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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A vacina é uma vitória da ciência e da humanidade

A3pfamily | Shutterstock
por Octávio Messias

Aprovação da CoronaVac e da vacina de Oxford representa um alento e indica uma saída da pandemia.

A pandemia do coronavírus trouxe à tona um negacionismo e um desprezo pela vida de obscurantismo comparável à Idade Média. O que pode ser visto não só nas redes sociais como no comportamento da população, que promove aglomerações desprezando as recomendações da Organização Mundial de Saúde e dos principais órgão de epidemiologia, sem falar no uso de máscaras e na rotina de se higienizar as mãos, aos quais já deveríamos estar habituados. O resultado dessa negligência pode ser observado no colapso do sistema de saúde e na falta de oxigênio em Manaus, o que vem custando vidas inclusive de bebês recém-nascidos, uma vez que respiradores não servem somente para infectados com covid-19. E se continuarmos nessa toada, essa tragédia deve se repetir em outras regiões brasileiras. 

Esforço coletivo

Atualmente o país registra quase 210 mil mortes da doença (10% do número total de óbitos causados por covid-19 no mundo). Tratando-se de uma situação que exige um esforço coletivo para a erradicação da doença, estamos falhando, e muito. Como o vírus não só pode matar individualmente cada infectado, como ele pode se alastrar pelas pessoas que cruzarem seu caminho, uma mentalidade individualista não pode ter vez. Ou saímos dessa juntos, ou ninguém sai. E o surgimento de novas mutações do vírus, como as observadas no Reino Unido, na África do Sul e no Amazonas, apenas aumentam o caráter de urgência dessa crise.

Aprovação

De modo que a aprovação da CoronaVac e da vacina de Oxford, anunciada neste domingo pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), representa uma vitória da ciência contra a doença e da humanidade contra a morte e o obscurantismo. Vale salientar o mérito da CoronaVac, desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, uma vez que o investimento em pesquisa e tratamentos de covid-19 no Brasil foi de US$ 8,4 milhões, um valor ínfimo se comparado ao que foi gasto para o mesmo fim nos Estados Unidos (US$ 10 bilhões), no Reino Unido (US$ 6 bilhões) e na União Europeia (US$ 613 milhões).

Responsabilidade

Depois de dez meses de angústia e ansiedade, finalmente encontramos um alento, um caminho para sair dessa situação e com sorte, em breve, voltarmos a viver dentro de uma normalidade. Mas, novamente, o vírus só será devidamente erradicado se nos unirmos em um esforço coletivo. Infectologistas apontam que as vacinas só cumprirão seu propósito no país se tomadas por pelo menos 60% da população. Portanto é importante se conscientizar que tomar a vacina é uma resposabilidade individual que afeta o coletivo. Ainda levará grande parte do ano para que o antídoto chegue a tanta gente, logo, no meio tempo, precisamos respeitar os protocolos e manter o distanciamento social. Para que, logo, todos possam retomar suas vidas como eram antes da pandemia, com o mínimo de fatalidades nesse meio-tempo. 

Aleteia

A oração do Papa pelas vítimas da pandemia em Manaus

Papa Francisco | Vatican News

https://youtu.be/qyOUmHeDWsg

Ao saudar os fiéis de língua portuguesa conectados para a Audiência Geral, o Papa Francisco dirigiu sua oração às vítimas do coronavírus.

Vatican News

“Nestes dias a minha oração é por quantos sofrem com a pandemia, de modo especial em Manaus, no norte do Brasil. Que o Pai das Misericórdias lhes sustente neste momento difícil. Lhes abençoo de coração!”

Esta foi a saudação que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis de língua portuguesa na Audiência Geral desta quarta-feira.

Não é a primeira vez que o Pontífice manifesta sua preocupação com a capital do Amazonas. Na primeira onda da pandemia, Francisco ligou para o arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, para manifestar a sua solidariedade e proximidade às vítimas do novo coronavírus. Era o dia 25 de abril de 2020.

Agora, Manaus volta a viver uma tragédia, com a morte de pacientes nos hospitais por asfixia devido à falta de oxigênio.

Dom Leonardo gravou um vídeo fazendo um apelo por ajudas: “Coloquemos a serviço de todos a nossa humanidade melhor, e coloquemos também a serviço de todos as nossas forças espirituais”. 

O arcebispo fez um pedido para “deixar de lado as agressões, os negacionismos, deixar de lado a política que divide, que corrompe, deixar de lado os lucros acima da pandemia”.

Em entrevista ao Vatican News, o missionário espanhol Padre Luis Miguel Modino declarou se vive uma realidade de morte” no Estado, relatando também as ajudas oferecidas pela Igreja.

Dois dias atrás, a Covid-19 fez mais uma vítima entre o clero de Manaus, com a morte do sacerdote palotino Celestino Ceretta, aos 79 anos.

Vatican News

5 santos que te ajudarão contra a depressão

Imagem referencial. Crédito: Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 19 jan. 21 / 12:00 pm (ACI).- Ontem foi reordada a “Blue Monday”, o dia mais triste do ano. Trata-se da terceira segunda-feira do ano e a escolha desta data remonta a 2005, quando o professor da escola de psicólogos da Universidade de Cardiff, Cliff Arnall, indicou que por uma fórmula matemática este dia é o mais triste.

Muitas organizações usam essa data, que se afirma que nasceu realmente de uma campanha publicitária, para recordar a importância da saúde mental, especialmente diante da doença da depressão, e oferecer apoio às pessoas que a padecem.

Esta enfermidade não é distante dos fiéis de Deus e, neste artigo, apresentamos cinco santos que podem ajudar na luta contra a depressão.

1. São Francisco de Sales

São Francisco de Sales foi conhecido como o santo da amabilidade. Quando era muito jovem, começou a ter o pensamento constante sobre sua própria condenação, estando certo de que iria para o inferno.

Este pensamento incessante o levou a perder o apetite e sofrer noites contínuas de insônia, repercutindo em sua saúde. São Francisco perdeu muito peso e temiam que enlouquecesse pela falta de sono.

Então, disse a Deus: “Não me interessa que me mandes todos os suplícios que queiras, contanto que me permitas seguir te amando sempre”. Na igreja de Santo Estêvão, em Paris, ajoelhado diante da imagem da Virgem, pronunciou a famosa oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria...” e conseguiu milagrosamente recuperar a paz.

2. Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus relatou em seus escritos que, quando era criança, sofria de uma doença que, pelos sintomas, se assemelha ao que hoje se conhece como depressão, e como foi libertada graças a “Nossa Senhora do Sorriso”.

“Dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes. Do leito, virei meu olhar para a imagem de Nossa Senhora, e, de repente, a Santíssima Virgem apareceu-me bonita, tão bonita que nunca vira algo semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o ‘sorriso encantador da Santíssima Virgem’”, escreveu a santa carmelita.

“Todas as minhas penas se foram naquele momento, duas grossas lágrimas jorraram das minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto. Eram lágrimas de pura alegria… Ah! pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, estou feliz… (…) Fora por causa dela, das suas intensas orações, que eu tivera a graça do sorriso da Rainha dos Céu…”, expressou.

3. São João de Deus

São João de Deus, fundador da ordem Hospitaleira, dirigiu um hospital para os pobres, onde trabalhou incansavelmente por dez anos. Estava em constantes jejuns e passava as noites cuidando dos doentes. Seus contínuos resfriados prejudicaram sua saúde.

É conhecido como padroeiro dos que trabalham nos hospitais e se pode recorrer a ele para pedir sua intercessão quando as pessoas sofrem de depressão.

4. Santa Flora de Beaulieu

Santa Flora de Beaulieu ingressou no convento das monjas “hospitaleiras” da ordem de São João de Jerusalém. Desde sua entrada, Flora teve que enfrentar todos os tipos de provações espirituais.

A santa começou a sofrer um período intenso e prolongado de depressão que afetava seu comportamento, a ponto de irritar suas companheiras, as quais insistiam em tratá-la como demente.

No entanto, com a ajuda de um confessor compreensivo que acreditou nela, fez um grande progresso na vida espiritual e Deus finalmente lhe concedeu as mais extraordinárias graças místicas.

5. Santa Hildegarda de Bingen

Santa Hildegarda de Bingen foi uma religiosa beneditina que viveu no século XII e a quem foram reveladas as causas de algumas doenças e seus tratamentos. Não tinha estudos, por isso sempre manifestou que toda sua sabedoria vinha de visões do Céu, que lhe ditava “uma voz viva” que lhe indicava que cada doença tinha um remédio oferecido pela natureza.

Com base nessas visões, Santa Hildegarda escreveu vários livros de medicina nos quais mostra que o homem não está condenado à doença, mas que pode evitá-la ou curá-la de maneira natural, levando um modo de vida coerente.

A santa alemã descobriu alguns tratamentos para lidar com doenças como a depressão.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

São Sebastião, mártir

São Sebastião | Vatican News

São Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo Jesus. Sua história é conhecida somente pelas atas romanas de sua condenação e martírio. Nessas atas de martírio de cristãos, os escribas escreviam dando poucos detalhes sobre o martirizado e muitos detalhes sobre as torturas e sofrimentos causados a eles antes de morrerem. Essas atas eram expostas ao público nas cidades com o fim de desestimular a adesão ao cristianismo.

São Sebastião, soldado romano e cristão

São Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França, em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós, significa divino, venerável. Ainda pequeno, sua família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião optou por seguir a carreira militar de seu pai.

No exército romano, chegou a ser Capitão da 1ª da guarda pretoriana. Esse cargo só era ocupado por pessoas ilustres, dignas e corretas. Sebastião era muito dedicado à carreira, tendo o reconhecimento dos amigos e até mesmo do imperador romano, Maximiano. Na época, o império romano era governado por Diocleciano, no oriente, e por Maximiano, no ocidente. Maximiano não sabia que Sebastião era cristão. Não sabia também que Sebastião,  sem deixar de cumprir seus deveres militares, não participava dos martírios nem das manifestações de idolatria dos romanos.

Por isso, São Sebastião é conhecido por ter servido a dois exércitos: o de Roma e o de Cristo. Sempre que conseguia uma oportunidade, visitava os cristãos presos, levava uma ajuda aos que estavam doentes e aos que precisavam.

Missionário no exército romano

De acordo com Atos apócrifos atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião teria se alistado no exército romano já com a única intenção de afirmar e dar força ao coração dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas.

Martírio de São Sebastião

Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o exército. E este era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.

Recuperação

Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos.

Segundo martírio de São Sebastião

Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Desta vez o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos apóstolos.

Sepultamento

Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo.

Devoção a São Sebastião

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março.

Oração a São Sebastião

São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei a mim, minha família e todo o país do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém.

https://cruzterrasanta.com.br/

São Fabiano, papa e mártir

São Fabiano | Vatican News

Papa São Fabiano ( ? – 250)

Papa (236-250) e santo da Igreja Cristã Romana nascido em Roma, que morreu mártir (250) durante a perseguição do Imperador Décio. Fazendeiro de origem, foi ao túmulo de São Pedro para orar e pessoas juraram que viram um sinal do Espírito Santo sobre sua cabeça. Foi eleito e ordenado diácono, presbítero, bispo e eleito papa no mesmo dia. O seu pontificado coincidiu, exceto no início e no final, com um período excepcional de paz, prosperidade e desenvolvimento da Igreja. Foi administrador enérgico e de grande visão e no censo que realizou na Igreja de Roma, contabilizou que na cidade, havia sete circunscrições eclesiásticas, com sete bispos, quarenta e seis presbíteros, sete diáconos, cinquenta e dois exorcistas, leitores e porteiros, mil e quinhentas viúvas sob a proteção da Igreja, e um total de quarenta mil cristãos. Pelo Liber Pontificalis, a coleção de biografias papais, mandou fazer muitos trabalhos nas catacumbas, inclusive a ampliação da de S. Calisto. O termo catacumba é a denominação dos primitivos cemitérios cristãos, constituídas por galerias, cubículos e outras cavidades. Admirado por São Cipriano, foi venerado no Oriente como grande santo milagreiro. Segundo o autor Eusébio, em sua História Eclesiástica, Orígenes endereçou-lhe um tratado em que se defendia da acusação de heresia.

O Imperador Décio desencadeou uma ferrenha perseguição contra a Igreja (246) e ele fugiu de Roma e deu início à vida eremita, com os anacoretas. Preso, no final de seu pontificado sustentou inflexível o processo na presença do imperador Décio, de quem se diz ter pronunciado no final do julgamento: Prefiro ter um rival no império do que um bispo em Roma. Martirizado em Roma, o pontificado ficou 14 meses sem ocupação, devido à violenta perseguição de Décio, inclusive porque seus possíveis sucessores estavam todos na prisão por ordem do imperador. Durante este período o principal interlocutor do clero de Roma foi um eclesiástico chamado Novaciano. Quando a situação permitiu a grande maioria escolheu o romano Cornélio, não por iniciativa própria, mas pela sua reconhecida humildade, prudência e bondade.

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

https://www.portalsaofrancisco.com.br/

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Catequeses Mistagógicas (Parte 3/8)

São Cirilo de Jerusalém (313-350)

Catequeses Mistagógicas

I.5 Autoria das Catequeses

A. Piédagnel apresenta, na edição francesa das Catequeses Mistagógicas22, uma visão histórica bastante ampla da questão da autoria das catequeses, em geral, e das Mistagógicas, em particular.

A questão surgiu no século XVI com Josias Simler que, fundado em um catálogo de manuscritos gregos da cidade de Augsburgo, conclui que a totalidade das catequeses são erroneamente atribuídas a Cirilo. Teriam sido proferidas por João II de Jerusalém, sucessor de Cirilo. Mais tarde, o protestante Thomas Mille refere-se não mais ao catálogo, mas aos títulos encontrados em tal manuscrito e que não indicam a autoria das catequeses «ad illuminandos». As cinco mistagógicas têm, no entanto, a João como autor. Mesmo assim Thomas as atribui a Cirilo. A edição de A. Touttée, beneditino, algum tempo depois, busca provar a autoria de Cirilo para as Mistagógicas.

No século XIX as edições de W. K. Reischl e J. Rupp, embora assinalem que o Codex Monacencis 394 por duas vezes citava as mistagógicas como sendo pronunciadas por João II, consideram não ser um argumento válido para negar a autoria de Cirilo face a tantos outros testemunhos em seu favor.

Quatro outros manuscritos, o Ottobonianus 86 (s.X-XI), o Ottobonianus 446 (s.XV), o Vaticanus 602 (s. XVI) e o Monacensis 278 (s.XVI), atribuem as mistagógicas ora a Cirilo, ora a João. Por causa de tais manuscritos, Th. Schermann, W. J. J. Swaans, M. Richard, W. Telfer, G. Kretschmar e outros fazem remontar a redação das mistagógicas para o final do IV século, atribuindo-as a João II.

Apesar de tais objeções, diversos autores citam outros manuscritos, como por ex. o Bodleianus Roe25, o Vindobonensis 55 etc., que apresentam as catequeses mistagógicas sem nome do autor, logo após a Catequese Preliminar e as dezoito Pré-batismais. Antecede à Catequese Preliminar o nome de Cirilo. Existe também uma tradição literária, embora tardia (séc. VIII-XI), na qual encontram-se citações das Catequeses Mistagógicas com o nome de Cirilo. Ademais, fez-se toda uma análise das diversas catequeses chegando-se a inúmeras provas que falam de um único e mesmo autor, Cirilo. O estudo comparativo entre passagens de textos de cada grupo de catequeses indica uma origem comum. «Touttée, escreve A. Piédagnel, assinalava também o emprego do mesmo método de exposição nas duas séries de catequeses: ele consiste em partir de uma citação da Escritura, em se referir ao longo da Catequese a numerosos textos, do AT em particular, em intercalar aí algumas paráfrases, em terminar por uma exortação de ordem moral e uma doxologia idêntica».

Chegou-se assim a um consenso final de que não se encontra na tradição manuscrita um respaldo suficiente para negar a autoria de Cirilo não só em relação à Catequese Preliminar e às dezoito Pré-batismais, como também em relação às Catequeses Mistagógicas. 15

I.6 Conteúdo doutrinário das Catequeses

A doutrina exposta por S. Cirilo nas Catequeses se resume basicamente ao Credo. Eis a profissão de fé da comunidade de Jerusalém:

1. Cremos em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

2. E em um Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai, Deus verdadeiro, antes de todos os séculos, pelo qual foram feitas todas as coisas.

3. Que veio na carne e se fez homem (da Virgem e do Espírito Santo).

4. Foi crucificado e sepultado.

5. Ressuscitou ao terceiro dia.

6. E subiu aos céus e está sentado à direita do Pai.

7. E virá na glória para julgar os vivos e os mortos, cujo reino não terá fim.

8. E em um Espírito Santo, o Paráclito que falou nos profetas.

9. E em um batismo de penitência para remissão dos pecados.

10. E em uma santa católica Igreja.

11. E na ressurreição da carne.

12. E na vida eterna.

O símbolo não se encontra escrito integralmente nas Catequeses. Isso por causa da disciplina do arcano. Cirilo insiste sobre o segredo que os candidatos devem conservar não divulgando o que lhes fora ensinado. «Oferecemo-vos em poucos versículos o dogma inteiro da fé. Quero que o fixeis com as próprias palavras e o repitais convosco mesmos com todo cuidado, não o escrevendo em papel, mas gravando-o na memória de vosso coração». 24

O texto acima apresentado foi restabelecido por Touttée a partir do que se podia colher cá e lá nos títulos e ao longo das Catequeses. Todavia, a reconstrução, embora nos sugira qual seja o Credo de Cirilo, não é autêntica em todas as suas partes. Nas Catequeses 9,4 e 10,3 temos citações de Cirilo e que foram certamente transcritas de modo fiel pelos taquígrafos. Quanto aos títulos não se dá o mesmo. Parecem ser mais apresentações do redator que do próprio Cirilo. O redator procura resumir em poucas palavras o assunto a ser tratado nas Catequeses. Apesar destas dificuldades o texto exprime substancialmente o símbolo de Cirilo.

As Catequeses falam da fé e de suas fontes: a Sagrada Escritura e a Tradição, unidade e trindade de Deus, divindade e consubstancialidade das três Pessoas, mistério da Redenção, anjos, origem divina do homem, espiritualidade e imortalidade da alma, livre arbítrio, pecado, novíssimos, Igreja, sacramentos. Sobre o Cristo Cirilo rejeita o arianismo e apresenta sua posição que concorda com a fé de Nicéia. Cristo é verdadeiramente Deus. Ele é um com o Pai. «São um pela dignidade da divindade (...) Um são eles, porque não há entre eles discórdia ou separação, pois não são umas as obras criadas por Cristo, outras as criadas pelo Pai». O Espírito Santo é professado como uma personalidade distinta do Pai e do Filho, gozando igualmente da mesma divindade. Ele proclama sua fé trinitária: «Indivisa a fé, inseparável a piedade. Não fazemos separação na Santíssima Trindade, como alguns; nem confusão, como Sabélio». 26

Estes temas não são tratados de modo igual, pois o objetivo de Cirilo é explicar o Símbolo e não apresentar um tratado sobre cada um dos temas. As Catequeses Mistagógicas, no entanto, falarão extensamente do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. Cirilo apresenta uma visão geral do batismo, explicitando o significado da unção e da imersão, e aponta seus efeitos, eficácia, necessidade, autor, sujeito e ministro.

Pelo batismo o cristão participa da vida mesma de Cristo. Cristo assumiu toda a realidade humana para que pudéssemos participar da salvação. «Batizados em Cristo e dele revestidos vos tornastes conformes ao Filho de Deus». Esta semelhança ao Filho é significada especificamente na Crisma, quando, «ungidos com o óleo, fostes feitos participes e companheiros de Cristo». Este processo de assemelhação ao Filho se realiza no e pelo próprio Filho, que se torna alimento espiritual. «Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consangüíneo com Cristo». Ele é bastante explícito ao declarar que o pão e o vinho não são simples elementos, mas «são, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue».30 A coroa ou o «edifício espiritual» de toda instrução é a celebração eucarística, que o bispo de Jerusalém descreve minuciosamente interpretando a liturgia eucarística em seu desenrolar.

Vê-se pois a importância e o sentido das Catequeses de S. Cirilo não só para a Catequese e para a Liturgia, como também para a Teologia, que tem nelas o testemunho da Tradição cristã sobre as principais verdades de fé.

I.7 Método e estilo

Em suas obras, Cirilo não nos deixa perceber que tenha observado um método com regras precisas. Com isso não se quer dizer que não haja certa ordem ao longo da exposição. Por vezes ele começa apresentando o erro dos hereges e mostra o ponto fraco da doutrina deles, para então expor a verdadeira doutrina e os argumentos que a apóiam. Outras vezes segue exatamente o caminho oposto. E quando a doutrina é puramente moral, como na Catequese Preliminar; ele não observa nenhuma ordem. Ele apresenta suas considerações assim como elas lhe vêem à mente. Penitência, aversão ao pecado, oração, leitura da Bíblia, rejeição da heresia, distanciamento de espetáculos e jogos maus ou perigosos, são recomendações que voltam sempre que é possível.

Quanto ao estilo, ele é bastante popular e simples. Diante de um auditório, que era de iniciantes na fé, sua linguagem assume uma feição muito familiar. É em tom de conversação que ele desenvolve as instruções. Muitas vezes ele deixa o tratamento «vós», que é empregado quando ele se dirige aos seus ouvintes de modo geral, e fala em «tu» como se estivesse se dirigindo pessoalmente a alguém. Refletem as Catequeses comunicação e clareza de linguagem. Algumas vezes porém ele deixa perceber uma eloqüência muito viva. Lemos na sexta Catequese: «Lembrai-vos do que foi dito: Que consórcio há entre a justiça e a iniqüidade? Que comunidade entre a luz e as trevas? (...) Aqui há ordem, aqui há disciplina, aqui há seriedade, aqui há castidade, aqui é considerado pecado olhar alguma mulher com olhos concupiscentes. Aqui o matrimônio é mantido em santidade (...). Associa-te às ovelhas. Foge dos lobos. Não te afastes da Igreja...». 31

ECCLESIA

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia

Shutterstock | Connect world
por Francisco Vêneto

Segundo o Worldometers, nesta manhã os abortos em 2021 ultrapassaram 2,038 milhões, superando os 2,033 milhões de mortos por covid.

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia. Na manhã desta segunda-feira, 18 de janeiro, a soma das mortes provocadas pela covid-19 em todo o planeta ao longo dos últimos 12 meses ultrapassou os 2,033 milhões. Nesta mesma manhã, o total de abortos feitos no mundo somente em 2021 já superou essa dramática marca: foram mais de 2,038 milhões de abortos desde o dia 1º de janeiro.

Isso mesmo: só nos primeiros 17 dias e meio do ano de 2021, os abortos propositais já são mais numerosos do que toda uma pandemia histórica de covid-19 ao longo de 1 ano inteiro.

A fonte dos dados é o site Worldometers.info, um painel de estatísticas mundiais que apresenta números a partir de fontes oficiais. Ele mostra, por exemplo, que, do dia 1º de janeiro de 2021 até a manhã deste dia 18 do mesmo mês, já nasceram 6,7 milhões de pessoas, enquanto faleceram 2,8 milhões de seres humanos – sem contar os casos de aborto.

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia

Os números do Worldometers, por mais chocantes e inacreditáveis que pareçam, guardam coerência com os dados históricos da própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo estatísticas da OMS confirmadas pelo Instituto Guttmacher, entre 2015 e 2019 foram realizados em média 73,3 milhões de abortos não espontâneos POR ANO, ou seja, uma média de 6,10 milhões de abortos POR MÊS.

Além disso, dados de 2018 do Center for Disease Control (Centro de Controle de Doenças), dos Estados Unidos, mostram que, só nos EUA, as mulheres negras são levadas a abortar 3 vezes mais do que as mulheres brancas: 33,6% dos bebês que foram mortos em abortos eram negros, embora a população negra no país represente apenas 12,3% da população.

Aleteia

Nove bispos católicos com Covid-19 morreram em uma única semana

Imagem referencial / crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa

Roma, 19 jan. 21 / 07:00 am (ACI).- Na semana passada, nove bispos católicos morreram em todo o mundo após testar positivo para Covid-19.

Entre 8 e 15 de janeiro, bispos de três continentes morreram por causa do coronavírus. Os bispos falecidos tinham entre 53 e 91 anos. Cinco dos bispos morreram na Europa, onde uma nova variedade de coronavírus levou muitos países a implementar mais restrições.

Quatro bispos morreram no mesmo dia, 13 de janeiro: o Bispo de Glasgow (Escócia), Dom Philip Tartaglia, que tinha 70 anos; o Bispo de Monze (Zâmbia), Dom Moses Hamungole, falecido aos 53 anos; o Bispo de Fano (Itália), Dom Mario Cecchini, de 87 anos; e o Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro (RJ) Cardeal Eusébio Oscar Scheid, de 88 anos.

Dom Tartaglia testou positivo para Covid-19 depois do Natal e se isolou, mas a Arquidiocese de Glasgow enfatizou que a causa de sua morte ainda não estava clara.

Os sinos tocaram em toda a diocese colombiana de Santa Marta, no dia 12 de janeiro, em homenagem a Dom Luis Adriano Piedrahita Sandoval, de 74 anos, falecido no dia 11 de janeiro por complicações da Covid-19. O bispo de Trujillo (Venezuela), Dom Cástor Oswaldo Azuaje, de 69 anos, foi o primeiro bispo da Venezuela a morrer após contrair o vírus, em 8 de janeiro.

O Bispo da Eparquia greco-católica de Cluj-Gherla (Romênia), Dom Florentin Crihalmeanu, faleceu no dia 12 de janeiro, aos 61 anos. Sua eparquia o recordou como "uma alma diligente, mansa e humilde".

O Bispo emérito de Zielona Góra-Gorzów (Polônia), Dom Adam Dyczkowski, faleceu no dia 10 de janeiro, aos 88 anos, e o Arcebispo italiano, Dom Oscar Rizzato, faleceu aos 91, no dia 11 de janeiro.

O Papa Francisco expressou suas condolências pela morte do Cardeal Scheid em um telegrama em 14 de janeiro.

“Ofereço fervorosas preces para que o acolha na sua felicidade eterna e console pela esperança na ressurreição a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”, escreveu o Papa.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

A EDUCAÇÃO EM ALGUNS PADRES DA IGREJA

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

A educação é uma palavra latina educatio-onis, cujo significado é trazer para fora, levantar, levar a pessoa ao conhecimento, é obra e o resultado de educar, como correção também de comportamentos. Este processo de transmissão cultural sempre esteve presente na vida do ser humano como criado à imagem e semelhança de Deus. O Papa Francisco coloca a importância da educação na vida do ser humano e na vida eclesial. É importante ver essas noções em alguns dos santos padres que foram educadores de suas comunidades e escreveram também sobre a educação.

            Tertuliano, padre dos séculos II e III, do Norte africano, falou que muitos objetos utilizados na cultura em geral vieram do mundo pagão que os consideravam como deuses. No entanto são objetos no uso cristão como nos santos antigos, encontrando-os entre as coisas de Deus e no Cristo mesmo como encarnado. Tertuliano disse que Mercúrio inventou as letras do alfabeto, tão necessárias à nossa atividade e ao nosso relacionamento com Deus. Esculápio foi o primeiro encontrar os medicamentos; Minerva usou por primeiro o navio. O autor africano afirmou que os cristãos utilizaram essas coisas e que essas ainda que fossem inventadas pelas pessoas, receberam a inspiração de Deus, que por primeiro ordenou, instruiu à vida do ser humano[1].

            São Gregório de Nazianzo, bispo do século IV afirmou que todos os seres humanos dotados de intelecto concordam que a educação é o primeiro dos nossos bens; não só a mais excelente que despreza toda ambição, toda sofisticação nos discursos, visa à salvação e à beleza das realidades inteligíveis, mas também aquela pagã, que diz muita coisa sobre a realidade humana. As pessoas são chamadas a estimar o céu, a terra, o ar, e as coisas que nelas pertencem não como deuses, como fizeram muitos pagãos, mas como criaturas de Deus. Os cristãos como bons educadores devem colher nas coisas o que é útil à vida e fugir aquilo que não é conforme ao Criador.

          O bispo de Constantinopla e de Nazianzo afirmou também que os cristãos aceitavam as coisas provenientes das ciências pagãs, a contemplação e a investigação da natureza. A rejeição ocorria quando essas coisas levavam aos demônios, ao erro, ao abismo da perdição. O bispo reconhecia que os cristãos eram ajudados pela verdadeira religiosidade, porque daquilo que é inferior os cristãos eram conduzidos ao conhecimento daquilo que é superior, tendo feito de sua debilidade a força da nossa doutrina. Desta forma não se deve desprezar a sua educação como fazem alguns, mas a educação pagã deve ser levada em consideração para que com a sua forma de educar possam chegar até Deus, e assim fugir da condenação[2].

             São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla no século V dizia que a educação é dada também na imitação, no caso de São Paulo que foi fiel discípulo do Senhor, e andava muito nas comunidades para a evangelização. A educação é dada na família, na comunidade e nos diversos setores da sociedade. É preciso ter em mente a melhor educação que é dada pela obediência aos superiores, aos familiares, aos ministros, aos educadores, na superação da ignorância, para levar as pessoas ao temor do Senhor Deus[3].

            São João Crisóstomo colocou a importância de educar os filhos com grande solicitude, advertindo-os no Senhor. A juventude é uma etapa importante na vida de modo que é preciso corrigi-la, nutri-la, acompanhá-la, com muita atenção e muita luta. Será muito importante formar o caráter na juventude para que possa enfrentar as tentações, os problemas sendo uma pessoa que ama a Deus, ao próximo como a si mesmo. É preciso formar os filhos e as filhas nas virtudes para que vivam bem os compromissos que eles e elas assumirão com o tempo nas suas famílias, nas comunidades e na sociedade. Todas as filhas e filhos devem ser educados na sabedoria como um fermento transforma toda a massa na sua beleza[4].

            Ainda em São João Crisóstomo, realçou a importância da educação nos filhos, porque uma vez que essa ocorra, outras coisas passam em segundo plano. Será preciso educá-los na obediência, na fé e no amor. Se os pais querem que os seus filhos sejam obedientes, o bispo de Constantinopla afirmou que é preciso desde o início educá-los no bem, e adverti-los no Senhor (cfr. Ef 6,4). A palavra de Deus será muito importante na vida deles para que caminhem bem nas suas vidas. São João entendeu que é preciso tornar cristãos os filhos, seguidores do Senhor Jesus Cristo e da Igreja. Será importante apresentar a Sagrada Escritura para eles e elas, como forma de instrução e de seguimento à palavra de Deus. Os bons frutos virão nas pessoas, se forem educadas pelas Sagradas Escrituras, de modo que é preciso dar o exemplo, fazer com que desde a primeira idade, eles e elas se apliquem à leitura das Escrituras. É preciso educá-los nas coisas sábias que levam ao sacrifício, ao amor pela vida, à renúncia das coisas fáceis e não simplesmente dar-lhes as coisas que solicitam em tudo. As glórias terrenas passam de modo que é preciso que olhem as coisas futuras com Deus. Não será preciso que tenham uma vida longa, mas que alcancem a vida imortal, a vida sem fim[5].

            São Gregório Magno, Papa dos séculos VI e VII afirmou que era importante na educação instruir com amor as pessoas e não pela dureza porque a hostilidade não leva a abraçar as coisas com alegria e com amor. A educação é dada no amor em vista da unidade com Deus e com o povo[6].

            Nós vimos a educação como maneira de levar as pessoas até Deus e às pessoas para que educadas nas virtudes cristãs, participem um dia da vida eterna.

[1] Cfr. Tertulliano, La Corona, 8. In: La teologia dei padri, v. III. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pg. 30.

[2] Cfr. Gregorio di Naziano, Discorso funebre in onore di Basilio il Grande, 11. In: Idem, pg. 27..

[3] Cfr. Giovanni Crisostomo, Commento alla lettera ai Romani, 1,2. In: Idem, pgs. 250-251.

[4] Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelie sulla prima lettera a Timoteo, 9,2. idem, pgs. 381-382.

[5] Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelie sulla lettera agli Efesini, 21,1-2. Idem, pgs, 383-385.

[6] Cfr. Gregorio Magno, Lettere, 12 (A Pascasio, vescovo di Napoli), Idem, pg. 33.

CNBB

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir ações humanitárias dos EUA

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por Francisco Vêneto

Para administrar a USAID, agência dos EUA que realiza projetos de ajuda internacional, foi nomeada a defensora do aborto Samantha Power.

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir ações humanitárias dos EUA: na última quarta-feira, 13, o presidente eleito formalizou a escolha de Samantha Power para dirigir a USAID, agência do país que desempenha ações humanitárias e em prol do desenvolvimento internacional.

Samantha Power já foi embaixadora dos Estados Unidos junto à ONU entre 2013 e 2017, durante o governo de Barack Obama. Antes, ela já havia trabalhado no Conselho de Segurança Nacional, assessorando Obama e o então vice-presidente Biden sobre direitos das mulheres, conceito que, dentro da ideologia do Partido Democrata, inclui necessariamente o alegado “direito” ao aborto.

No mesmo dia 13 de janeiro de 2021, por ocasião da nomeação de Samantha Power para administrar a USAID, o conglomerado multinacional de clínicas de aborto Planned Parenthood a elogiou via rede social como “defensora dos direitos humanos”:

“Como voz firme pelos direitos humanos, Samantha Power tem a experiência e a oportunidade de promover a saúde sexual e reprodutiva e os direitos das pessoas em todo o mundo como administradora da USAID”.

É fundamental destacar que a expressão “saúde sexual e reprodutiva”, na linguagem assim chamada “progressista”, é um eufemismo no qual se encaixam narrativas pró-aborto como “direito humano”.

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir USAID

O próprio Joe Biden declarou sobre a recém-nomeada e sobre o que chamou de “sua clareza moral”:

“Samantha Power é uma voz mundialmente conhecida de consciência e clareza moral, que desafia e anima a comunidade internacional a defender a dignidade e a humanidade de todas as pessoas. Ela lutará pelo valor de cada ser humano”.

Exceto, faltou dizer, os que estão nos seus primeiros estágios de desenvolvimento.

Reações pró-vida

Por outro lado, segundo matéria da agência católica ACI Prensa, a organização norte-americana pró-vida Live Action afirmou em recente artigo:

“[Samantha Power] ajudará Biden a restabelecer a destinação de verbas do contribuinte norte-americano à Planned Parenthood e a outros grupos globais de defesa do aborto. Tais verbas foram cortadas pelo presidente Donald Trump em sua política de Proteção à Vida. Sob o governo Trump, os fundos destinados via USAID priorizaram os verdadeiros cuidados de saúde para mulheres e meninas e os direitos humanos para todos os seres humanos, incluindo os nascituros. Isso foi feito mediante a política ampliada de Trump na Cidade do México, que proíbe fundos de ajuda internacional para grupos que promovem e/ou realizam abortos”.

Ainda segundo informações da ACI Prensa, Jesús Magaña, diretor da organização colombiana Unidos por la Vida, lamentou o que chamou de “agenda de morte” do próximo presidente dos Estados Unidos, alertando para o uso ideológico da USAID para impor “violações ao mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida”, disfarçadas de programas de apoio aos “direitos sexuais e reprodutivos”.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF