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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

S. POLICARPO, BISPO DE ESMIRNA E MÁRTIR

São Policarpo | VaticanNews

Nasceu no ano 69-70 de pais cristãos. Aprendeu dos Apóstolos os ensinamentos de Cristo, tornando-se discípulo de João. Narram Ireneu – seu aluno e mais tarde bispo de Lyon – e o historiador Eusébio de Cesareia: “Policarpo não somente foi educado pelos Apóstolos e viveu com muitos daqueles que haviam visto o Senhor: mas foi também dos Apóstolos que se estabeleceram na Ásia como bispo da Igreja de Esmirna” (Adversus Haereses III 3,4; História Eclesiastica IV 14,3,4).

É de um tal de Marcião (testemunha ocular de seu martírio) o Martyrium Polycarpi, considerado por muitos o mais antigo e autêntico dos Atos dos Mártires. Trata-se da primeira obra na qual é definido mártir quem morrer por causa da fé.

Durante o seu longo episcopado, Policarpo distinguiu-se pelo zelo em conservar fielmente a doutrina dos Apóstolos ao difundir o Evangelho entre os pagãos e em combater as heresias. Ireneu o define como pregador paciente e amável e destaca sua grande solicitude pelas viúvas e pelos escravos.

A amizade no episcopado com Inácio de Antioquia

Em 107 Policarpo acolhe em Esmirna Inácio de Antioquia, de passagem e sob escolta, em direção a Roma para ser julgado. Célebres as sete cartas que Inácio endereçou às Igrejas ao longo de seu caminho; as primeiras quatro partem justamente de Esmirna. De Tróade, depois, escreve aos fiéis de Esmirna e ao seu bispo Policarpo, encarregando-o de transmitir à Igreja de Antioquia a sua última recordação e descrevendo-o um bom pastor e combatente pela causa de Cristo.

E é a Policarpo que os Filipenses pedem para recolher as cartas de Inácio. O bispo de Esmirna envia a eles o que foi pedido, junto a uma carta sua, para exortá-los a servir a Deus no temor, a crer n’Ele, a esperar na ressurreição, a caminhar no caminho da justiça, tendo sempre diante dos olhos o exemplo dos mártires e principalmente de Inácio.

Também a Epístola aos Filipenses de Policarpo é bastante conhecida. Chegada aos nossos dias, é importante em particular pelas notícias históricas que dela se podem tirar e pelos dogmas sobre o Credo que são recordados.

Por volta do final de 154, Policarpo parte para Roma, como representante dos cristãos da Ásia Menor, para tratar com o Papa Aniceto sobre diversas questões, e principalmente sobre a data da Páscoa: nas Igrejas Orientais era celebrada no dia 14 do mês judaico de Nisan, enquanto na capital do Império no domingo sucessivo. Não se chega a um acordo, mas as relações entre as Igrejas permanecem amigáveis.

Mártir aos 86 anos

Sob o Imperador Antonino Pio desencadeiam perseguições também em Esmirna. Policarpo é preso. Os atos de seu martírio narram que “levado diante do pró-Cônsul, ele...procurou persuadi-lo a renegar, dizendo: “Pensa na tua idade...muda de pensamento...jura e eu te liberto. Amaldiçoe Cristo”. Policarpo responde: “Por 86 anos eu O servi, e não me fez mal algum. Como então poderia blasfemar contra meu Rei e meu Salvador?...ouçam claramente. Eu sou cristão”. Foi decidido que seria queimado, mas permanece ileso e é morto pela espada.

“Estes os fatos – lê-se no Martyrium Polycarpi – sobre o beato Policarpo que com aqueles de Filadélfia foi o 12º a sofrer o martírio em Esmirna. O beato Policarpo testemunhou o segundo dia de Santico, o sétimo dia antes das calendas de março, do grande sábado, na hora oitava. Foi preso por Herodes, pontífice de Tralli, durante o proconsulado de Statius Quadratus, rei eterno nosso Senhor Jesus Cristo”.

Vatican News

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Papa: Santa Faustina convida a voltarmos à fonte da misericórdia

Papa Francisco rezando na Capela de Santa Faustina Kowalska,
no Santuário da Divina Misericórdia em 30 de julho de 2016 

“Voltemo-nos à fonte da misericórdia. Tenhamos a coragem de voltar a Jesus”. São palavras do Papa Francisco ao recordar os 90 anos da primeira revelação da imagem de Jesus Misericordioso à Santa Faustina Kowalska. A carta foi endereçada a Dom Piotr Libera, Bispo de Płock, na Polônia.

Vatican News

O Papa Francisco escreveu uma carta ao Bispo de Płock, na Polônia por ocasião das celebrações do 90º aniversário da primeira revelação da imagem de Jesus Misericordioso à irmã Faustina Kowalska em 22 de fevereiro de 1931. Portanto hoje será realizada uma solene celebração no Santuário da Divina Misericórdia na cidade de Płock, lugar da aparição.

Na sua carta Francisco recorda as palavras que Santa Irmã Faustina ouviu na ocasião:

“Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela, e depois no mundo inteiro. (Diário, 47)”

Compartilhando a alegria da Igreja de Płock pelo aniversário o Papa recorda outras palavras de Jesus escritas no Diário da Santa: "A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar à fonte da minha misericórdia" (Atas 699).  E Francisco encoraja:

“Voltemo-nos à esta fonte. Peçamos a Cristo o dom da misericórdia. Deixemos que nos abrace e entre dentro de nós. Tenhamos a coragem de voltar a Jesus, de encontrar o Seu amor e misericórdia nos sacramentos. Sintamos a Sua proximidade e ternura e então também nós seremos mais capazes de misericórdia, paciência, perdão e amor”

O Papa recorda também o apóstolo da misericórdia, São João Paulo II que afirmava “É necessário transmitir ao mundo este fogo da misericórdia. Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz, e o homem a felicidade! (Cracóvia - Łagiewniki, 17 de agosto de 2002).

Concluindo o Santo Padre escreve: “Este é um desafio especial para a Igreja em Płock, marcada por esta revelação, para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, para a cidade de Płock e para todo seu povo. Transmitir ao mundo o fogo de Jesus Amor. Sejam para todos um sinal de Sua presença no meio de vós”. "Ao senhor, Bispo, à Diocese de Płock e a todos os participantes das celebrações dos 90 anos das manifestações de Jesus Misericordioso, concedo cordialmente minha Bênção Apostólica".

Vatican News

Arquidiocese de Madrid não realizará procissões de rua na Semana Santa

Guadium Press
Por causa da pandemia, o Cardeal Osoro e as Irmandades de Madrid, suspenderam a realização das Procissões Quaresmais.

Redação (19/02/2021, 18:00, Gaudium Press) Num encontro presidido pelo Cardeal Carlos Osoro com representantes das Irmandades Religiosas de Madrid, decidiu-se suspender a realização das procissões durante a Semana Santa.

Segundo informe da Arquidiocese de Madri, a decisão visa evitar aglomerações de fiéis dentro do atual quadro de avanço da pandemia do coronavírus.

As Irmandades poderão expor a imagem de seus Padroeiros.

A partir do Sábado da Paixão, 27 de março, até dia 03 de abril, Sábado Santo, está previsto que as irmandades poderão expor as imagens de seus padroeiros nas Igrejas onde costumam ser veneradas.
Também foi disposto que os fiéis sejam incentivados a peregrinar a diferentes locais de culto.

As Irmandades devem manter a realização de suas celebrações

No Encontro entre o Cardeal e os representantes das Irmandades, ficou determinado que as Irmandades mantenham a realização de seus tradicionais atos litúrgicos e também a participação nas celebrações da Semana Santa da diocese, que acontecerão sempre dentro do cumprimento das orientações das autoridades sanitárias.

As comemorações Quaresmais na catedral de Madri

As celebrações terão início no sábado, 20 de março, às 19 horas.
Nesta ocasião, o arcebispo emérito de Sevilha, cardeal Carlos Amigo, OFM, deverá fazer o anúncio de abertura da Semana Santa em Madri que deverá ser transmitida online.

Comemorações do Domingo de Ramos

No domingo, 28 de março, às 12h00, o Arcebispo de Madrid, Cardeal Carlos Osoro, presidirá a Eucaristia do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

Os ramos serão bentos previamente, seguindo as normas litúrgicas próprias, porém sem a realização de procissão.
A missa será transmitida no canal da Arquidiocese.

As cerimônias da Quinta-feira Santa serão realizadas sem a presença dos fiéis

Na Quinta-feira Santa, 1º de abril, às 18 horas, terá início a Santa Missa da Ceia do Senhor, quando se comemora a instituição da Eucaristia, o sacerdócio e a promulgação do Novo Mandamento.

As cerimônias da Quinta-feira Santa poderão ser acompanhadas ao vivo pela televisão.

Por causa da pandemia, o Cardeal Osoro e as Irmandades de Madrid, suspenderam a realização das Procissões Quaresmais.
Guadium Press

Cardeal fará Sermão das Sete Palavras na Basílica de Jsus Medinaceli

Uma novidade acontecerá na Sexta-feira Santa, 2 de abril: ao meio dia, o Cardeal Osoro pregará o Sermão das Sete Palavras na Basílica de Jesus de Medinaceli (Plaza de Jesús, 2).

Na Catedral de Madri, a celebração da Paixão e Morte do Senhor terá início às 17 horas e podendo ser acompanhada ao vivo pela TV.

Vigília Pascal no Sábado Santo e celebrações do Domingo de Páscoa

A Vigília Pascal terá lugar no Sábado Santo, 3 de abril. Por causa das restrições regionais impostas pela pandemia, o horário ainda está para ser decidido. De qualquer modo as cerimônias serão transmitidas pela televisão.

Encerramento da Semana Santa e Benção Papal

As celebrações litúrgicas da Semana Santa na catedral terminam no dia 3 de abril, Domingo de Páscoa, com uma solene Eucaristia às 12h00.

No final da missa, que será transmitida pelo canal da Arquidiocese no YouTube, o cardeal Osoro dará a Benção Papal. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

O jejum nas Sagradas Escrituras

Shutterstock | Kwangmoozaa
por Ângelo Bellon O.P.

Expiação, reforço da oração, preparação para receber graças.

Por jejum se entende comumente privar-se de comida ou bebida, durante um ou mais dias, de sol a sol. Os ocidentais de hoje, ainda que sejam cristãos, o praticam pouco. Valorizam a moderação no comer e beber, mas o jejum lhes parece prejudicial à saúde ou não entendem direito sua utilidade espiritual. É um comportamento oposto ao que os historiadores das religiões enfrentam: por motivos de ascética, purificação, tristeza, oração, o jejum tem um lugar muito importante nos ritos religiosos.

Antigo Testamento

No Antigo Testamento, Moisés o pratica para dispor o corpo e a alma para receber a Lei de Deus nos Mandamentos: “Permaneceu com o Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água” (Êx 34, 28). É uma prática voluntária para humilhar-se diante de Deus, para livrar-se de dores e preocupações, para afastar as calamidades, para ser escutados por Deus, reforçando a oração com um sacrifício pessoal.

Para os judeus, está previsto por lei somente “o grande jejum”, no dia da Expiação, “Yom Kippur” (Lv 16, 29-31), que era celebrado no equinócio de outono. Esta prática era uma condição de pertencimento ao povo de Deus (Lv 23, 29); durava, como o repouso absoluto, o dia inteiro, e os transgressores recebiam a pena capital.

Na época de Jesus, alguns judeus jejuavam por devoção pessoal, como a anciã Ana, que aparece na apresentação de Jesus no tempo. Reforçava, com o jejum, a súplica a Deus para que enviasse o Messias à terra: “Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações” (Lc 2, 37). Nesta linha se encontram os discípulos de João Batista e os fariseus, alguns dos quais jejuavam duas vezes por semana (Lc 18, 12).

Jesus

Também Jesus jejuou durante 40 dias e 40 noites. Seu jejum tem um significado novo: enquanto Moisés, jejuando, se prepara para receber a revelação divina, Jesus é a própria Revelação, porque é Deus que se manifesta em uma natureza humana, e jejua para merecer que os que haviam escutado a sua Palavra tivessem força para abrir-lhe o coração.

O jejum realizado pelos cristãos conserva o significado dos jejuns realizados no Antigo Testamento: expiação, reforço da oração, preparação para receber graças. Mas acrescenta-se aqui o significado do jejum realizado por Jesus: é uma forma concreta de aderir ao Senhor e ao seu sacrifício para completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo (nossa participação) a favor da sua Igreja, para a conversão de muitos. Aos que perguntavam por que os apóstolos não conseguiam expulsar demônios, Jesus responde que certa espécie de demônio só se expulsa com oração e jejum (Mt 17, 21).

Igreja

A Igreja apostólica conserva os costumes judaicos do jejum, realizando-o com o espírito concreto de Jesus. Os apóstolos jejuam em algumas circunstâncias para preparar-se para conhecer a vontade de Deus e também para comunicar, com maior adesão ao Senhor, a graça da ordem sagrada: “Enquanto eles estavam celebrando o culto ao Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: ‘Reservai para mim Barnabé e Saulo, para a obra à qual os chamei’. Então, depois de ter jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e os despediram” (Atos 13, 2-3). Assim também fazem Paulo e Barnabé, quando nomeiam os presbíteros nas diversas igrejas: “Designaram em todas as igrejas alguns anciãos e, depois de ter orado e jejuado, confiaram-nos ao Senhor, em quem haviam acreditado” (Atos 14, 23). Paulo não se contenta com sofrer fome e sede quando as circunstâncias o exigem, mas acrescenta jejuns repetidos (2 Cor 6, 5; 11, 27).

É por isso que a Igreja considera a Quaresma como um tempo de florescimento espiritual, como uma nova primavera. Por meio do jejum e das práticas penitenciais realizadas em comunhão com Jesus, muitos recebem a força para abrir-lhe o coração e converter-se.

Aleteia

Missionários italianos testemunham a maior enchente da história do Acre

Vale do Juruá (AC) | VaticanNews

O Acre está sofrendo “as pragas do Egito”, disse o Pe. Massimo Lombardi que atua no bairro pobre de Rio Branco, chamado Cidade do Povo. Além das consequências da pandemia de Covid-19, dengue, malária, desemprego e fome, as enchentes estão desabrigando milhares de famílias na região do Vale do Juruá: “estamos vivendo a maior enchente da história. Na última quinta-feira (18), o rio ultrapassou os 14 metros”, nos contou o bispo italiano em Cruzeiro do Sul, dom Flavio Giovenale.

Andressa Collet - Vatican News

O bispo de Cruzeiro do Sul, no Acre, em plena Amazônia brasileira, dom Flavio Giovenale comenta a situação vivida na região do Vale do Juruá há uma semana: “estamos vivendo desde sábado, 13 de fevereiro, a maior enchente da história. Na última quinta-feira (18), o rio Juruá ultrapassou os 14 metros”. A água invadiu as casas e deixou mais de 30 mil pessoas desabrigadas, desabafou o prelado.

O próprio Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta laranja nesta sexta-feira (19), sobretudo às cidades do Vale do Acre e do Juruá, de perigo relacionado ao acumulado de chuvas no Acre. A previsão de mais chuvas gera risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios. Ainda na terça-feira (16), o governador do Acre, Gladson Cameli, tinha decretado situação de emergência devido à cheia dos rios citando cidades como a de Cruzeiro do Sul.

A diocese local está colaborando com a Defesa Civil, os Bombeiros e as prefeituras da região, “organizando campanhas de doação de alimentos, roupas, kits de limpeza e participando da acolhida de famílias que foram obrigadas a deixar as suas casas e não têm parentes que possam ajudar”, revelou ainda dom Flavio.

O bispo italiano afirmou ainda que, graças às cestas adquiridas com a ajuda da REPAM/MISEREOR, estão conseguindo enfrentar as consequências geradas pela primeira fase de uma situação de enchente como essa. Dessa forma, dom Flavio comentou que estão “orientando a vivência da Quaresma na dimensão da caridade no sentido de ajudar as famílias atingidas pela enchente. Com a oração, pedimos a ajuda de Deus para frear o avanço das águas e o fim da emergência”.

As pragas do Egito

Além da enchente e da pandemia, no último mês a malária e a dengue também voltaram com força no Acre. “Nós estamos sofrendo atualmente as pragas do Egito”, disse Pe. Massimo Lombardi, que atua no Bairro Cidade do Povo, em Rio Branco, capital que também já teve a situação de emergência reconhecida por causa das consequências das chuvas: uma enxurrada no dia 9 de fevereiro deixou 40 bairros atingidos pelas águas de igarapés que transbordaram. Ele também é italiano e está há mais de 45 anos no Brasil:

“Temos as enchentes do rio e dos igarapés com cerca de 38 bairros que já estão debaixo das águas e a prefeitura e a Defesa Civil estão preparando as áreas para alojar as famílias desabrigadas. Na Área Missionária onde eu moro e trabalho, temos um centro comunitário que diariamente recebe pessoas que chegam aqui, apresentando as necessidades mais urgentes, como a alimentação.”

O Pe. Massimo disse que já cadastraram 720 famílias que estão recebendo ajuda pelos motivos mais diversos e que, através da ajuda de empresários, conseguem distribuir de segunda a sexta-feira, sempre às 17h, “240 sopas em quatro lugares diferentes da Cidade do Povo”, além de doar cestas básicas quando recebem em caridade. Só nos último 3 meses, contou satisfeito o padre italiano, foram distribuídas 15.660 sopas. “Que a solidariedade, a partilha e a oração possam nos dar a garantia de uma vitória”, finalizou o Pe. Massimo Lombardi.

A disbruição diária de sopas às famílias
Bairro Cidade do Povo, em Rio Branco
VaticanNews
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Por que a Cátedra de São Pedro é importante? Isso é o que deve saber desta festa

Cátedra de São Pedro (esquerda) e Papa Francisco (direita) /
Foto: Daniel Ibañez (ACI Prensa)

REDAÇÃO CENTRAL, 22 fev. 21 / 06:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 22 de fevereiro a Festa da Cátedra de São Pedro, para recordar a autoridade do Vigário de Cristo na terra; por isso, o sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Florian Kolfhaus, refletiu sobre sua importância tanto na Igreja como no mundo inteiro.

“A Santa Sé, cujo conceito remonta ao banco de madeira de um pescador, a quem o Senhor nomeou Pastor de sua Igreja, é a mais alta autoridade moral em todo o mundo atual”.

“Também os não cristãos prestam atenção às palavras do Papa sobre paz, migração e proteção climática”, escreveu Mons. Kolfhaus em uma coluna publicada em CNA Deutsch – agência em alemão do Grupo ACI –, em 22 de fevereiro de 2017.

O Papa “goza do reconhecimento de cerca de 170 Estados e 20 organizações internacionais” e “é reconhecido em virtude de suas relações de séculos com ouros Estados”, acrescentou o especialista, ao recordar que o Pontífice também é um soberano sujeito de direito internacional.

“O Papa, e só ele entre todos os demais líderes religiosos, é quem goza da autoridade de um chefe de Estado, equiparada a dos presidentes. E tudo isso se deve, por assim dizer, ao banquinho de madeira sobre o qual se sentou São Pedro, quando ensinava à comunidade de Roma”, acrescentou.

Entretanto, o sacerdote disse que mais importante do que os temas políticos é “a preservação e autêntica interpretação da fé, que foi confiada a Pedro e a seus sucessores”.

“A ele foi prometida – tal como belamente mostra o altar em São Pedro – a especial assistência do Espírito Santo ao explicar o Evangelho de Cristo a partir da Tradição da Igreja e de seus padres”.

“O Papa, e somente ele, tem a potestade das chaves, para atar e desatar. Ele tem poder direto, imediato, limitado só pela Lei Divina sobre toda a Igreja. Ele é o pastor supremo a quem é confiada a totalidade do rebanho do Senhor. A Igreja celebra hoje este elevado serviço do servidor dos servos de Deus”, enfatizou.

Apesar dessas características, Mons. Kolfhaus recordou que cada Papa deve ter consciência de que é um “homem frágil e débil” e “precisa constantemente de purificação e conversão”.

“Mas deve ter também consciência de que lhe vem do Senhor a força para confirmar seus irmãos na fé e mantê-los unidos na confissão de Cristo crucificado e ressuscitado”, acrescentou.

Por outro lado, o sacerdote indicou que o Bispo de Roma se senta em sua cátedra para dar “testemunho de Cristo” e que esse poder conferido por Cristo a ele e a seus sucessores “é, nesse sentido absoluto, um mandato para servir”.

“A potestade de ensinar, na Igreja, implica um compromisso ao serviço da obediência à fé”, ressaltou.

Finalmente, Mons. Kolfhaus recordou que o Papa “não é um soberano cujo pensamento e vontade são lei”.

“Ao contrário: o ministério do Papa é garantia da obediência a Cristo e a sua Palavra. Não deve proclamar suas próprias ideias, mas vincular constantemente a si mesmo e a Igreja à obediência à Palavra de Deus , frente a todas as tentativas de adaptação e alteração, assim como frente a todo oportunismo”, concluiu.

ACI Digital

Cátedra de São Pedro

Cátedra de São Pedro | ArqSP
22 de fevereiro
A Cátedra de São Pedro era comemorada em duas datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo.

Por se tratar de uma das mais expressivas datas da Igreja o martirológio decidiu unificar os dois dias e festejar apenas o dia 22 de fevereiro, que é a mesma data do livro "Dispositio Martyrum", único motivo da escolha para a celebração.

Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese. Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive sobre os outros apóstolos.

Sem dúvida alguma foi o mais importante dos escolhidos por Jesus Cristo. Recebendo a incumbência de se tornar a pedra sobre a qual seria edificada Sua Igreja, Pedro assumiu seu lugar de líder, atendendo a vontade explícita de Jesus, que lhe assinalou a tarefa de "pascere" em grego, isto é guiar o novo povo de Deus, a Igreja.

Veremos de fato que Pedro desempenhando, depois da Ascensão, o papel de guia. Presidiu a eleição de Matias e foi o orador do dia de Pentecostes. Mais tarde enfrentou a perseguição de Herodes Agripa, que pretendia matá-lo para aplicar um duro golpe no cristianismo. Implantou as fortes raízes do catolicismo em Antioquia, e então partiu para Roma, onde reinava o imperador Cláudio.

A Igreja ganhou grande força com a sua determinação. Alguns fatos históricos podem ser comprovados através da epístola de São Paulo aos Romanos, do ano 57. Nela, este apóstolo descreve o crescimento da fé cristã, em todos os territórios dos domínios deste Império, como obra de Pedro.

Mas foi na capital, Roma, que Pedro deu impulso gigantesco à expansão do Evangelho, até o seu martírio e a morte, que aconteceram na cidade-sede de toda a Igreja. Conforme constatação extraída dos registros das tradições narradas na época e aceita por unanimidade pelos estudiosos, inclusive os não cristãos. Posteriormente atestadas, de modo histórico irrefutável, pelas escavações feitas em 1939, por ordem do Papa Pio XII, nas Grutas Vaticanas, embaixo da Basílica de São Pedro, e cujos resultados foram acolhidos favoravelmente também pelos estudiosos não católicos.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br
Arquidiocese de São Paulo

HISTÓRIA DE SANTA MARGARIDA DE CORTONA

Sta. Margarida de Cortona | gloria.tv
22 de fevereiro

Origens 

Margarida perdeu a mãe ainda muito criança. Isso foi determinante em sua vida. Seu pai casou-se novamente. Com isso, Margarida iniciou uma vida de grandes sofrimentos nas mãos de sua madrasta. Abandonada dentro da família, ela cresceu sem limites e desenvolveu várias desordens emocionais e uma abertura perigosa aos luxos e prazeres desregrados.

Amante

Ainda adolescente, Margarida tornou-se amante de um homem nobre e muito rico. Daí em diante, passou a usufruir da fortuna do amante e entregou-se às diversões mundanas. Levava uma vida frívola, vazia e preocupada apenas com prazer e diversão.

Um choque muda sua vida

Um dia, porém, seu amante foi fazer vistorias em alguns terrenos seus e foi assassinado. Margarida só encontrou o corpo dias depois, porque, estranhando a demora do homem,  decidiu seguir a cachorrinha de estimação que o tinha acompanhado na viagem. Quando ela viu o corpo do homem já em putrefação, teve a iluminação do arrependimento. Percebeu, ali, a futilidade da vida que vivia e voltou para a casa de seu pai. Seu objetivo era passar o resto de sua vida em penitência.

Penitência pública e perseguição da madrasta

Com o intuito de mostrar publicamente sua conversão, Margarida foi à missa tendo uma corda amarrada no pescoço. Pediu perdão a todos pelo desrespeito de sua vida passada. Essa atitude, porém, despertou a inveja de sua madrasta. Esta tramou e agiu até conseguir que Margarida fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu bastante por causa disso. Chegou a pensar em voltar à sua vida de riqueza e luxuria. Porém, venceu a tentação e, com firmeza, manteve-se na decisão que tinha tomado.

Franciscana terceira

Margarida procurou os franciscanos de Cortona e conseguiu ser aceita na Ordem Terceira. Porém, para ser aceita definitivamente, teria que enfrentar três anos de provações. Nessa época, ela infligiu a si mesma as penitências mais severas, com o intuito de vencer as tentações. Os superiores franciscanos passaram, então, a orientá-la. Isso a impediu de voltar a cometer excessos em suas penitências.

Mística

Com apenas vinte e três anos Santa Margarida de Cortona, foi agraciada com várias experiências religiosas e místicas, presenciadas e confirmadas por seus diretores espirituais franciscanos. Entre essas experiências, há relatos de visões, revelações, visitas do anjo da guarda e até mesmo aparições de Jesus Cristo. Aliás, com Jesus ela conversava frequentemente nos momentos de orações contemplativas.

Morte

Santa Margarida de Cortona percebeu a aproximação de sua morte e partiu para o Pai serenamente. Era o dia 22 de fevereiro de 1297. A canonização de Santa Margarida de Cortona foi celebrada pelo Papa Bento XIII no ano 1728. Sua veneração litúrgica ficou instituída para o dia de sua morte.

Oração a Santa Margarida de Cortona

“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Margarida de Cortona, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Cruz Terra Santa

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O apelo do arcebispo de Aleppo: ajudem-nos a ficar na Síria

Residentes de Aleppo que retornam à casa para conferir
os danos  (AFP or licensors)

Após 10 anos da guerra civil que destruiu a Síria, a ONU publicou um relatório documentando os crimes de guerra perpetrados pelas facções. Na ocasião, o arcebispo greco-melquita de Aleppo, dom Jean-Clément Jeanbart, denunciou, em entrevista, a dramática situação humanitária no país e fez um premente apelo à comunidade internacional.

Marina Tomarro, Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

“Antes da guerra, a cidade de Aleppo, na Síria, estava na vanguarda. No norte do país, desenvolveu-se uma grande área industrial, onde as pessoas viviam bem. Com a chegada da guerra, tudo foi destruído e muitas indústrias foram obrigadas a se transferir para a Turquia”. É o que narra Dom Jean-Clément Jeanbart, arcebispo Greco-melquita de Aleppo, sobre a dramática condição em que se encontram os sírios, após dez longos anos de guerra: uma situação que, infelizmente, se agrava, com o passar dos anos, sem poder contar com um mínimo de esperança para seu renascimento. “Em nossa cidade – afirma o Arcebispo – a realidade é desesperadora: casas, escolas, hospitais foram destruídos e as pessoas não têm dinheiro nem para comprar pão”.

Relatório da ONU

No relatório, publicado pela Missão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria, - que será apresentado no próximo 11 de março ao Conselho de Direitos Humanos, poucos dias antes do décimo aniversário do conflito, - destaca-se que metade da população foi obrigada a deixar suas casas e seis em cada dez sírios vivem em extrema pobreza. O relatório recorda que o regime de Bashar Al-Assad utilizou a pressuposta luta contra o terrorismo para bombardear, indiscriminadamente, alvos civis, inclusive estruturas médico-hospitalares, escolas e centros comerciais. Tais ataques foram perpetrados também por outros autores, como o autodenominado Estado Islâmico, Milícias curdas, aliança islâmica Hayat Tahrir al Sham. No documento, lê-se ainda que, nos dez anos de guerra, foram detectados pelo menos 38 ataques com armas químicas. Antes do conflito, a Síria contava 22 milhões de habitantes, mas a metade foi obrigada a deixar suas casas: cerca de seis milhões ficou sem teto no país e mais de cinco milhões se refugiaram em outros países, como na Turquia, Jordânia, Líbano, Egito ou Iraque.

A preciosa ajuda da Igreja

“O preço mais alto de todo este sofrimento – disse Dom Jean-Clément Jeanbart – foi pago pelos mais pobres e os viviam na precariedade, que, agora, não têm mais nada”. A contribuição da Igreja foi fundamental para ajudar a população a sobreviver nesta situação dramática: “Nós procuramos ajudá-la, com todos os meios, arcando, de modo parcial, com as despesas das famílias, as mensalidades das crianças nas escolas, os salários dos professores e funcionários. Por outro lado, visto que os jovens casais não queriam ter filhos, por não poder criá-los com dignidade, instituímos um fundo para cada recém-nascido, contribuindo assim para o aumento da natalidade nestes anos”. A ajuda da Conferência Episcopal Italiana também foi preciosa, disse ainda Dom Jeanbart: “Graças à sua contribuição conseguimos reconstruir mais de sessenta casas, para que as famílias permanecessem na cidade ou retomassem suas vidas, porque, infelizmente, os aluguéis são altíssimos e muitos nem têm o que comer”.

País dos primeiros Cristãos

Neste triste cenário humanitário, a ajuda da comunidade internacional é fundamental, mas o objetivo não deve ser o de deixar a Síria, mas ajudá-la a renascer. “Antes da guerra civil - explica o Arcebispo Jeanbart – todos viviam em paz: cristãos, muçulmanos e membros de outras confissões religiosas; todos nós queremos voltar à nossa normalidade e recobrar nossa liberdade religiosa. Neste país, o Cristianismo deu seus primeiros passos, mas esta terra está inundada pelo sangue de tantos mártires, que não renunciaram à sua fé. Por isso, não queremos deixar a Síria: pedimos à Comunidade internacional que nos ajude a ficar aqui e a viver em paz, pois nascemos nesta terra e dela não queremos sair”.

Vatican News

UNIDADE PARA SALVAR A HUMANIDADE

muzmix.com
por Dom Reginaldo Andrietta
Bispo de Jales (SP)

O mundo enfrenta, atualmente, uma de suas piores crises humanitárias. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), se todas as pessoas que necessitam de ajudas humanitárias emergenciais se juntassem em uma nação, essa seria a quinta nação mais populosa do planeta, com cerca de 235 milhões de habitantes. A ONU também destaca, entre as principais causas da extrema pobreza que atinge 736 milhões de pessoas, diversos tipos de conflitos.

Nesses conflitos, em geral, de cunho político, econômico, étnico e religioso, comumente, as elites locais, associadas a interesses de grandes nações e corporações internacionais, buscam apropriar-se dos poderes do Estado, impor-se midiática e militarmente, tirar proveito de recursos públicos e naturais, e beneficiar seus negócios. Embora os setores sociais e econômicos mais frágeis sofram as piores consequências desses conflitos, todos perdem.

Conflitos assim, além de gerarem mortes e miséria, destroem culturas e o potencial de fraternidade entre povos e nações. Conflitos nunca são benéficos. Como solucioná-los senão sanando suas causas, por meio do diálogo civilizado, fundado nos valores de fraternidade, justiça, liberdade, corresponsabilidade? Como, pois, exercer o diálogo no Brasil atual, com esses critérios, neste tempo de grandes tensões que afetam nossa vida cotidiana?

O momento é oportuno. É quaresma, tempo especial para rever nossos relacionamentos e nossa vida social, reconhecer nossos erros e reconciliarmo-nos, inspirados no tema do “diálogo” proposto pela Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, em seu lema, “Cristo é nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14a), e em seu principal objetivo: promover a cultura do diálogo e da unidade, neste país marcado por muitos tipos de conflitos.

Consideremos, por exemplo, que o grande número de mortos pela Covid-19 podia ter sido evitado se, desde o início desta pandemia, cidadãos, instituições e gestores públicos tivessem agido unificadamente, de modo mais corresponsável. Mortes podem ainda ser contidas. No entanto, prevalecem autoritarismos políticos e estímulos a polarizações e divisões na sociedade, que sufocam clamores populares em defesa da saúde pública.

Quais outras situações conflituosas, de grande magnitude, nos afetam? Desigualdades econômicas extremas, racismo e intolerância a modos de vida, a religiões e a visões políticas diferentes. Divididos somos facilmente dominados e explorados. Desunida, nossa nação continua sendo saqueada. Vale, pois, enfatizar a afirmação de Cristo: “Todo reino dividido ficará em ruínas; toda cidade ou casa dividida não se sustentará” (Mt 12,25).

Como acabar com o que nos divide e construir uma convivência social pacífica e justa? O que a Igreja nos propõe, por meio da Campanha da Fraternidade deste ano, é simples e fundamental: derrubar os muros da inimizade, por meio de nossa comunhão em Cristo, fonte de paz. Na perspectiva bíblica, a paz é fruto da justiça (cf. Is 32,17), construída pelo diálogo amoroso que une corações e unifica ações em prol de um projeto comum de sociedade.

Rejeitemos, portanto, tudo o que divide o próprio Corpo de Cristo, a Igreja. Testemunhemos o amor fraterno de forma inquestionável, pois assim seremos reconhecidos como discípulos de Jesus (cf. Jo 13,35). Sejamos solidários, especialmente com os que necessitam de ajuda emergencial para sobreviver. Unamo-nos contra todo tipo de dominação e violência. Almejemos, enfim, ser “perfeitos na unidade” (Jo 17,23) para salvar a humanidade.

CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF