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Martin Lee Chu-ming / Crédito: Okstartnow - Wikimedia Commons (CC0 1.0) |
HONG KONG, 05 fev. 21 / 01:20 pm (ACI).- El líder católico de 82 anos, Martin Lee Chu-ming, presidente fundador do Partido Democrata de Hong Kong y reconhecido como um dos defensores mais destacados da democracia e dos direitos humanos do território, foi nomeado ao Prêmio Nobel da paz deste ano.
Por quase 40 anos, Lee, que é apelidado de "Pai da Democracia" em Hong Kong, tem feito manifestações pelo sufrágio universal em sua região. Ele foi o presidente fundador, em 1990, do primeiro partido pró-democracia de Hong Kong, os Democratas Unidos de Hong Kong, e liderou o sucessor do partido, o Partido Democrata, enquanto atuava na legislatura do território durante mais de duas décadas.
Lee também ajudou a redigir a Constituição de Hong Kong.
Os membros do Partido Conservador Norueguês, Mathilde Tybring-Gjedde, e Peter Frolic, nomearam Lee para o Nobel, chamando o advogado de "uma fonte de inspiração para o movimento pró-democracia em Hong Kong e para os defensores da liberdade em todo o mundo".
A polícia de Hong Kong prendeu Lee, junto com 14 outros manifestantes pró-democracia, em 18 de abril de 2020. Lee foi preso por participar em protestos de 2019 contra um projeto de lei de extradição, agora retirado, que teria permitido ao Governo chinês extraditar supostos criminosos de Hong Kong a terra firme para serem julgados.
Lee, atualmente, está em liberdade provisória com um julgamento que começará em 16 de fevereiro.
Hong Kong é uma região administrativa especial da China. Os habitantes de Hong Kong desfrutam de liberdade de culto e evangelização, enquanto na China continental há uma longa história de perseguição contra os cristãos que vão contra o Governo.
Milhões de cidadãos de Hong Kong, incluindo muitos católicos, participaram nos últimos anos de protestos pró-democracia em larga escala na ex-colônia britânica, que chegaram ao auge durante o verão de 2019. Nos últimos anos, Pequim reforçou o controle sobre o território da ilha com uma onda de repressão.
Uma nova Lei de "Segurança Nacional" para Hong Kong entrou em vigor em 1º de julho de 2020, imposta diretamente por Pequim. Foi criticada por ser muito ampla em suas definições de terrorismo, sedição e conspiração estrangeira.
Segundo a lei, uma pessoa condenada pelos crimes antes mencionados receberá um mínimo de 10 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua.
Durante agosto de 2020, vários proeminentes ativistas pela democracia foram presos e acusados, incluindo Agnes Chow, uma ativista católica pela democracia de 23 anos. Chow foi franca em seu apoio aos direitos civis na ex-colônia britânica.
Também entre os presos em agosto estava Jimmy Lai, um executivo católico dos meios de comunicação que apoiou o movimento pró-democracia de Hong Kong nos últimos 30 anos. Um grupo de quase 200 policiais prendeu Lai, em 10 de agosto, junto com pelo menos nove outras pessoas relacionadas ao Apple Daily, o jornal fundado por Lai em 1995.
Após essas prisões, o administrador apostólico, Cardeal John Tong Hon, escreveu ao clero local uma advertência para que não mencionem políticas em suas homilias, segundo Apple Daily.
Lai ficou em liberdade provisória sob fiança por um tempo, mas no início de dezembro foi acusado de conspiração estrangeira. Se condenado, poderia receber uma sentença de prisão perpétua. Lai também foi acusado no início de dezembro de 2020 de violar os termos de um contrato de locação de sua empresa, a Next Digital Media.
Depois de outro breve período de liberdade provisória, Lai foi obrigado a voltar para a prisão em 31 de dezembro, onde permanecerá até uma audiência este mês. Espera-se que o julgamento comece em abril.
Em novembro, três dos ativistas pró-democracia, incluindo Chow, se confessaram culpados de acusações relacionadas ao seu papel em uma “assembleia ilegal” em 2019. No mês seguinte, foram condenados a meses de prisão, com a possibilidade de enfrentarem mais acusações.
Em 6 de janeiro de 2021, a polícia de Hong Kong prendeu mais de 50 pessoas por aparentes violações da lei de segurança, incluindo vários políticos e organizadores que participaram de "primárias" não oficiais para selecionar candidatos da oposição nas próximas eleições.
O território estava planejando realizar eleições parlamentares em setembro de 2020, mas as autoridades as adiaram, citando os perigos representados pela pandemia do coronavírus.
Nos últimos meses, a Diocese de Hong Kong emitiu diretrizes para as escolas católicas sobre a “promoção dos valores corretos da identidade nacional” e respeitar os símbolos nacionais chineses, incluindo a bandeira e o hino nacional. Também bloqueou uma campanha publicitária católica a favor da democracia e uma oração que seria publicada nos jornais locais.
A Diocese de Hong Kong permanece sem um bispo permanente, pois a diocese é dirigida desde 2019 pelo Cardeal Tong, que se aposentou em 2017 e retornou após a morte inesperada do anterior bispo de Hong Kong.
Na semana passada, a Grã-Bretanha abriu um novo caminho para a cidadania britânica para residentes de Hong Kong, concedendo aos que têm status de nacionalidade britânica (no exterior) viver, estudar e trabalhar na Grã-Bretanha por cinco anos e, eventualmente, solicitar a cidadania, informou a NBC News. Espera-se que cerca de 300 mil habitantes de Hong Kong aproveitem o visto e deixem Hong Kong, projeta o governo britânico.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital