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segunda-feira, 1 de março de 2021

O Papa emérito repete com clareza: Escolhi renunciar em plena consciência

Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI no
último 20 de novembro. Foto: Vatican Media

Vaticano, 01 mar. 21 / 08:00 am (ACI).- Bento XVI recordou de sua escolha de renunciar ao papado em uma recente entrevista com o jornal italiano Corriere della Sera durante uma visita privada de seu editor e afirmou que a decisão de renunciar foi tomada com plena consciência.

"Foi uma decisão difícil. Mas eu a tomei em plena consciência, e acho que fiz bem. Alguns dos meus amigos um tanto “fanáticos” ainda estão zangados, não quiseram aceitar minha escolha. Fico pensando nas teorias conspiratórias que seguiram minha escolha: aqueles que disseram que foi por culpa do escândalo Vatileaks, os que dizem foi por causa de um complô do lobby gay, ou ainda por causa do teólogo conservador lefebvrista Richard Williamson. Eles não querem acreditar que foi uma escolha consciente. Mas minha consciência está bem”, afirmou Bento XVI.

Ele enfatizou ainda que "não há dois Papas. O Papa é um só".

Bento XVI, que vive retirado em mosteiro no Vaticano, diz ainda que reza pela viagem do Papa Francisco ao Iraque: "Infelizmente, acontece em um momento muito difícil que também a torna uma jornada perigosa: por razões de segurança e pelo Covid-19. E depois há a situação instável no Iraque. Acompanharei Francisco com minhas orações".

O Papa Emérito no colóquio descrito por Massimo Franco, editor do Corriere, fez uma referência também ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: "É verdade, ele é católico e observador. E pessoalmente ele é contra o aborto" mas "como presidente, ele tende a aparecer em continuidade com a linha do Partido Democrata... E sobre política de gênero, ainda não entendemos qual é a posição dele".

Publicado originalmente em ACI Stampa, traduzido e adaptado por Rafael Tavares. 

ACI Digital

Santo Albino

S. Albino | Instituto Hesed
1 de março

Origens

Albino nasceu no ano 469, em Vannes, na Bretanha. Era filho de família nobre e cristã. Desde criança, foi notadamente inteligente, piedoso e generoso. Ainda jovem manifestou vocação religiosa. Aos vinte anos foi ordenado monge no Mosteiro de Tintilante e aos vinte e cinco anos foi eleito abade deste mosteiro, que também era conhecido como Mosteiro de Nossa Senhora de Nantili.

Ministério

Dom Albino, como era chamado, exerceu seu ministério de abade durante vinte e cinco anos. Nesse tempo, manteve-se fiel à sua vocação, à humildade, à caridade fraterna, à doutrina sobre os sacramentos e às tradições cristãs. Destacou-se fazendo-se pai e irmão dos mais pobres, dos humildes, dos perseguidos e prisioneiros. Por causa de seu testemunho de santidade, foi eleito bispo de Angers pelos padres e pelo povo.

Luta contra o incesto

Como bispo, trabalhou arduamente pela transformação dos costumes da região. Com efeito, o povo, a começar pelos mais ricos, habituou-se a contrair casamentos incestuosos, tomando por esposas as próprias irmãs e até filhas. Dom Albino convocou dois concílios regionais em Órleans com o objetivo de mudar esta situação. Um no ano 538 e outro em 541. Participou ativamente dos dois, colocando sua vida em risco, pois muitos poderosos não queriam abrir mão do costume dos incestos. Mas sua luta teve sucesso e os incestos diminuíram drasticamente depois dessas intervenções. Foi um grande salto para aquela sociedade.

Libertação de presos

Certa vez, Dom Albino visitou uma mulher chamada Etheria, que estava na prisão a mando do Rei Childebert, por causa de dividas para com o Estado. Ao vê-lo, Etheria atirou-se aos pés de Dom Albino e implorando ajuda. Um guarda ameaçou bater nela. Dom Albino apenas soprou nele e este caiu como morto. Depois deste episódio, Etheria foi solta.

Em outra ocasião, ao passar perto da torre da prisão de Angers, Dom Albino ouviu gritos e gemidos que denunciavam o terrível sofrimento dos prisioneiros, que eram duramente maltratados. O santo foi ao juiz local interceder pela libertação dos presos que podiam ser soltos e por um mínimo de respeito para os que não podiam ser soltos. O magistrado, porém, recusou. Dom Albino voltou à torre e orou ali durante algumas horas. Depois disso, um grande deslocamento de terra derrubou a torre libertando os prisioneiros. E o mais interessante é que eles seguiram Dom Albino até à igreja de São Mauricio. Ali se estabeleceram, transformaram suas vidas sob as orientações do santo e se tornaram cristãos exemplares.

Curas

Certa vez aproximou-se dele um homem sofrendo terrivelmente com dores nos rins. O homem prostrou-se aos pés do santo e implorou sua benção. Santo Albino, cheio de misericórdia, impôs as mãos sobre o homem e o abençoou. No mesmo instante o homem expeliu um cálculo renal e ficou curado. Por causa deste fato, Santo Albino passou a ser invocado como protetor por aqueles que sofrem de doenças renais.

Morte Santo Albino faleceu no dia 1 de março de 550. Após grandioso funeral, foi sepultado na igreja de São Pedro em Angers. Devido à sua fama de santidade e culto intenso que o povo lhe prestava, em 556 dedicou-se a ele uma igreja, sob a qual construíram uma cripta. Para lá seu corpo foi transladado. Ao lado dessa igreja, seguidores de Dom Albino construíram um mosteiro beneditino e elegeram, seu discípulo Sapaudo como primeiro abade. Logo a devoção a Santo Albino espalhou-se por toda a Europa.

Oração a Santo Albino

Senhor, por intercessão de Santo Albino, pedimos o verdadeiro zelo apostólico, principalmente em favor dos injustiçados e dos irmãos mais sofridos. Dai-nos a graça de expressar nossa fé em obras. Amém.”

Cruz Terra Santa

domingo, 28 de fevereiro de 2021

O Papa no Angelus: devemos ter cuidado com a preguiça espiritual

O Papa Francisco durante o Ângelus
Vatican News

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Na oração mariana do Angelus, deste II Domingo da Quaresma (28/02), o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus transfigurou-se diante de três dos seus discípulos.

“Pouco antes, Jesus tinha anunciado que, em Jerusalém, iria sofrer muito, seria rejeitado e condenado à morte. Podemos imaginar o que deve ter acontecido então no coração de seus amigos, daqueles amigos íntimos, os seus discípulos: a imagem de um Messias forte e triunfante é colocada em crise, seus sonhos são partidos e a angústia aumenta ao pensar que o Mestre em que acreditaram seria morto como o pior dos malfeitores. Naquele momento, com aquela angústia da alma, Jesus chama Pedro, Tiago e João e os leva consigo para a montanha”, ressaltou o Pontífice.

Subir ao monte é aproximar-se um pouco de Deus

O Evangelho diz: “Ele os levou sobre uma alta montanha”.

Na Bíblia, a montanha sempre tem um significado especial: é o lugar elevado, onde o céu e a terra se tocam, onde Moisés e os profetas tiveram a experiência extraordinária de encontrar Deus. Subir ao monte é aproximar-se um pouco de Deus. Jesus sobe para o alto junto com os três discípulos e eles se detêm no topo da montanha. Aqui, Ele se transfigura diante deles. O seu rosto radiante e as suas vestes resplandecentes, que antecipam a imagem como Ressuscitado, oferecem àqueles homens assustados a luz, a luz da esperança, a luz para atravessar as trevas: a morte não será o fim de tudo, porque se abrirá para a glória da Ressurreição. Jesus anuncia a sua morte, os leva ao monte e mostra para eles o que acontecerá depois da ressurreição.

Ir além dos nossos esquemas e critérios deste mundo

Como exclamou o apóstolo Pedro, é bom ficarmos com o Senhor no monte, viver esta «antecipação» da luz no coração da Quaresma. É um convite para nos lembrar, especialmente quando passamos por uma prova difícil, e muitos de vocês sabem o que significa atravessar uma prova difícil, recordar que o “Senhor Ressuscitou e não permite que as trevas tenham a última palavra”, disse ainda o Papa, acrescentando:

Às vezes acontece que passamos por momentos de escuridão na nossa vida pessoal, familiar ou social, e tememos que não haja uma saída. Sentimo-nos assustados diante de grandes enigmas como a doença, a dor inocente ou o mistério da morte. No mesmo caminho de fé, muitas vezes tropeçamos quando encontramos o escândalo da cruz e as exigências do Evangelho, que nos pede para dedicar a vida ao serviço e perdê-la no amor, em vez de preservá-la para nós mesmos e defendê-la. Precisamos, então, de outro olhar, uma luz que ilumine em profundidade o mistério da vida e nos ajude a ir além dos nossos esquemas e além dos critérios deste mundo. Também nós somos chamados a subir a montanha, a contemplar a beleza do Ressuscitado que acende vislumbres de luz em cada fragmento da nossa vida e nos ajuda a interpretar a história a partir da vitória pascal.

Cuidado com a preguiça espiritual

“Mas tenhamos cuidado”, pois as palavras “de Pedro ‘é bom para nós ficarmos aqui’ não devem se tornar uma preguiça espiritual”, advertiu Francisco. “Não podemos permanecer na montanha e desfrutar sozinhos a beatitude deste encontro. O próprio Jesus nos leva de volta ao vale, entre os nossos irmãos e irmãs e na vida quotidiana”, frisou o Papa.

Devemos ter cuidado com a preguiça espiritual: nós estamos bem, com as nossas orações e liturgias, e isto é suficiente para nós. Não! Subir a montanha não é esquecer a realidade. Rezar nunca é fugir das fadigas da vida. A luz da fé não é para uma bela emoção espiritual. Não! Esta não é a mensagem de Jesus. Somos chamados a experimentar o encontro com Cristo para que, iluminados pela sua luz, possamos levá-la e fazê-la brilhar em todos os lugares. Acender pequenas luzes nos corações das pessoas; ser pequenas lâmpadas do Evangelho que levam um pouco de amor e esperança: esta é a missão do cristão.

O Papa concluiu, pedindo a Maria Santíssima “que nos ajude a acolher com admiração a luz de Cristo, a guardá-la e a partilhá-la”.

Vatican News

Vacina do coronavírus: casas de religiosos excluídas das prioridades

Guadium Press
Casas de repouso católicas estão excluídas das primeiras fases das campanhas de vacinação realizadas em Valônia e Bruxelas, na Bélgica.

Bruxelas – Bélgica (27/02/2021, 16:10, Gaudium Press) Na Bélgica, –diferentemente das casas de repouso tradicionais– os lares para idosos pertencentes às Congregações Católicas que recebem religiosos e religiosas não estão incluídos nas primeiras fases dos planos de vacinação de Bruxelas e Valônia.

Discriminação? Casas de repouso católicas estão excluídas das primeiras fases das campanhas de vacinação

A casa repouso “Maison Saint-Claude La Colombière”, localizada em Bruxelas, acolhe cerca de quarenta Jesuítas idosos que nessa casa compartilham seus últimos anos de vida.

Como em todos os lares destinados a idosos comuns, os residentes recebem cuidados de enfermagem com enfermeiros cuidadores, cozinha e manutenção. Mesmo sendo assim, os moradores da “Maison Saint-Claude La Colombière” ainda não foram vacinados.

Houve promessa de que a vacinação seria realizada em fevereiro, mas, na verdade, todas essas casas estão excluídas de vacinação

Depois de entrar em contato com a Iris Care, responsável pela vacinação contra a Covid em Bruxelas, os dirigentes da casa receberam uma resposta indicando que a vacina chegaria em fevereiro.

Acontece que desde então não houve notícias sobre isso nenhuma vacina surgiu no horizonte, desde então.

Embora a “Maison Saint-Claude La Colombière” tenha decidido não se preocupar e esperar com paciência, não é esse o que acontece com todos as casas destinadas à permanência para religiosos e religiosas.

De fato, o que está acontecendo é que todas essas casas estão excluídas das primeiras fases das campanhas de vacinação realizadas em Valônia e Bruxelas e que dizem respeito a casas de repouso e comunidades e lares para pessoas com deficiência.

Conferência dos Religiosos da Bélgica uniu as preocupações das diferentes congregações para que fossem vacinados 1750 religiosos idosos

A Conferência dos Religiosos da Bélgica, decidiu unir as preocupações das diferentes congregações e na sexta-feira, 19 de fevereiro enviou uma carta às autoridades governamentais da saúde, entre elas Franck Vandenbroucke, pedindo que esses 1.750 religiosos e religiosas, assim como o pessoal de enfermagem desses estabelecimentos, sejam reconhecidos como pessoas de risco.

A Conferência dos Religiosos da Bélgica pede para acabar com essa diferença no tratamento com as casas tradicionais, fornecendo o quanto antes as vacinas aos médicos que as encaminham em cada comunidade.

Um risco ignorado

As estruturas dessas casas para religiosos idosos variam de acordo com as congregações. Alguns destinam-se apenas a pessoas com deficiência ou muito velhas, outras incluem pessoas sem deficiência que cuidam de deficientes.

Em todos os casos, a promiscuidade da vida comunitária acarreta um maior risco de contaminação com Covid-19. Acontece, porém um agravamento: esse público de moradores já é frágil.

Por não serem oficialmente reconhecidas, as estruturas de acomodação informal para os religiosos não terão a vacinação como prioridade

Interrogando a “Agência Valona para uma Vida de Qualidade” (Aviq) órgão responsável pela vacinação, o padre Robert Huet, tesoureiro da Conferência dos Religiosos da Bélgica, soube que estas congregações faziam parte da fase de vacinação 1B, ou seja, vacinação de pessoas com mais de 65 anos que deveriam começar a ser vacinada em março.

Por não serem oficialmente reconhecidas e registradas, todas as estruturas de acomodação informal para os religiosos são consideradas como casas tradicionais e não terão a vacinação como prioridade.

O risco de que uma catástrofe causada pela não vacinação nestas casas está sendo ignorado.

Mas a denúncia da discriminação de que são vítimas as estruturas informais, sejam elas religiosas ou não, já foi feita. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, informações www.cathobel.be)

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A busca da Verdade em uma sociedade ideologicamente dividida

© Jeffrey Bruno
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Para cada pessoa realmente sectária e mal-intencionada, temos várias pessoas bem-intencionadas e abertas ao diálogo – desde que descubramos os caminhos adequados para o entendimento mútuo.

Quando observamos nossa sociedade atual, no Brasil e no mundo, percebemos que as divisões ideológicas parecem ter ganho uma dimensão nunca vista antes. De um modo ou de outro, sempre existiram algumas ideologias dominantes, “hegemônicas”, e outras subalternas, que não tinham reconhecido seu direito a se apresentar. Frequentemente, os momentos considerados “plurais” são aqueles em que uma ideologia subalterna ganha hegemonia. Seus seguidores não admitem que estão calando aos demais assim como foram calados no passado, então criam uma falsa imagem de que agora todos têm a mesma possibilidade de se exprimir.

Em alguns poucos momentos, como neste em que estamos hoje, ideologias dominantes perdem a legitimidade, mas as ideologias subalternas não conseguem se afirmar em seu lugar. Permanece então um conflito aberto, onde boas intenções, negacionismos e sectarismos podem ser encontrados em todas as facções que se opõem – algumas vezes de forma evidente; em outras, de forma velada.

Os impasses ideológicos não se mantêm apenas por um balanço aparentemente equilibrado de forças, mas também porque nenhum dos lados têm propostas reconhecidamente válidas e efetivas para superar as dificuldades. O capitalismo internacional e os Estados chamados “do bem-estar social” enfrentam uma crise há muitos anos, mas nenhuma proposta neoliberal ou socialista conseguiu responder de forma convincente aos problemas enfrentados. A liberalização dos costumes tem levado ao vazio existencial e à depressão, mas os valores da tradição não conseguem mostrar-se tão universais como deveriam ser.

Momentos assim são aqueles em que o diálogo se torna mais importante e difícil. O leitor me desculpe a insistência no tema da Campanha da Fraternidade de 2021, mas ele é absolutamente vital nessa época.

Ideologia e verdade

Não podemos esquecer nunca de que as ideologias não são apenas “afirmações mentirosas”. A mentira tem pernas curtas, como diz o ditado popular. Ideologias se perpetuam porque têm alguma coisa de verdadeiro (nem que seja apenas o desejo de bem que estava na sua origem mais remota). Sobrevivem porque seu seguidores se fixam nesse lado verdadeiro e fecham os olhos aos seus erros e mentiras.

Todos somos ideológicos em algumas coisas. Só Deus tem a verdade absoluta sobre todas as coisas. Numa analogia com o pensamento do Papa Francisco, podemos dizer que todos estamos sujeitos à ideologia, mas o ideólogo é aquele que se acomoda a ela, passando a transmiti-la sem se preocupar em descobrir a Verdade (o Papa explica que todos somos pecadores, mas o corrupto – à semelhança do ideólogo – se regozija com o pecado e com as vantagens que pode obter dele).

As ideologias vão sendo superadas (nunca definitivamente eliminadas) com nosso esforço contínuo para encontrarmos a Verdade última e as muitas pequenas verdades do cotidiano. Nesse trabalho, o diálogo se torna um dos mais eficientes instrumentos de luta contra as ideologias. Ao escutarmos quem pensa diferente, descobrimos as falhas de nossos pensamentos e, se estamos realmente comprometidos com a Verdade, reformulamos nossas ideias, para que se tornem mais correspondentes à realidade.

Na luta pelo poder, um se considera vencedor quando obriga o outro a aceitar suas ideias. Mas, no “bom combate” ao qual alude São Paulo (2Ti 4, 7), a luta pela fé, pelo bem e pela posse do próprio coração, ganha aquele que aprende no encontro com o outro e descobre mais sobre a Verdade. Muitas vezes teremos que reconhecer que existem coisas boas e certas nas ideias dos outros, mas isso não nos ameaça porque, ao reconhecer esses acertos do outro, passamos a compreender melhor também a Verdade última que já habita nossos corações.

O perigo das imagens falsas e preconceituosas

Imagens preconceituosas são ameaças contínuas ao diálogo. Acreditamos que os outros são maus, sectários e usarão a possibilidade do diálogo para nos sufocar com suas ideologias. Contudo, o mais frequente é que essa imagem seja falsa. Normalmente, para cada pessoa realmente sectária e mal-intencionada, temos várias pessoas bem-intencionadas e abertas ao diálogo – desde que descubramos os caminhos adequados para o entendimento mútuo. Com frequência, a “má intenção” é um engano causado pela falta (em ambas as partes) de uma comunicação adequada da verdade.

Vamos a alguns exemplos bem polêmicos. Defender os direitos dos homossexuais a terem uma vida digna não significa apoiar a ideologia de gênero (que poderíamos entender, grosseiramente, como apologia ao homossexualismo). Pedir que os criminosos não fiquem impunes é muito diferente de defender a truculência policial. Mas, em função de estereótipos preconceituosos, muitas vezes acreditamos que a pessoa que defendeu uma coisa também defende a outra.

O resultado dessa confusão preconceituosa é que não nos entendemos, nem nos corrigimos. Com isso, pessoas realmente mal-intencionadas conseguem nos influenciar e nos fechar tanto ao diálogo quanto à Verdade. Com certeza é possível respeitar a dignidade dos homossexuais sem fazer apologia do homossexualismo, praticar a justiça e condenar os culpados sem que a polícia seja truculenta. Mas só no diálogo iremos compreender por que tais ideias parecem atualmente em oposição – e encontrarmos as alternativas adequadas para que as verdades procuradas por todos os bem-intencionados prevaleçam.

Aleteia

Perseguição religiosa fez Iraque perder 80% dos cristãos

Guadium Press
A discriminação contra os católicos no Iraque continua até hoje, mesmo após derrota do autoproclamado Estado Islâmico.

Redação (27/02/2021, 14:00, Gaudium Press) Um documentário produzido pela organização “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) sobre o “êxodo” dos cristãos no Iraque destaca que as comunidades cristãs diminuíram em mais de 80% desde 2003.

O Iraque, como se sabe, é o país que o Papa visitará de 5 a 8 de março próximo.

A discriminação contra os católicos estende-se até com relação ao atual esforço de reconstrução do país

A AIS sublinha que a discriminação contra os católicos e os cristãos de uma maneira geral, estende-se até com relação ao atual esforço de reconstrução, depois que o autoproclamado Estado Islâmico foi derrotado no Iraque.

Em um estudo elaborado e distribuído à imprensa informa-se que “Enquanto centenas de ONGs trabalham a partir de Mossul e Erbil, poucas trabalham em áreas cristãs, principalmente devido à percepção de que os cristãos são mais instruídos e têm melhores recursos do que outras comunidades no Iraque”.

A organização “Ajuda à Igreja que Sofre” considera em seu documentário que os cristãos, juntamente com os membros da etnia dos yazidis, “têm sido as maiores vítimas de agressão nos últimos 17 anos, e merecem uma parte dos recursos que estão a ser investidos no Iraque”.

Segundo a fundação pontifícia, além da violência, há fatores que promovem a emigração dos cristãos do Iraque, como o aparecimento de novos movimentos islâmicos radicais e a “recusa dos direitos de cidadania plena” aos cristãos.

Até 2003, os cristãos no Iraque eram 1,5 milhões, hoje são pouco mais de 250mil

Até 2003, antes da Segunda Guerra do Golfo, viviam no Iraque 1,5 milhões de cristãos. Hoje o número de cristãos é de 250 mil. Ou seja, uma diminuição de mais de 80% da antiga população.

É bom recordar também que a partir de 2004 iniciou-se uma série de atentados contra igrejas cristãs que se agravou ainda mais, em 2014, com os ataques do denominado ‘Estado Islâmico’, quando muitos cristãos se refugiaram no norte do país, onde vive uma população majoritariamente membros da etnia curda.

Presença cristã no Iraque

O Cristianismo está presente no território iraquiano desde o século I.

Muitos lugares do Iraque são citados nas Sagradas Escrituras. Por exemplo, já no primeiro livro da Bíblia destaca-se a cidade de Ur, terra natal de Abraão e que o Papa deverá visitar. (JSG)

(Foto-Passapalavra.info)

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2º Domingo da Quaresma - B

A Transfiguração | Vatican News

O sacrifício cristão se trata de amar a vida de modo incalculável, pois ela é dom de Deus e somente Ele que a nos deu, pode consentir em sua conclusão. Nós, não.

Pe. Cesar Augusto, SJ

A Liturgia deste domingo nos propõe uma reflexão sobre a generosidade em sacrificar aquilo que você mais ama em demonstração de fidelidade. Deus pede, mas rejeita a conclusão do sacrifício de Isaac, primeira leitura, Gênesis 22, 1-9a.10-13.15-18; contudo Ele sacrifica seu próprio Filho Jesus, para nossa salvação, segunda leitura, Romanos 8, 31b-34; para nos declarar seu amor pelo Cristo e pedir que o escutássemos, Evangelho, Marcos 9, 2-10.

Para sacrificarmos algo que nos é extremamente querido, é necessário acreditar, ter fé no que ou em quem nos solicita tal sacrifício. Deus conhece Abraão, no entanto deseja aprimorar, purificar sua fé e pede o impensável, o sacrifício de seu filho único, mais que querido, Isaac. Por outro lado, Abraão sabe que Deus é onipotente e fiel. Como ser pai de uma grande nação se o filho único será sacrificado, ele que já foi fruto de uma intervenção divina em relação ao próprio Abraão e à Sara sua mulher, bastante idosa e fora da possibilidade de gerar filhos. O patriarca sabe que Deus é fiel, generoso e pode tudo. Ele confia no Senhor, principalmente em seu amor.

A segunda leitura inverte a questão do sacrifício. Será Deus a sacrificar o seu Isaac, Jesus. Só que aí, a ação poderosa do Pai será manifestada com a ressurreição de Jesus. O Pai vence tudo por Amor. Por amor sacrifica Jesus, seu Filho único, por amor por nós! Mais, esse Filho ressuscitado permanece ao lado do Pai, intercedendo por nós. Jesus não apenas morre por nós, mas vive sua ressurreição, sua nova vida, intercedendo por nós. É o Amor!

Releiamos parte da pericope escolhida para hoje: “Quem não poupou seu próprio Filho e o entregou por todos nós, como não nos haverá de agraciar em tudo junto com ele? Quem acusará os eleitos de Deus? É Deus quem justifica. Quem condenará? Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós?”

Finalmente, na transfiguração (Evangelho), Jesus dialoga com dois grandes do Judaísmo – Moisés, o legislador e Elias, o profeta. Eles falam sobre a paixão que Jesus sofrerá proximamente; foi um modo que o Senhor escolheu para preparar seus discípulos para o desfecho da cruz. Quanto amor! Ele vai morrer por amor a nós e por esse mesmo amor ele prepara seus discípulos para que o momento seja entendido, menos dolorido e exemplo de doação de uns pelos outros.

Como está nossa capacidade de doação, de sacrifício, de desprendimento em favor do outro ou de uma causa superior? Trata-se da capacidade de se entregar, de dizer sim ao abnegar-se. Não é suicídio. Este é o desejo de fugir de uma situação insuportável, é um amor equivocado a si mesmo. O sacrifício cristão se trata de amar a vida de modo incalculável, pois ela é dom de Deus e somente Ele que a nos deu, pode consentir em sua conclusão. Nós, não. Não tivemos o poder de trazê-la para nós, mas a exemplo de Jesus, poderemos sacrificá-la, no dia a dia, ou em situação extrema, em favor do Reino.

Vatican News

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Santuário de Lourdes torna-se oficialmente um santuário nacional

Guadium Press
Através desta decisão, a Conferência Episcopal Francesa terá um envolvimento maior na administração do Santuário de Lourdes.

França – Lourdes (26/02/2021 13:30, Gaudium Press) O Santuário de Lourdes, até então considerado Santuário Diocesano, foi elevado à categoria de Santuário Nacional pelos Bispos da França. Apesar da decisão ter ocorrido durante uma Assembleia Plenária de 7 de novembro de 2020, ela só entrou em vigor neste mês de fevereiro de 2021.

Ainda em novembro, os Bispos franceses aprovaram, através de uma votação, os estatutos canônicos do Santuário, que foram aprovados por Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, no dia 19 de janeiro. Logo depois foram publicados no boletim oficial da Conferência dos Bispos da França.

Guadium Press

O que muda com a elevação do Santuário de Lourdes à categoria nacional?

Essa elevação de Santuário diocesano para Santuário Nacional passará desapercebida aos peregrinos, entretanto, fará diferença para a Conferência Episcopal Francesa, que terá um envolvimento maior na administração do santuário.

Existem três tipos de santuários: os Diocesanos, que estão sob a responsabilidade de um Bispo local e são administrados por uma Diocese; os Nacionais, cujos estatutos são simplesmente mencionados no Código de Direito Canônico para serem aprovados pela Conferência Episcopal; e os Internacionais, que são dirigidos por Roma.

Guadium Press

Os grandes Santuários do mundo são Santuários nacionais

“Isso não muda a missão do Santuário que se dirige a todos e ao mundo inteiro, a dimensão internacional do Santuário permanece e permanecerá. Ao definir estes novos estatutos, trata-se de articular as dimensões local, nacional e internacional ”, explica Dom Antoine Hérouard, Bispo Auxiliar de Lille e Delegado Apostólico para o Santuário de Lourdes.

O prelado ressaltou que “os grandes Santuários do mundo são Santuários nacionais. Isso não quer dizer que sejam apenas para os habitantes locais. Procuramos acolher melhor todo mundo que vem para Lourdes. A preocupação e a organização se realizarão de maneira mais colegial por meio da Conferência dos Bispos da França ”. (EPC)

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Uma conversão para cada estágio da vida: 1ª pregação quaresmal 2021 do Cardeal Cantalamessa

Alberto PIZZOLI / AFP

"O importante é que cada um de nós descubra aquela que serve para si neste momento".

Uma conversão para cada estágio da vida foi o enfoque geral da primeira pregação desta Quaresma 2021 aos membros da Cúria Romana. As meditações são dirigidas pelo cardeal Raniero Cantalamessa, que é o pregador da Casa Pontifícia.

“Convertei-vos e crede no Evangelho!” foi o tema da pregação desta sexta, 26 de fevereiro, durante a qual o cardeal destacou três momentos distintos da conversão, com base no Novo Testamento:

“Juntas, as três passagens nos dão uma ideia completa do que é a metanoia evangélica. Há uma conversão para cada estágio da vida. O importante é que cada um de nós descubra aquela que serve para si neste momento”.

1ª conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho”

A primeira conversão está no chamado de Nosso Senhor já no início da Sua pregação:

“Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).

O cardeal comentou que, antes de Jesus, converter-se era sempre um “voltar atrás”: era um dar-se conta de que se estava “fora do rumo” e uma reconsideração de voltar à aliança com Deus. Essa conversão tem um matiz de sacrifício, renúncia: mudar costumes, deixar algo de lado… Com Jesus, porém, converter-se não significa mais voltar à antiga aliança e à observância da lei, mas “dar um salto adiante e entrar no Reino, agarrar a salvação que veio aos homens gratuitamente, por livre e soberana iniciativa de Deus”.

2ª conversão: “Se não vos tornares como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”

Quando os discípulos perguntam a Jesus quem seria o maior no Reino dos Céus, Ele responde:

“Em verdade vos digo: se não vos converterdes e não vos tornares como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,1-3).

Trata-se, segundo o cardeal, da conversão de quem já entrou no Reino, já acreditou no Evangelho e já está a serviço de Cristo. A discussão sobre quem é o maior revela, no entanto, que a preocupação maior não é o reino, e sim ambições relativas ao próprio lugar dentro do reino. Isto causa “rivalidades, suspeitas, confrontos, frustração”. Mas Jesus muda completamente esta perspectiva: é preciso sair do centro de si mesmo e recolocar Cristo no centro.

Fazer-se criança é voltar à descoberta de que somos chamados:

“Tornar-se criança, para os apóstolos, significava voltar a ser como eram no momento do chamado às margens do lago ou no posto de arrecadação: sem pretensões, sem títulos, sem confrontos entre si, sem invejas, sem rivalidades. Ricos apenas de uma promessa (“Eu vos farei pescadores de homens”) e de uma presença, a de Jesus; voltar para quando ainda eram companheiros de aventura, não concorrentes pelo primeiro lugar”.

3ª conversão: superar a mediocridade e a tibieza

Mencionando uma das sete cartas às Igrejas do Apocalipse, o cardeal refletiu:

“Das sete cartas do Apocalipse, a que deve nos fazer refletir mais do que as outras é a carta à Igreja de Laodiceia. Sabemos do seu tom severo: ‘Conheço as tuas obras. Não és frio, nem quente… Porque és morno, nem frio nem quente, eu te vomitarei da minha boca. Sê zeloso, pois, e arrepende-te” (Ap 3,15ss). Trata-se, aqui, da conversão da mediocridade e da tibieza”.

O cardeal Cantalamessa finalizou recorrendo ao auxílio de Nossa Senhora

“Pela sua oração, a água se converteu em vinho. Peçamos que, pela sua intercessão, a água da nossa tibieza se converta no vinho de um renovado fervor. O vinho que, em Pentecostes, provocou nos apóstolos a embriaguez do Espírito e os tornou ‘fervorosos no Espírito'”.

Aleteia 

Demolida uma bela capela do século XIX na França, para dar lugar a um edifício moderno

Guadium Press
A Associação Urgences Patrimoine (Emergências do Patrimônio) recorreu contra a demolição perante a justiça francesa, sem resultado.

Redação (26/02/2021 15:25Gaudium Press) Não, não é o caso de uma igreja que os fiéis já não frequentam mais, portanto, impossível de sustentá-la.

Trata-se da capela de São José em Lille – França, adjacente ao Colégio São Paulo, que está sendo demolida, para ser substituída por um edifício moderno, daqueles que já estamos cansados de ‘admirar’ sua simplicidade sem-graça.

Guadium Press

Ao contrário, a capela – parte de um antigo colégio jesuíta – era um “monumento totalmente excepcional, com uma galeria que formava um claustro suspenso, uma arquitetura sábia que misturava, romano, bizantino e também gótico com os grandes vitrais”, nas palavras do arquiteto Etienne Poncelet, um especialista em monumentos históricos. A capela foi concluída em 1886.

A associação Urgences Patrimoine lutou para que a capela não fosse demolida, mas sem resultado. Agora, e como um gesto simbólico, a associação deixou um pacote de rosas diante do monumento em destruição e convidou as pessoas a imitar seu gesto.

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O prédio que vai substituir a capela será mais uma dessas construções modernas e simples de sempre…

A associação Urgences Patrimoine recorreu inclusive à justiça de Lille e Paris, mas sem sucesso. Agora, só lamentarão a capela aqueles que não se conformam com o monótono e igualitário presente que destrói as belas relíquias do passado.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF