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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Apresentação da primeira tradução em russo da Fratelli tutti

Representantes da Igreja Ortodoxa também foram convidados
para participar do evento  (AFP or licensors)

A publicação da "Fratelli Tutti" em russo lança uma série de volumes intitulada "Diálogo Interreligioso", voltada a promover o estudo científico e a reflexão sobre as questões fundamentais inerentes à harmonização das relações interconfessionais, bem como enriquecer substancialmente o discurso inter-religioso contemporâneo.

Vatican News

Na sexta-feira, 3 de março, às 16 horas, será apresentada no Centro Cultural «Pokrovskie vorota» (ul. Pokrovka 27, Moscou), a primeira tradução em russo da terceira Encíclica do Papa Francisco Fratelli tutti, sobre a fraternidade e a amizade social.

A publicação será apresentada pelo presidente da Direção espiritual dos muçulmanos da Federação Russa, o mufti Xeique Ravil Gainutdin, pelo núncio apostólico na Federação Russa, o arcebispo Giovanni D'Aniello, pelo arcebispo da Arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou, Dom Paolo Pezzi.

Foram convidados para participar do evento expoentes de religiões e confissões universais e tradicionais, como a ortodoxia, o hebraísmo, representantes de órgãos da autoridade civil, do mundo acadêmico e das organizações sociais.

A obra foi editada e publicada pela editora "Medina" em conjunto com o coletivo científico do Muslim International Forum (Fórum Internacional Muçulmano), sob a égide da Direção espiritual dos muçulmanos da Federação Russa, às vésperas de uma das festas mais importantes para os cristãos, o Natal de Cristo.

A publicação da "Fratelli Tutti" em russo lança uma série de volumes intitulada "Diálogo Inter-religioso", voltada a promover o estudo científico e a reflexão sobre as questões fundamentais inerentes à harmonização das relações interconfessionais, bem como enriquecer substancialmente o discurso inter-religioso contemporâneo.

No âmbito desta coleção, particular atenção será dada às iniciativas de caráter pacifista e humanitário, às mensagens promulgadas sobre esses temas por líderes religiosos.

Vatican News

Em quase meio milênio, procissão não acontecerá pela primeira vez devido a Covid-19

Procissão do Senhor dos Passos da Graça /
Foto: Facebook Real Irmandade dos Passos da Graça

Lisboa, 25 fev. 21 / 07:00 am (ACI).- Desde 1587, a Procissão do Senhor dos Passos da Graça sai às ruas de Lisboa (Portugal) no segundo domingo da Quaresma; este ano, porém, pela primeira vez em sua história, não acontecerá por causa das restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

A procissão é realizada pela Real Irmandade da Santa Cruz e Passos da Graça, a qual tem 435 anos e foi constituída justamente para realizá-la desde o século XVI. Por isso a atual situação é vista como algo “triste” por seus membros.

Em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, o provedor da instituição, Francisco Mendia, afirmou que este “é um ano bastante triste para nós, é um ano que pela primeira vez a imagem do Senhor dos Passos não sai em procissão nas ruas de Lisboa”, entre a igreja de São Roque e a igreja da Graça.

Mendia assinalou que “é um ano único” e recordou que em outras situações semelhantes a imagem sempre “acabou por sair”, como ocorreu nas Invasões Francesas ou na implementação da República, e até mesmo na Gripe Espanhola, no século XX.

“É uma situação para nós verdadeiramente excecional e é com grande tristeza que isto acontece. Faz parte da nossa caminhada dos irmãos, cerca de 500, na Quaresma”, disse em entrevista a RTP2 o provedor, segundo quem esta é “possivelmente a maior devoção de Lisboa”.

Conforme ressaltou Ecclesia, Mendia lembrou que esta foi “a primeira procissão de Passos em Portugal” e, por isso, é “tão acarinhada” pela cidade de Lisboa e inspirou outras em países como Brasil e Índia.

Por sua vez, o pároco da Graça e capelão da Irmandade, cônego Jorge Dias, salientou à Ecclesia que para a cidade de Lisboa, a procissão “desperta aquilo que são os sentimentos religiosos às vezes apagados; e nos cristãos acaba por convidar a uma vivência mais profunda e mais séria do mistério pascal”.

Apesar de a procissão não acontecer, mesmo assim a data será marcada. No próximo domingo, o segundo da Quaresma, o Bispo auxiliar de Lisboa, Dom Américo Aguiar, presidirá a Missa às 11h, com transmissão na página de Facebook da Irmandade, meios digitais do Patriarcado de Lisboa e da Agência ECCLESIA e pela Rádio Renascença.

Ao final da Missa, indicou Mendia à Rádio Renascença, o Bispo “irá dar a habitual bênção à cidade de Lisboa, no Largo da Igreja da Graça”.

ACI Digital

São Porfírio de Gaza

S. Porfírio de Gaza | ArqSP

26 de fevereiro

São Porfírio de Gaza

Nasceu na Tessalônica em 353 e morreu em Gaza em 420. São Porfírio nasceu de uma família rica e com vinte e cinco anos mudou-se para o Egito, onde entrou no monastério de Esquete, no deserto. Cinco anos depois ele viajou para a Palestina, para visitar os lugares santos, e residiu numa caverna perto do Rio Jordão por mais cinco anos, em profunda solidão.

Neste período ele adoeceu profundamente e resolveu gastar seus últimos dias em Jerusalém, onde poderia estar perto dos lugares onde Jesus Cristo viveu. Sua austeridade era tão grande que a doença agravou e ele só podia visitar os lugares santos apoiado num pedaço de madeira.

Um amigo seu, chamado Marcos, propôs a ajudá-lo, oferecendo seu braço, mas Porfírio recusou a ajuda dizendo: “Eu vim até a Palestina para procurar o perdão dos meus pecados e não devo procurar o conforto de ninguém, dizia Porfírio.

Neste sofrimento ele viveu alguns anos, com olhar sereno e feliz. Só uma coisa ainda o incomodava: sua riqueza deixada na Tessalônica. Um dia, chamou seu amigo Marcos e lhe deu ordens para ir até sua casa e vender suas propriedades. Três meses depois, seu amigo retornou trazendo grande quantia em ouro. Porfírio o recebeu com alegria, pois estava completamente recuperado de sua enfermidade.

santo explicou ao amigo que, dias antes, durante um acesso de febre, ele tinha sentido vontade de caminhar até o Calvário. Lá chegando, ele teve uma queda como um desmaio e pensou ter visto Cristo na cruz. Implorou ao Mestre que o levasse com Ele para o Paraíso. Jesus então apontou-lhe a cruz e pediu que ele a carregasse. São Porfírio tomou então a cruz nos ombros e quando acordou estava completamente recuperado da doença.

O santo distribuiu, então, seus bens entre os pobres da Palestina. Para sobreviver, Porfírio aprendeu a fazer sapatos e tornou-se um grande sapateiro.

No fim da vida, Porfírio retornou para Gaza, foi ordenado bispo e passou a defender a fé contra o ataque constante dos pagãos. Diz a história que, em Gaza, terrível seca assolava os campos. Os pagãos culpavam os cristãos e não queriam receber Porfírio entre eles. Às portas da cidade, Porfírio rezou a Deus e a chuva caiu com abundância. Assim, ele foi reconhecido pelos cidadãos de Gaza e pôde entrar na cidade.

Porfírio retirou do maior templo da cidade os ídolos pagãos e construiu uma grande Igreja, consagrada em 408. Na ocasião de sua morte, sua diocese era toda cristã, conforme o testemunho de seu amigo Marcos, que escreveu a biografia do santo.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.
Reflexão
A vida de São Porfírio está cercada de lendas e tradições. Ele fascinava o povo. As pessoas simples encontravam em São Porfírio a expressão de sua alma. Nosso santo foi um eremita, mas nunca deixou de caminhar ao encontro do Cristo. Faleceu muito idoso, sempre no exercício zeloso de suas funções pastorais. Nós também somos chamados a seguir o caminho de Jesus Cristo, seja assumindo nossa vocação à vida ministerial, consagrada ou leiga. O importante é ter Jesus Cristo como meta de nossa vida. Só com Ele somos capazes de carregar nossas cruzes.

Oração

Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Porfírio de Gaza, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

TEOLOGIA: Teologia mística

Areopagita Dionisio | ECCLESIA

Areopagita Dionisio:

Teologia mística

I: em que consiste a escuridão divina?

Trinity supra-essencial e mais do que divino e mais do que bom, mestre da sabedoria cristã divina, guia-nos além do não conhecimento e da luz, ao ponto mais alto das Escrituras místicas. Lá onde os mistérios simples, absolutos e imutáveis ​​da teologia se revelam na escuridão mais que luminosa do silêncio. No meio da escuridão mais negra e deslumbrante da luz, absolutamente intangível e invisível, transbordam os mistérios das mais belas luzes que inundam nossas mentes, que sabem fechar os olhos.

Esta é minha oração. Timóteo, meu amigo, totalmente devoto da contemplação mística, renuncia aos sentidos, às operações intelectuais, a tudo o que é sensível e inteligível. Livre-se de todas as coisas que são e até daquelas que não são e levante-se assim, tanto quanto você puder, até que você se una em não saber com aquele que está além de todo ser e todo saber. Porque pelo afastamento livre, absoluto e puro de si mesmo e de todas as coisas, jogando tudo e tudo, você será elevado em puro êxtase ao Raio de escuridão da divina Supraesência.

2. Mas tome cuidado para que nada disso chegue aos ouvidos dos não iniciados, aqueles que estão apegados aos seres, que imaginam que não há nada além do que existe na natureza física individual. Eles também pensam que, com sua razão mística, podem conhecer aquele que "armou sua tenda nas trevas". E se eles não conseguem entender a iniciação aos mistérios divinos, o que dizer daqueles que são verdadeiramente profanos, aqueles que descrevem a Causa suprema de todas as coisas através dos seres mais baixos da natureza e proclamam que nada é superior aos muitos ídolos ímpios que eles fazem eles mesmos?

Na realidade, devemos afirmar que, sendo a Causa de todos os seres, tudo o que se diz dos seres deve ser atribuído a ela, porque é supra-essencial para todos. Isso não significa que a negação contradiga as afirmações, mas que por si mesma essa Causa transcende e é supra-essencial a todas as coisas, anterior e superior à privação, visto que está além de qualquer afirmação ou negação.

3. Nesse sentido, então, o divino Bartolomeu diz que a teologia é abundante e mínima, e que se o Evangelho é amplo e copioso, também é conciso. Em minha opinião, ele compreendeu perfeitamente que a misericordiosa Causa de todas as coisas é eloqüente e silenciosa, na verdade silenciosa. Não é racional nem inteligível, pois é supra-essencial a todo ser. Verdadeiramente se manifesta sem véus apenas para aqueles que deixam de lado os ritualismos das coisas impuras e das que são puras, para aqueles que ultrapassam os cumes das montanhas santíssimas. Para aqueles separados das luzes divinas, vozes e palavras celestiais, e que mergulham nas Trevas onde, como diz a Escritura, aquele que está além de todo ser realmente tem sua morada.

Não foi em vão que o divino Moisés recebeu ordens de primeiro se purificar e depois se separar do impuro. Após a limpeza, ele ouviu as trombetas de vários sons e viu muitas luzes de raios ardentes. Já separado da multidão e acompanhado pelos padres escolhidos, chegou ao cume das ascensões divinas. Mas ele ainda não encontrou o mesmo Deus. Não contemple o Invisível, mas o lugar onde Ele habita. Isso significa, creio eu, que as coisas mais sagradas e sublimes percebidas por nossos olhos e inteligência não são as razões hipostáticas para os atributos que verdadeiramente condizem com a presença daquele que tudo transcende. Por meio deles, no entanto, sua presença inimaginável é manifestada, caminhando nas alturas daquelas cúspides inteligíveis de seus lugares mais sagrados. Então, é quando o espírito está livre e despojado de tudo o que vê e é visto, penetra (Moisés) na misteriosa escuridão do não saber. Ali, renunciada a tudo o que a mente pode conceber, totalmente absorta naquilo que não percebe nem entende, ela se abandona completamente àquele que está além de todo ser. Ali, sem pertencer a si mesmo ou a ninguém, renunciando a todo conhecimento, ele permanece unido pelo mais nobre de seu ser com Aquele que escapa de todo conhecimento. Pela mesma razão que ele não sabe nada, ele entende sobre toda inteligência. (Moisés) penetra na escuridão misteriosa de não saber. Ali, renunciada a tudo o que a mente pode conceber, totalmente absorta naquilo que não percebe nem entende, ela se abandona completamente àquele que está além de todo ser. Ali, sem pertencer a si mesmo ou a ninguém, renunciando a todo conhecimento, ele permanece unido pelo mais nobre de seu ser com Aquele que escapa de todo conhecimento. Pela mesma razão que ele não sabe nada, ele entende sobre toda inteligência. (Moisés) penetra na escuridão misteriosa de não saber. Ali, renunciada a tudo o que a mente pode conceber, totalmente absorta naquilo que não percebe nem entende, ela se abandona completamente àquele que está além de todo ser. Ali, sem pertencer a si mesmo ou a ninguém, renunciando a todo conhecimento, ele permanece unido pelo mais nobre de seu ser com Aquele que escapa de todo conhecimento. Pela mesma razão que ele não sabe nada, ele entende sobre toda inteligência. ele permanece unido pelo mais nobre de seu ser com Aquele que escapa a todo conhecimento. Pela mesma razão que ele não sabe nada, ele entende sobre toda inteligência. ele permanece unido pelo mais nobre de seu ser com Aquele que escapa a todo conhecimento. Pela mesma razão que ele não sabe nada, ele entende sobre toda inteligência.

II: como devemos nos unir e louvar o Autor de todas as coisas, que tudo transcende

Que possamos também penetrar nesta escuridão mais do que luminosa! Renunciemos a toda visão e conhecimento para ver e conhecer o invisível e o incognoscível: Aquele que está além de toda visão e conhecimento!

Porque esta é a verdadeira visão e conhecimento: e pelo próprio fato de abandonar tudo o que existe, o superessencial é celebrado de uma forma superessencial. Assim como os escultores esculpem as estátuas, retirando tudo o que, como envelope, impede uma visão clara da forma oculta. Essa simples desapropriação é suficiente para que a beleza oculta e genuína se manifeste.

Portanto, é conveniente, em minha opinião, elogiar a negação de uma forma muito diferente da afirmação. Afirmar é colocar as coisas desde o início, ir ao meio e chegar aos últimos extremos. Por outro lado, pela negação é retirá-los dos últimos extremos e subir aos princípios. Removemos tudo que impede de conhecer abertamente o Incognoscível, conhecido apenas pelas coisas que o cercam.

Vamos, portanto, olhar para aquela escuridão supra-essencial que as luzes das coisas não podem ver.

III: O que se entende por Teologia Afirmativa e Teologia Negativa

Em minhas "Representações Teológicas", já deixei claro quais são as noções mais típicas da teologia afirmativa (catafática); em que sentido o Bem da natureza divina é Um e Triúno; como se entende a paternidade e a filiação; o que significa a denominação divina do Espírito; como essas cordiais luzes de bondade brotaram do Bem imaterial e indivisível e como, ao se espalharem, todas permaneceram nele, umas nas outras desde seu fundamento coeterno. Falei de Jesus que, sendo supra-essencial, revestiu-se substancialmente da verdadeira natureza humana. Nas "Representações Teológicas" também elogiei outros mistérios segundo as Sagradas Escrituras.

No "Tratado sobre os Nomes de Deus" expliquei em que sentido dizemos que Deus é Bem, Ser, Vida, Sabedoria, Poder e tudo o que pode ser apropriado à natureza espiritual de Deus. Em "Teologia Simbólica" tratei das analogias que os seres que observamos podem ter com Deus. Falei de coisas sensíveis em relação a Ele, de formas e figuras, de ministros, lugares sagrados e ornamentos; do que significa raiva, tristezas e ressentimentos; do significado que Nele têm as palavras de embriaguez e entusiasmo, juramentos, maldições, sonhos e vigílias. E de outras imagens com as quais representamos Deus simbolicamente. Suponho que você tenha notado como os livros mais recentes são mais longos do que os primeiros, pois não era conveniente que as "Representações Teológicas" e o "Tratado sobre os Nomes de Deus" fossem tão extensos quanto a "Teologia Simbólica". O fato é que quanto mais alto voamos, menos palavras precisamos, porque o inteligível se apresenta cada vez mais simplificado. Portanto, agora, ao entrarmos nessa escuridão que está além da inteligência, chegamos a ficar não apenas aquém das palavras, mas ainda mais, em perfeito silêncio e sem pensar em nada. porque o inteligível é apresentado cada vez mais simplificado. Portanto, agora, ao entrarmos nessa Escuridão que está além da inteligência, chegamos a ficar não apenas aquém das palavras, mas ainda mais, em perfeito silêncio e sem pensar em nada. porque o inteligível é apresentado cada vez mais simplificado. Portanto, agora, ao entrarmos nessa Escuridão que está além da inteligência, chegamos a ficar não apenas aquém das palavras, mas ainda mais, em perfeito silêncio e sem pensar em nada.

Nesses escritos, o discurso ia do mais alto ao mais baixo. Nesse caminho descendente, o fluxo de ideias aumentava, multiplicando-se a cada passo. Mas agora que escalamos do solo mais baixo ao topo, quanto mais alto subimos, mais raras as palavras se tornam. Ao coroar o topo, reina o silêncio completo. Estamos totalmente unidos ao Inefável.

Você se pergunta, talvez, que partindo do mais alto por meio da afirmação, agora partimos do mais baixo por meio da negação. A razão é esta: quando afirmamos algo daquele a quem nenhuma afirmação chega, precisamos que nossas afirmações sejam baseadas no que está próximo a Ele. Que estão mais longe. Não é verdade que está mais de acordo com a realidade afirmar que Deus é vida e é bom do que o ar ou a pedra? Não é verdade que Deus está mais distante de estar bêbado e zangado do que de ser nomeado e compreendido? E neste sentido é diferente dizer que Deus não é “embriaguez ou raiva” para dizer que Deus não é nossa “palavra ou pensamento”. Mas, fundamentalmente, eles concordam com o "não" com respeito a Deus. Portanto, este é o caminho mais direto, simples e seguro para chegar a Deus ou ao topo, o caminho da teologia mística proficiente ou perfeita.

IV: Que a Causa Transcendente não é absolutamente sensível à realidade sensível

Portanto, dizemos que a Causa universal está acima de tudo o que foi criado. Não falta essência, vida, razão ou inteligência. Não tem corpo, forma, qualidade, quantidade, peso. Não está em lugar nenhum. Nem a visão nem o toque o percebem. Não sente nem atinge os sentidos. Não sofre de desordem ou perturbação das paixões terrenas. Que eventos sensatos não a escravizam nem a reduzem à impotência. Não precisa de luz. Não sofre mutação, corrupção ou decadência. Não é adicionado para ser, ou ter, ou qualquer coisa que caia sob o controle dos sentidos.

V: Que a Causa Suprema de tudo inteligível não é algo inteligível

Em uma escala ascendente, acrescentamos agora que esta Causa não é nem alma nem inteligência; não tem imaginação, expressão, razão ou inteligência. Não é uma palavra por si só, nem é compreensão. Não podemos falar ou entender isso. Não é nem número, nem ordem, nem magnitude, nem pequenez, nem igualdade, nem semelhança, nem dissimilaridade. Não é móvel, nem imóvel, nem repousa. Não tem poder nem é poder. Não é luz, nem vive, nem é vida. Não é substância, eternidade ou tempo. A inteligência não pode entendê-lo, pois não é nem conhecimento nem verdade. Não é reino, nem sabedoria, nem um, nem unidade. Não é divindade, nem bondade, nem espírito no sentido em que o entendemos. Não é parentesco ou paternidade ou qualquer coisa que ninguém ou nós saibamos. Não é nem das coisas que são nem das coisas que não são. Ninguém sabe como é, nem a Causa conhece ninguém como sendo. Ele não tem razão, nem nome, nem conhecimento. Não é escuridão nem luz, nem erro nem verdade. Absolutamente nada pode ser afirmado ou negado sobre isso.

Quando negamos ou afirmamos algo de coisas inferiores à Causa suprema, não adicionamos ou retiramos nada dela. Porque toda afirmação fica abaixo da causa única e perfeita de todas as coisas, visto que toda negação fica abaixo da transcendência daquele que está simplesmente despojado de tudo e está situado além de tudo.

Existem várias versões deste tratado, incluindo a de Dionisio Areopagita.

FONTE:

Obras completas, Madrid, BAC, 1990, edição de Teodoro H. Martín.


ECCLESIA

Das Homilias de Santo Astério de Amaséia, bispo

Cristo bom pastor | Cléofas

Das Homilias de Santo Astério de Amaséia, bispo

(Hom. 13:PG40,355-358.362)             (Séc.V)

Imitemos o exemplo de Cristo como pastor

Se quereis parecer-vos com Deus porque fostes criados à sua imagem, imitai o seu exemplo. Se sois cristãos, nome que já é uma proclamação de caridade, imitai o amor de Cristo.

Considerai as riquezas de sua bondade. Estando para vir como homem ao meio dos homens, enviou à sua frente João, como pregoeiro e exemplo de penitência; e antes de João, tinha enviado todos os profetas para ensinarem aos homens o arrependimento, a volta ao bom caminho e a conversão a uma vida melhor.

Vindo, pouco depois, ele mesmo em pessoa, proclamou coma sua voz: Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados e eu vos darei descanso (Mt 11,28). Como acolheu ele os que ouviram a sua voz? Concedeu-lhes sem dificuldade o perdão dos pecados e a imediata libertação de seus sofrimentos. O Verbo os santificou, o Espírito os confirmou; o velho homem foi sepultado nas águas do batismo e o novo, regenerado, resplandeceu pela graça.

Que conseguimos ainda? De inimigos de Deus, nos tornamos amigos; de estranhos, filhos; e de pagãos, santos e piedosos.

Imitemos o exemplo de Cristo como pastor. Contemplemos os evangelhos e vendo neles, como num espelho, o exemplo de sua solicitude e bondade, aprendamos a praticá-las.

Vejo ali, em parábolas e figuras, um pastor de cem ovelhas que, ao verificar que uma delas se afastara do rebanho e andava sem rumo, não permaneceu com as outras que pastavam tranquilamente. Saiu à sua procura, atravessando vales e florestas, transpondo altos e escarpados montes, percorrendo desertos, num esforço incansável até encontrá-la.

Tendo-a encontrado, não a castigou nem a obrigou com violência a voltar para o rebanho; pelo contrário, tomando-a nos ombros e tratando-a com doçura, levou-a para o aprisco, alegrando-se mais por esta única ovelha recuperada do que por todas as outras. Consideremos a realidade oculta na obscuridade da parábola. Nem esta ovelha nem este pastor são propriamente uma ovelha e um pastor; são imagem de uma realidade mais profunda.

Há nesses exemplos um ensinamento sagrado: nunca devemos considerar os homens como perdidos e sem esperança de salvação,nem deixar de ajudar com todo empenho os que se encontram em perigo nem demorar em prestar-lhes auxílio. Pelo contrário, reconduzamos ao bom caminho os que se afastaram da verdadeira vida e alegremo-nos com a sua volta à comunhão daqueles que vivem reta e piedosamente.

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Formação cristã para crianças será de seis anos em dioceses do Equador

Com os dois novos níveis, as crianças aprenderão a usar e
ler a Bíblia, a refletir sobre os textos e a vivê-los

“Embora o tempo de catequese tenha aumentado (seis anos), o período que dedicamos ao estudo da fé é muito curto (uma hora por semana), e é uma oportunidade para saber mais sobre Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse o responsável da Comissão Magistério da Arquidiocese de Guayaquil aos pais e filhos, exortando-os a não desanimarem.

Vatican News

Com o objetivo de aprofundar e fortalecer o estudo da fé cristã, na Arquidiocese de Guayaquil, bem como nas Dioceses de Babahoyo e São Jacinto, no Equador, serão acrescentados no plano de formação catequética a partir deste ano, os níveis "Iniciação" e "Estudo Bíblico", o que fará com que a formação das crianças passe a ser de seis anos.

decreto com as novas disposições - informa o portal da Arquidiocese – diz respeito a paróquias, escolas, colégios e igrejas reitorais. Já a Conferência Episcopal havia estabelecido que a formação cristã passaria de quatro para seis níveis e que várias paróquias já haviam introduzido o novo sistema. Agora, a Arquidiocese de Guayaquil o tornou obrigatório, especificando que as crianças poderão começar o catecismo aos 7 anos.

O itinerário da catequese para crianças e adolescentes, portanto, passa a constar com os seguintes níveis: Iniciação, Primeira Comunhão 1, Primeira Comunhão 2, Bíblico, Crisma 1 e Crisma 2.

O responsável pela Comissão Magistério da Arquidiocese, Dom Giovanni Piccioli, explicou que os dois novos anos acrescentados são muito importantes para a formação das crianças, que neles aprenderão, de forma didática, os mistérios da fé, como o da Criação ou da Salvação.  Além disso, nos dois novos níveis, as crianças aprenderão a usar e ler a Bíblia, a refletir sobre os textos e a vivê-los.

Este ano as inscrições para o catecismo serão para os níveis de Iniciação, Comunhão 2, Bíblico e Crisma 2. No próximo ano os Sacramentos da Primeira Comunhão e Crisma não serão celebrados, enquanto em 2023 todos os seis níveis de catequese estarão abertos.

Dom Piccioli exortou pais e filhos a não desanimar com esta nova disposição. “Embora o tempo de catequese tenha aumentado (seis anos), o período que dedicamos ao estudo da fé é muito curto (uma hora por semana), e é uma oportunidade para saber mais sobre Nosso Senhor Jesus Cristo”.

As paróquias abriram as inscrições para o catecismo, mas devido à pandemia as aulas ainda serão ministradas em modalidade virtual.

Vatican News Service - TC

Santa Maria Maior, a basílica de nossa Mãe e Protetora

krivinis | Shutterstock
por Marinella Bandini

Igrejas estacionais: os seminaristas vinham aqui para pedir proteção ao começarem sua vida sacerdotal.

Existem três estações quaresmais em Santa Maria Maior. A primeira era um momento importante para os jovens que se preparavam para receber dentro de alguns dias a ordenação diaconal e sacerdotal. Para isso, eles se dirigiam até ali para se colocar sob a proteção de nossa Mãe Celestial.

A basílica foi concluída pelo Papa Sisto III um ano depois que o Concílio de Éfeso (431) proclamou a legitimidade do título mariano “Theotokos”, isto é, “Mãe de Deus”. Esta é a maior igreja de Roma dedicada à Virgem Maria.

Ainda hoje as pessoas vêm aqui aos pés de nossa Mãe para invocar sua proteção e intercessão para sua salvação. Na Capela Paulina, à esquerda do altar-mor, é venerado o ícone da “Salus Populi Romani” (“Protetora do Povo Romano”), ícone milagroso atribuído a São Lucas. O ícone, pintado em madeira, representa a Virgem com o Menino Jesus e foi datado do século XII ou XIII. O Papa Francisco também gosta muito desta imagem e a visita para rezar antes e depois de cada viagem internacional.

À frente, no corredor direito da basílica, a Capela Sistina (diferente da capela do Vaticano, mas com o mesmo nome) abriga o túmulo do Papa São Pio V, um reformador muito rigoroso dos costumes e tradições do clero.

A Nossa Senhora, Mãe e Protetora de todos os crentes, confiamos o nosso caminho quaresmal.

Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar (Salmo 50)

Aleteia 

Por que o Governo indiano tem tanto medo do Cristianismo?

Dom Cornélio | Guadium Press
Dom Leo Cornélio, bispo de Bhopal (Índia), garantiu que a lei contra as conversões “não desanima as pessoas” e “muitos nos perguntam por que o governo tem tanto medo do cristianismo

Redação (24/02/2021, 17:10, Gaudium Press) De acordo com os registros policiais, 28 pessoas, pelo menos metade delas cristãs, foram ordenados –no mês seguinte à entrada em vigor da Lei de Madhya Pradesh sobre Liberdade Religiosa– a regulamentar os casamentos inter-religiosos e as conversões.

A portaria que penaliza as conversões religiosas foi publicada no Diário Oficial da Índia em 9 de janeiro de 2021.

O objetivo da lei, segundo o governo, é prevenir conversões religiosas forçadas sob o pretexto de casamento, uso da força, declarações falsas ou outros meios fraudulentos.

De acordo com a nova lei, uma pessoa que deseja realizar uma conversão religiosa por sua própria vontade, juntamente com o sacerdote que realiza a conversão, deve notificar o oficial do distrito pelo menos 60 dias antes da data planejada para a conversão.

Por que o governo tem tanto medo do cristianismo, por que as autoridades interferem em uma decisão tão íntima e na consciência das pessoas?

Em declarações à Agência AsiaNews, o Bispo de Bhopal, Dom Léo Cornélio, disse:

“Isso não desanima as pessoas, essa portaria tem efeitos positivos, porque muitas pessoas (até leigos apoiadores da comunidade majoritária) nos perguntam por que o governo tem tanto medo do cristianismo, por que as autoridades interferem em uma decisão tão íntima e na consciência das pessoas? ”

É importante notar, disse Dom Leo Cornélio, que muitos de nossos amigos leigos nos perguntam ‘o que é que atrai as pessoas à fé’, e mais e mais pessoas estão perplexas com o medo que as autoridades têm da religião cristã.

O Bispo de Bhopal afirma ainda que “são nossos amigos da maioria leiga que nos fazem essas perguntas”.

“O Cristianismo atrai pessoas. Muitas pessoas em cargos importantes estão nos fornecendo dados do censo que desmentem qualquer aumento no número de cristãos no país, mas a lei contra a conversão que existe desde 1968 foi endurecida” , disse o Bispo.

Com esta lei contra a conversão haverá batismo de adultos durante a vigília pascal 2021?

A AsiaNews perguntou a Dom Cornélio se haverá batismos de adultos durante a vigília pascal:

”Todas as leis e regras serão cumpridas, todos os procedimentos legais serão respeitados, respondeu o Prelado. Se houver um caso autêntico de batismo de adulto, será apresentada uma declaração juramentada e o consentimento legal dos pais (na Igreja Católica a conversão de menores não é permitida).

Em segundo lugar, o próprio candidato deve emitir uma declaração legal, com todos os requisitos e, finalmente, ele deve passar por dois anos de formação RCIA (Rito de Iniciação Cristã de Adultos) e só então será feito o batismo do adulto.

Os batismos de adultos são realizados na primavera e, sim, haverá este ano em nossa arquidiocese. Talvez não na vigília da Páscoa, devido a restrições do Covid. Não temos certeza de como serão as celebrações da Páscoa, mas sim, teremos batismos de adultos. ”

As leis contra a conversão são reforçadas com este novo decreto. Elas são ferramentas de perseguição para atacar os cristãos…

Por sua vez, Sajan K. George, presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (Gcic) disse ao AsiaNews:

“As leis contra a conversão são reforçadas com este novo decreto. Elas são ferramentas de perseguição para atacar os cristãos. Acusações falsas e inventadas de conversão são feitas, especialmente quando eles se reúnem para cultos de adoração em casas particulares ou templos. Na Índia secular, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição. No entanto, pequenas comunidades cristãs são falsamente acusadas de conversão …

“Especialmente na Quaresma, grupos de vigilantes monitoram os ritos cristãos, especialmente a Via Sacra, e ridicularizam e zombam dos cristãos que não puderam se salvar e foram crucificados. Estes elementos antissociais intimidam as pessoas que vêm às celebrações … o confinamento e a pandemia não impediram estes extremistas que continuam a interromper as celebrações, abusam física e verbalmente, provocam uma situação prevista por lei e fazem falsas acusações de conversão.

“Os elementos das camadas sociais mais baixas têm carta branca para suas hostilidades contra os cristãos nos tempos difíceis da pandemia” ,  disse o presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (Gcic), Sajan K. George. (JSG)

(Com informações Ásia News-Infocatólica – Foto Infocatólica)

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Onde realmente começa a minha liberdade?

Serhii Brovko|Shutterstock
por Jeanne Larghero

Liberdade não significa ter infinitas opções, mas poder escolher o que é certo.

Diz-se que “a liberdade de uma pessoa termina onde começa a da outra …” Mas de onde vem essa fórmula? É a melhor definição de liberdade?

Este ditado vem direto das chamadas filosofias “contratualistas” do Iluminismo. Ele pressupõe um mundo onde todos cuidam de si mesmos e onde todos têm as mesmas necessidades básicas. Nesse contexto, se todos adquirirem o hábito de fazer absolutamente o que gostam, ninguém terá muito ou nada.

Por exemplo: em um mundo onde todos esperam viver com boa saúde pelo maior tempo possível, é do interesse de todos parar de cuspir germes no rosto um do outro, mesmo porque ninguém gosta de cobrir o nariz com uma máscara de manhã até noite.

Liberdade e segurança

De fato, qualquer um pode entender o que Hobbes, Rousseau ou Kant quiseram dizer. A liberdade absoluta para todos é o fim da segurança de todos. Portanto, cada indivíduo deve renunciar à liberdade absoluta de vontade, tanto por interesse próprio quanto por ajuda mútua.

É preciso, então, adotar regras que garantam a segurança de todos e que nos protejam de nosso apetite pelo poder. Uma vez que essas regras tenham sido adotadas, a defesa das liberdades pode ser organizada: liberdades de opinião, expressão, associação, movimento e assim por diante.

A liberdade e o outro

Você pode fazer o que quiser, desde que não incomode ninguém?

Esta máxima visa o convívio em paz e permite que sejam lançadas as bases de um sistema democrático. Devemos nos surpreender que se tornou o início e o fim da conduta individual e coletiva.

Muitas pessoas parecem pensar: “Faça o que quiser, desde que não incomode ninguém!” Ou: “Explore todas as possibilidades, desde que a outra pessoa conceda consentimento”. De acordo com essa visão do mundo, “Eu sou livre” se traduz em “Eu faço tudo o que gosto, desde que não infrinja a liberdade dos outros”.

Essa ideia, entretanto, deixa de lado duas considerações críticas.

1 –  Compromisso

Primeiro, nossa liberdade não é automaticamente maior à medida que nosso campo de possibilidades se expande. Aquele que tem tudo ao seu alcance, mas nunca escolhe nada – diante de quem todas as portas se abrem, mas que nunca empurra nenhuma – está exatamente na mesma situação que um homem impedido de abrir qualquer porta.

Tal pessoa não faz nada, não porque a ação seja impossível, mas por impotência. Ele é incapaz de querer, de escolher, de se comprometer.

Na realidade, quanto mais livres queremos ser mais temos de ser capazes de nos comprometer. Uma capacidade forte, sólida e vigorosa de tomar decisões permite-nos escolher bem, e isso é a verdadeira liberdade.

2-  A serviço de um bem

Em segundo lugar, a liberdade não é medida pela quantidade de escolhas disponíveis para nós.

A pergunta que devemos fazer não é: “Até onde pode ir a liberdade – de opinião, de expressão, de movimento?” A única pergunta que realmente vale a pena fazer é: “Como devemos usar nossa liberdade de escolha?”

O que nos torna livres é a capacidade de criar e escolher projetos pelos quais valha a pena defender e lutar. Paradoxalmente, ser livre é estar sempre a serviço de um bem: luz para a inteligência e ímpeto para a vontade.

Portanto, vão vamos defender as liberdades com o objetivo estéril de autopreservação. A liberdade é comprovada e testada no compromisso, e o compromisso é acionado quando o amor entra em ação.

Assim, minha liberdade não termina onde começa a das outras pessoas. Ela termina quando não tenho nada para amar, quando não vejo mais nada que valha a pena salvar.

Decidir amar a vida e desejar um mundo onde cada um não cuide apenas de si mesmo é o coração da liberdade. É o valor de nossos objetivos que é a verdadeira medida de nossa liberdade.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF