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domingo, 14 de fevereiro de 2021

A grande fortuna da Igreja

Canção Nova

Muitas pessoas, inclusive católicos, não conhecem a verdadeira riqueza da Igreja…

Concordo com os adversários da Igreja; ela é riquíssima; e acumulou nos seus vinte séculos uma fortuna incalculável! E já é hora de toda esta riqueza ser dividida com todos os homens, especialmente os pobres, mas também os ricos, porque são eles exatamente os que mais precisam dela.

Na verdade a Igreja é rica desde a sua origem, porque o seu Criador e mentor é o próprio Deus; é Dele que vem toda a sua riqueza. Ela é o próprio Corpo de Cristo (1Cor 12,27). Ela é rica também, porque é a “Igreja dos Santos”, como disse George Bernanos. Os Santos são a sua grande riqueza, como que reprodução do próprio Cristo.

Ela é a Igreja de Pedro de Cafarnaum, que deixou as redes para seguir o Senhor; é a Igreja de Paulo de Tarso, que rodou o mundo até Roma, para ali ser martirizado por ela. Ela é a Igreja dos Padres: Agostinho de Hipona, que enfrentou o pelagianismo e o maniqueísmo; Atanásio, que enfrentou o arianismo; Irineu, que enfrentou o gnosticismo; Inácio de Antioquia, que enfrentou os leões; Policarpo, que enfrentou a fogueira,… Tomás de Aquino, que escreveu a Suma-Teológica e transformou a Filosofia; Teresa D’Ávila e João da Cruz, que reformaram os Carmelos masculino e feminino; Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim; Basílio, Gregório de Nissa, Gregório de Nazianzo, Afonso de Ligório, e tantos outros…

Sim, é uma Igreja riquíssima! Ela é a Igreja daqueles que, de tanto amor por ela, derramaram o seu sangue nas arenas romanas, nas espadas dos imperadores, nos cárceres comunistas… Pedro, Paulo, Tiago,… Inácio de Antioquia, Policarpo, Sebastião, Perpétua, Felicidade, Cecília,… Maximiliano Kolbe…

Ela é a Igreja das belas ordens religiosas de Bento, Domingos, Agostinho, Benedito, Francisco, Inácio de Loyola, João Bosco e tantos outros…

É a Igreja dos Santos Apóstolos, revestidos do próprio Cristo, um a um martirizados pela sua fidelidade ao Senhor…

É a Igreja dos Santos Inocentes que, ainda na tenra idade, derramaram o seu sangue inocente pelo menino Deus…

É a Igreja das Santas Virgens: Maria, Ana, Inez, Cecília, Luzia, Teresinha, Mazzarello, Clara de Assis,… que formam um verdadeiro exército de Esposas do Senhor.

Sim, é uma Igreja riquíssima!

Além de ser a rica Igreja dos Santos, dos Profetas, dos Mártires, dos Apóstolos, das Virgens, dos Confessores… é também a Igreja dos Papas. É a Igreja de João Paulo I com o seu sorriso inesquecível; de João XXIII, do Concílio Vaticano II, de Paulo VI com o seu apaixonado amor à Igreja; de Gregório, que a posteridade chamou de Magno, e que criou o canto que recebeu o seu nome.

Ela é a grande e rica Igreja de Leão Magno, detendo as grandes heresias às portas da Igreja, enfrentando os bárbaros Átila e Genserico às portas de Roma. É a Casa de Pedro, que é o princípio de tudo e a Pedra sobre a qual os outros se sucederam. É a Igreja dessa cadeia viva e ininterrupta de 266 Pontífices, o “doce Cristo na Terra”, como dizia S. Catarina de Sena.

Todos os Santos se inclinaram diante do Papa, e nenhum foi nada sem este. Paulo, o apóstolo dos gentios, foi ao encontro de Pedro; Francisco, o enamorado da Pobreza, ajoelhou-se diante de Inocêncio III; Teresinha suplicou a Leão XIII que a deixasse entrar no Carmelo aos quinze anos…

Que outra Igreja teve um Pio IX que proclamou Maria Imaculada; e José, Padroeiro Universal da Igreja?

Que outra Igreja tem um João Paulo II, operário, ator de teatro, esquiador, sacerdote, poliglota, bispo, diplomata, cardeal – Cardeal da Igreja do Silêncio e da Polônia Mártir?

A Igreja é riquíssima, de fato, pois é a Igreja dos Santos e dos Papas.

É a Igreja dos Sacramentos que o Senhor derramou do seu Coração ferido pela lança no alto da Cruz. É a Igreja da salvação universal de todos os homens… É a barca de Pedro que salva do dilúvio do pecado!

Esta é a verdadeira fortuna da Igreja, acumulada sobre o sangue dos Mártires, na fidelidade dos Confessores, na riqueza dos Padres, no discernimento dos Doutores, na pureza das Virgens, no sangue dos Inocentes, na palavra dos Apóstolos, no rumo dos Patriarcas, na lei dos Profetas e na infalibilidade dos Papas.

Sim, é riquíssima!… Quanto ao resto, é dispensável falar; pois, basta lembrar que o seu território hoje, não passa de um pequeno pedaço de terra com menos de 30 ha, o Vaticano.

Retirado do livro: “Entrai pela Porta Estreita”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

https://cleofas.com.br/

BIOGRAFIA DE CARMEN HERNÁNDEZ

Carmen Hernández
Caminho Neocatecumenal

24 DE NOVEMBRO DE 1930, † MADRID, 19 DE JULHO DE 2016

Carmen foi, com o Kiko, iniciadora do Caminho. Nasceu em Ólvega (Sória, Espanha) em 24 de novembro de 1930. Era a mais jovem de oito irmãos – quatro homens e quatro mulheres – e viveu sua infância em Tudela (Navarra, Espanha).

Em Tudela estudou na Companhia de Maria e teve contato com a Companhia de Jesus (Jesuítas). Por influência do espírito missionário de São Francisco Xavier, desde muito jovem sentiu a vocação de partir em missão para a Índia. Por vontade de seu pai, em 1954 começa a estudar Química em Madri, onde se licencia com as qualificações máximas no ano de 1958.

Durante um tempo, trabalha com seu pai na indústria alimentícia, em uma fábrica que a família tinha em Andújar (Jaén), mas decide deixá-lo para se mudar a Javier, onde entra para participar de um novo instituto missionário: as Missionárias de Cristo Jesus. Depois do noviciado, estudou Teologia na casa de formação teológica para religiosos em Valência. Em 1960 foi destinada à Índia. Para esta missão teve que se preparar em Londres (o país asiático pertencia, naquele tempo, à Commonwealth), onde permaneceu durante um ano. Nesse tempo, houve uma mudança de direção nas Missionárias de Cristo Jesus, que limitava sua abertura a missão, levando Carmen a regressar de Londres para Barcelona. Ali, conhece P. Pedro Farnés Sherer, professor no Instituto Litúrgico de Paris, que trabalhava pela renovação litúrgica que preparava o Concílio Vaticano II.

Em suas aulas, P. Farnés apresentava as fontes pascais da Eucaristia e uma eclesiologia renovada que mostrava a Igreja como luz das nações. O vivo contato de Carmen com os autores desta renovação conciliar teve uma grande influência, mais tarde, na formação das catequeses do Caminho Neocatecumenal.

Em 1963, Carmen se estabelece na Terra Santa durante dois anos. Ao seu regresso a Madri, começa a trabalhar nos barracos da periferia, pensando em ir como missionária para a Bolívia com outros leigos celibatários. No entanto, ali conhece Kiko Argüello, que vivia nos barracos de Palomeras Altas, e decide ficar na mesma região. Entre os pobres, ambos descobriram a força do Mistério Pascal e da pregação do Kerigma (a Boa Notícia de Cristo morto e ressuscitado), e veio a nascer a primeira comunidade. Graças à confirmação desta nova realidade pelo então arcebispo de Madri, Mons. Casimiro Morcillo, Carmen colabora com Kiko levando às paróquias – primeiro a Madri, depois a Roma, e a partir de então a outras cidades e nações – esta obra de renovação da Igreja.

Carmen Hernández faleceu em 19 de julho de 2016 em Madri. Em seu funeral, presidido pelo Cardeal Arcebispo de Madri Carlos Osoro Sierra, e ao qual assistiram milhares de pessoas, o P. Mario Pezzi destacou que, com o Caminho, é “a primeira vez na história que uma realidade eclesial é fundada por um homem e uma mulher que estiveram colaborando constantemente juntos durante mais de 50 anos”. Além disso, o Papa enviou uma mensagem na qual assegurou receber “com emoção” a notícia da morte de Carmen e destacou sobre ela “uma longa existência marcada por seu amor a Jesus e por um grande entusiamo missionário”. “Dou graças ao Senhor pelo testemunho desta mulher, animada por um sincero amor à Igreja, que gastou sua vida no anúncio da Boa Notícia em cada lugar, também àqueles mais afastados, não se esquecendo das pessoas mais marginalizadas”, escreveu o Papa Francisco.

https://neocatechumenaleiter.org/

6º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Presbíteros

Ano B
6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema do 6º Domingo do Tempo Comum

A liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que convida todos os homens e todas as mulheres a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus. Ele não exclui ninguém nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos.
A primeira leitura apresenta-nos a legislação que definia a forma de tratar com os leprosos. Impressiona como, a partir de uma imagem deturpada de Deus, os homens são capazes de inventar mecanismos de discriminação e de rejeição em nome de Deus.
O Evangelho diz-nos que, em Jesus, Deus desce ao encontro dos seus filhos vítimas da rejeição e da exclusão, compadece-Se da sua miséria, estende-lhes a mão com amor, liberta-os dos seus sofrimentos, convida-os a integrar a comunidade do “Reino”. Deus não pactua com a discriminação e denuncia como contrários aos seus projectos todos os mecanismos de opressão dos irmãos.
A segunda leitura convida os cristãos a terem como prioridade a glória de Deus e o serviço dos irmãos. O exemplo supremo deve ser o de Cristo, que viveu na obediência incondicional aos projectos do Pai e fez da sua vida um dom de amor, ao serviço da libertação dos homens.

LEITURA I – Lev 13, 1-2.44-46

ATUALIZAÇÃO

• A primeira leitura do 6º Domingo do Tempo Comum não contém propriamente um ensinamento claro e direto acerca de Deus ou acerca do comportamento do homem face a Deus. No entanto, ela tem o seu valor e a sua importância: prepara-nos para entender a novidade de Jesus, essa novidade que o Evangelho de hoje nos apresenta. Jesus virá demonstrar que Deus não marginaliza nem exclui ninguém e que todos os homens são chamados a integrar a família dos filhos de Deus.

• Indiretamente, o nosso texto denuncia a atitude daqueles que, instalados nas suas certezas e seguranças, constroem um Deus à medida do homem e que atua segundo uma lógica humana, injusta, prepotente, criadora de exclusão e de marginalização. Não temos que criar um Deus que atue de acordo com os nossos esquemas mentais, com as nossas lógicas e preconceitos; o que temos é de tentar perceber e acolher a lógica de Deus.

• Indiretamente, o nosso texto convida-nos a repensar as nossas atitudes e comportamentos face aos nossos irmãos. Não será possível que os nossos preconceitos, a nossa preocupação com o legalismo, a nossa obsessão pelo politicamente correcto estejam a criar marginalização e exclusão para os nossos irmãos? Não pode acontecer que, em nome de Deus, dos “são princípios”, da “verdadeira doutrina”, das exigências de radicalidade, estejamos a afastar as pessoas, a condená-las, a catalogá-las, a impedi-las de fazer uma verdadeira experiência de Deus e de comunidade?

LEITURA II – 1 Cor 10, 31-11,1

ATUALIZAÇÃO

• A liberdade é um valor absoluto? Devemos defender e afirmar intransigentemente os nossos direitos em todas as circunstâncias? A realização dos nossos projetos pessoais deve ser a nossa principal prioridade? Paulo deixa claro que, para o cristão, o valor absoluto e ao qual tudo o resto se deve subordinar é o amor. O cristão sabe que, em certas circunstâncias, pode ser convidado a renunciar aos próprios direitos, à própria liberdade, aos próprios projetos porque a caridade ou o bem dos irmãos assim o exigem. Mesmo que um determinado comportamento seja legítimo, o cristão deve evitá-lo se esse comportamento faz mal a alguém.

• A propósito, Paulo refere o exemplo de Cristo, a quem todo o cristão – a começar pelo próprio Paulo – deve imitar. Na verdade, Cristo colocou sempre como prioridade absoluta os planos de Deus (“Abbá, Pai, tudo Te é possível; afasta de Mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres” – Mc 14,36); e, apesar de ser “mestre” e “Senhor”, multiplicou os gestos de serviço e fez da sua vida uma entrega total aos homens, até à morte. É este mesmo caminho que nos é proposto… Cada cristão deve ser capaz de prescindir dos seus interesses e esquemas pessoais, a fim de dar prioridade aos projetos de Deus; cada cristão deve ser capaz de ultrapassar o egoísmo e o comodismo, a fim de fazer da sua própria vida um serviço e um dom de amor aos irmãos.

EVANGELHO – Mc 1 ,40-45

ATUALIZAÇÃO

• O nosso texto fala-nos de um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que Se faz pessoa e que desce ao encontro dos seus filhos, que lhes apresenta propostas de vida nova e que os convida a viver em comunhão com Ele e a integrar a sua família. É um Deus que não exclui ninguém e que não aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização dos irmãos. Às vezes há pessoas (quase sempre bem intencionadas) que inventam mecanismos de exclusão, de segregação, de sofrimento, em nome de um Deus severo, intolerante, distante, incapaz de compreender os limites e as fragilidades do homem. Trata-se de um atentado contra Deus. O Deus que somos convidados a descobrir, a amar, a testemunhar no mundo, é o Deus de Jesus Cristo – isto é, esse Deus que vem ao encontro de cada homem, que Se compadece do seu sofrimento, que lhe estende a mão com ternura, que o purifica, que lhe oferece uma nova vida e que o integra na comunidade do “Reino” (nessa família onde todos têm lugar e onde todos são filhos amados de Deus).

• A atitude de Jesus em relação ao leproso (bem como aos outros excluídos da sociedade do seu tempo) é uma atitude de proximidade, de solidariedade, de aceitação. Jesus não está preocupado com o que é política ou religiosamente correto, ou com a indignidade da pessoa, ou com o perigo que ela representa para uma certa ordem social… Ele apenas vê em cada pessoa um irmão que Deus ama e a quem é preciso estender a mão e amar, também. Como é que lidamos com os excluídos da sociedade ou da Igreja? Procuramos integrar e acolher (os estrangeiros, os marginais, os pecadores, os “diferentes”) ou ajudamos a perpetuar os mecanismos de exclusão e de discriminação?

• O gesto de Jesus de estender a mão e tocar o leproso é um gesto provocador, que denuncia uma Lei iníqua, geradora de discriminação, de exclusão e de sofrimento. Com a autoridade de Deus, Ele retira qualquer valor a essa Lei e sugere que, do ponto de vista de Deus, essa Lei não tem qualquer significado. Hoje temos leis (umas escritas nos nossos códigos legais civis ou religiosos, outras que não estão escritas mas que são consagradas pela moda e pelo politicamente correcto) que são geradoras de marginalização e de sofrimento. Como Jesus, não podemos conformarmo-nos com essas leis e muito menos pautar por elas os nossos comportamentos para com os nossos irmãos.

• Mais uma vez, o Evangelho deste domingo propõe à nossa consideração a atitude dos líderes judaicos. Comodamente instalados no alto das suas certezas e preconceitos, eles perpetuam, em nome de Deus, um sistema religioso que gera sofrimento e miséria e não se deixam questionar nem desafiar pela novidade de Deus. Estão tão seguros e convictos das suas verdades particulares que fecham totalmente o coração a Jesus e não se revêem nas suas propostas. O sem sentido desta atitude deve alertar-nos para a necessidade de nos desinstalarmos e de abrirmos o coração aos desafios de Deus.

• O leproso, apesar da proibição de Jesus, “começou a apregoar e a divulgar o que acontecera”. Marcos sugere, desta forma, que o encontro com Jesus transforma de tal forma a vida do homem que ele não pode calar a alegria pela novidade que Cristo introduziu na sua vida e tem de dar testemunho. Somos capazes de testemunhar, no meio dos nossos irmãos, a libertação que Cristo nos trouxe?

https://www.dehonianos.org/

Novo Bispo de Cachoeiro do Itapemirim quer continuar ligado à Diocese de Pemba

Dom Luiz Lisboa | Guadium Press
O Papa achou melhor que eu saísse de Moçambique e fosse trabalhar em outro lugar, afirma Dom Luiz Lisboa.

Lisboa – Portugal (12-02-2021, 19:00, Gaudium Press) Em declarações à Agencia Ecclesia, o recém nomeado Bispo de Cachoeiro do Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, Dom Luiz Fernando Lisboa, que até agora era Bispo de Pemba, em Moçambique, disse ser “normal” uma mudança de diocese por vontade do Papa, manifestando vontade de “continuar ligado” à região moçambicana onde esteve por 20 anos.

Dom Luiz Lisboa, nomeado na última quinta-feira pelo Papa Francisco, recebeu do Papa o título honorífico pessoal de arcebispo.

O missionário brasileiro destacou a importância de o Papa se ter comprometido com a causa da paz em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, dado que a sua posição “ajudou muito”.

A Igreja “quando fala, incomoda” e isso aconteceu em “muitos momentos” da história de Moçambique e no conflito em Cabo Delgado

Dom Luiz Lisboa considera que a Igreja “quando fala, incomoda”, o que aconteceu em “muitos momentos” da história de Moçambique, na divulgação de documentos e comunicados da Conferência Episcopal do país, e agora nos pronunciamentos sobre os conflitos armados em Cabo Delgado.

“Essa guerra incomodou, porque nós nunca deixamos de falar dela, de expor a Moçambique e ao mundo o que se passava em Cabo Delgado”, disse. afirma.

Dom Luiz recordou que recebeu “recados” a propósito dos seus pronunciamentos públicos e a indicação de “pessoas descontentes”.

“Aconteceu e acontece em todos os lugares, quando a Igreja fala, assim como Jesus Cristo incomodava muito”, lembrou.

Dom Luiz Fernando Lisboa quer continuar à Diocese de Pemba, ao povo de Cabo Delgado e ajudar no que for possível

Dom Luiz Fernando Lisboa afirmou que quer “continuar muito ligado à Diocese de Pemba, ao povo de Cabo Delgado e ajudar” no que for possível:

“Se o futuro bispo permitir e quiser, vou ser um embaixador da Diocese de Pemba. Vou ajudar naquilo que eu puder, porque é uma diocese do coração, o lugar onde pedi para ir e onde fiquei quase 20 anos”, sublinha.

Para a defesa da paz em Cabo Delgado “é um desejo de todo o Moçambique” e “toda a população quer que aquela guerra acabe”, garantindo que “os bispos vão continuar a pedir que cesse a guerra, que se faça algo mais para que acabe o sofrimento do povo”.

O missionário brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa

Dom Luiz Lisboa brasileiro, 65 anos, missionário da Congregação dos Passionistas, foi para Moçambique em 2001, é natural do Rio de Janeiro, tem 65 anos e pertence à Congregação dos Passionistas, foi enviado para Moçambique em 2001.

O Papa Francisco nomeou-o bispo de Pemba a 12 de junho de 2013, destacando-se, nos últimos anos, na defesa das populações da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, alvo da violência de grupos que se declaram ligados ao Estado Islâmico.

Sobre a nova diocese, D. Luiz Lisboa disse que “tem muito boas referências” de Cachoeiro de Itapemirim, que abrange 27 municípios do Sul do Estado do Espírito Santo, e considera o fato do Papa lhe ter concedido o título honorífico pessoal de arcebispo é sinal do “carinho ao povo de Cabo Delgado e à Igreja de Moçambique”. (JSG)

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Fecham segunda maior clínica de abortos tardios no Reino Unido

Imagem referencial/ crédito: Unsplash

LONDRES, 13 fev. 21 / 07:00 am (ACI).- Um dos principais grupos pró-vida do Reino Unido, Right to Life UK, informou que a segunda maior clínica de abortos tardios do país, conhecida como “The Lodge”, fechou suas portas e não atenderá mais ao público.

Segundo o grupo, este centro localizado em Streatham, no sul de Londres, "já realizou mais de 1.200 abortos de bebês com 20 semanas de gestação ou mais nos últimos três anos".

Os números oficiais detalham ainda que The Lodge "realizou 13.114 abortos entre 2017 e 2019, incluindo 2.235 abortos de bebês entre 13 e 19 semanas de gestação, bem como 1.297 abortos com 20 semanas de gestação ou mais".

Na investigação da Right to Life UK, constatou-se, por meio de imagens aéreas, que as instalações estavam sendo vendidas por uma imobiliária. O edifício é uma "mansão vitoriana" na qual dezenas de milhares de abortos foram realizados.

Catherine Robinson, porta-voz da Right To Life UK, assegurou que "o fechamento de uma clínica de abortos" só pode "ser uma coisa boa".

“Como vimos de maneira tão consistente com a indústria do aborto, expandir o acesso ao aborto parece ser sua única preocupação. Isso fica claro com o fornecimento e promoção de abortos voluntários, apesar de seu perigo comprovado para as mulheres, assim como pelos péssimos padrões mantidos na clínica de Streatham”, afirmou.

Right To Life UK indicou que o fechamento se deve a uma série de controvérsias e escândalos que ocorreram neste centro de abortos de Streatham.

"Em 2019, uma inspeção surpresa realizada pela Quality of Care Commission (CQC) encontrou profissionais incompetentes que não haviam concluído o treinamento de suporte de vida e que 'nem todos os equipamentos estavam em boas condições de funcionamento'", indicou Right to Life UK.

Em seu relatório, a CQC assinalou que dois incidentes graves e 76 incidentes clínicos foram relatados no The Lodge entre abril de 2018 e abril de 2019. Também foi revelado que "os profissionais nem sempre informavam sobre os incidentes”.

Também foi detalhado que apenas 9 dos 24 funcionários da clínica receberam treinamento para detectar e tratar sepse, a principal causa de morte materna no Reino Unido.

Em sua declaração, Robinson também agradeceu a todas as pessoas “que durante os últimos 25 anos ofereceram alternativas positivas ao aborto para aqueles que entram neste estabelecimento”.

“Obrigado por seu corajoso trabalho e esperamos que o fim deste lugar dê um pouco de tempo livre para ajudar mais mulheres e crianças em gestação em muitos outros centros de aborto que infelizmente ainda continuam funcionando em outras partes de Londres”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

“É tempo de regressar a Deus”, afirmam cubanos católicos

Guadium Press
Viver na verdade, nos torna livres; viver na mentira é viver acorrentado: “é tempo, como povo, de regressar a Deus”: diz carta dos cubanos.

Redação (13/02/2021, 13:40, Gaudium Press) De acordo com informações da Fundação Ajuda à Igreja que sofre, citada pela Agencia ACI, ”Centenas de católicos lançaram uma carta aberta na qual criticam o regime cubano e advertem que o país precisa “de mudanças políticas” a fim de “superar o autoritarismo”.

A carta aberta foi inicialmente lançada por católicos cubanos, entre os quais muitos sacerdotes, e também opositores do regime em 24 de janeiro.

Posteriormente foram recolhidas mais assinaturas de cubanos e, no início de fevereiro, o número de aderentes à carta já chegava a mais de 700 pessoas.

Na carta está a denúncia de o país vive “o colapso de um modelo econômico, político e social”. Por isso, defendem a necessidade de “mudanças políticas” para “superar o autoritarismo” e alcançar o sonho de uma “República onde a plena dignidade de cada homem e mulher seja respeitada”.

Para signatários da carta aberta, o sistema político em vigor desde a tomada de poder pelos comunistas em 1959 não tem possibilidade de ser reformado pois é oriundo de “uma filosofia que ignora a verdade sobre o que dá sentido pleno ao ser humano”. E, segundo assinalam os autores da missiva, este sistema, em mais de 60 anos mostra que “tem sido incapaz de evoluir”.

A vida cotidiana em Cuba favorece e promove a corrupção

A carta apresenta também um panorama sobre a vida cotidiana em Cuba, onde a população vive “sob a constante ameaça de escassez, de preços praticamente proibitivos”.

Esta realidade, lamenta os autores da carta, promove a corrupção:
“A quase impossibilidade de se viver sem haver o envolvimento em algo ilegal torna o mercado negro um aliado indispensável para a sobrevivência e cria um ambiente dominado por roubos, subornos e até chantagens”.

Além disso, há que lamentar ainda que “a atmosfera do ‘cada um por si’, onde vale tudo, mostra uma corrupção que atravessa quase todas as camadas sociais”.

Porém, a denúncia não fica só nisso, a essa situação os missivistas indicam que se soma um “controle excessivo” do Estado, que gera “a sensação de estarmos constantemente sendo espionados”. E, ressaltam, “mesmo sem qualquer culpa, uma pessoa pode sentir medo devido ao controle excessivo dos órgãos da Segurança do Estado” que entram “até mesmo na vida estritamente pessoal dos indivíduos”.

Viver na verdade, nos torna livres; viver na mentira é viver acorrentado: “é tempo, como povo, de regressar a Deus”: diz carta dos cubanos.
Guadium Press

“Viver na mentira é viver acorrentado…”, “é tempo, como povo, de regressar a Deus”

A carta dos cubanos lança uma advertência para os danos que tal situação gera no país, como a emigração, que é vista como “único meio de melhorar a qualidade de vida das pessoas”, mas provoca “a separação dos membros da família”.

E, denuncia a carta, não se pode esquecer que há também danos morais. Não raro, “o anúncio de um bebê, que deveria ser motivo de esperança e de alegria, torna-se causa de incerteza e preocupação, e termina em aborto”.

A carta aberta dos cubanos, por fim, afirma que “Viver na verdade às vezes tem um preço elevado, mas torna-nos interiormente livres, além de qualquer coerção externa. Viver na mentira é viver acorrentado…”, afirma a carta e reconhece que “é tempo, como povo, de regressar a Deus”. (JSG)

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Sacerdote oferece 8 chaves para ser obediente como São José na vida cotidiana

Imagem de São José localizada na Igreja de São Pancrácio em
Griesheim-sur-Souffel (França). Crédito: Wikimedia Commons /
Ralph Hamman (CC BY-SA 4.0)

, 14 fev. 21 / 07:00 am (ACI).- Por ocasião do Ano de São José convocado pelo Papa Francisco, Pe. Ronal Pulido Martínez, professor e formador do Seminário Inter-Missionário de São Luís Beltrão (Colômbia) e evangelizador em dois canais do YouTube, explicou como foi a obediência de São José e ofereceu conselhos sobre como imitar essa virtude na vida cotidiana.

Pe. Pulido baseou a sua reflexão no terceiro ponto da Carta Apostólica Patris corde (Coração do Pai), intitulada “Pai na obediência”.

O Papa Francisco escreveu a Patris corde pelos 150 anos da declaração de São José como o padroeiro da Igreja universal, e também convocou o Ano de São José de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021.

As oito chaves para ser obediente como São José são:

1. Exercitar a escuta da nossa consciência

Pe. Pulido disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que assim como “fez com a Santíssima Virgem Maria e com São José”, a todos “em seu momento Deus revela qual é a sua vontade”, e explicou que a forma como a comunica é através da consciência que nos deu. Porém, às vezes, as pessoas “fecham os olhos” e “acham difícil aceitar e acolher a vontade de Deus”.

“Deus nos fala por meio da nossa consciência todos os dias, mas se não fizermos esse exercício de escutá-la, nossa consciência passa despercebida e perdemos a oportunidade de escutar a vontade de Deus e poder obedecê-la”, afirmou e explicou como exercitar a consciência.

A primeira coisa a fazer é se interessar em saber o que é a consciência: “É o Sacrário onde Deus fala ao homem”, disse.

Depois, devemos receber catequese e fazer oração, porque “quando fazemos silêncio e meditamos, começamos a escutar a consciência. Quando começamos a rezar, fechamos a porta do barulho do mundo e nos abrimos a este lugar íntimo onde” Deus fala ao coração. Finalmente, é preciso seguir a “sugestão do Espírito Santo dentro de nós”, acrescentou.

2. Reconhecer que Deus nos revela a sua vontade na simplicidade

Pe. Pulido disse que é importante ter uma maior “atitude de fé” para aprender a ouvir e ver Deus nas coisas simples da vida como São José o fez. Explicou que embora o santo "pudesse ter exigido algo mais contundente para acreditar", como a aparição de um anjo como ocorreu com a Virgem Maria ou a aparição majestosa de Deus no Monte Sinai, ele acreditou em algo "simples e comum" como são os sonhos.

Explicou que "uma maneira muito natural de Deus se revelar aos israelitas" era por meio dos sonhos, embora hoje isso "não seja mais comum". O livro do Eclesiástico diz: “Tenham cuidado com os sonhos, porque muitos se perderam, mas sejam atentos porque alguns sonhos podem vir de Deus”, disse.

“Deus nos fala nas coisas simples ou comuns, não temos que esperar que aconteça algo grande”. Por exemplo, Deus nos fala em “um conselho que um amigo nos faz, um plano que eu tinha e que não deu certo; ou seja, coisas simples que parecem acidentes, mas não são”, disse.

“Parecia um acidente que quando Jesus ia nascer [José e Maria] tiveram que fazer esta viagem tão simples por causa de um censo", mas isso era parte fundamental do plano de Deus, disse. Animou a "ter mais fé" para poder reconhecer a sua vontade nos acontecimentos diários e saber “discernir” o que vem de Deus; ou seja, eleger o que não vai contra os meus valores ou de Deus.

3. Ser prontos e disponíveis para obedecer

“O Papa Francisco nos ensina como São José em quatro momentos concretos escuta a vontade de Deus por meio dos sonhos. No primeiro sonho Deus revela-lhe que não deve ter medo de tomar Maria por esposa, porque o Menino que carrega no ventre é obra do Espírito Santo”, disse.

“Depois, em outro sonho, Deus também o orienta a fugir para o Egito para que possam se livrar do perigo de morte para o Menino”, disse. Em seguida, diz a José que é hora de voltar a Nazaré e orienta-o para que volte "porque lá estarão mais seguros".

Nesse sentido, assegurou que “São José nos convida à prontidão. Nos quatro momentos, São José foi disponível para obedecer à vontade de Deus. Devemos ser como São José, prontos para a vontade de Deus e saber escutar essa vontade de Deus nas coisas simples da vida”.

4. Recordar que, obedecendo, deixamos Jesus crescer

Pe. Pulido recordou também que São José é um “grande exemplo de obediência para todos nós, cristãos, pela sua disponibilidade para obedecer à sua missão de pai adoptivo de Jesus”. Como propõe o Papa Francisco, São José é um pai exemplar "sendo pronto na obediência”, acrescentou.

“Todos nós somos chamados a imitar essas virtudes de São José, porque também fomos chamados a ser pais de Jesus. Cada vez que celebramos o Natal, Jesus se dá a nós, nasce em nossas casas, em nossos corações, mas não nasce grande” e “esse é o mistério do Deus Menino que entra em nossas vidas”, disse.

Nesse sentido, “a missão de todo cristão é cuidar e fazer crescer esse Menino. Como diz São João Batista: ‘Convém que Ele cresça e eu diminua’. Com essa virtude da obediência garantimos que Jesus, esse tesouro que carregamos em vasos de barro, estará seguro”.

5. Ser íntegros: obedecer a Deus e às leis civis

Pe. Pulido assinalou que “a obediência de São José é uma obediência íntegra, porque abrange a totalidade da existência: não só busca ser obediente a Deus, mas também obedece às autoridades civis”.

Explicou que “São José acolhe o censo que foi decretado para toda a região” e que “ao obedecer às autoridades civis, São José também faz a vontade de Deus, inclusive faz com que as profecias se cumpram”, como o nascimento de Jesus em Belém ou o retorno a Nazaré.

“São José nos oferece um exemplo de que a obediência deve ser integral em todos os aspectos da minha vida, não apenas nos aspectos da fé, mas em todos os aspectos civis, inclusive na amizade da vida cotidiana, pois a obediência deve estar tão profundamente enraizada no nosso coração que nos seja fácil obedecer a tudo o que nos é proposto na nossa vida cotidiana”.

“O plano de salvação está focado na obediência”, disse. "Uma definição simples de santidade é obedecer à vontade de Deus". Obediência é a rainha dentro das virtudes "que Deus quer dos cristãos", disse, e recomendou a leitura da vida dos santos que cultivam a obediência.

6. Recordar que ao obedecer somos precursores da fé

Pe. Pulido disse à ACI Prensa que “São José é proposto pelo Papa Francisco como aquele que educou Jesus na obediência”.

Por exemplo, disse que “podemos chegar a ouvir dos lábios de Jesus no Horto do Getsêmani: 'Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua', porque Jesus aprendeu com seu Pai São José a obedecer. Ouvimos dos lábios de Jesus palavras como: ‘Meu alimento é fazer a vontade do Pai’; ou seja, obedecer. Aprendeu tudo isso em casa, também o aprendeu da Virgem”.

“Portanto, quando somos obedientes, não estamos apenas agradando a Deus, mas estamos educando aqueles que virão depois de nós. Somos precursores da fé para os nossos filhos e para os nossos amigos quando somos pessoas obedientes”, destacou.

7. Recordar sempre que ao obedecer voltamos ao Paraíso

Pe. Pulido disse que é importante e pode nos ajudar muito a desenvolver a virtude da obediência “recordar constantemente que quando obedecemos voltamos ao paraíso”.

Fomos expulsos do Paraíso "porque nossos primeiros pais desobedeceram", "mas quando um filho de Deus obedece, então voltamos ao Paraíso, estamos retornando a esse estado original em que Deus nos criou", disse.

Explicou que “os santos usaram frases curtas que deram força à sua vida. Às vezes uma jaculatória, às vezes um pensamento simples” que repetimos constantemente. Por exemplo, lembrou que quando São Paulo Miki e os mártires do Japão estavam morrendo, repetiam a jaculatória: "Jesus, Maria".

Para o Pe. Pulido, recordar que ao obedecer vamos ao paraíso “seria um pensamento simples para alimentar todos os dias e que nos ajudaria muito a obedecer”. Do mesmo modo, afirmou que qualquer pessoa também pode criar uma oração e sugeriu o seguinte: "Pai, faz-me obediente como o teu Filho."

8. Como desenvolver a virtude da obediência na família?

Por fim, Pe. Pulido recomendou duas chaves concretas às famílias para que possam desenvolver a virtude da obediência a partir dos papéis de esposos e filhos.

Quando Deus, através do anjo, diz a José: "Toma-a por esposa, porque [o Filho que carrega no ventre] é obra do Espírito Santo", São José "movido pelo amor que tem por sua esposa obedece a Deus imediatamente”, disse. O amor o move a não a denunciar ou repudiar, "apesar de tudo indicar que Maria o enganou", acrescentou.

Da mesma forma, “o amor forte do casal leva a obedecer facilmente a Deus e ao outro”, disse. “A relação de casal implica obedecer ao outro. Em muitos casos, trata-se do conselho ou sugestão que a esposa faz ao marido. Então, o que vai fazer os maridos obedecerem a Deus e viverem a obediência em casa? Que o amor seja forte”.

“Gostaria de convidar os casais a fortalecerem o amor para que obedecer seja muito fácil. Obedecemos facilmente a quem amamos muito, mas é difícil para nós obedecer a uma pessoa por quem não temos muito afeto. Portanto, cultivar o amor conjugal tornaria muito mais fácil obedecer”, disse ele.

No caso dos filhos, Pe. Pulido disse que é comum que lhes custe muito obedecer, por isso, disse que “o convite que São José nos faz é ser prontos. Às vezes, pensamos muito para obedecer e pensar e esperar muito dificulta a obediência. Como quem tem que se lançar na piscina para aprender a nadar, se você pensar muito nisso vai acabar se enchendo de medo e não conseguir”.

“Então, eu acho que para os filhos a prontidão ao obedecer é a chave. Os pais sabem bem o que estão pedindo e quando somos mais prontos e decididos a obedecer, vai ser mais fácil para nós (desenvolver esta virtude) que quando damos muitos rodeios e voltas para obedecer”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

SS. CIRILO, MONGE E METÓDIO, BISPO - PADROEIROS DA EUROPA

SS. Cirilo e Metódio, Dimitar Kondovski  (© Vatican News)

Uma vida constantemente em viagem, muito cansativa, entre as aventuras e os perigos de dois homens unidos pelo vínculo de sangue, da fé cristã, do destino de dever traçar um caminho novo onde a tradição já havia pavimentado uma estrada larga e movimentada. Tem disto e muito mais por trás da auréola e a pose hierática com os quais são retratados talvez os mais célebres irmãos Santos da catolicidade, Cirilo e Metódio.

O administrador e o erudito

Apenas dois anos separam os nascimentos. O maior é Metódio (que na realidade se chamava Miguel) e nasce em 825 em Tessalonica, onde em 827 vem à Luz Cirilo (no século, Constantino). A história os vê inicialmente divididos. O primeiro se distingue logo como um hábil administrador e recebe o cargo de arconte de uma província do Império bizantino.

O segundo recebe uma educação refinada em Constantinopla - gramática, retórica, astronomia e música – o que deveria fazer dele um alto dignatário imperial. Mas quando chega o tempo, Cirilo tem uma ideia diferente e recusa.

O novo alfabeto da Bíblia

Por volta dos 35 anos, o Imperador Miguel III pensa em Cirilo quando os Czares do Mar de Azov pedem o envio de um letrado que saiba discutir com Judeus e sarracenos. É aqui que os dois irmãos se reúnem, iniciando a primeira de inúmeras missões juntos.

Dois anos mais tarde, em 863, é a vez da Grande Morávia. O objetivo da missão é a de opor-se à influência germânica com dois missionários que soubessem o eslavo.

Mas Cirilo e Metódio vão além. Provavelmente percebendo as dificuldades de comunicar as Escrituras nas línguas oficiais, o latim e o grego, os dois irmãos criam um novo alfabeto, o “glagolítico”, universalmente conhecido como “cirílico”: 40 caracteres derivados na maior parte de grafemas de cursiva medieval do alfabeto grego.

Evangelho do leste

A obra deles é tão extraordinária que o Papa, chamando-os a Roma, recebe Cirilo e Metódio indo ao encontro deles em procissão.

Os grandes esforços aos quais se submeteram, debilitam a saúde do mais jovem. Em 14 de fevereiro de 869 Cirilo, que se tornou monge, morre após uma doença.

Metódio é consagrado bispo e continua a missão de sempre, superando hostilidades e incompreensões, e instruindo discípulos na tradução dos textos sagrados.

Vatican News

S. VALENTIM, MÁRTIR, NA VIA FLAMINIA

S. Valentim, Basílica de Santa Prassede em Roma  (© Vatican News)

Qual São Valentim?

No Martirológio Romano, no dia 14 de fevereiro, encontramos, não apenas um, mas dois Valentim. Sobre o primeiro, lê-se: “No dia 14 de fevereiro, na Via Flaminia, em Roma, nasceu São Valentim, presbítero e mártir; após ter realizado várias curas, o insigne da cultura foi assassinado e degolado sob o império de Cláudio Cesar”. Sobre o segundo, afirma-se: “No dia 14 de fevereiro, em Terni, o ditoso São Valentim, após ter sido longamente flagelado, foi preso; não podendo vencer a sua resistência, no meio da noite, foi secretamente arrastado para fora da prisão e degolado pelo Prefeito de Roma, Plácido”.

Presbítero romano

Os acontecimentos do presbítero romano desenvolveram-se por volta do ano 270 depois de Cristo, enquanto se tornava violenta a perseguição do imperador Cláudio o Gótico; este, sabendo da fama de santidade que acompanhava Valentim, mandou trazê-lo ao Palácio e lhe perguntou se era seu simpatizante e se adorava os deuses. Mas, com coragem e firmeza, Valentim afirmou que o culto aos deuses era inútil e somente Cristo havia trazido a esperança de um mundo melhor. O imperador, impressionado pelo ardor do prisioneiro, confiou-o a um nobre romano, chamado Astério, pedindo-lhe para dissuadi-lo com “lisonjeiros discursos”.

Astério tinha uma filha cega, desde a idade de dois anos. Valentim concentrou-se em oração e a jovem recobrou a visão. Diante do milagre, Astério converteu-se ao cristianismo com toda a sua família. Ao saber da sua conversão, Cláudio condenou Valentim à decapitação, que teve lugar na segunda milha da Via Flaminia, onde foi sepultado e onde surgiu uma igreja a ele dedicada.

Bispo de Terni

O episódio do Bispo de Terni, ao invés, aconteceu cerca de setenta anos mais tarde: Valentim foi convidado a ir a Roma pelo reitor e filósofo Cratão, mestre de língua grega e latina. Ele tinha um filho, chamado Queremão, que sofria de uma deformação física, que o obrigava a manter a cabeça entre os joelhos, que nenhum médico conseguia curá-lo. Cratão prometeu a Valentim a metade de seus bens se curasse seu filho. Mas, em uma longa conversa noturna, Valentim explicou-lhe que não seriam as suas inúteis riquezas que curariam o rapaz, mas a fé no único e verdadeiro Deus. Então, concentrou-se em oração e o rapaz recobrou a saúde. Diante do milagre, Cratão e toda a sua família se deixaram batizar pelo Bispo, junto com outros três estudantes gregos: Próculo, Éfebo e Apolônio. Com eles, abraçou o cristianismo também Abôndio, outro estudante, filho do Prefeito de Roma, Furioso Plácido, que teve esta incumbência nos anos 346-347: teria sido esta a data histórica atribuída ao martírio de Valentim. O Prefeito, abalado pela conversão do filho, mandou prender Valentim e decapitá-lo na segunda milha da Via Flaminia. Ele o fez às ocultas, durante a noite, para evitar a reação do já numeroso grupo cristão da cidade. Após uma primeira e breve sepultura no lugar do martírio, Próculo, Éfebo e Apolônio transportaram o corpo do mártir a Terni e o sepultaram um pouco fora da cidade. No entanto, em Terni, ao saber do ocorrido, o cônsul Lucêncio mandou prender os três estudantes e, durante a noite, por medo que a população os soltasse, mandou decapitá-los. Entretanto, a população, a pedido de Abôndio, enterrou os novos mártires na mesma sepultura de Valentim.

Padroeiro dos namorados

Muitas analogias, inclusive o lugar do suplício e do sepultamento, acomunam os acontecimentos do Valentim de Roma com o Valentim de Terni, para evitar a suspeita de ser um único mártir: em ambos os casos, fala-se de um corajoso testemunho de fé e cura milagrosa, que provocaram conversões, e de um martírio por decapitação na segunda milha da Via Flaminia.

Certamente, deve-se aos Beneditinos, que na Idade Média eram custódios da basílica de Terni, a difusão do culto de São Valentim em seus mosteiros, na França e Inglaterra, onde começou a ser chamado Padroeiro dos Namorados. Esta origem funda-se em um antigo escrito do inglês Geoffrey Chaucer, que narra: “No Dia de São Valentim, os passarinhos começaram a dançar em ritmo de amor”.

Em meados do mês de fevereiro, na Europa, a natureza começa a despertar-se do letargo invernal. Por isso, São Valentim tornou-se o santo que anunciava a primavera iminente. Não é por mera casualidade, que, às vezes, ele é representado com o sol na mão.

Vatican News

sábado, 13 de fevereiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 20/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 48

Que aprendemos com estas palavras? A ter um só fim durante a vida: ser chamados servidores de Deus por nossas ações. Assim pois, quando tiveres vencido todos os inimigos, - o egípcio, o amalecita, o idumeu, o madianita -, quando tiveres atravessado o mar, quando tiveres sido iluminado pela nuvem, quando estiveres adoçado pelo lenho, quando tiveres bebido da rocha, quando tiveres provado o alimento do manjar celestial, e pela pureza e inocência tiveres aberto um caminho para a subida da montanha; quando, uma vez chegado ali, tiveres sido instruído no mistério divino pelo som das trombetas, e nas trevas que impedem ver te tiveres aproximado de Deus por meio da fé e ali se te hajam dado a conhecer os mistérios da tenda e da dignidade do sacerdócio; Quando te tenhas convertido em escultor de teu próprio coração a ponto de fazer gravar nele pelo mesmo Deus os oráculos divinos; quando tiveres destruído o ídolo de ouro, isto é, quando tiveres feito desaparecer de tua vida a paixão da ambição; quando te hajas elevado de forma que apareças invencível à feitiçaria de Balaam, - ao ouvir falar de feitiçaria entendas o variado engano desta vida, através da qual os homens, como se houvessem bebido de alguma taça de Circe, extraviando-se da própria natureza, tomam as formas de animais irracionais-, quando tiveres passado por tudo isto, e tiveres floreado em ti o ramo do sacerdócio sem que hajas tomado nenhuma umidade da terra para germinar, mas por ter dentro de si o poder de dar fruto, o fruto da amêndoa, cujo primeiro contato é áspero e desagradável, porem cujo interior é doce e comestível; quando tiveres elevado até a aniquilação, - sepultado sob a terra como Datan ou consumido pelo fogo como Coré-, tudo aquilo que se opõe a tua dignidade, então te haverás aproximado do fim. Entendo por fim aquilo por cuja causa se faz tudo, como o fim da agricultura é o gozo dos frutos, o fim da construção de uma casa é habitá-la, o fim do comércio é enriquecer-se e o de todos os esforços desportivos é a coroa de vencedor. O fim da vida superior é ser chamado servidor de Deus, e, junto com isto, o não estar sepultado sob um sepulcro, isto é, o levar uma vida despida e livre de cargas malvadas. O relato oferece outro traço deste serviço: seus olhos não se apagaram e não se corrompeu seu rosto (Dt 34, 7). O olho que sempre havia permanecido aberto à luz, como poderia ser obscurecido pelas trevas às quais era estranho? Quem houver conservado durante toda sua vida a incorrupção não experimenta em si mesmo nenhuma corrupção. De fato, aquele que chegou a ser verdadeiramente imagem de Deus e não se afastou o mínimo do projeto divino, chega a si os traços e concorda totalmente na semelhança com o arquétipo, pois tem embelezada a própria alma com a incorrupção, a imutabilidade e a ausência de qualquer mistura com o mal.

Conclusão

Nosso breve discurso te ofereceu, homem de Deus, estas coisas sobre a perfeição da vida virtuosa, apresentando-te a vida do grande Moisés como modelo evidente de bondade, para que cada um de nós, imitando suas ações, copie em si mesmo os traços da beleza que nos foi mostrada. E de que Moisés tenha conseguido realizar a perfeição que é possível, que testemunho mais digno de fé poderíamos encontrar senão a palavra divina, quando diz: Eu te conheço pelo teu nome e tu achaste graça diante de mim (Ex 33, 12 e 17)? Também o fato de que seja chamado amigo de Deus pelo próprio Deus (Ex 33, 11), e o fato de que tendo escolhido perecer junto com os demais se Deus não se aplacasse com benevolência daquilo que o havia ofendido, Deus deteve sua ira contra os israelitas ao modificar seu próprio juizo para não entristecer o amigo (Ex 32, 7-14). Todos estes testemunhos são uma clara demonstração de que a vida de Moisés alcançou o limite mais elevado da perfeição. Posto que investigávamos qual é a perfeição da vida virtuosa e, pelo que já dissemos, descobrimos esta perfeição, é hora, nobre homem, de que olhes para o modelo e, aplicando a tua vida quanto temos contemplado nos acontecimentos históricos com interpretação espiritual te faças ser conhecido de Deus (Ex 33, 12 e 17) e assim te convertas em seu amigo. A perfeição consiste verdadeiramente nisto: em afastar-se da vida de pecado não por temor servil do castigo, e em fazer o bem não pela esperança do prêmio, negociando com a vida virtuosa com disposição e ânimo interessado e mercantilista, mas consiste em que, olhando mais alem de todos os bens que nos estão preparados em esperança segundo a promessa, não tenhamos como temível mais que ser repudiados da amizade de Deus, e não julguemos respeitável e amável para nós senão o chegar a ser amigos de Deus. Isto é, em minha opinião, a perfeição da vida. Encontrarás isto quando tua mente se elevar às coisas mais altas e divinas, sei bem que encontrarás muitas. Isto servirá claramente de proveito para todos.

ECCLESIA Brasil

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF