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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

A transitoriedade das coisas

withered-flower
por Prof. Felipe Aquino

Uma das reflexões mais profundas que podemos fazer é sobre a efemeridade de todas as coisas que envolvem nossa existência. Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio de Deus nisso?

Cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete sem cessar suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório (…) nada eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha. Todo dia que nasce logo se esvai (…) e assim tudo passa, tudo é transitório, Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro? Compra-se uma camisa nova, e logo já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos (…), e assim por diante.

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. Por mais durável que seja um objeto, depois de algum tempo estará velho ou obsoleto, a marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre.

A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que Deus nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.

Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia”.

E isto mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Certa vez, um sacerdote cansado me dizia que desejava ir logo para Deus, viver uma vida mais estável; então não precisaria tomar banho todos os dias nem usar desodorante para não ficar com o corpo malcheiroso. Aquele sacerdote já estava cansado da transitoriedade da vida e já ansiava pela vida permanente.

Com a precariedade da vida e de tudo o que nos cerca, Deus nos ensina, diária e constantemente, que tudo passa e que não adianta querermos construir o céu aqui nesta terra.

Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que Deus lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20a).

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e constante que Deus encontrou para nos dizer a cada momento que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfeição da alma buscada na longa caminhada de uma vida de meditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1Cor 15,28b).

A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida, se a vivermos para os outros e para Deus.

São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”.

Só o amor; a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira dimensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.

Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensaríamos em Deus e no céu. Acontece que Ele tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:

“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Cor 2,9).

A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, Ele não quer que nos acostumemos com esta, mas que busquemos a outra, onde não haverá mais sol porque o próprio Deus será a luz, e não haverá mais choro nem lágrimas.

Aqueles que não creem na eternidade jamais se conformarão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre sonharão com a construção do céu nesta terra.

Para os que creem, a efemeridade tem sentido: a vida não será tirada, mas transformada; o “corpo corruptível se revestirá da incorruptibilidade” em Jesus Cristo (cf 1Cor 15,54).

Prof. Felipe Aquino

Editora Cléofas

Por que praticamos o ascetismo na Quaresma?

pixabay
por Michael Rennier

O ascetismo é uma prática antiga, que nos torna pessoas melhores e mais apaixonadas por Deus.

Estamos agora no período da Quaresma, fazendo nossos pequenos sacrifícios e nos preparando para a Páscoa. Trata-se de prática antiga, conhecida como ascetismo.

Alguns dos santos que conhecemos e amamos eram altamente ascetas. Eles levavam a prática a extremos quase inimagináveis. São Simeão, por exemplo, passou 37 anos sentado no topo de um pilar. Já São Jerônimo golpeava seu peito com pedras. São Tomás Becket usava uma vestimenta áspera que irritava constantemente sua pele. E eu? Bom eu estou apenas tentando rezar um pouco mais e comer um pouco menos durante a Quaresma. De fato, não sou um grande asceta.

São Francisco e o ascetismo

O maior dos ascetas, com certeza, foi São Francisco de Assis. Ele se recusava a comprar para si mesmo uma única peça de roupa. Vestia um velho manto marrom que estava tão remendado com retalhos de tecido doados que não sobrou nenhum material original nele. Ele nunca usou sapatos. Além disso, ficava sem comer por longos períodos de tempo. Quando comia, era apenas sobras que implorava aos transeuntes.

Todos os anos, os católicos são encorajados durante a Quaresma a seguir a deixa de Francisco e fazer mais com menos. Não é apenas um hábito católico. Livros populares e programas de televisão sobre minimalismo pregam maior simplicidade. Quando se trata de luxos, há, é claro, também o fator limitante de nossa pontuação de crédito e receita. Somos limitados pela economia básica e aprendemos a deixar certos sonhos de lado como luxos inatingíveis. Você e eu provavelmente não teremos nossas próprias equipes esportivas profissionais ou ilhas particulares. Nós nos adaptamos ao que temos, contamos nossas bênçãos e aprendemos a ser felizes.

Ser feliz com pouco

Muitas vezes me pergunto sobre o por quê das pessoas que têm menos parecerem ser tão satisfeitas com suas vidas quanto as que têm mais. De fato, aqueles que têm mais parecem ser os mais infelizes entre nós. Talvez porque nunca tenham aprendido o valor do ascetismo. É contra-intuitivo, mas as pessoas que fazem as pazes com não possuir um certo luxo sempre acabam se beneficiando emocionalmente e espiritualmente da privação.

Vou compartilhar com você um exemplo pessoal, um (muito) pequeno ato de ascetismo que me fez mais feliz. Durante toda a minha vida, eu fui uma coruja noturna. Gosto de ficar acordado até tarde lendo, pintando ou assistindo a um dos programas noturnos da televisão. Com o passar dos anos, fui percebendo que essas horas tardias eram menos voltadas para criatividade e leitura e mais voltadas para assistir televisão. Eu estava perdendo horas do meu dia. Por isso decidi acordar mais cedo e comecei a acordar às 6 da manhã. Agora, durmo mais cedo e, quando me levanto, faço uma xícara de café e leio por uma hora antes que a agitação do dia me leve.

Aprendi a amar esta hora de quietude, estou lendo mais do que nunca e estou animado para acordar todas as manhãs. Certamente, o pequeno sacrifício de acordar mais cedo do que eu queria inicialmente melhorou muito meu dia. Não me parece mais um sacrifício.

O ascetismo é restaurador

O ascetismo não tem o objetivo de nos prejudicar. Muito pelo contrário: é restaurador. O jejum não tem o objetivo de prejudicar nossos corpos e abrir mão de outros luxos não tem o objetivo de nos tornar miseráveis.

Deus não quer que fiquemos tristes e não é um sinal de nossa devoção destruir nossa saúde. Quando pensamos em São Francisco – o maior de todos os ascetas – não imaginamos um homem triste e deprimido. Pelo contrário: Francisco é famoso por sua alegria. Cada sacrifício que ele deu a Deus o tornou mais feliz.

Quando converso com meus amigos sobre os sacrifícios quaresmais que eles fazem, eles são sempre honestos sobre o quão difícil isso pode ser. Além disso, eles também expressam o quanto são gratos por terem tentado viver com menos e o quanto cresceram com o esforço. Isso ocorre porque o próprio esforço ajuda a nos libertar. Somos mais do que nossas posses físicas, do que nossos confortos materiais e nossos desejos. Entretanto, não enxergamos isso até que vivamos sem eles por um período de tempo e percebamos que não precisamos deles tanto quanto pensávamos.

Sacrifícios, alegria e amor

Acima de tudo, o ascetismo abre espaço em nossos corações para a alegria e o amor. Por que São Francisco era tão feliz? G.K. Chesterton diz que Francisco era um homem apaixonado: “Ele era um amante de Deus e era real e verdadeiramente um amante dos homens … Em tal romance não haveria contradição entre o poeta colhendo flores ao sol e suportando uma vigília gelada na neve, entre o seu louvor a todo terreno e beleza corporal e então se recusando a comer …”

Considere, então as pessoas que você ama – cônjuge, filhos, pais, amigos. Praticamos, de fato, ascetismo com cada um deles. Um casal divide espaço, reprime os desejos individuais e pensa primeiro no outro. Um pai sofre pelos filhos, vai cuidar deles a vida inteira. Vai acompanhá-los em eventos esportivos e recitais de dança, adia férias e luxos materiais. Passamos tempo cuidando de pais idosos, levando-os ao médico e examinando-os.

Damos muito de nós mesmos – tempo, energia, autonomia pessoal. Tudo isso é alegria! Ninguém contabiliza esses custos, porque os pequenos sacrifícios são mais do que compensados pela presença de quem amamos. Renunciamos a um bem menor por um bem maior. É o mesmo com os sacrifícios da Quaresma, só que o fazemos por amor a Deus. É tudo alegria!

Aleteia

Expedição da NASA leva o nome de Nossa Senhora a Marte

Nossa Senhora das Flores | Guadium Press
“O fato da invocação de Nossa Senhora das Flores ter chegado a Marte é algo muito singular, não é nada que tenhamos pensado ou imaginado”, afirmou o Irmão maior da Irmandade de Nossa Senhora das Flores.

Redação (22/02/2021 13:30, Gaudium Press) Na última quinta-feira, 18 de fevereiro, a invocação de Nossa Senhora das Flores, padroeira da cidade de Álora, em Málaga (Espanha), chegou ao planeta Marte.

Sete meses após o drone Ingenuity ter partido da Terra, o dispositivo da Nasa pousou em Marte acoplado ao robô (rover) Perseverance, que levou o nome da Mãe de Deus ao “planeta vermelho”, durante a expedição intitulada ‘Mars 2020’.

Guadium Press

Missão ‘Mars 2020’

No final de 2019, a NASA abriu uma seleção de nomes para 150 mil placas de identificação que viajariam no robô enviado a Marte. O católico Francisco José Fernández, em uma clara manifestação de sua devoção, resolveu inscrever o nome da sua invocação mariana preferida.

As placas com os nomes que foram inscritos para a Missão ‘Mars 2020’ estão inseridas em um chip elaborado em metal durável, já que se prevê que dure milhares de anos, o qual ficará no interior de Rover.

“O objetivo é que quando o robô deixe de funcionar para toda a eternidade, em seu interior estejam esses nomes caso alguém encontre a máquina ou se os humanos acabarem se instalando em Marte”, explicou Francisco José Fernández.

Algo até então inimaginável

Quando Fernández foi informado que o nome de Nossa Senhora das Flores havia sido selecionado para a missão em Marte, fez questão de avisar ao Irmão maior da Irmandade de Nossa Senhora das Flores, Álvaro Fernández García-Gordillo, que recebeu com surpresa a notícia.

“Fico surpreso com esta iniciativa. Sempre é um motivo de orgulho que Nossa Senhora das Flores saia da cidade, mas o fato de ir a Marte é muito singular, não é nada que tenhamos pensado ou imaginado”, afirmou o religioso. (EPC)

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Bispo de Jundiaí e Scalabrinianos tomam medidas em caso de pastor que “concelebrou” Missa

Imagem: Diocese de Jundiaí

JUNDIAÍ, 23 fev. 21 / 08:39 am (ACI).- O Bispo de Jundiaí, Dom Vicente Costa, e o Superior Regional da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos) adotaram medidas no caso do padre que permitiu que um pastor “concelebrasse” a Missa, entre as quais está o afastamento do sacerdote do ofício de pároco.

O caso ocorreu durante a Missa de Quarta-feira de Cinzas, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, a qual é confiada à Congregação dos Missionários de São Carlos. A celebração foi presidida por Padre José Carlos Perroni e contou com a presença do Pastor Francisco Leite, da igreja presbiteriana Unida do Brasil.

Um vídeo que ganhou grande alcance nas redes sociais mostra partes da Santa Missa em que o pastor aparece lendo um trecho da Oração Eucarística e elevando a Sagrada Eucaristia durante a oração do Cordeiro. Além disso, após o sacerdote comungar, também o pastor consome a hóstia consagrada.

À ACI Digital, Dom Vicente Costa contou que teve conhecimento do ocorrido na quinta-feira e, já na sexta-feira, se reuniu com o provincial dos Scalabrinianos que foi de São Paulo a Jundiaí. Assim, como assinalou nota de esclarecimento publicada pela Diocese de Jundiaí, acharam “oportuno, em comum acordo”, o afastamento de Pe. José Carlos “do ofício de Pároco”.

Além disso, em nota, o Bispo informou que, “conforme a vigente legislação da Igreja em situações como esta, enviamos o ocorrido à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, a fim de que nos seja indicado qual o caminho a seguir”.

“Como Bispo - afirma Dom Vicente - não podia deixar de levar à Congregação para Doutrina da Fé (em Roma)”; e ressaltou que a remoção do sacerdote do cargo de pároco se deu “em comum acordo” com o provincial, que considerou que seria “bom que o padre se afastasse de Jundiaí” tanto para o próprio presbítero quanto para a comunidade.

Na mesma nota, foi informado que o sacerdote Scalabriniano Giuseppe Bortolato foi nomeado administrador paroquial. Nesse sentido, o porta-voz da Diocese de Jundiaí, Pe. Milton Rogério Vicente, disse à ACI Digital que a nota de esclarecimento foi lida em todas as Missas na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e que a comunidade acolheu bem o novo sacerdote.

“Entenderam que foi uma decisão da Igreja Mãe e Mestra e que, assim, estão em boas mãos”, disse o porta-voz, acrescentando que “os fiéis têm acompanhado o caso em oração”.

A seguir, a íntegra da nota da Diocese de Jundiaí:

“Irmãos, no caso de alguém ser surpreendido numa falta (…), corrigi-o, em espírito de mansidão” (Gl 6,1).

Diante do fato ocorrido na Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro pp., na Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, Bairro Colônia, cidade de Jundiaí – SP, quando o Pároco, Revmo. Padre José Carlos Pedrini, CS, celebrou a Santa Eucaristia com a participação ativa de um ministro não pertencente à Igreja Católica – fato este não permitido pelas normas de nossa Igreja –, queremos esclarecer aos fiéis quanto segue:

  1. Lamentamos sinceramente o acontecimento que gerou, com razão, grande desorientação e divisão entre os fiéis. Além disso, como se não bastasse a perturbação da comunidade local, a ampla divulgação do evento pelas mídias digitais tem causado reações muito diversas e completamente opostas, acentuando ainda mais a ferida infligida à unidade eclesial, que encontra justamente na Santa Eucaristia a sua fonte e o fundamento último de sua unidade na mesma fé, esperança e caridade. 
  2. Acreditamos que o referido Presbítero, conhecido por sua dedicação e generosidade, particularmente aos pobres e aos migrantes, não tenha agido de má-fé. Uma inadequada compreensão das iniciativas relacionadas ao sempre louvável diálogo ecumênico talvez esteja na base de seu impulso. Importa salientar, portanto, que sua ação parece não derivar da consciência expressa de querer desobedecer às normas da Igreja Católica ou ferir a sacralidade da Santíssima Eucaristia. 
  3. Continuamos a acreditar firmemente no diálogo ecumênico sadio e autêntico com outras comunidades cristãs, tão defendido pelo Concílio Vaticano II e pelos pronunciamentos dos últimos Papas, a fim de podermos atender à prece de nosso Senhor Jesus Cristo: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). E renovamos nossos sentimentos de fraterna estima pela Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, que, na pessoa de um de seus pastores, malgrado seu, se viu envolvida numa situação que nos é tão sensível. 
  4. Conforme a vigente legislação da Igreja em situações como esta, enviamos o ocorrido à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, a fim de que nos seja indicado qual o caminho a seguir. Neste tempo, achamos oportuno, em comum acordo com o Superior Regional da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos), que o Revmo. Padre José Carlos Pedrini, SC, seja afastado do ofício de Pároco. E no seu lugar, foi nomeado o Revmo. Padre Giuseppe Bortolato, CS, como o Administrador Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. 
  5. Por fim, asseguramos a todos que essas medidas foram tomadas num ambiente de diálogo fraterno entre todas as partes envolvidas, pois cremos na “fraternidade e diálogo: compromisso de amor”.

Que Cristo, nossa Paz, fortaleça nossa união, “para que do que era dividido, Ela faça uma unidade” (cf. Ef 2,14a), tornando-nos cada vez mais “um só Corpo e um só Espírito”.

Jundiaí – SP, 20 de fevereiro de 2021. 

Dom Vicente Costa
Bispo Diocesano de Jundiaí

ACI Digital

S. POLICARPO, BISPO DE ESMIRNA E MÁRTIR

São Policarpo | VaticanNews

Nasceu no ano 69-70 de pais cristãos. Aprendeu dos Apóstolos os ensinamentos de Cristo, tornando-se discípulo de João. Narram Ireneu – seu aluno e mais tarde bispo de Lyon – e o historiador Eusébio de Cesareia: “Policarpo não somente foi educado pelos Apóstolos e viveu com muitos daqueles que haviam visto o Senhor: mas foi também dos Apóstolos que se estabeleceram na Ásia como bispo da Igreja de Esmirna” (Adversus Haereses III 3,4; História Eclesiastica IV 14,3,4).

É de um tal de Marcião (testemunha ocular de seu martírio) o Martyrium Polycarpi, considerado por muitos o mais antigo e autêntico dos Atos dos Mártires. Trata-se da primeira obra na qual é definido mártir quem morrer por causa da fé.

Durante o seu longo episcopado, Policarpo distinguiu-se pelo zelo em conservar fielmente a doutrina dos Apóstolos ao difundir o Evangelho entre os pagãos e em combater as heresias. Ireneu o define como pregador paciente e amável e destaca sua grande solicitude pelas viúvas e pelos escravos.

A amizade no episcopado com Inácio de Antioquia

Em 107 Policarpo acolhe em Esmirna Inácio de Antioquia, de passagem e sob escolta, em direção a Roma para ser julgado. Célebres as sete cartas que Inácio endereçou às Igrejas ao longo de seu caminho; as primeiras quatro partem justamente de Esmirna. De Tróade, depois, escreve aos fiéis de Esmirna e ao seu bispo Policarpo, encarregando-o de transmitir à Igreja de Antioquia a sua última recordação e descrevendo-o um bom pastor e combatente pela causa de Cristo.

E é a Policarpo que os Filipenses pedem para recolher as cartas de Inácio. O bispo de Esmirna envia a eles o que foi pedido, junto a uma carta sua, para exortá-los a servir a Deus no temor, a crer n’Ele, a esperar na ressurreição, a caminhar no caminho da justiça, tendo sempre diante dos olhos o exemplo dos mártires e principalmente de Inácio.

Também a Epístola aos Filipenses de Policarpo é bastante conhecida. Chegada aos nossos dias, é importante em particular pelas notícias históricas que dela se podem tirar e pelos dogmas sobre o Credo que são recordados.

Por volta do final de 154, Policarpo parte para Roma, como representante dos cristãos da Ásia Menor, para tratar com o Papa Aniceto sobre diversas questões, e principalmente sobre a data da Páscoa: nas Igrejas Orientais era celebrada no dia 14 do mês judaico de Nisan, enquanto na capital do Império no domingo sucessivo. Não se chega a um acordo, mas as relações entre as Igrejas permanecem amigáveis.

Mártir aos 86 anos

Sob o Imperador Antonino Pio desencadeiam perseguições também em Esmirna. Policarpo é preso. Os atos de seu martírio narram que “levado diante do pró-Cônsul, ele...procurou persuadi-lo a renegar, dizendo: “Pensa na tua idade...muda de pensamento...jura e eu te liberto. Amaldiçoe Cristo”. Policarpo responde: “Por 86 anos eu O servi, e não me fez mal algum. Como então poderia blasfemar contra meu Rei e meu Salvador?...ouçam claramente. Eu sou cristão”. Foi decidido que seria queimado, mas permanece ileso e é morto pela espada.

“Estes os fatos – lê-se no Martyrium Polycarpi – sobre o beato Policarpo que com aqueles de Filadélfia foi o 12º a sofrer o martírio em Esmirna. O beato Policarpo testemunhou o segundo dia de Santico, o sétimo dia antes das calendas de março, do grande sábado, na hora oitava. Foi preso por Herodes, pontífice de Tralli, durante o proconsulado de Statius Quadratus, rei eterno nosso Senhor Jesus Cristo”.

Vatican News

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Papa: Santa Faustina convida a voltarmos à fonte da misericórdia

Papa Francisco rezando na Capela de Santa Faustina Kowalska,
no Santuário da Divina Misericórdia em 30 de julho de 2016 

“Voltemo-nos à fonte da misericórdia. Tenhamos a coragem de voltar a Jesus”. São palavras do Papa Francisco ao recordar os 90 anos da primeira revelação da imagem de Jesus Misericordioso à Santa Faustina Kowalska. A carta foi endereçada a Dom Piotr Libera, Bispo de Płock, na Polônia.

Vatican News

O Papa Francisco escreveu uma carta ao Bispo de Płock, na Polônia por ocasião das celebrações do 90º aniversário da primeira revelação da imagem de Jesus Misericordioso à irmã Faustina Kowalska em 22 de fevereiro de 1931. Portanto hoje será realizada uma solene celebração no Santuário da Divina Misericórdia na cidade de Płock, lugar da aparição.

Na sua carta Francisco recorda as palavras que Santa Irmã Faustina ouviu na ocasião:

“Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela, e depois no mundo inteiro. (Diário, 47)”

Compartilhando a alegria da Igreja de Płock pelo aniversário o Papa recorda outras palavras de Jesus escritas no Diário da Santa: "A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar à fonte da minha misericórdia" (Atas 699).  E Francisco encoraja:

“Voltemo-nos à esta fonte. Peçamos a Cristo o dom da misericórdia. Deixemos que nos abrace e entre dentro de nós. Tenhamos a coragem de voltar a Jesus, de encontrar o Seu amor e misericórdia nos sacramentos. Sintamos a Sua proximidade e ternura e então também nós seremos mais capazes de misericórdia, paciência, perdão e amor”

O Papa recorda também o apóstolo da misericórdia, São João Paulo II que afirmava “É necessário transmitir ao mundo este fogo da misericórdia. Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz, e o homem a felicidade! (Cracóvia - Łagiewniki, 17 de agosto de 2002).

Concluindo o Santo Padre escreve: “Este é um desafio especial para a Igreja em Płock, marcada por esta revelação, para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, para a cidade de Płock e para todo seu povo. Transmitir ao mundo o fogo de Jesus Amor. Sejam para todos um sinal de Sua presença no meio de vós”. "Ao senhor, Bispo, à Diocese de Płock e a todos os participantes das celebrações dos 90 anos das manifestações de Jesus Misericordioso, concedo cordialmente minha Bênção Apostólica".

Vatican News

Arquidiocese de Madrid não realizará procissões de rua na Semana Santa

Guadium Press
Por causa da pandemia, o Cardeal Osoro e as Irmandades de Madrid, suspenderam a realização das Procissões Quaresmais.

Redação (19/02/2021, 18:00, Gaudium Press) Num encontro presidido pelo Cardeal Carlos Osoro com representantes das Irmandades Religiosas de Madrid, decidiu-se suspender a realização das procissões durante a Semana Santa.

Segundo informe da Arquidiocese de Madri, a decisão visa evitar aglomerações de fiéis dentro do atual quadro de avanço da pandemia do coronavírus.

As Irmandades poderão expor a imagem de seus Padroeiros.

A partir do Sábado da Paixão, 27 de março, até dia 03 de abril, Sábado Santo, está previsto que as irmandades poderão expor as imagens de seus padroeiros nas Igrejas onde costumam ser veneradas.
Também foi disposto que os fiéis sejam incentivados a peregrinar a diferentes locais de culto.

As Irmandades devem manter a realização de suas celebrações

No Encontro entre o Cardeal e os representantes das Irmandades, ficou determinado que as Irmandades mantenham a realização de seus tradicionais atos litúrgicos e também a participação nas celebrações da Semana Santa da diocese, que acontecerão sempre dentro do cumprimento das orientações das autoridades sanitárias.

As comemorações Quaresmais na catedral de Madri

As celebrações terão início no sábado, 20 de março, às 19 horas.
Nesta ocasião, o arcebispo emérito de Sevilha, cardeal Carlos Amigo, OFM, deverá fazer o anúncio de abertura da Semana Santa em Madri que deverá ser transmitida online.

Comemorações do Domingo de Ramos

No domingo, 28 de março, às 12h00, o Arcebispo de Madrid, Cardeal Carlos Osoro, presidirá a Eucaristia do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

Os ramos serão bentos previamente, seguindo as normas litúrgicas próprias, porém sem a realização de procissão.
A missa será transmitida no canal da Arquidiocese.

As cerimônias da Quinta-feira Santa serão realizadas sem a presença dos fiéis

Na Quinta-feira Santa, 1º de abril, às 18 horas, terá início a Santa Missa da Ceia do Senhor, quando se comemora a instituição da Eucaristia, o sacerdócio e a promulgação do Novo Mandamento.

As cerimônias da Quinta-feira Santa poderão ser acompanhadas ao vivo pela televisão.

Por causa da pandemia, o Cardeal Osoro e as Irmandades de Madrid, suspenderam a realização das Procissões Quaresmais.
Guadium Press

Cardeal fará Sermão das Sete Palavras na Basílica de Jsus Medinaceli

Uma novidade acontecerá na Sexta-feira Santa, 2 de abril: ao meio dia, o Cardeal Osoro pregará o Sermão das Sete Palavras na Basílica de Jesus de Medinaceli (Plaza de Jesús, 2).

Na Catedral de Madri, a celebração da Paixão e Morte do Senhor terá início às 17 horas e podendo ser acompanhada ao vivo pela TV.

Vigília Pascal no Sábado Santo e celebrações do Domingo de Páscoa

A Vigília Pascal terá lugar no Sábado Santo, 3 de abril. Por causa das restrições regionais impostas pela pandemia, o horário ainda está para ser decidido. De qualquer modo as cerimônias serão transmitidas pela televisão.

Encerramento da Semana Santa e Benção Papal

As celebrações litúrgicas da Semana Santa na catedral terminam no dia 3 de abril, Domingo de Páscoa, com uma solene Eucaristia às 12h00.

No final da missa, que será transmitida pelo canal da Arquidiocese no YouTube, o cardeal Osoro dará a Benção Papal. (JSG)

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O jejum nas Sagradas Escrituras

Shutterstock | Kwangmoozaa
por Ângelo Bellon O.P.

Expiação, reforço da oração, preparação para receber graças.

Por jejum se entende comumente privar-se de comida ou bebida, durante um ou mais dias, de sol a sol. Os ocidentais de hoje, ainda que sejam cristãos, o praticam pouco. Valorizam a moderação no comer e beber, mas o jejum lhes parece prejudicial à saúde ou não entendem direito sua utilidade espiritual. É um comportamento oposto ao que os historiadores das religiões enfrentam: por motivos de ascética, purificação, tristeza, oração, o jejum tem um lugar muito importante nos ritos religiosos.

Antigo Testamento

No Antigo Testamento, Moisés o pratica para dispor o corpo e a alma para receber a Lei de Deus nos Mandamentos: “Permaneceu com o Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água” (Êx 34, 28). É uma prática voluntária para humilhar-se diante de Deus, para livrar-se de dores e preocupações, para afastar as calamidades, para ser escutados por Deus, reforçando a oração com um sacrifício pessoal.

Para os judeus, está previsto por lei somente “o grande jejum”, no dia da Expiação, “Yom Kippur” (Lv 16, 29-31), que era celebrado no equinócio de outono. Esta prática era uma condição de pertencimento ao povo de Deus (Lv 23, 29); durava, como o repouso absoluto, o dia inteiro, e os transgressores recebiam a pena capital.

Na época de Jesus, alguns judeus jejuavam por devoção pessoal, como a anciã Ana, que aparece na apresentação de Jesus no tempo. Reforçava, com o jejum, a súplica a Deus para que enviasse o Messias à terra: “Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações” (Lc 2, 37). Nesta linha se encontram os discípulos de João Batista e os fariseus, alguns dos quais jejuavam duas vezes por semana (Lc 18, 12).

Jesus

Também Jesus jejuou durante 40 dias e 40 noites. Seu jejum tem um significado novo: enquanto Moisés, jejuando, se prepara para receber a revelação divina, Jesus é a própria Revelação, porque é Deus que se manifesta em uma natureza humana, e jejua para merecer que os que haviam escutado a sua Palavra tivessem força para abrir-lhe o coração.

O jejum realizado pelos cristãos conserva o significado dos jejuns realizados no Antigo Testamento: expiação, reforço da oração, preparação para receber graças. Mas acrescenta-se aqui o significado do jejum realizado por Jesus: é uma forma concreta de aderir ao Senhor e ao seu sacrifício para completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo (nossa participação) a favor da sua Igreja, para a conversão de muitos. Aos que perguntavam por que os apóstolos não conseguiam expulsar demônios, Jesus responde que certa espécie de demônio só se expulsa com oração e jejum (Mt 17, 21).

Igreja

A Igreja apostólica conserva os costumes judaicos do jejum, realizando-o com o espírito concreto de Jesus. Os apóstolos jejuam em algumas circunstâncias para preparar-se para conhecer a vontade de Deus e também para comunicar, com maior adesão ao Senhor, a graça da ordem sagrada: “Enquanto eles estavam celebrando o culto ao Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: ‘Reservai para mim Barnabé e Saulo, para a obra à qual os chamei’. Então, depois de ter jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e os despediram” (Atos 13, 2-3). Assim também fazem Paulo e Barnabé, quando nomeiam os presbíteros nas diversas igrejas: “Designaram em todas as igrejas alguns anciãos e, depois de ter orado e jejuado, confiaram-nos ao Senhor, em quem haviam acreditado” (Atos 14, 23). Paulo não se contenta com sofrer fome e sede quando as circunstâncias o exigem, mas acrescenta jejuns repetidos (2 Cor 6, 5; 11, 27).

É por isso que a Igreja considera a Quaresma como um tempo de florescimento espiritual, como uma nova primavera. Por meio do jejum e das práticas penitenciais realizadas em comunhão com Jesus, muitos recebem a força para abrir-lhe o coração e converter-se.

Aleteia

Missionários italianos testemunham a maior enchente da história do Acre

Vale do Juruá (AC) | VaticanNews

O Acre está sofrendo “as pragas do Egito”, disse o Pe. Massimo Lombardi que atua no bairro pobre de Rio Branco, chamado Cidade do Povo. Além das consequências da pandemia de Covid-19, dengue, malária, desemprego e fome, as enchentes estão desabrigando milhares de famílias na região do Vale do Juruá: “estamos vivendo a maior enchente da história. Na última quinta-feira (18), o rio ultrapassou os 14 metros”, nos contou o bispo italiano em Cruzeiro do Sul, dom Flavio Giovenale.

Andressa Collet - Vatican News

O bispo de Cruzeiro do Sul, no Acre, em plena Amazônia brasileira, dom Flavio Giovenale comenta a situação vivida na região do Vale do Juruá há uma semana: “estamos vivendo desde sábado, 13 de fevereiro, a maior enchente da história. Na última quinta-feira (18), o rio Juruá ultrapassou os 14 metros”. A água invadiu as casas e deixou mais de 30 mil pessoas desabrigadas, desabafou o prelado.

O próprio Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta laranja nesta sexta-feira (19), sobretudo às cidades do Vale do Acre e do Juruá, de perigo relacionado ao acumulado de chuvas no Acre. A previsão de mais chuvas gera risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios. Ainda na terça-feira (16), o governador do Acre, Gladson Cameli, tinha decretado situação de emergência devido à cheia dos rios citando cidades como a de Cruzeiro do Sul.

A diocese local está colaborando com a Defesa Civil, os Bombeiros e as prefeituras da região, “organizando campanhas de doação de alimentos, roupas, kits de limpeza e participando da acolhida de famílias que foram obrigadas a deixar as suas casas e não têm parentes que possam ajudar”, revelou ainda dom Flavio.

O bispo italiano afirmou ainda que, graças às cestas adquiridas com a ajuda da REPAM/MISEREOR, estão conseguindo enfrentar as consequências geradas pela primeira fase de uma situação de enchente como essa. Dessa forma, dom Flavio comentou que estão “orientando a vivência da Quaresma na dimensão da caridade no sentido de ajudar as famílias atingidas pela enchente. Com a oração, pedimos a ajuda de Deus para frear o avanço das águas e o fim da emergência”.

As pragas do Egito

Além da enchente e da pandemia, no último mês a malária e a dengue também voltaram com força no Acre. “Nós estamos sofrendo atualmente as pragas do Egito”, disse Pe. Massimo Lombardi, que atua no Bairro Cidade do Povo, em Rio Branco, capital que também já teve a situação de emergência reconhecida por causa das consequências das chuvas: uma enxurrada no dia 9 de fevereiro deixou 40 bairros atingidos pelas águas de igarapés que transbordaram. Ele também é italiano e está há mais de 45 anos no Brasil:

“Temos as enchentes do rio e dos igarapés com cerca de 38 bairros que já estão debaixo das águas e a prefeitura e a Defesa Civil estão preparando as áreas para alojar as famílias desabrigadas. Na Área Missionária onde eu moro e trabalho, temos um centro comunitário que diariamente recebe pessoas que chegam aqui, apresentando as necessidades mais urgentes, como a alimentação.”

O Pe. Massimo disse que já cadastraram 720 famílias que estão recebendo ajuda pelos motivos mais diversos e que, através da ajuda de empresários, conseguem distribuir de segunda a sexta-feira, sempre às 17h, “240 sopas em quatro lugares diferentes da Cidade do Povo”, além de doar cestas básicas quando recebem em caridade. Só nos último 3 meses, contou satisfeito o padre italiano, foram distribuídas 15.660 sopas. “Que a solidariedade, a partilha e a oração possam nos dar a garantia de uma vitória”, finalizou o Pe. Massimo Lombardi.

A disbruição diária de sopas às famílias
Bairro Cidade do Povo, em Rio Branco
VaticanNews
Vatican News

Por que a Cátedra de São Pedro é importante? Isso é o que deve saber desta festa

Cátedra de São Pedro (esquerda) e Papa Francisco (direita) /
Foto: Daniel Ibañez (ACI Prensa)

REDAÇÃO CENTRAL, 22 fev. 21 / 06:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 22 de fevereiro a Festa da Cátedra de São Pedro, para recordar a autoridade do Vigário de Cristo na terra; por isso, o sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Florian Kolfhaus, refletiu sobre sua importância tanto na Igreja como no mundo inteiro.

“A Santa Sé, cujo conceito remonta ao banco de madeira de um pescador, a quem o Senhor nomeou Pastor de sua Igreja, é a mais alta autoridade moral em todo o mundo atual”.

“Também os não cristãos prestam atenção às palavras do Papa sobre paz, migração e proteção climática”, escreveu Mons. Kolfhaus em uma coluna publicada em CNA Deutsch – agência em alemão do Grupo ACI –, em 22 de fevereiro de 2017.

O Papa “goza do reconhecimento de cerca de 170 Estados e 20 organizações internacionais” e “é reconhecido em virtude de suas relações de séculos com ouros Estados”, acrescentou o especialista, ao recordar que o Pontífice também é um soberano sujeito de direito internacional.

“O Papa, e só ele entre todos os demais líderes religiosos, é quem goza da autoridade de um chefe de Estado, equiparada a dos presidentes. E tudo isso se deve, por assim dizer, ao banquinho de madeira sobre o qual se sentou São Pedro, quando ensinava à comunidade de Roma”, acrescentou.

Entretanto, o sacerdote disse que mais importante do que os temas políticos é “a preservação e autêntica interpretação da fé, que foi confiada a Pedro e a seus sucessores”.

“A ele foi prometida – tal como belamente mostra o altar em São Pedro – a especial assistência do Espírito Santo ao explicar o Evangelho de Cristo a partir da Tradição da Igreja e de seus padres”.

“O Papa, e somente ele, tem a potestade das chaves, para atar e desatar. Ele tem poder direto, imediato, limitado só pela Lei Divina sobre toda a Igreja. Ele é o pastor supremo a quem é confiada a totalidade do rebanho do Senhor. A Igreja celebra hoje este elevado serviço do servidor dos servos de Deus”, enfatizou.

Apesar dessas características, Mons. Kolfhaus recordou que cada Papa deve ter consciência de que é um “homem frágil e débil” e “precisa constantemente de purificação e conversão”.

“Mas deve ter também consciência de que lhe vem do Senhor a força para confirmar seus irmãos na fé e mantê-los unidos na confissão de Cristo crucificado e ressuscitado”, acrescentou.

Por outro lado, o sacerdote indicou que o Bispo de Roma se senta em sua cátedra para dar “testemunho de Cristo” e que esse poder conferido por Cristo a ele e a seus sucessores “é, nesse sentido absoluto, um mandato para servir”.

“A potestade de ensinar, na Igreja, implica um compromisso ao serviço da obediência à fé”, ressaltou.

Finalmente, Mons. Kolfhaus recordou que o Papa “não é um soberano cujo pensamento e vontade são lei”.

“Ao contrário: o ministério do Papa é garantia da obediência a Cristo e a sua Palavra. Não deve proclamar suas próprias ideias, mas vincular constantemente a si mesmo e a Igreja à obediência à Palavra de Deus , frente a todas as tentativas de adaptação e alteração, assim como frente a todo oportunismo”, concluiu.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF