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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

S. José Vaz, português de Goa, missionário do Sri Lanka

S. José Vaz | Vatican News

Recordamos as palavras do Papa há 6 anos atrás na sua viagem apostólica ao Sri Lanka. Aí, no dia 14 de janeiro de 2015, Francisco canonizou o Padre José Vaz, sacerdote português de Goa que viveu nos séculos XVII e XVIII.

Rui Saraiva - Porto

Em 2015, de 12 a 19 de janeiro, o Papa Francisco visitou o Sri Lanka e as Filipinas. Destaque para a canonização do padre José Vaz, sacerdote com raízes portuguesas, que viveu nos séculos XVII e XVIII. Nasceu em Goa a 21 de abril de 1651 numa família da casta dos brâmanes.

O Papa Francisco presidiu à celebração de canonização de José Vaz, o sacerdote que é considerado o missionário do Sri Lanka. Recordemos as palavras do Santo Padre no registo da Rádio Vaticano.

Quarta-feira, 14 de janeiro, o Papa Francisco celebrou Missa no Gale Face Green em Colombo no Sri Lanka e canonizou nessa celebração o Beato José Vaz, sacerdote português de Goa que viveu nos finais do século XVII e princípios do século XVIII e tornou-se no missionário do Sri Lanka. Participaram nesta Eucaristia largas centenas de milhares de fiéis que saudaram entusiasticamente o Santo Padre.

“Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” – foi com esta “magnífica profecia” de Isaías que o Papa Francisco iniciou a sua homilia considerando que esta “tem um significado especial para nós que celebramos a canonização do grande missionário do Evangelho, S. José Vaz.

“Ele, como tantos outros missionários na história da Igreja, respondeu à ordem dada pelo Senhor ressuscitado para fazer discípulos de todas as nações. Com as suas palavras e, o mais importante, com o exemplo da sua vida, conduziu o povo desta nação à fé que nos concede “parte na herança com todos os santificados. Em S. José, vemos um sinal eloquente da bondade e do amor de Deus pelo povo do Sri Lanka. Mas, nele, vemos também um estímulo para perseverar no caminho do Evangelho a fim de crescermos nós próprios em santidade e testemunharmos a mensagem evangélica de reconciliação à qual dedicou a sua vida”.

O Papa Francisco sublinhou que o “Padre do Oratório, José Vaz deixa Goa, sua terra natal, e chega a este país movido apenas pelo zelo missionário e por um grande amor a estes povos.”

José Vaz, “vestia-se como um mendigo”, por causa das perseguições e “cumpria os seus deveres sacerdotais encontrando secretamente os fiéis” – continuou o Santo Padre – e o próprio Rei concedeu-lhe maior liberdade devido ao seu “ministério em favor dos enfermos durante uma epidemia de varíola em Kandy”. O Papa Francisco apresentou três razões da santidade do Padre José Vaz. A primeira razão é a sua atitude de sacerdote exemplar.

“Ensina-nos a sair para as periferias, a fim de tornar Jesus Cristo conhecido e amado por toda a parte. Ele é também um exemplo de sofrimento paciente por causa do Evangelho, de obediência aos superiores, de solícito cuidado pela Igreja de Deus. Como nós, S. José viveu num período de transformações rápidas e profundas; os católicos eram uma minoria e, com frequência, dividida no seu seio; havia hostilidade ocasional, e até mesmo perseguição, dos de fora. Apesar disso, ele, permanecendo constantemente unido ao Senhor crucificado na oração, foi capaz de se tornar para todos um ícone vivo do amor misericordioso e reconciliador de Deus “.

Em segundo lugar, o Papa Francisco frisou a liberdade de S. José Vaz no exercício da sua missão não fazendo “distinção de raça, credo, tribo, condição social ou religião, no serviço que proporciona através das suas escolas, hospitais, clínicas e muitas outras obras de caridade.”

“A liberdade religiosa é um direito humano fundamental. Cada indivíduo deve ser livre de procurar, sozinho ou associado com outros, a verdade, livre de expressar abertamente as suas convicções religiosas, livre de intimidações e constrições externas. Como nos ensina a vida de José Vaz, a autêntica adoração de Deus leva, não à discriminação, ao ódio e à violência, mas ao respeito pela sacralidade da vida, ao respeito pela dignidade e a liberdade dos outros e a um solícito compromisso em prol do bem-estar de todos”.

A terceira razão da santidade do Padre José Vaz apresentada pelo Papa Francisco foi o seu zelo missionário, dedicado e humilde, “deixando para trás a sua casa, a sua família, o conforto dos lugares que lhe eram familiares, respondeu à chamada para ir mais longe, para falar de Cristo onde quer que se encontrasse.”

“S. José sabia como oferecer a verdade e a beleza do Evangelho num contexto plurirreligioso, com respeito, dedicação, perseverança e humildade. Este é, também hoje, o caminho para os seguidores de Jesus. Somos chamados a ir mais longe com o mesmo zelo, com a mesma coragem de S. José, mas também com a sua sensibilidade, com o seu respeito pelos outros, com a sua ânsia de partilhar com eles a palavra da graça que tem o poder de os edificar. Somos chamados a ser discípulos missionários”.

O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando os fiéis a seguirem o exemplo de S. José Vaz para que, assim, contribuam para a paz, a justiça e a reconciliação na sociedade srilanquesa. “Isto é o que Cristo espera de vós. Isto é o que S. José vos ensina. Isto é o que a Igreja precisa de vós” – declarou o Papa Francisco.

S. José Vaz, o missionário do Sri Lanka, morreu a 16 de janeiro de 1711. Foi beatificado por S. João Paulo II em janeiro de 1995. A Igreja Católica tem hoje cerca de 1,4 milhões de fiéis (6,1% da população) num país maioritariamente budista, representando a maior confissão cristã no país. Em 1947, a Virgem Maria foi proclamada padroeira da nação, com o título de Nossa Senhora de Lanka.

Laudetur Iesus Christus

Vatican News

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana é encontrada em Israel

Ein Avdat | CC BY SA 4.0 | Deserto de Negev
por Francisco Vêneto

A frase completa, em grego antigo, diz "Abençoada Maria, que viveu uma vida imaculada".

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana é encontrada em Israel, perto da fronteira com o Egito. A frase completa, em grego antigo, diz “Abençoada Maria, que viveu uma vida imaculada“.

Segundo a mídia israelense, a pedra foi achada no Parque Nacional Nitzana, que fica em pleno deserto de Neguev. Ela tem 25 centímetros de diâmetro e fazia parte da lápide de uma mulher que viveu naquela região cerca de 1.400 anos atrás.

Quem a encontrou foi um funcionário da manutenção do Parque Nacional. De acordo com informações da Autoridade de Antiguidades de Israel, o parque Nitzana é um local de grande relevância para as pesquisas sobre a transição do período bizantino para o período islâmico. Há registros, porém, muito mais antigos sobre a atividade humana nessa área. Ainda no século III a.C., o local já era uma estação de passagem dentro de uma rota comercial importante do povo nabateu. Nos séculos V e VI d.C., Nitzana possuía uma fortaleza militar, igrejas, um mosteiro e essa estação de passagem de peregrinos cristãos que se dirigiam ao Monte Sinai.

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana

A pedra funerária recém-encontrada é mais uma das muitas demonstrações históricas da veneração cristã a Nossa Senhora, enfatizando especialmente o seu aspecto imaculado, ou seja, sem a mancha do pecado.

Além disso, como objeto arqueológico, ela pode ajudar os pesquisadores a identificarem melhor os limites dos cemitérios cristãos da região, o que contribui para a delimitação do próprio assentamento, que ainda é desconhecida.

Aleteia

10 conselhos para deter a fofoca, recomendados por um sacerdote

Imagem referencial. Crédito: Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 11 jan. 21 / 04:00 pm (ACI).- Pe. Dwight Longenecker, pároco de Our Lady of the Rosary, em Carolina do Sul (Estados Unidos), propõe algumas iniciativas para abandonar a fofoca, ação que destrói o homem através da calúnia, da murmuração e da mentira.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, em seu numeral 2507, “o respeito pelo bom nome e pela honra das pessoas proíbe toda e qualquer atitude ou palavra de maledicência ou calúnia”.

Nesse sentido, Pe. Dwight, autor de vários livros católicos, apresenta em um artigo publicado em ‘National Catholic Register’ 10 maneiras de deter a fofoca, seja na escola, no trabalho, na família ou na vida paroquial.

“Quase sempre, as fofocas são meias verdades. Uma pessoa obtém um lado da história e uma parte da verdade, depois tira a conclusão errada e diz a outra pessoa. A mentira se torna exagerada e se estende ainda mais. Em pouco tempo, as pessoas inocentes são arrastadas a um turbilhão de fofocas, insinuações e mentiras”, afirma.

A seguir, as 10 maneiras propostas pelo sacerdote para deter a fofoca:

1. Não acreditar em ninguém e acreditar em todos

“Em outras palavras, acredite no que a pessoa lhe disse. Realmente pensam que o que disseram é verdade e do ponto de vista deles é verdadeiro. No entanto, lembre-se de que sempre, sempre há outro lado da história. Portanto, não acredite nelas. Pare e morda a língua”, diz o pároco.

2. Reunir todos os fatos

O sacerdote indica que não se deve aceitar a palavra de ninguém para reunir os fatos que na realidade aconteceram, mas averiguar “realmente com o maior número possível de pessoas”.

3. Ir à fonte

“Pelo amor de Deus, tenha a coragem, a graça e o bom senso para ir à fonte. Se Mildred fala sobre George, vá diretamente a George para descobrir os fatos”, afirma Pe. Dwight.

4. Dar a todos o benefício da dúvida

O presbítero sustenta que sempre é bom acreditar no melhor e não no pior, ou seja, “se você ouvir algo ruim sobre alguém, imagine por que fez (se realmente o fez) e quais poderiam ser suas boas motivações”.

5. Calar-se

“Você não precisa falar e contar tudo a todos. Inclusive, um tolo é considerado sábio se mantém a boca fechada. Fale a metade do que escuta”, aconselha Pe. Dwight.

6. Desafiar as fofocas

O sacerdote indica que não se deve ser ingênuo e deve perguntar à pessoa direta, mas docemente: “Você realmente sabe se isso é verdade?”.

7. Desafiar a fofoca com dureza

“O que você está me dizendo é uma fofoca suja e destrutiva! Recuso-me a acreditar e acho que deveria mantar a boca fechada!”, é outra opção dada pelo pároco, que assegura que essa não vai agradar.

8. Fixar os olhos na verdade

“Por que perder tempo com fofocas idiotas e inúteis?”, pergunta Pe. Dwight.

9. Focar-se nos outros

Pe. Dwight tenta pensar em como as fofocas se propagam: “Sabe por que gosta de fofocas? Porque isso faz você se sentir superior. Você fofoca negativamente sobre os outros porque pensa que é melhor do que eles. Então, envenenaria e destruiria a vida deles para se sentir bem por um momento”.

10. Rezar pelas pessoas envolvidas

O presbítero concluiu que se deve oferecer uma oração por aqueles que propagam as fofocas dizendo: "Senhor, tenha piedade".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

S. ANTÔNIO MARIA PUCCI, PRESBÍTERO

S. Antônio Maria Pucci, presbítero 

"Não é preciso ter uma vida longa, mas aproveitar a hora que Deus nos dá para cumprir nosso dever". Certas inclinações são inatas, embora o ambiente em que se nasce e cresce possa influenciar muito.
Assim, Antônio Maria Pucci, que na infância era chamado Eustáquio, nasceu em uma família de camponeses, pobre de recursos, mas rica de fé. O menino tinha como passatempo preferido ajudar seu pai no cuidado da igreja, participar das funções e receber a Comunhão.
No período em que vivia no norte da Toscana, no século XIX, o jovem poderia ter sido uma ótima ajuda na lavoura, mas o Senhor o chamou e ele entrou para uma Ordem consagrada a Nossa Senhora: os Servos de Maria Santíssima.

"O pequeno pároco" de Maria

Ordenado sacerdote em 1883, Antônio Maria tornou-se Definidor Geral da sua comunidade, mas ele mais gostava de ser pároco na igreja de Santo André, em Viareggio, onde permaneceu por 48 anos.
Para todos, Padre Antônio Maria - nome que escolheu ao emitir seus votos - era o "pequeno cura", sempre sorridente e, além do mais, sempre pronto a ajudar os outros.
Precursor das formas organizacionais, próprias da Ação Católica, criou, praticamente, uma associação para cada um de seus paroquianos, dando grande impulso ao compromisso dos leigos no seio da Igreja: para os jovens, fundou a Companhia de São Luís e a Congregação da Doutrina Cristã; para os homens, fundou a Companhia mariana de Nossa Senhora das Dores; para as mulheres, a Congregação das Mães Cristãs. Deu início também a uma Ordem religiosa feminina: as “Manteladas” de Viareggio, para a assistência das crianças enfermas.

"Parecia um anjo!"

Embora necessitasse de ajuda para manter as suas muitas obras, Antônio foi o primeiro a "arregaçar as mangas” e a ir de casa em casa, entre os pobres, para levar o que mais precisavam. Não guardava nada para si, nem roupas. Durante os dias, em que exercia seu ministério, que pareciam intermináveis, nunca se descuidava da oração: muitas vezes, seus paroquianos o viam êxtase, ficando suspenso ou caminhando sem pôs os pés no chão, tanto que muitos exclamam: “Parece um anjo"!
Assim era o Padre Antônio! Durante a epidemia de cólera, em 1854, tornou-se o anjo dos enfermos. A sua prática heroica de caridade, enfraqueceu seu físico, a ponto de ser acometido por uma pneumonia fulminante, em 1892, quando faleceu.
Antônio Maria Pucci foi beatificado por Pio XII, em 1952, e, dez anos depois, canonizado por São João XXIII.

Vatican News

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A PARADOSIS APOSTÓLICA EM FORMA DE TRADIÇÃO DA IGREJA

S. Pedro
Apologistas da Fé Católica
A Paradosis Apostólica em forma de Tradição da Igreja

“A escritura é uma das formas na qual a tradição apostólica, comunicada à Igreja, se torna o paratheke (depósito). A “Sagrada Escritura” que Paulo se refere a Timóteo (IITim. 3, 15) são, de fato, os escritos do Velho Testamento, mas nós podemos aplicá-los analogamente para o Novo Testamento. O Novo Testamento, isto é, os escritos inclusos no Cânon, são uma forma na qual a tradição apostólica foi confiada à Igreja para salvaguardá-la. Mas o Novo Testamento não é a única forma em que a tradição apostólica é acessível a nós. Quando enunciamos esta tese, nós inevitavelmente nos envolvemos em discussão com O. Cullmann acerca do fato de a Igreja no segundo século ter coletado os vários “escritos apostólicos” individuais em um escrito apenas, o Cânon. “

“Qual foi a importância disto? Cullmann considera desta forma: “Com a introdução do princípio Canônico, a Igreja reconheceu que dali em diante, a tradição (isto é, a tradição viva) não era mais critério de verdade. Isto traçou uma linha sobre a tradição apostólica e desse modo declarou que dali em diante, toda tradição posterior deve ser testada pela tradição apostólica. Em outras palavras, isso significou: “Esta é a tradição que funda a Igreja e que se impõe à Igreja”. Além disso: “Se o colocar por escrito a mensagem apostólica é um fato fundamental da encarnação, nós temos o direito e o dever de ver a tradição apostólica e os escritos do Novo Testamento juntos, mas por outro lado nós devemos separar ambas da tradição pós-apostólica e pós-canônica”.

Hoje em dia há um reconhecimento entre várias denominações que o Novo Testamento é a parte escrita da tradição apostólica. Nós também podemos aceitar a ideia de que a tradição apostólica deve ser distinguida da tradição pós-apostólica e que a última deva ser testada pela primeira. Mas não podemos supor que a intenção da Igreja em formar o Cânon no segundo século era declarar que ali, e ali apenas, devia daqui em diante ser procurada a tradição apostólica.

Pelo princípio do Cânon, os escritos compreendidos nele eram distinguidos como genuinamente “apostólicos” em contraposição aos evangelhos apócrifos e estórias dos apóstolos que vieram à existência no mundo do Gnosticismo. A Igreja não empreendeu isto arbitrariamente, nem sucedeu porque estes escritos tenham se imposto à Igreja apenas pela sua autoridade apostólica inerente, mas principalmente em razão de eles terem sido usados por um longo ou curto período na adoração litúrgica pública da Igreja, ou, em outras palavras, na base da tradição. Claro, a tradição é fielmente espelhada na liturgia. Agostinho expressa isso claramente: “Se os escritos circulando em nome dos apóstolos André e João de fato tivesse vindo deles, eles teriam sido aceitos pela Igreja, que tem persistido desde os dias deles até o nosso através da inteiramente certa sucessão de bispos”.

Se, entretanto, o Cânon do Novo Testamento deve sua existência expressamente ao princípio da tradição determinante da Igreja, como poderia ser possível ao efeito pôr um fim à sua causa? O princípio do Cânon não significa o fim da tradição na Igreja, mas sua confirmação. Se a formação do Cânon possuísse o propósito que Cullman lhe atribuiu, isto resultaria em uma mudança decisiva no ensino dos Padres da época em relação à tradição. Mas nenhum sinal disto é perceptível. A teologia da tradição continua ininterrupta de Irineu a Agostinho, a despeito do Cânon.”

“S. Dejaifve declara que não há evidência para a tese de Cullman. Pelo contrário; quando o Novo Testamento tomou forma, o magistério, pelos Bispos, foi encarregado de interpretar autenticamente a Escritura em base da atual crença da Igreja e o “sensus ecclsiasticus”, o “phenomena ekklesiastikon”.”

(2/2)

Apologistas da Fé Católica

Luxúria e Castidade

Ed. Cléofas
por Prof. Felipe Aquino

A gravidade do pecado da impureza, também chamado de luxúria, é que mancha um membro de Cristo.

“Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros” (1Cor 12,27).

“…assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós somos membros uns dos outros” (Rom 12,5).

É assim que Deus decidiu salvar a humanidade, formando o Corpo de Cristo, de modo a “restaurar todas as coisas em Cristo” (Ef 1,10). É a bela realidade da Igreja e da comunhão dos santos. É o desígnio de Deus.

Quando eu cometo um pecado de impureza, não sujo apenas a mim mesmo, mas também ao Corpo de Cristo, do qual sou membro.

É neste sentido que São Paulo alertava os fiéis de Coríntios sobre a gravidade desse pecado.

“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?” (1 Cor 6,15).

Note que o Apóstolo enfatiza os “corpos”; isto é, a realidade do corpo místico de Cristo não é apenas espiritual, mas também corporal. Sem os nossos corpos não haveria a impureza.

“Tomarei, então, os membros de Cristo, e os farei membros de uma prostituta? Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gen 2,24)” (1 Cor 6,16).

Vemos que para o Apóstolo, entregar-se à prostituição é o mesmo que prostituir o corpo de Cristo. Esta é uma realidade religiosa da qual ainda, não tomamos ciência plena; isto é, toda vez que eu peco, o meu pecado atinge todo o corpo de Cristo. Esta é uma das razões porque nos confessamos com o ministro da Igreja, para nos reconciliarmos com ela, que foi manchada pela nossa falta.

De forma especial isto ocorre no pecado de impureza; o que levava São Paulo a pedir aos coríntios, entre os quais havia este problema:

“Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6,18).

É preciso entender que nós não apenas “temos” um corpo, mas “somos” um corpo. Nossa identidade está ligada ao nosso corpo; ela é fixada pela nossa foto, impressão digital ou código genético (DNA).

Portanto, o pecado da impureza agrava-se na medida em que, mais do que nos outros casos, envolve toda a nossa pessoa, corpo e alma.

E o Apóstolo, mostra que o Espírito Santo não habita apenas a nossa alma, mas também o nosso corpo; e daí a gravidade da sua profanação.

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço” (1 Cor 6,19).

Como disse São Pedro, não fomos resgatados a preço de bens perecíveis, prata e ouro, mas “pelo precioso sangue de Cristo” (1 Pe 1,18), para pertencermos a Deus, no corpo de Cristo.

É importante notar que São Paulo ensina que devemos dar glória a Deus com o nosso corpo. Ele diz:

“O corpo, porém não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o Corpo: Deus que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1 Cor 6,13).

“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1 Cor 6,20).

Nosso corpo está destinado a ressuscitar no último dia, glorioso como o corpo de Cristo ressuscitado. São Paulo diz aos filipenses sobre isto:

“Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso…” (Fil 3,20).

Nosso corpo glorificado dará glória a Deus para sempre, assim como os corpos de Jesus e Maria, já estão no céu.

Isto explica a importância do nosso corpo, que levava Paulo a dizer aos coríntios:

“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós” (1 Cor 3,16-17).

Quantas pessoas destruíram-se a si mesmas, porque destruíram os seus próprios corpos! O desrespeito ao corpo, seja pela impureza ou pelos vícios, compromete a integridade e a dignidade da pessoa toda, que é templo de Deus.

Jesus foi intransigente com o pecado da impureza. No Sermão da Montanha, marco dos seus ensinamentos, Ele disse:

“Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5,27-28).

Jesus quer assim destruir a impureza na sua raiz; isto é no coração dos nossos pensamentos.

“Porque é do coração que provém os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias” (Mt 1519).

Para viver a pureza há, então, que estarmos em alerta o tempo todo, como recomendou o Senhor: “vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41).

Todos nós já pudemos comprovar como é fraca a nossa carne, a nossa natureza humana, enfraquecida pelo pecado original. Portanto, não nos resta outra alternativa para prevenir a queda, senão, vigiar e orar.

Após o pecado de Adão não nos resta outro remédio: vigiar os nossos sentidos, pensamentos, olhares, gestos, palavras, atitudes, comportamentos, etc., e buscar na oração e nos sacramentos, o remédio e o alimento para vencer a nossa fraqueza.

Nunca, como em nossos dias, foi tão grande o pecado de impureza. De forma acintosa ele aparece nas músicas, nas TVs, nas revistas, jornais, filmes, cinemas, teatros, etc.

Estamos sendo invadidos por um verdadeiro mar de lama que traz a imoralidade para dentro dos nossos lares, sem respeitar nem mesmo crianças e velhos.

A exploração comercial do sexo atingiu níveis assustadores, e que põe o ser humano, especialmente a mulher, no mais baixo nível de indignidade.

Será que Deus pode ficar indiferente a uma situação desta? Será que a própria natureza humana pode deixar de reagir contra tanta bestialidade que hoje se pratica, sob as câmeras de TVs?

É difícil dizer não.

A terrível desvirtuação do sexo é de todo lamentável porque ele foi criado por Deus, para dar ao casal humano – e só ao casal unido pelo matrimônio a unidade e os filhos.

O ato sexual é a “liturgia” do amor conjugal, sua maior manifestação. No ápice da sua celebração o filho é gerado, como a verdadeira encarnação do amor dos pais; e por isso, a Igreja não aceita que o filho seja gerado sem a participação dos próprios pais, num ato sexual.

Sem amor e compromisso o sexo torna-se vazio, perigoso e banal.

São Paulo ensinava aos coríntios:

“A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4).

Note que o Apóstolo fala em “mulher e marido”, e não em namorados, noivos, ou amigados. O Catecismo diz que:

“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus” (§ 2350).

A união dos corpos só tem sentido quando existe a união prévia dos corações e das almas, de maneira sólida e permanente, como se dá no casamento.

O Catecismo da Igreja nos ensina que a vida sexual é legítima e adequada aos esposos:

“Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido” (CIC, 2362; GS, 49).

Em discurso proferido em 29/10/1951, o Papa Pio XII disse palavras esclarecedoras sobre a vida sexual dos casais:

“O próprio Criador… estabeleceu que nesta função (i.é, de geração) os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de uma moderação justa” (CIC, 2362).

Vemos que a Igreja reconhece a grandeza do sexo para o casal unido em matrimônio, mas fora dele o sexo será sempre perigoso.

Tenho ouvido esposas que se queixam dos maridos que as obrigam a fazer o que elas não querem e não aceitam no ato sexual. É uma violência obrigá-las a isto. Aquilo que cada um aceita, dentro das características psicológicas de cada um, não sendo uma violência à lei natural, pode ser vivido com liberdade pelo casal. É legítimo que o esposo prepare a esposa para que haja a harmonia sexual; isto é, ambos atingirem juntos o orgasmo. No entanto, não tem sentido para o cristão, querer fazer estrepolias sexuais, como se “tudo fosse válido”, porque somos casados.

A moral católica ensina que aquilo que não está de acordo com a lei natural, não está de acordo com a lei de Deus; isto é, é imoral. Será que é natural, por exemplo, o sexo anal ou oral? É claro que não. Nem os animais o fazem; será que é lícito ao homem fazê-lo? O casal não precisa disto; mesmo porque jamais um filho poderá ser gerado desta forma; e sabemos que a vivência sexual não pode se fechar à geração da vida, sob pena de desvirtuá-lo.

São terríveis as consequências da vida sexual antes ou fora do casamento: adolescentes grávidas, sem o mínimo preparo para serem mães; pais solteiros; filhos abandonados e órfãos de pais vivos; abortos; adultérios, destruição familiar; doenças venéreas, AIDS, etc., etc., etc.

O sexo é belo, mas fora do plano de Deus é um desastre, explode como uma bomba atômica.

Desgraçadamente a nossa sociedade promove o sexo acintoso, sujo, sem responsabilidade e sem compromisso, e depois se assusta com as milhões de meninas grávidas, estupros, separações, adultérios, etc. É claro, quem planta ventos, colhe tempestades.

Vemos hoje, por exemplo, esta triste campanha de prevenção à AIDS, através do uso da “camisinha”. De maneira clara se passa esta mensagem aos jovens: pratiquem sexo à vontade, mas usem o preservativo.

Isto é imoral e decadente.

Será que não temos algo melhor para oferecer, principalmente, aos jovens?

A moral e a ética exigem ensinar aos jovens o auto controle de suas paixões, vencer a AIDS pela castidade, e não pelo uso vergonhoso da “camisinha”, que incentiva ainda mais a imoralidade.

O Papa João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha:

“Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana… O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo… O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental” (PR, nº 429/1998, p.80).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já avisou que os preservativos não impedem totalmente a contaminação do vírus, uma vez que esses são muitíssimos menores que os poros do látex de que são feitas as camisinhas.

A revista Seleções (dezembro de 1991, pp.31-33), trouxe um artigo do Dr. Robert C. Noble, condensado de Newsweek de Nova Iorque (1/4/91), que mostra como é ilusória a crença no tal “sexo seguro” com a camisinha.

A pesquisadora Dra. Susan C. Weller, no artigo A Meta “Analysis of Condom Effectiveness in Reducing Sexually Transmitted HIV, publicado na revista Social Science and Medicine, (1993, vol.36, issue 12, pp.1635-1644), afirma:

“Presta desserviço à população quem estimula a crença de que o condom (camisinha) evitará a transmissão sexual do HIV. O condom não elimina o risco da transmissão sexual; na verdade só pode diminuir um tanto o risco”.

“As pesquisas indicam que o condom é 87% eficiente na prevenção da gravidez. Quanto aos estudos da transmissão do HIV, indicam que o condom diminui o risco de infecção pelo HIV aproximadamente em 69%, o que é bem menos do que o que normalmente se supõe” (PR, n° 409/1996, pp. 267-274).

Isto significa que, em média, três relações sexuais com camisinha têm o risco equivalente a uma relação sem camisinha. Convenhamos que é um alto risco, já que a AIDS não tem cura ainda. É como uma “roleta russa”.

Pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Smith, um especialista americano na transmissão da AIDS, apresenta seis grandes falhas do preservativo, entre as quais a deterioração do látex devido às condições de transporte e embalagem. Afirma o Dr. Richard que:

“O tamanho do vírus HIV da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Estes pequenos vírus podem passar entre os poros do látex tão facilmente em um bom preservativo como em um defeituoso” (Richard Smith, The Condom: Is it really safe saxe?, Public Education Commitee, Seattle, EUA, junho de 1991, p.1-3)

O Dr. Leopoldo Salmaso, médico epidemiologista no Hospital de Pádua, na Itália, afirma que:

“O preservativo pode retardar o contágio, mas não acabar com ele” (idem).

A Rubber Chemistry Technology, Washington, D.C., junho de 1992, afirma que:

“Todos os preservativos têm poros 50 a 500 vezes maiores que o vírus da AIDS”.

Vemos, portanto, que é irresponsável, cientificamente, dizer que a camisinha garante o “sexo seguro”. O pior, ainda, é que esta falsidade vem acompanhada de um estímulo ao sexo livre, sem responsabilidade e sem compromisso, o que o faz promíscuo e vulgar.

A Igreja não está impedindo o combate à AIDS, pelo fato de não concordar com o uso da camisinha. Como disse o padre Lino Ciccone, professor de Teologia Moral e Bioética na Faculdade Teológica de Lugano, na Itália:

“Não se faça caridade jamais às custas da verdade, nem se imponha a verdade voltando as costas à caridade”.

Estou convencido de que, mais do que em outros assuntos, em termos de educação sexual, o exemplo e a ação dos pais é fundamental. Nunca permitir as piadas sujas em casa, nunca permitir que revistas e filmes pornográficos entrem em casa, etc. Não tenho dúvida em dizer que neste assunto os pais cristãos devem ser firmes. Qualquer vacilada pode abrir as portas para um comportamento perigoso por parte dos filhos.

Infelizmente hoje a maioria das escolas apresenta aos nossos filhos uma “educação sexual”, que não passa de informações genitais, e liberação de todos os “tabus” da religião; em outras palavras, vamos dar vazão livre aos instintos sexuais. Ora, longe de ser isto educação sexual, é pura deseducação sexual.

Quando falou da educação sexual, assim se expressou o Papa João Paulo II:

“A educação sexual, direito e dever fundamental dos pais, deve fazer-se sempre sob a sua solícita guia, quer em casa quer nos centros educativos escolhidos…

Neste contexto é absolutamente irrenunciável a ‘educação para a castidade’ como virtude que desenvolve a autêntica maturidade da pessoa e a torna capaz de respeitar e promover o ‘significado nupcial’ do corpo”.

“Por isso a Igreja opõe-se firmemente a uma certa forma de informação sexual, desligada dos princípios morais, tão difundida, que não é senão a introdução à experiência do prazer e um estímulo que leva à perda – ainda nos anos da infância – da serenidade, abrindo as portas ao vício” (FC, 37).

“O conhecimento deve conduzir a educação para o autocontrole: daqui a absoluta necessidade da castidade e da permanente educação para ela. Segundo a visão cristã, a castidade não significa de modo algum nem a recusa nem a falta de estima pela sexualidade humana: ela significa antes a energia espiritual que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade e sabe voltá-lo para a sua plena realização” (FC, 33).

O mundo, por causa da AIDS, está redescobrindo o grande valor da castidade e da virgindade.

Para dar apenas um exemplo dessa “contra-revolução sexual”, cito o caso de milhares de jovens americanas, de 13 a 21 anos, do movimento True Love Waits (O Verdadeiro Amor Espera), lançado em 1994 na cidade de Baltimore, capital do estado de Maryland, Estados Unidos, as quais prometeram, por escrito, manter-se virgens até o dia do casamento. O pacto que assumiram diz o seguinte:

“Acreditando que o verdadeiro amor espera, eu me comprometo diante de Deus, de mim mesma, minha família, meu namorado, meu futuro companheiro e meus futuros filhos a ser sexualmente pura até o dia em que entrar numa relação de casamento” (Jornal do Brasil, Ana Maria Mandin, 12/03/94).

É relevante observar, o que disse Chip Alkford, um dos líderes do movimento:

“Nunca pensamos que os jovens se interessariam tanto numa época em que a sociedade estimula a iniciação sexual cada vez mais cedo e quem não segue a onda é considerado esquisito” (idem).

Este exemplo não é único, e mostra o renascer da castidade.

Quando o Papa João Paulo II esteve nas Filipinas, em janeiro de 1995, houve uma concentração de 4 milhões de pessoas para participar da missa que ele celebrou em Manila; nesta ocasião um grupo de cinquenta mil jovens entregou ao Papa um abaixo assinado se comprometendo a viver a castidade. O Papa ficou emocionado.

A castidade é a virtude que mais forma homens e mulheres de verdade, de acordo com o desejo de Deus, e os prepara para constituir famílias sólidas, indissolúveis e férteis. Mas infelizmente, também nós católicos, por terrível omissão, permitimos que fosse arriada a bela bandeira da castidade. Ficamos mudos e calados diante de uma sociedade hedonista que nos impôs, goela abaixo, os horrores de um “sexo-livre”, devasso e pervertido.

Certa vez disse o grande papa Leão XIII que “a audácia dos maus se alimenta da covardia dos bons”. Isto nunca foi tão verdadeiro quanto à nossa omissão na defesa da castidade e da virgindade. Nossos jovens cresceram sem receber a menor informação sobre o “brilho” da virtude da pureza; e, por isso hoje, quase sem culpa, estão encharcados de sexo vazio.

É preciso portanto, que os pais cristãos, tenham coerência e coragem para transmitir aos filhos esses valores, que são divinos e eternos.

O remédio principal que a nossa sociedade doente precisa é de uma escala de valores condizente com a dignidade humana, sob pena de nos igualarmos aos animais.

O homem não é apenas um corpo; tem uma alma imortal, criada para viver para sempre na glória de Deus. Isto dá um novo sentido à vida.

Não fomos criados para nos contentarmos apenas com o prazer sexual passageiro. Fomos feitos para o Infinito, e só em Deus satisfaremos plenamente as nossas tendências naturais.

Já é hora de voltarmos a falar aos jovens, corajosamente, sobre a importância da castidade e da virgindade.

A família cristã, diante deste mundo paganizado, é chamada a dar testemunho dessas verdades.

Também sobre o homossexualidade, infelizmente hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.

“Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação” (Lev 18,22).

“Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável” (Lev 20,13).

São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualidade como uma abominação.

Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Deus ama o homossexual, mas não quer a homossexualidade.

Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:

“Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar-se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral… Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação” (20/02/94).

O Catecismo da Igreja, embora reconheça que a gênese do homossexualidade é ainda um tanto desconhecida, no entanto é claro na condenação dos “atos de homossexualidade”:

“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-20; 1 Tm 1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade” são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural” (nº 2357).

Os atos de homossexualidade ofendem a castidade. Se por um lado, a sua origem é controvertida, por outro lado, a sua prática é condenada pela Igreja como “intrinsecamente desordenados” e “contrários à lei natural”. Diz o Catecismo que “em caso algum podem ser aprovados” (§ 2357)

Portanto, neste assunto, os pais precisam tomar cuidado para que o filho firme-se na sua sexualidade própria. Não permitir que o menino fique com procedimentos de menina e vice-versa. Nota-se que a falta de um bom pai ou de uma boa mãe, como padrões, pode gerar nos filhos distúrbios de sexualidade. O desmoronamento familiar também é a causa do aumento de jovens homossexuais.

Sobre a masturbação, também defendida por muitos como “algo normal”, ensina a Igreja que é um ato desordenado:

“Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado” (nº 2352).

Enfim, diz o nosso indispensável Catecismo:

“Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (idem).

Neste campo os pais precisam ser cautelosos, especialmente com os meninos. Sabemos que, para muitos deles, a masturbação acaba se tornando até um vício. Em segundo lugar, não fazer uma tempestade porque descobriu que o filho ou a filha tem este mau hábito.

Na maioria das vezes o jovem se masturba porque a sua cabeça está cheia de fantasias sexuais. Portanto, há que se mostrar a eles que sem uma castidade de pensamentos, jamais haverá castidade de atos. É preciso mostrar-lhes que enquanto se derem ao mau hábito de ver revistas e filmes pornográficos e outras práticas dessa natureza, jamais serão castos.

A nossa sociedade é inconsequente; de um lado joga os jovens contra o sexo de todas as formas, mas depois fica desesperada porque constata que já são mais de três milhões de adolescentes grávidas, com 13 a 15 anos, sem o menor preparo para serem mães e criarem os seus filhos. Como disse o Papa aqui no Brasil, serão crianças “órfãs de pais vivos”. Planta-se o “amor livre”, distribui-se a “camisinha”, colhe-se a gravidez precoce, o estupro, a imoralidade. Isto nos faz lembrar daquelas palavras de Jesus: “geração adúltera!”

O filósofo católico Paul Claudel disse certa vez que: “O jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio”.

Nada enobrece tanto a vida de um jovem quanto vencer um desafio, especialmente no campo da moral e do seu aprimoramento espiritual.

O remédio contra a impureza é a castidade. Para a nossa sociedade ela cheira “bolor”; mas é preciso lembrar-lhe que foi do bolor que Alexandre Fleming descobriu a penicilina que salvou tantas vidas.

Nada tem sido tão prejudicial aos jovens, às famílias e à nação, quanto o propagado “sexo livre” ou “amor livre”. Por esta via, a família vai à destruição, os pais se separam e os filhos se tornam carentes do seu amor.

Sabemos, como dizia John Spalding, que “as civilizações não perecem por falta de cultura e de ciência, mas por falta de princípios morais”.

Um homem só é digno deste nome quando aprende a submeter o seu corpo e os seus instintos à sua vontade.

Muitos são os atos contra a pureza. O nosso Catecismo os chama de “ofensas à castidade” (CIC §2351): luxúria, masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, adultério, etc.

A luxúria é definida como a busca do prazer sexual por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união do casal (§ 2351).

Toda união carnal entre um homem e uma mulher livres, fora do casamento, é chamada de fornicação (§ 2353).

O adultério acontece quando esta união envolve um homem ou uma mulher casados.

Toda exibição sexual, fora da intimidade dos parceiros, real ou simulada, é pornografia. Ela acontece hoje através de todos os meios de comunicação, agora até mesmo pelo telefone e computador.

O Catecismo ensina que “ela ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito” (§ 2354).

A prostituição é hoje um verdadeiro “flagelo social” (cf.CIC, § 2355), que envolve crianças, jovens, homens, mulheres, muitas vezes levados a isto por causa da miséria, chantagens e pressões diversas.

O estupro ofende gravemente a castidade, já que é uma seríssima violência à intimidade sexual da pessoa estuprada. Mais grave ainda é o incesto, estupro cometido pelos pais, ou educadores.

O crescimento atual e absurdo do número de casos de incesto e estupro “que eram raros no passado” só se explica pela decadência moral da nossa época, principalmente, por causa das TVs e dos filmes eróticos.

Hoje os jovens são incitados ao sexo ao máximo e, como consequência temos os estupros e bestialidades.

Quando falamos dos pecados contra a castidade, que ferem o 6º e 9º mandamentos, precisamos dizer que, muito pior e muito mais grave do que o pecado daquele que cai por fraqueza, é o daquele que “explora o sexo” comercialmente. Este, mais do que o primeiro, comete um pecado gravíssimo, já que pratica uma ação imoral, que destrói a dignidade da pessoa, de maneira premeditada, querida, calcando aos pés, por causa do amor ao dinheiro, o próprio templo do Espírito Santo, que é a pessoa.

Lamentavelmente, esses casos são muitos, e bradam justiça aos céus: motéis, exploração da prostituição, tele-sexo, “casas de massagens”, filmes eróticos, exploração acintosa do sexo na TV, revistas e propagandas eróticas, etc.

Aqueles que promovem tais coisas terão contas pesadas a acertar com Deus, pois fazem isto, não por fraqueza humana, mas por amor ao dinheiro.

A luta cristã contra a impureza exige que se fuja de toda ocasião de pecado. Sabemos que “a ocasião faz o ladrão”, e aquele que brinca com o perigo nele perece.

Especialmente o jovem que quer se manter puro e casto antes do casamento, terá que fugir de toda ocasião que possa excitar a paixão: livros, revistas, filmes eróticos, bem como, no namoro, toda ocasião que possa propiciar uma vivência sexual precoce.

O namoro não é o tempo de viver as carícias matrimoniais, pois elas são o prelúdio do ato sexual, que não deve ser realizado no namoro. O que precisa haver entre os namorados é carinho, não as carícias íntimas.

Além disso será preciso, para todos, solteiros e casados, o auxílio da graça de Deus; para os solteiros, a fim de que se não vivam o sexo antes do casamento; para os casados, a fim de serem fiéis um ao outro.

É grande a recompensa daquele que luta bravamente para manter a própria pureza. Jesus disse que esses são bem-aventurados (felizes) porque verão a Deus.

Um jovem casto é um jovem forte, cheio de energias para o descobrimento de sua vida profissional e moral. É na luta para manter a castidade que ele se prepara para ser fiel à sua esposa amanhã.

É por isso que Monsenhor Thiamer Toth disse no seu velho livro, “O Brilho da Castidade”, que se tivesse que dar uma medalha de ouro para um general que venceu uma batalha, ou para um jovem casto, a daria para este último.

A grandeza de um homem não se mede pelo poder que possui de dominar os outros, mas pela capacidade de dominar a si mesmo.
Esta sempre foi a coluna que manteve de pé as civilizações e os grandes homens, e hoje, também, precisa ser resgatada e preservada, sob pena de vermos perecer a nossa civilização.

Nossa humanidade hedonista, amante do prazer, a qualquer custo, ri da castidade e da virgindade, e por isso paga um preço caro pela devassidão dos costumes. Para reerguer esta sociedade será preciso resgatar esses valores que nunca envelhecem.

Vale a pena refletir um pouco no que dizia o Mahatma Gandhi, que libertou a Índia, e que não era cristão, mas amava Jesus:

“A castidade não é uma cultura de estufa… A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária”.

Gandhi amou tanto a castidade que alterou até a sua vida conjugal.

“Sei por experiência que, enquanto considerei minha mulher carnalmente, não houve entre nós verdadeira compreensão. O nosso amor não atingiu o plano elevado… No momento em que disse adeus a uma vida de prazeres carnais, todas as nossas relações se tornaram espirituais”.

Embora este pensamento não esteja plenamente de acordo com a moral católica, no entanto, mostra o valor imenso da castidade para um homem que não era batizado. Ele ainda dizia:

“A vida sem castidade parece-me vazia e animalesca”.

“Um homem entregue aos prazeres perde o seu vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo. A mente daquele que segue as paixões baixas é incapaz de qualquer grande esforço”.

A castidade longe de ser uma prisão, ao contrário, abre cada vez mais as portas da verdadeira liberdade. Só compreende isto quem a vive.

Para haver a castidade nos nossos atos, é preciso que antes ela exista, em nossos pensamentos e palavras. Jamais será casto aquele que permitir que os seus pensamentos, olhos, ouvidos, vagueiem pelo mundo do erotismo. É por não observar esta regra que a maioria pensa ser impossível viver a castidade.

Gandhi valorizou até mesmo o celibato:

“Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto…”

“Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa”.

Finalmente é preciso dizer, que não basta dominar apenas um órgão dos sentidos, e deixar os demais livres. É preciso uma vigilância simultânea sobre todos os sentidos, a fim de que o nosso esforço não seja em vão.

Assim, para dominar o sexo, será preciso também dominar a gula; pois a liberação de um instinto provoca a liberação dos outros.

Prof. Felipe Aquino

Editora Cléofas

https://cleofas.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF