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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Big Brother Brasil: a contundente crítica do Padre Léo, 16 anos depois

Shutterstock | Photobank gallery

"Eu preciso de muito dinheiro pra ser feliz. E, para conseguir muito dinheiro, eu preciso fazer o quê? Eliminar as pessoas".

Big Brother Brasil, o programa que a TV Globo produz e transmite há duas décadas, foi assunto de uma contundente catequese do Padre Léo no ano de 2004, quando o “reality show” estava em sua quarta edição.

O Padre Léo Tarcísio Gonçalves teve seu processo de beatificação oficialmente aberto pelo Vaticano em março de 2020. Fundador da Comunidade Bethânia e muito reconhecido pelas suas pregações, o sacerdote brasileiro reunia multidões por onde passava. Após uma trajetória de sofrimento e superação, ele partiu desta vida em 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada em decorrência de um câncer.

Acompanhe a seguir a transcrição de um trecho do áudio desta sua pregação de 2004, conforme disponível em vários vídeos que você encontra no YouTube:

Big Brother Brasil: a contundente crítica do Padre Léo, 16 anos depois

A maior catequese demoníaca contrária à família. Se você quer uma catequese do demônio, para descobrir tudo que o demônio tem a ensinar às famílias para que elas se destruam – e aí o lobo entra lá com facilidade -, chama-se Big Brother. Aí você tem uma aula completa. E é terrível! Hoje faz uma semana que eu li na Folha de São Paulo que o Big Brother, criado pela Endemol… Olha o nome da empresa: Endemol… O Big Brother já passou em 27 países do mundo. Na Espanha, por exemplo, já chegou na quinta edição. No Brasil está na quarta. Ele já foi assistido por 2 bilhões de telespectadores no mundo. E, como eles estão espalhados no mundo inteiro, criaram então o Big Brother árabe, muçulmano, pra passar em vários países da Arábia. O programa foi feito nos Emirados Árabes. Os doze participantes, um de cada país, pegando toda a região árabe, toda a região muçulmana. E tomaram os cuidados, lá. Por exemplo: o quarto das moças separado do quarto dos rapazes. Os rapazes não podiam entrar no quarto das moças e as moças não podiam entrar no quarto dos rapazes, como é a lei muçulmana. As moças podiam ficar com a veste até o pé, como elas usam, inclusive uma delas, dizia o jornal, o tempo todo estava com aquela veste. Eles tinham, dentro da casa do Big Brother, um quarto especial para oração, que o muçulmano tem que rezar três vezes por dia. Portanto, eles tomaram muitos cuidados! Estreou, foi ao ar e… saiu do ar dois dias depois! Porque a população de 12 países muçulmanos disse: ‘Nós não queremos isso em nossa casa’. Lá na Arábia. Agora, sabe o que deixa a gente envergonhado? Nos países que já fizeram a terceira, a quarta, a quinta edição, a maioria da população se diz católica. Não é uma vergonha? A própria Folha de São Paulo dizia que, há três semanas atrás, quando tinha a eliminatória do Big Brother, tiveram a alegria de ter 11 milhões de telefonemas. Onze milhões de telefonemas! Com exceção do Estado de São Paulo e de Minas, nenhum outro Estado do Brasil tem uma população tão grande. Onze milhões? Pra quê, gente? Pra eliminar alguém! Qual é a grande catequese que ensina o Big Brother? Que você, pra ganhar na vida, você tem que ir, pouco a pouco, eliminando as pessoas. Olha se não é o demônio que tá aí? É o contrário do Evangelho. Por isso, eles gastam tanto dinheiro, por isso tem tanta propaganda, tanta empresa grande patrocinando. É a catequese do inferno pra destruir a família. A imoralidade corre solta! Por acaso eles colocam lá um irmão, uma irmã de verdade? Porque aí ia defender o irmão… Eles colocam lá gente que tenha coragem de se mostrar, gente que tenha coragem de ficar pelado. Gente que tenha coragem de se prostituir e sabendo que está sendo tudo filmado. Gente que não tem pudor. Gente que não tem vergonha na cara. E mostra que a família está apoiando essa pouca vergonha! Porque cada semana, pra eliminatória, a Globo paga uma fortuna pra levar a família de avião, fica em hotel 5 estrelas, os amigos, vão buscar ‘o véio, a véia’, eles vão buscar todo mundo em cadeira de rodas, tudo eles levam pra mostrar que a família está apoiando a pessoa lá dentro. Apoiando o quê, gente? Pra ganhar o quê? Pra ganhar não sei quantos mil reais! (…) Num país feito o nosso, ganhar 500 mil reais!Estão programando um lá na França e outro na Espanha, com duração de um ano. O prêmio vai ser um milhão de euros. Dá mais ou menos 3,7 milhões de reais. Uma loucura! Uma fortuna! Esse vai ser o prêmio. Então, vai ensinando a pessoa, primeiro, que a felicidade é consequência daquilo que eu tenho. Que eu preciso de muito dinheiro pra ser feliz. E, para conseguir muito dinheiro, eu preciso fazer o quê? Eliminar as pessoas. Eu vou dizer uma coisa a você: na nossa Comunidade Bethânia, nós já temos muitos filhos e filhas que foram eliminados pela família. Quantas pessoas você já eliminou da sua vida? Ah, tem um amigo e ele prejudicou você? Elimina! Seu marido não faz você mais feliz? E você nasceu para ser feliz, você tem direito de ser feliz? Você assistiu isso na novela… Tem direito de ser feliz? Elimina o marido. Quantos maridos já eliminaram a esposa? Alguns chegam a eliminar, mandam matar mesmo! Não foi ontem no shopping, aqui? Eliminaram um casal aí. Meteu fogo! Dez metros aí do estacionamento do shopping da cidade. Tá no jornal de hoje, notícia do jornal de Joinville. Elimina! Seu vizinho tá te incomodando? Elimina! Ah, não precisa ir longe, lá no seu grupo de oração tem alguém te incomodando? Elimina! Como você não tem coragem de eliminar ele matando, como você não tem coragem de ir lá no confessionário pra eliminar ele, você mata com sua língua através da fofoca, da mentira, da calúnia… Elimina. Porque a hora que elimina a comunidade… Por isso, o demônio não gosta de comunidade. A comunidade constrói. Gente, o encardido é terrível!

Passados 16 anos desde esta crítica, é interessante o leitor se perguntar se ela continua valendo também hoje.

Aleteia

Imagem peregrina de Nossa Senhora Fátima visitará a Armênia, a Geórgia e o Azerbaijão

Guadium Press
Esta será a primeira visita da imagem peregrina de Fátima a estes países que fizeram parte da União Soviética.

Redação (15/02/2021 12:30, Gaudium Press) Pela primeira vez na história, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitará a Armênia, a Geórgia e o Azerbaijão. A visita a estes países, que fizeram parte da União Soviética, está marcada para os meses de setembro e outubro de 2021.

“Os católicos do Cáucaso se alegram pela notícia da visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima à região”, afirmou o Núncio Apostólico na Armênia e na Geórgia, Dom José Bettencourt, em entrevista para a Agência Ecclesia.

Origem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima

Feita de acordo com as indicações da Irmã Lúcia, a primeira Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi oferecida pelo Bispo de Leiria e coroada solenemente pelo Arcebispo de Évora, no dia 13 de maio de 1947. A partir dessa data, a Imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro, levando consigo uma mensagem de paz e amor.

Guadium Press

Este percurso se origina no ano de 1945, pouco depois do final da 2.ª Guerra Mundial, quando um pároco de Berlim propôs que uma imagem de Nossa Senhora de Fátima percorresse todas as capitais e cidades episcopais da Europa, até à fronteira da Rússia.

Mais de meio século de peregrinação

Em abril de 1946 essa ideia foi retomada por um representante do Luxemburgo no Conselho Internacional da Juventude Católica Feminina, e, no ano seguinte, no preciso dia da sua coroação, teve início a primeira viagem. Durante mais de meio século de peregrinação, a Imagem visitou 64 países dos vários continentes, alguns deles por diversas vezes. (EPC)

Viagem Apostólica do Papa ao Iraque: o programa

O logotipo da próxima viagem do Papa ao Iraque 

Estão previstos 4 discursos, duas homilias, a oração do Angelus e um momento de oração no intenso programa do Papa Francisco por ocasião da sua Visita Apostólica ao Iraque de 5 a 8 de março próximo.

Vatican News

O Papa Francisco fará sua 33ª Viagem Apostólica fora da Itália e a primeira pós-pandemia, de 5 a 8 de março o Pontífice irá ao Iraque. A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou o programa da viagem que prevê vários encontros e deslocamentos no país.

Na sexta-feira, dia 5 o Santo Padre parte de Roma rumo a Bagdá. Ao chegar à capital está prevista a cerimônia de acolhida oficial no Aeroporto da cidade e o encontro com o primeiro-ministro. Em seguida o Papa tem dois encontros oficiais no Palácio Presidencial de Bagdá: um com o Presidente da República e outro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático. No mesmo dia, na parte da tarde, Francisco encontra os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas na Catedral Sírio-Católica de “Nossa Senhora da Salvação”.

No sábado, dia 6 de março na parte da manhã o Papa parte de avião para Najaf onde encontra o Grão-Aiatolá Sayyd Ali Al-Husaymi Al-Sistani. Em seguida segue sua viagem de avião para Nassiriya onde participa na Planície de Ur de um encontro Inter-religioso, está previsto um discurso do Santo Padre. Logo depois retorna de avião para Bagdá.

Na tarde de sábado o Papa celebra a Santa Missa na Catedral caldeia de “São José” em Bagdá.

A programa para domingo, dia 7 de março inicia com uma viagem a Erbil de avião. Na região autônoma do Curdistão Iraquiano o Papa encontra autoridades civis e religiosas no aeroporto local. Em seguida de helicóptero vai a Mosul.  Na Praça da igreja de Mosul o Papa faz uma Oração de Sufrágio pelas vítimas da Guerra. A próxima etapa da manhã de domingo é Qaraqosh. Em Qaraqosh o Papa encontra a comunidade na igreja da “Imaculada Conceição” faz um discurso aos presentes e reza o Angelus.

Na parte da tarde, de helicóptero, dirige-se a Erbil no Estádio “Franso Hariri” para celebrar a Santa Missa. Depois da celebração o Papa retorna a Bagdá.

No último dia da sua visita, na manhã de segunda-feira dia 8 de março, Francisco participa da cerimônia de despedida no Aeroporto de Bagdá e em seguida volta a Roma.

Lema e logotipo da viagem

"Sois todos irmãos". Este é o lema - extraído do Evangelho de Mateus - da visita de Francisco ao Iraque, cujo logotipo mostra o Papa no gesto de saudação ao país, representado no mapa e por seus símbolos, a palmeira e os rios Tigre e Eufrates. O logotipo também mostra uma pomba branca, em seu bico um ramo de oliveira, símbolo de paz, voando sobre as bandeiras da Santa Sé e da República do Iraque. Acima da imagem está o lema da visita em árabe, curdo e caldeu.

Vatican News

Conselhos para viver as 3 dimensões fundamentais da Quaresma

Imagem referencial. Crédito: Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 16 fev. 21 / 06:00 am (ACI).- O sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Florian Kolfhaus, compartilhou alguns conselhos para viver as 3 dimensões fundamentais da Quaresma que são jejuar, rezar e dar esmola.

Em sua coluna publicada na Quaresma de 2017 em CNA Deutsh – agência alemã do Grupo ACI –, o presbítero indicou que os cristãos “não somos mestres de ioga que devem realizar práticas ascéticas muito exigentes” nos 40 dias de preparação para a Páscoa.

Mas, pelo contrário, “somos discípulos de Jesus que devemos experimentar a pobreza espiritual e às vezes material, para deixar assim que o Senhor nos gratifique”.

A seguir, apresentamos vários conselhos de Mons. Kolfhaus para que o Senhor nos cumule com sua graça, enquanto vivemos o jejum, a esmola e o oferecimento de obras.

1. Jejum

Mons. Florian Kolfhaus explica que quando se fala de jejum “não se trata apenas do que se refere à comida”, mas também da “renúncia à televisão, ao celular e ao rádio, deixar de usar o carro particular para usarmos transporte público”.

No entanto, o sacerdote assegurou que abster-se de alimentos tem um “significado especial” na Sagrada Escritura.

“Jesus mesmo jejuou 40 dias no deserto até sentir fome. Nós também não deveríamos nos assustarmos com a Quaresma, com o sentir fome, pois, através desse oferecimento, tal como promete o Senhor, podemos fazer com que nossa oração produza mais frutos”, detalhou.

Além disso, assegurou que o jejum “pode tomar diversas formas”, como uma só refeição forte e dois reforços pequenos (é a prescrição quaresmal da Igreja que a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa), comer apenas pão e água (ou talvez frutas e verduras) ou esperar até à noite para fazer uma refeição forte.

“É claro que a renúncia das guloseimas e doces, do café e do álcool é oferecimento que faz bem à saúde corporal e que, às vezes, pode nos representar maior dor do que o jejum propriamente dito”, acrescentou.

2. Oração

O presbítero indicou que a oração é “ponto central” deste tempo de preparação para a Páscoa, entendendo a oração como “encontro pessoal com Deus”.

Por esse motivo, recomendou levantar-se 10 minutos antes para começar o dia com Deus em oração; visitar a cada dia, ao menos de forma breve, uma Igreja e adorar o Santíssimo; rezar o terço diariamente ou a Via Sacra nas sextas-feiras; e agradecer a Deus a cada dia, inclusive nos momentos difíceis.

Do mesmo modo, para estar mais bem preparados para rezar, convidou a colocar sobre a escrivaninha uma imagem de Jesus ou um crucifixo para ter o Senhor sempre presente; ler diariamente as Sagradas Escrituras memorizando versículos; e ler um bom livro espiritual antes de ir dormir.

3. Esmola

“Quanto à ideia de esmola, entendemos as boas obras que fazemos pelos demais. A Quaresma é uma escola de amor ao próximo”, explica Mons. Kolfhaus.

Nesse sentido, exortou a fazer uma boa obra a cada dia. Por exemplo, rezando pelas vítimas das guerras e catástrofes naturais; dando esmola ao mendigo ou doando objetos que sejam importantes e valiosos.

Mons. Kolfhaus também se referiu à doação de tempo, ou seja, separar tempo no dia para conversar com algum vizinho, telefonar para antigos conhecidos, escrever cartas ou ser paciente com colegas de trabalho.

Oferecimentos ou mortificações

Segundo Mons. Kolfhaus, Nosso Senhor Jesus, “que esteve sedento na Cruz, pode ser consolado por nós, quando lhe oferecemos nosso amor, manifestando ao carregar nossa própria Cruz”.

“Não se trata de grandes sofrimentos ou dores, mas de grandes manifestações de amor. Mais importante do que a oferta em si são o amor e a confiança”, destacou.

O presbítero sustentou que durante esta Quaresma, os fiéis podem “carregar sua cruz” suportando pacientemente as doenças ou os problemas.

Indicou também que é possível ser criativo com os oferecimentos, por exemplo, não falar mal dos demais, tomar banho com água fria, renunciar a comidas ou bebidas de que gosta, subir as escadas em vez de usar o elevador.

Na vida religiosa, Mons. Kolfhaus destacou algumas opções, como fazer longos percursos rezando o terço, rezar de joelhos, rezar abrindo os braços ou fazer peregrinações curtas a pé.

ACI Digital

Qual é a origem da Quaresma?

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Dentre todas as solenidades cristãs, o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal, porque devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. Por isso, foi instituída a Quaresma, um tempo de 40 dias para chegarmos dignamente à celebração do Tríduo Pascal.

A Quaresma, como prática obrigatória, foi instituída no século IV, mas, desde sempre, os cristãos se preparavam para a Páscoa com oração intensa, jejum e penitência. O número de 40 dias tem um significado simbólico-bíblico: 40 são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no Monte Sinai, das tentações de Jesus. Guiados por esse tempo e pelas práticas – como que guiados por uma bússola –, buscamos os tesouros da fé para crescer no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Cf. Joel 12, 12-13).

Quaresma é tempo de conversão e penitência

Este tempo de 40 dias foi inspirado numa grande catequese que a Igreja primitiva realizava. Ela durava 40 dias, tempo em que os pagãos (catecúmenos) se preparavam para receber o batismo no Sábado Santo, dentro da Solenidade da Vigília Pascal. Acompanhavam também os irmãos que tinham cometido pecados graves para retornarem à fé. Esse tempo era marcado pela penitência e oração, pelo jejum e escuta da Palavra de Deus. Eles eram os “penitentes”, os quais renovavam a fé e recebiam o batismo ou eram reintegrados à comunidade no Sábado Santo.

Na Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo mais rico e profundo da liturgia. Na verdade, esse tempo, que abrange a Quaresma, a Semana Santa e Páscoa até o Pentecostes, é um grande retiro, centro do Mistério de Cristo e da nossa fé e salvação. Tempo privilegiado de conversão e combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo. A Quaresma ainda é, sobretudo, tempo de escuta da Palavra de Deus, de uma catequese mais profunda que recorda aos cristãos os grandes temas batismais em preparação para a Páscoa.

Toda a nossa vida se torna um sacrifício espiritual, que apresentamos continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre, a fim de que, por Ele, com Ele e n’Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado. Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial para cada cristão pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e termina com a noite da luz e do fogo, a noite santa da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vamos refletir sobre os rumos de nossa espiritualidade até a Páscoa de Nosso Senhor Jesus, ou seja, a vida nova que o Ele tem para nós, os exercícios quaresmais de conversão. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas manda proclamar o Evangelho em que Nosso Senhor fala sobre esmola, oração e jejum, conforme Mateus 6,1-8.16-18.

por Pe. Luizinho

Portal Canção Nova

Santo Onésimo

S. Onésimo | ArqSP
Onésimo era o nome do escravo de um importante e rico cidadão chamado Filemon que viveu na Frígia, atual Turquia, na Ásia Menor. Filemon, sua esposa e filho, em certa ocasião ouvindo o apóstolo Paulo se converteram, tocados pela palavra de Cristo. Paulo batizou a toda a família e os dois se tornaram amigos. Este escravo, cujo nome em grego significa útil, roubou dinheiro de seu amo. Assim, temendo ser castigado resolveu fugir.

O castigo para os escravos recapturados era ter a letra "F" marcada em brasa na testa e para os ladrões era a morte. Por isto foi para Roma onde deve ter cometido alguma infração, pois foi preso e algum tempo depois libertado. No cárcere conheceu o apóstolo Paulo que mais uma vez era prisioneiro dos romanos. Ouvindo sua palavra, o escravo foi tocado pela Paixão de Cristo e se arrependeu. Procurando o apostolo, confessou sua culpa e foi perdoado. Assim, Onésimo se converteu e recebeu o batismo do próprio Paulo, que o enviou de volta para o também amigo Filemon com uma carta.

Nela, o santo apóstolo explicou que estaria disposto a pagar em dinheiro pelo erro do escravo, caso Filemon não o perdoasse, pois estava convencido de que Onésimo estava mudado e se emendara completamente. Narrou a sua conversão e, inspirado pelo Espírito Santo escreveu: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil, tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim próprio". (Fm 18 e 19)

Sabedor da sinceridade e do poder que Paulo tinha para fazer pessoas se converterem à vida cristã, para dali em diante viverem na honestidade e na caridade, Filemon perdoou Onésimo. Depois, deu total apoio ao seu ex-escravo que passou a trabalhar com a palavra e também com seu próprio exemplo.

Onésimo ficou muito ligado ao apóstolo Paulo, que o enviou à cidade de Colossos como evangelizador. Depois foi consagrado bispo de Efeso, onde substituiu Timóteo. Durante sua missão episcopal, a fama de suas virtudes ultrapassou os limites de sua diocese. Segundo uma tradição antiga, na época do imperador Domiciano foi preso e levado a Roma, onde morreu apedrejado, como mártir cristão.

Embora este acontecimento não tenha total comprovação, a Igreja incluiu Santo Onésimo entre seus santos, porque são fortes os indícios de que seja realmente um mártir do cristianismo dos primeiros tempos.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br
Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Os Movimentos pela pobreza na Idade Média

DocPlayer.net
por Prof. Felipe Aquino

Nos séculos XII e XIII houve um grande crescimento do poder temporal da Igreja. O prestígio do papa era imenso no campo político e havia riqueza e luxo espalhados na Europa. E tudo isso invadia os bispados e aos mosteiros.

Com a intenção de enfrentar esse problema houve duas correntes opostas, uma que se desviou e se tornou herética, porque se revoltou não só contra o luxo que havia na Igreja, mas contra a própria Igreja. E houve outra corrente, a dos mendicantes; essa era saudável e fiel a Igreja.

O grande erro dessa corrente desviada é que não soube distinguir entre o luxo e o que havia de essencial: a Igreja. Caíram no erro de “jogar fora a água suja da bacia junto com a criança que havia tomado banho”. Nessa corrente fazem parte, entre outros, os cátaros e os valdenses; o que tornou-se um dos motivos para a Inquisição.

Os cátaros ou albigenses ou bugros, como já vimos, eram dualistas, maniqueístas. Admitiam um Princípio mau, criador da matéria, que se manifestou no Antigo Testamento; e um Princípio bom, que criou os espíritos e se manifestou no Novo Testamento. Afirmavam que o Princípio mau conseguiu seduzir parte dos espíritos celestes, que foram encarcerados em corpos humanos e aqui precisariam de Redenção.

O Redentor foi Cristo, Espírito superior aos anjos e subordinado a Deus, que morreu apenas em aparência (docetismo). Por isso, os cátaros rejeitavam tudo o que fosse material: o aparato visível da Igreja, o sacerdócio e a hierarquia, os sacramentos, o casamento, os altares, as imagens, as relíquias. Além disso, o juramento, a guerra e a própria autoridade civil. Alguns praticavam a “endura”, isto é, deixar-se morrer de fome ou fazer-se matar pelos próprios parentes. Assim, eles destruíam não somente a Igreja, o espiritual, mas também a sociedade civil e a autoridade. Isto gerou uma revolta popular contra os hereges, e provocou duzentos anos depois a Inquisição, em 1231.

Os valdenses tiveram sua origem por um grupo de seguidores fundado por um rico comerciante Pedro Valdes ou Valdo, de Lião, França. Lendo a Bíblia, distribuiu o que possuía no ano de 1176 e começou a peregrinar, pregando a penitência. Reuniram-se então, homens e mulheres, que enviados por ele, realizavam pregações. Eram chamados “os Pobres de Lião”. Como realizavam as pregações sem a permissão do bispo de Lião, e, além disso, criticavam o clero, foram proibidos de realizar tais práticas. Recorreram, porém, ao Concílio do Latrão III (1179), que lhes permitiu pregar, mas desde que tivessem mandato episcopal.

Os valdenses não se sujeitaram a esta cláusula, de modo que foram excomungados. Passaram então a viver escondidos e procurando adeptos. Proferiam votos de pobreza, obediência e castidade e submeteram-se aos bispos, presbíteros e diáconos ordenados por Valdes. Obedeciam somente a Bíblia, que eles traduziam para o vernáculo. Negavam o culto aos Santos, os sufrágios pelos defuntos; tornaram-se muito atuantes, expandindo-se para a Alemanha, a Boêmia, a Polônia, a Hungria… No século XVI os Valdenses da Lombardia anexaram-se ao Calvinismo e subsistem até hoje em pequeno número.

Outro movimento foi o “Joaquimismo”, e deve-se a Joaquim de Fiore (†1202). Em fins do século XI, foi um abade cisterciense, muito penitente. Autor de uma teoria sobre a história do mundo e da Igreja, dizia que haveria três fases na história: a era pré-cristã seria a do Pai, idade da letra, da carne, dos casados e dos leigos; a era cristã seria a do Filho, intermediária entre a carne e o espírito; seria a época dos clérigos, que duraria 42 gerações de 30 anos cada qual (cf. Mt 1,17). E, por fim, terminado este período em 1260, viria a era do Espírito Santo e dos monges (carismáticos), sem clérigos nem sacramentos.

Estas ideias encontraram apoio na corrente dos Franciscanos Espirituais; estes proclamaram São Francisco como o novo legislador e profeta enviado por Deus, e os Franciscanos Espirituais como a Ordem dos tempos finais. As obras de Joaquim foram condenadas num Sínodo de Arles após 1263, mas o movimento joaquimista continuou. As teorias joaquimistas foram professadas por grupos de peregrinos que se flagelavam em público, por volta do ano 1260.

A eleição de um “papa angélico”, o eremita Pedro de Morone (Celestino V – 1294), foi em parte inspirada pelo Joaquimismo, e outros adversários dos papas do século XIV (Bonifácio VIII, João XXII…), que tinham as mesmas ideias. Joaquim de Fiore morreu amado por muitos dos seus contemporâneos, que o tinham na conta de profeta. Antes de falecer, sujeitou-se à Santa Igreja.

Outro movimento semelhante foi a Ordem dos Apóstolos ou dos lrmãos Apostólicos, fundada por Gerardo Segarelli. Foi rejeitado pela Ordem Franciscana, pois apresentava sintomas de uma mente doentia. Logo um pequeno grupo começou a segui-lo. Pregavam a pobreza agressivamente, anunciavam que o fim da Igreja estava próximo. Por necessidade, tiveram que se refugiar no monte Zebello, perto de Vercelli, Itália, donde saíam para saquear as fazendas vizinhas para o próprio sustento; viviam em comunhão de bens e de mulheres.

Houve também os Irmãos e Irmãs do Espírito Livre que afirmavam que quem estava unido a Deus, não pecava, quaisquer que fossem as suas ações; o que lhes permitia entregar-se às paixões. Consideravam a oração e os sacramentos inúteis e mesmo prejudiciais para os irmãos perfeitos. Vê-se claramente como a heresia gera um mal cada vez maior. Um abismo chama outro abismo (cf. Sl 41,8), diz o salmista.

A corrente que defendia a pobreza na Igreja, de maneira correta, sem se revoltar contra ela foi a dos reformadores mendicantes, que souberam manter-se fiéis à Igreja, embora combatessem o seu luxo. Entre estes estão São Francisco de Assis (1182-1226) e São Domingos de Gusmão (1170-1221), além de Roberto de Arbrissel (†1117), fundador da Ordem de Frontevault, e São Norberto de Xanten (†1134), fundador da Ordem Premonstratense.

Houve um movimento chamado Patária, que teve origem na segunda metade do século XI na Lombardia, especialmente em Milão. A Patária (do milanês patta = trapo; donde pattari = trapeiros), congregava o povo simples contra a rica nobreza e o alto clero a ela aparentado. Apregoavam a pobreza, tendo em vista especialmente a simonia e o matrimônio dos clérigos, males frequentes na Lombardia. Foram os primeiros chefes do movimento os clérigos milaneses Arialdo, Landulfo e Anselmo, bispo de Lucca, que foi eleito Papa Alexandre II (1061-1073), precedendo São Gregório VII na luta contra as investiduras. Quando o Papado, sob Nicolau II, enviando o cardeal Hildebrando a Milão, este aliou-se à Pataria, favorecendo assim o movimento com um forte apoio. O Movimento conseguiu que o fraco arcebispo Guido se submetesse com o clero da catedral de Milão ao legado pontifício Pedro Damião e reconhecesse seus direitos eclesiásticos (1060). A história da Pataria daí em diante até a morte de Erlembaldo, cavaleiro irmão de Landulfo (1075) seguiu da mesma forma na luta contra a investidura leiga.

Retirado do livro: “História da Igreja – Idade Média”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

O limbo das crianças mortas sem Batismo

Shutterstock | Tiffany-Ratcliffe
por Vanderlei de Lima

Essa sentença – que é teológica, mas não de fé – tem sido repensada nos nossos dias.

Ensinou-se, desde o século XI, que as crianças mortas sem Batismo não eram merecedoras do céu nem do inferno, mas, sim, do limbo das crianças (assim chamado, a partir do século XIII, para distinguir do limbo dos pais, estado transitório no qual todos justos do Antigo Testamento aguardavam a redenção de Cristo). Essa sentença – que é teológica, mas não de fé – tem sido repensada nos nossos dias. Detalhemos a temática.

Deus criou o homem e a mulher e elevou-os à condição sobrenatural de filhos com os dons que acompanhavam tal condição: a imortalidade, a impassibilidade, a integridade e a ciência moral infusa (cf. Gn 1,27-31; 2,4-25). Entretanto, com o pecado original originante, o primeiro casal perdeu a filiação divina e os dons que a acompanhavam (cf. Gn 3,1-24). Deus, porém, não se deixou vencer pelo mal; prometeu que a descendência da mulher (Cristo) esmagaria a cabeça da serpente, símbolo do mal (cf. Gn 3,15). Diante dessa ocorrência, todos os seres humanos nascemos com o pecado original originado. Ele não é uma culpa pessoal, mas a carência da graça santificante e dos dons dela decorrentes. Somos, sem culpa alguma – por solidariedade –, herdeiros da desgraça dos primeiros pais. A princípio, parece difícil entender isso, mas este exemplo nos ajuda: “Imaginemos um pai de família que numa noite perde todos os seus bens numa jogatina de cassino; os filhos desse homem não têm culpa, mas hão de carregar as consequências (miséria, fome…) decorrentes do desatino de seu pai” (Dom Estêvão T. Bettencourt, OSB. Curso de Antropologia Teológica. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2017, p. 367). Contudo, pelo Batismo, somos elevados à dignidade de filhos adotivos (a de Nosso Senhor é física) de Deus (cf. Jo 3,5; Mt 28,19-20). Daí a diligência da Igreja para que os recém-nascidos sejam batizados sem demora (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1257).

Grande amor aos pequeninos

Certos dessa doutrina de fé, vem a questão: e as crianças mortas sem o Batismo que destino têm no além? – A resposta a esta pergunta variou ao longo do tempo. Santo Agostinho de Hipona († 430), influenciado por problemas teológicos de seu tempo, dizia que essas crianças – falecidas sem a graça santificante dada pelo Batismo – iam para o inferno (cf. Sermão 14,3; De peccatorum meritis 1,28) e lá sofriam penas muito suaves. A partir do século XI, passa-se a ensinar que as crianças mortas sem o Batismo não estariam condenadas, mas também não poderiam gozar da bem-aventurança celeste. Estariam no limbo (orla) das crianças, nome dado, no século XIII, ao estado definitivo desses pequeninos privados da graça batismal. Teriam aí uma felicidade natural e, nessa condição, veriam a Deus apenas com as forças humanas, sem o auxílio da graça divina que não receberam. Ora, desconhecendo a elevação sobrenatural, só poderiam se sentir muito venturosas nesse estado de felicidade meramente natural. Na ressurreição final, a alma de cada criança se uniria novamente ao corpo e este gozaria para sempre do mesmo destino da alma: o limbo (cf. Dom Estêvão Bettencourt, OSB. Curso de Novíssimos ou Escatologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1993, p. 79-81).

O que foi exposto no parágrafo anterior é uma sentença comum entre os teólogos, mas a Igreja – ainda que algumas vezes provocada – nunca a definiu como doutrina de fé (cf. Bettencourt, Op. cit., p. 82 e 86). Daí, hoje, teólogos pensarem diferente a respeito das crianças mortas sem Batismo. Sim, se somos solidários com o primeiro Adão, o pecador, o somos também – e muito mais – com o segundo Adão, que é Cristo, o Redentor (cf. Rm 5,12-21). Disso decorre, por lógica, que Nosso Senhor, autor do Batismo, não está preso a esse sacramento apenas no que toca ao destino eterno das crianças mortas sem recebê-lo. O Senhor – em seu amplo plano de salvação (cf. 1Tm 2,4) e grande amor aos pequeninos (cf. Mt 18,14) – tem, por Seus méritos, os meios ocultos necessários para salvar essas criancinhas a Ele confiadas pela oração universal da Igreja (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1261; Comissão Teológica Internacional. A esperança da salvação para as crianças que morrem sem Batismo. São Paulo: Paulinas, 2008). Frise-se, no entanto, que este é um parecer teológico, não doutrina de fé; logo, não isenta ninguém da grande responsabilidade de levar, o quanto antes, os recém-nascidos às águas do Batismo.

Eis o que, de momento, podemos dizer sobre essa discutida sentença teológica.

Aleteia

Luigi, o bebê que viveu só meia hora, mas mudou a vida de sua família

Martin Valigursky | Shutterstock
por Silvia Lucchetti

Os pais sabiam que ele não era um produto defeituoso, um amontoado de células deformadas. Ele era uma pessoa, uma vida a ser apreciada.

Ocanal de notícias italiano Il Sussidiario relatou recentemente o triste – mas extraordinário e comovente – testemunho de um avô sobre seu neto, o bebê que viveu só meia hora após o nascimento. O menino morreu de uma malformação congênita. No início da gestação, os médicos disseram que a anomalia era incompatível com a vida fora do útero.

E essa comovente história nos provoca uma reflexão sobre o valor da vida. A vida é preciosa, mesmo quando é tão frágil a ponto de parecer ao mundo indigna de afirmação e “supérflua”.

O testemunho do avô

Uma ultrassonografia realizada no terceiro mês de gestação detectou que o feto estava sofrendo de uma doença congênita fatal em um estágio inicial. Os pais, familiares e amigos próximos tiveram que encarar o fato de que a gravidez só poderia terminar com a morte do bebê.

A família chamava bebê de Luigi. O avô conta que sentiu uma forte dor, que se intensificava com o passar da gravidez, ao pensar no sofrimento de seu filho (o pai da criança) e da mãe, bem como dos quatro irmãos de Luigi.

Ao mesmo tempo, ele começou a reconhecer que a gravidez estava levando a algo inesperado. Deus estava ouvindo suas orações e uma transformação estava acontecendo, embora não fosse a cura que muitos esperavam. Escreveu o avô:

“Nessas semanas, reconheci em meu filho e em sua esposa uma fé viva, que vale a pena observar: a certeza de que a vida de seu Luigi … tem sentido e um destino cumprido … Aprender com seus próprios filhos é uma coisa nobre; realmente fazê-lo é uma experiência particular de plenitude e humildade.”

A tragédia

Os profissionais de saúde que conheceram os pais de Luigi durante os exames de gravidez ficaram surpresos, pois os pais tratavam o seu filho não nascido como uma pessoa.

Se você adotar essa perspectiva, tudo muda incrivelmente para melhor. O que parecia uma “tragédia” irreparável se transformou em um dom, o dom da vida, por mais breve que ela seja.

Luigi não era um produto defeituoso, um amontoado de células deformadas, um inconveniente inesperado a ser descartado. Ele era uma criança, uma pessoa, uma vida a ser apreciada. Uma flor que desabrocha apenas por um dia e não é menos bela, nem menos valorizada do que uma planta que desabrocha o ano todo.

Gratidão

Portanto, os pais e familiares esperaram por este nascimento não apenas com compreensível tristeza, mas também com gratidão pelo advento de uma nova vida. Essa chegada seria uma coisa linda e preciosa para a qual toda a família de Luigi estava preparada. O avô escreveu no Il Sussidiario que Luigi era:

“Um novo bebê que estava com muita pressa de voltar de onde veio, quase como um visitante que tinha muita vontade de nos cumprimentar e de nos trazer as saudações  Daquele que o enviou como um verdadeiro anjo, mesmo que apenas pela metade uma hora.”

A reação mais frequente das pessoas de fora da família era de espanto por eles decidirem levar a termo uma gravidez com um desfecho tão certo e triste. Era como se os pais tivessem que se justificar por não matar o filho no útero. As pessoas pareciam querer ouvir que ele cumpriria alguma expectativa ou teria um “futuro valioso”, como se sua breve existência dentro do útero e um tempo mais breve nos braços de seus pais não tivessem valor algum.

Chegada e partida

Os irmãos mais velhos de Luigi, Caterina, Stefano, Lucia e Francesco, estavam dormindo na casa dos avós quando ele nasceu, pouco antes da meia-noite. A videochamada de mamãe e papai os acordou para que eles pudessem conhecer o irmão mais novo. Ele respirava com dificuldade nos braços dos pais e estava prestes a morrer.

O avô e a equipe do hospital ficaram chocados com o que aconteceu a seguir: a mãe de Luigi, Maddy, convidou todos os irmãos de Luigi para cantarem juntos a oração ao anjo da guarda. Disse o avô:

“Foi um momento dramático para todos, mas também cheio de uma alegria estranha… Alguns minutos de êxtase… nos quais, além de chorar, compreendi que ninguém está isento deste amor que sempre pede mais pela sua própria natureza. Exige muito … mas lhe dá beleza e intensidade que você nunca seria capaz de criar sozinho, de inventar.”

A imagem destes irmãos, que acompanharam à distância o pequeno Luigi no seu caminho para o encontro com o Senhor, confiando-o ao seu anjo da guarda, enche o nosso coração de lágrimas. Mas são lágrimas de esperança, na certeza da ressurreição.

“Onde, ó morte, está a sua vitória?”

Aleteia

Em um dia como hoje, Pio XI inaugurou a Rádio Vaticano há 90 anos

Papa Pio XI na inauguração da Rádio Vaticano.
Foto: © Vatican Media / ACI Prensa
12 de fevereiro

Vaticano, 12 fev. 21 / 11:51 am (ACI).- Em 12 de fevereiro de 1931, exatamente às 16h30, o Papa Pio XI inaugurou a Rádio Vaticano pronunciando diante de seus microfones, em latim, a primeira mensagem pontifícia de rádio da história, na presença do inventor da rádio e realizador da emissora, o cientista italiano Guilherme Marconi.

Portanto, hoje completa 90 anos desde a primeira transmissão de rádio de um Papa e o início das emissões da rádio do Vaticano.

Além de Marconi, também estavam presentes na inauguração o então Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Eugênio Pacelli, que 8 anos depois se tornaria o Papa Pio XII; e o sacerdote jesuíta Giuseppe Gianfranceschi, primeiro diretor da Rádio Vaticano.

Por ocasião dos 90 anos da rádio vaticana, começa nesta sexta-feira a ser transmitida através de uma rádio web. O projeto será realizado inicialmente em italiano, francês, inglês, espanhol, português, alemão e armênio, mas o Dicastério para a Comunicação prevê que durante o ano “sejam criados quase 30 horários de programação ao vivo correspondentes a outros tantos idiomas que poderão ser escutados tanto no site da rádio como através do app atual da Rádio Vaticano”.

https://youtu.be/jfqn_QwqNtE

Foi o próprio Marconi quem anunciou a mensagem do Papa Pio XI, pronunciada em latim, cuja primeira parte estava dirigida a toda a criação:

“Sendo, pelo misterioso desígnio de Deus, Sucessores do Príncipe dos Apóstolos, isto é, daqueles cuja doutrina e pregação por ordem divina é destinada a todos os povos e a toda criatura (Mt 28, 19; Mc 16, 15), e podendo nos valer por primeiro desta admirável invenção de Marconi, Nos dirigimos antes de tudo a todos os homens, dizendo-lhes, aqui e agora, com as mesmas palavras da Sagrada Escritura: ‘Estai atentos, ó céus, eu vou falar. E a terra ouça as palavras de minha boca'”.

Dirigindo-se depois aos aflitos e perseguidos, o Papa Pio XI exprimiu o seu desejo de que “a nossa palavra chegue quando estiverem doentes, na dor, nas tribulações e nas adversidades, especialmente a vocês que padecem tais coisas por parte dos inimigos de Deus e da sociedade humana”.

“Enquanto oferecemos nossas orações por vocês e, na medida do possível, a nossa ajuda, enquanto os confiamos à caridade de todos, dizemos-lhes em nome de Cristo, a quem representamos: ‘Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei’”.

A Rádio Vaticano ganhou muita influência durante a Segunda Guerra Mundial. Começou a transmitir em nove línguas e se tornou um dos poucos meios de comunicação que superavam a censura da época, além de difundir mensagens de familiares que buscavam pessoas desaparecidas ou prisioneiros que estavam em campos de concentração.

Agora, a Rádio Vaticano transmite sua programação em 40 idiomas e em seus estúdios trabalham jornalistas de até 60 países.

A Rádio Vaticano faz parte atualmente da nova estrutura comunicativa denominada Vatican News, razão pela qual está imersa em um processo de reestruturação em vista da unificação dos meios de comunicação da Santa Sé.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF