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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Do Comentário sobre a Carta aos Gálatas, de Santo Agostinho, bispo

S. Agostinho | Elo7

Do Comentário sobre a Carta aos Gálatas, de Santo Agostinho, bispo

(Praefatio: PL 35,2105-2107)

(Séc. V)

Compreendamos a graça de Deus

O Apóstolo escreve aos gálatas com a intenção de fazê-los compreender que a graça de Deus neles atua de tal modo que não mais estão sob a lei. Ao ser proclamada a graça do Evangelho, não faltou quem dentre os judeus, mesmo se dizendo cristão, não tivesse entendido o imenso benefício da graça e teimasse em manter-se sob o jugo da lei que o Senhor Deus impusera não aos servidores da justiça, mas aos servidores do pecado. Esta lei era justa para homens injustos a fim de mostrar-lhes o pecado, mas não para tirá-lo. Nada, com efeito, apaga o pecado a não ser a graça da fé que age pela caridade.

De fato, certos judeus queriam impor aos gálatas, já possuidores da graça, o peso da lei, afirmando de nada lhes aproveitar o Evangelho, a não ser que se deixassem circuncidar e adotassem os outros ritos judaicos puramente carnais.

Por esta razão começaram a suspeitar de Paulo, que lhes havia pregado o Evangelho, julgando-o infiel à doutrina dos outros apóstolos que obrigavam os gentios a viverem como judeus. O apóstolo Pedro cedera ao escândalo de tais homens e deixara-se levar à simulação, como se pensasse, também ele, que aos gentios de nada serviria o Evangelho, se não cumprissem os preceitos onerosos da lei. O apóstolo Paulo afasta-o dessa simulação como conta nesta Carta. Trata-se aqui da mesma questão que na Carta aos Romanos. Contudo nesta última parece haver outra coisa, pois acaba com uma contenda e tranqüiliza a situação entre os partidários dos judeus e os gentios que haviam aceitado a fé.

Em nossa Carta, porém, dirige-se àqueles que estavam abalados por causa da autoridade daqueles judeus que os constrangiam aos preceitos da lei. Já haviam começado a dar-lhes crédito, pensando que o apóstolo Paulo não lhes havia pregado toda a verdade por não querer deixá-los circuncidar-se. Por isso começa logo assim: Espanto-me por terdes tão depressa passado daquele que vos chamou à glória de Cristo para um outro evangelho.

Nesta introdução sugeriu em poucas palavras o ponto em questão. Embora na própria saudação, quando diz ser apóstolo, não da parte dos homens nem por homem algum – expressão que não se encontra em nenhuma outra carta – mostre claramente serem esses tais conselheiros não da parte de Deus, mas dos homens; e ser injusto considerá-lo inferior aos outros apóstolos, quanto à autoridade do testemunho evangélico, já que sabia ser apóstolo não da parte de homens nem por um homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai.

https://liturgiadashoras.online/

2020: o ano mais difícil para o Santuário de Fátima

Shutterstock

Com a pandemia, a queda do número de visitantes impactou na receita do santuário.

O Santuário de Fátima divulgou um balanço de como foi o ano de 2020 em relação às visitações de peregrinos e receitas.

Assim como outros santuários ao redor do mundo, Fátima ficou quase três meses sem nenhuma celebração com a presença de fiéis por causa da pandemia. Mesmo assim, em todo o ano, 1,4 milhão de peregrinos ainda conseguiram participar presencialmente de cerca de 4.300 celebrações. Em 2019, por exemplo, foram 6,5 milhões de visitantes.

O reitor do Santuário, Padre Carlos Cabecinhas, fala em um ano difícil. “2020 não foi apenas um ano diferente e estranho: foi um ano difícil, porque nos confrontou com a necessidade de fechar espaços vocacionados para acolher, para receber, para estarem abertos; difícil porque tivemos de celebrar pela primeira vez o 12 e 13 de maio sem presença física de peregrinos e o 12 e 13 de outubro apenas com 6 mil peregrinos no amplo recinto de oração; difícil ainda a nível económico, pois este lugar depende da presença e da generosidade de quem nos visita”, explicou o padre.

Segundo o reitor, esta diminuição no número de peregrinos impactou nas receitas. De fato, houve queda de quase 49% nos donativos.

Aposta nas transmissões online

Com a redução no número de visitantes, o Santuário de Fátima teve que fortalecer os meios digitais para continuar levando a mensagem de Nossa Senhora.

Com isso, a aposta nas transmissões das celebrações ao vivo pela internet fizeram aumentar o número de seguidores dos perfis do santuário nas redes sociais. Por exemplo: antes da pandemia, a página do Santuário de Fátima no Facebook tinha 1 milhão de seguidores. No final do ano, eram 1, 2 milhão de seguidores.

O Santuário de Fátima consolidou também a sua presença no Youtube, com mais transmissões ao vivo e vídeos publicados. No começo de 2020, 65 mil assinantes seguiam o canal. No fim do ano, este número passou para 192 mil. Ao todo, foram 4,3 milhões de horas visualizadas no canal, o que corresponde a 12 mil horas por dia.

“Foi um ano difícil, mas não um ano perdido, pelo que nos permitiu aprender e porque nos exigiu rever o modo de comunicar com os peregrinos e de lhes levar a mensagem de Fátima” concluiu o  Padre Carlos Cabecinhas.

Aleteia

Reflexão para o 5º Domingo do Tempo Comum - "B"

Evangelho do Domingo - Jesus cura a sogra de Pedro 

Para nós que intuímos ser nossa peregrinação sobre esta terra, ainda longa, resta-nos, além de fazer o bem, contar com a presença materna de Maria e o alimento cotidiano da Eucaristia, o pão da Vida, descido do Céu.

Padre Cesar Agusuto, SJ – Vatican News

A primeira leitura, extraída do Livro de Jó 7, 1-4.6-7, inicia com uma pergunta para lá de real, neste tempo de pandemia e acentuação e agravamento da queda econômica das pessoas; além das dores e lutos, legalmente impedidos de serem vividos e presentes a cada dia, a falta de dinheiro no bolso se reflete à mesa e em outras situações em que se vive a dificuldade de manter a dignidade querida por Deus para seus amados filhos.

Sim, a vida sobre esta terra, é uma luta! Não é à toa que a oração denominada “Salve Rainha”, fala em “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”, para logo suplicar “advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro...”

Ao mesmo tempo em que no final da leitura Jó diz ao Senhor:” Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade”.

Mas para nós que cremos na ressurreição, a Salve Rainha continua “...mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, o doce e sempre Virgem Maria”.

Para nós que intuímos ser nossa peregrinação sobre esta terra, ainda longa, resta-nos, além de fazer o bem, contar com a presença materna de Maria e o alimento cotidiano da Eucaristia, o pão da Vida, descido do Céu.

O Evangelho, tirado de Marcos 1, 29-39 nos aponta a alegria e a consolação com a presença do Cristo no meio de seu povo, é a esperança que se torna realidade.

Os discípulos estão entorno do Mestre, mas não abandonaram as famílias. A sogra de Pedro está acamada e Jesus é levado até ela pelos companheiros de seu genro Simão e do irmão dele, André, os pescadores Tiago e João. O Senhor está envolvido pela família e pelos amigos da família, que pedem a ele a cura da senhora, querida por todos. Jesus consciente da situação e da missão dada pelo Pai, deve fazer algo. Ele toma a mão da sogra do amigo e a levanta curada. Na sequência, a senhora começa a servi-los, além de ser uma forma de agradecimento pela cura, ela faz o papel de dona de casa. A doença, a febre passaram; agora é necessário servir, a vida segue!

Evidentemente a residência ficou como referência para o povo da região e os familiares perderam a privacidade. Todos queriam ver o Mestre e levar a ele seus problemas e aflições. Jesus não se fez de rogado, mas “curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios”.

Quando a paz retornou à aldeia, Jesus e a família foram descansar. Pela madrugada, o Senhor se levantou e foi conversar com o Pai, em um local deserto, com alguma privacidade.

Pela manhã, o genro da dona da casa e seus companheiros foram atrás de Jesus e deram o recado: “Todos estão te procurando”. Mas o Senhor, que havia conversado com o Pai e com o Espírito, recorda a eles sua missão que é anunciar o Reino para todos e deixa aquela aldeia e vai para outras da redondeza, “... andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.”

Que as preocupações do dia a dia, com suas vicissitudes, não nos distraiam de nossa opção fundamental e nem nos enfraqueça o ânimo para o cumprimento de nossas obrigações; ao contrário, cheios de esperança e caridade, sejamos pessoas distinguidas por essas mesmas virtudes.

Vatican News

Papa Leão XII se opôs às vacinas? Fake news circula nas redes

Papa Leão XII. Crédito: domínio público

Roma, 05 fev. 21 / 10:03 am (ACI).- Nos últimos dias, circulou nas redes sociais uma fake news segundo a qual o Papa Leão XII se opôs à vacina contra a varíola. Nesta nota, contaremos como essa farsa ou notícia falsa aconteceu.

A fake news se baseia em uma frase atribuída ao Papa que liderou a Igreja entre 1823 e 1829, e que diz: “Quem participa da vacinação deixa de ser filho de Deus: a varíola é um castigo querido por Deus, a vacina é um desafio contra o Céu”.

“A frase aparece em uma longa sequência de citações na literatura científica da segunda metade do século XIX, mas a origem das citações não tem uma fonte para atribuí-la a Leão XII”, explica Illaria Fiumi Sermattei, integrante do Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja, da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

A fake news diz que o Papa também teria dito que a vacina contra a varíola era um “enxerto bestial”, já que a que Edward Jenner introduziu no final do século XVIII previa a inoculação de pus da varíola das vacas leiteiras, método que foi mais eficaz e seguro do que a inoculação de pus de varíola humana.

A especialista lembra que a fake news, além de “não estar documentada”, foi na verdade “uma notícia divulgada de segunda mão durante o conclave de 1823 pelo embaixador austríaco em Roma. Para este último, o futuro Leão XII era um candidato indesejável, porque era contrário à ingerência do poder europeu no governo da Igreja e por isso não agradava ao tribunal de Viena”.

Fiumi indica ainda que “o argumento da suposta proibição da vacinação querida por Leão XII para anular o que foi conquistado por seu antecessor Pio VII e seu secretário de Estado, o Cardeal Ercole Consalvi, não corresponde à realidade histórica, em linha com as inovações introduzida na Itália durante a ocupação francesa”.

“Esta informação não é exata porque na realidade, em 1824, Leão XII não proibiu, mas tornou opcional a vacinação, que se espalhou em Roma e nos Estados Pontifícios desde os primeiros anos do século XIX, sem suscitar escrúpulos morais ou religiosos por parte das autoridades, mas encontrando certa desconfiança em amplos setores da população”, disse a especialista.

“A confusão sobre a introdução de humores animais no corpo humano foi reforçada por alguns incidentes ocorridos durante as vacinações e que impressionaram a opinião pública, dificultando a disseminação ampla e rápida dessa prática no território”.

A especialista indicou que, de acordo com as disposições napoleônicas, posteriormente confirmadas "pelo edito consalviano de 1822, a vacinação era regularmente estruturada e fortemente recomendada, embora não fosse estritamente obrigatória".

Dado que houve algumas resistências à vacina contra a varíola, o Papa Leão XII decidiu torná-la opcional, “mantendo, como atestam fontes contemporâneas, a obrigação dos médicos de administrar a vacina gratuitamente a quem a solicitar”.

Fiumi destaca que o Papa, reconhecendo a importância da vacinação, conferiu o prêmio Esperón de Ouro ao médico da Lombardia chamado Luigi Sacco, “verdadeiro pioneiro da vacinação em massa da população”.

A especialista afirma que “a notícia do Papa antivacinas é, portanto, uma fake news”.

“Este engano que carece de qualquer fundamento histórico, teve, no entanto, extraordinário sucesso, em uma desordem frenética de textos científicos e populares, sites, blogs e filmes de autor” que promovem “a imagem de uma Igreja Católica oposta programaticamente ao progresso científico e civil, representada exemplarmente pela figura obscurantista Leão XII”, conclui a especialista.

Publicado originalmente por ACI Stampa.

ACI Digital

B. PIO IX, PAPA

Abençoado Pio IX, Basílica de São Paulo Extramuros 

“Os inimigos de Deus desaparecem, um por um, e a Igreja permanece. Passaremos por tribulações, mas jamais vencidos" (Discurso à Ação Católica).

"Joãozinho bondoso": assim era chamado quando criança, em Senegália, província de Ancona, onde nasceu. Era vivaz e gostava de brincar, como todas as crianças. No entanto, nas tardes de sexta-feira, reunia jovens e adultos na praça, ao redor do Crucifixo, aos quais falava sobre o Evangelho. Começou a sua educação com os Padres Esculápios. Frequentavam, com assiduidade, a Confissão e a Eucaristia, até quando, aos 17 anos, decidiu se tornar padre. Assim, transferiu-se para Roma, onde estudou no Colégio Romano.

"Simplesmente padre"

Assim era definido pelo seu irmão Gabriel, porque Giovanni Maria se sentia como tal, não obstante a sua nomeação como Arcebispo, a imposição do chapéu cardinalício e eleição como Sucessor de Pedro. Com efeito, era simplesmente um padre, um pastor que queria ganhar tantas almas para Jesus e queria se tornar santo.
Foi ordenado sacerdote em 1819 e, aos 35 anos, foi nomeado Bispo de Espoleto. Depois, transferindo-se para Ímola, em 1840, foi criado Cardeal e, em 1846, eleito sucessor de Gregório XVI, com o nome de Pio IX.

Pontificado de Pio IX

Durante seu longo pontificado, Pio IX governou a Igreja em um período de grandes revoltas políticas na Itália. De fato, após as insurreições, em 1848, foi obrigado a se exilar em Gaeta, enquanto em Roma se instalava a República Romana dos Mazzini, que declarou a queda do poder temporal do Papa. Em 1850, graças à ajuda de alguns príncipes católicos e à intervenção francesa, Pio IX retornou ao seu lugar. Desde então, presenciou a proclamação do Reino da Itália, em 1861, e a ascensão de Roma como capital da Itália, em 1871.

Amor pela Verdade

Muito devoto de Nossa Senhora, no dia da Imaculada Conceição, em 1854, Pio IX definiu o dogma de fé de que Maria havia sido concebida sem pecado original e que era Santíssima desde o início da sua existência.
No dia 8 de dezembro de 1869, sob a proteção da Imaculada Conceição, inaugurou o Concílio Ecumênico Vaticano I, que reuniu Bispos de todas as partes do mundo em Roma.
Em 1870, com a Constituição “Pastor Aeternus”, Pio IX estabeleceu o dogma da infalibilidade do Papa, enquanto ensina “ex-cathedra”, como mestre da fé e da vida cristã, com a devida autoridade concedida por Cristo. O Papa faleceu em 1878 e foi beatificado por São João Paulo II no ano 2000, durante o Grande Jubileu.
Em uma época de fortes contrastes políticos e grandes incertezas, Pio IX entoava sempre esta oração, que por ele chamada "contra o erro":

Dulcíssimo Jesus, nosso divino Mestre, Vós que sempre tornastes vãs as astúcias infames dos fariseus, com as quais eles dirigiam sempre a Vós, destruí as conspirações dos ímpios e de todos aqueles que, na mesquinhez das suas almas, tentam seduzir e subjugar o vosso Povo com suas falsas sutilezas.
Iluminai todos nós, vossos discípulos, com a luz da vossa graça, para que não sejamos corrompidos pela astúcia dos sábios deste mundo; sábios que difundem, por toda parte, seus erros e seus sofismas funestos, para arrastar também nós para o seu abismo.
Concedei-nos a luz da fé forte para desmascarar as insídias dos ímpios; acreditar, com firmeza, nos dogmas da vossa Igreja e rejeitar, com constância, as máximas enganadoras.

Vatican News

SÃO RICARDO

S. Ricardo | Canção Nova

São Ricardo, padroeiro dos pais de família.

Um Santo que foi Rei

O Rei da Inglaterra Egberto l, que governou por 11 anos o país, morreu no ano de 675, deixando vago o Cargo , pois seu filho Eadric l ainda era uma criança. Então, Ricardo, que era seu tio, assumiu a coroa e governou até que seu sobrinho atingisse a idade certa. No ano de 685, Ricardo l passa o trono da Inglaterra para o sobrinho e legítimo herdeiro, Eadric l. Pouco depois, Ricardo ficou viúvo. Por isso, ele e seus três filhos foram morar no mosteiro de Waltham, seguindo todas as regras de São Bento.

Sábio conselheiro

São Ricardo foi Rei da Inglaterra. Ele foi considerado por seus contemporâneos como um dos melhores conselheiros, pois tinha grande sabedoria. Sempre resolvia as contendas com dialogo e paz. Não ficou muito tempo como Rei, porque queria oferecer seu tempo e seu dinheiro para Deus. Teve 3 filhos que o seguiram e também se tornaram santos: São Vinebaldo, São Vilibaldo e Santa Valberga.

Viagem dos monges

Após alguns anos morando no mosteiro, Ricardo e os filhos se tornaram sacerdotes. Querendo aprofundarem-se na vida espiritual, planejaram fazer uma viagem. Iriam primeiro para Roma e, depois de visitarem as relíquias de São Pedro e São Paulo, iriam para Jerusalém cumprir o resto de sua peregrinação santa.

Morte de São Ricardo

Assim, saíram da Inglaterra entrando pela França e, após um longo tempo de viagem a pé, São Ricardo ficou gravemente doente. Por isso, pararam na cidade de Luca, na Toscana, para que fosse atendido e medicado. A família planejava seguir viagem, mas por causa da gravidade da enfermidade, São Ricardo não suportou e morreu. Era o ano de 722.

Milagres de são Ricardo

O povo começou a chamá-lo de Rei Santo, pois quando foi enterrado na Igreja de São Frediano, muitos milagres começaram a acontecer favorecendo as pessoas que rezavam em seu tumulo. Por isso, começaram a vir romarias de todos os lugares da Europa para rezarem no túmulo de São Ricardo.

Missão dos filhos de São Ricardo

Os filhos de São Ricardo passaram, então, a divulgar os milagres que aconteciam por intercessão do pai. Vilibaldo tornou-se Bispo de Eichstat, Vunibaldo tornou-se Abade de Heidenheim. A filha de São Ricardo,  Valberga, tornou-se Abadessa na Inglaterra. Por causa do exemplo do pai, os filhos se tornaram Santos. Por isso, São Ricardo é o Padroeiro dos pais de família.

Oração a São Ricardo

"São Ricardo, vós que soubestes com tanto a amor e responsabilidade encaminhar vossos filhos pela senda da virtude da santidade com vossas palavras, ensinamentos, exemplos de vida, intercedei junto a Deus para que as crianças e jovens de hoje possam obter, por vossa graça, pais com esse mesmo amor pelas almas de seus filhos, pois a única e maior herança que podemos dar a eles é o caminho que os conduza aos Céus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém! São Ricardo, rogai por nós."

Cruz da Terra Santa

sábado, 6 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 13/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 30

O olho da alma de Moisés, instruído nestas coisas e em outras semelhantes, purificado pela visão do tabernáculo e elevado por tais maravilhas, novamente ascende ao cume de outros conhecimentos, ao ser instruído sobre as vestimenta sacerdotal. A ela pertencem a túnica, o efod, aquele peitoral que brilhava com os múltiplos fulgores das pedras, o turbante em torno da cabeça e a lâmina (Ex 28, 36) que estava em cima; os calções, as romãs, as campainhas. Depois, por cima de tudo, o oráculo com o juízo, e a verdade que aparece em um e em outro (Ex 28, 30); e, em fim, as correntinhas que unem ambas as partes e nas quais estão inscritos os nomes dos patriarcas. Os nomes mesmo das vestimentas fazem supérflua uma consideração total e particularizada de cada detalhe. Com efeito, que vestes corporais têm como nome juízo, oráculo ou verdade? Isto nos demonstra claramente que a palavra, por meio destas coisas, não nos está descrevendo uma vestimenta perceptível com os sentidos, mas um ornamento da alma tecido com a prática da virtude. Jacinto é a tinta da túnica que cai até os pés. Alguns dos que nos precederam na interpretação dizem que o relato, com esta tinta, designa o ar. De minha parte, não seria capaz de decidir com exatidão se a plenitude desta cor tem algo em comum com a cor do ar. Contudo, não repudio esta interpretação, pois seu sentido é coerente com uma aplicação à vida virtuosa, já que significa que quem quer consagrar-se a Deus e oferecer seu próprio corpo para o sacrifício e converter-se em vítima viva do sacrifício vivo e do culto espiritual (Rm 12, 1), não deve danificar sua alma com a vestimenta de uma vida dissipada e carnal, mas fazer leves como uma teia de aranhas, pela natureza dos costumes, todas as vestes da vida, e aproximar de si o que leva ao alto, o que é leve e aéreo, para tecer de novo esta natureza corporal, de forma que, quando ouvirmos a trombeta escatológica, nos encontremos sem carga e leves à voz de quem convoca e, levantados ao ar, sejamos elevados juntamente com o Senhor (1Ts 4, 17), sem que nenhum peso nos arraste para a terra (1Co 15, 42-44). Quem conforme a exortação do Salmista fez adelgaçar sua alma como a aranha (Sal 38, 12), se revestiu daquela túnica arejada que vai da cabeça aos pés. Com efeito, a Lei não quer que a virtude esteja mutilada. As campainhas de ouro colocadas entre as romãs designam o esplendor das boas obras. Com efeito, duas são as coisas com as quais se realiza a virtude: com a fé em Deus e com uma vida segunda a consciência. O grande Paulo aplica estas romãs e estas campainhas à vestidura de Timóteo ao dizer que deve ter fé e consciência reta (1Tm 1, 19).

Capítulo 31

Assim pois, que a fé ressoe com som puro e grande na pregação da santa Trindade; que a vida imite a natureza do fruto da romã. Sua aparência é de algo incomestível por estar recoberta com uma casca dura e rugosa, porem seu interior é agradável de ver pela maneira variada e formosa da localização do fruto. E é ainda mais agradável de saborear, por seu doce paladar. O modo de vida sábio e austero não é agradável nem suave aos sentidos, porem está cheio de boas esperanças e amadurecendo tempo oportuno. Quando nosso jardineiro abrir a romã da vida no tempo oportuno e mostrar a beleza do que se guarda nela, então a participação nos próprios frutos será doce para quem os desfrute. Pois diz o divino Apóstolo que toda disciplina no presente não parece trazer gozo, senão tristeza, essa é a primeira impressão de quem toca a romã, porém depois dá um fruto de paz (Hb 12, 11). Esta é a doçura do interior comestível. No texto se ordena que a túnica esteja também com franjas (Ex 28, 35). As franjas são pendentes esféricos colocados no vestido para adorno e não por necessidade. Aprendemos com isto que é necessário medir a virtude não só pelo preceito, mas que devemos buscar também o que está alem do exigido, de forma que se acrescenta ao vestido algo de adorno. Assim se comportava Paulo, que unia de sua parte franjas formosas aos preceitos. Ainda que a Lei prescreva que todos os que servem o altar vivam do altar (1Co 9, 13-14), e que todos os que anunciam o Evangelho vivam disso, ele prega gratuitamente o Evangelho, passando fome, sede e estando nu (2Co 11, 7 e 1Co 4, 11). Estas são as formosas franjas, acrescentadas por nós, que embelezam a túnica dos mandamentos. Ainda mais, em cima da túnica, colocam-se as peças de tela que caem dos ombros e que cobrem até o peito e a espádua, unidas entre si por dois broches em cada lado dos ombros. Estes broches são de pedras que levam gravados os nomes dos patriarcas, seis em cada um. O tecido destas peças de tela é de diversas cores: o jacinto se entrelaça com a púrpura, e o vermelho carmim se mescla com o linho fino; o fio de ouro está entremeado com todas estas cores a ponto de fazer resplandecer uma única formosura em um tecido de tão diversas cores. O que aprendemos com isto é o seguinte: a parte superior do vestido, que se converte propriamente em adorno do coração, é feita da mescla de muitas virtudes. O jacinto se entrelaça com a púrpura, pois a dignidade real se une à pureza da vida. O escarlate se mescla com o linho, porque o resplandecente e límpido da vida cresce juntando-se com o vermelho do pudor. O ouro que brilha entre estas cores designa o tesouro escondido em uma vida assim.

Capítulo 32

Os nomes dos patriarcas, gravados junto aos ombros, contribuem não pouco a nosso ornamento, pois a vida dos homens se encontra enriquecida com os exemplos de boas obras que eles nos deram. Sobre este ornamento das peças de tela, ainda desce, desde cima, outro ornamento. Os escudos de ouro fixados em cada lado dos ombros, sustentando entre eles um objeto de ouro de forma quadrangular resplandecente com doze pedras colocadas em fila. Quatro filas, cada uma com três pedras. Entre elas não havia nenhuma igual à outra, mas cada uma brilhava com seus resplendores especiais. Esta era a forma destes ornamentos. A interpretação dos escudos pendentes dos ombros designa as duas partes da armadura contra o inimigo. Da mesma forma que a virtude está dirigida, como dissemos a pouco, pela fé e pela boa consciência, uma parte e outra é protegida com a defesa dos escudos, e se faz invulnerável ante os dardos do inimigo graças às armas da justiça a direita e a esquerda (2Co 6, 7). O ornamento quadrado que pende dos escudos de uma e outra parte e no qual, gravados em pedras, estão os patriarcas que dão nome às tribos, designa o véu que protege o coração. O relato nos ensina através das vestes que aquele que afastou o perverso arqueiro com estes escudos, adorna a própria alma com todas as virtudes dos patriarcas, cada um resplandecendo de forma diferente no tecido da virtude. A forma quadrada significa a estabilidade no bem, pois um objeto com esta forma é difícil de desarticular, por estar apoiado uniformemente nos ângulos pela retidão dos lados. As correntinhas com que estes ornamentos se aderem aos braços, parece-me que ensinam que, no que se refere à vida superior, é necessário unir a filo prática à que se realiza na contemplação, de forma que o coração se converte em símbolo da contemplação e os braços das obras. A cabeça adornada por diadema significa a coroa destinada aos que viveram retamente. Ela é adornada com o nome que está gravado na lâmina de ouro (Ex 28, 36) com caracteres indizíveis. Quem está revestido com tais ornamentos não leva calçado a fim de não estar sobrecarregado na estrada, nem ser entorpecido com um revestimento de peles mortas, conforme a interpretação que já fizemos na exegese do acontecimento da montanha. Com efeito, como poderia o calçado ser ornamento dos pés, se já na primeira iniciação do mistério foi afastado como estorvo para a subida? Aquele que passou através das sucessivas ascensões que consideramos, leva nas mãos as tábuas feitas por Deus e que contêm a Lei divina. Estas se quebram ao chocar-se com a dureza da resistência dos pecadores. A classe de pecado foi a idolatria. Os idólatras haviam esculpido a imagem de um bezerro, que, uma vez destruída por Moisés, foi dissolvida em água que se fez beber os que haviam pecado até que desaparecesse totalmente a matéria que havia sido posta ao serviço da impiedade dos homens (Ex 32, 15- 20). O relato anunciou então, profeticamente, coisas que principalmente aconteceram agora entre nós, em nosso tempo.

ECCLESIA Brasil

Personalidades católicas e aborto: uma grave responsabilidade que deve ficar clara

Shutterstock_-Sebastian Kaulitzki
por Francisco Vêneto

Diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo recorda: "É incompatível dizer-se católico e, ao mesmo tempo, apoiar o aborto".

Personalidades católicas e aborto: uma grave responsabilidade que deve ficar clara. Este é o mote de um artigo publicado pelo advogado Miguel da Costa Carvalho Vidigal, doutorando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da USP e diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo. Seu artigo “O papel do homem público católico em face do aborto“, foi divulgado em janeiro de 2021 pelo jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.

O advogado começa observando que, assim como 2020 ficou marcado pela pandemia de uma doença mortal que literalmente interrompeu o mundo, também o ano de 1920, exatamente um século antes, ficou marcado pelo início de outra pandemia mortal, que nunca foi interrompida.

Vale acrescentar que, pelo contrário, ela se alastrou e foi se tornando endêmica, pois a disfarçaram de “vacina”: até hoje ela é apresentada, por retórica ideológica, como “solução de saúde pública”. De fato, só entre 2015 e 2019, segundo estimativas da OMS confirmadas pelo Instituto Guttmacher, a pandemia do aborto legalizado matou no mundo cerca de 73 milhões de seres humanos POR ANO.

Foi sob a revolução soviética que, em novembro de 1920, aprovou-se a primeira lei do mundo autorizando o aborto. A partir do âmbito comunista, ela foi se expandindo para outras sociedades não comunistas, mas cada vez mais secularizadas, graças a denominadores ideológicos comuns com a ideologia materialista e utilitarista que embasa o comunismo.

Esta expansão, no entanto, foi acontecendo pela pressão de decisões judiciais e leis impulsionadas por lobbies, o que fez com que, na quase totalidade dos casos, a maioria da população se manifestasse contra a legalização do extermínio de seres humanos inocentes nos seus primeiros estágios de desenvolvimento. O aborto, quase sempre, foi legalizado não conforme e em favor da democracia, mas a despeito da democracia: contra, portanto, a vontade da maioria.

É importante recordar que a Igreja Católica não rechaça o aborto apenas com base em crença religiosa, mas sim, fundamentalmente, com base na lei natural e na objetividade científica e biológica. Um ser humano, afinal, é um ser humano a partir da sua concepção, quando os gametas de seus genitores se fundem e geram um novo ser humano diferenciado de seus pais e em pleno e contínuo processo natural de desenvolvimento, próprio de todo indivíduo da espécie humana. Este novo ser humano já é pessoa por obviedade biológica e, para ser reconhecido, respeitado e defendido como pessoa, não precisa nem depende de nenhuma data convencionada arbitrariamente por um grupo de parlamentares ou magistrados, por mais que alguns destes se arroguem a inexistente prerrogativa de definir que um ser humano só deve ser reconhecido como ser humano a partir da semana 12 no país X, da semana 14 no país Y, da semana 16 no país W. A própria arbitrariedade dessas “datas de validade” do aborto legal já escancara que não se trata de um critério natural, mas meramente ideológico.

Personalidades católicas e aborto: uma grave responsabilidade que deve ficar clara

Mesmo ficando claro que o aborto é preponderantemente uma questão de biologia e moral e não de crença religiosa, Miguel da Costa Carvalho Vidigal corrobora também os aspectos distintamente católicos ligados à defesa da vida do nascituro, sobretudo em relação às personalidades públicas que se declaram católicas.

Em seu artigo, ele destaca:

  • É incompatível dizer-se católico e, ao mesmo tempo, apoiar o aborto.
  • Do ponto de vista bíblico, a base para condenar o aborto é o quinto mandamento da Lei de Deus, “não matarás”.
  • Santo Agostinho, interpretando o Antigo Testamento, afirma que a alma já está presente desde o seio materno.
  • São Jerônimo, em sua Carta a Eustochium, condena expressamente o “parricídio dos próprios filhos não nascidos”.
  • São Basílio enfatiza que “qualquer pessoa que propositadamente elimina um feto incorre nas penas de assassinato. Nós não especulamos se o feto está formado ou não formado”.
  • Já no século I, a Igreja Católica condenava o aborto como ato imoral, e, no concílio de Elvira, nos anos 300, determinou a excomunhão para quem o praticasse, independentemente do estágio de desenvolvimento do bebê.
  • O Código de Direito Canônico de 1983 corrobora, no cânon 1398, a excomunhão “latae sententiae” para quem participa ou colabora com a realização de um aborto. Isto quer dizer que essa excomunhão é automática.
  • Em 2004, o então cardeal Joseph Ratzinger, que viria a ser eleito Papa como Bento XVI, reforçou que as personalidades políticas católicas que promovem o aborto devem ser claramente informadas pelos seus padres sobre o ensinamento da Igreja.
  • No mesmo documento, Ratzinger recorda que esses políticos devem abster-se da Sagrada Eucaristia, que pode e deve ser-lhes recusada. O documento cita o cânon 915 do Código de Direito Canônico: “Não sejam admitidos à Sagrada Comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto”.

Miguel da Costa Carvalho Vidigal menciona também a clara exposição escrita por dom José Guerra Campos, bispo de Cuenca, na Espanha. Mediante carta pastora, o bispo esclarece que todo católico é moralmente obrigado a denunciar, repudiar e exigir a revogação das leis pró-aborto porque o silêncio perante elas é cúmplice de uma verdadeira matança de inocentes. No tocante às responsabilidades do político, dom José Guerra Campos detalha:

“Os católicos que favorecem o aborto em postos de autoridade e de função pública, na medida em que cooperam para a realização de um aborto concreto e efetivo, incorrem evidentemente na mesma excomunhão. Às vezes não se poderá determinar se a ação das autoridades recai em um aborto concreto e efetivo, ou se se restringe a fomentar possibilidades e facilidades gerais para sua concretização. Neste caso será duvidosa a excomunhão; mas não é duvidosa a sua tremenda responsabilidade moral, ordinariamente maior que a dos executores, nem é duvidoso que merecem reprovação pública e penas espirituais, embora estas não se contraiam automaticamente. Os que implantaram a lei do aborto são autores conscientes e contumazes do que o Papa qualifica de ‘gravíssima violação da ordem moral’, com toda a sua carga de nocividade e de escândalo social (…) Os católicos em cargo público, que promovem ou facilitam com leis ou atos de governo — e em todo caso protegem juridicamente — a prática do crime do aborto, não poderão escapar à qualificação moral do crime do aborto, não poderão escapar à qualificação moral de pecadores públicos. Como tais terão de ser tratados — particularmente no uso dos Sacramentos — enquanto não repararem segundo suas possibilidades o gravíssimo mal e escândalo que produziram”.

Miguel da Costa Carvalho Vidigal observa que, recentemente, países como Argentina e Coreia do Sul aprovaram novas legislações favoráveis ao aborto livre. Ele questiona:

“Houve católicos no meio desses políticos que votaram tais leis? Houve quem lhes trouxesse de forma clara a condenação pela qual incorrerão cada vez que um aborto for efetivado no amparo legal que criaram? Mais ainda: haverá católicos dispostos a seguir os ensinamentos de dom José Guerra Campos e a continuar firmes no combate e na luta contra aquilo que o Papa Francisco classificou como assassinato intrauterino?”

O diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo finaliza:

“Que Nossa Senhora, Mãe do Salvador, tenha piedade do mundo por este século de mortes, perpetradas contra os mais indefesos e inocentes dos seres humanos, e nos faça sempre prontos a combater este que é, certamente, um dos principais erros do mundo moderno”.

Aleteia 

Líder católico de Hong Kong é nomeado para o Prêmio Nobel da Paz

Martin Lee Chu-ming / Crédito: Okstartnow -
Wikimedia Commons (CC0 1.0)

HONG KONG, 05 fev. 21 / 01:20 pm (ACI).- El líder católico de 82 anos, Martin Lee Chu-ming, presidente fundador do Partido Democrata de Hong Kong y reconhecido como um dos defensores mais destacados da democracia e dos direitos humanos do território, foi nomeado ao Prêmio Nobel da paz deste ano.

Por quase 40 anos, Lee, que é apelidado de "Pai da Democracia" em Hong Kong, tem feito manifestações pelo sufrágio universal em sua região. Ele foi o presidente fundador, em 1990, do primeiro partido pró-democracia de Hong Kong, os Democratas Unidos de Hong Kong, e liderou o sucessor do partido, o Partido Democrata, enquanto atuava na legislatura do território durante mais de duas décadas.

Lee também ajudou a redigir a Constituição de Hong Kong.

Os membros do Partido Conservador Norueguês, Mathilde Tybring-Gjedde, e Peter Frolic, nomearam Lee para o Nobel, chamando o advogado de "uma fonte de inspiração para o movimento pró-democracia em Hong Kong e para os defensores da liberdade em todo o mundo".

A polícia de Hong Kong prendeu Lee, junto com 14 outros manifestantes pró-democracia, em 18 de abril de 2020. Lee foi preso por participar em protestos de 2019 contra um projeto de lei de extradição, agora retirado, que teria permitido ao Governo chinês extraditar supostos criminosos de Hong Kong a terra firme para serem julgados.

Lee, atualmente, está em liberdade provisória com um julgamento que começará em 16 de fevereiro.

Hong Kong é uma região administrativa especial da China. Os habitantes de Hong Kong desfrutam de liberdade de culto e evangelização, enquanto na China continental há uma longa história de perseguição contra os cristãos que vão contra o Governo.

Milhões de cidadãos de Hong Kong, incluindo muitos católicos, participaram nos últimos anos de protestos pró-democracia em larga escala na ex-colônia britânica, que chegaram ao auge durante o verão de 2019. Nos últimos anos, Pequim reforçou o controle sobre o território da ilha com uma onda de repressão.

Uma nova Lei de "Segurança Nacional" para Hong Kong entrou em vigor em 1º de julho de 2020, imposta diretamente por Pequim. Foi criticada por ser muito ampla em suas definições de terrorismo, sedição e conspiração estrangeira.

Segundo a lei, uma pessoa condenada pelos crimes antes mencionados receberá um mínimo de 10 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua.

Durante agosto de 2020, vários proeminentes ativistas pela democracia foram presos e acusados, incluindo Agnes Chow, uma ativista católica pela democracia de 23 anos. Chow foi franca em seu apoio aos direitos civis na ex-colônia britânica.

Também entre os presos em agosto estava Jimmy Lai, um executivo católico dos meios de comunicação que apoiou o movimento pró-democracia de Hong Kong nos últimos 30 anos. Um grupo de quase 200 policiais prendeu Lai, em 10 de agosto, junto com pelo menos nove outras pessoas relacionadas ao Apple Daily, o jornal fundado por Lai em 1995.

Após essas prisões, o administrador apostólico, Cardeal John Tong Hon, escreveu ao clero local uma advertência para que não mencionem políticas em suas homilias, segundo Apple Daily.

Lai ficou em liberdade provisória sob fiança por um tempo, mas no início de dezembro foi acusado de conspiração estrangeira. Se condenado, poderia receber uma sentença de prisão perpétua. Lai também foi acusado no início de dezembro de 2020 de violar os termos de um contrato de locação de sua empresa, a Next Digital Media.

Depois de outro breve período de liberdade provisória, Lai foi obrigado a voltar para a prisão em 31 de dezembro, onde permanecerá até uma audiência este mês. Espera-se que o julgamento comece em abril.

Em novembro, três dos ativistas pró-democracia, incluindo Chow, se confessaram culpados de acusações relacionadas ao seu papel em uma “assembleia ilegal” em 2019. No mês seguinte, foram condenados a meses de prisão, com a possibilidade de enfrentarem mais acusações.

Em 6 de janeiro de 2021, a polícia de Hong Kong prendeu mais de 50 pessoas por aparentes violações da lei de segurança, incluindo vários políticos e organizadores que participaram de "primárias" não oficiais para selecionar candidatos da oposição nas próximas eleições.

O território estava planejando realizar eleições parlamentares em setembro de 2020, mas as autoridades as adiaram, citando os perigos representados pela pandemia do coronavírus.

Nos últimos meses, a Diocese de Hong Kong emitiu diretrizes para as escolas católicas sobre a “promoção dos valores corretos da identidade nacional” e respeitar os símbolos nacionais chineses, incluindo a bandeira e o hino nacional. Também bloqueou uma campanha publicitária católica a favor da democracia e uma oração que seria publicada nos jornais locais.

A Diocese de Hong Kong permanece sem um bispo permanente, pois a diocese é dirigida desde 2019 pelo Cardeal Tong, que se aposentou em 2017 e retornou após a morte inesperada do anterior bispo de Hong Kong.

Na semana passada, a Grã-Bretanha abriu um novo caminho para a cidadania britânica para residentes de Hong Kong, concedendo aos que têm status de nacionalidade britânica (no exterior) viver, estudar e trabalhar na Grã-Bretanha por cinco anos e, eventualmente, solicitar a cidadania, informou a NBC News. Espera-se que cerca de 300 mil habitantes de Hong Kong aproveitem o visto e deixem Hong Kong, projeta o governo britânico.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Comunhão para quem não se confessa há muito tempo: pode?

Philippe Lissac / Godong
por Arquidiocese de São Paulo

Padre responde a dúvida de leitora sobre o acesso à comunhão para quem não se confessa há muito tempo (no caso, há mais de 45 anos).

Comunhão para quem não se confessa há muito tempo: pode? Esta questão foi abordada pelo pe. Cido Pereira em sua coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.

Ele havia recebido este questionamento de uma leitora:

“Meu marido vai à missa e comunga, mas sua confissão foi no nosso casamento, 45 anos atrás. E agora?”

Eis a resposta do sacerdote:

“A pessoa que me mandou essa pergunta preferiu não se identificar. Mas é curioso isso, minha irmã. Eu garanto que seu marido todas as tardes quando chega do serviço, antes de tomar a refeição gostosa que você preparou com amor para ele, faz questão de tomar um banho. Assim, ele descansa, se purifica e pode participar da refeição e aproveitar melhor dela. Também quando ele é convidado para um almoço, não vai de qualquer jeito. Vai alinhado, banho tomado, roupa nova. É uma forma de carinho e respeito por quem o convidou”.

Comunhão para quem não se confessa há muito tempo

O padre prosseguiu:

“Não se confessar e ir comungar sempre é complicado. Pode esconder a presunção de ser imune do pecado. E a experiência do pecado faz parte de nossa condição humana. Comungar sempre sem buscar a purificação pela Confissão pode também esconder uma falta de consciência da importância do sacramento da Penitência. E é complicado valorizar um sacramento e desprezar outro, não acha? Você, minha irmã, quer saber se seu marido está pecando. Seria muito fácil dizer que sim, que ele está pecando. Acontece que há uma santa que nos livra do pecado. É a ‘santa ignorância’. Quando eu não tenho noção de que minhas atitudes estão desagradando a Deus, eu não estou cometendo pecado. A Igreja ensina que para haver pecado é preciso que haja matéria grave, consciência de que é pecado e vontade de pecar. Em vez de falar que seu marido está pecando, eu prefiro, então, acreditar que ele está precisando crescer na fé e na consciência do que Deus espera dele. A falta de evangelização provoca atitudes como a de seu esposo. Creio, porém, que ele deve ser um bom esposo. E Jesus que ele recebe sempre na Comunhão um dia haverá de transformar a vida dele para melhor. Fique com Deus, minha irmã. Que Ele abençoe você e sua família”.

Aleteia 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF