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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Papa pede à igreja em Portugal “particular atenção” aos mais atingidos pela crise

Conferência Episcopal Portuguesa em Visita
Ad Limina Apostolorum em 8 de janeiro de 2021

Nova Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi recebida pela 1º vez pelo Papa Francisco no Vaticano.

Domingos Pinto - Lisboa

“O Papa Francisco acentuou que se deve prestar particular atenção às crianças, aos idosos e aos migrantes, os mais atingidos por esta crise. Salientou que se deve cuidar com toda a atenção da relação entre jovens e idosos, por estar em questão a ligação intrínseca entre a herança que os idosos transmitem e as raízes para as quais os mais jovens devem olhar”.

A preocupação é sublinhada numa nota divulgada no final da audiência que o Papa concedeu no passado dia 8 de janeiro no Vaticano à nova Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa.

Uma delegação constituída pelo presidente e vice-presidente da Conferência Episcopal, respetivamente, D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes, e pelo secretário e porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa.

O encontro abordou os “desafios” que a Covid-19 coloca à ação da Igreja Católica, tendo o Papa manifestado a sua “esperança” de que a pandemia “seja brevemente ultrapassada, com a convergência dos esforços de toda a humanidade”.

Os bispos manifestaram a disposição de “diálogo e respeito pelas orientações das autoridades governamentais e sanitárias”, nesta situação pandémica, e “na procura de respostas sociais em relação àqueles que são mais atingidos pela pandemia, os mais pobres e descartados”.

Já sobre a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a realizar em Lisboa em 2023, os prelados sublinharam que a preparação deste evento “está em andamento, tendo em conta evidentes atrasos, dada a situação atual”.

“O Santo Padre manifestou o seu entusiasmo por este acontecimento mundial de encontro com os jovens, mantendo a esperança de poder estar em Portugal em 2023”, lê-se na nota da CEP.

“Foi um excelente encontro fraterno em que tivemos a oportunidade de manifestar a comunhão e sintonia dos bispos portugueses para com o Santo Padre e a Igreja Universal. Exprimimos também o apreço do povo português pelo Papa Francisco e pelos temas que tem proposto à reflexão da Igreja e da sociedade”, refere a delegação portuguesa.

“O encontro terminou com o profundo reconhecimento do Santo Padre pelo relevante trabalho da Igreja em Portugal e com a Bênção Apostólica para a Igreja e todo o povo português”, conclui a nota.

A nova Presidência da CEP foi eleita a 16 de junho para o triénio 2020-2023, durante a 198ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Vatican News

Papa Francisco: com a gratidão, transmitimos esperança ao mundo

Presbíteros

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Biblioteca do Palácio Apostólico
Quarta-feira, 30 de dezembro de 2020 – última audiência geral de 2020

Catequese – 20. A oração de acção de graças
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje gostaria de meditar sobre a oração de ação de graças. Inspiro-me num episódio narrado pelo evangelista Lucas. Enquanto Jesus está a caminho, dez leprosos vão ao seu encontro e imploram: «Jesus, Mestre, tem piedade de nós!» (17, 13). Sabemos que para os doentes de lepra, o sofrimento físico era acompanhado de marginalização social e de marginalização religiosa. Eram marginalizados. Jesus não evita um encontro com eles. Muitas vezes vai além dos limites impostos pelas leis e toca o doente – que não se podia fazer – abraça-o, cura-o. Neste caso, não há contacto. À distância, Jesus convida-os a apresentar-se aos sacerdotes (v. 14), que, segundo a lei, estavam encarregados de certificar a cura. Jesus não diz mais nada. Ouviu o seu pedido, ouviu o seu grito de piedade, e envia-os imediatamente aos sacerdotes.

Aqueles dez confiam n’Ele, não permanecem lá até ao momento de serem curados, não: confiam e partem imediatamente, e enquanto caminham, os dez são curados. Então, os sacerdotes poderiam ter verificado a sua cura e readmiti-los na vida normal. Mas aqui está o ponto mais importante: daquele grupo, apenas um, antes de ir ter com os sacerdotes, volta para agradecer a Jesus e louvar a Deus pela graça recebida. Só um, os outros nove continuam o caminho. E Jesus observa que aquele homem era samaritano, uma espécie de “herege” para os judeus daquela época. Jesus comenta: «Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» (17, 18). A narração é comovedora!

Esta narração, por assim dizer, divide o mundo em dois: os que não agradecem e os que o fazem; os que tomam tudo como se lhes fosse devido, e os que aceitam tudo como dom, como graça. O Catecismo escreve: «Qualquer acontecimento e qualquer necessidade podem transformar-se em oferenda de ação de graças» (n. 2638). A oração de ação de graças começa sempre a partir do reconhecer-se precedidos pela graça. Fomos pensados antes que aprendêssemos a pensar; fomos amados antes que aprendêssemos a amar; fomos desejados antes que brotasse um desejo no nosso coração. Se olharmos para a vida desta forma, então o “agradecimento” torna-se o motivo-guia dos nossos dias. Muitas vezes esquecemos até de dizer “obrigado”.

Para nós, cristãos, a ação de graças deu o nome ao Sacramento mais essencial que existe: a Eucaristia. Com efeito, a palavra grega significa exatamente isto: agradecimento. Como todos os crentes, os cristãos bendizem a Deus pelo dom da vida. Viver é, sobretudo, ter recebido a vida. Todos nós nascemos porque alguém desejou a vida para nós. E esta é apenas a primeira de uma longa série de dívidas que contraímos vivendo. Dívidas de gratidão. Na nossa existência, mais do que uma pessoa fitou-nos com um olhar puro, gratuitamente. Muitas vezes são educadores, catequistas, pessoas que desempenharam o seu papel além da medida exigida pelo dever. E eles fizeram surgir em nós a gratidão. A amizade é também um dom pelo qual devemos estar sempre gratos.

Este “obrigado”, que devemos pronunciar continuamente, este obrigado que o cristão partilha com todos, dilata-se no encontro com Jesus. Os Evangelhos atestam que a passagem de Jesus suscitava frequentemente alegria e louvor a Deus naqueles que o encontravam. As histórias de Natal são povoadas de orantes, cujos corações foram alargados pela vinda do Salvador. E também nós fomos chamados a participar neste imenso júbilo. Isto também é sugerido pelo episódio dos dez leprosos que foram curados. Naturalmente, todos eles ficaram felizes por ter recuperado a saúde, podendo assim sair daquela interminável quarentena forçada que os excluía da comunidade. Mas entre eles havia um que acrescentou alegria à alegria: além da cura, regozijou-se por ter encontrado Jesus. Não só está livre do mal, mas agora também tem a certeza de ser amado. Este é o núcleo: quando agradeces, expressas a certeza de seres amado. Este é um passo grande: ter a certeza de ser amado. É a descoberta do amor como a força que governa o mundo. Dante disse: o Amor «que move o sol e as outras estrelas» (Paraíso, XXXIII, 145). Já não somos viajantes que vagueiam por aqui e por ali, não: temos uma casa, habitamos em Cristo, e desta “morada” contemplamos o resto do mundo, e parece-nos infinitamente mais bonito. Somos filhos do amor, somos irmãos do amor. Somos homens e mulheres de graça.

Portanto, irmãos e irmãs, procuremos estar sempre na alegria do encontro com Jesus. Cultivemos a alegria. O diabo, ao contrário, depois de nos ter enganado – com qualquer tentação – deixa-nos sempre tristes e sozinhos. Se estivermos em Cristo, nenhum pecado nem ameaça nos pode impedir de continuar o nosso percurso com alegria, com os nossos numerosos companheiros de caminho.

Acima de tudo, não deixemos de agradecer: se formos portadores de gratidão, o mundo também se tornará melhor, talvez só um pouco, mas é suficiente para lhe transmitir um pouco de esperança. O mundo precisa de esperança e com a gratidão, com esta atitude de dizer obrigado, transmitimos um pouco de esperança. Tudo está unido, tudo está interligado, e cada um pode desempenhar a sua parte onde quer que esteja. O caminho para a felicidade é aquele que São Paulo descreveu no final de uma das suas cartas: «Orai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, pois a respeito de vós esta é a vontade de Deus, em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito!» (1 Ts 5, 17-19). Não extingais o Espírito, bom programa de vida! Não extinguir o Espírito que temos dentro leva-nos à gratidão.

Saudações:

Queridos irmãos e irmãs, no último domingo celebramos a Festa da Sagrada Família. Aprendamos de São José e da Virgem Maria, que cuidaram com tanto amor do Menino Jesus, a amar sempre mais aqueles que Deus nos confiou. Abençoo-vos de coração, desejando-vos um sereno e feliz Ano Novo!


https://www.presbiteros.org.br/

O Papa: os ministérios do Leitorado e Acolitado abertos às mulheres

Santa Missa com o Papa Francisco

Francisco muda o Código de Direito Canônico tornando institucional o que já acontece na prática: o acesso das mulheres leigas ao serviço da Palavra e do altar. A escolha do Pontífice explicada em uma carta ao Cardeal Luis Ladaria, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

VATICAN NEWS

O Papa Francisco estabeleceu com um motu próprio que os ministérios do Leitorado e do Acolitado sejam de agora em diante também abertos às mulheres, de forma estável e institucionalizada, com um mandato especial. As mulheres que leem a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou que servem no altar, como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia, certamente não são uma novidade: em muitas comunidades ao redor do mundo são atualmente uma prática autorizada pelos bispos. Até agora, porém, tudo isso ocorria sem um verdadeiro e próprio mandato institucional, em derrogação ao que foi estabelecido por São Paulo VI, que em 1972, ao abolir as chamadas "ordens menores", decidira manter o acesso a esses ministérios reservado apenas ao sexo masculino porque os considerava preparatórios para o eventual acesso à ordem sagrada. Agora o Papa Francisco, seguindo a rota do discernimento que emergiu nos últimos Sínodos dos Bispos, quis oficializar e institucionalizar esta presença feminina no altar.

Com o motu próprio "Spiritus Domini", que modifica o primeiro parágrafo do cânon 230 do Código de Direito Canônico que é publicado hoje, o Pontífice estabelece, portanto, que as mulheres podem ter acesso a esses ministérios e que a elas sejam atribuídos também através de um ato litúrgico que as institucionalize.

Francisco especifica que desejou aceitar as recomendações que surgiram das várias assembleias sinodais, escrevendo que "nos últimos anos foi alcançado um desenvolvimento doutrinário que destacou que certos ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizados e o sacerdócio real recebido no sacramento do batismo". Portanto, o Papa nos convida a reconhecer que estes são ministérios leigos "essencialmente distintos do ministério ordenado que é recebido com o sacramento da Ordem".

A nova formulação do cânon diz: "Os leigos com idade e dons determinados por decreto da Conferência dos Bispos podem ser nomeados em caráter permanente, através do rito litúrgico estabelecido, para os ministérios de leitores e acólitos ". Portanto é abolida a especificação "do sexo masculino" referente aos leigos e presente no texto do Código até a emenda de hoje.

O motu próprio é acompanhado por uma carta dirigida ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Ladaria, na qual Francisco explica as razões teológicas de sua escolha. O Papa escreve que "no horizonte de renovação traçado pelo Concílio Vaticano II, há hoje uma urgência cada vez maior em redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja, e em particular a missão dos leigos”. E citando o documento final do Sínodo para a Amazônia, observa que "para toda a Igreja, na variedade de situações, é urgente que os ministérios sejam promovidos e conferidos a homens e mulheres.... É a Igreja dos batizados que devemos consolidar, promovendo a ministerialidade e, sobretudo, a consciência da dignidade batismal".

Francisco, em sua carta ao cardeal, depois de recordar com as palavras de São João Paulo II que "com relação aos ministérios ordenados, a Igreja não tem de forma alguma a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres", acrescenta que "para ministérios não ordenados é possível, e hoje parece oportuno, superar esta reserva". O Papa explica que "oferecer aos leigos de ambos os sexos a possibilidade de acesso ao ministério do Acolitado e do Leitorado, em virtude de sua participação no sacerdócio batismal, aumentará o reconhecimento, também através de um ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que durante muito tempo muitos leigos, inclusive mulheres, oferecem à vida e à missão da Igreja". E conclui que "a escolha de conferir também às mulheres estes cargos, que envolvem estabilidade, reconhecimento público e um mandato do bispo, torna mais eficaz na Igreja a participação de todos na obra de evangelização".

Esta medida é a conclusão de um aprofundamento da reflexão teológica sobre estes ministérios. A teologia pós-conciliar redescobriu, de fato, a relevância do Leitorado e do Acolitado, não somente em relação ao sacerdócio ordenado, mas também e sobretudo em referência ao sacerdócio batismal. Estes ministérios fazem parte da dinâmica de colaboração recíproca que existe entre os dois sacerdócios, e têm destacado cada vez mais seu caráter particularmente "laico", ligado ao exercício do sacerdócio que pertence a todos os batizados como tais.

Vatican News

Hoje é celebrado São Tomás de Cori, sacerdote franciscano

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 11 jan. 21 / 05:00 am (ACI).- São Tomás de Cori foi um sacerdote italiano da ordem franciscana conhecido por seu estilo claro e simples de pregar. Passou a maior parte de sua vida religiosa dedicado à oração, centrada na celebração e contemplação da Eucaristia.

Em sua Missa de canonização, São João Paulo II se referiu a ele da seguinte forma: “foi imagem viva do Bom Pastor. Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano”.

Nasceu em Cori, Itália, em 4 de junho de 1655. Aos 14 anos, ficou órfão e sob os cuidados de suas duas irmãs.

Quando conseguiu um modo de vida decoroso para as duas, ingressou na ordem franciscana aos 22 anos. Tomou o hábito como clérigo em 7 de fevereiro de 1677, sob o nome Tomás, e fez sua profissão no ano seguinte, em 8 de fevereiro.

Após a profissão e finalizados os estudos de Teologia, foi ordenado sacerdote em 1683. Foi nomeado imediatamente vice-mestre de noviços no convento da Santíssima Trindade, de Orvieto.

Seu nome está ligado principalmente aos retiros na Ordem Franciscana. As Constituições atuais desses retiros, escritos por ele, lhe custaram vinte anos de estudo, oração e sacrifícios.

Sua fama de santidade fez com que muitos religiosos e cristãos leigos fossem lhe pedir conselhos. Sua pregação era de uma clareza e simplicidade que comovia os corações daqueles que iam escutá-lo e se viam impulsionados a se reconciliar com Deus e a viver a fé intensamente.

Fez muitos milagres durante sua vida, teve o dom da profecia, frequentes êxtases, aparições do Senhor, da Virgem e de São Francisco de Assis. Lia claramente o coração dos que recorriam a ele.

Morreu depois de uma longa jornada no confessionário, em 11 de janeiro de 1729. Foi canonizado por São João Paulo II em 21 de novembro de 1999.

ACI Digital

Santo Higino

S. Higino | Vatican News

No elenco dos doze primeiros bispos de Roma feito por Santo Ireneu, no fim do século segundo, Higino é o nono. Sua memória, porém, só foi introduzida no século XII. Por essa razão o novo calendário deixou-o fora. É um Santo muito querido pelo povo. Sua existência está fora de qualquer contestação. Sofreu o martírio na perseguição desencadeada pelo imperador Antonino Pio (ano 140). O Liber Pontificalis e o Martirológio Romano afirma que também Higino sofreu o martírio no dia 11 de janeiro (140), durante a perseguição de Antonino Pio, foi sepultado junto ao corpo de São Pedro no Vaticano. Alguns estudiosos discordam que ele tenha sido mártir, mas que foi santo por outros méritos. Durante seu breve pontificado (136-140), os ataques dos pagãos haviam diminuído e a Igreja se viu ameaçada pela proliferação de seitas heréticas. Valentim e Cerdon ousaram enfrentar Roma espalhando a heresia do gnosticismo, mistura de doutrinas e práticas religiosas com filosofia e mistérios, cujo princípio fundamental é este: há uma fé comum que é suficiente aos incultos, mas existe uma ciência reservada aos doutos que oferece uma explicação filosófica da fé comum. Os dois hereges foram excomungados pelo Papa Higino, chamado filósofo de origem ateniense.

Portanto, um filósofo dirigia a barca de Pedro no momento certo quando a perniciosa heresia gnóstica tendia a absorver a Revelação Divina, transformando-a em uma simples filosofia religiosa. Higino se esmerou assim na preservação da integridade do ensinamento evangélico. Tomando como exemplo o poderoso Imperador Adriana, mexeu nas estruturas hierárquicas, instituiu as Ordens menores para melhorar o serviço da Igreja e preparação ao sacerdócio. Parece que se deve a ele a instituição de padrinhos no batismo.

Outros Santos do mesmo dia: São Teodósio Cenobiarca, São Sálvio, São Tomás de Cori e Santa Honorata, Beato Guilherme Cater e Beato Francisco Rogaczewiski


Editora Cléofas

domingo, 10 de janeiro de 2021

As necessárias vacinas e a solidariedade

Image Point Fr | Shutterstock
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Nota vaticana esclarece que as pessoas não podem ser obrigadas a se vacinar. Contudo, deve-se levar em consideração a exigência superior do bem comum.

A população brasileira, nessa passagem de ano, está indo da euforia à apreensão com a vacinação contra a Covid-19. Não bastasse as dúvidas sobre a eficácia e mesmo sobre os riscos das diferentes vacinas (em grande parte oriundas de fake news e alarmismos infundados, que já abordamos em outro artigo), agora temos também a dúvida sobre sua disponibilidade para a população. Primeiro, o problema parecia ser burocrático, de lentidão de aprovação pela agência reguladora nacional, a Anvisa, depois vieram as dúvidas sobre a viabilidade de distribuição de algumas marcas que precisam ser armazenadas a baixas temperaturas, a falta de seringas e até a proibição de exportações por parte de países onde as vacinas estão sendo produzidas. Tudo isso no meio de bate-bocas entre políticos, disputas de egos e batalhas comerciais.

A Nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anticovid-19

Em meio a tudo isso, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou uma Nota sobre a moralidade do uso das vacinas, já apresentada em outros artigos da Aleteia. Em síntese, o documento esclarece que o fato de algumas vacinas terem sido desenvolvidas com experimentos que usavam células humanas, obtidas, vários anos atrás, a partir de abortos provocados, não implica em cooperação para com o aumento de abortos. Em outras palavras, não haverá mais abortos, no presente, porque as pessoas estão usando vacinas que, ao serem criadas em laboratório, empregaram essas células. Importante frisar que o material advindo dos abortos não é diretamente empregado na produção da vacina.

Além disso, a Nota esclarece que as pessoas não podem ser obrigadas a se vacinar. Contudo, deve-se levar em consideração a exigência superior do bem comum. Uma pessoa não deve por em risco toda a sua comunidade e, por isso, a Nota indica que aqueles que não se vacinarem devem ter cuidado redobrado para não se tornarem transmissores da Covid-19.

Uma questão de tempo

O início das campanhas de vacinação não nos livrará da necessidade de usarmos máscaras e manter o distanciamento social. A vacina protege a pessoa, que uma vez infectada pelo vírus conseguirá resistir, mas não impede que ela carregue esses vírus por certo tempo, podendo transmiti-lo para as demais. Somente quando grande parte da população estiver vacinada teremos a tão falada “imunidade de rebanho”, isso é, o vírus terá muito pouca possibilidade de encontrar pessoas suscetíveis à doença e não teremos mais surtos epidêmicos (as famosas “ondas” da doença).

Para chegarmos a esse nível de imunização da população, será necessário tempo. Particularmente num país de grandes proporções e muito populoso, como o Brasil, o fator tempo é ainda mais crítico. Não é só uma questão de vontade política ou de competência técnica, as dificuldades de logística e investimento financeiro são objetivas. Além disso, dependeremos não só de produção nacional, mas também de importações, um fator complicador a mais.

Evidentemente, consideradas todas essas dificuldades, quanto menos politicagem, mais competência e maior volume de recursos investidos, menos tempo será necessário para alcançarmos um grau satisfatório de imunização da população.

A solidariedade continua necessária

Sendo assim, a vacinação não nos desobriga da solidariedade. Em primeiro lugar, continuando a seguir as regras de distanciamento social e a usar máscaras (ainda com mais rigor se somos do grupo que não quer se vacinar). Mas não só isso…

Enquanto a vacinação não é acessível para toda a população, temos que batalhar para que ela esteja disponível para aqueles que enfrentam mais riscos por sua ocupação. Profissionais da saúde, professores e mesmo trabalhadores que têm muitos contatos interpessoais (como entregadores, motoristas de ônibus, garçons, etc.) terão que ter uma prioridade em relação àqueles que podem trabalhar em suas casas. Seguindo a mesma lógica, se houverem vacinas com graus diferentes de eficiência, é justo dar as vacinas mais eficientes àqueles que correm mais riscos. Idosos, indígenas e populações confinadas, como os presos, também tem direito a atendimento prioritário (e isso pode ser muito questionado, pelos que tem uma posição anticristã, particularmente em relação aos presidiários).

A comercialização também pode levar a uma corrida pelas vacinas e, caso seu preço seja definido pelas leis de oferta e procura, os ricos acabarão tendo acesso à vacinação em detrimento dos pobres, independentemente dos interesses do bem comum. Isso não implica que particulares não possam fazer a distribuição da vacina, mas devem ser criadas normas que garantam o acesso de todos à vacinação.

O Estado tem um papel em todo esse processo, mas os cidadãos também têm sua contribuição a dar. Quanto mais reconhecermos e defendermos que as regras de distribuição das vacinas devem levar em conta o bem comum e atender àqueles que estão em maior risco ou são mais suscetíveis à doença, mais facilmente esses critérios serão adotados pelos governantes.

Aleteia

PORQUE JESUS FOI BATIZADO?

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Wikipédia


Concluímos o tempo do Natal com a comemoração do Batismo do Senhor. Iniciamos agora o tempo da vida publica, ou seja, da pregação do Evangelho.

Jesus quis ser batizado pelo seu precursor João Batista nas águas do rio Jordão. Ele se apresenta não somente como obediente ao Pai do Céu mas modelo para todos os que receberem a sua Palavra e se tornarem filhos de Deus pelo batismo.

Diz o evangelho de Marcos 1, 7-11: “João pregava, dizendo: Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo. Naqueles dias veio Jesus de Nazaré na Galiléia e foi batizado por João no rio Jordão.”

Com o seu imergir-se na água do Jordão, e com o seu sair da água, Jesus prefigurou a sua morte e a sua ressurreição. De fato, Jesus, o “sem pecado” por excelência, com esse rito penitencial de purificação, aceitou o tomar sobre si os nossos pecados, e nos precedeu no caminho da purificação e da renovação.

Cristo foi batizado, não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las a fim de se tornarem purificadoras na força do Espírito Santo. Cristo nos precede em seu batismo, para que os povos cristãos sigam confiantemente o seu exemplo.

Quanto a nós, a comemoração de hoje nos leva a pensar sobre o nosso batismo: um dia da nossa história pessoal, em alguma igreja, nas águas de uma pia batismal nos tornamos filhos de Deus. E nossos pais e padrinhos assumiram o empenho de nossa vida cristã.

Esta é uma descrição do batismo de Cristo, feita com pobres palavras humanas. Na realidade estamos diante do mistério de Deus. Mas o mistério vive também em nós, porque com o batismo seguimos o mesmo itinerário espiritual percorrido por Cristo. Com o nosso batismo também nós fomos solicitados a morrer ao pecado, e a ressurgir para uma vida nova em Cristo, a vida da graça. Com o batismo, Jesus nos considera seus irmãos, libertados do pecado ao preço de seu sangue, e o Pai celeste  nos faz seus filhos.

Tudo isso diz ao cristão o próprio batismo, iluminado pelo batismo de Jesus. Mas nem todos se sentem de aceitar o batismo como empenhativo. Muitos de fato o recusam ou não tomam conhecimento do seu sentido, ou o entendem mal.

Para começar, muitos hoje no mundo recusam reconhecer em Jesus Cristo o Filho de Deus. Vêem em Jesus um homem maravilhoso, excepcional, porém um simples homem, como existem tantos.

Houve a moda de Mao, e o mundo conta ainda aqui e ali com maoístas, netos de Mao. Depois o vulto de Che Guevara decorou camisetas de jovens. Também Gandhi teve a sua hora de celebridade. Mao, Che, Gandhi, todas figuras de grande prestígio, capazes de entusiasmar, mas simples homens e nada mais.

Agora, não para poucos batizados, meio-cristãos ou ex-cristãos, Jesus é reduzido a dimensões humanas. Não é o Jesus do Evangelho, o Filho de Deus, aquele de quem o Pai disse: “Tu és meu Filho muito amado!”, assumindo a paternidade de Jesus também enquanto homem, e por conseguinte  de toda a humanidade.

O Evangelho nos revela que Jesus não é um personagem do passado para ser admirado, mas Jesus é o Verbo eterno, encarnado, para ser adorado e amado, o amigo com quem se instaura o diálogo de coração aberto, o que se chama rezar. Com quem se empenha por toda a vida.

Há outro ensinamento a receber do Evangelho de hoje. Nós cristãos corremos de fato o risco de fazer de Jesus uma bela imagem macia, suave e contornável, irreal e consoladora. Quase um desafogo para nossas devoções sentimentais e privadas. E realmente não é. O Cristo chegou à vitória sobre a morte, à ressurreição e à vida, de maneira dolorosa, através da luta contra o mal, o pecado.

É este o sentido do seu batismo, do seu emergir da água. É este também o sentido do nosso tornar-nos cristãos. Isto é uma clara consciência diante das asperezas da vida, da dor, da morte física.

Quando se leva uma criança à fonte batismal, facilmente só consideramos a sua ternura, os enfeites, a mesa de salgadinhos e bolo. Está bem, isso é bom. Mas peçamos ao Senhor queira dar um dia a essa criança a força de viver como cristão, de lutar contra o mal, de fazer vencer na sua consciência sempre o bem.

CNBB

México: 7 padres morrem de covid em 2 semanas, 14 bispos estão infectados

Guadium Press

Cidade do México (09/01/2021, 141:00, Gaudium Press) O 14º relatório do “Centro Multimídia Católico” do México, organismo que há meses vem monitorando o impacto causado pela pandemia do coronavírus dentro do clero católico do país informou que o número oficial de mortos vítimas da Covid-19 na Igreja do México aumentou para 4 bispos, 135 sacerdotes e religiosos, 8 diáconos e 5 religiosas, num total de 152 pessoas.

A atualização do relatório se refere ao período de 15 a 31 de dezembro de 2020, durante o qual morreram sete sacerdotes. Entre estes, o mais conhecido é o padre Pedro Pantoja Arreola, fundador da Casa do Migrante na Diocese de Saltillo (Coahuila) e constantemente comprometido, em seu ministério, em favor dos mais marginalizados.

Irresponsabilidade comunitária durante as festividades, celebrações e atividades econômicas do último período

O Centro Multimídia Católico adverte que este último período não houve novas mortes de bispos, mas houve novas infecções e o bispo auxiliar da Arquidiocese de Cidade do México, dom Francisco Daniel Rivera Sánchez, encontra-se em graves condições de saúde.

Ao todo, 14 bispos foram infectados até agora, com quatro mortes.

O Centro Multimídia Católico adverte que este último período foi dramático para o clero e para todo o país, que se encontra no meio da segunda onda de pandemia, mas também devido à “irresponsabilidade comunitária durante as festividades, celebrações e atividades econômicas do último período”.

Na maioria dos casos, as Unidades de Terapia Intensiva  (UTI) nos hospitais estão lotadas. O relatório ressalta que, no que diz respeito aos números fornecidos, certamente há muitos casos de homens e mulheres religiosos que não foram relatados.

58% das dioceses mexicanas já registram perdas

As mortes de sacerdotes e religiosos foram registradas em 58% das dioceses mexicanas; a mais afetada, com 15 mortes no total, é a Arquidiocese de Puebla.
Cidade do México, Morelia e San Luis Potosí seguem com 7, Guadalajara com 6 mortes – 3 das quais nas últimas semanas. (JSG)

(Com informações Sir)

https://gaudiumpress.org/

Pandemia de Covid-19 reduz em 75% número de peregrinos no Santuário de Aparecida

Missa na Basílica de Aparecida em 12 de outubro de 2020.
Foto: Thiago Leon / Santuário de Aparecida

APARECIDA, 08 jan. 21 / 01:19 pm (ACI).- O Santuário Nacional de Aparecida registrou uma queda de 75% no número de visitantes ao templo em 2020 em comparação com o ano anterior, devido à pandemia de Covid-19.

Segundo um balanço divulgado pelo Santuário, em 2020, foram registrados 3.371.127 devotos que visitaram a Casa da Mãe Aparecida, enquanto em 2019, este número foi de 11.963.635 visitantes.

De acordo com o mesmo balanço, para se ter ideia do impacto causado pela pandemia, de 1º de janeiro de 2020 a 14 de março do mesmo ano, 1.546.322 devotos passaram pelo Santuário. A partir da data, com a suspensão da participação dos fiéis nas Missas do Santuário como forma de prevenção ao novo coronavírus, os números de visitação caíram.

De 15 de março a 31 de dezembro de 2020, foi registrada a presença de 1.824.805 peregrinos, número próximo à marca alcançada nos dois primeiros meses do ano.

As celebrações com a participação dos fiéis foram retomadas em 28 de julho, mas com medidas e restrições a fim de evitar a aglomerações e contágios por coronavírus. Nesse sentido, o Santuário limitou a quantidade de fiéis dentro do templo, para se manter o devido distanciamento, ampliou o número de missas, realizou algumas celebrações campais e também no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida.

Conforme indicou o Santuário Nacional, outro dado que chamou atenção foi a diminuição de público em datas tradicionalmente com grande movimentação, entre as quais, o dia da Padroeira, 12 de outubro, que em 2020 registrou a presença de 30 mil fiéis, frente aos 160 mil de 2019.

A movimentação na festividade de 2020, conforme assinalou, foi a mesma do começo da década de 1970, quando as comemorações de outubro atraíam um número menor de peregrinos.

Também em relação à movimentação anual registrada em 2020, pode-se compará-la aos registros do século passado. Segundo o Santuário, números como este foram alcançados na década de 1960 e no início de 1970.

Na Visita Apostólica de São João Paulo II, em 4 de julho de 1980, Aparecida já acolhia mais de 5 milhões de peregrinos por ano. A partir de então, o crescimento passou a ser maior todos os anos, alcançando em 2010 a marca de 10 milhões de visitantes.

Além disso, desde 2014, a visitação anual registrada na Basílica de Aparecida era aproximadamente igual ou superior aos 12 milhões.

ACI Digital

Apelo da Caritas Internacional pelos povos atingidos pelo terremoto na Croácia

Cáritas Croácia

A Caritas Internacional destaca o trabalho de mais de duzentos de seus voluntários na distribuição de alimentos e objetos de higiene, enquanto elaboram planos em longo prazo em prol das pessoas atingidas pelo terremoto na Croácia.

Vatican News

“São necessários 880 mil euros para ajudar a Caritas Croata a garantir condições de vida digna e seguras para os sem-teto dos recentes terremotos que atingiram o país”: eis o premente apelo lançado pela “Caritas Internacional”, que destaca o trabalho de mais de duzentos de seus voluntários na distribuição de alimentos e objetos de higiene, enquanto elaboram planos a longo prazo.

“Depois do primeiro terremoto, no fim do mês de dezembro passado, com magnitude de 6,4 na escala Richter, disse Suzana Borko, vice-diretora da Caritas Croata - a terra continuou a tremer todos os dias e as pessoas vivem continuamente com medo e estresse. O terremoto afetou uma grande área de cerca de 2.000 quilômetros quadrados”.

O terremoto, a cerca de 30 milhas ao sul de Zagreb, perto das cidades de Petrinja, Sisak e Glina, foi o mais forte registrado nos últimos 140 anos. “Queremos ajudar as pessoas a reconstruir suas casas e suas comunidades”, disse ainda a vice-diretora da Caritas local. O projeto da Caritas, que terá a duração de oito meses, ajudará, antes de tudo, cerca de 200 famílias, mediante ajuda financeira e técnica e casas pré-fabricadas.

“Muitas pessoas atingidas pelo terremoto - explica Suzana Borko -encontram-se em zonas rurais. Por isso, preferem ficar perto dos seus cultivos e gado, dormindo em celeiros, carros e até entre os escombros de suas casas”. A Caritas Croata as ajuda a reconstruir suas casas e comunidades, em condições de segurança e dignidade; apoia os residentes das áreas rurais, para que não sejam esquecidos e isolados.

Nas aldeias entre Petrinja e Glina, cerca de 90 por cento das casas foram destruídas. Mas, o principal desafio é que, a cada tremor, as casas devem ser reexaminadas para saber se ainda podem ser habitáveis.

“Neste momento difícil – conclui a vice-diretora da Caritas Croata – a grande solidariedade, demonstrada em nosso país, é realmente milagrosa. Muitos enviam alimentos, roupas e materiais de construção às áreas afetadas”. O objetivo principal da Caritas local é oferecer um abrigo digno aos necessitados e ajudar na reconstrução de suas casas.

Quem quiser contribuir com suas doações, poderá visitar a página web: www.caritas.org/donate-now/croatia-earthquake/.

Vatican News Service - TC/MT

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF