Translate

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O Papa participa do 1º Dia Internacional da Fraternidade Humana

Dia Internacional da Fraternidade Humana
https://youtu.be/mB0_r6JNhvA

O Santo Padre irá comemorar o Dia Internacional da Fraternidade Humana num encontro virtual neste dia 4 de fevereiro, data estabelecida pela ONU para esta nova ocasião anual. Junto com o Papa, o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb. O evento, que terá lugar em Abu Dhabi, contará com a presença do Xeque Mohammed Bin Zayed. Acompanhe ao vivo com o Vatican News!

Vatican News

O Papa Francisco irá celebrar o Dia Internacional da Fraternidade Humana nesta quinta-feira, 4 de fevereiro, em evento virtual organizado pelo Xeque Mohammed bin Zayed em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, com a participação do Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb; do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres; e de outras personalidades. Na mesma ocasião, será atribuído o Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana, prêmio este inspirado no Documento sobre a Fraternidade Humana.

Resposta ao apelo do Papa

O Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso sublinha: "Esta celebração responde ao apelo claro que o Papa Francisco tem lançado a toda a humanidade para construir um presente de paz no encontro com o outro. Em outubro de 2020, esse convite tornou-se ainda mais vívido com a Encíclica Fratelli tutti. Estas reuniões são um modo de alcançar a verdadeira amizade social, como o Santo Padre nos pede," acrescentou.

A data não é uma coincidência. No dia 4 de fevereiro de 2019, durante a visita apostólica do Papa aos Emirados Árabes Unidos, juntamente com o Grão Imame de Al-Azhar (Cairo), Ahmad Al-Tayyeb, foi assinado o Documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum. Sua Santidade o Papa e o Grão Imame passaram quase meio ano a elaborar este Documento, até os dois o anunciarem, em conjunto, durante a citada visita histórica.

Comitê Supremo para a Fraternidade Humana

Alguns meses depois estabeleceu-se o Comitê Supremo para a Fraternidade Humana para traduzir as aspirações do Documento em compromissos duradouros e ações concretas para fomentar a fraternidade, solidariedade, o respeito e a compreensão mútua. O Comitê Supremo está planejando uma Casa da Família Abraâmica, que contempla uma sinagoga, uma igreja e uma mesquita na ilha Saadiyat, Abu Dhabi.

Constituiu-se também um júri independente para receber as nomeações para o Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana e selecionar os vencedores, cujo trabalho demonstre um compromisso ao longo da vida em prol da Fraternidade Humana. O prêmio de 2021 será atribuído em 4 de fevereiro.

Decisão da ONU

Em 21 de dezembro de 2020, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou unanimemente o dia 4 de fevereiro, Dia Internacional da Fraternidade Humana. "Nesta fase decisiva da história humana, estamos numa encruzilhada: por um lado, a fraternidade universal na qual a humanidade se regozija, por outro, uma miséria aguda que incrementará o sofrimento e a privação das pessoas”, sublinhou o Juiz Mohamed Mahmoud Abdel Salam, Secretário Geral do Comitê Supremo para Fraternidade Humana.

Encorajamento do Papa

O Papa Francisco encorajou a Santa Sé a participar na celebração do Dia Internacional da Fraternidade Humana, sob a liderança do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. Na edição de janeiro do Vídeo “A serviço da fraternidade humana,” o Santo Padre realça a importância de nos concentrarmos no que é essencial para a fé de todas as fés: adoração a Deus e amor ao próximo. "A Fraternidade leva-nos a abrirmo-nos ao Pai de todos e a ver no outro um irmão, uma irmã, com quem partilhar a vida ou apoiar-se mutuamente para amar, para conhecer”, enfatiza, no vídeo, o Papa Francisco.

Sobre o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso

O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso foi instituído em 1964 pelo Papa Paulo VI, com o objetivo de trabalhar sobre as relações e o diálogo entre a Igreja Católica e os fiéis de outras religiões. Atualmente é presidido pelo Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot. Entre as suas principais atividades, colabora com bispos e conferências episcopais em assuntos relacionados com o diálogo inter-religioso; realiza reuniões, visitas e conferências com líderes de outras religiões; e publica vários materiais para promover o diálogo entre diferentes credos.

Sobre o Comitê Supremo para a Fraternidade Humana

O Comitê Supremo para a Fraternidade Humana é composto por diferentes líderes religiosos internacionais, intelectuais e líderes culturais que foram inspirados pelo Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum de 2019 e que se dedicam a partilhar a sua mensagem de compreensão mútua e paz. O seu principal trabalho é agir concretamente, de acordo com as aspirações do Documento sobre a Fraternidade Humana e disseminar os valores de respeito mútuo e coexistência pacífica. Atualmente, o seu Secretário Geral é o Juiz Mohamed Mahmoud Abdel Salam.

Como acompanhar o evento

O encontro e a cerimônia de premiação serão difundidas em streaming, em várias línguas, têm início às 14:30 (Hora de Roma), 10h30 (Hora do Brasil), através do Vatican News, o portal de informação multimédia da Santa Sé, e transmitidas pela Media do Vaticano.

Vatican News

27 bispos faleceram em janeiro

Bispos católicos / Crédito: Daniel Ibañez – ACI Prensa

Roma, 04 fev. 21 / 09:00 am (ACI).- O site GCatholic.org, que fornece informação completa sobre as mudanças dentro da Igreja Católica, assinalou que em janeiro de 2021 faleceram 27 bispos em todo o mundo, um dos números mais altos dos últimos anos em um único mês.

Em uma tabela comparativa, o site detalha que as mortes de janeiro de 2021 superam as mortes ocorridas em junho e dezembro do ano passado, meses que se seguem em mortalidade de bispos com 21 e 23 mortes respectivamente.

Entre os prelados que morreram em janeiro de 2021 estão dois cardeais: o Cardeal Eusébio Oscar Scheid, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro; e o Cardeal Henri Schwery, da Suíça.

Os bispos latino-americanos falecidos são: Dom Guillermo Rodríguez Melgarejo (Argentina), Dom Cástor Oswaldo Azuaje Pérez (Venezuela), Dom Luis Adriano Piedrahíta Sandoval (Colômbia), Dom Francisco Daniel Rivera Sánchez (México) e Dom Rafael Gallardo García (México).

Nos Estados Unidos, faleceu Dom Vincent Michael Rizzotto, que serviu como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Galveston-Houston de 2001 a 2006.

Do mesmo modo, faleceram bispos na Polônia, China, Filipinas, Inglaterra, Itália, Espanha, Romênia, Escócia, Líbano, Zâmbia, África do Sul, Papua Nova Guiné, Uganda e Austrália.

Embora vários bispos da lista tenham morrido devido à idade ou diferentes tipos de doença, entre 8 e 15 de janeiro, informou-se que nove bispos de três continentes faleceram em decorrência do coronavírus. Estes tinham entre 53 e 91 anos. Cinco dos bispos morreram na Europa, onde uma nova cepa de Covid-19 levou muitos países a implementar mais restrições.

Entre os bispos latino-americanos que morreram de Covid-19 na primeira quinzena de janeiro estão o Cardeal Scheid; o Bispo de Santa Marta (Colômbia), Dom Piedrahita; e o Bispo de Trujillo (Venezuela) Dom Azuaje.

Hoje, o número total de casos de Covid-19 no mundo chega a 103.377.424 milhões de pessoas, o que já custou a vida a 2.236.454 milhões de pessoas.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Diocese de Santiago de Cabo Verde completa 488 anos desde a sua criação

Cardeal D. Arlindo Gomes Furtado, Bispo de Santiago de Cabo Verde 

Uma Missa de acção de graças na tarde deste Domingo, 31 de janeiro, na pró-catedral de Nossa Senhora da Graça e presidida pelo Cardeal e Bispo Dom Arlindo Furtado marcou as celebrações dos 488 anos da criação da Diocese de Santiago.

Rádio Nova – Cabo Verde

Durante a homilia, Dom Arlindo Furtado falou das circunstâncias em que a Diocese foi criada, engrandeceu o facto de quase 500 anos depois a Igreja continuar cada vez mais viva em Cabo Verde.  

Dom Arlindo Furtado aproveitou para pedir ao Padroeiro Santiago Menor que continue a proteger a Igreja e todo o povo de Deus.

A Diocese de Santiago de Cabo Verde foi criada em 31 de janeiro de 1533, pelo Papa Clemente VII, com a Bula “Pro Excelenti” e o seu 1º Bispo Dom Brás Neto, O.F.M. (1533-1538)

Pela diocese já passaram um total de 34 bispos, sendo o primeiro de origem cabo-verdiana, (após a independência), o falecido Dom Paulino Livramento Évora, C.S.Sp. (1975-2009). O actual Bispo é Dom Arlindo Gomes Furtado (desde 2009).

Ainda em Cabo Verde, os Sacerdotes da Diocese de Santiago estão reunidos em retiro no Seminário de São José, na Cidade da Praia. O encontro começou este Domingo e prolonga-se até sexta feira próxima.

A informação foi avançada pelo Pároco de Nossa Senhora da Graça. Padre Edson Bettencourt indica que por estes dias as missas na Paróquia vão ser asseguradas com o apoio dos Padres Capuchinhos.

O encontro deverá contar com a participação de todos os padres diocesanos de todas as paróquias da Diocese de Santiago que integra as ilhas de Santiago, Maio, Fogo e Brava – informa a Rádio Nova de Maria, Emissora Cristã de Cabo Verde.

Vatican News

O Sangue de Cristo a curou e ela leva esta devoção a muitas pessoas

Raquel Carpenter com seu livro

REDAÇÃO CENTRAL, 03 fev. 21 / 06:00 pm (ACI).- Raquel Carpenter é fundadora da Comunidade Católica Água Viva, em Vila Velha (ES), e viveu a experiência de ser curada pelo Sangue de Cristo, devoção que transmite a muitas pessoas por meio das atividades dessa nova comunidade, bem como através de seu livro “O Poder do Sangue de Jesus”.

Em seu livro com pouco mais de 150 páginas, Raquel reconstrói a própria experiência com a devoção do Sangue de Jesus, contando aos leitores o processo pessoal de entrega que levou ao desaparecimento de uma doença autoimune grave, o Lúpus, um prognóstico que a medicina convencional não explica.

E foi justamente no momento da enfermidade que esta devoção entrou na vida de Raquel. Conforme contou em entrevista à ACI Digital, ela não conhecia esta devoção. Entretanto, ressaltou, “no momento mais difícil da enfermidade eu entendi o poder curativo do Sangue de Cristo”.

Segundo ela, o contato com o Sangue de Jesus lhe proporcionou a “experiência de uma nova conversão” em sua vida.

“Uma vez, escutei o testemunho de uma pessoa que tinha um problema no sangue e contou que, ao comungar, ela clamava ao Sangue de Jesus, pedindo que trocasse o sangue impuro dela pelo Dele”, contou Raquel, destacando que esta pessoa não só foi curada, como também exames mostraram que o seu tipo sanguíneo mudou “de O para AB”.

Vale ressaltar que análises feitas por pesquisadores de milagres eucarísticos indicam que o tipo sanguíneo de Jesus seria AB.

Nesse sentido, Raquel disse que tal testemunho despertou nela “algo que particularmente não trazia: a certeza da força de cura do Sangue de Jesus, pois pouco se fala disso”.

“Na época, estava tomando mais de 40 medicações, fazendo pulsoterapia (administração de doses elevadas de medicamentos por via endovenosa, durante um curto período de tempo). Não tinha mais o que fazer”, recordou.

Foi então que começou “a clamar diariamente o Sangue de Jesus”. “Nas minhas crises de dor, ao clamar o Sangue de Jesus, as dores diminuíam ou chegavam mesmo a praticamente parar”, relatou.

Segundo Raquel, em suas dores, fazia pequenos clamores jaculatórios, os quais, depois de sua cura e diante de vários pedidos, redigiu e transformou no Terço do Sangue de Jesus. Esta oração começou a ser rezada na Comunidade Água Viva e logo se espalhou.

Além disso, nesta época, Raquel ganhou um livro com vários testemunhos sobre o poder do Sangue de Jesus, com relatos inclusive de curas.

Após ser curada, Raquel Carpenter foi convidada a escrever o livro com sua história e, embora não se visse como autora, aceitou. De acordo com ela, o que pesou em sua decisão foi o fato de a devoção do Sangue de Jesus ter chegado à sua vida através de um testemunho e um livro.

“Sei o quanto isso fez diferença na minha vida e este foi o maior impulso para aceitar escrever o livro”, disse, acrescentando que, com esta obra, pretende possibilitar que “as pessoas entendam que podem ser curadas pelo Sangue de Jesus”. “E, se a pessoa não abrir o seu coração, Deus não pode fazer nada”, completou.

O livro foi lançado em julho de 2020 e, em menos de um ano, já alcançou um grande número de leitores. “Em um mês batemos um recorde”, sublinhou a autora, assinalando que “tem sido uma experiência forte e gratificante”, pois divulga o “poder do Sangue de Jesus”.

“Tivemos vários testemunhos, inclusive de curas de câncer e tumores”, contou, acrescentando que recebe relatos de “experiências fortes e sobrenaturais, muitos milagres”.

Além do testemunho de Raquel, o livro “O Poder do Sangue de Jesus” também conduz o leitor às práticas devocionais, contendo o Terço do Precioso Sangue de Jesus, as Gotas do Sangue de Jesus, Novena, Ladainha, Via-Sacra, Louvor, entre outras orações relacionadas. Em nove capítulos, o leitor encontra os ensinamentos e os recursos necessários para se dedicar à devoção, aproximando-se das incontáveis graças dedicadas ao Sangue de Cristo.

O livro tem sido, inclusive, usado pela autora como instrumento na condução das orações realizadas nas lives do Sangue de Jesus e que estão reunindo uma multidão de seguidores, diariamente, às 21h, no canal da Comunidade Água Viva, no Youtube, bem como no Facebook e no Instagram.

Para adquiri o livro “O Poder do Sangue de Jesus”, acesse AQUI.

ACI Digital

Santo André Corsini

S. André Corsini | ArqSP
04 de fevereiro

Santo André Corsini

Um sonho anunciou o inicio da vida religiosa de Santo André Corsini, outro sonho anunciou seu fim. O primeiro quem o teve foi sua mãe. O outro, que lhe indicou a data da morte, sonhou ele próprio. André nasceu em Florença, na Itália, em 1301, filho de família nobre e famosa. Antes de o dar à luz, sua mãe sonhou que seu filho nascia lobo, mas se transformava em cordeiro ao entrar numa igreja carmelita.

Até os dezessete anos André viveu sem preocupações morais ou espirituais, cercado de vícios e dando seguidos desgostos aos pais. Com essa idade, ao encontrar a mãe chorando por tudo que ele aprontava, André percebeu que estava no caminho errado. Ela lhe contou sobre o sonho e o rapaz, caindo em si, chorou com ela e prometeu se corrigir.

Prometeu e cumpriu, procurou uma igreja carmelita, iniciou-se na Ordem e começou nova vida. Concluiu os estudos religiosos em Paris, ordenou-se sacerdote e, ainda em vida, operou vários prodígios, portador que era do dom da cura e da profecia. Curou um tumor maligno que ameaçava levar um primo para a morte e previu o destino de um menino, que batizou.

Seus feitos o levaram a ser nomeado bispo de Fiesoli, em Florença, Itália. No entanto, ele recusou o cargo e se escondeu para não ter de assumi-lo. Mas, uma criança de apenas seis anos revelou seu esconderijo, dizendo ser a vontade de Deus que ele encabeçasse a diocese e, assim, o convenceu a aceitar essa tarefa apostólica.

Durante os anos em que ali atuou, foi amado pelo povo e respeitado pelas autoridades. André conseguiu apaziguar divergências mortais entre inimigos e até aproximar a aristocracia e o povo, missão que recebeu do Papa Urbano V e desempenhou com louvor.

Na noite de Natal de 1372 teve um desmaio e recebeu, em sonho, a notícia de que morreria em 6 de janeiro. A partir daí foi dominado por uma febre que não mais o deixou até que a profecia se cumpriu.

Foi sepultado na igreja dos Carmelitas de Florença, onde suas relíquias podem ser veneradas, ainda hoje. Santo André Corsini é o padroeiro da cidade de Florença e a Igreja designou o dia 04 de fevereiro para a sua festa litúrgica.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 10/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 22

A narração conduz nossa consideração, uma vez mais, ao mais alto da virtude em uma contínua subida. Aquele que foi fortalecido pelo alimento, e mostrou sua força na luta corpo a corpo com os inimigos, e venceu seus oponentes, é levado agora àquele inefável conhecimento de Deus, àquela teognosia. A narração nos ensina com isto, quais e quantas coisas é necessário ter chegado a bom termo na vida para nos atrevermos a nos aproximar, com o pensamento, da montanha da teognosia, suportar o fragor das trombetas, penetrar nas trevas onde está Deus, gravar nas tábuas os divinos mandamentos e se, por causa do pecado, se quebrarem aquelas tábuas, apresentar de novo a Deus as tábuas polidas a mão, para que os caracteres que foram destruídos nas primeiras sejam desenhados novamente pelo dedo divino. Talvez seja melhor adaptar nosso conhecimento à interpretação espiritual, seguindo passo a passo a ordem da narração. Quem segue Moisés e a nuvem, pois ambos servem de guia aos que avançam na virtude, Moisés representaria aqui os preceitos da Lei, e a nuvem a interpretação espiritual da Lei que nos serve de guia, quem com mente purificada na passagem da água depois de haver matado e apartado de si o que era estrangeiro experimentou a água de Mara, isto é, a água da vida afastada dos prazeres, a qual primeiro parece amarga e sem sabor aos que a experimentam, porem regala com uma sensação doce a quem aceitou o lenho; quem depois disto se deleitou com a beleza das palmeiras e das fontes evangélicas e da água viva (Jo 4, 11) que é a pedra; quem foi saciado recebendo em si mesmo o pão do céu (Jo 6, 32) e lutou valentemente contra os estrangeiros, cuja vitória foi causada pelas mãos levantadas do Legislador que prefiguram o mistério da cruz, este é levado à contemplação da natureza que tudo transcende. O caminho que o conduz a este conhecimento é a limpeza, não só do corpo, purificado com algumas aspersões, mas também a das vestes, lavadas de toda mancha com água. Isto significa que é necessário que quem está a ponto de ascender à contemplação dos seres esteja completamente limpo, de forma que seja puro e sem mancha na alma e no corpo, havendo lavado as manchas igualmente de uma e de outro. Assim apareceremos puros a quem vê o secreto (Mt 6, 4) e o decoro exterior estará de acordo com a disposição interna da alma. Por ordem de Deus, as vestes são lavadas antes de subir a montanha (Ex 19, 10), indicando-nos com o simbolismo das vestimentas o decoro exterior da vida. Com efeito, ninguém diria que uma mancha exterior do vestido se converte em obstáculo para a subida de quem se aproxima de Deus, a menos que com vestido se aluda convenientemente - penso - ao exterior das ocupações desta vida. Feito isto, e havendo afastado da montanha o mais possível o rebanho dos irracionais, Moisés empreende a ascensão aos mais altos conhecimentos (Ex 19, 13). O não ter permitido a nenhum ser irracional aparecer na montanha significa, a meu ver, que na contemplação das realidades espirituais se transcende o conhecimento que provem da sensibilidade. De fato, é próprio dos seres irracionais deixar-se guiar pelos sentidos sem refletir. O sentido da visão é o guia dos sentidos; muitas vezes o ouvido desperta o impulso para alguma coisa. Todas as coisas através das quais se ativa a sensibilidade, têm um amplo espaço nos irracionais. Ao contrário, a contemplação de Deus não tem lugar nem no âmbito do que se vê, nem no âmbito do que se ouve. Não se prende e nenhum dos conceitos habituais. Nem o olho viu, nem o ouvido ouviu. Não consiste em nenhuma das coisas que ordinariamente sobem até o coração do homem (1Co 2, 9). Quem tenta ascender ao conhecimento das coisas do alto, deve limpar previamente seus costumes de todo impulso sensível e irracional, purificar qualquer opinião proveniente de um preconceito anterior ao pensamento, e afastar-se da relação ordinária com a própria companheira, isto é, com a sensibilidade que, de certa forma, está unida a nossa natureza como esposa e companheira. E purificado dela, enfrentar assim a montanha.

Capítulo 23

A montanha verdadeiramente escarpada e de difícil acesso designa o conhecimento de Deus: a teologia. A turba apenas alcança chegar trabalhosamente até sua base. Porem, se se trata de algum Moisés, talvez suba um grande trecho, suportando no ouvido o fragor das trombetas que, como diz o texto da narração, se faz mais forte quanto mais se avança (Ex 19, 19). Efetivamente, a pregação em torno da natureza divina é trombeta que golpeia o ouvido; parece já forte no começo, se faz maior e mais forte para o ouvido nas etapas finais. A Lei e os profetas proclamaram o mistério divino da Encarnação, porem as primeiras vozes eram muito débeis para alcançar os ouvidos dos indóceis. Por esta razão, a dureza de ouvidos dos judeus não percebeu o som das trombetas. Ao avançar, as trombetas, como diz o relato, se fazem mais fortes. Os últimos sons, emitidos através das pregações evangélicas, golpeiam os ouvidos pois, através destes instrumentos, o Espírito ressoou com maior clareza para aqueles que vieram depois, e produziram um ruído mais vigoroso. Os instrumentos que clamam no Espírito são os profetas e os apóstolos. Como diz a salmodia, seu clamor chegou a toda a terra e suas palavras aos confins do mundo (Sal 18, 5). Que a multidão não tenha podido suportar a voz que vinha do alto e tenha encarregado Moisés de conhecer por si mesmo os mistérios ocultos e comunicar ao povo a doutrina que houvesse aprendido através do ensinamento divino (Ex 19, 23-24), também isto está entre as coisas praticadas na Igreja: nem todos se lançam à compreensão dos mistérios mas elegem entre eles quem possa perceber as coisas divinas, prestam-lhe ouvidos confiantemente e tomam como digno de fé tudo quanto ouçam aqueles que tiverem sido iniciados nos mistérios divinos. Não todos - diz - são apóstolos, nem todos profetas (1Co 12, 29). Isto não está sendo observado muito hoje nas igrejas. Muitos que têm necessidade de se purificar de ações passadas, sem lavar-se e ainda com manchas em torno de suas vidas, colocando ante si mesmos a irracionalidade do sensível, cometem a ousadia de tentar a divina ascensão. Daí serem apedrejados por seus próprios raciocínios. Com efeito, as opiniões heréticas são realmente pedras que matam o próprio inventor de doutrinas perversas. Que significa o fato de Moisés penetrar as trevas e nelas ver Deus? O que se narra aqui parece contrário à primeira teofania (Ex 20, 21). Pois então a divindade foi vista na luz; agora, nas trevas. Não pensemos que isto destoa quanto à coerência com o que consideramos em nossa interpretação espiritual. Através disto, o texto nos ensina que o conhecimento da piedade, no começo, se faz luz em quem o recebe. De fato, concebemos como trevas o contrário da piedade, e o afastamento das trevas é produzido pela participação na luz. Mas a seguir a mente, avançando na compreensão do conhecimento dos seres mediante uma atenção sempre maior e mais perfeita, quanto mais avança na contemplação, tanto mais percebe que a natureza divina é invisível. Em conseqüência, abandonando tudo o que é visível, não só tudo o que está no campo da sensibilidade, mas também tudo quanto a inteligência parece ver, marcha sempre para o que está mais oculto, até penetrar, com o trabalho intenso da inteligência, no invisível e incompreensível, e ali vê Deus. Nisto consiste o verdadeiro conhecimento do que buscamos, em ver no não ver, pois o que buscamos transcende todo o conhecimento, totalmente circundado pela incompreensibilidade como por trevas. Por esta razão disse o elevado João que esteve nas trevas luminosas: A Deus nunca ninguém viu (Jo 1, 18), definindo com esta negação que o conhecimento da essência divina é inacessível não só aos homens, senão também a toda natureza intelectual.

ECCLESIA Brasil

Habitantes em outros Planetas?

igm.de

Pergunta: “As reportagens sobre discos voadores dão por vezes a entender que há habitantes em outros planetas. Não se seguiria daí a necessidade de reformarmos nossas concepções religiosas? O espiritismo vê em tudo isso um argumento em favor de suas teses!”

A maneira como se tem tratado o assunto dos discos voadores é por vezes um tanto pueril. Abordemo-lo com a devida sobriedade.

1. Antes do mais, importa frisar que a hipótese de existirem habitantes em outros planetas não sofre objeção por parte da fé católica. A Sagrada Escritura e a Tradição nada ensinam a seu respeito, pois o conhecimento do assunto não interessa imediatamente à salvação eterna dos homens e o Senhor houve por bem revelar-nos apenas verdades atinentes à nossa santificação. A questão, portanto, fica fora do âmbito da Palavra de Deus a nós transmitida; deverá ser estudada à luz das ciências e das observações empíricas; o católico reconhecerá a resposta que o cientista lhe comunicar, desde que não seja formulada de modo contraditório à verdade revelada.

Foi no século passado que começou, entre os teólogos, a ser focalizada com certa atenção a hipótese de haver outros planetas habitados. Alguns então tentaram torná-la plausível, fazendo valer, entre outros argumentos, o seguinte: existe enorme quantidade de matéria espalhada pelos espaços cósmicos; a matéria, porém, só pode preencher a sua finalidade (dar glória a Deus) no conjunto das criaturas, caso haja seres Inteligentes que a conheçam e, mediante ela, se elevem até o Altíssimo; seria, por conseguinte, harmonioso que o Criador tivesse colocado nos astros seres semelhantes aos homens, destinados a se servir do respectivo mundo material para prestar louvor ao Todo-Poderoso. O argumento não deixa de ter sua conveniência. Destarte se vê que a empolgante hipótese, longe de contradizer à fé, pode sem dificuldade ser incorporada a uma visão profundamente teológica do universo. Vê-se igualmente que a habitação de outros planetas e a possibilidade de comunicações inter-siderais são teses de todo independentes da ideologia espírita e da teoria da reencarnação, por muito que os espíritas explorem o noticiário dos jornais em favor de suas crenças. As pretensas mensagens do Astral, as “comunicações de Ramatis” captadas por via mediúnica não são senão produtos da subconsciência e da fantasia, hoje mais do que nunca excitadas pelos “boatos” e as conjeturas: posto em estado de transe, o “médium” pode dar expressão a noções latentes em seu íntimo, combinando-as num enredo mais ou menos fantástico, correspondente a sugestões que receba por parte de agentes externos.

Para fundamentar a tese da existência de marcianos e de seus apregoados discos voadores, a S. Escritura não oferece texto algum, apesar do que às vezes se lhe quer atribuir.

2. Admitida a hipotética existência de habitantes em outros planetas, surge a questão: como se configurariam esses indivíduos ?

a) Do ponto de vista físico, é de crer que constem de espírito e matéria, alma e corpo ; provavelmente, porém, são dotados de constituição fisiológica diferente da nossa, a fim de poder viver em condições de atmosfera, pressão e clima bem diversas das nossas.

A rigor, também nada há contra a hipótese (abordada em reportagem) de que tenham emigrado da Terra para o planeta onde atualmente residem. Neste caso, poderiam ser descendentes de Adão (teriam então o pecado original), como poderiam ser filhos de uma hipotética humanidade que haveria vivido sobre a Terra antes do aparecimento de Adão (não se poderia dizer com precisão quando é que Adão existiu). Sobre a hipótese dos «pré-adamistas», veja E. Bettencourt, Ciência e Fé na história dos primórdios, cap. VI.

b) Do ponto de vista religioso, os marcianos estariam sujeitos à mesma lei natural que nós, isto é, teriam uma consciência moral igual à nossa. Portanto, também entre eles estaria em vigor o preceito básico de toda a moralidade; “Faze o bem, evita o mal”, assim como as conseqüências que deste decorrem : “Não matar, não roubar, não adulterar, etc.” A razão disto é que a lei natural é um reflexo da Lei eterna de Deus ; ela exprime a infinita santidade de Deus, a qual é imutável : para o Senhor, as categorias do bem e do mal não são sujeitas a reforma nem a tempos e lugares, pois não dependem apenas de um ato da Vontade divina, mas do imutável Ser de Deus.

Em se tratando de leis positivas, os habitantes de outros planetas poderão estar sujeitos a determinações diferentes das que o Altíssimo promulgou para nós (tais são o dever de guardar um dia entre sete, o de recorrer aos sacramentos, etc.).

É provável que, uma vez criados os marcianos, o Senhor tenha havido por bem submetê-los a uma provação, dando-lhes assim o ensejo de afirmar livre e conscientemente a sua adesão ao Bem Supremo. É o que se afirma, visto o modo como o Criador procedeu com os homens e com os anjos.

Sujeitas à prova, terão aquelas criaturas superado a tentação ou, antes, sucumbido ao pecado?

Esta pergunta já nos coloca muito longe no castelo das hipóteses… Digamos, porém, que, se resistiram ao mal, os seres extra-telurianos foram provavelmente confirmados no bem, à semelhança do que se deu com os anjos bons. Se pecaram, podem ter sido agraciados por urna Redenção. Neste caso, é possível que lhes estejam sendo aplicados os méritos de Cristo adquiridos na Terra há vinte séculos atrás, méritos mais do que suficientes para extinguir os pecados de muitos mundos, como também se pode pensar que o Filho de Deus se tenha encarnado outra vez em outro planeta.

Divagar por tantas conjeturas se torna, em última análise, ocioso ; vão é ao homem procurar respostas para questões que pertencem estritamente aos arcanos da Sabedoria de Deus. Certa atmosfera de pavor e perplexidade chega a se criar em virtude da previsão de guerras interplanetárias… Com isto, não poucos dos nossos contemporâneos perdem de vista a tarefa da hora presente ; para o cristão, uma coisa é segura: quer existam, quer não existam marcianos, ele tem que progredir diariamente na união com Deus, despojando-se todos os dias um pouco mais do velho homem, e revestindo-se da nova criatura (cf. 2 Cor 4,16 ; Ef 4,24); fazendo isto, o cristão ganha a sua vida na Terra e chegará a ver face a face a infinita Sabedoria de Deus, com seus misteriosos desígnios. Eis, porém, que as múltiplas hipóteses arquitetadas em torno dos discos voadores impedem a muitos de rezar e viver na presença de Deus e, por conseguinte, de considerar o mundo como ele deve ser considerado.

Dom Estêvão Bettencourt (OSB)
Fonte: http://www.pr.gonet.biz/index-catolicos.php  

https://www.presbiteros.org.br/

A tristeza "é um verme que nos come por dentro", advertiu o Papa aos consagrados

Papa Francisco celebra missa. Foto: Captura do Youtube

Vaticano, 02 fev. 21 / 04:25 pm (ACI).- O Papa Francisco alertou os consagrados contra a tristeza interior, “é como um verme que nos come por dentro. Fujam da tristeza interior”.

Assim se referiu o Pontífice durante a Missa que presidiu na Basílica de São Pedro do Vaticano para a Festa da Apresentação do Senhor e o Dia Mundial da Vida Consagrada.

Na homilia, o Papa centrou-se no episódio evangélico da apresentação de Jesus no Templo e, especificamente, na figura de Simeão que, como escreve São Lucas, “esperava a consolação de Israel”.

O Papa lembrou que Simeão, ao se encontrar com a Sagrada Família e tomar Jesus nos braços, “reconhece a luz que veio para iluminar as nações; esta identificação é feita por um homem já idoso que esperou com paciência o cumprimento das promessas do Senhor".

O Santo Padre nos convidou a meditar sobre a paciência de Simeão: “Durante toda a vida, esteve à espera exercitando a paciência do coração. Aprendera, na oração, que geralmente Deus não recorre a acontecimentos extraordinários, mas realiza a sua obra na aparente monotonia do dia a dia, no ritmo por vezes extenuante das atividades, nas pequenas coisas que realizamos com humilde tenacidade procurando cumprir a sua vontade".

Para o Papa, “a paciência de Simeão é espelho da paciência de Deus”, e reforçou que a razão da esperança cristã é que “Deus espera por nós, sem nunca Se cansar”.

“Da paciência de Deus e da de Simeão, aprendamos para a nossa vida consagrada. E perguntemo-nos: Que é a paciência? Não é simples tolerância das dificuldades nem suportação fatalista das adversidades. A paciência não é sinal de fraqueza: a fortaleza de ânimo torna-nos capazes de suportar a carga dos problemas pessoais e comunitários, leva-nos a acolher a diversidade do outro, faz-nos perseverar no bem mesmo quando tudo parece inútil, impele-nos a caminhar mesmo quando nos assaltam o tédio e a preguiça”, explicou o Pontífice.

Nesse sentido, o Papa Francisco indicou três "lugares" "onde se concretiza a paciência".

“O primeiro é a nossa vida pessoal. Um dia respondemos à chamada do Senhor, oferecendo-nos a Ele com entusiasmo e generosidade”.

Ao longo deste caminho, “a par das consolações, tivemos também decepções e frustrações. Às vezes, o resultado esperado não corresponde ao entusiasmo do nosso trabalho; parece que a nossa sementeira não produz os frutos perspectivados, o fervor da oração diminui e deixamos de nos sentir imunes à aridez espiritual”.

Como consequência, “pode acontecer, na nossa vida de consagrados, que a esperança esmoreça por causa das expectativas frustradas”.

Diante desse desespero, o Papa destacou que “devemos ter paciência conosco e esperar, confiantes, os tempos e as modalidades de Deus: Ele é fiel às suas promessas. Lembrar-nos disto permite repensar os percursos e revigorar os nossos sonhos, sem ceder à tristeza interior e ao desânimo”.

Neste contexto, advertiu que “a tristeza interior em nós consagrados é como um verme que nos come por dentro. Fujam da tristeza interior”.

O segundo lugar “onde se concretiza a paciência: a vida comunitária. As relações humanas, especialmente quando se trata de partilhar um projeto de vida e uma atividade apostólica, nem sempre são pacíficas”.

“Às vezes surgem conflitos e não se pode exigir uma solução imediata, nem se deve julgar precipitadamente a pessoa ou a situação: é preciso saber dar tempo ao tempo, procurar não perder a paz, esperar o momento melhor para uma clarificação na caridade e na verdade".

O Pontífice reforçou que “nas nossas comunidades, requer-se esta paciência mútua: suportar, isto é, carregar aos próprios ombros a vida do irmão ou da irmã, incluindo as suas fraquezas e defeitos. Lembremo-nos disto: o Senhor não nos chama para ser solistas, há muitos na Igreja, nós sabemos. Não, não nos chama a ser solistas, mas para fazer parte dum coro, que às vezes desafina, mas sempre deve tentar cantar em conjunto”.

Por fim, o terceiro lugar, “a paciência com o mundo. Simeão e Ana cultivam no coração a esperança anunciada pelos profetas, mesmo se tarda a realizar-se e cresce lentamente no meio das infidelidades e ruínas do mundo. Não entoam o lamento pelo que está errado, mas esperam com paciência a luz na obscuridade da história. Esperar a luz na escuridão da história”.

“Precisamos desta paciência, para não acabarmos prisioneiros das lamentações: ‘o mundo já não nos escuta», «já não temos vocações», «vivemos tempos difíceis’... Às vezes acontece que, à paciência com que Deus trabalha o terreno da história e do nosso coração, opomos a impaciência de quem julga tudo imediatamente. Agora ou nunca. E assim perdemos a esperança: a esperança”.

Afirmou que “a paciência nos ajuda a olhar com misericórdia para nós mesmos, as nossas comunidades e o mundo. Podemos interrogar-nos: Acolhemos nós a paciência do Espírito na nossa vida? Nas nossas comunidades, carregamo-nos mutuamente aos ombros e mostramos a alegria da vida fraterna?”.

“E, com o mundo, realizamos o nosso serviço com paciência ou julgamos com severidade? São desafios para a nossa vida consagrada: não podemos ficar parados na nostalgia do passado, nem nos limitar a repetir sempre as mesmas coisas. Precisamos da paciência corajosa de caminhar, explorar novos caminhos, procurar aquilo que o Espírito Santo nos sugere”.

Por fim, convidou-nos a contemplar “a paciência de Deus e imploremos a paciência confiante de Simeão, para que também os nossos olhos possam ver a luz da Salvação e levá-la a todo o mundo”.

O Papa recomenda senso de humor

Antes de concluir a Missa, o Pontífice disse algumas palavras de despedida e agradecimento nas quais ofereceu duas dicas para melhorar a vida na comunidade. Por um lado, recomendou "fugir da fofoca".

Nesse sentido, contou uma anedota: “Uma jovem religiosa que acabava de entrar no noviciado estava feliz e encontrou uma religiosa idosa, boa, santa. 'E você, como está?'”, perguntou-lhe a idosa. "‘Isso é o paraíso, madre’, respondeu-lhe a jovem". A resposta da idosa: "'Espere um pouco, existe o purgatório'. Na vida consagrada, na vida da comunidade há um purgatório, mas é preciso paciência para passar por ele”.

Por isso, o Papa reforçou que “o que mata a vida comunitária são as fofocas. Não falem mal dos outros. ‘Mas não é fácil, padre, porque às vezes vem do coração’. ‘Sim, vem do coração, como a inveja e tantos pecados capitais que temos dentro’. Fujam. ‘Mas diga, padre, não há nenhum remédio?’. 'A oração, a piedade ...'".

Além disso, propôs outro “remédio que é muito caseiro: morder a língua. Antes de falar dos outros, morde a língua. Assim a língua vai inchar, ocupará a boca e não poderá mais falar mal. Por favor, fujam das fofocas que destroem a comunidade”.

A segunda recomendação do Papa é "não perder o senso de humor". "Na vida comunitária há muitas coisas que não vão bem". “Sempre temos coisas de que não gostamos. Não percam o senso de humor, por favor. Isso nos ajuda muito”.

Por fim, convidou-nos a ter paciência diante dos incômodos causados ​​pelas medidas contra o coronavírus: “Essa Covid nos encurrala, mas suportemos com paciência. Precisamos de paciência e continuar oferecendo nossa vida ao Senhor”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Um seminário na diocese de Angola inicia ano letivo com 400 seminaristas

Guadium Press
Por que a fé cresce na África? Isso deveria ser matéria de pesquisa ante o deserto de vocações religiosas em muitas partes do mundo.

Redação (02/02/2021 15:35Gaudium Press) Em assuntos religiosos, como em vários outros, a Igreja parece ter que aprender com… a África. Sim. Hoje, quando todos os conhecedores concordam que a Europa é uma terra de missão, a boa notícia vem de que os missionados de ontem, hoje poderiam ser missionários de qualidade e número “tipo exportação”.

Por exemplo, é o que acontece no Seminário Arquidiocesano Maior de Cristo Rei, na Arquidiocese de Huambo, Angola, fundado em 1947, e que inicia o ano letivo com 399 seminaristas. Oxalá todos sejam futuros sacerdotes.

Seminários: garantia do futuro da Igreja e da sociedade em geral

Na missa de abertura do novo ano letivo, o arcebispo Mons. Zeferino Zeca Martins declarou que a formação dos seminaristas será melhor este ano, e expressou a necessidade de maior atenção aos seminários, pois são a garantia do futuro da Igreja e da sociedade em geral.

Dirigindo-se aos seminaristas, convidou-os a se entregarem com empenho à sua formação acadêmica e religiosa, a fim de se tornarem homens íntegros, capazes de responder às exigências da nova evangelização e do país.

O arcebispo lembrou a frase evangélica de que “a messe é grande, mas os operários são poucos”, e incentivou todos a rogar a Deus para que, cada vez mais, haja respostas à vocação sacerdotal.

https://gaudiumpress.org/

Papa Francisco: A Missa não pode ser “somente ouvida” como se fôssemos espectadores

Papa Francisco na Audiência Geral Foto: Vatican Media

Vaticano, 03 fev. 21 / 08:37 am (ACI).- Durante a Audiência Gral de hoje, 3 de fevereiro, o Papa Francisco advertiu que a expressão "vou ouvir a Missa" não é correta porque a Missa não pode ser "somente ouvida, como se fôssemos apenas espectadores".

“A Missa não pode ser‘ ouvida’, como se fôssemos apenas espectadores de algo que escorre sem nos envolver. A Missa é sempre celebrada, e não apenas pelo sacerdote que a preside, mas por todos os cristãos que a vivem. O centro é Cristo! Todos nós, na diversidade dos dons e ministérios, nos unimos na sua ação, porque ele é o Protagonista da liturgia”, indicou o Papa.

Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre a oração, o Santo Padre refletiu sobre a oração com a liturgia e destacou que “a vida é chamada a tornar-se culto a Deus, mas isto não pode acontecer sem a oração, especialmente a oração litúrgica”.

Neste sentido, o Pontífice destacou que “a liturgia, precisamente pela sua dimensão objetiva, pede para ser celebrada com fervor, para que a graça derramada no rito não se disperse, mas alcance a vivência de cada um”.

Além disso, o Santo Padre reconheceu que “na história da Igreja verificou-se repetidamente a tentação de praticar um cristianismo intimista, que não reconhece a importância espiritual dos ritos litúrgicos públicos”, e acrescentou que esta tendência afirmava “a presumível maior pureza de uma religiosidade que não dependesse de cerimônias externas, consideradas um fardo inútil ou prejudicial”.

No entanto, o Papa recordou a Constituição do Concílio Vaticano II Sacrosanctum Concilium, que “reafirma de forma completa e orgânica a importância da liturgia divina para a vida dos cristãos, que nela encontram aquela mediação objetiva exigida pelo fato de Jesus Cristo não ser uma ideia nem um sentimento, mas uma Pessoa viva, e o seu Mistério um acontecimento histórico”.

“A oração dos cristãos passa por mediações concretas: a Sagrada Escritura, os Sacramentos, os ritos litúrgicos. Na vida cristã não prescindimos da esfera corpórea e material, porque em Jesus Cristo ela se tornou o caminho da salvação. Podemos dizer que agora devemos rezar com o corpo. O corpo entra na oração”, afirmou o Papa.

Nesse sentido, o Santo Padre citou o Catecismo da Igreja Católica para enfatizar que “a missão de Cristo e do Espírito Santo que, na liturgia sacramental da Igreja, anuncia, atualiza e comunica o Mistério da salvação, continua no coração que reza”.

“A liturgia, em si, não é apenas oração espontânea, mas algo cada vez mais original: é um ato que fundamenta toda a experiência cristã e, por conseguinte, também a oração. É acontecimento, é evento, é presença, é um encontro com Cristo”, acrescentou.

Desta forma, o Papa sublinhou que “Cristo faz-se presente no Espírito Santo através dos sinais sacramentais: disto, para nós cristãos, deriva a necessidade de participar nos mistérios divinos. Um cristianismo sem liturgia é um cristianismo sem Cristo, totalmente sem Cristo”.

Acrescentou ainda que, "mesmo no rito mais despojado, como o que alguns cristãos celebraram e celebram em lugares de prisão, ou no esconderijo de uma casa durante os tempos de perseguição, Cristo está verdadeiramente presente e doa-se aos seus fiéis ”.

“Que este pensamento nos ajude. Quando vamos à missa aos domingos, vamos para rezar em comunidade, rezar com Cristo que está presente. Quando vamos a uma celebração do Batismo, Cristo está ali presente que batiza. Isso não é uma maneira de dizer. Cristo está presente e na liturgia você reza com Cristo junto de você”, concluiu o Papa.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF