alguém sugeriu a ele que o que o povo romano queria naquela época era dar vazão à sua raiva e que bastaria acusar os cristãos de colocar fogo na cidade…

Quando a multidão visse os leões comendo os homens vivos, eles se esqueceriam de investigar quem era realmente o culpado.

Assim começou uma perseguição irracional contra os cristãos. As pessoas confusas realmente não se importam com a verdade!

Aqui ainda cabe a pergunta do Direto Penal: a quem aproveita o delito?

Pelo menos surgiu uma boa notícia: desta vez a Igreja de Shijiazhuang reagiu a tempo, divulgando imediatamente um comunicado para refutar as mentiras e evitar consequências negativas.

Mas ainda fica a pergunta: de onde vem esse vento mau que espalha a mentira, os boatos, as calúnias?  Quem dela se aproveita?

Embora não tenha tido consequências negativas, o fato não deve ser esquecido, porque, ao longo da história, a Igreja foi ferida muitas vezes pelo mesmo motivo cascatas de calúnias, boatos, mentiras… (JSG)

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Oração para o momento de desmontar o presépio e a árvore de Natal

Di sjors evers|Shutterstock

Peça à Sagrada Família que as bênçãos do Natal continuem por todo o ano.

A oração é importante até na hora de desmontar o presépio e guardar toda a decoração de Natal – o que muita gente faz na festa do Batismo do Senhor.

O Vaticano, por exemplo, segue essa tradição. O presépio e a árvore de Natal da Praça de São Pedro sempre são desmontados no Domingo do Batismo do Senhor. Em 2021, esta festa litúrgica cai no dia 10 de janeiro. Aliás, é nesta data que termina o tempo litúrgico do Natal e tem início o Tempo Comum.

Portanto, na hora de desmontar o presépio da sua casa, siga o exemplo de milhares de católicos: faça a sua oração. Você pode, por exemplo, suplicar à Sagrada Família que as bênçãos do Natal se estendam por todo o ano.

Oração

Maria, “No pobre e pequeno estábulo de Belém, para nós, dás à luz o Senhor do mundo.Assim como o apresentas aos pastores e magos e te inclinas diante dele, adorando e servindo, também nós, com amor, queremos ser seus instrumentos e levá-lo profundamente aos corações.” Pe. Kentenich (RC343).

Sagrada Família, ao retirar vossas imagens e guardá-las, peço que as graças que trouxestes para o meu lar permaneçam no coração de cada um que vos contemplaram e produzam frutos no decorrer de cada dia do novo ano. Minha família siga o vosso exemplo e, na força do Espírito Santo, glorifiquemos ao Pai. Amém.

Fonte: Movimento Apostólico Schoenstatt

Aleteia

Koch: de uma história de divisão pode nascer uma de reconciliação

O presidente do Pontifício Conselho para a promoção da
Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch  (ANSA)

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos reflete sobre o significado e a importância da nova tradução italiana da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação de 1999. Emerge um novo compromisso no caminho do diálogo ecumênico.

VATICAN NEWS

“Não podemos cancelar a história da divisão, mas ela pode se tornar parte da nossa história de reconciliação”, é o que diz o presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, há poucos da nova publicação na tradução italiana revisada da “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”, texto-chave no diálogo entre católicos e luteranos, de 1999, como um passo para superar o nó fundamental de divisão entre as duas Igrejas: a questão da salvação.

A iniciativa, vinte anos depois, foi anunciada pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Federação Luterana Mundial, em 3 de janeiro, no aniversário de 500 anos da excomunhão de Martinho Lutero, em 3 de janeiro de 1521. “Uma ferida ainda dolorosa na qual está enxertada, dos dois lados, a vontade firme de prosseguir, guiados pelo Evangelho, no caminho da reconciliação”, explica o cardeal.

Cardeal Koch: A “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação” de 1999 é um passo importante no caminho para a reconciliação católico-luterana. A pergunta crucial para a nossa existência cristã “Como se chega à salvação e como se permanece na salvação?” gerou polêmicas amargas no século XVI, polêmicas que levaram à divisão na Igreja. Após séculos de polêmicas confessionais, católicos e luteranos, em 1999, puderam confessar juntos, num consenso diferenciado: “Não com base em nossos méritos, mas somente por meio da graça, e na fé na obra salvífica de Cristo, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo, que renova os nossos corações, nos habilita e nos chama a cumprir boas obras” (DC 15).

A edição recentemente publicada contém mais textos, traduzidos para o italiano pela primeira vez. Do que se trata?

Cardeal Koch: A “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação” de 1999 era originalmente um documento bilateral, fruto do diálogo católico-luterano. Felizmente, mais tarde, recebeu uma recepção multilateral. O Conselho Mundial das Igrejas Metodistas, a Comunhão Anglicana e a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas também aderiram. Em 2019, não somente os representantes da Igreja Católica e da Federação Luterana Mundial, mas também representantes das três Comunidades Mundiais que eu mencionei, se encontraram na Universidade de Notre Dame na América do Norte e reiteraram seu compromisso ecumênico comum para o futuro. Todos os textos relativos se encontram agora na nova publicação. Era importante para nós tornar mais conhecido este testemunho especial de reconciliação ecumênica ao mundo de língua italiana, especialmente católico.

Ao contrário de outras traduções existentes, a edição italiana também tem um prefácio ecumênico assinado pelo senhor, eminência, e pelo secretário-geral da Federação Luterana Mundial, o Rev. Martin Junge. Por que vocês escolheram 3 de janeiro de 2021 como a data de publicação?

Cardeal Koch: 3 de janeiro de 2021 marcou os 500 anos da excomunhão de Martinho Lutero pelo Papa Leão X. Este evento continua sendo uma ferida dolorosa na história da divisão católico-luterana. A condenação de Martinho Lutero ao Papa, definido como “Anticristo”, contribuiu para o distanciamento recíproco. A Federação Luterana Mundial e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos enfrentam o desafio de ter que esclarecer, do ponto de vista ecumênico, as questões históricas, teológicas e canônicas relacionadas à excomunhão de Martinho Lutero. Esta tarefa há muito foi confiada a um grupo ecumênico de especialistas. Esperamos que num futuro próximo seja possível publicar uma “Mensagem comum’. Sem querer antecipar o resultado final, era importante que o Rev. Junge e eu demonstrássemos, através da publicação desta edição italiana no aniversário de 500 anos da excomunhão de Lutero, a nossa firme intenção de prosseguir no caminho da reconciliação guiados pelo Evangelho.

Eminência, que outros passos em direção à reconciliação católico-luterana têm em mente?

Cardeal Koch: Em 2030, celebraremos o aniversário de 500 anos da Confissão de Augsburgo. A “Confessio Augustana” agora faz parte das confissões luteranas. Em 1530, foi a última tentativa, infelizmente sem sucesso, de evitar uma divisão iminente na Igreja. A Confissão de Augsburgo tem um potencial ecumênico que católicos e luteranos podem redescobrir. Explorar este potencial pode ser uma tarefa promissora para o futuro próximo.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF