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sábado, 6 de fevereiro de 2021

Uma fundação pontifícia utiliza o Papa Francisco para difundir ideologia de gênero?

Alejandro Prosdocimi, do jornal argentino Clarín, conversa com o
Papa Francisco sobre os livros “Com Francisco ao meu lado”,
de Scholas Occurrentes. Crédito: Vatican Media

Vaticano, 05 fev. 21 / 02:29 pm (ACI).- A fundação pontifícia Scholas Occurrentes, que considera o Papa Francisco como fundamental para o seu funcionamento, teria usado a figura e a reputação do Santo Padre para divulgar o material de doutrinação sobre a ideologia de gênero para crianças em pelo menos uma dezena de países da América Latina.

Desde 2015, com o emblema de Scholas Ocurrentes, a coleção de livros "Com Francisco ao meu lado" é publicada em conjunto com jornais da Argentina, México, Espanha, Colômbia, Equador, Guatemala, El Salvador, Peru, Nicarágua e Bolívia, incluindo entre as suas páginas conceitos de ideologia de gênero.

Entre as páginas da coleção está o conto dirigido às crianças intitulado “Soy um perro!” (Sou um cachorro, tradução livre ao português), que apresenta a história do esforço de um “gatinho branco baixinho e corajoso” que queria ser reconhecido publicamente como um cão.

No final da história dirigida às crianças, o gato faz com que os cachorros o reconheçam como um deles graças à defesa de um burro que se identifica como cavalo.

Ao explicar a história "para pais e educadores", Scholas afirma que "nossa imagem e sentido de nós mesmos se desenvolve ao longo de nossas vidas".

Outra das histórias publicadas por Scholas, intitulada “Chiquillería” (Criançada, em tradução livre ao português), afirma que “há crianças que têm pai e mãe. Um de cada. Outros, dois de cada. Outros, um e dois. Ou dois e um”. O fragmento é ilustrado com duas crianças de mãos dadas com dois personagens que usam saias.

No "guia para pais e educadores", Scholas destaca que a história "Chiquillería" ensina que "a diversidade vai além do grupo social ou da cultura a que pertencemos" e inclui "os traços que não somos capazes de mudar: inclui idade, características físicas, gênero e orientação sexual”.

Cada um dos livros da coleção publicada por Scholas Ocurrentes traz um desenho do Papa Francisco e inclui frases do Santo Padre em suas primeiras páginas.

Ao anunciar a divulgação da coleção nos diversos países, informaram que contavam com o apoio do Vaticano e do Papa Francisco.

O jornal equatoriano El Universo informou em 2015 que seu subeditor, César Pérez Barriga “esteve na Cidade do Vaticano para assinar o convênio proposto com Scholas. Lá, foi apresentado o material bibliográfico e, inclusive, os diretores de meios assistentes cumprimentaram” o Santo Padre pessoalmente.

Por sua vez, para divulgar a coleção, o jornal argentino Clarín utilizou um pequeno fragmento de vídeo no qual o Papa Francisco afirma que “90% das cartas das crianças vêm com desenho”.

Além da edição realizada em parceria com o jornal mexicano Milenio, Scholas divulgou “Com Francisco ao meu lado” com o apoio do Governo da Cidade do México por ocasião da visita do Santo Padre em 2016.

ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, enviou pedidos de transparência ao Governo da Cidade do México, em outubro de 2020, para saber como essa publicação foi financiada e quantos exemplares foram impressos, sem obter resposta até o momento.

Em um e-mail enviado em 12 de janeiro de 2021 a Virginia Priano, diretora de comunicação da Fundação Pontifícia, ACI Prensa perguntou quanto dinheiro foi investido e quanto foi recebido em doações por ocasião da publicação “Com Francisco ao meu lado”, assim como o motivo das publicações que promovem a ideologia de gênero. Também perguntou a Scholas Occurrentes se os livros realmente receberam a aprovação do Papa Francisco e do Vaticano.

Priano não respondeu a esse e-mail nem a um recordatório enviado em 2 de fevereiro.

ACI Prensa ligou para Virginia Priano pelo WhatsApp em 3 de fevereiro. Depois de atender e desligar a chamada, o telefone italiano da diretora de Comunicações da Scholas Occurrentes não estava mais disponível, de modo que as mensagens não são mais recebidas e sua foto não pode mais ser vista, como quando um usuário foi bloqueado do sistema de mensagens.

Novas chamadas e mensagens encaminhadas de outro telefone também permaneceram sem resposta.

O que é Scholas Occurrentes e qual é sua relação com o Papa Francisco?

A Scholas Occurrentes define-se no seu site como “somos instituição e somos história, a história do nosso caminhar. Somos isso que contamos e nos contam de nós mesmos... uma instituição aberta ao encontro que nos recria. Como uma obra de arte, guardando as diferenças, vamos escutando o que é esse único de Scholas".

Além disso, estabelece sua origem “na cidade de Buenos Aires quando Jorge Bergoglio era Arcebispo sob o nome de 'Escola de Vizinhos', integrando alunos de escolas públicas e privadas, de todas as confissões religiosas, a fim de educar os jovens como cidadãos no compromisso pelo bem comum”.

Scholas Occurrentes assegura que tem "escritórios na Argentina, Chile, Cidade do Vaticano, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Haiti, Japão, Itália, México, Moçambique, Panamá, Paraguai, Portugal e Romênia"; embora ACI Prensa saiba que a suposta sede nos Estados Unidos deixou de funcionar para fins práticos.

Também está presente “com sua rede em 190 países, integrando mais de 400 mil centros educacionais e atingindo mais de um milhão de crianças e jovens em todo o mundo”.

Scholas Occurrentes foi oficialmente constituída em 14 de maio de 2015, na Espanha, "a pedido da Santa Sé", e tem como objetivos "promover, melhorar a educação e conseguir a integração das comunidades, com foco nas de menos recursos", assim como “promover campanhas de sensibilização sobre os valores humanos”.

Em 15 de agosto de 2015 foi instituída a fundação na Argentina. Nesse mesmo dia, o Papa Francisco assinou um quirógrafo - um decreto pontifício - instituindo as Scholas Occurrentes "como Fundação de Direito Pontifício", assegurando que se trata de uma "rede mundial de escolas que compartilham seus bens, tendo objetivos comuns, com especial atenção àquelas com menos recursos”.

Scholas Occurrentes, os promotores do aborto e milhões em doações

Usando também a imagem do Santo Padre, a Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes lançou sua “Universidade do Sentido”, uma série de conferências virtuais cujos palestrantes incluem conhecidos promotores do aborto legal, como o filósofo Darío Sztajnszrajber e a escritora Luisa Valenzuela.

ACI Prensa teve acesso a documentos financeiros de Scholas Occurrentes que revelam como, sem construir uma única escola para crianças e jovens de baixa renda em qualquer parte do mundo, a fundação pontifícia recebe milhões de dólares em doações e convênios.

No entanto, uma quantia significativa desses milhões de dólares seria usada para pagar honorários, viagens e escritórios.

Só em 2016, a Scholas Occurrentes gastou quase 5,2 milhões de dólares em “honorários profissionais” para sua filial argentina e outro milhão de dólares em “honorários temporários”.

Do mesmo modo, usou mais de 448 mil dólares para "salários e encargos sociais". Em “aluguel de escritórios”, a Scholas Occurrentes gastou mais de 324 mil dólares naquele ano. Outros 300 mil dólares foram para "telefonia móvel".

Em seu “Projecto Ágora. Criação de uma Rede Social Mundial baseada na Educação: Scholas”, a fundação pontifícia afirma que “o Papa é um ativo fundamental para Scholas e, portanto, é necessário um modelo de desenvolvimento que permita à Scholas Global ter amplo controle sobre o uso de sua imagem em todos seus capítulos/sedes”.

Consultas enviadas por ACI Prensa a Scholas Occurrentes sobre a convocação de palestrantes a favor do aborto e o uso de milhões de dólares que recebem em doações permanecem sem resposta desde setembro de 2020.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

S. DOROTEIA, VIRGEM E MÁRTIR

S. Doroteia, Lucas Cranach, o Velho

Doroteia era uma jovem que, no final do século III, viveu em Cesareia, na Capadócia, uma região da Ásia Menor, onde florescia uma das primeiras comunidades cristãs. Ao abraçar a fé no Senhor, desde pequena distinguiu-se pelo longo tempo que passava em oração, pelo sacrifício do jejum e pelas obras de caridade com o próximo.

A perseguição de Saprício

Naquela época, a Cesareia estava sob o comando do pretor Saprício, perseguidor dos cristãos. Tendo sido informado da fama de Doroteia, mandou prendê-la, obrigando-a a oferecer sacrifícios aos deuses. Apesar das ameaças de ser lançada na fogueira, a jovem permaneceu firme na sua decisão de não abjurar à sua fé. Então, Saprício a confiou a outras duas jovens, Crista e Calista, que, antes dela, haviam renunciado a Jesus para salvar suas vidas. A ideia do perseguidor, porém, deu êxito contrário: Doroteia converteu as duas jovens ao cristianismo. Assim, ambas as donzelas sofreram o martírio antes dela.

O milagre da cesta de maçãs e rosas

Ao ser conduzida ao patíbulo, Doroteia manteve a promessa, que havia feito, muito tempo antes, ao juiz Teófilo que, durante a sentença de condenação à morte por decapitação, a desafiou dizendo: "Envie-me maçãs e rosas do paraíso". Então, pouco antes de ser assassinada, o juiz viu um anjo que, em pleno inverno, lhe entregou uma cesta com três rosas e três maçãs. Imediatamente, ele também acreditou.

O poder da conversão

Como havia acontecido com Crista e Calista, a grande fé de Doroteia, sustentada por um evento prodigioso, levou ao Senhor outra alma: a de Teófilo, que, por sua profissão de fé, também foi condenado à morte. De fato, a sua memória litúrgica está associada à de Santa Doroteia, no mesmo dia 6 de fevereiro.

Vatican News

SS. PAULO MIKI PRESBÍTERO E COMPANHEIROS, MÁRTIRES JAPONESES

Mártires cristãos de Nagasaki, século XVII 

São Paulo Miki tem muitas primazias: além de ser o primeiro mártir cristão japonês do Japão - e não um missionário estrangeiro - também teve a primazia de ter sido o primeiro religioso nativo do País do Sol Nascente, embora não tenha conseguido ser ordenado sacerdote, devido à falta de um Bispo.
Paulo nasceu em Kyoto, capital cultural do arquipélago, em 1556, provavelmente em uma família convertida por São Francisco Xavier, que, em 1550, transcorreu dois anos no país, para aonde levou, pela primeira vez, a Companhia de Jesus. Trinta anos depois, a comunidade cristã local já contava 200 mil fiéis.

Um dos primeiros cristãos do Japão

Aos cinco anos de idade, Paulo recebeu o Batismo e foi enviado para estudar no Colégio dos Jesuítas, dos quais nunca mais se separou. Por causa da sua língua e cultura, encontrou muitas dificuldades em estudar latim; em compensação, tornou-se um especialista em religiosidade local, que fez dele um excelente pregador, capaz de manter contato com as autoridades budistas.
Naqueles anos, o clima era turbulento, por isso Paulo voltou para a sua casa, após uma visita a Roma, onde foi recebido pelo Papa Gregório XIII, que também era repleto de amor por Jesus. Percorreu todos os cantos do seu país, levando a Palavra e suscitando muitas conversões.

A perseguição de Shogun

De repente, a situação no país mudou: um pouco, por causa do comportamento dos cristãos marinheiros espanhóis, que chegavam ao Japão; depois, pelas divergências entre as Ordens missionárias, que chegaram ao país, em 1596. Então, Shogun Hideyoshi, militar samurai, começou uma violenta perseguição contra os cristãos. Paulo foi preso e, no cárcere, encontrou 6 Franciscanos, 3 Jesuítas e 17 leigos convertidos, inclusive 2 meninos muito jovens.

Martírio como Jesus na cruz

Foram 27 os mártires que morreram crucificados no monte Tateyama de Nagasaki, em 5 de fevereiro 1597. Da sua cruz, Paulo perdoou seus algozes e pronunciou um sermão final apaixonado, exortando todos a seguir a Cristo para serem salvos. Como Cristo, pouco antes de expirar, Paulo invocou a Deus Pai, em cujas mãos entregou seu espírito.
Paulo Miki foi canonizado, três séculos mais tarde, pelo Papa Pio IX. Precisamente naqueles anos, seu martírio, narrado em um livro, inspirou a obra missionária de um seminarista vêneto, Daniel Comboni, futuro apóstolo da “África”.

Vatican News

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 12/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História da Moisés

Capítulo 27

O que foi dito não parecerá obscuro a quem acolheu com retidão o mistério de nossa fé. Há certamente um só ser entre todos, que existia antes dos séculos e que foi criado nos últimos tempos, embora não tivesse necessidade de ser criado no tempo (Col 1, 17). Com efeito, como teria tido necessidade de nascimento temporal Aquele que existia antes dos tempos e dos séculos? Por nós, que por causa de nossa inconsideração nos havíamos afastado do ser, aceitou ser criado como nós para levar novamente a ser ao que se havia afastado do ser. Este é o Deus Unigênito, que abarca em si mesmo o universo, e que plantou sua tenda de campanha entre nós (Jo 1, 14). Ao ouvir chamar tenda a um bem tão elevado, não se turbe o amigo de Cristo, como se com o significado desta expressão se diminuísse a grandeza da natureza de Deus. Não existe nenhum outro nome digno para expressar esta natureza, pois todos são igualmente incapazes de uma definição adequada, sejam aqueles que valorizamos pouco, sejam aqueles com os quais cremos vislumbrar algo da grandeza dos conceitos. Assim como todos os demais nomes, cada um com significado parcial, são empregados piedosamente para indicar o poder de Deus - como médico, pastor, protetor, pão, videira, caminho, porta, mansão, água, pedra, fonte e todos os demais nomes que se usam para Ele -, assim também agora, o chamamos tenda em um sentido digno de Deus. De fato, o poder que contem o universo inteiro, no qual habita toda a plenitude da divindade (Col 2, 9), a proteção comum de tudo, que abrange o universo, é chamado tenda com todo o direito. Porem é necessário que a visão esteja em harmonia com este nome, isto é, que cada uma das coisas vistas nos leve à consideração de um conceito digno de Deus. E posto que o grande Apóstolo diz que o véu da tenda inferior é a carne (Hb 10, 20) por estar tecida de fios diferentes que indicam - penso - a substância dos quatro elementos, talvez também ele tenha tido a visão da tenda nos santuários celestiais, quando por meio do Espírito lhe foram revelados os mistérios do paraíso (2Co 12, 4), será oportuno, partindo desta interpretação de uma parte, harmonizar com ela a contemplação da toda a tenda. O simbolismo da tenda pode ser esclarecido por meio das mesmas palavras do Apóstolo. Pois em algum lugar diz do Unigênito, ao que conhecemos designado como tenda: Tudo foi criado por Ele, as coisas visíveis e as invisíveis, os tronos, as potestades, os principados, as dominações, as virtudes (Col 1, 16).

Capítulo 28

Por conseguinte, as colunas reluzentes de prata e recamadas de ouro, os suportes e argolas e aqueles querubins que cobriam a arca com suas asas e todas as outras coisas que contêm a descrição da tenda, se alguém as considera tendo presentes as realidades do alto, são as forças supramundanas que estão na tenda e que, conforme a vontade de Deus, sustenta o universo. Ali estão nossos verdadeiros suportes, que foram enviados para o serviço, por causa dos que hão de herdar a salvação (Hb 1, 14), os quais aderidos a nossas almas como anéis, elevam acima da virtude os que estão Afixados à terra. O texto, que chama querubim ao que cobre com suas asas os objetos secretos colocados na arca da aliança (Ex 25, 18-20), confirma a interpretação que fizemos da tenda. Sabemos que este é o nome das potências que estão em torno da natureza divina, e que Isaías e Ezequiel puderam vislumbrar (Is 6, 2 e Ez 10, 1-17). O fato de que a arca da aliança esteja oculta pelas asas não deve produzir estranheza a quem ouve. De fato, está escrito em Isaías simbolicamente o mesmo em relação às asas. O que aqui se chama arca da aliança, ali é chamado face (Is 6, 2). Em um lugar se oculta com as asas a arca, e em outro a face, significando o mesmo, no meu entender, em ambos os lugares: que é inacessível a contemplação das coisas inefáveis. E se ouvindo falar das lâmpadas que surgem de um só pé e se dividem em muitos braços para que se difunda por toda parte uma luz generosa e abundante, não errarás se entenderes que nesta tenda brilham os variados fulgores do Espírito, como diz Isaías ao dividir em sete as iluminações do Espírito (Is 11, 2 e Ap 4, 5). Quanto ao propiciatório, penso que sequer necessite de interpretação, uma vez que o Apóstolo já colocou a descoberto seu sentido profundo quando disse: A quem Deus propôs como propiciatório (Rm 3, 25). Por altar e incensário, entendo a adoração das criaturas celestes que se realiza continuamente naquela tenda. De fato, diz que não só a língua dos que estão na terra e abaixo da terra (Flp 2, 10), mas também a dos que estão nos céus dirige seu louvor àquele que é Princípio de todas as coisas. Este é o sacrifício agradável a Deus: o fruto dos lábios (Hb 13, 15 e Is 57, 19), como diz o Apóstolo, e o bom perfume das orações (Ap 5, 8). E se entre estes objetos se considera a pele tingida de vermelho e as crinas entrelaçadas, tampouco se cortará a coerência de nossa interpretação. Na visão das coisas divinas, o olhar profético verá prefixada ali a paixão salvadora, conforme simboliza cada uma das coisas enumeradas: na cor vermelha, o sangue; nas crinas, a morte. No corpo, as crinas estão privadas de sensibilidade; por esta razão se convertem em símbolo apropriado da morte.

Capítulo 29

Quando o profeta considera o tabernáculo celestial, o contempla através destes símbolos. Se depois considera a tenda inferior, posto que muitas vezes a Igreja é chamada Cristo por Paulo, poderíamos entender, com todo o direito, que estes nomes designam os servidores do divino mistério, os que a palavra chama também colunas da Igreja, julgando que estes nomes designam os apóstolos, os mestres e os profetas (Col 1, 18 e 1Co 12, 12 e Ef 1, 23 e Ga 2, 9). Com efeito, não só são colunas da Igreja Pedro, João e Tiago, nem só João Batista foi lâmpada que ilumina, senão que todos os que com seu esforço sustêm a Igreja e os que, por suas obras, se convertem em luminárias, são chamados colunas e lâmpadas (Jo 5, 35). Vós sois a luz do mundo (Mt 5, 14), disse o Senhor aos Apóstolos. E o divino Apóstolo, dirigindo-se a outros, manda novamente que sejam colunas, dizendo : Sede firmes e inquebrantáveis (1Co 15, 58). E edificou Timóteo como coluna formosa, fazendo-o, como disse com suas próprias palavras, coluna e fundamento da verdade (1Tm 3, 15). Neste tabernáculo, vemos oferecidos perpetuamente, de manhã e à tarde, o sacrifício de louvor e o incenso da oração (Hb 13, 15). O grande Davi nos dá a entender isto dirigindo a Deus o incenso da oração em perfume e suavidade, e oferecendo o sacrifício com a elevação das mãos (Sal 140, 2 e Ef 5, 2). Ao ouvir falar de peles, se reconhecerá facilmente os que se purificam da mancha dos pecados na água sacramental. Piscina era João, purificando no Jordão com o batismo de penitência; piscina era Pedro, que conduziu até a água três mil pessoas, e isto de uma só vez; piscina de Candace foi Felipe, e todos os que causam a graça em quantos recebem a participação do dom (At 2, 41 e At 8, 27-40). Talvez não nos afastemos do conveniente se interpretarmos que os tapetes, que unidos entre si rodeiam circularmente a tenda, significam a unanimidade de amor e de paz entre os crentes, pois Davi o entende assim quando diz: Fiz da paz teus limites (Sal 147, 14). A pele tingida de vermelho e as cobertas de crinas para completar o adorno da tenda, poderiam ser entendidas respectivamente como a mortificação da carne de pecado (Rm 8, 3) - da que é símbolo a pele tingida de vermelho -, e a austeridade da vida em continência, coisas com as quais o tabernáculo da Igreja se embeleza especialmente. As peles, com efeito, que não têm em si mesmas a força vital que provem da natureza, se torna colorida com a imersão na tinta vermelha, a qual ensina que a graça que floresce por meio do Espírito não nasce senão naqueles que deram morte ao pecado em si mesmos. E se com o tecido vermelho se designa no relato o pudor casto, isto deixamos ao juízo de quem queira pensar assim. O trançado de crinas, que proporciona um tecido áspero e grosso, alude à áspera austeridade que debilita nossas paixões familiares. A vida em virgindade, que mortifica a carne de quem assim vive, mostra em si todos estes traços (1Co 9, 27). O fato de que o interior da tenda, que se chama Santo dos Santos, esteja vedado à maioria, não pensamos que destoe da coerência de nossa interpretação. Pois na verdade é coisa santa, e coisa santa entre as santas, intangível e inacessível à maioria, a verdade dos seres. Posto que está colocada na parte mais íntima e secreta da tenda do mistério, nós não devemos nos ocupar inoportunamente do conhecimento dos seres que estão alem de nossa compreensão, crendo sim que o procurado existe, ainda que não seja patente aos olhos de todos, mas que permanece inefável nas regiões secretas do espírito.

ECCLESIA Brasil

O SENTIDO DO DISCIPULADO NOS PADRES DA IGREJA

Ed. Cléofas
por Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

O discipulado é um dado cristológico, bíblico, em referência ao seguimento do Senhor Jesus Cristo e a fazer discípulos e discípulas para o Reino de Deus, para a Igreja. Como hoje a Igreja fala do discipulado, vejamos em alguns padres da Igreja como era conhecido, o discipulado

            Santo Inácio de Antioquia, bispo do século I, afirmou que o discipulado era a unidade com o Senhor pela entrega de sua própria vida. Ele solicitou à comunidade dos romanos para que nada o impedisse para assim ser pasto das feras, por meio das quais lhes era concedido alcançar a Deus. Ele queria ser trigo de Deus, e seria moído pelos dentes das feras, para que se apresentasse como trigo puro de Cristo. Dessa forma, afirmou Santo Inácio que seria discípulo verdadeiro de Jesus Cristo, quando o mundo não visse o seu corpo. Ele pedia que os romanos suplicassem a Cristo por ele para ele fosse vitima oferecida a Deus[1]. O Bispo de Antioquia pedia à comunidade dos romanos que rezassem por ele, para que pudesse alcançar a meta, de ser unido com o Senhor pelo martírio[2].

            O autor da Carta a Diogneto, século II afirmou que os cristãos não se distinguiam das outras pessoas, nem por terra, nem por língua ou por costumes. Eles não moravam em cidades próprias, nem falavam língua estranha, nem tinham algum modo especial de vida. Os cristãos viviam em cidades gregas e bárbaras, adaptavam-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto testemunhavam um modo de vida social admirável. Eles viviam em sua pátria, mas como forasteiros: participavam de tudo como cristãos e suportavam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira era pátria deles, e cada pátria era estrangeira[3].

            Ainda nesta Carta há o aspecto dos cristãos que seguiam a nova religião, ressaltando-se o dom de que as pessoas foram formadas à imagem de Deus, e assim o Senhor enviou seu Filho Unigênito na qual anunciou o reino do céu, e o dará a todos que o tiverem amado[4]. O autor ainda aprofundou o ponto de que muitos foram instruídos pelos apóstolos, que por sua vez foram discípulos dignos na Verdade, Jesus Cristo. De fato, quem foi instruído e gerado pelo Verbo amável, procura com clareza o que o mesmo Verbo mostrou aos seus discípulos[5].

A linhagem humana

Santo Agostinho, bispo de Hipona, Norte da África, séculos IV e V afirmou que a geração humana foi iluminada pela obra de Cristo, pela sua missão no mundo. É impossível não perceber que as coisas mudaram a partir do Senhor e de sua Igreja. A estirpe humana recebeu uma iluminação pela presença do Verbo encarnado e o anúncio do evangelho pelo mundo. A geração humana abandonou os falsos deuses, reduzidos a pedaços, as suas imagens, derrubados os templos, erradicados tantos ritos vãos, e agora é invocado o único e verdadeiro Deus. Tudo isso veio através do homem e Deus, Jesus Cristo que foi desprezado, preso, crucificado pelos homens, mas que ressuscitou dos mortos e caminha com o seu povo.

Santo Agostinho continuou a sua reflexão no sentido que os discípulos de Jesus, por Ele eleitos foram ao mundo, na difusão de sua doutrina entre os simples, os ignorantes, entre os pecadores, pecadoras, publicanos, também tiveram presentes o anúncio de sua ressurreição e a sua ascensão sustentando que eles viram essas realidades e que cheios do Espírito Santo, anunciaram a boa nova em todas as línguas. O ponto que ficou claro é que foi através deles que ouviram, muitos acreditaram enquanto outros não acreditaram e perseguiram os discípulos do Senhor pelas suas pregações.

Atitudes dos discípulos

Muitos fiéis morreram pela causa do discipulado no Senhor. Santo Agostinho afirmou que era admirável os fiéis que combateram até a morte pela sua verdade, não se vingando pelo mal, mas suportando-o; não matando, mas morrendo venceram o mal, em tal modo que se converteram a nova religião homens e mulheres, os pequenos e os grandes, os estudiosos e os que não tinham conhecimentos das coisas, os sabedores e os simples, os poderosos e os fracos, os do alto e os humildes.

A difusão da Igreja

Segundo Santo Agostinho a Igreja se difundiu entre as gentes os povos pela verdade a ser anunciada que é o Senhor Jesus Cristo de modo a gloriar-se do nome de Cristo de modo que a defender a sua doutrina anunciada pela comunidade eclesial, a Igreja[6].

[1] Cfr. Inácio aos Romanos, 4,1-2. In: Padres Apostólicos, Paulus, São Paulo, 1995, pg. 105.

[2] Cfr. Idem, 8,3, pg. 107.

[3] Cfr. Carta a Diogneto, 5, 1-5. In: Padres Apologistas, Paulus, São Paulo, 1995, pgs. 22-23.

[4] Cfr. Idem, 10,1-2, pg. 27.

[5] Cfr. Idem, 11, 1-2, pg. 28.

[6] Cfr. Agostino di Ipona, La fede in ciò che non si vede, 7,10. In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pg. 58.

CNBB

Para melhor educar os filhos, entenda primeiro seu próprio temperamento

Edward Cisneros/Unsplash | CC0

Trabalhar sobre si mesmo, compreender porque tal ou tal atitude em um de seus filhos incomoda, decepciona ou traz alegria. Este é um trabalho de introspecção que cada pai deve fazer para educar adequadamente seus filhos.

Entender seu próprio temperamento o ajuda a entender melhor seu filho. Veja a seguir um entrevista com Claire Deprey, conselheira matrimonial e familiar.

Por que é importante levar em consideração o temperamento de nossos filhos?

Claire Deprey: Em primeiro lugar, para não machucá-los. Para compreendê-los e assim poder adaptar nossas reações, nossas demandas e exigências. Nossos filhos são educados em um ambiente familiar e social que é específico para eles, e seu comportamento se formará de acordo com seu temperamento, por um lado, e com os eventos que irão vivenciar nesta família, por outro lado, e isso começa desde o momento que eles estão no útero materno. Por isso, é importante identificar o que toca, o que machuca nosso filho, mas também o que o faz feliz, o que faz com que ele se abra.

Não corremos o risco de trancá-los em volta de si mesmos?

É realmente um risco! No entanto, o temperamento de uma criança pode mudar. Os pais podem ajudar a criança a melhorar, a canalizar suas emoções, mas acima de tudo não devem tentar mudá-lo! E com o tempo, o temperamento pode ser enriquecido com qualidades ou defeitos, mesmo na idade adulta. Se fechada em si, a criança muitas vezes é prisioneira de seu temperamento, vivenciando as consequências que isso pode acarretar.

Não é importante que os pais conheçam seu próprio temperamento para adaptar a educação que dão aos filhos?

Essa é a base para ser um bom educador! Mesmo que você se descubra e aprenda muito sobre si mesmo ao se tornar pai ou mãe, desconfio muito de todas essas ferramentas ou workshops que nos “treinam” para sermos bons pais. Utilizar ferramentas educacionais sem saber se elas são adequadas ao nosso temperamento não causará nenhum efeito positivo. Pelo contrário, muitas vezes os pais se sentem culpados, ganhando a impressão de serem péssimos pais ou de terem os piores filhos do mundo!

Devemos trabalhar primeiro sobre nós mesmos, veja por que essa ou aquela atitude do nosso filho nos incomoda, nos decepciona ou nos faz felizes, devemos buscar entender o que reproduzimos da nossa própria educação e por quê. Todo esse trabalho de introspecção e o conhecimento de nós mesmos que podemos fazer como casal só pode nos ajudar a adaptar a educação que damos aos nossos filhos e, principalmente, a ter uma visão caridosa de nossas dificuldades na árdua tarefar de ser bons pais.

Cada criança requer uma forma de educação adaptada ao seu temperamento. Esta educação “à la carte”, não é muito impositiva para os pais?

Em uma família, há de haver sempre uma educação geral, baseada em valores educacionais comuns, e uma educação mais pessoal. Essa atenção à educação pessoal é recente e é necessário porque nossos filhos são únicos. Mas por outro lado ela pode ser muito prejudicial, provocando ansiedade. Se muita ênfase é colocada sobre as suas particularidades, a criança pode pensar que é estranha, diferente dos outros. E essa situação pode colocá-lo em uma posição de onipotência! Isso pode ser exaustivo para os pais e causar ciúme aos demais irmãos. Portanto, tudo é uma questão de dosagem e delicadeza. Esteja atento a cada um, tendo em mente o que nós, como pais, queremos transmitir aos nossos filhos.

Aleteia

Professores de Direito na Campanha “Eutanásia? A vida humana é inviolável”

Guadium Press
Chegou o momento de os professores de Direito darem o seu testemunho sobre a inconstitucionalidade da lei, por violação do direito à vida.

Lisboa – Portugal (04/02/2021, 16:30,  Gaudium Press) Foi lançada pelo movimento cívico ‘Stop Eutanásia’ a campanha ‘Eutanásia? A vida humana é inviolável’ e conta com o apoio de professores Universitários de Direito em Portugal.

Em um comunicado distribuído à imprensa, o movimento “Stop Eutanásia” afirma que “É chegado o momento de os professores de Direito darem o seu testemunho sobre a inconstitucionalidade da lei, por violação do direito à vida, prevista no art. 24º, nº 1, da Constituição:
‘A vida humana é inviolável’”, relembra.

Entre os apoiadores da Campanha estão algusn dos mais ilustres professores de Direito em Portugal

O movimento cívico afirma que a campanha conta com “o apoio de alguns dos mais ilustres Professores de Direito em Portugal” e destaca os Professores Jorge Miranda; Jorge Bacelar Gouveia; Paulo Otero; Carlos Blanco de Morais; José Casalta Nabais; Fernando Alves Correia; António Cândido de Oliveira; Jónatas Machado; Fausto de Quadros; Maria da Glória Dias Garcia.

A Campanha do movimento “A vida humana é inviolável” continua, mesmo tendo sido aprovado, n0 último dia 29 de janeiro, o diploma que legaliza a prática da eutanásia no país.

O ‘Stop Eutanásia’ dá voz à sociedade civil e presta um serviço de informação multidisciplinar

O ‘Stop Eutanásia’ lembra que já lançou este ano o filme ‘O Sentido da Vida’, “de sensibilização e promoção de uma cultura do cuidado em contraponto com uma lei de eutanásia”, e a campanha ‘Eutanásia? Não contem comigo’, com “muitos dos profissionais de saúde que dizem não à eutanásia em Portugal”.

O movimento cívico “dá voz à sociedade civil e presta um serviço de informação multidisciplinar” nas áreas de fim de vida e cuidados paliativos e foi fundado para “divulgar as diversas escolhas e caminhos alternativos à eutanásia e ao chamado ‘suicídio assistido’ ou ‘antecipação da morte’”.

(Redação Gaudium Press- informações Agencia Ecclesia)

Organizações que defendem casamento homem-mulher são acusadas de “ódio”

Pavlo Melnyk | Shutterstock
por Francisco Vêneto

Entidades pró-família reagem: "Não há nada de odioso em acreditar que as crianças merecem mãe e pai. Odioso é perseguir quem acredita nisto".

Organizações que defendem casamento homem-mulher têm sido classificadas como “grupos de ódio”: trata-se, especificamente, das organizações norte-americanas Alliance Defending Freedom, C-FAM, Family Research Council e Ruth Institute, que promovem os valores universais do respeito à liberdade de crença, da defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural e da preservação da família natural formada por um homem e uma mulher abertos à vida e, por conseguinte, a ter filhos.

Estas quatro organizações foram rotuladas como “grupos de ódio” por promoverem o casamento entre homem e mulher e, em decorrência, serem tachadas de “anti-LGBTQ”.

Quem se arrogou o questionável papel censor de assim catalogá-las foi a ONG Southern Poverty Law Center (SPLC), também norte-americana. Essa ONG publicou em 1º de fevereiro um relatório sobre o ano de 2020 com o título “Ano do ódio e do extremismo“. O relatório inclui uma lista, dividida por Estados, com o que chama de “grupos de ódio” presentes no país. A lista mistura de neonazistas e adeptos da Ku Klux Klan até organizações que defendem a vida, a família e a liberdade religiosa.

Organizações que defendem casamento homem-mulher são acusadas de “ódio”

Alliance Defending Freedom

A Alliance Defending Freedom (ADF), por exemplo, já tinha sido tachada de “grupo de ódio” em 2016. Seu conselheiro jurídico Jeremy Tedesco declarou a respeito:

“A ADF ganhou 11 casos na Suprema Corte dos Estados Unidos desde 2011. Trabalhamos para preservar as liberdades fundamentais de expressão, religião e consciência de todos os norte-americanos”.

Tedesco também questionou enfaticamente a credibilidade da SPLC:

“A SPLC já foi uma organização de direitos civis respeitada, mas destruiu a sua credibilidade por causa da agenda partidária descarada e do seu plano desacreditado de arrecadação de fundos. Tornou-se um grupo que ataca e espalha mentiras sobre organizações e indivíduos que discordem da sua agenda de extrema esquerda”.

Ruth Institute

Quanto ao Ruth Institute, sua fundadora, Dra. Jennifer Roback Morse, declarou em 2017 ao site norte-americano National Catholic Register que o foco principal da entidade é cuidar de casos de fragmentação familiar e do seu impacto nas crianças. “Se isso nos transforma num ‘grupo de ódio’, então que seja”.

Por causa dessa catalogação, o instituto perdeu acesso a fundos que poderiam financiar os seus projetos em favor da unidade familiar.

Family Research Council

Um dos resultados mais graves da rotulação ideológica perpetrada pela SPLC aconteceu em 2012, quando um criminoso chamado Floyd Lee Corkins II invadiu a sede do Family Research Council, em Washington, DC, e disparou contra um segurança desarmado. O guarda sobreviveu e conseguiu render o criminoso. Na ocasião, as autoridades reconheceram que a rápida reação do segurança evitou um possível tiroteio em massa, já que Floyd Lee Corkins II tinha consigo 50 cartuchos de munição. Ele foi condenado a 25 anos de prisão e confessou que a sua motivação para o ataque foi o fato de que o Family Research Council tinha sido rotulado de “anti-gay” pela SPLC.

William Boykin, vice-presidente executivo do Family Research Council, declarou sobre a SPLC:

“A organização Southern Poverty Law Center é uma máquina de difamação política que pouco respeita a liberdade de pensamento e de expressão”.

Ele acrescentou sobre o extremismo da própria SPLC:

“No âmbito político, existe uma consciência daquilo em que a SPLC se transformou: uma organização completamente desonrada, que tenta silenciar os seus oponentes políticos com calúnias e acusações difamatórias que põem vidas em perigo. Temos visto corporações e até meios de comunicação demonstrando cada vez mais dúvidas sobre os dados desacreditados da SPLC, como o seu mapa e as suas diversas listas. O FBI eliminou os links da SPLC de sua página de ‘recursos sobre crimes de ódio’ e o Pentágono se distanciou do material de SPLC”.

“É ela que é motivada pelo preconceito e pela intolerância”

Brian Brown, presidente da Organização Internacional para a Família, comentou sobre a SPLC e suas “listas de ódio”:

“É ela que é motivada pelo preconceito e pela intolerância. Não há nada de odioso em acreditar que as crianças merecem mãe e pai. Mas é completamente odioso perseguir organizações e indivíduos por apoiarem esta ideia. A SPLC deve responder pela retórica provocativa e incendiária que já gerou pelo menos um tiroteio e também pelas vidas e meios de subsistência que ela destruiu com as suas mentiras”.

Há fatos que falam por si. Dois deles, mencionados pela agência ACI Digital:

  • Em 2019, o co-fundador da SPLC, Morris Dees, foi obrigado a renunciar ao seu cargo na ONG após ser acusado de racismo e misoginia.
  • Várias vezes, a própria SPLC foi obrigada a se retratar por conta das suas catalogações de “grupos de ódio”. Em 2018, por exemplo, a ONG teve de pagar a Maajid Nawaz mais de 3 milhões de dólares por tê-lo incluído no “Guia de campo para extremistas anti-muçulmanos”, que também incluía Ayaan Hirsi Ali, respeitada defensora dos direitos humanos.

Estratégia do ódio

Parece estar ficando cada vez mais evidente a estratégia de vários grupos que fomentam a divisão, o “nós contra eles” e, no fim das contas, o ódio: empenhar-se sistematicamente em alardear que quem promove o “ódio” são os outros.

Aleteia

Prefeita socialista fecha basílica na Espanha com a desculpa de Covid-19

Imagem da ‘Mare de Déu de Lledó’ junto à sua basílica.
Foto: Diocese de Segorbe-Castellón

MADRI, 04 fev. 21 / 09:40 am (ACI).- A Prefeitura de Castellón (Espanha), governada por uma coligação de esquerda, fechou a Basílica da ‘Mare de Déu de Lledó’ (Mãe de Deus de Lledó) e outras ermidas municipais, argumentando que é para evitar o avanço da pandemia do coronavírus.

Em sua declaração de 15 de janeiro publicada em seu site, a Prefeitura disse que o fechamento está dentro de "uma série de medidas excepcionais para impedir o avanço da Covid-19".

Diante do fechamento unilateral da basílica, a Diocese de Segorbe-Castellón expressou em um comunicado “a preocupação dos cidadãos e dos católicos da cidade de Castellón”.

Denuncia também que “esta decisão foi tomada unilateralmente, sem prévia ou posterior comunicação oficial a esta Diocese ou ao prior da Basílica, encarregado do culto na mesma, em violação do direito fundamental à liberdade de culto”.

No comunicado afirma-se que o vigário geral da Diocese, em nome da mesma, apresentou no dia 19 de janeiro “uma série de alegações a este fechamento”. No entanto, nenhuma resposta foi obtida.

Diante desse silêncio das autoridades municipais, o vigário geral apresentou, no dia 25 de janeiro, outra carta manifestando seu desacordo com a medida adotada, desta vez dirigida à prefeita Amparo Marco, do Partido Socialista (PSOE). Também não houve resposta nesse caso.

No comunicado da Diocese, especifica-se que “a Basílica de Lledó é desde a sua construção e ereção canônica no s. XIV, lugar destinado exclusivamente ao culto católico sob a jurisdição do Bispo diocesano, e junto com os outros templos da Diocese tem sido adotadas de modo exemplar todas as medidas sanitárias requeridas”.

Sublinha-se que “estamos cientes da grave situação sanitária que atravessa a nossa Comunidade Autônoma devido à pandemia de Covid-19 e da responsabilidade que esta situação exige de todos nós”.

Da mesma forma, insiste que “a decisão da Prefeitura de fechar a Basílica não nos parece razoável nem aceitável”.

Por isso, “em resposta ao desejo dos cidadãos de virem rezar à sua Padroeira e aguardando a resposta municipal, a Real Confraria da ‘Mare de Déu del Lledó’ entronizará no altar-mor da Catedral de Santa Maria, a imagem da Padroeira presente em uma capela lateral”.

O comunicado conclui convidando quem quiser a ir à catedral “para pedir a intercessão da ‘Mare de Déu de Lledó’ pelo fim desta pandemia, pela saúde dos enfermos, pelo descanso eterno dos falecidos, pela força para os profissionais de saúde e trabalhadores da linha de frente".

O fechamento da basílica, no tribunal

Por sua vez, a Associação Espanhola de Advogados Cristãos solicitou ao Tribunal de Contencioso Administrativo de Castellón medidas cautelares “para que suspenda a resolução da Prefeitura de Castellón que fecha a Basílica da ‘Mare de Déu de Lledó’ e todas as ermidas municipais”.

A Associação assinala em seu escrito perante o Tribunal que “se trata de uma medida muito severa e extraordinariamente desproporcional, que não responde a nenhum tipo de critério médico ou epidemiológico, mas a uma autêntica perseguição religiosa”.

Além disso, recorda que “a participação na Missa é um preceito obrigatório para os católicos, portanto, fechar locais de culto causa danos irreparáveis ​​a muitas pessoas”.

Segundo a presidente de Advogados Cristãos, Polonia Castellanos, “a Prefeitura de Castellón extrapola de forma exagerada, restringindo um direito fundamental como a liberdade religiosa amparada no art. 16 da Constituição e em todas as convenções de direitos humanos”.

Por último, lamenta que “a Prefeitura de Castellón siga o mesmo caminho anticristão e laicista do Governo da Espanha".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Novo Núncio Apostólico no Brasil é acolhido na Catedral de Brasília

Guadium Press
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, afirmou que a visita do Núncio Apostólico confirma o laço profundo com a pessoa do “querido e amado Papa Francisco”.

Brasília (04/02/2021 15:30, Gaudium Press) Na manhã da última quarta-feira, 3 de fevereiro, foi celebrada uma Santa Missa Solene na Catedral Metropolitana de Brasília (DF). A cerimônia marcou a recepção do novo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro.

Estiveram presentes na celebração eucarística: o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o primeiro vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler; o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella; o presidente do regional Centro-Oeste, Dom Waldemar Passini; o Arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando Guimarães; o Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG), Júlio César Gomes; além de representantes do clero em Brasília; religiosos; e membros do corpo diplomático.

Homilia de Dom Giambattista Diquattro

Em sua homilia, Dom Giambattista recordou que “Deus manifesta a sua compaixão por aqueles que o temem. Isto é, para aqueles que reconhecem sua grandeza e admitem sua própria pequenez. Nossa pequenez consiste em sermos feitos de barro, a graça consiste em que neste pó que somos nós, Deus soprou seu Espírito. Se vivemos a sua graça, vivemos pelo Espírito de Deus”.

Guadium Press

Ao final do sermão, o Núncio concluiu sua reflexão fazendo a seguinte súplica: “Grandioso Deus, abençoai o nosso povo, os brasileiros que se confiam com o coração de filhos à intercessão da Virgem Mãe, Aparecida”.

Palavras de boas vindas

Em sua fala, Dom Walmor agradeceu a presença dos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas na celebração. Em seguida, manifestou sua alegria por recebê-lo, pois “na sua pessoa, está a pessoa do Papa Francisco, que o envia como servidor nessa Nunciatura Apostólica de grande importância na história da Igreja em todo o Brasil. Por isso, recebendo essa carta, em nome de toda a conferência nacional do Brasil, quero dizer ao senhor da nossa amizade, respeito e colaboração, e reafirmar o nosso grande compromisso com o Papa Francisco neste momento desafiador para toda a humanidade”.

Guadium Press

Visita à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

No mesmo dia, Dom Giambattista visitou a sede da CNBB, sendo acompanhado pela presidência da entidade e subsecretários. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, afirmou que a visita do Núncio Apostólico confirma o laço profundo com a pessoa do “querido e amado Papa Francisco”.

“Ele é seu representante, tem uma tarefa própria no contexto da Igreja e da sociedade brasileira, como a CNBB tem a sua tarefa própria como Igreja e na sociedade brasileira. Esse entrelaçamento e diálogos são importantíssimos para que nós possamos prestar um serviço de qualidade num tempo de muitas dificuldades”, concluiu. (EPC)

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF