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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Papa Francisco na Quarta-feira de Cinzas: a Quaresma é uma viagem de regresso a Deus

Papa Francisco recebe a imposição das cinzas. Foto: Vatican Media

Vaticano, 17 fev. 21 / 08:50 am (ACI).- Durante a celebração da Missa nesta Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco recordou que “a Quaresma é uma viagem de regresso a Deus”, por isso incentivou a deixar-se reconciliar por Deus para aprender da Cruz de Jesus que é a “cátedra silenciosa de Deus”.

Este ano, o Santo Padre presidiu a Eucaristia com o rito da bênção e imposição das cinzas em uma cerimônia com poucas pessoas na Basílica de São Pedro, e não na Basílica de Santa Sabina, em Aventino, começando com a tradicional procissão, devido às restrições sanitárias causadas pela Covid-19.

Em sua homilia, o Papa destacou que iniciamos o caminho quaresmal com as palavras do profeta Joel que indicam a direção a seguir “convertei-vos a Mim de todo o vosso coração”, por isso advertiu: “Quantas vezes, atarefados ou indiferentes, Lhe dissemos: «Senhor, espera! Virei encontrar-Vos mais tarde... Hoje não posso, mas amanhã começarei a rezar e a fazer algo pelos outros». E assim dia após dia… Agora Deus lança um apelo ao nosso coração. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas, irmãos e irmãs, hoje é o tempo de regressar a Deus”.

Neste sentido, o Santo Padre destacou que “a Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende”.

“A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração. Aqui está o centro da Quaresma: para onde está orientado o meu coração?”, afirmou.

Por isso, o Papa nos convidou a nos perguntar: “Para onde me leva o «navegador» da minha vida, para Deus ou para mim mesmo? Vivo para agradar ao Senhor, ou para ser notado, louvado, preferido, no primeiro lugar e assim por diante? Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo, ou um coração firme em Deus? Sinto-me bem com as minhas hipocrisias ou luto para libertar o coração da simulação e das falsidades que o têm prisioneiro?”.

Neste sentido, o Pontífice sublinhou que a Quaresma é também “um êxodo: é um êxodo da escravidão para a liberdade” porque “são quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem”.

No entanto, o Papa reconheceu que ao longo do caminho “sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo” e acrescentou que “o mesmo se passa conosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa”.

Desta forma, o Santo Padre sugeriu que “para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões” e para isso “ajudam-nos as viagens de regresso narradas pela Palavra de Deus”.

Em primeiro lugar, o Papa recordou a parábola do filho pródigo para sublinhar que “é tempo também para nós de regressar ao Pai”, pois “é o perdão do Pai que sempre nos coloca de pé: o perdão de Deus, a Confissão, é o primeiro passo da nossa vigem de regresso”, por isso recomendou aos confessores que sejam “como o pai, não com o chicote, mas com o abraço”.

Posteriormente, o Santo Padre lembrou o leproso curado para indicar que “precisamos de regressar a Jesus”, pois “todos, todos nós temos enfermidades espirituais: sozinhos, não podemos curá-las; todos temos vícios arraigados: sozinhos, não podemos extirpá-los; todos temos medos que nos paralisam: sozinhos, não podemos vencê-los. Precisamos de imitar aquele leproso, que voltou para Jesus e se prostrou aos seus pés”. “Temos necessidade da cura de Jesus, precisamos de colocar diante d’Ele as nossas feridas e dizer-Lhe: ‘Jesus, estou aqui diante de Vós, com o meu pecado, com as minhas misérias. Vós sois o médico; podeis libertar-me. Curai o meu coração’”.

Em terceiro lugar, o Papa disse que "também somos chamados a regressar ao Espírito Santo", por isso encorajou "voltemos ao Espírito, Dador de vida! Voltemos ao Fogo que faz ressurgir as nossas cinzas".

“Então a nossa viagem é deixar-se tomar pela mão. O Pai que nos chama a voltar é Aquele que sai de casa e vem procurar-nos; o Senhor que nos cura é Aquele que Se deixou ferir na cruz; o Espírito que nos faz mudar de vida é Aquele que sopra com força e suavidade sobre o nosso pó”, explicou.

Por fim, o Santo Padre encorajou-nos a permitir-nos reconciliar com Deus porque “o caminho não se apoia nas nossas forças” e acrescentou “o início do regresso a Deus é reconhecermo-nos necessitados d’Ele, necessitados de misericórdia, necessitados da sua graça. O caminho certo é este: o caminho da humildade”.

“Hoje inclinamos a cabeça para receber as cinzas. No termo da Quaresma, abaixar-nos-emos ainda mais para lavar os pés dos irmãos. A Quaresma é uma descida humilde dentro de nós e rumo aos outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um abaixamento por amor. É fazer-nos humildes. Neste caminho, para não perder o rumo, coloquemo-nos diante da cruz de Jesus: é a cátedra silenciosa de Deus”, concluiu o Santo Padre.

Depois da homilia, o Papa Francisco abençoou e impôs as cinzas aos Cardeais presentes e ele as recebeu por parte do arcipreste da Basílica de São Pedro, o Cardeal Angelo Camastri.

Publica originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Jardins de Castel Gandolfo: os mais belos da Itália e do mundo

María Paola Daud | Aleteia
por Maria Paola Daud

Passeie conosco pelo lugar onde muitos papas passaram suas férias.

Hoje, eu te convido a dar um passeio a um dos locais mais lindos da Itália e, por que não, do mundo: os jardins de Castel Gandolfo.

As Vilas Pontifícias

Os jardins fazem parte das Vilas Pontifícias, uma região fora da Cidade do Vaticano. Têm extensão de 55 hectares e vão da cidade de Castel Gandolfo até Albano.

Trata-se, de fato, de uma região que sempre foi importante ao longo dos séculos. Além disso, tornou-se a residência de veraneio dos papas. Foi aqui que se ergueu a cidade lendária de Alba Longa, que Tito Lívio descreveu como a origem de Roma. Aqui também teriam nascido Rômulo e Remo.

É importante lembrar, entretanto, que a região também servia como local de descanso para o imperador Diocleciano – terrível perseguidor de cristãos.

Encantadoras em qualquer época do ano, as Vilas Pontifícias são o resultado da junção de diferentes propriedades que alguns papas foram adquirindo ao longo dos séculos.

Um passeio pelos jardins de Castel Gandolfo

Em 2016 o Papa Francisco abriu as portas das Vilas Pontifícias ao público. Assim, o visitante pode fazer um lindo passeio de pouco mais de uma hora a pé em um excepcional contexto ambiental e arqueológico.

É possível passar pelo Jardim Magnólia, o das rosas, até os terraços panorâmicos do Jardim Belvedere. Além disso, também dá para visitar as ruínas do Teatro e os restos de Criptopórtico Imperial, o pórtico por onde imperadores costumavam passear escondidos.

Aleteia

Mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021

Papa Francisco  (Vatican Media)

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs.

Vatican News

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) abriram na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro, a quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE). A abertura foi realizada de forma simbólica e virtual com a divulgação de um vídeo com pronunciamentos de representantes das Igrejas que compõem o Conic.

Neste ano, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, extraído da carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 2, versículo 14.

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs. A CFE 2021 quer convidar os cristãos e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual. Tudo isso através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo.

A abertura virtual deve-se à escolha das entidades promotoras da Campanha como forma de prevenção da Covid-19. De acordo com o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a decisão foi tomada em comum acordo com a diretoria do CONIC, “para evitar aglomeração nesse momento em que a pandemia assume números que nos assustam”. Para dom Joel, “é necessário dar testemunho a respeito da importância das medidas sanitárias” e, para isso, os “recursos informáticos” disponíveis serão utilizados.

O Papa Francisco enviou uma mensagem escrita para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2021.

Eis o texto integral:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti, «passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra, a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da oração, do jejum e da esmola.

Como é tradição há várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).

Por outro lado, ao promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Desse modo, os cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 17 de fevereiro de 2021.

[Franciscus PP.]

Vatican News

FAKE NEWS E PÓS-VERDADE

Crédito: npdiario.com
por Dom Edson Oriolo
Bispo de Leopoldina (MG)

FAKES NEWS E “PÓS-VERDADE”: PERIGOS PARA A EVANGELIZAÇÃO!

 Nos últimos meses, em um crescendo impressionante, tenho recebido inúmeras mensagens pelo whatsapp de diocesanos, irmãos bispos, padres amigos e fiéis leigos e leigas contendo ou comentando duras críticas às instituições e lideranças católicas, de forma geral. É triste ver pessoas compartilhando mensagens imbuídas de tais conteúdos. A Igreja é alvo de duras críticas internas e externas e, de algum modo, a polarização política que caracteriza o momento atual do nosso país, está afetando as relações eclesiais.

Os questionamentos são os mais variados: um carnaval de informações desconexas e desorientadas, muitas delas de uma criatividade que beira o absurdo. As pessoas que as recebem, por sua vez, de forma geral, tendem a acreditar nesses conteúdos. Apenas alguns se questionam se os vídeos, os artigos, as mensagens que recebem são verdadeiras ou não. Mesmo assim as pessoas continuam compartilhando e os ‘fatos’ ganham notoriedade, mais e mais cliques, conquistando “a opinião pública”. Até os responsáveis correm o risco de ser levados a opinar sob a pressão de uma torrente de comentários e reações, não se atendo ao conteúdo em si.

Ao clicar, compartilhar, replicar informações pelas redes sociais sem qualquer critério, além de cometermos injustiças e nos comprometermos com uma cultura de mentira e dissensão, há o risco de prestarmos um grande desserviço à evangelização da Igreja no Brasil nesse momento difícil de crise sanitária. No momento em que somos convidados a reinventar a nossa proposta missionária, para sermos ousados na dinâmica de lançar “as sementes do verbo”, com as melhores intenções, estamos lançando a semente do joio.

Recordo-me da expressão de Mark Twain “uma mentira pode fazer a volta ao mundo no mesmo intervalo de tempo em que a verdade calça seus sapatos”! Penso que, ao recebermos uma mensagem, antes de encaminhá-la para outros, precisamos considerar dois conceitos que vêm ganhando espaço no mundo digital: fake news e “pós-verdade”. Esses dois conceitos bem compreendidos vão nos orientar a agir com maior lucidez diante do que nos é apresentado. Teremos a postura de fact-checker (checador de fatos).

Em um primeiro momento, vamos refletir sobre fake news. Nunca conservei afeição a tal expressão, pois as notícias podem não ser falsas. Notícias são fatos ou não são notícias. A expressão significa todo tipo de conteúdo descontextualizado, impreciso, manipulado ou baseado em meras teorias de conspiração. São, por exemplo, notícias antigas veiculadas como se fossem atuais, tiradas de contexto com interesses inconfessáveis de manipulação.

As fake news têm por objetivo denegrir pessoas ou deturpar um acontecimento, de modo que haja repercussão, influenciando, equivocadamente, a opinião pública. É a potencialização da fofoca, pela comunicação rápida e irrestrita. Parece algo distante, mas, diariamente, somos bombardeados por estas informações, principalmente por meio do aplicativo WhatsApp. Um aplicativo que possibilita relacionamentos rápidos, com diálogos instantâneos, bem como contatos interpessoais, ligações afetivas, profissionais e lúdicas.

Sabemos que muitas pessoas se sentem atraídas por emoções negativas, por revelações bombásticas e reviravoltas imprevistas. Anseiam por soluções instantâneas e acontecimentos determinantes. As fake news costumam ser bem estruturadas, mesclando dados inquestionáveis com outros inexatos e fantasiosos.  As pessoas mais ingênuas ou simples, em geral bem intencionadas, são presas fáceis para mentes maliciosas que, compartilhando falsas notícias, muitas vezes, conseguem revestir-lhes de uma aura de verdade. As notícias inventadas, impulsionadas pelo sistema de algoritmos das redes sociais e favorecidas pela ausência de uma capacidade crítico-formal adequada, ganham grande espaço entre a população. O fruto mais imediato da banalização das fake news é o pós-verdade.

Ao recebermos uma mensagem, sem qualquer compromisso com a verificação de sua autenticidade, sem um freio de bom senso que nos faça pensar nas conseqüências de levarmos adiante aquele conteúdo, dispomos em nossos expedientes racionais um terreno fértil para tratá-la como verdadeira e inquestionável, na medida em que ela nos fascina pela engenhosidade de seus argumentos. Tal mensagem falsa, por ter sido pensada justamente para essa finalidade, parece condizer exatamente com aquilo que pensamos, com aquilo que gostaríamos de expressar e nos identificamos afetivamente (ideologicamente) com seu conteúdo: nasce uma pós-verdade.

Segundo o dicionário Oxford, ‘pós-verdade’ refere-se a “circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que os apelos à emoção a crenças pessoais”. A ‘pós-verdade’, que é uma espécie de falência da racionalidade e da ética ocidentais, caracteriza-se pela relativização da realidade das coisas em benefício de convicções formadas em um cenário eminentemente afetivo e ideológico, ainda que sem nexo com a razão. As coisas são de determinado modo porque eu quero que elas sejam assim ou porque elas, sendo assim, favorecerão o meu discurso: o mais não interessa.

O cenário é mesmo assustador e só há um meio para nos mantermos inumes desse ‘vírus’ perigosíssimo, que adoece as relações humanas e que pode destruir a nossa alegria de ser Igreja: questionar e checar, com rigor, toda informação que recebermos, cuidando para não sermos divulgadores da mentira, do ódio e da dissensão. Quando recebermos um conteúdo, perguntamo-nos: qual a intenção, ou o interesse, de quem produziu esse material? Há certeza absoluta de que ele esteja fundamentado na verdade? Havendo uma dúvida e ou um “não”, deixar de compartilhar ou curtir, até uma certeza.

A pós-verdade favorece a produção de uma lógica muito arraigada de “desinformação”. Se o conteúdo simplesmente compactua com as minhas paixões e eu não me preocupo em saber se é mentira ou não e o divulgo o mais rápido possível, estou sendo um instrumento poderoso na mão de manipuladores, que visam a destruição ou, ao menos, a polarização e a desconfiança mútua, mesmo no interno da Igreja. Jesus nos ensinou como devemos reagir diante dessas situações: entre vós não deve ser assim (cf. Mt. 20,17).

E, na iminência do tempo quaresmal, façamos um exame de consciência e questionemos se estamos agindo como filhos da luz. Nós somos formadores de opinião, todos nós o somos. Mesmo a nossa ingenuidade pode ser usada como instrumento de maldade. Cada ato nosso tem conseqüências, diante da grave responsabilidade de continuarmos a obra salvífica do Verbo Encarnado. Os meios digitais de comunicação, sobretudo neste tempo de pandemia, são o grande universo da evangelização. Nós, os católicos, seremos amigos ou inimigos da Cruz de Cristo, na qual está fundada a nossa unidade?

por Dom Edson José Oriolo dos Santos

CNBB

Padre Prêmio Nobel da Paz 2021? Missionário em Madagascar é indicado

Friends of Father Pedro Charity-cc
por Francisco Vêneto

Sacerdote argentino de 72 anos, ex-aluno do Papa, recebeu indicação devido a seu apostolado junto a pessoas que "vivem em condições de vida espantosas".

Padre Prêmio Nobel da Paz 2021? Esta é a possibilidade decorrente da indicação do pe. Pedro Pablo Opeka, missionário em Madagascar, na África.

O sacerdote argentino de 72 anos recebeu a indicação devido ao seu apostolado junto a pessoas que “vivem em condições de vida espantosas”, segundo as palavras de Janez Janša, primeiro-ministro da Eslovênia, durante o anúncio. O pe. Pedro, aliás, é filho de refugiados eslovenos na Argentina. Seus pais tiveram que deixar o país natal devido à repressão perpetrada pelo regime comunista.

Akamasoa, uma vasta obra em favor dos pobres

AKAMASOA
perepedro-akamasoa.net

Religioso da ordem dos vicentinos, o pe. Pedro Opeka vive em Madagascar como missionário há mais de três décadas, ao longo das quais fundou e mantém a Associação Akamasoa (Bom Amigo), dedicada principalmente a ajudar quem vive nos lixões.

Uma das ações da associação é construir casas populares para os pobres, mas um dos seus focos mais promissores é o trabalho na educação de crianças e jovens. A associação já ajudou a construir aldeias inteiras, escolas e um hospital para atender a população mais carente.

Além disso, a Akamasoa desenvolve pequenos negócios para fomentar a autonomia econômica das pessoas e ajudá-las a prosperar.

Padre Prêmio Nobel da Paz 2021

FATHER OPEKA
Friends of Father Pedro Charity-cc

Não é inédito que o pe. Pedro Pablo Opeka seja indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Ele também havia recebido a indicação em 2012 e 2013, por iniciativa conjunta de um grupo de representantes da Eslovênia, de diversos partidos políticos, no Parlamento Europeu.

Trajetória

O pe. Pedro nasceu em 1948 em Buenos Aires e, aos 18 anos, entrou no seminário. Dois anos depois, foi enviado para estudar Filosofia na Eslovênia e Teologia na França. Aceitando em seguida o chamamento a ser missionário em Madagascar, passou lá dois anos. Voltou a viajar para ser ordenado sacerdote, em 1975, e, já no ano seguinte, retornou a Madagascar, onde permanece até hoje como sacerdote missionário.

Durante uma das etapas da sua formação, o pe. Pedro chegou a ter aulas de Teologia, na Argentina, com um jesuíta que, vários anos depois, viria a se tornar ninguém menos que o Papa Francisco. E esse jesuíta nunca se esqueceu do padre missionário.

POPE FRANCIS,FATHER OPEKA
©VaticanMedia-Foto/CPP

Aliás, quando o Papa Francisco visitou Madagascar, em setembro de 2019, fez questão de agradecer ao pe. Pedro Opeka pelo seu trabalho e “pelo seu testemunho profético e gerador de esperança”. O Papa ainda se lembrava de que o missionário tinha sido seu aluno.

Aleteia

Papa Francisco modifica código penal do Vaticano

Guadium Press
Dentre as alterações estão: progressão de pena, possibilidade de acordo sobre um programa de trabalhos de utilidade pública e atividades de voluntariado, suspensão da audiência em caso de impedimento legítimo do acusado.

Cidade do Vaticano (16/02/2021 09:30, Gaudium Press) Através de um Motu Proprio publicado nesta terça-feira, 16 de fevereiro, o Papa Francisco atualizou o setor da justiça penal do Vaticano reformulando algumas de suas normas. As alterações foram feitas com o objetivo de atender às exigências dos tempos atuais.

Redução de pena

Uma das mudanças mais relevantes está logo no primeiro artigo, que estabelece uma redução na pena de 45 a 120 dias para cada ano de sentença restritiva já cumprida pelo condenado que, durante a execução da pena, “tenha tido uma conduta tal, que leve à presunção de seu arrependimento e tenha proficuamente participado do programa de tratamento e reintegração”.

Além disso, quando a pena está para ser executada, o condenado elabora de comum acordo com o juiz “um programa de tratamento e reintegração”, com compromissos para amenizar as consequências do delito. O condenado pode sugerir “a realização de trabalhos de utilidade pública, de atividades de voluntariado de importância social”. Nada disso era previsto na legislação anterior.

Guadium Press

Outras alterações e acréscimos no código penal Vaticano

Já no segundo artigo, é modificado o código de procedimento penal em sentido garantista, abolindo o “julgamento à revelia”. Dessa forma, se o imputado se recusar a comparecer à audiência sem comprovar um impedimento legítimo, procede-se com o processo normal, considerando-o representado pelo seu advogado. Caso sua ausência seja comprovada “por legítimo e grave impedimento”, o tribunal ou o juiz único deverá suspender a audiência.

No terceiro artigo são feitas alterações e acréscimos à lei CCCLI sobre o ordenamento judiciário. Se estabelece que os magistrados no momento da conclusão mantenham “todos os direitos, assistência, previdência e garantias previstas” para os cidadãos vaticanos. Um trecho importante deste artigo ressalta que “o ofício de promotor de justiça exerce com autonomia e independência, nos três graus de juízo, as funções de público ministério e as demais que lhe são atribuídas por lei”.

Guadium Press

Representação do Ministério Público

O segundo e terceiro grau de julgamento também foram modificados. Se previa, até o momento, que em caso de recurso de apelação e depois de cassação, o Ministério Público fosse representado por magistrado diferente daquele que o conduziu no primeiro processo, com um encargo ad hoc para os processos de segundo e terceiro grau.

Com a mudança, feita em dois artigos distintos, se estabeleceu que também nos recursos de apelação e cassação, como já acontece para o primeiro grau, as funções de público ministério serão desempenhadas por um magistrado do escritório do promotor de justiça. Obviamente, permanecerá diferente o colégio chamado a julgar. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Estas são 4 maneiras de lucrar indulgência plenária a cada dia na Quaresma

Fiéis rezando / Foto: ACI Prensa

REDAÇÃO CENTRAL, 17 fev. 21 / 06:00 am (ACI).- Muitas pessoas não sabem que cada dia do Tempo da Quaresma, no qual os católicos nos preparamos para viver a Semana Santa e para celebrar a Páscoa, é uma oportunidade para lucrar uma indulgência plenária.

Catecismo da Igreja Católica explica que a indulgência "é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos".

As indulgências, que podem ser parciais ou plenárias, podem ser lucradas para si mesmos ou pela alma de um falecido. Não se pode lucrar por outra pessoa viva.

Na Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, Paulo VI disse que "se os fiéis transferem as indulgências a favor dos defuntos, exercem então de maneira excelente a caridade e, elevando seu pensamento para as realidades celestes, tratam as coisas terrestres do modo mais correto".

Vale a pena ressaltar que se pode lucrar apenas uma indulgência plenária por dia.

A primeira maneira de lucrar uma indulgência plenária é seguir o caminho da Via-Sacra. Nela recordamos e meditamos na Paixão e Morte do nosso Senhor.

Participar da Via-Sacra junto com as três condições para obter a indulgência, pode nos levar a lucrá-la todos os dias.

Para aqueles que não puderem fazê-lo fisicamente, o Manual das Indulgências da Santa Sé afirma que "os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma piedosa leitura e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por algum tempo, por exemplo, um quarto de hora".

Afirma também que, "conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de quatorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do mistério de cada estação".

A segunda forma de lucrar uma indulgência plenária é através da oração do Terço. Para lucrar a indulgência, devemos rezá-lo com devoção em uma igreja, oratório, na família, em uma comunidade religiosa ou associação de fiéis e, em geral, "quando vários dos fiéis se reúnem com um propósito honesto", menciona o manual. Vale lembrar que rezar o terço em família é uma grande bênção e uma bela prática para este tempo litúrgico.

A terceira forma é a Adoração Eucarística por pelo menos meia hora. A adoração de Jesus Cristo, Deus e verdadeiro Homem, é a nossa resposta ao amor que Deus tem por cada um de nós, assim como o reconhecimento de nossas fraquezas diante dele.

A quarta forma é ler ou escutar as Sagradas Escrituras por pelo menos meia hora.

Para lucrar a indulgência plenária é preciso também cumprir com três condições: confissão sacramental dos pecados, receber a Santa Comunhão e oração pelas intenções do Papa. Esta oração, diz o Vaticano, "é deixada para a escolha dos fiéis, mas se sugere um 'Pai-Nosso' e uma 'Ave Maria'".

O Vaticano também afirma que "as três condições podem ser preenchidas em dias diversos (aproximadamente 20 dias), antes ou após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Soberano Pontífice se façam no mesmo dia em que se faz a obra”.

"Com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice", acrescenta.

ACI Digital

Arquidiocese de São José da Costa Rica comemora seu primeiro centenário

Guadium Press

No dia 16 de fevereiro, a Arquidiocese de São José celebra 100 anos com uma Missa com todos os Bispos da Costa Rica e lança o “Ano de São José”, além de outros eventos.

Redação (16/02/2021, 16:10,  Gaudium Press) Neste dia 16 de fevereiro de 2021, a Arquidiocese de São José, na Costa Rica comemora 100 anos de criação e celebra seu centenário com um ato comemorativo e uma missa com todos os bispos do país.
Além disso, dentro das comemorações será lançada uma série de iniciativas para o “Ano de São José”, convocado pelo Papa Francisco e que está sendo celebrado de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021.

O Padre Francisco Morales González, delegado episcopal para a Liturgia da Arquidiocese de São José afirmou, para a ACI Prensa, que “o dia 16 de fevereiro tem uma particularidade para nós porque estamos celebrando 100 anos da criação da província eclesiástica da Costa Rica, fato ocorrido em 16 de fevereiro de 1921”.

Papa Pio IX, no ano de 1850 decidiu criar uma diocese na Costa Rica

Segundo o historia o sacerdote da Costa Rica, o Papa Pio IX,no ano de 1850 decidiu criar uma diocese na Costa Rica.
Em 1921, foram desmembrados dois territórios para que a Santa Sé pudesse formar outras duas dioceses. As duas dieoceses formadas foaram a de Alajuela e o Vicariato Apostólico de Limón.
Conforme anuncia o Padre Morales, no dia no dia 16 de fevereiro, a celebração se uma Missa de Ação de Graças que será precedida de um ato comemorativo, “no lugar onde foi a primeira ermida em homenagem a São José, e onde a arquidiocese estava praticamente fundada” e que contará com a presença, além de outras, de Dom Quirós e do prefeito de São José, Johnny Araya.

De “Villa Nueva de la Boca del Monte” a São José da Costa Rica, uma trajetória histórica

O sacerdote relata também para a ACI que “naquele lugar, em meados do século XVIII, havia uma aldeia e uma ermida com telhado de palha e havia, soubemos, uma pintura de São José que alguns missionários deixaram para trás.
Daí nasceu o que hoje é a capital e que naqueles anos se chamava Villa Nueva de la Boca del Monte ”.
“Nessa capela de palha, -diz o sacerdote- se venerava aquela pintura de São José e com o passar do tempo a cidade passou a se chamar Villanueva de San José, porque os vizinhos tinham devoção a São José. O nome foi mudando gradativamente para São José e essa é a origem remota do nome da capital costarriquenha ”.
O sacerdote destacou ainda que naquele mesmo lugar “esteve a paróquia de São José até 1776, altura em que foi transferida para o local onde hoje se encontra a catedral”.

Única Arquidiocese em todo mundo dedicada a São José

O sacerdote historia um fato importante: “a única arquidiocese do mundo dedicada a São José é a nossa. É verdade que existem dioceses a ele dedicadas, mas somos a única arquidiocese ”, frisou.
A Igreja no centro do país cresceu sempre sob a devoção de São José. A diocese se chamava São José da Costa Rica, sempre sob o patrocínio do Santo. “Quando foi criada a província eclesiástica, mantivemos o nome ”, explicou o delegado episcopal para a Liturgia.
O sacerdote explicou ainda que “não existe decreto legislativo ou executivo que declare São José como padroeiro. A tradição católica prevaleceu naturalmente e todos sabem que ele é o padroeiro, o que não acontece com a Virgem dos Anjos, que é a padroeira da Costa Rica, mas que tem um decreto legislativo que a estabelece como tal ”.

No dia do Centenário: lançamento do “Ano de São José

Neste dia histórico, sendo São José considerado o padroeiro da Costa Rica, da capital, da arquidiocese e da catedral, Dom Quirós aproveitará a missa do dia 16 de fevereiro para lançar o “Ano de São José”.
Para o Padre Morales o “Ano de São José” veio como pérolas “porque nos dá a oportunidade de motivar ainda mais a devoção de São José na arquidiocese.
Em todas as paróquias, a partir do dia 16 de fevereiro, uma imagem de São José será exibida ao longo deste ano ”. (JSG)

SS. SETE FUNDADORES DA ORDEM DOS SERVITAS DE NOSSA SENHORA, ENTRE OS QUAIS S. ALEIXO FALCONIERI

SS. Sete Fundadores, Pesaro | Vatican News

Retirada da cidade

Florença, século XIII. Os sete mercantes, membros de uma companhia leiga de fiéis, devotos da Bem-aventurada Virgem Maria (a “Companhia dos Servos de Santa Maria” ou “Laudenses”) decidiram retirar-se da cidade para dedicar-se à penitência, à contemplação e ao serviço a Maria. Uma escolha que foi, certamente, influenciada por duas grandes Ordens Mendicantes da época: Franciscanos e Dominicanos, como também pela experiência dos monges de Camaldoli, Vallombrosa e Cluny, presentes naquelas terras; mas, foram influenciados ainda por grupos penitenciais como os de Santo Agostinho e do Monte Carmelo e pelos “Irmãos leigos da Penitência”.

Os Setes Santos eram: Bonfiglio, guia do grupo leigo e prior da futura Comunidade; Bonagiunta, futuro prior, entre 1256 e 1257; Manetto, artífice das primeiras fundações na França; Amádio, alma do grupo; Sostegno e Uguccione, amigos entre eles; e, enfim, Alessio.

Por volta de 1233, os Sete Santos deixaram as suas atividades comerciais e suas famílias, e distribuíram seus bens aos pobres. Na época, Florença estava cada vez mais transtornada por guerras fratricidas.

Túnicas e mantos cinzentos

No dia 8 de setembro de 1233, os Sete homens começaram a viver em comunidade, em Villa Camarzia, na periferia da cidade. Iacopo de Poggibonsi, capelão e diretor espiritual dos Laudenses, impôs-lhes o hábito religioso dos “Irmãos da Penitência”: um manto e uma túnica de lã bruta de cor cinzenta.

A jornada da pequena comunidade era feita de oração, trabalho e esmolas pelas ruas da cidade. Sua vida era isolada, austera e solitária, mas muitas pessoas, aflitas e angustiadas, dirigiam-se a eles para receber conforto e conselho; sobretudo, os mais atônitos pelo fato de aqueles sete ricos mercantes terem escolhido, voluntariamente, a vida de pobreza. Isto levou à difusão da sua fama de santidade, tanto que, muitos pediam para entrar a fazer parte da sua família religiosa.

Nascimento da Ordem

Este crescente número de pedidos, levou os Sete religiosos a dar início a uma Ordem, dedicada exclusivamente à Virgem, da qual eram Servos – a Ordem dos Servos de Maria -.

O Bispo Dom Ardingo Foraboschi deu-lhes, em 1234, um terreno no cume do Monte Senário, a cerca de 18 quilômetros de Florença. No início, as celas eram simples cabanas, separadas uma da outra; sobre as ruinas de um antigo castelo, surgiu, logo, uma igrejinha dedicada a Nossa Senhora. Em 1239, após a visita do Legado Pontifício, o Cardeal Goffredo Castiglioni – futuro Papa Celestino IV – prescreveu-lhes a Regra de Santo Agostinho.

Muitas vezes, após longas caminhadas pedindo esmolas, detinham-se no Oratório de Santa Maria de Cafaggio, em Florença, do qual, com o tempo, ampliaram o asilo anexo, para acolher os que queriam fazer parte da sua Comunidade.

Inúmeras vocações

Em breve, os Sete Santos receberam a licença de abrir outros conventos, até fora da região da Toscana, devido ao aumento do número das vocações. A Ordem, porém, arriscou ser suprimida, quando o Concílio de Lyon decretou, em 1247, a supressão das Ordens Mendicantes. Mas, Felipe Benizi, que entrou para a Ordem com 21 anos e foi o futuro prior Geral, obteve um novo reconhecimento Pontifício. A aprovação definitiva ocorreu em 1304, por obra de Bento XI.

Somente Alessio Falconieri, o último sobrevivente dos Sete religiosos, pôde comemorar. Ele morreu em 17 de fevereiro de 1310, com quase 110 anos de idade. Sua sobrinha, Giuliana Falconieri, que também se tornou santa, foi fundadora das Mantellate.

Em 1888, o Papa Leão XIII a canonizou junto com os Sete religiosos. Seus restos mortais descansam, em Monte Senário, um único sepulcro.

Entre os Servitas dos últimos anos, recordamos Padre David Maria Turoldo, famoso pregador e poeta.

Vatican News

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Como ajudar a criança a pontuar em suas virtudes

Shutterstock-Motortion Films
por Tom Hoopes

Esse sistema que aplicamos em casa não apenas ajudou nossos filhos a trabalhar para ser uma pessoa completa, mas também trouxe muita paz para nossa família.

Agora que tenho filhos adultos e crianças em casa, sinto que cheguei a uma terrível conclusão: meus filhos foram formados tanto ou mais por meus erros quanto pela minha sabedoria. Tem sido humilhante ouvir os filhos adultos recomendarem gentilmente que eu não falhe com os mais novos de certas maneiras que falhei com eles.

Dito isso, também aprendi com eles que minha esposa e eu acertamos algumas coisas. Nosso sistema de pontuação das virtudes foi um dos acertos.

Funcionava assim: minha mulher deu a cada um deles um ficha de pontuação, indicando-lhes um objetivo específico de mostrar a virtude em cada um de seus relacionamentos – seu relacionamento com Deus (oração); irmãos, irmãs e amigos (gentileza); pais (obediência); a casa (responsabilidade) e trabalhos escolares (excelência).

Eles receberiam um ponto de cor diferente a cada dia que cumprissem o objetivo. Quando completassem cinco pontos, haviam uma pequena recompensa ​​(filme, sorvete, tempo especial com a mamãe ou papai, etc.).

Isso os incentivou de forma brilhante a serem uma pessoa completa. A criança que era boa nos trabalhos escolares tinha que aprender a ser boa também nos deveres domésticos. A criança que era legal com os pais precisava aprender a ser legal com os irmãos e vice-versa.

Relacionamento com Deus

Eu sou um discípulo de Cristo!

Esse ponto reflete como eu amo Deus ao ver tudo ao meu redor como uma oportunidade de louvá-lo e servi-lo. Aqui, deve-se perguntar ao longo do dia: “O que Jesus faria agora?” Então eu faço.

Gentileza

Eu sou uma irmã / irmão e amiga!

Esse ponto reflete como amo minhas irmãs e irmãos, pensando neles antes de mim. Se sou gentil em palavras e ações. Ser gentil me ajuda a ignorar os pontos difíceis dos outros para que eu possa aprender o que é preciso para ser um amigo de verdade. Isso é o que significa ser cristão.

Obediência

Sou Filha ou Filho!

A obediência reflete como amo minha mãe e meu pai, honrando-os e respeitando-os. Escuto atentamente o que dizem e respondo imediatamente aos seus pedidos com uma atitude agradável. Eu não respondo, lamento nem reclamo. Quanto mais obedeço meus pais, mais fácil será obedecer a Deus e mais feliz será nossa família.

Responsabilidade

Sou Cidadão!

Nesse item, mostro respeito pelo meu papel na sociedade – que para mim é o meu lar – ajudando a fazer a minha parte para manter as atividades familiares em ordem e em paz. Faço minhas tarefas com prontidão e alegria, sigo as regras da casa e respeito nossa propriedade. Seguindo essas diretrizes, ajudo a tornar nossa casa um lugar divertido e seguro para trabalhar e se divertir.

Excelência

Sou estudioso!

A excelência é como demonstro amor pelo aprendizado. Cumpro minhas atribuições, participo de atividades e realizo todas as minhas funções com entusiasmo, criatividade e diligência. Eu não desisto ou coloco outros para baixo. Minha atitude positiva me ajuda a superar quaisquer obstáculos. Ao tentar o meu melhor em tudo que faço, dou glória a Deus e agrado meus professores.

Então, essas são as virtudes. Assim, você pode adaptar uma maneira de dar pontos (estrelas, por exemplo), cada dia ou evento em que houver sucesso em uma dessas virtudes.

Usamos esse sistema várias vezes e ele trouxe muita paz para nossa família. Espero que também lhe seja útil.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF