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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O SENTIDO DO DISCIPULADO NOS PADRES DA IGREJA

Ed. Cléofas
por Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

O discipulado é um dado cristológico, bíblico, em referência ao seguimento do Senhor Jesus Cristo e a fazer discípulos e discípulas para o Reino de Deus, para a Igreja. Como hoje a Igreja fala do discipulado, vejamos em alguns padres da Igreja como era conhecido, o discipulado

            Santo Inácio de Antioquia, bispo do século I, afirmou que o discipulado era a unidade com o Senhor pela entrega de sua própria vida. Ele solicitou à comunidade dos romanos para que nada o impedisse para assim ser pasto das feras, por meio das quais lhes era concedido alcançar a Deus. Ele queria ser trigo de Deus, e seria moído pelos dentes das feras, para que se apresentasse como trigo puro de Cristo. Dessa forma, afirmou Santo Inácio que seria discípulo verdadeiro de Jesus Cristo, quando o mundo não visse o seu corpo. Ele pedia que os romanos suplicassem a Cristo por ele para ele fosse vitima oferecida a Deus[1]. O Bispo de Antioquia pedia à comunidade dos romanos que rezassem por ele, para que pudesse alcançar a meta, de ser unido com o Senhor pelo martírio[2].

            O autor da Carta a Diogneto, século II afirmou que os cristãos não se distinguiam das outras pessoas, nem por terra, nem por língua ou por costumes. Eles não moravam em cidades próprias, nem falavam língua estranha, nem tinham algum modo especial de vida. Os cristãos viviam em cidades gregas e bárbaras, adaptavam-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto testemunhavam um modo de vida social admirável. Eles viviam em sua pátria, mas como forasteiros: participavam de tudo como cristãos e suportavam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira era pátria deles, e cada pátria era estrangeira[3].

            Ainda nesta Carta há o aspecto dos cristãos que seguiam a nova religião, ressaltando-se o dom de que as pessoas foram formadas à imagem de Deus, e assim o Senhor enviou seu Filho Unigênito na qual anunciou o reino do céu, e o dará a todos que o tiverem amado[4]. O autor ainda aprofundou o ponto de que muitos foram instruídos pelos apóstolos, que por sua vez foram discípulos dignos na Verdade, Jesus Cristo. De fato, quem foi instruído e gerado pelo Verbo amável, procura com clareza o que o mesmo Verbo mostrou aos seus discípulos[5].

A linhagem humana

Santo Agostinho, bispo de Hipona, Norte da África, séculos IV e V afirmou que a geração humana foi iluminada pela obra de Cristo, pela sua missão no mundo. É impossível não perceber que as coisas mudaram a partir do Senhor e de sua Igreja. A estirpe humana recebeu uma iluminação pela presença do Verbo encarnado e o anúncio do evangelho pelo mundo. A geração humana abandonou os falsos deuses, reduzidos a pedaços, as suas imagens, derrubados os templos, erradicados tantos ritos vãos, e agora é invocado o único e verdadeiro Deus. Tudo isso veio através do homem e Deus, Jesus Cristo que foi desprezado, preso, crucificado pelos homens, mas que ressuscitou dos mortos e caminha com o seu povo.

Santo Agostinho continuou a sua reflexão no sentido que os discípulos de Jesus, por Ele eleitos foram ao mundo, na difusão de sua doutrina entre os simples, os ignorantes, entre os pecadores, pecadoras, publicanos, também tiveram presentes o anúncio de sua ressurreição e a sua ascensão sustentando que eles viram essas realidades e que cheios do Espírito Santo, anunciaram a boa nova em todas as línguas. O ponto que ficou claro é que foi através deles que ouviram, muitos acreditaram enquanto outros não acreditaram e perseguiram os discípulos do Senhor pelas suas pregações.

Atitudes dos discípulos

Muitos fiéis morreram pela causa do discipulado no Senhor. Santo Agostinho afirmou que era admirável os fiéis que combateram até a morte pela sua verdade, não se vingando pelo mal, mas suportando-o; não matando, mas morrendo venceram o mal, em tal modo que se converteram a nova religião homens e mulheres, os pequenos e os grandes, os estudiosos e os que não tinham conhecimentos das coisas, os sabedores e os simples, os poderosos e os fracos, os do alto e os humildes.

A difusão da Igreja

Segundo Santo Agostinho a Igreja se difundiu entre as gentes os povos pela verdade a ser anunciada que é o Senhor Jesus Cristo de modo a gloriar-se do nome de Cristo de modo que a defender a sua doutrina anunciada pela comunidade eclesial, a Igreja[6].

[1] Cfr. Inácio aos Romanos, 4,1-2. In: Padres Apostólicos, Paulus, São Paulo, 1995, pg. 105.

[2] Cfr. Idem, 8,3, pg. 107.

[3] Cfr. Carta a Diogneto, 5, 1-5. In: Padres Apologistas, Paulus, São Paulo, 1995, pgs. 22-23.

[4] Cfr. Idem, 10,1-2, pg. 27.

[5] Cfr. Idem, 11, 1-2, pg. 28.

[6] Cfr. Agostino di Ipona, La fede in ciò che non si vede, 7,10. In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pg. 58.

CNBB

Para melhor educar os filhos, entenda primeiro seu próprio temperamento

Edward Cisneros/Unsplash | CC0

Trabalhar sobre si mesmo, compreender porque tal ou tal atitude em um de seus filhos incomoda, decepciona ou traz alegria. Este é um trabalho de introspecção que cada pai deve fazer para educar adequadamente seus filhos.

Entender seu próprio temperamento o ajuda a entender melhor seu filho. Veja a seguir um entrevista com Claire Deprey, conselheira matrimonial e familiar.

Por que é importante levar em consideração o temperamento de nossos filhos?

Claire Deprey: Em primeiro lugar, para não machucá-los. Para compreendê-los e assim poder adaptar nossas reações, nossas demandas e exigências. Nossos filhos são educados em um ambiente familiar e social que é específico para eles, e seu comportamento se formará de acordo com seu temperamento, por um lado, e com os eventos que irão vivenciar nesta família, por outro lado, e isso começa desde o momento que eles estão no útero materno. Por isso, é importante identificar o que toca, o que machuca nosso filho, mas também o que o faz feliz, o que faz com que ele se abra.

Não corremos o risco de trancá-los em volta de si mesmos?

É realmente um risco! No entanto, o temperamento de uma criança pode mudar. Os pais podem ajudar a criança a melhorar, a canalizar suas emoções, mas acima de tudo não devem tentar mudá-lo! E com o tempo, o temperamento pode ser enriquecido com qualidades ou defeitos, mesmo na idade adulta. Se fechada em si, a criança muitas vezes é prisioneira de seu temperamento, vivenciando as consequências que isso pode acarretar.

Não é importante que os pais conheçam seu próprio temperamento para adaptar a educação que dão aos filhos?

Essa é a base para ser um bom educador! Mesmo que você se descubra e aprenda muito sobre si mesmo ao se tornar pai ou mãe, desconfio muito de todas essas ferramentas ou workshops que nos “treinam” para sermos bons pais. Utilizar ferramentas educacionais sem saber se elas são adequadas ao nosso temperamento não causará nenhum efeito positivo. Pelo contrário, muitas vezes os pais se sentem culpados, ganhando a impressão de serem péssimos pais ou de terem os piores filhos do mundo!

Devemos trabalhar primeiro sobre nós mesmos, veja por que essa ou aquela atitude do nosso filho nos incomoda, nos decepciona ou nos faz felizes, devemos buscar entender o que reproduzimos da nossa própria educação e por quê. Todo esse trabalho de introspecção e o conhecimento de nós mesmos que podemos fazer como casal só pode nos ajudar a adaptar a educação que damos aos nossos filhos e, principalmente, a ter uma visão caridosa de nossas dificuldades na árdua tarefar de ser bons pais.

Cada criança requer uma forma de educação adaptada ao seu temperamento. Esta educação “à la carte”, não é muito impositiva para os pais?

Em uma família, há de haver sempre uma educação geral, baseada em valores educacionais comuns, e uma educação mais pessoal. Essa atenção à educação pessoal é recente e é necessário porque nossos filhos são únicos. Mas por outro lado ela pode ser muito prejudicial, provocando ansiedade. Se muita ênfase é colocada sobre as suas particularidades, a criança pode pensar que é estranha, diferente dos outros. E essa situação pode colocá-lo em uma posição de onipotência! Isso pode ser exaustivo para os pais e causar ciúme aos demais irmãos. Portanto, tudo é uma questão de dosagem e delicadeza. Esteja atento a cada um, tendo em mente o que nós, como pais, queremos transmitir aos nossos filhos.

Aleteia

Professores de Direito na Campanha “Eutanásia? A vida humana é inviolável”

Guadium Press
Chegou o momento de os professores de Direito darem o seu testemunho sobre a inconstitucionalidade da lei, por violação do direito à vida.

Lisboa – Portugal (04/02/2021, 16:30,  Gaudium Press) Foi lançada pelo movimento cívico ‘Stop Eutanásia’ a campanha ‘Eutanásia? A vida humana é inviolável’ e conta com o apoio de professores Universitários de Direito em Portugal.

Em um comunicado distribuído à imprensa, o movimento “Stop Eutanásia” afirma que “É chegado o momento de os professores de Direito darem o seu testemunho sobre a inconstitucionalidade da lei, por violação do direito à vida, prevista no art. 24º, nº 1, da Constituição:
‘A vida humana é inviolável’”, relembra.

Entre os apoiadores da Campanha estão algusn dos mais ilustres professores de Direito em Portugal

O movimento cívico afirma que a campanha conta com “o apoio de alguns dos mais ilustres Professores de Direito em Portugal” e destaca os Professores Jorge Miranda; Jorge Bacelar Gouveia; Paulo Otero; Carlos Blanco de Morais; José Casalta Nabais; Fernando Alves Correia; António Cândido de Oliveira; Jónatas Machado; Fausto de Quadros; Maria da Glória Dias Garcia.

A Campanha do movimento “A vida humana é inviolável” continua, mesmo tendo sido aprovado, n0 último dia 29 de janeiro, o diploma que legaliza a prática da eutanásia no país.

O ‘Stop Eutanásia’ dá voz à sociedade civil e presta um serviço de informação multidisciplinar

O ‘Stop Eutanásia’ lembra que já lançou este ano o filme ‘O Sentido da Vida’, “de sensibilização e promoção de uma cultura do cuidado em contraponto com uma lei de eutanásia”, e a campanha ‘Eutanásia? Não contem comigo’, com “muitos dos profissionais de saúde que dizem não à eutanásia em Portugal”.

O movimento cívico “dá voz à sociedade civil e presta um serviço de informação multidisciplinar” nas áreas de fim de vida e cuidados paliativos e foi fundado para “divulgar as diversas escolhas e caminhos alternativos à eutanásia e ao chamado ‘suicídio assistido’ ou ‘antecipação da morte’”.

(Redação Gaudium Press- informações Agencia Ecclesia)

Organizações que defendem casamento homem-mulher são acusadas de “ódio”

Pavlo Melnyk | Shutterstock
por Francisco Vêneto

Entidades pró-família reagem: "Não há nada de odioso em acreditar que as crianças merecem mãe e pai. Odioso é perseguir quem acredita nisto".

Organizações que defendem casamento homem-mulher têm sido classificadas como “grupos de ódio”: trata-se, especificamente, das organizações norte-americanas Alliance Defending Freedom, C-FAM, Family Research Council e Ruth Institute, que promovem os valores universais do respeito à liberdade de crença, da defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural e da preservação da família natural formada por um homem e uma mulher abertos à vida e, por conseguinte, a ter filhos.

Estas quatro organizações foram rotuladas como “grupos de ódio” por promoverem o casamento entre homem e mulher e, em decorrência, serem tachadas de “anti-LGBTQ”.

Quem se arrogou o questionável papel censor de assim catalogá-las foi a ONG Southern Poverty Law Center (SPLC), também norte-americana. Essa ONG publicou em 1º de fevereiro um relatório sobre o ano de 2020 com o título “Ano do ódio e do extremismo“. O relatório inclui uma lista, dividida por Estados, com o que chama de “grupos de ódio” presentes no país. A lista mistura de neonazistas e adeptos da Ku Klux Klan até organizações que defendem a vida, a família e a liberdade religiosa.

Organizações que defendem casamento homem-mulher são acusadas de “ódio”

Alliance Defending Freedom

A Alliance Defending Freedom (ADF), por exemplo, já tinha sido tachada de “grupo de ódio” em 2016. Seu conselheiro jurídico Jeremy Tedesco declarou a respeito:

“A ADF ganhou 11 casos na Suprema Corte dos Estados Unidos desde 2011. Trabalhamos para preservar as liberdades fundamentais de expressão, religião e consciência de todos os norte-americanos”.

Tedesco também questionou enfaticamente a credibilidade da SPLC:

“A SPLC já foi uma organização de direitos civis respeitada, mas destruiu a sua credibilidade por causa da agenda partidária descarada e do seu plano desacreditado de arrecadação de fundos. Tornou-se um grupo que ataca e espalha mentiras sobre organizações e indivíduos que discordem da sua agenda de extrema esquerda”.

Ruth Institute

Quanto ao Ruth Institute, sua fundadora, Dra. Jennifer Roback Morse, declarou em 2017 ao site norte-americano National Catholic Register que o foco principal da entidade é cuidar de casos de fragmentação familiar e do seu impacto nas crianças. “Se isso nos transforma num ‘grupo de ódio’, então que seja”.

Por causa dessa catalogação, o instituto perdeu acesso a fundos que poderiam financiar os seus projetos em favor da unidade familiar.

Family Research Council

Um dos resultados mais graves da rotulação ideológica perpetrada pela SPLC aconteceu em 2012, quando um criminoso chamado Floyd Lee Corkins II invadiu a sede do Family Research Council, em Washington, DC, e disparou contra um segurança desarmado. O guarda sobreviveu e conseguiu render o criminoso. Na ocasião, as autoridades reconheceram que a rápida reação do segurança evitou um possível tiroteio em massa, já que Floyd Lee Corkins II tinha consigo 50 cartuchos de munição. Ele foi condenado a 25 anos de prisão e confessou que a sua motivação para o ataque foi o fato de que o Family Research Council tinha sido rotulado de “anti-gay” pela SPLC.

William Boykin, vice-presidente executivo do Family Research Council, declarou sobre a SPLC:

“A organização Southern Poverty Law Center é uma máquina de difamação política que pouco respeita a liberdade de pensamento e de expressão”.

Ele acrescentou sobre o extremismo da própria SPLC:

“No âmbito político, existe uma consciência daquilo em que a SPLC se transformou: uma organização completamente desonrada, que tenta silenciar os seus oponentes políticos com calúnias e acusações difamatórias que põem vidas em perigo. Temos visto corporações e até meios de comunicação demonstrando cada vez mais dúvidas sobre os dados desacreditados da SPLC, como o seu mapa e as suas diversas listas. O FBI eliminou os links da SPLC de sua página de ‘recursos sobre crimes de ódio’ e o Pentágono se distanciou do material de SPLC”.

“É ela que é motivada pelo preconceito e pela intolerância”

Brian Brown, presidente da Organização Internacional para a Família, comentou sobre a SPLC e suas “listas de ódio”:

“É ela que é motivada pelo preconceito e pela intolerância. Não há nada de odioso em acreditar que as crianças merecem mãe e pai. Mas é completamente odioso perseguir organizações e indivíduos por apoiarem esta ideia. A SPLC deve responder pela retórica provocativa e incendiária que já gerou pelo menos um tiroteio e também pelas vidas e meios de subsistência que ela destruiu com as suas mentiras”.

Há fatos que falam por si. Dois deles, mencionados pela agência ACI Digital:

  • Em 2019, o co-fundador da SPLC, Morris Dees, foi obrigado a renunciar ao seu cargo na ONG após ser acusado de racismo e misoginia.
  • Várias vezes, a própria SPLC foi obrigada a se retratar por conta das suas catalogações de “grupos de ódio”. Em 2018, por exemplo, a ONG teve de pagar a Maajid Nawaz mais de 3 milhões de dólares por tê-lo incluído no “Guia de campo para extremistas anti-muçulmanos”, que também incluía Ayaan Hirsi Ali, respeitada defensora dos direitos humanos.

Estratégia do ódio

Parece estar ficando cada vez mais evidente a estratégia de vários grupos que fomentam a divisão, o “nós contra eles” e, no fim das contas, o ódio: empenhar-se sistematicamente em alardear que quem promove o “ódio” são os outros.

Aleteia

Prefeita socialista fecha basílica na Espanha com a desculpa de Covid-19

Imagem da ‘Mare de Déu de Lledó’ junto à sua basílica.
Foto: Diocese de Segorbe-Castellón

MADRI, 04 fev. 21 / 09:40 am (ACI).- A Prefeitura de Castellón (Espanha), governada por uma coligação de esquerda, fechou a Basílica da ‘Mare de Déu de Lledó’ (Mãe de Deus de Lledó) e outras ermidas municipais, argumentando que é para evitar o avanço da pandemia do coronavírus.

Em sua declaração de 15 de janeiro publicada em seu site, a Prefeitura disse que o fechamento está dentro de "uma série de medidas excepcionais para impedir o avanço da Covid-19".

Diante do fechamento unilateral da basílica, a Diocese de Segorbe-Castellón expressou em um comunicado “a preocupação dos cidadãos e dos católicos da cidade de Castellón”.

Denuncia também que “esta decisão foi tomada unilateralmente, sem prévia ou posterior comunicação oficial a esta Diocese ou ao prior da Basílica, encarregado do culto na mesma, em violação do direito fundamental à liberdade de culto”.

No comunicado afirma-se que o vigário geral da Diocese, em nome da mesma, apresentou no dia 19 de janeiro “uma série de alegações a este fechamento”. No entanto, nenhuma resposta foi obtida.

Diante desse silêncio das autoridades municipais, o vigário geral apresentou, no dia 25 de janeiro, outra carta manifestando seu desacordo com a medida adotada, desta vez dirigida à prefeita Amparo Marco, do Partido Socialista (PSOE). Também não houve resposta nesse caso.

No comunicado da Diocese, especifica-se que “a Basílica de Lledó é desde a sua construção e ereção canônica no s. XIV, lugar destinado exclusivamente ao culto católico sob a jurisdição do Bispo diocesano, e junto com os outros templos da Diocese tem sido adotadas de modo exemplar todas as medidas sanitárias requeridas”.

Sublinha-se que “estamos cientes da grave situação sanitária que atravessa a nossa Comunidade Autônoma devido à pandemia de Covid-19 e da responsabilidade que esta situação exige de todos nós”.

Da mesma forma, insiste que “a decisão da Prefeitura de fechar a Basílica não nos parece razoável nem aceitável”.

Por isso, “em resposta ao desejo dos cidadãos de virem rezar à sua Padroeira e aguardando a resposta municipal, a Real Confraria da ‘Mare de Déu del Lledó’ entronizará no altar-mor da Catedral de Santa Maria, a imagem da Padroeira presente em uma capela lateral”.

O comunicado conclui convidando quem quiser a ir à catedral “para pedir a intercessão da ‘Mare de Déu de Lledó’ pelo fim desta pandemia, pela saúde dos enfermos, pelo descanso eterno dos falecidos, pela força para os profissionais de saúde e trabalhadores da linha de frente".

O fechamento da basílica, no tribunal

Por sua vez, a Associação Espanhola de Advogados Cristãos solicitou ao Tribunal de Contencioso Administrativo de Castellón medidas cautelares “para que suspenda a resolução da Prefeitura de Castellón que fecha a Basílica da ‘Mare de Déu de Lledó’ e todas as ermidas municipais”.

A Associação assinala em seu escrito perante o Tribunal que “se trata de uma medida muito severa e extraordinariamente desproporcional, que não responde a nenhum tipo de critério médico ou epidemiológico, mas a uma autêntica perseguição religiosa”.

Além disso, recorda que “a participação na Missa é um preceito obrigatório para os católicos, portanto, fechar locais de culto causa danos irreparáveis ​​a muitas pessoas”.

Segundo a presidente de Advogados Cristãos, Polonia Castellanos, “a Prefeitura de Castellón extrapola de forma exagerada, restringindo um direito fundamental como a liberdade religiosa amparada no art. 16 da Constituição e em todas as convenções de direitos humanos”.

Por último, lamenta que “a Prefeitura de Castellón siga o mesmo caminho anticristão e laicista do Governo da Espanha".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Novo Núncio Apostólico no Brasil é acolhido na Catedral de Brasília

Guadium Press
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, afirmou que a visita do Núncio Apostólico confirma o laço profundo com a pessoa do “querido e amado Papa Francisco”.

Brasília (04/02/2021 15:30, Gaudium Press) Na manhã da última quarta-feira, 3 de fevereiro, foi celebrada uma Santa Missa Solene na Catedral Metropolitana de Brasília (DF). A cerimônia marcou a recepção do novo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro.

Estiveram presentes na celebração eucarística: o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o primeiro vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler; o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella; o presidente do regional Centro-Oeste, Dom Waldemar Passini; o Arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando Guimarães; o Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG), Júlio César Gomes; além de representantes do clero em Brasília; religiosos; e membros do corpo diplomático.

Homilia de Dom Giambattista Diquattro

Em sua homilia, Dom Giambattista recordou que “Deus manifesta a sua compaixão por aqueles que o temem. Isto é, para aqueles que reconhecem sua grandeza e admitem sua própria pequenez. Nossa pequenez consiste em sermos feitos de barro, a graça consiste em que neste pó que somos nós, Deus soprou seu Espírito. Se vivemos a sua graça, vivemos pelo Espírito de Deus”.

Guadium Press

Ao final do sermão, o Núncio concluiu sua reflexão fazendo a seguinte súplica: “Grandioso Deus, abençoai o nosso povo, os brasileiros que se confiam com o coração de filhos à intercessão da Virgem Mãe, Aparecida”.

Palavras de boas vindas

Em sua fala, Dom Walmor agradeceu a presença dos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas na celebração. Em seguida, manifestou sua alegria por recebê-lo, pois “na sua pessoa, está a pessoa do Papa Francisco, que o envia como servidor nessa Nunciatura Apostólica de grande importância na história da Igreja em todo o Brasil. Por isso, recebendo essa carta, em nome de toda a conferência nacional do Brasil, quero dizer ao senhor da nossa amizade, respeito e colaboração, e reafirmar o nosso grande compromisso com o Papa Francisco neste momento desafiador para toda a humanidade”.

Guadium Press

Visita à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

No mesmo dia, Dom Giambattista visitou a sede da CNBB, sendo acompanhado pela presidência da entidade e subsecretários. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, afirmou que a visita do Núncio Apostólico confirma o laço profundo com a pessoa do “querido e amado Papa Francisco”.

“Ele é seu representante, tem uma tarefa própria no contexto da Igreja e da sociedade brasileira, como a CNBB tem a sua tarefa própria como Igreja e na sociedade brasileira. Esse entrelaçamento e diálogos são importantíssimos para que nós possamos prestar um serviço de qualidade num tempo de muitas dificuldades”, concluiu. (EPC)

Como as mulheres viviam na terra de Santa Maria Madalena?

Escavações em Magdala. Crédito: Projeto Magdala

JERUSALÉM, 04 fev. 21 / 08:30 am (ACI).- Após uma década liderando na Terra Santa o Projeto Arqueológico Magdala, da Universidad Anáhuac México, a arqueóloga mexicana Marcela Zapata-Meza tem muitos elementos para projetar como as mulheres viviam nas terras de Santa Maria Madalena, na Galileia.

Em diálogo com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Zapata-Meza destacou que as mulheres da época de Santa Maria Madalena tinham “uma presença muito ativa trabalhando em Magdala”.

“As mulheres obviamente estavam mais focadas nas atividades domésticas. Realizavam atividades voltadas a tudo o que é a preparação e elaboração dos alimentos”, disse, indicando também que “trabalhavam de perto com os homens no sentido de preparar tudo o que deveriam levar para a pesca, como os anzóis e as chumbadas”.

A arqueóloga mexicana destacou que embora as mulheres do primeiro século, nos dias em que Jesus percorria Israel, “não iam na barca pescar, de alguma maneira os encaminhavam para que fossem ao Mar da Galileia e os recebiam para ajudar também com a limpeza da pesca”.

Além disso, a descoberta e o estudo de umas jarras de vidro em miniatura levaram os arqueólogos a considerar que "há uma grande probabilidade de que as mulheres em Magdala tenham elaborado unguentos medicinais, cosméticos e até mesmo corantes para pintar paredes".

"Também imaginamos que elas tenham vendido este tipo de coisas no mercado", disse Zapata-Meza. “Eu as imagino andando pelas ruas carregando as ânforas de água ou de vinho, imagino que elas compravam no mercado, escolhendo quais produtos levariam para casa”, acrescentou.

“Se partirmos do fato de que as fontes nos convidam a pensar em Maria Madalena em Magdala, ela deve ter realizado essas atividades”, ressaltou, embora ainda não tenham encontrado “evidências contundentes de Maria Madalena, ainda”.

Mais de 10 anos de arqueologia nas terras de Santa Maria Madalena

Zapata-Meza destacou que o trabalho que realizam na terra de Santa Maria Madalena há mais de uma década busca “entender o que as evidências arqueológicas nos dizem sobre Magdala, em primeira instância. Por exemplo, a temporalidade: é um povoado do século I. Portanto, estamos falando de um povoado que tem a ver neste caso com a vida de Jesus, de seu tempo e com a vida que ele passou na Galileia”.

“Através deste trabalho de análise, investigação e interpretação, podemos continuar falando sobre o que é Magdala e obviamente também podemos fazer uma relação entre o que nos contam os Evangelhos e a história propriamente dita da Galileia, nas diferentes épocas da ocupação de Magdala”.

"Meu objetivo não é demonstrar fé por meio da ciência", ressaltou, mas sim "contar como as pessoas viviam em Magdala durante o primeiro século e, a partir daí, poder fazer uma associação com a vida que Jesus poderia ter levado, seus discípulos, as pessoas que o seguiram, aqueles que acreditaram nele, por causa das evidências que o sítio de Magdala nos dá”.

A arqueóloga mexicana destacou que com o trabalho realizado, entenderam melhor a pesca como um trabalho importante na região na época de Jesus e também como os habitantes do local eram profundamente praticantes do judaísmo.

Para o futuro do trabalho arqueológico na região, frisou, “o mais importante é terminar alguns desenhos arqueológicos de cerâmica e de lamparinas de óleo, para poder publicar o primeiro relatório interdisciplinar com toda a informação destes primeiros anos de trabalho em Magdala”.

Com este relatório, destacou, será possível “dar uma aproximação do que agora entendemos sobre Magdala com os resultados que tivemos nestes anos”.

Esse trabalho teve um atraso devido à pandemia, mas espera-se que seja concluído em 2021.

“Se tudo for caminhando neste sentido, estaríamos retomando as escavações em Magdala em 2022, com um projeto que vai ser apresentado à Autoridade de Antiguidades que implica mais 10 anos de trabalho em Magdala para poder montar um pouco mais o quebra-cabeça da história de Magdala”, disse.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

S. ÁGUEDA, VIRGEM E MÁRTIR DE CATÂNIA

S. Águeda, Giovanni di Paolo  (© MET)

A história de Ágata se desenvolve, no século III, entre Catânia e Palermo, na Sicília, sul da Itália. As duas cidades são rivais sobre o nascimento da mártir. Segundo a sua “Passio”, deduz-se que a jovem nasceu, em 235, aos pés do Etna, no seio de uma família nobre e rica. Ainda adolescente, manifestou o desejo de consagrar-se a Deus. Com o rito da velatio, recebeu do seu Bispo o flammeum, o véu vermelho que as virgens consagradas usavam na época. Com base na tradição, ela era uma diaconisa, dedicada ao serviço da comunidade cristã. No ano 250, o edito do imperador Décio contra os cristãos desencadeou uma terrível perseguição. Em Catânia, a ordem foi duramente aplicada pelo impiedoso pro-cônsul Quinciano, que era apaixonado por Ágata.

Da fuga ao martírio

A jovem fugiu de Palermo, mas foi encontrada e reconduzida a Catânia. Levada a Quinciano, ela renunciou categoricamente. Então, o pro-cônsul decidiu aproveitar da virgindade da jovem: confiou-a a uma mulher da corte, de maus costumes, chamada Afrodisia, para educá-la às artimanhas amorosas. Mas, Ágata permaneceu fiel a Cristo, tanto que foi levada novamente a Quinciano, que decidiu submetê-la a um processo. Os Atos do Martírio de Santa Ágata descrevem o colóquio: “A qual classe social você pertence?”, pergunta-lhe Quinciano e ela lhe responde: “Não só nasci livre, mas de uma família nobre”. E Quinciano: “Mas, se você afirma ser livre e nobre, por que vive e se veste como escrava?”. “Porque sou serva de Cristo”, replica ela. Então Quinciano lhe pergunta: “Sendo realmente livre e nobre, por que quis ser escrava?”. Ágata lhe diz: “A máxima liberdade e nobreza consiste em demonstrar de ser serva de Cristo”. Quinciano retruca: “Se for assim, nós que desprezamos servir a Cristo e veneramos os deuses não temos liberdade?”. “A sua liberdade os arrasta para a escravidão, que não só os torna escravos do pecado, mas também os submete à madeira e às pedras”, afirma Ágata.

Diante de tais palavras, Quinciano exortou, mais uma vez, Ágata a renunciar a Cristo. E, para dar-lhe a possibilidade de refletir, a manda prender. No entanto, no dia seguinte, diante de uma nova rejeição, estabeleceu que a jovem fosse submetida a suplícios. Irado por vê-la enfrentar os sofrimentos com coragem, Quinciano manda torturar e arrancar seus mamilos. Depois, foi reconduzida à prisão, dolente e cheia de sangue. Mas, durante a noite, São Pedro lhe aparece e cura suas feridas. Levada de novo diante do Tribunal, Ágata rejeitou, mais uma vez, adorar os deuses e confessou ter sida curada por Jesus Cristo. Irritado com a sua coragem, apesar das torturas, Quinciano manda submetê-la aos carvões incandescentes, vestida apenas com o véu vermelho como esposa de Cristo.

Sua morte abala Catânia

“Enquanto a ordem do pro-Cônsul era executada, o lugar, - onde o santo Corpo da virgem era assado, - tremeu... toda a cidade de Catânia também foi abalada pela veemência do terremoto. Por isso, os habitantes foram às pressas até o Tribunal e começaram gritar, correndo um grande risco, pelos tremendos tormentos infligidos à santa serva de Deus”. Então, Ágata foi tirada dos carvões ardentes, com seu véu vermelho ainda íntegro, “e levada novamente para a prisão, onde abriu os braços e se dirigiu ao Senhor, dizendo: ‘Senhor, que me criastes e me protegestes, desde a minha infância; na minha juventude, me fizestes agir com coragem; que me libertastes dos prazeres mundanos; que preservastes meu corpo da contaminação; que me fizestes vencer os tormentos do algoz, dos ferros, do fogo e das correntes; que me destes, entre os tormentos, a virtude da paciência, vos peço, agora, acolher o meu espírito, por que já é hora que eu deixe este mundo, segundo a vossa vontade, para gozar da vossa misericórdia’. Ao pronunciar estas palavras, já com voz fraca, na presença de muitas pessoas, entregou seu espírito”. Era o dia 5 de fevereiro de 251.

O milagre da lava

Os Atos do Martírio de Santa Ágata narram ainda: “Após um ano... o vulcão Etna entrou em erupção; como um grande incêndio e um rio ardente, o fogo desceu impetuoso, liquefazendo a terra e as pedras, rumo à cidade de Catânia”. Então, muitos se dirigiram ao túmulo de Ágata para pedir a sua intercessão para que a cidade não fosse incendiada. Seu véu foi exposto diante da lava, que milagrosamente, parou de escorrer. A fama deste prodígio fez com que Santa Ágata se tornasse a padroeira de Catânia.

Seu culto teve início no ano seguinte do seu martírio, e se difundiu rapidamente por todos os lugares. As suas relíquias são conservadas na catedral, a ela dedicada, em Catânia.

Vatican News

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 11/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 24

Assim pois, quando Moisés cresce em conhecimento, confessa que vê Deus nas trevas, isto é, que agora sabe que a Divindade, por sua própria natureza, é algo que supera todo conhecimento e toda compreensão. Moisés - disse - entrou nas trevas, onde estava Deus (Ex 20, 21). Que Deus? Aquele que fez das trevas seu esconderijo (Sal 17, 12), como disse Davi, o qual foi iniciado nos mistérios secretos no mesmo santuário. Chegando ali, Moisés recebe de novo por meio da palavra os mandamentos que recebeu por meio das trevas, para que - assim creio -, nos confirmasse os ensinamentos sobre estas coisas com o testemunho da palavra divina. Pois em primeiro lugar, a palavra divina proíbe que os homens comparem a Divindade com alguma das coisas conhecidas, porque todo conceito, elaborado pelo entendimento com uma imagem sensível para conhecer e alcançar a natureza divina, dá uma imagem falsa de Deus, e não dá a conhecer o próprio Deus. A virtude da piedade tem dois aspectos: o que concerne a Deus e o que concerne à retidão dos costumes, pois a pureza de vida é uma parte da piedade. Moisés, ao aprender em primeiro lugar o que é necessário saber a respeito de Deus, que conhecê-lo consiste em não formar nenhuma idéia dEle a partir das coisas conhecidas segundo a forma humana de conhecer, entende também a outra face da virtude, ao aprender com que modo de viver se conduz retamente a vida virtuosa. Depois disto Moisés chega à tenda não feita por mão de homem. Quem o seguirá em seu caminhar através destas realidades e em seu elevar-se a tal altura com a mente, a ele, que subindo mais e mais, se eleva constantemente acima de si mesmo em ascensão às coisas mais altas? Primeiro abandonou a base da montanha, separando-se daqueles que careciam de forças para a ascensão. Depois, tendo chegado ao alto da subida, agüenta nos ouvidos o fragor das trombetas. Depois destas coisas, penetra no santuário secreto da teognose. Porem tampouco aqui permanece quieto, mas ascende até a tenda não feita por mão de homem (Hb 9, 11). Pois quem se elevou com tais ascensões encontra aqui o término. Parece-me que a trombeta celeste, interpretada de outra forma, se converte, para quem a ouve, em guia do caminhar até o que não está feito por mão de homem. Pois a harmonia das maravilhas existentes no céu grita a sabedoria divina que resplandece no universo e proclama por meio das coisas visíveis a grande glória de Deus, conforme o que foi dito: os céus proclamam a glória de Deus (Sal 18, 2). Esta, com a claridade e sonoridade de seu ensinamento, se converte em trombeta de grande voz, como disse um dos profetas: o céu fez soar a trombeta no alto (Eclo 45, 20). Quem purificou o ouvido do coração e o tornou sensível, depois de acolher este som - refiro-me ao que se origina da contemplação dos seres e que leva ao conhecimento do poder divino -, é guiado por ele até penetrar com o pensamento ali onde está Deus. Isto é chamado trevas pela Escritura, para indicar, como dissemos, o incognoscível e o invisível; tendo chegado ali vê aquela tenda não feita por mão de homem e mediante uma imitação material a dá a conhecer aos que estão abaixo.

Capítulo 25

Como era, pois, aquela tenda não feita por mão de homem, que foi mostrada a Moisés no alto da montanha, recebendo ordem de tomá-la como modelo para dar a conhecer, através de uma obra feita a mão, a maravilha não feita por mão de homem? Olha - disse - farás todas as coisas conforme o modelo que te foi mostrado na montanha (Ex 25, 40). Colunas de ouro apoiadas em bases de prata e adornadas também com capitéis de prata. Depois outras colunas cujos capitéis e cujas bases eram de bronze e o corpo do meio de prata. Todas tinham um suporte de madeira incorruptível e em toda sua volta se espalhava o resplendor próprio destes materiais de construção. Havia também uma arca de ouro puríssimo, que resplandecia do mesmo modo; o apoio do revestimento de ouro era também de madeira incorruptível. Alem disso um candelabro: único em sua base, mas dividido no alto em sete braços e sustentando em seus braços igual número de lâmpadas. Ouro era a matéria do candelabro, e seu interior não era oco, nem estava chapeado na madeira. Alem destas coisas, o altar, o expiatório e os querubins cujas asas davam sombra à arca (Hb 9, 5). Todas estas coisas eram de ouro; o ouro não só dava o brilho de ouro à superfície, mas era ouro maciço que estava inclusive no interior dos objetos. Havia ainda tapetes de diversas cores, tecidos com arte, com flores diversas abrindo-se entrelaçadas entre si como adorno do tecido. Com estes tapetes se separava o que, na tenda, era visível e acessível para alguns ministros sagrados, e o que estava vedado e era inacessível. O nome da parte anterior era o Santo, e o da parte secreta Santo dos Santos (Ex 26, 33). Enfim havia pias, incensários, a cobertura exterior das tendas, e tecidos de crinas e peles tingidas de vermelho; e todas as outras coisas que Moisés expôs com palavras (Ex 30, 18). Quem poderia compreendê-las com exatidão? Que realidades não feitas por mão de homem estas coisas imitam? Que proveito recebem os que vêem a imitação material daquelas coisas que foram contempladas ali por Moisés? Parece-me oportuno deixar a interpretação exata destas coisas a quem tem o poder de investigar as profundezas de Deus por meio do Espírito (1Co 2, 10), se há alguém que possa manifestar os mistérios no Espírito, como diz o Apóstolo (1Co 14, 2). De nossa parte, propomos hipoteticamente nossa interpretação destes assuntos, e a submetemos ao bom sentido de quem a ouça, deixando sua aceitação ou seu repúdio ao parecer de quem a examine.

Capítulo 26

Posto que Paulo nos revela em parte o mistério contido nestas coisas, tomando quanto já se disse como simples ponto de partida, dizemos agora que Moisés foi instruído profeticamente, em figuras, sobre o mistério da tenda que abrange o universo. Esta tenda é Cristo, força de Deus e sabedoria de Deus (1Co 1, 24), cuja própria natureza não é feita por mão de homem, mas que permitiu ser feito, quando foi conveniente que este tabernáculo fosse construído entre nós. Assim esta tenda é de certa forma incriada e criada: incriada em sua preexistência; vem a ser criada ao receber esta existência material.

 ECCLESIA Brasil

Marta, Maria e Lázaro ganham dia litúrgico próprio

Public Domain

Santos irmãos de Betânia, amigos de Jesus serão celebrados em 29 de julho.

Marta, Maria e Lázaro ganham dia litúrgico próprio: a memória dos três irmãos de Betânia, amigos de Jesus, passará a ser celebrada conjuntamente no dia 29 de julho, conforme decreto da Congregação para o Culto Divino que o Papa Francisco promulgou nesta semana.

Quem assina o decreto são o prefeito dessa congregação, cardeal Robert Sarah, e seu secretário, dom Arturo Roche. O documento estabelece que esta memória constará em todos os calendários e livros litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas, cabendo às conferências episcopais, com aprovação vaticana, traduzir as variações e acréscimos nos devidos textos litúrgicos.

Sobre os três irmãos santos, o decreto afirma:

“Na casa de Betânia, o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro. Por isso, o Evangelho de São João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as Suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte”.

Marta, Maria e Lázaro ganham dia litúrgico próprio

O texto também recorda que, durante séculos, perdurou a incerteza quanto à identidade dessa Maria, pois o nome é comum a outras mulheres mencionadas nos Evangelhos. Foi por esta razão que somente Santa Marta havia sido inscrita no Calendário Romano em 29 de julho.

O Papa Francisco decidiu inscrever a memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro no calendário Romano Geral por considerar de grande importância o “testemunho evangélico dos três irmãos, que ofereceram ao Senhor Jesus a hospitalidade da sua casa, prestando-lhe uma atenção dedicada e acreditando que Ele é a ressurreição e a vida”.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF