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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 19/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 46

O fato de que o investigador do vôo das aves, que mencionamos, praticava a magia é atestada pelo relato quando diz que tinha o poder de fazer vaticínios na mão e de consultar através das aves e, antes disso, que havia conhecido pelo zurro da jumenta o concernente à rivalidade que tinha diante. A Escritura apresentou o zurro da jumenta como uma palavra articulada, porque ele habitualmente consultava com uma força diabólica as vozes dos animais. Mostra-nos com isto que quem está enredado com este engano dos demônios chega inclusive a tomar como uma palavra racional o ensinamento que encontra na observação dos sons dos irracionais. Ao escutá-la, compreendeu por aquelas mesmas coisas em que havia errado, que era invencível a força contra a qual o haviam alugado. Também na narração evangélica a turba de demônios chamada legião (Mc 5, 9 e Lc 8, 30), se prepara para se opor ao poder do Senhor. Porem quando se aproxima Aquele que tem o poder sobre todas as coisas, a horda proclama seu poder excelso e não oculta a verdade: que este é a força divina, e que em tempo vindouro infligirá o castigo aos pecadores. Pois diz a voz dos demônios: Sabemos quem és: o Santo de Deus, e que vieste antes do tempo a atormentar-nos (Mc 1, 24; 5, 7 e Lc 4, 34-35). Isto é o que sucedeu também então: o poder demoníaco que acompanhava o mago ensinou a Balaan que o povo era invencível e invulnerável. Harmonizando este relato com as coisas que já explicamos, dizemos que quem quer maldizer os que vivem na virtude não pode pronunciar nenhuma palavra hostil nem discordante, mas converte sua maldição em benção. Isto significa que a afronta da difamação não alcança os que vivem na virtude. Com efeito, como pode ser caluniado de avareza aquele que não possui nada? Como será reprochado de libertino aquele que vive só levando uma vida de anacoreta? De cólera aquele que é manso? De orgulho aquele que é humilde? Ou como se dirigirá qualquer outra critica àqueles que são conhecidos pelo contrário, que têm por finalidade apresentar uma vida inacessível à critica a fim de que, como diz o Apóstolo, nosso adversário se envergonhe não tendo nada que dizer (Tt 2, 8)? Por esta razão disse a voz de quem havia sido feito vir para maldizer: como maldiria àquele que não maldiz o Senhor? (Nm 23, 8), isto é, como acusarei quem não oferece matéria de acusação, já que, por olhar sempre para Deus, leva uma vida inacessível ao pecado? Apesar de haver falado isto, o inventor da maldade não cessa em absoluto seu projeto contra os que tentava, mas muda a insídia para sua forma mais antiga de tentar, tentando atrair a natureza para o mal outra vez por meio do prazer. Com efeito, o prazer é apresentado por todo vício como isca que arrasta facilmente as almas sensuais a cair no anzol da perdição. É sobre tudo por meio do prazer impuro que a natureza é arrastada para o mal sem que se controle. É o mesmo que sucede agora. Com efeito, aqueles que haviam prevalecido sobre as armas, que haviam demonstrado que todo ataque de ferro era mais débil que sua própria força, e que com seu poder haviam feito fugir o exército dos inimigos, estes foram feridos pelos dardos femininos através do prazer. E os que haviam sido mais fortes que os varões se converteram em vencidos pelas mulheres. Com efeito, logo que vieram às mulheres que punham ante eles suas próprias formas em vez de armas, imediatamente esqueceram o ímpeto de seu valor, apagando seu ardor no prazer. Eles estavam em uma situação na qual era natural deixar-se levar à união proibida com estrangeiros. Com efeito, a vizinhança com o mal já era um afastamento da ajuda do bem. Imediatamente a Divindade se levantou em cólera contra eles. Porem o zeloso Finéias não esperou que o pecado fosse purificado por uma decisão do alto, mas ele mesmo se converteu em juiz e verdugo (Nm 25, 1-9). Enchendo-se de ira contra quem se havia deixado levar pela paixão, fez as vezes de sacerdote purificando o pecado com sangue: não com o sangue de algum animal inocente, que não tivera parte na imundície da intemperança, mas com o dos que se haviam unido entre si no pecado. Sua lança deteve o movimento da justiça divina ao atravessar de um só golpe os corpos dos dois, mesclando com a morte o prazer dos pecadores. Parece-me que o relato propõe aos homens um ensinamento útil à alma. Através dele aprendemos que, sendo muitas as paixões que se opõem à razão do homem, nenhuma outra paixão tem tanto poder contra nós que possa igualar a enfermidade do prazer. Pois o fato de que aqueles israelitas, que unidos se haviam mostrado mais fortes que a cavalaria egípcia, haviam superado os amalecitas, haviam parecido temíveis ante o povo que lhes era vizinho e depois destas coisas haviam vencido a falange dos madianitas, hajam caído na escravidão da paixão quando viram as mulheres estrangeiras, mostra bem - como dissemos - que a voluptuosidade é para nós um inimigo difícil de combater e de vencer. Tendo vencido imediatamente, só com seu comparecimento, a homens impetuosos com as armas, a voluptuosidade levantou contra eles a bandeira da desonra, publicando sua infâmia à luz do sol. Pois mostrou que os homens, por sua causa, converteram em animais os que o impulso bestial e irracional à impureza convenceu a que esquecessem de sua natureza humana, a ponto de não encobrir sua impiedade, mas gloriar-se com a infâmia de sua paixão e adornar-se com a imundície da vergonha, chafurdando como porcos na lama da impureza, abertamente, à vista dos demais. Que lição tiraremos deste relato? Que sabedores de quanta força para o mal tem a enfermidade da voluptuosidade, mantenhamos nossa vida o mais afastada possível desta vizinhança, de forma que esta enfermidade, que é como um fogo que com sua proximidade acende a chama perversa, não tenha nenhum acesso a nós. Isto é o que ensina Salomão na Sabedoria ao dizer que não se deve pisar a brasa com o pé descalço e que não se deve introduzir fogo no seio (Pr 6, 27-28), pois está em nosso poder permanecer livres de paixão contanto que nos mantenhamos longe de avivar o fogo. Porem se, ao contrário, chegarmos a tocar este fogo ardente, penetrará em nosso seio o fogo da concupiscência, e então se seguirá a queimadura para o pé e a ruína para o seio.

Capítulo 47

O Senhor no Evangelho, com sua própria voz, para que nos mantivéssemos afastados deste mal, cortou o caminho, como raiz da paixão, da concupiscência que nasce do olhar, quando ensina que quem admite a paixão com a vista, abre, contra si mesmo, a porta da enfermidade (Mt 5, 28). As paixões perversas, como a peste, uma vez que tiverem dominado os pontos chaves, só cessam com a morte. Penso que não é necessário alargar o discurso apresentando ao leitor toda a vida de Moisés como exemplo de virtude. Com efeito, para quem se esforça por uma vida mais elevada, as coisas que já foram ditas servirão de não pequeno alimento para a verdadeira filo, enquanto que quem se encontra sem forças para os trabalhos da virtude não obteriam maior proveito com um escrito mais prolixo. Sem dúvida, para que não se esqueça a definição dada no começo na qual se baseava nosso discurso - que a vida perfeita é aquela à qual nenhum limite impede avançar, e que o constante progresso da vida ao melhor é para a alma o caminho para a perfeição - talvez seja bom que, levando o discurso até o final da vida de Moisés, se demonstre que a definição de perfeição que foi dada está certa. Com efeito, Moisés havendo se elevado durante toda a vida com estas ascensões, não duvidou em elevar-se sempre sobre si mesmo, de forma - penso - que sua vida perece em todas as coisas com a da águia, mais celestial e elevada que as nuvens, voando em círculos na abóbada celeste da ascensão espiritual. Nasceu quando entre os egípcios se tinha como um delito que nascesse um hebreu. Como o tirano castigasse então com a lei, ele foi superior à lei que dava morte, pois foi salvo primeiro por seus progenitores e, depois, pelos que haviam estabelecido a lei. E aqueles que haviam procurado sua morte com a lei, esses não só tomaram sobre si o cuidado de sua vida mas também o de uma educação bem planejada, conduzindo o menino através de toda a sabedoria. Depois disto, faz-se superior à honra humana e mais elevado que a dignidade régia, julgando que era mais forte e mais régio ter, em vez de servidores e da pompa real, a guarda da virtude e adornar-se com sua beleza. Depois disto, salva seu compatriota e fere com um golpe o egípcio, os quais, considerando-os à luz da interpretação espiritual, entendemos como o inimigo e o amigo da alma. Imediatamente faz do silêncio mestre de elevados ensinamentos, e desta forma ilumina seu espírito com a luz que resplandece da sarça. E então se apressa por fazer seus compatriotas partícipes dos bens que lhe foram dados por Deus. Com isto deu uma mostra dupla de sua virtude: com golpes variados e sucessivos mostrou, frente aos inimigos, sua força defensiva e, a seus compatriotas, sua força benfazeja. Conduz a pé através do mar este povo, sem haver preparado para si uma frota de navios, mas aprovisionando-os para a navegação com a fé como se fosse um navio; faz do abismo terra firme para os hebreus, e da terra firme, mar para os egípcios. Então os cantos de vitória. É guiado pela coluna de nuvem. É iluminado pelo fogo do céu. Prepara uma mesa com alimentos do alto. Sacia a sede com água da rocha. Eleva as mãos para a destruição dos amalecitas. Sobe à montanha. Entra nas trevas. Ouve a trombeta. Aproxima-se da natureza divina. Entra dentro do tabernáculo divino. Organiza o sacerdócio. Constrói a tenda. Regula a vida com leis. Leva a bom termo as últimas lutas da forma que explicamos. Para culminar suas obras retas, castigou a impureza por meio do sacerdócio: isto é o que significa a cólera que, através de Finéias, se levantou contra a paixão. Depois destas coisas, se aproxima da montanha do descanso. Não caminha da terra daqui de baixo até a que, em razão da promessa, olha todo o povo. Ele, que se esforçou por viver do alimento que mana do céu, não experimenta mais um alimento terreno, mas elevado ao alto, acima mesmo da montanha, como um hábil escultor que trabalha a estátua inteira de sua vida, ao término de seu trabalho, pôs fim, sem coroa, à obra. Que diz o relato sobre isto? Que Moisés morreu, servo do Senhor segundo a palavra de Deus, e que ninguém conheceu seu sepulcro; que seus olhos não se apagaram, nem seu rosto se corrompeu (Dt 34, 5-7). Aprendemos que, depois de haver passado por tantos trabalhos, é considerado digno deste nome sublime, a ponto de ser chamado servidor de Deus, que é o mesmo que dizer que foi superior a tudo. Com efeito, nada serviria a Deus se não houvesse chegado a ser superior a tudo o que está no mundo. Para ele, este é o final da vida virtuosa dirigida pela palavra de Deus. A história a chama morte, morte vivente, que o sepulcro não é capaz de conter, sobre a qual não se levanta um túmulo, que não leva a cegueira aos olhos, nem a corrupção ao rosto.

ECCLESIA Brasil

Quaresma 2021: Papa Francisco pede jejuar do que atravanca para abrir o coração a Deus

Imagem referencial. Procissão de quarta-feira de cinzas em 2017.
Foto: Vatican Media

Vaticano, 12 fev. 21 / 09:00 am (ACI).- O Papa Francisco pede para jejuar nesta Quaresma, libertando “a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo” para abrir o coração a Deus.

Assim escreveu o Santo Padre na sua mensagem para a Quaresma de 2021, intitulada: “Vamos subir a Jerusalém...” (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”, publicada pelo Vaticano, em 12 de fevereiro.

“A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe ‘fazer morada’ em nós”, disse o Papa.

Nesse sentido, “jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas ‘cheio de graça e de verdade’ (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador”, advertiu.

Além disso, o Santo Padre sublinhou que “o jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização”.

“O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa”, destacou o Papa.

Da mesma forma, o Santo Padre convidou a “viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19” e acrescentou que “neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – ‘não temas, porque Eu te resgatei’ (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho”.

Desta forma, o Papa destacou que “a caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão”.

“O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade... O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade”, explicou.

O Santo Padre exortou também a que esta Quaresma seja “um tempo de conversão” para renovar a fé e disse que “acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja".

Neste sentido, o Papa destacou que “esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso”.

“Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, indicou o Papa.

Para ler a mensagem completa do Papa Francisco, clique AQUI.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Bispo de diocese invadida por jihadistas é transferido para o Brasil

Leandro Martins, Aid to the Church in Need

Dom Luiz Fernando Lisboa também recebeu do Papa o título honorífico de arcebispo.

Bispo de diocese invadida por jihadistas em Moçambique, o brasileiro dom Luiz Fernando Lisboa será transferido de volta para o Brasil. Nesta quinta-feira, 11 de fevereiro, o Papa Francisco o nomeou arcebispo de Cachoeiro de Itapemirim, ES, diocese que estava vacante desde novembro de 2018, quando da nomeação de dom Dário Campos como arcebispo da capital estadual, Vitória.

Dom Luiz Fernando era bispo de Pemba, diocese do norte moçambicano que, desde 2017, vem sendo alvo de brutais ataques de grupos extremistas vinculados ao Estado Islâmico. Mais de 2 mil pessoas já foram mortas e cerca de 500 mil foram forçadas a se deslocar da região, particularmente na área de Cabo Delgado.

Carioca de Valença, dom Luiz Fernando havia sido nomeado bispo de Pemba em 12 de junho de 2013, vindo a receber a ordenação episcopal em 24 de agosto daquele ano. Recentemente, durante audiência no Parlamento Europeu, ele denunciou a gravíssima situação de emergência vivida em Moçambique descrevendo-a como uma tragédia humanitária.

Em agosto de 2020, o Papa Francisco telefonou pessoalmente para dom Luiz Fernando a fim de lhe expressar solidariedade e oferecer ajuda à população.

Agora, ao nomeá-lo bispo da cidade capixaba, o Papa fez questão de lhe atribuir, “ad personam“, o título de arcebispo, um gesto de distinção honorífica pessoal, muito embora Cachoeiro de Itapemirim não seja uma arquidiocese.

Bispo de diocese invadida por jihadistas é transferido para o Brasil

Dom Luiz Fernando Lisboa tinha sido enviado a Moçambique ainda em 2001, como missionário. Em Pemba, foi vigário paroquial, pároco e formador de seminaristas antes de regressar em 2010 ao Brasil. Três anos depois, já retornava ao país africano de idioma português como bispo da mesma diocese em que havia atuado como sacerdote missionário.

O bispo brasileiro nasceu em 23 de dezembro de 1955. Formado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1977-1980) e em Teologia pelo Instituto Teológico São Paulo-ITESP (1980-1984), ele também tem especialização em Missiologia e Liturgia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo.

Religioso professo da congregação dos passionistas desde 1977, ele foi ordenado sacerdote em 10 de dezembro de 1983.

Aleteia

China cria “Big Brother” para controlar religião e religiosos

Guadium Press
Um banco de dados será criado com todas as informações sobre o pessoal religioso, incluindo recompensas, punições recebidas e outras informações.

Redação (11/02/2021, 12:30, Gaudium Press) Na China, os direitos à confidencialidade, à proteção dos dados pessoais, são praticamente desconhecidos.

E agora, esses direitos serão ainda mais desrespeitados, sobretudo no que se refere à religião, à fé e às crenças.

Lançada pela Administração Estatal de Assuntos Religiosos (SARA), o governo comunista chinês criou um banco de dados que conterá todas as informações sobre as religiões e o pessoal religioso no território da China.

Será algo como se fosse um “Big Brother das religiões”: ele vai registrar, entre outros temas, as “recompensas”, as “punições” recebidas (certamente do poder público), incluindo “a revogação” de seu ministério, bem como “outras informações”.

Além disso, tudo deverá ser atualizado “em tempo hábil”.

“Medidas administrativas para os religiosos”: eufemismo que esconde um total controle da religiosidade dos chineses  

Este banco de dados é um dos elementos do documento “Medidas administrativas para os religiosos”, divulgado na terça-feira, e que mostra como o Estado assume o controle total sobre as manifestações religiosas e sobre as crenças no gigante país asiático.

O documento estipula o registo do pessoal religioso, as suas características e tipo de trabalho, os “direitos”, mas sobretudo enumera os “deveres” aos quais está vinculado todo o pessoal religioso.
Essas disposições entram em vigor em 1º de maio.

Primeiro a China e seu partido comunista, depois o resto…

Antes de tudo, acima de todos está a pátria chinesa. E a pátria tal como foi concebida pelos líderes e ideólogos ateus da China comunista:

O pessoal religioso deve comprometer-se a “amar a pátria, apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês, apoiar o sistema socialista, respeitar a Constituição, as leis, regulamentos e normas, praticar os valores fundamentais do socialismo, aderir ao princípio da independência e de autogestão da religião e aderir à política religiosa da China, mantendo a unidade nacional, a unidade étnica, a harmonía religiosa e a estabilidad social” (art.3).

Entre as obrigações do pessoal religioso estão: “resistir [neutralizar] atividades religiosas ilegais e extremismo religioso e resistir à infiltração de forças estrangeiras que usam a religião”. Este último ponto corroeria a comunhão do clero chinês com o chefe da Igreja.

Os bispos católicos, embora “aprovados e ordenados” pelo Conselho dos Bispos Chineses, só podem exercer o seu ministério quando registados na SARA.

Religiões são tratadas como instituições do Estado e os religiosos como se fossem funcionários públicos

Em declarações à Asia News, um sacerdote observou:

“As religiões continuam a ser tratadas como instituições do Estado e os compromissos dos trabalhadores religiosos como funcionários públicos. Tanto que seu trabalho deve ser regulamentado, controlado e registrado como obra civil. O registro é feito por meio de organizações religiosas, mas nas repartições civis responsáveis. E isso é especialmente doloroso para os bispos ”.

(Com informações Asia News)

https://gaudiumpress.org/

HISTÓRIA DA IGREJA: E os filhos de Adão e Eva?

Editora Cléofas

Diz a Bíblia que Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. O primeiro matou o segundo; donde surge a pergunta: com quem se casou Caim? – Já houve quem respondesse que se casou com uma jovem proveniente de outro planeta, o que é totalmente preconcebido e infundado.

Uma leitura superficial do texto bíblico fornece a resposta mediata. Com efeito; em Gn 5,4 esta dito que Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas, de modo que Caim tinha com quem se casar, ainda que fosse com uma irmã sua. Eis o teor do texto sagrado:

“Quando Adão completou cento e trinta anos, gerou um filho a sua semelhança, como sua imagem, e lhe deu o nome de Sete. O tempo que viveu Adão depois do nascimento de Sete, foi de oitocentos anos, e gerou filhos e filhas” (Gn 5,3s).

Todavia, se Caim se casou com uma irmã sua (com a autorização do próprio Deus), como se pode condenar o incesto?

Respondemos: na hipótese de Caim ter-se casado com uma irmã sua, não houve violação da natureza nem pecado, pois na primeira geração humana não havia doenças hereditárias a transmitir ou não havia o perigo de acúmulo de taras. Também não havia muitas famílias a se congraçarem, como manda a lei natural. Em consequência não terá sido tal união contrária à lei natural. O mesmo não se dá em nossos dias, quando existem taras hereditárias e se verifica a necessidade de congraçamento entre as famílias, ao contrário do que ocorre em tribos de povos que vão declinando por causa de seu sistema de matrimônios endógenos.

Aproveitamos, porém, a ocasião para chamar a atenção para a exegese mais recente do episódio de Caim e Abel; segundo a moderna interpretação do relato, não se poderia falar de casamento entre irmãos na primeira geração da humanidade. É o que apresentamos sob o titulo seguinte:

Caim e Abel: como entender Gn 4,1-16?

Quem observa este episódio, verifica que supõe um estado adiantado da cultura humana, ou seja, o período neolítico: os homens já domesticavam os animais, de modo que Abel é pastor, e já cultivavam industriosamente a terra, de modo que Caim é agricultor (4,2); Caim funda uma cidade (4,17), tem medo de se encontrar com outros homens (4,14), sabe que haverá um clã pronto para defendê-lo… Diante destes traços literários, os autores propõem duas maneiras de entender o episódio:

1. Fato histórico antigo descrito com roupagem da época posterior. O autor sagrado estaria relatando um fratricídio realmente ocorrido nos inícios da pré-história bíblica, mas teria usado linguagem da época neolítica para tornar-se mais compreendido pelos leitores: Os atores da cena terão sido apresentados como se fossem homens contemporâneos do escritor sagrado. Esta interpretação é aceitável, mas não parece ser a melhor. É preferível a seguinte:

2. Fato meta-histórico ou trans-histórico. Observemos que houve urna tribo dos quenitas ou quineus ou cineus na época de Moisés (séc. XIII a.C.); tinham por patriarca fundador um certo Caim. Leiamos, por exemplo Nm 24,21: “Balaão viu os quenitas e pronunciou o seu poema. Disse: ‘A tua morada está segura, Caim, e o teu ninho firme sobre o rochedo'”; Os quenitas eram nômades (1 Cr 2,55); tinham relações estreitas com Madiã (Nm 10,29; Jz 1,16); ver também 1 Sm 15,4-6; Jz 4,11.17; 5,24. Ora pode-se crer que esse patriarca Caim tenha sido um fratricida famoso; o crime de Caim ocorrido nos tempos de Moisés ou pouco antes terá sido tornado como um fato típico da maldade humana. Por isto autor sagrado haverá colocado esse fato logo no inicio da pré-história bíblica, querendo assim significar, de maneira muito concreta, que, quando o homem diz Não a Deus, passa a dizer Não também ao seu irmão; a fidelidade a Deus e a fidelidade ao próximo são inseparáveis uma da outra; por isto também o Senhor Jesus quis resumir toda a Lei em dois preceitos: o do amor a Deus e o do amor ao próximo (cf. Mt 22,40).

Neste caso não se pode dizer que Caim e Abel foram filhos diretos dos primeiros pais. Nem era a intenção do autor sagrado dizê-lo. Nos onze primeiros capítulos do Gênesis, a Bíblia propõe fatos históricos, sim, dispostos, porém, de maneira a nos fazer compreender o porquê da vocação de Abraão; ela quer mostrar que o primeiro Não dito a Deus desencadeou uma série de outras negações, das quais a primeira é o Não dito ao homem. Segundo tal interpretação, o fratricídio cometido por Caim contra seu irmão Abel é fato histórico, mas um fato que não ocorreu apenas uma vez no século XIII a.C.; ocorre em todas as épocas, a partir da primeira fase da história da humanidade; até hoje há muitos Caíns que matam seus irmãos, como houve também um no inicio da história sagrada.

Quem aceita tal interpretação, já não formula a pergunta tão frequentemente colocada por leitores da Bíblia: com quem se casou Caim, se Adão e Eva só tiveram dois filhos e Caim matou Abel? Se o episódio de Caim e Abel é datado do século XIII a.C., vê-se que não há por que formular a questão; a população humana já se alastrara sobre a terra.

E a Longevidade dos Patriarcas em Gn 5,1-32?

O autor sagrado quis propor a linhagem dos bons; estes tem números, isto é, gozam de ordem e harmonia e estão inscritos no “livro da vida”. Diz o livro da Sabedoria que “o Senhor tudo dispõe conforme número, peso e medida” (Sb 11,20). Não se atribui aos descendentes de Adão e Sete nenhuma obra civilizatória, pois tais obras estavam associ­adas, na mente do autor, aos impérios pagãos da vizinhança de Israel.

A grande longevidade assinalada a cada patriarca não quer dizer que, na verdade, viviam séculos; mesmo que entendamos os 930 anos de Adão, os 912 de Sete… como anos lunares (um pouco mais breves do que o ano solar), não estaremos atinando com a mensagem do autor sagrado. Para os antigos, a longevidade era sinal de venerabilidade e respeitabilidade; por conseguinte, quando atribuíam a alguém longa duração de vida, queriam apenas dizer que tal pessoa era merecedora de toda estima e consideração. Este modo de falar esta documentado, por exemplo, na tabela dos reis pré-diluvianos que o sacerdote Berosso, da Babilônia, nos deixou:

Aloro reinou 36.000 anos; Alaparo 10.800; Almelon 46.800 anos; Amenon 43.200 anos; Amegalaro 64.800 anos; Amenfsino 36.000 anos; Otiartes 28.800 anos; Daono 36.000 anos; Edoranco 64.800 anos; Xisutro 64.800 anos.

Temos nesta lista dez nomes de reis de elevada longevidade. Também no Egito se encontrou a lista de dez reis que governaram o povo nos seus primórdios; os persas conheciam seus dez Patriarcas; os hindus enumeravam nove descendentes de Brama, com os quais Brama completava uma série de dez gerações pré-diluvianas.

É à luz destes documentos que se deve entender Gn 5,1-32. Os dez nomes significam os homens que transmitiram a fé e a fidelidade aos seus descendentes; visto que a vida é o bem fundamental, uma longa vida, para os antigos hebreus, era símbolo de bênção divina e honrabilidade; a indicação de que cada Patriarca viveu elevado número de anos após gerar o seu sucessor na lista, significa que esses pais do gênero humano tiveram a possibilidade de manter pura na sua família a revelação primitiva; donde se concluía que a religião que por tal via chegara a Israel, era a religião verdadeira, conservada através de urna série de gerações providencialmente favorecidas por Deus.

Em síntese, não se deverá crer que os Patriarcas bíblicos viveram séculos. Ao contrário, sabe-se hoje com certeza que a duração da vida humana na pré-história era muito breve: oscilava entre os 20 e 40 anos, os homens não gozavam dos benefícios da medicina e da cirurgia para debelar seus males.
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1 Meta-histórico ou trans-histórico é o fato histórico que não pertence a um determinado período da história apenas, mas se reproduz em diversas fases da história. Este conceito se esclarecerá no decorrer da nossa explicação.

Prof. Felipe Aquino

https://cleofas.com.br/

O Papa na mensagem para a Quaresma: cuidar de quem sofre por causa da Covid-19

Caridade | Vatican News

O Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste tempo de conversão”, a obter “a «água viva» da esperança” e receber “com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Foi divulgada, nesta sexta-feira (12/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano sobre o tema “Vamos subir a Jerusalém. Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”.

O Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste tempo de conversão”, a obter “a «água viva» da esperança” e receber “com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”. Francisco recorda que “na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo”.

Quem jejua faz-se pobre com os pobres 

“O jejum, a oração e a esmola, tal como são apresentados por Jesus na sua pregação, são as condições para a nossa conversão e sua expressão”, ressalta o Papa na mensagem.

De acordo com Francisco, o “jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações, verdadeiras ou falsas, e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade»: o Filho de Deus Salvador”.

Dizer palavras de incentivo

"No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua cuidando de sua Criação, não obstante nós a maltratamos com frequência."

O Pontífice convida no tempo da Quaresma, a estarmos “mais atentos em «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam». Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença».”

“No recolhimento e oração silenciosa, a esperança nos é dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar e encontrar, no segredo, o Pai da ternura”, ressalta o Papa.

Tempo para crer, esperar e amar

“A caridade se alegra ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado. A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão. «A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos».”

Segundo Francisco, “viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, ofereçamos, junto com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho. «Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade»”.

“Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, conclui o Papa.

Vatican News

Santa Eulália

Sta. Eulália | ArqSP
Eulália, nasceu nas proximidades da cidade de Barcelona, no ano 290. Pertencia a uma família da nobreza espanhola e seus pais viviam numa vasta propriedade na periferia daquela movimentada corte. Cobriam a menina Eulália com todo amor, carinho e mimos, quase sufocando a pequena que já na tenra idade resplandecia em caráter.

Humilde, sábia, prudente e muito inteligente era a caridade em pessoa. Dedicava um extremo amor à Jesus Cristo, para o qual despendia muitas horas do dia em virtuosas orações. Costumava ficar no seu modesto quarto, reunida com suas amiguinhas, entoando cânticos e hinos de louvor ao Senhor, depois saíam para distribuir seus melhores pertences às crianças pobres das imediações, que sempre batiam à sua porta.

Entrou para a adolescência, aos treze anos, no mesmo período em que chegava à Barcelona a notícia da volta à terrível perseguição contra os cristãos, decretada para todos os domínios do Império. Quando os sanguinários dos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano souberam da rápida e veloz propagação da fé cristã, nas longínquas terras espanholas, onde até então era rara esta fé, decidiram e mandaram o mais cruel e feroz de seus juízes, chamado Daciano, para acabar com aquela "superstição".

Temendo pela vida de Eulália, seus pais decidiram levá-la para uma outra propriedade mais afastada, onde poderia ficar longe dos soldados que andavam pelas ruas caçando os cristãos denunciados.

Eulália considerou covardia fugir do poder que exterminava os irmãos cristãos. Assim, altas horas da noite e sem que sua família soubesse, fugiu e se apresentou espontaneamente ao temido juiz, como cristã. Consta inclusive que teria dito: "Querem cristãos? Eis uma".

Como queria, na impetuosidade da adolescência, foi levada a julgamento. Ordenaram novamente que ela adorasse um deus pagão, dando-lhe sal e incenso, para que depositasse ao pé do altar. Eulália, ao invés, derrubou a estátua do deus pagão, espalhando para longe os grãos de incenso e sal. A sua recusa a oferecer os sacrifícios deixou furioso Daciano, que mandou chicoteá-la até que seu corpo todo ficasse em chagas e sangrando. Depois foi queimada viva com as tochas dos carrascos. Era 12 de fevereiro de 304.

Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria das Arenas, mais tarde destruída durante um incêndio. Mas suas relíquias se mantiveram intactas e foram ocultadas durante a dominação dos árabes muçulmanos, quando o culto cristão era proibido.

O culto à Santa Eulália foi mantido principalmente em Barcelona onde é muito antigo. De lá, acabou se estendendo por toda Espanha atravessando as fronteiras, para além da França, Itália, África enfim atingiu todo o mundo cristão, oriental e ocidental. Ela costuma ser festejada na diocese de Mérida em 10 de dezembro, cidade de seu martírio. Santa Eulália é co-padroeira da cidade de Barcelona, ao lado da Virgem das Mercês.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Arcebispo elogia heroísmo de agente católica do FBI assassinada em serviço

(esquerda) Laura Schwartzenberger, uma agente católica do FBI
e (direita) imagem referencial. Crédito: site do FBI dos
Estados Unidos / Pixabay

FLORIDA, 11 fev. 21 / 10:00 am (ACI).- Em 6 de fevereiro, o Arcebispo de Miami, Dom Thomas Wenski, fez uma homilia comovedora em honra a Laura Schwartzenberger, uma agente católica do FBI que foi assassinada no cumprimento do seu dever.

Em 2 de fevereiro, a agente especial do FBI, Laura Schwartzenberger, mãe de dois filhos pequenos e membro da paróquia “Mary, Help of Christians”, em Parkland, Flórida (Estados Unidos), foi assassinada a tiros junto com o agente Daniel Alfin, enquanto investigavam um caso de pornografia infantil.

O Prelado disse que a comunidade ficou chocada após a morte de Laura, uma mulher que não só se comprometeu com a segurança das crianças ao longo de sua carreira, mas também ensinou educação religiosa para crianças em sua paróquia local.

“Oferecemos nossas mais sinceras condolências ao marido de Laura, Jason, e aos seus dois filhos, Gavin e Damon. Nossas condolências também à família de Daniel Alfin. Compartilhamos a dor e a dor dos pais, irmãos e parentes consanguíneos desses servidores públicos que foram atacados no cumprimento do dever”, disse.

“Sua dor é real e toda a nossa comunidade aqui no sul da Flórida a compartilha com vocês, e esperamos que, ao compartilhá-la, possamos reduzir um pouco esta dor. E, embora não possamos fazer isso, queremos que saibam que não estão sozinhos. Toda a comunidade está ao seu lado e continuará a fazê-lo nos próximos dias”, acrescentou.

Os agentes Schwartzenberger e Alfin estavam cumprindo um mandado federal contra David Lee Huber, de 55 anos, suspeito de trocar imagens sexuais de crianças, informou a Fox News.

Quando os agentes do FBI se aproximaram da porta, Huber supostamente olhou pela doorbell câmera (campainha inteligente que tem uma câmera de vídeo) da porta de sua casa e depois atirou contra as autoridades. O agressor também atirou em outros três agentes, dois dos quais foram hospitalizados. Huber depois se suicidou.

Dom Wenski disse que a agente Laura lidou com o lado negro da natureza humana ao longo de sua carreira e protegeu os jovens e vulneráveis ​​da maldade dos predadores sexuais. Dirigindo-se aos dois filhos de Laura, o Prelado disse que sua mãe era uma verdadeira heroína que estava firmemente comprometida com a caridade.

“Gavin e Damon, sua mãe foi uma heroína como todos os agentes, todos os membros das forças da ordem que usam um distintivo e se apresentam ao serviço. Eles não são celebridades; mas são heróis. As celebridades se exibem; os heróis aparecem”, disse.

“Mas ser um herói não significa não conhecer o medo, mas não deixar que ele oprima para não ajudar o próximo. Ela e todos aqueles que morrem no cumprimento do dever são heróis, porque diante do mal responderam com firmeza e resolução para proteger e servir o bem comum”.

Dom Wenski disse que a morte da agente Laura recorda a fragilidade da vida e levanta perguntas difíceis.

A este respeito, assinalou que a angustiada Marta de Betânia provavelmente enfrentou um encontro semelhante. Segundo o Evangelho, repreendeu Cristo por não ter estado lá para salvar seu irmão Lázaro da morte. No entanto, assim como foi para Lázaro e sua família, a ressurreição é uma luz de esperança em meio às trevas e à dor, acrescentou.

“Nossa fé em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado dos mortos nos ilumina inclusive nas trevas deste dia; e nossa esperança n'Ele, que venceu a morte, nos conforta e nos fortalece em nossa dor; mas ainda assim choramos; choramos como Jesus chorou pela morte de seu amigo Lázaro”.

“Dirigimo-nos à Mãe de Jesus, Maria Auxiliadora. A Mãe de Deus sem pecado conheceu a dor quando ficou ao pé da cruz enquanto Jesus morria. Como a Laura rezava -nesta igreja, na sua casa, com os seus alunos de religião, com os seus filhos-, também rezamos invocando àquela que é a nossa ajuda: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte”.

Em 6 de fevereiro, foi feita uma homenagem para a agente Laura em Miami Gardens. Durante o evento, o diretor do FBI, Christopher Wray, disse que, embora não tenha tido o prazer de conhecer Laura pessoalmente, as histórias dessa agente contam uma vida de "determinação, dedicação e coragem".

Disse que a agente Laura entrou para o FBI em 2005 e, após se formar em Quantico, assumiu seu primeiro trabalho de campo em Albuquerque. Em 2007, a agente católica tornou-se a primeira mulher a entrar para equipe SWAT do FBI, em Albuquerque. Três anos depois, mudou-se para Miami e se juntou ao Violent Crimes Against Children Squad (Esquadrão de Crimes Violentos contra Crianças).

Wray destacou que ela advogou zelosamente por uma maior proteção das crianças contra predadores on-line e fez apresentações sobre a extorsão sexual. Disse que em um de seus casos mais importantes, ajudou a prender um criminoso que enganou centenas de adolescentes para que compartilhassem suas imagens íntimas.

“Laura teve um impacto tão profundo nos pais de algumas das vítimas que, quando souberam que Laura havia sido assassinada no cumprimento do dever, imediatamente enviaram suas condolências ao escritório e perguntaram como poderiam ajudar os dois filhos de Laura. Isso diz muito sobre o que Laura significava para esta comunidade”, disse Wray.

O oficial também se referiu à fé católica de Laura como o motivo que a levou a realizar um serviço verdadeiro e comprometido até o final. “Entendo que Laura era uma mulher de fé, uma católica devota que frequentava a igreja de Maria Auxiliadora. Era uma parte importante de sua vida e parte de quem ela era em tudo o que fazia”, disse.

“Não importa o quão difícil foram os dias de Laura, não importa o quão difícil se tornou proteger as crianças do mal. Laura manteve essa fé. Assim como manteve sua fé no Estado de direito, na justiça e em fazer a coisa certa”, acrescentou.

“Um chamado ao serviço não está desenhado para oferecer comodidade e conveniência. O verdadeiro serviço é uma provação. É um ato de fé. E Laura tinha fé. Tinha fé nas pessoas. Tinha fé no trabalho que estava chamada a realizar. Ela alimentou esta fé. Ela a compartilhou e a viveu, todos os dias”, concluiu.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Hoje a Igreja celebra o 29º Dia Mundial do Doente

Papa Francisco abençoa um idoso doente. Crédito: ACI Prensa

Vaticano, 11 fev. 21 / 08:31 am (ACI).- Neste dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja celebra o 29º Dia Mundial do Doente sob o lema “‘Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos’. A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes”.

A mensagem do Papa Francisco por ocasião do Dia Mundial dos Doentes inspira-se “no trecho evangélico em que Jesus critica a hipocrisia de quantos dizem mas não fazem (cf. Mt 23, 1-12). Quando a fé fica reduzida a exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro, então falha a coerência entre o credo professado e a vida real”, explica.

Pelo contrário, Jesus propõe “deter-se, escutar, estabelecer uma relação direta e pessoal, sentir empatia e enternecimento, deixar-se comover pelo seu sofrimento até lhe valer e servir (cf. Lc 10, 30-35)".

Em sua mensagem, o Santo Padre sustenta que a atual pandemia “colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes. Viu-se que, aos idosos, aos mais frágeis e vulneráveis, nem sempre é garantido o acesso aos cuidados médicos, ou não o é sempre de forma equitativa”.

Isso depende “das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quantos revestem funções de responsabilidade. O investimento de recursos nos cuidados e assistência das pessoas doentes é uma prioridade ditada pelo princípio de que a saúde é um bem comum primário”.

O Papa Francisco agradece “a entrega e generosidade” de “uma série silenciosa de homens e mulheres que optaram por fixar aqueles rostos, ocupando-se das feridas de pacientes que sentiam como próximo em virtude da pertença comum à família humana".

 “Com efeito, a proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e consolação a quem sofre na doença” e “vivemos esta proximidade pessoalmente, mas também de forma comunitária: na realidade, o amor fraterno em Cristo gera uma comunidade capaz de curar, que não abandona ninguém, que inclui e acolhe sobretudo os mais frágeis”.

O serviço “fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até ‘padece’ com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas”.

Nesse sentido, frisou que “para haver uma boa terapia é decisivo o aspeto relacional, através do qual se pode conseguir uma abordagem holística da pessoa doente”.

O anterior “ajuda também os médicos, enfermeiros, profissionais e voluntários a ocuparem-se daqueles que sofrem para os acompanhar ao longo do itinerário de cura, graças a uma relação interpessoal de confiança”, (cf. Nova Carta dos Agentes de Saúde [2016], 4).

“Trata-se, pois, de estabelecer um pacto entre as pessoas carecidas de cuidados e aqueles que as tratam; um pacto baseado na confiança e respeito mútuos, na sinceridade, na disponibilidade, de modo a superar toda e qualquer barreira defensiva, colocar no centro a dignidade da pessoa doente, tutelar o profissionalismo dos agentes de saúde e manter um bom relacionamento com as famílias dos doentes".

“Uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno. Tendamos para esta meta, procurando que ninguém fique sozinho, nem se sinta excluído e abandonado”.

Leia a mensagem na íntegra AQUI.

ACI Digital

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 18/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 44

Que a serpente levantada no deserto é símbolo do mistério da cruz o ensina abertamente a palavra do Senhor quando diz: Da mesma forma que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do homem (Jo 3, 14). Novamente marcha o pecado por seu caminho habitual, avançando regularmente em uma concatenação malvada, com uma lógica perversa. E o Legislador, como um médico, amplia a cura conforme o progresso do mal. Posto que a mordida das serpentes se havia tornado ineficaz para os que olhavam para a figura da serpente, pelo já explicado entendes bem o simbolismo, aquele que maquina enganos tão diversos contra nós inventa outro caminho para o pecado. Também agora podemos observar que isto mesmo sucede a muitos. Com efeito, muitos que reprimem a paixão da concupiscência por meio de uma vida mais sensata, cheios de soberba, se lançam ao sacerdócio contra o plano de Deus, por esforços humanos e intrigas para ser escolhidos. Aquele a quem o relato acusa de fazer o mal aos homens é o que empurra a esta perversa cadeia de pecados. Com efeito, depois que, por causa da fé naquele que está elevado sobre o madeiro, cessou a terra de dar a luz serpentes contra os que estavam cheios de concupiscência, e eles se acreditaram mais fortes que as mordidas venenosas, então, quando se ultrapassa a paixão relativa à concupiscência, se apresenta a enfermidade do orgulho. Julgando que é pouco estar no lugar em que foram colocados, se lançam à dignidade do sacerdócio, intrigando para afastar aqueles que receberam por sorte esta função sagrada da parte de Deus. Estes desaparecem deglutidos pelo abismo. Os que haviam de seu grupo sobre a terra foram abrasados por raios (Nm 16, 31-35). Penso que com este relato a palavra ensina que o final da exaltação própria do orgulho é a descida para debaixo da terra. Talvez alguém, inspirando-se nestas coisas defina a soberba, não sem razão, como uma subida para baixo. Não estranhes se este pensamento está em contradição com o sentir de muitos. As pessoas pensam que com o nome soberba se designa o estar acima dos demais. A verdade do que foi aqui narrado confirma nossa definição. Com efeito, se os que se elevaram a si mesmos acima dos demais se afundaram no abismo da terra aberta debaixo deles, talvez ninguém repudie a descrição que define o orgulho como uma caída ao mais baixo. Moisés ensina a quem contempla estas coisas a ser comedidos e a não envaidecer-se com os êxitos, mas a administrar sempre bem o presente. Pois ainda que hajas sido mais forte que os prazeres, não por isso estás isento de ser preso por outra forma de paixão. Toda paixão é uma caída enquanto é paixão. Não há nenhuma diferença de caída na diversidade de paixões: quem resvalou na suavidade do prazer, caiu; e quem foi derrubado pelo orgulho, caiu. Para quem tem inteligência não é desejável nenhuma forma de caída, pois toda caída, enquanto caída, deve ser igualmente evitada. Por esta razão, se agora vês em algum lugar alguém que se purificou da debilidade dos prazeres, porem que se lança de novo com afã ao sacerdócio por julgar que está acima dos demais, pensa que, na mesma elevação do orgulho, o vês cair terra abaixo. No que segue a continuação, a Lei ensina que o sacerdócio é um assunto divino, não humano. O ensina desta forma: Havendo marcado as varas de cada tribo com o nome dos que as haviam oferecido, Moisés as colocou sobre o altar de Deus, de forma que a vara distinguida das outras por um prodígio divino fosse o testemunho da eleição do céu (Nm 17, 6 -11). Feito isto, as varas dos demais permaneceram como estavam, porem a vara do sacerdote, que havia lançado raízes em si mesma não por uma umidade vinda de fora, mas pela força metida por Deus dentro dela, germinou ramos e frutos, e o fruto, - era uma amêndoa-, chegou a amadurecer. Este acontecimento ensinou a todo o povo a permanecer submisso em boa ordem. No fruto que produziu a vara de Aarão, podemos ver como a vida no sacerdócio deve ser continente, severa e dura na manifestação externa da conduta, porem levando por dentro, no oculto e invisível, o fruto que se come, o qual se mostra quando, com o tempo, amadurece o comestível, parte-se a casca rugosa e se abre a envoltura lenhosa do fruto.

Capítulo 45

Se chegasses a saber que a vida de um sacerdote é doce, folgada e cor de rosa, como aqueles que se vestem de linho e púrpura e engordam em mesas esplêndidas (Lc 16, 19), que bebem vinho filtrado, estão ungidos com o melhores perfumes e reúnem para si tudo o que parece suave ao gosto superficial dos que desfrutam de uma vida mole, poderias aplicar com toda exatidão o dito evangélico: olhando o fruto, não reconheço a árvore sacerdotal, pois um é o fruto do sacerdócio e outro muito diferente este (Lc 6, 43-44). Aquele fruto é a continência, este é a moleza; aquele não está alimentado por umidade terrestre, a este regam muitos arroios de prazeres daqui de baixo, graças aos quais nesta hora o fruto de vida se colore de rosa. Uma vez que o povo se tenha purificado também desta paixão, atravessa a vida estrangeira guiando-o a Lei pelo caminho real, sem desviar-se de um lado ou de outro (Nm 20, 17). É perigoso para o caminhante desviar-se para qualquer lado. Quando dois precipícios se estreitam no caminho de um rompente elevado, é perigoso para quem marcha por ele desviar-se para uma parte ou outra, pois o abismo do precipício traga igualmente a quem se desvia de um lado ou de outro; assim a Lei quer que quem segue suas pegadas não abandone o caminho, o qual, como diz o Senhor, é estreito e empinado (Mt 7, 14), isto é, que não se desvie nem à esquerda, nem à direita. Esta palavra, ao definir que as virtudes se encontram no meio, contem este ensinamento: todo vício nasce ou por falta ou por excesso no fazer em relação à virtude. Assim com respeito ao valor, a covardia é uma falta de virtude, e a temeridade um excesso: o que está livre destes extremos se encontra situado no meio dos vícios que se encontram em seus flancos. Isto precisamente é a virtude. Da mesma forma todas as demais coisas se encontram, em sua relação com o bem, no meio de vizinhos perigosos. A sabedoria ocupa o lugar intermediário entre a astúcia e a candura: nem a astúcia da serpente é aprovada, nem a candura da pomba, se tomarmos cada uma delas separadamente em si mesma (Mt 10, 16), pois a virtude consiste na disposição intermediária que modera estas duas. O que está falho de temperança é um libertino, enquanto que quem se excede em sua prática cauteriza a própria consciência, como declara o Apóstolo (1Tm 4, 2): um, de fato, se entregou voluntariamente aos prazeres, enquanto o outro sente horror ante o matrimônio, como se fosse adultério. A disposição intermediária entre estes dois é a temperança. Posto que, como diz o Senhor, este mundo está sob o poder do maligno (1Jo 5, 19), e para quem segue a Lei tudo quanto se opões à virtude - isto é, a maldade - lhe resulta estranho, aquele que marcha através deste mundo levará a bom termo durante sua vida este caminho da virtude, se não perder a grande estrada, pisada e abrandada pela virtude, sem desviar-se pelo vício para caminhos impraticáveis que estão aos lados. Como já foi dito, a tentação do adversário - que, em qualquer situação, encontra ocasiões para desviar-nos para o mal - cresce juntamente com o progresso da virtude. Na hora que o povo cresceu muito na vida segundo Deus é quando o inimigo tenta atacar com outra forma de tentação segundo o uso de melhores estratégias. Estes quando julgam difícil vencer a frente do exército do inimigo, superior em forças, o combatem com emboscadas e enganos. Por esta razão, a estratégia do mal não apresenta frontalmente sua força contra aqueles que estão robustecidos pela Lei e a virtude, mas realiza a tentação veladamente, com emboscadas. Chama agora a magia como aliada para atacar. O relato diz que era um adivinho e um investigador do vôo das aves, o qual tinha um poder daninho contra os adversários, sem dúvida por alguma força dos demônios. Este estava sendo pago pelo chefe dos madianitas para danar com maldições os que viviam para Deus, porem trocou a maldição em benção (Nm 22, 2-35). Nós, por coerência com nossa exegese anterior, interpretamos que nem sequer a magia tem força contra quem vive na virtude; quem está fortalecido pela ajuda de Deus vence toda tentação.

ECCLESIA Brasil

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF