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terça-feira, 2 de março de 2021

Por que é tão difícil ser uma boa pessoa?

Mark Alexandrovich/Unsplash | CC0
por Michael Rennier

Ser uma boa pessoa significa estar vulnerável a todo e qualquer tipo de desgosto. E será que estamos dispostos a pagar este preço?

Não seria tão exagerado dizer que sou uma boa pessoa. Estou bem, eu acho. Na maioria das vezes, porém, meu dia é organizado de acordo com o que é mais conveniente para mim. Eu evito discussões. Eu sou legal porque quero que as pessoas sejam legais em troca. Se eu fizer a coisa certa, pode ser mais por um senso de dever do que por um compromisso interno que incentiva a bondade simplesmente pela bondade. O ego e o egoísmo de minhas escolhas estão implícitos.

Não estou me gabando de inaptidão moral como se isso fosse uma espécie de supervilão implacável. Quero realmente pensar nas outras pessoas primeiro, ser implacavelmente generoso, gentil e atencioso. Eu quero que a virtude da bondade tome conta de mim e motive todas as minhas ações. Quando fico complacente com esse compromisso, a Quaresma está sempre lá para me lembrar. Aliás, a Quaresma é um momento para levar a sério a saúde emocional e espiritual. Então eu pego as disciplinas da Quaresma – oração, jejum, esmola – e espero que as mudanças se tornem permanentes.

Eu geralmente falho. Na quarta-feira de cinzas deste ano, por exemplo, eu fiquei com tanta fome durante o jejum que desenvolvi um aborrecimento genuíno com Deus. Essa atitude, de fato, rapidamente derrotou o propósito de todo o exercício. Mas lá vou eu novamente em confissão, assim como em cada Quaresma, contar ao sacerdote como minhas grandes esperanças de finalmente amadurecer como uma pessoa boa foram frustradas e como cedi às tentações.

Você é uma boa pessoa?

Na minha experiência, a grande maioria das pessoas, quando questionadas, afirmará que é uma “pessoa muito boa”. De uma perspectiva, essa resposta faz sentido. Afinal, não somos ditadores do mal ou assassinos em série. Cometemos nossa cota de erros, claro, mas quem nunca?

De outra perspectiva, no entanto, é totalmente incorreto para qualquer um de nós afirmar que somos bons. Todos nós cometemos erros todos os dias, fazendo e dizendo coisas que, embora possam não parecer um grande negócio no momento, se fôssemos olhar para nós mesmos com atenção, deveriam nos preocupar muito.

Ser verdadeiro, honesto e bom no dia a dia, de forma consistente, em cada interação, é quase impossível. Enquanto examino minha própria vida e enfrento mais uma falha, me pergunto por que é tão difícil ser uma boa pessoa.

O orgulho

Ocorre-me que o orgulho desempenha um papel importante. O orgulho me leva à ilusão, sussurrando em meu ouvido que minhas intenções eram boas, meus motivos puros, meus erros não tão grandes. O orgulho é um dispositivo de proteção, e, enquanto esse escudo estiver no lugar, poderei fingir ser uma boa pessoa sem experimentar nenhuma vulnerabilidade. Sem exame de consciência, desculpas ou culpa. Minha suposta bondade se torna uma armadura que ninguém pode perfurar, pois, se eu for bom, ninguém tem permissão para me questionar ou julgar.

Claro, isso não é nada bom. Considere pessoas que são realmente boas. O que isso custa para elas? Cristo foi morto por isso. Pedro foi morto por isso. A Virgem Maria chorou diante de seu filho. E a lista continua. Considere as melhores partes de sua vida – as pessoas que você ama com mais pureza e como esses relacionamentos são repletos de bondade. Esses mesmos relacionamentos nos deixam vulneráveis, certo? Esse é o custo da bondade.

Bondade X fragilidade

Esta é a chocante, mas inegável verdade sobre a bondade – ela está entrelaçada com a fragilidade. Para sermos boas pessoas, devemos ser vulneráveis. Às vezes, nossos esforços serão totalmente infrutíferos ou mesmo recebidos com hostilidade. A bondade nos deixa vulneráveis ​​a todos os tipos de desgosto. A filósofa Martha Nussbaum coloca isso de forma poderosa quando diz: “A condição de ser bom é que sempre deve ser possível para você ser moralmente destruído por algo que você não poderia evitar. Ser um bom ser humano é ter uma espécie de abertura para o mundo…”

De fato, a pergunta que estou me fazendo nesta Quaresma é se estou disposto a ser frágil. Não há como alcançar o bem sem fragilidade porque não há outra maneira de estar aberto para a vida. Seja o que for que a vida tenha reservado para mim, eu gostaria de recebê-lo com bondade. Não porque eu seja invulnerável, mas porque o risco necessário para descobrir o bem vale a pena, e com a fragilidade vem a esperança.

Tenho esperança de que a bondade deste mundo não ficará para sempre sem recompensa, que não se canse e envelheça. Se eu consentir em finalmente lutar pelo bem, não porque é conveniente, mas porque o bem vale a pena pelo seu próprio bem, quem sabe o que vai resultar disso? Como o universo será alterado?

Talvez este seja o caminho para finalmente se tornar uma boa pessoa. Saber que minha alma está em conflito. Provavelmente nunca vou chegar ao fim dessa jornada sem ajuda. Mas tudo bem! Realmente estou pronto para aceitar a fragilidade de saber que, mesmo que só consiga um pouco de bondade aqui ou ali, sempre poderei me levantar, sacudir a poeira e continuar tentando.

Aleteia

Aproveitar o tempo

Guadium Press
Advirtam aos que pensam cingir o mundo com suas pregações e obras exteriores, que muito mais proveito fariam à Igreja se gastassem metade deste tempo estando com Deus em oração.

Redação (01/03/2021 16:00, Gaudium Press) Em geral, às pessoas que praticam o bem – seja no âmbito familiar, paroquial ou de algum movimento – lhes falta tempo para realizar todo o bem que se propõem a fazer. Gostariam de ter mais disponibilidade, mais recursos, mais colaboradores, mais influência…

Como resultado da atual pandemia, as relações interpessoais, bem como tantas outras atividades, foram restringidas, quando não suprimidas. Assim, por um lado, todos se tornaram mais livres e disponíveis e, por outro, mais limitados em suas ações e mais isolados. Haverá, nessas duras e peculiares circunstâncias, alguma vantagem a ser tirada?

As duas faces do espírito humano: a vida ativa e a vida interior

Consideremos que, assim como uma moeda tem duas faces, assim também acontece com o espírito humano, com as pessoas. Uma das faces é a vida ativa, exterior; a outra é a vida interior, ou seja, a vida da alma, do intelecto, do pensamento, da oração, etc.

Ambas importam, sendo que a prioridade recai sobre a vida interior, como vemos em Betânia, onde “Maria escolheu a melhor parte” (cf. Lc 10,42). Na ocasião, as irmãs de Lázaro estavam recebendo o Mestre em sua casa, e cada uma valorizava a sua presença a seu modo: Marta esforçava-se por servi-lo enquanto Maria o escutava, encantada aos seus pés. Estariam ambas dando ao Senhor tanto quanto Ele poderia esperar delas?

Guadium Press

Do relato evangélico parece desprender-se que a cada uma faltou algo da “outra face da moeda”, já que a perfeição consiste em ter, ao mesmo tempo, a disposição de contemplar e de trabalhar. Ou, se quiser, trilhar as vias mística e ascética em harmonia… sempre dando prioridade “a melhor parte”.

Sem o empenho de amar a Deus, os trabalhos são inférteis

Agora, acontece que, ao trabalhar pelo Reino de Deus, as pessoas tendem a negligenciar sua relação pessoal e íntima com Ele, jogando-se na arena das obras, com a ilusão de que estão servindo bem a Ele, e, na realidade, muitas vezes não se faz senão o ruído de um “bronze que soa ou de um címbalo que retine” (1Cor. 13,1). É que, sem o empenho de amar a Deus e de estar em dia com Ele, os trabalhos são inférteis. Poderão ser muito chamativos, mas não são tão importantes e podem até ser contraproducentes.

Há um escrito de São João da Cruz que ilustra bem este fenômeno da ilusão, tão comum entre os fiéis, de que fazendo coisas – coisas boas, sem dúvida, mas sem a devida visualização – agradam a Deus e se justificam. Como se sabe, este Santo é um místico carmelita de alto voo que tem ainda uma pena requintada. É um Doutor da Igreja, o que significa que seu ensinamento não é banal, é válido para todas as pessoas, em todos os momentos. Comentando a canção 29 de seu Cântico Espiritual, assim escreve:

“Advirtam aqui aqueles que são muito ativos que pensam cingir o mundo com suas pregações e obras exteriores, que muito mais proveito fariam à Igreja e muito mais agradariam a Deus (deixando de lado o bom exemplo que seria dado) se gastassem metade deste tempo estando com Deus em oração (…) Então fariam mais e com menos trabalho, e com uma obra mais que com mil, merecendo sua oração e tendo adquirido forças espirituais nela; porque, do contrário, tudo é martelar e fazer pouco mais do que nada, às vezes até mesmo nada, às vezes até causando danos”.

Guadium Press

As “boas obras” daqueles que negligenciam a amizade com Deus, são obras mortas

Essas frases são do gênero prosa, embora tenham gosto de poesia magistral. Muito se aproveitará em relê-las, “ruminá-las”, meditá-las e, sobretudo, colocá-las em prática. As “boas obras” daqueles que negligenciam a amizade com Deus, não vêm de Deus; são obras mortas, sem mérito, e não contam para a vida eterna.

Deste vício do ativismo com descuido espiritual, não estiveram isentos em seu tempo os seguidores de Jesus. Depois de testemunhar o portentoso milagre da multiplicação dos pães, alguns se aproximaram do Senhor para perguntar-lhe: “O que devemos fazer para praticar as obras de Deus? Jesus respondeu: “A obra de Deus é que creiam nAquele que Ele enviou” (Jo. 6, 28-29). Voltemos à passagem evangélica; eles perguntam “Que obras fazer?”, e Nosso Senhor lhes responde que o que deve ser feito é um ato de Fé: “A obra de Deus é que eles creiam nAquele que Ele enviou”. Embora fossem pessoas boas que queriam ser úteis, não parece que tenham entendido a fundo a resposta.

A citação do Evangelho de São João e o ensinamento do Santo Carmelita são muito apropriados para meditar diante do Santíssimo. Porque se a obra de Deus é acreditar em seu Mensageiro, então nada como a Eucaristia para fazer um ato de Fé, de Fé específica na maneira como Ele quis permanecer em sua Igreja para ser adorado, celebrado e comido; Fé na Sua presença real na Eucaristia que é, por excelência, o mistério da Fé.

Então, caro leitor, quanto tempo estamos dedicando à vida de Fé e quanto tempo às atividades externas? Não se trata de calcular e dividir matematicamente esses tempos, mas não vamos dar um pouco a Deus, apenas alguma coisa… ou nada!

Guadium Press

Cultivemos a amizade com Deus

A impossibilidade física de não poder estar presencialmente perante o Santíssimo Sacramento não constitui um obstáculo para fazer atos de Fé, Esperança e Caridade no Divino Sacramento. Precisamente, a separação pode potencializar o relacionamento; assim acontece com as pessoas que se amam muito: sentindo a ausência, aumentam a saudade e alimentam o desejo de reencontro.

Dediquemo-nos a cultivar a amizade com Deus e voemos em espírito até algum tabernáculo, perto ou longe, para adorá-lo, fazendo, por exemplo, uma comunhão espiritual. Do Santíssimo Sacramento vem parte da energia que dará fecundidade a todos os empreendimentos e boas intenções, “porque de outra maneira, tudo é martelar e fazer pouco mais do que nada, às vezes até mesmo nada, às vezes até causando danos”. “Eles trariam mais benefícios para a Igreja e muito mais agradariam a Deus – deixando de lado o bom exemplo que seria estabelecido – se eles gastassem metade desse tempo estando com Deus em oração”. Definitivamente é assim.

Os antigos diziam: “fugit irreparabile tempus“, o tempo nos escapa, foge irremediavelmente. Quanto se perde! Muitas vezes se perde tempo com banalidades ou entre lamentos e reclamações, ao invés de usá-lo para o louvor, a reparação, a petição, a ação de graças… a vida da alma!

Mairiporã, 1º de março de 2021

Por Padre Rafael Ibarguren EP – Assistente Eclesiástico das Obras Eucarísticas da Igreja.

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho.

https://gaudiumpress.org/

O Papa acredita que morrerá em Roma e que não voltará para a Argentina

Tiziana FABI | AFP

Declaração está em "A Saúde dos Papas", livro que acaba de ser lançado.

O Papa acredita que morrerá em Roma e que não voltará para a Argentina, conforme declarações dele próprio em entrevista que faz parte do livro “A Saúde dos Papas – Medicina, Complôs e Fé. De Leão XIII a Francisco“. A obra foi lançada nesta segunda, 1º de março, no país natal do pontífice.

O autor do livro é o médico e jornalista Nelson Castro, compatriota do Papa. Ele entrevistou Francisco no Vaticano em fevereiro de 2019.

O Papa acredita que morrerá em Roma

Entre as muitas perguntas e respostas, o livro se encerra com a questão da morte. Francisco revela que pensa nela, mas não a teme. Quando Nelson Castro lhe pergunta como imagina que morrerá, Francisco responde:

“Sendo Papa, em exercício ou emérito. E em Roma. Para a Argentina não retorno”.

De fato, o Papa Francisco declarou que não sente falta da sua terra:

“Não, não sinto. Vivi lá durante 76 anos. O que me aflige são os seus problemas”.

O pulmão do Papa

De volta ao assunto saúde, Francisco desmentiu a muito propagada história de não teria um dos pulmões: ele explica que, em 1957, foi mesmo operado para a retirada do lóbulo superior do pulmão direito, onde tinha três cistos, mas não perdeu um pulmão inteiro. Além disso, não teve sequelas do episódio:

“A recuperação foi completa e nunca senti qualquer limitação nas minhas atividades”.

Tensões e neuroses

Sobre a saúde mental, o Papa conta que, durante a ditadura argentina (1976-1983), acolheu uma psiquiatra, a cujo auxílio médico ele recorreu durante 6 meses. Na época, Bergoglio transportava perseguidos políticos de modo clandestino para ajudá-los a fugir do país e, assim, salvar a sua vida. Ele comenta:

“Imagine como era levar uma pessoa escondida no carro e passar por três barreiras de controle militar na área do Campo de Mayo. A tensão que aquilo causava em mim era enorme”.

O Campo de Mayo é nada menos que o maior quartel militar argentino.

O Papa também falou abertamente sobre suas próprias neuroses, que considera nascidas da ansiedade e da tristeza:

“As neuroses devem ser alimentadas com mate. Não só isso: temos que tratá-las com carinho também. Elas são companheiras da pessoa durante toda a sua vida”.

Livro “histórico, atemporal e único”

Sobre o livro, o autor Nelson Castro resume:

“É um livro histórico, atemporal e único. Histórico porque tudo o que ele conta é verdadeiro e documentado. Atemporal porque é uma história que supera qualquer ficção. E único porque, pela primeira vez, um Papa fala da sua saúde com a clareza de Francisco”.

Aleteia

Hoje começa o mês de São José... em pleno Ano de São José

Imagem referencial. Crédito: Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 01 mar. 21 / 04:00 pm (ACI).- A tradição da Igreja atribuiu uma devoção especial a cada mês do ano, e março é dedicado em particular a São José, casto esposo da Virgem Maria e padroeiro da Igreja universal.

São José é conhecido como o “Santo do Silêncio” porque não se conhece uma palavra pronunciada por ele, mas sim as suas obras, sua fé e amor que influenciaram em Jesus e em seu santo matrimônio.

Uma das pessoas que mais difundiu a devoção a São José foi Santa Teresa d’Ávila, que através da intercessão do santo foi curada de uma doença que a deixou quase paralisada e que era considerada incurável.

Santa Teresa costumava repetir que “outros santos parecem ter um poder especial para resolver certos problemas. Mas Deus concedeu a São José um grande poder para ajudar em tudo”.

Até o final de sua vida, a santa carmelita destacou que “durante 40 anos, todos os anos, na festa de São José, pedi-lhe alguma graça ou favor especial, e não falhou comigo nem uma vez. Eu digo àqueles que me escutam que façam o ensaio de rezar com fé a este grande santo, e verão os grandes frutos que conseguirão”.

O Papa Francisco também dedicou várias reflexões a São José. Da mesma forma, foi o Pontífice que, por decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, decidiu fazer uma pequena modificação nas orações da Missa para incentivar a devoção a este santo.

Especificamente, com esta modificação, São José é mencionado nas Orações Eucarísticas II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano, colocando-se após o nome da Virgem Maria.

Em dezembro de 2017, na homilia da Missa que presidiu na Casa Santa Marta, o Papa disse sobre São José que “deste homem que assumiu a paternidade e o mistério afirma-se que era a sombra do Pai, a sombra de Deus Pai. E Jesus homem aprendeu da vida, do testemunho de José, a chamar ‘papá’, ‘pai’, ao seu Pai que conhecia como Deus: o homem que preserva, que faz crescer, o homem que leva em frente qualquer paternidade e qualquer mistério, mas nada conserva para si. Nada”.

Além disso, o Pontífice convocou um Ano de São José de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021, para comemorar os 150 anos do decreto Quemadmodum Deus, por meio do qual o Beato Pio IX declarou São José como padroeiro da Igreja.

Para isso, o Papa Francisco escreveu a Carta Apostólica Patris corde para que “todos os fiéis, seguindo o seu exemplo (de São José), possam fortalecer diariamente a sua vida de fé em plena realização da vontade de Deus”.

“Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade”, escreveu o Papa em Patris corde.

Além disso, o Santo Padre indicou que deseja destacar o papel de São José como um pai que serviu sua família com caridade e humildade, acrescentando que “a Igreja de hoje precisa de pais”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Mianmar: de joelhos, irmã implora à polícia para poupar manifestantes

Vatican News

“A ação da freira e a resposta da polícia que, ao ver o apelo da religiosa parou, surpreendeu a muitos de nós. Irmã Ann hoje é um modelo para os líderes da Igreja: bispos e sacerdotes são chamados a sair de sua zona de conforto e tomar como exemplo a sua coragem", disse o diretor de um jornal católico local.

Vatican News

São ao menos 18 os mortos, dezenas de feridos e centenas de prisões nos protestos em Mianmar contra o golpe militar em 1° de fevereiro, pondo fim à frágil democracia no país. A polícia recrudesceu a repressão nos últimos dias, com o uso de jatos d’água, gás lacrimogênio, balas de borracha e munição letal.

Em meio aos protestos e à violência, chamou a atenção o gesto de uma freira católica nas ruas da cidade de Myitkyina, capital do Estado de Kachin, norte de Minamar, que implorou de joelhos às forças de segurança para que não atirassem nos jovens manifestantes que protestavam pacificamente. Irmã Ann Nu Thawng, da Congregação de São Francisco Xavier, Instituto de direito diocesano em Myitkyina, acabou se tornando o símbolo de um domingo sangrento.

“Na área de Myitkyina, até agora as manifestações sempre foram pacíficas e sem incidentes. Mas ontem alguns episódios de violência ameaçaram precipitar a situação”, contou à Agência Fides Joseph Kung Za Hmung, editor do Gloria News Journal, o primeiro jornal católico on-line em Mianmar.

“A ação da freira e a resposta da polícia que, ao ver o apelo da religiosa parou, surpreendeu a muitos de nós. Irmã Ann hoje é um modelo para os líderes da Igreja: bispos e sacerdotes são chamados a sair de sua zona de conforto e tomar como exemplo a sua coragem", diz ele, observando que muitos não-católicos também elogiaram a irmã Thawng, cujo gesto logo se tornou viral nas redes sociais. “Mais de 100 manifestantes conseguiram encontrar abrigo em seu convento. Foram salvos dos brutais espancamentos e da prisão policial”, relata o diretor.

O arcebispo de Yangon, cardeal Charles Maung Bo, postou em sua conta no Twitter quatro fotos com a religiosa diante de uma barreira policial. Já em sua homilia na Missa no II Domingo da Quaresma, ele comentou a crise social e política no país, afirmando que “o Evangelho da Transfiguração é tão atual, reverbera os acontecimentos desses dias: que transfiguração buscamos hoje em Mianmar? Se a buscarmos, toda a confusão, toda a escuridão, todo o ódio, irão embora de nosso país, a famosa Terra de Ouro, será transfigurado em uma terra de paz e prosperidade."

“No mês passado - continuou o cardeal - todos nós imploramos: a paz é o único caminho; a paz é possível. O Papa Francisco pediu a resolução de todos os conflitos por meio do diálogo. Os que querem o conflito não desejam o bem a esta nação. Tornemo-nos todos Elias que proclama a paz, acendendo uma lâmpada de esperança no meio das trevas”.

O cardeal Bo rezou pela nação que "viu tanto sofrimento, tanta guerra, tantas mortes" e disse: "Como Abraão, busquemos uma terra prometida. A terra prometida chega quando estamos prontos a sacrificar o que consideramos muito caro".

“A conversão – disse ao concluir - é a mensagem central da Quaresma. Desafiemos a nós mesmos. Vamos nos ver sob uma luz melhor. Há um novo mundo possível, um novo Mianmar possível, uma nação sem conflito é possível se esta nação se transfigurar na glória que merece. Que a paz seja o nosso destino, não o conflito. As armas são inúteis. É preciso que nos rearmemos com a reconciliação e o diálogo. O Monte Tabor de Mianmar deve ser escalado com paciência e tolerância, se quisermos testemunhar a transfiguração. O mal deve desaparecer, mas não pode ser destruído por outro mal".

O exército birmanês tomou o poder declarando "estado de emergência" de um ano, depois de ter acusado de fraude eleitoral em novembro de 2020 a Liga Nacional para a Democracia, partido do líder civil Aung San Suu Kyi, que está sob prisão.

Agência Fides / PA-SD

Vatican News

Santa Inês da Boêmia

Sta. Inês da Boêmia | ArqSP

Santa Inês da Boêmia nasceu em 1208. Pertencia a família real. Otocaro I, seu pai, era rei da Boêmia. Foi educada por monges. Recusou-se a casar com Frederico II, imperador da Alemanha.

Foi uma mulher ativa e preocupada com os problemas de seu tempo. Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um hospital. Estabeleceu ali a pobreza absoluta, renunciando as rendas e vivendo de esmolas e doações. Incentivou e apoiou os Franciscanos e as Clarissas e para eles fundou dois mosteiros.

Santa Clara, a quem devotava grande amizade, escreveu-lhe numerosas cartas e chamava-a de "metade de minha alma".

Numa das cartas, Santa Clara dizia à Santa Inês:

“Eu me alegro de verdade, e ninguém vai poder roubar-me esta alegria, porque já alcancei o que desejava abaixo do céu: vejo que você, sustentada por maravilhosa sabedoria da própria boca de Deus, já superou astúcias do esperto inimigo: o orgulho que perde a natureza humana e a vaidade que torna estultos os corações dos homens. Vejo que são a humildade, a força da fé e os braços da pobreza que a levaram a abraçar o tesouro incomparável escondido no campo do mundo e dos corações humanos, com o qual compra-se aquele por quem tudo foi feito do nada. Eu a considero, num bom uso das palavras do Apóstolo, auxiliar do próprio Deus, sustentáculo dos membros vacilantes de seu corpo inefável”.

Santa Inês ingressou, mais tarde, no convento das Clarissas, por ela própria fundado, onde foi nomeada abadessa. Morreu no dia 2 de março de 1282 em Praga.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão
O exemplo de mulheres como Santa Inês, nos inspira a buscar também a nossa vocação à santidade. Simplicidade, dedicação e confiança em Deus eram marcas registradas da vida desta grande mulher. Fica-nos hoje o desejo de encontrar em Cristo o primeiro e maior inspirador de nossos gestos de caridade para com o próximo. Inspirados pela vida de Santa Inês, sejamos também nós missionários e missionárias do Evangelho da Vida.
Oração
Deus, nosso Pai, em vosso Filho Jesus nos revelastes vossa face cheia de misericórdia, de ternura e de amor. Nós vos agradecemos e vos louvamos por nos ter dado Jesus como nosso irmão, Deus-conosco para sempre. Exultamos de alegria, porque as vossas promessas se cumpriram; já experimentamos aqui as alegrias do vosso Reino de justiça e de paz. Por isso, repetimos as palavras do Apóstolo: “Vede que prova de amor nos deu o Pai: que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos”. Santa Inês, que se consagrou inteiramente a vós e ao serviço dos necessitados, interceda para que a fraternidade se estabeleça na terra. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Portal A12

São Simplício

S. Simplício | ArqSP

Simplício nasceu na cidade italiana de Tivoli e seu pai se chamava Castino. Depois disso, os dados que temos dele se referem ao período que exerceu a direção da Igreja, aliás uma fase muito difícil da História da Humanidade: a queda do Império Romano. Ao contrário do que se podia esperar, teve um dos pontificados mais longos do seu tempo, quinze anos, de 468 a 483.

Nessa época, Roma , depois de resistir às invasões de godos, visigodos, hunos, vândalos e outros povos bárbaros, acabou sucumbindo aos hérulos, chefiados pelo rei Odoacro, que era adepto do arianismo e depôs o imperador Rômulo Augusto. A partir daí, conquistadores de todos os tipos se instalaram, depredaram, destruíram e repartiram aquele Império, tido como o centro do mundo. Roma, que era sua capital, sobreviveu. Nesse melancólico final, a única autoridade moral restante, a que ficou do lado do povo e acolheu, socorreu, escondeu e ajudou a enfrentar o terror, foi a do Papa Simplício.

Ele fazia parte do clero romano e foi eleito para suceder o Papa Hilário. Tinha larga experiência no serviço pastoral e social da Igreja e uma vantagem: ter convivido com o Papa Leão Magno, depois proclamado santo e doutor da Igreja, que deteve a invasão de Átila, o rei dos bárbaros hunos. Ao Papa Simplício, nunca faltou coragem, fé e energia, virtudes fundamentais para o exercício da função. Ele soube manter vivamente ativas as grandes basílicas de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros e São Lorenço, que a partir do seu pontificado passaram a acolher os católicos em peregrinação aos túmulos dos Santos Apóstolos. Depois construiu e fundou muitas igrejas novas, sendo as mais famosas aquelas dedicadas a São Estevão Rotondo e a Santa Bibiana. Trabalhou para a expansão das dioceses e reafirmou o respeito à genuína fé em Cristo e à Igreja de Roma.

Os escritos antigos registram suas várias cartas à bispos, orientando sobre a forma de enfrentar o nestorianismo e o monofisitismo, duas heresias orientais que na época ameaçavam a integridade da doutrina católica e vinham se espalhando por todo o mundo cristão. Mas o Papa Simplício se manteve ativo ao lado do povo, ensinando, pregando, dando exemplo de evangelizador, apesar dessas e outras dificuldades. Além disso mostrou respeito a todo tipo de expressão da arte; foi ele que ordenou para serem colocados à salvo da destruição dos bárbaros os mosaicos considerados pagãos, da igreja de Santo André. Morreu, amado pelo povo e respeitado até pelos reis hereges, no dia 10 de março de 483. Suas relíquias são veneradas na sua cidade natal, Tivoli, Itália.

Foi assim que Roma, graças à atuação do Papa Simplício, apesar de assolada por hereges de todas as crenças e origens, deixou de ser a Roma dos Césares passando a ser a Roma dos Papas e da Santa Sé. A sua comemoração litúrgica ocorre no dia 02 de março.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 1 de março de 2021

Santuário espanhol é elevado a dignidade de Basílica Menor

Guadium Press
A Arquidiocese de Toledo conta agora com três Basílicas Menores: a de Nossa Senhora de Guadalupe, a de Nossa Senhora do Prado e a do Santíssimo Cristo de la Vera Cruz.

Espanha – Toledo (01/03/2021 09:00, Gaudium Press) O Santuário do Santíssimo Cristo de la Vera Cruz, localizado no povoado de Urda, pertencente à Arquidiocese de Toledo, Espanha, foi elevado a dignidade de “Basílica Menor”.

O decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que confirma a elevação é datado de 2 de fevereiro de 2021, entretanto, a notícia só foi divulgada na última sexta-feira, 26 de fevereiro, pelo Arcebispo de Toledo e primaz da Espanha, Dom Francisco Cerro Chaves.

Guadium Press

Normas para elevação de uma igreja a dignidade de Basílica Menor

De acordo com o Decreto “Domus Ecclesiae” de 9 de novembro de 1989, no qual estão descritas as normas para a concessão do título de Basílica Menor, a igreja elevada à essa dignidade deve ser “um centro exemplar de atividade litúrgica e pastoral na Diocese, além de gozar de certa ressonância na mesma, por exemplo, ao custodiar uma imagem sagrada de grande veneração”.

Indulgência Plenária

Entre as obrigações de uma Basílica Menor estão a promoção da formação litúrgica dos fiéis e a cuidadosa preparação e desenvolvimento das celebrações do Ano Litúrgico. Já entre os seus direitos está o dom da Indulgência Plenária, que pode ser recebida nas seguintes datas: no dia do aniversário da dedicação, no dia da celebração litúrgica do titular, na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo e no dia do aniversário da concessão do título de Basílica. Além disso, é permitido utilizar as chaves e a tiara pontifícia nos estandartes, nos ornamentos e no selo da Basílica

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Um guia útil para o seu exame de consciência e confissão

Studio777 | Shutterstock

As perguntas fundamentais para você fazer à sua alma antes de pedir perdão a Deus.

PRIMEIRAS QUESTÕES

Comece perguntando-se: “Quando fiz a minha última confissão? Foi válida?”.

A confissão não é válida quando:

  • se omite  um pecado mortal por grave negligência no nosso exame de consciência;
  • não há arrependimento nem propósito sincero de emenda;
  • se oculta um pecado grave conhecido por tal, ou o número dos pecados mortais, ou alguma circunstância necessária;
  • o penitente antes da absolvição, não está disposto a cumprir a penitência.

Pergunte-se ainda: Cumpri fielmente a penitência da última confissão? Desde a última confissão bem feita, quais pecados eu tive a infelicidade de cometer por pensamentos, palavras e obras?

Como auxílio para responder a esta última pergunta, procure refletir sobre os pecados mais comuns:

PECADOS CONTRA OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS:

1. CONTRA O PRIMEIRO MANDAMENTO

Creio fielmente em tudo o que Deus revelou, ou duvidei voluntariamente de alguma doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana? Li, assinei, publiquei, propaguei, emprestei livros, folhetos, revistas, ou jornais hostis a Deus e à santa religião? Dei ouvido a conversas ou discursos ímpios ou heréticos? Assisti à sessão espírita, ao culto protestante, ou de religiões não cristãs? Abandonei a única Igreja verdadeira que é a Católica para abraçar seita falsa? Tenho confiança em Deus e na divina graça? Consultei espíritas ou cartomantes? Videntes? Desesperei ou fui presunçoso de esperar a salvação sem deixar o pecado? Cometi pecados no intuito de confessá-los mais tarde? Amei a Deus e cumpri a sua vontade? Deixei de rezar por muito tempo? Falei mal de Deus, contra a sua Santa Mãe, Maria Santíssima, contra os santos, contra a Igreja e seus ministros? Rezei sem devoção, com distrações voluntárias?

2. CONTRA O SEGUNDO MANDAMENTO

Profanei o Santíssimo Sacramento, pessoas, lugares, coisas consagradas a Deus? Blasfemei contra Deus? Jurei o seu santo nome sem necessidade? Jurei voto? Pronunciei levianamente o nome de Deus ou falso? Deixei de cumprir uma promessa?

3. CONTRA O TERCEIRO MANDAMENTO

Deixei de ouvir a missa inteira aos domingos e festas de guarda por própria culpa? Perdi uma parte principal (ofertório, elevação, comunhão)? Profanei a Igreja por conversas, olhares indiscretos, namoros, por traje indecente? Trabalhei ou mandei trabalhar nos domingos ou dias de guarda?

4. CONTRA O QUARTO MANDAMENTO

Para os filhos: desrespeitei os pais falando-lhes asperamente ou respondendo-lhes mal? Murmurei contra eles? Desobedeci? Obedeci de má vontade? Descuidei dos pais na velhice, na pobreza ou na doença (sustento, últimos sacramentos. Levar os pais para recebê-los ou chamar um padre para ministrá-los), remédios? Desejei-lhes mal? Deixei de rezar por eles?

Para os pais: protelei por meses ou até anos o batismo de meus filhos, a primeira comunhão? Descuidei-me da educação física e intelectual? Principalmente da educação religiosa dos meus filhos? Não os mandei à missa aos domingos e festas de guarda, ao catecismo? Cuidei de suas boas leituras, reprimi divertimentos impróprios? Dei-lhes mau exemplo? Deixei de corrigi-los? Castiguei-os, não com caridade, mas com ira?

5. CONTRA O QUINTO MANDAMENTO

Odiei o próximo? Desejei-lhe mal? Procurei vingar-me? Não tive caridade com os pobres, doentes e necessitados? Prejudiquei minha saúde por excesso de comida e bebida, sobretudo bebidas alcoólicas? Usei drogas? Tentei contra a própria vida ou contra a vida do próximo, ou alimentei estes pensamentos? Abortei, incentivei o aborto? Tive esses pensamentos? Usei, entreguei, recomendei a “pílula do dia seguinte”? Seduzi pessoa ao pecado ou dei escândalo? Roguei pragas? Maltratei animais?

6. CONTRA O SEXTO E NONO MANDAMENTOS

Consenti em pensamentos desonestos e em maus desejos? Olhei indiscreta e maliciosamente para coisas indecentes, pessoas descompostas? Tive conversas imorais? Li e olhei livros e revistas, estampas e fotografias obscenas e imorais? Pratiquei atos indecentes comigo mesmo (masturbação), com outra pessoa, do mesmo sexo ou de outro sexo, com animais? Faltei com o pudor e modéstia em meus trajes?

Para os casados: procurei satisfação carnal fora do matrimônio (adultério ou pecado solitário – masturbação)? Abusei do matrimônio evitando ter filhos por métodos artificiais? Aconselhei meios para esse fim?

7. CONTRA O SÉTIMO E DÉCIMO MANDAMENTOS

Roubei, furtei, aceitei objetos furtados, guardei-os? Tive vontade de roubar ou furtar? Não restituí ao dono um objeto achado ou emprestado? Deixei de pagar as dívidas sem motivo de força maior (desemprego, calamidade, necessidade maior para o sustento da vida)? Fiz dívidas que sabia que não poderia pagar, com o intuito de, de fato, não pagá-las? Não paguei ao operário o salário justo? Dei prejuízo voluntário ao próximo? Desperdicei o dinheiro em jogo, futilidades?

8. CONTRA OITAVO MANDAMENTO

Menti? Violei segredos? Levantei falso? Supus más intenções? Abri cartas alheias? Fiz juízos temerários? Fingi doenças, pobreza, piedade para enganar ou outros? Dei ouvido a conversas contra a vida alheia?

PECADOS CONTRA OS MANDAMENTOS DA IGREJA

Fiquei mais de um ano sem confessar meus pecados? Não fiz a comunhão pascal (os que não podem comungar devem fazer a comunhão espiritual)? Não guardei jejum e abstinência na quarta-feira de Cinzas, na sexta-feira Santa, na vigília da Assunção? Não guardei abstinência de carne, sem jejum, em todas as sextas-feiras da Quaresma e do ano? Não comutei a obrigação em obras de caridade ou outra forma de abstinência?

PECADOS CAPITAIS

Avalie sua consciência sobre os seguintes pecados:

1. Soberba, orgulho: desprezar os inferiores, tratá-los com desdém; querer tudo dominar.

2. Avareza: pensar somente em ganhar dinheiro e acumular fortuna, sem nada gastar com os pobres, ou para fins de piedade e caridade; negar esmola, podendo dá-la.

3. Impureza: procurar prazeres ilícitos que lhe mancham a alma e roubam a inocência.

4. Ira: ficar facilmente com raiva, impacientar-se. Deixar se levar pelo ímpeto da cólera.

5. Gula: exceder-se na comida ou bebida. Embriagar-se.

6. Inveja: não querer que outros estejam bem; entristecer-se com o bem-estar do próximo, empregar meios para impedir, diminuir, ou destruir a felicidade do próximo.

7. Preguiça: perder o tempo em ociosidade; não cumprir, por indolência, as obrigações do trabalho ou da religião.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devemos acusar-nos só dos pecados que cometemos. Evite falar do pecado alheio, a menos que tenha tomado parte dele. Tendo cometido algum pecado que, talvez, não se ache neste resumo, não deixemos de declará-lo ao confessor.

Uma boa prática é procurar sempre o mesmo confessor. Psicologicamente, a prática o confirma, isso inibe a reincidência nos mesmos pecados já confessados. É como se fosse uma “boa vergonha” de precisar voltar perante o mesmo sacerdote com as mesmas máculas de sempre.

Aleteia

Cardeal Sérgio da Rocha: 470 anos da Sé Primacial

Cardeal Sérgio da Rocha | Vatican News

A história da diocese de São Salvador no Brasil, com suas alegrias e dores, está entrelaçada com a história da própria cidade, primeira capital do país.

Cardeal Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

Salvador enquanto primeira diocese brasileira tem uma história longa e bela que necessita ser mais conhecida e valorizada. A decisão de criar uma diocese no Brasil significava o reconhecimento não apenas do crescimento da Igreja e de sua importância naquele momento, mas também do crescimento da população e da importância política do Brasil. Por isso, a relevância da criação da primeira diocese do Brasil não se restringe ao âmbito da Igreja Católica, revestindo-se de significado sociopolítico e cultural.

Pela bula pontifícia Super specula militantis Ecclesiae, de 25 de fevereiro de 1551, o Papa Júlio III criou a primeira diocese brasileira; por isso, chamada “primacial” e seu bispo ou arcebispo denominado “primaz”. O vasto território da nova diocese incluía todo o país. A comunidade católica, até então sob a autoridade do arcebispo de Funchal, na ilha da Madeira, tornava-se independente, enquanto diocese, tornando-se sufragânea de Lisboa, até ser constituída arquidiocese, pelo Papa Inocêncio XI, em 1676.

A história da diocese de São Salvador no Brasil, com suas alegrias e dores, está entrelaçada com a história da própria cidade, primeira capital do país. A decisão do Papa atendia ao pedido do rei de Portugal, Dom João III. Como Igreja Catedral da nova diocese, o Papa Júlio III designou a igreja do “Santo Salvador” ou “São Salvador”, então existente na povoação do mesmo nome. Ao celebrar os 470 anos de criação da primeira diocese do Brasil, estamos recordando também os 470 anos de reconhecimento de Salvador como “cidade” e dos seus habitantes como “cidadãos”, conforme consta na bula pontifícia, embora a fundação de Salvador tenha ocorrido com a chegada de Tomé de Sousa, em 1549.

Nestes 470 anos, Salvador contou com 08 bispos e 28 arcebispos, tendo sido seu primeiro bispo, Dom Pedro Fernandes Sardinha (1496-1556), do clero da diocese portuguesa de Évora.  A história da Diocese de São Salvador não se restringe aos seus bispos, mas a atuação de cada um deles merece ser mais documentada, permitindo conhecer melhor o desenvolvimento histórico e cultural de Salvador e do Brasil.

Salvador tem muita história para ser recordada e conhecida, a começar dos próprios soteropolitanos e baianos. É preciso preservar a memória histórica, pois o seu esquecimento ou menosprezo implica na negação da identidade de um povo e na perda de um patrimônio inestimável. É preciso valorizar a vasta e rica história de Salvador, com especial atenção à criação e atuação da primeira diocese do Brasil. Entretanto, a comemoração dos 470 anos não se restringe a olhar para o passado, fazendo memória. É uma ocasião especial para assumir o presente com responsabilidade e esperança, em meio aos desafios sociais e pastorais. Somos chamados a conhecer e valorizar a rica herança cultural que recebemos e assumir o papel de sujeitos e não meros espectadores da história.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF