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quinta-feira, 4 de março de 2021

Papa Francisco em novo livro: se não confrontarmos as mudanças climáticas poderá haver um novo dilúvio

Papa Francisco na Audiencia Geral. Foto: Lucia Ballester /
ACI Prensa

Vaticano, 03 mar. 21 / 06:00 pm (ACI).- Em um novo livro lançado nesta terça-feira, 2, na Itália, o Papa Francisco afirma que o mundo poderia enfrentar uma catástrofe da proporção do dilúvio se os seres humanos não começarem a confrontar as mudanças climáticas.

O Santo Padre fez esta observação no livro-entrevista "Dei Vizzi e dele virtù” (Sobre os vícios e virtudes, em tradução livre), que transcreve o diálogo com o sacerdote Marco Pozza, publicado em italiano pela editora Rizzoli, no qual, entre outros temas, trataram o relato do dilúvio no Livro do Gênesis.

De acordo com um trecho do livro publicado pelo jornal Corriere delle Sera, o Papa afirma em relação ao acontecimento narrado no livro do Gênesis: "Uma grande enchente, talvez devido ao aumento das temperaturas e ao derretimento das geleiras: é isso que acontecerá se continuarmos no mesmo caminho".

No livro, o padre e o Papa refletem sobre as sete virtudes e vícios, inspirados nas pinturas da Capela Scrovegni em Pádua. A capela contém 14 imagens monocromáticas do artista renascentista Giotto, nas quais o italiano personificou as virtudes e os vícios.

Na parede norte estão os vícios: a estultícia, a pusilanimidade, a cólera, a injustiça, a infidelidade, a inveja e o desespero. Na parede sul estão as virtudes: prudência, justiça, temperança, fortaleza, fé, caridade e esperança.

Os comentários do Papa sobre o dilúvio vieram durante uma conversa sobre a ira de Deus, que ele disse ter sido dirigida contra o mal que emana de Satanás no mundo.

"A ira de Deus busca trazer justiça e 'purificar'. O Dilúvio é o resultado da ira de Deus, de acordo com a Bíblia", disse o Papa no livro-entrevisa.

O Papa Francisco observou que alguns especialistas consideram o dilúvio, ou a grande enchente, como uma história mítica e ressaltou que não gostaria de ser mal interpretado, acusado de dizer que a Bíblia é um mito, mas sugeriu que o mito era uma forma de conhecimento da época dos autores das Sagradas Escrituras. No entanto, o Papa sustenta a historicidade do relato bíblico. 

"O dilúvio é sim um relato histórico, e isto dizem os arqueólogos, porque encontraram evidências de uma grande inundação em suas escavações", afirmou o pontífice.

Depois de se referir a uma possível nova grande enchente, o Santo Padre disse: "Deus libertou sua ira, mas viu um homem justo, o levou e o salvou."

"A história de Noé mostra que a ira de Deus também é uma salvação", pontuou.

Pe. Pozza é capelão de uma prisão na cidade de Pádua, no norte da Itália, realizou três entrevistas anteriormente com o Papa Francisco, dedicadas respectivamente ao Pai-Nosso, à Ave Maria e ao Credo, que foram exibidas na televisão italiana e publicadas como livros.

O padre de 41 anos, que frequentemente aparece vestido casualmente, é considerado uma estrela em ascensão na mídia italiana. No início de sua vida sacerdotal, ele ganhou o apelido de Padre "Spritz", que é o nome de um popular coquetel italiano à base de vinho. O padre ficou conhecido assim pelo costume de realizar discussões com jovens católicos em bares.

Pozza chamou a atenção do Papa pela primeira vez em 2016, quando trouxe um grupo de detentos para visitar Francisco em sua residência, a Casa Santa Marta, no Jubileu de Prisioneiros no Ano da Misericórdia.

Ele ajudou a compilar as meditações para o Via Crucis papal no ano passado, realizadas em uma deserta praça de São Pedro na Sexta-feira Santa, devido ao surto de Covid-19 na Itália.

No novo livro, o Papa também discutiu a relação entre fé e dúvida. Ele argumentou que, embora o diabo semeie dúvidas, um acerto de contas honesto com as nossas dúvidas pode levar ao crescimento espiritual.

De acordo com o Vatican News, o Papa disse: "O pensamento de ser abandonado por Deus é uma experiência de fé que muitos santos experimentaram, juntamente com muitas pessoas hoje que se sentem abandonadas por Deus, mas não perdem a fé. Eles tomam o cuidado de cuidar do presente: 'Agora eu não sinto nada, mas eu guardo o dom da fé'".  

"O cristão que nunca passou por esses estados mentais não tem nada, porque significa que eles se estabeleceram por menos. Crises de fé não são faltas contra a fé. Pelo contrário, elas revelam a necessidade e o desejo de entrar mais plenamente nas profundezas do mistério de Deus. Uma fé sem esses provações me leva a duvidar que é fé verdadeira".

ACI Digital

Papa aos iraquianos: “sou peregrino penitente, de paz e de esperança"

Papa Francisco | VaticanMedia

Na sua mensagem ao povo iraquiano antes da sua Viagem Apostólica o Santo Padre se apresenta como peregrino de paz e de esperança. E recordando o pai Abraão, afirma “confiando em Deus, deu vida a uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu”. E faz um convite a todos os irmãos e irmãs: “caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para as estrelas. Ali está a nossa promessa”.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo ao povo iraquiano poucos dias antes de sua partida. O Papa fará sua Viagem Apostólica ao país de 5 a 8 de março. Na saudação inicial o Santo Padre se apresenta como peregrino penitente e de paz:

Peregrino penitente e de paz

Desejo muito encontrar todos vocês, ver seus rostos e visitar sua terra, antigo e extraordinário berço da civilização. Venho como peregrino, como peregrino penitente, para implorar perdão e reconciliação do Senhor depois de anos de guerra e terrorismo, para pedir a Deus consolo para os corações e cura para as feridas. E venho até vocês como peregrino de paz, para repetir: "Sois todos irmãos" (Mt 23,8). Sim, venho como peregrino da paz em busca de fraternidade, animado pelo desejo de rezar juntos e caminhar juntos, também com irmãos e irmãs de outras tradições religiosas, unidos pelo pai Abraão, que reúne em uma só família muçulmanos, judeus e cristãos”.

Aos irmãos cristãos

Francisco afirma que se sente honrado em conhecer uma Igreja mártir: "Obrigado pelo seu testemunho. Que os muitos, demasiados mártires que vocês conheceram nos ajudem a perseverar na humilde força do amor."  E oferece o amor da Igreja de todo o mundo: 

Gostaria de lhes trazer a carícia afetuosa de toda a Igreja, que está próxima de vocês e ao mortificado Oriente Médio e os encoraja a seguir em frente. Não permitamos que prevaleçam os terríveis sofrimentos que vocês sofreram e que tanto me afligem. Não desistamos diante da propagação do mal: as antigas fontes de sabedoria de suas terras nos guiam para outro lugar, para fazer como Abraão que, embora tenha deixado tudo, nunca perdeu a esperança (cf. Rm 4,18); e, confiando em Deus, deu vida a uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. Caros irmãos e irmãs, vamos olhar para as estrelas. Ali está a nossa promessa”.

Peregrino de esperança

Recordando os sofrimentos do povo iraquiano todos, cristãos, muçulmanos e povos Yazidi pelas guerras e também da força de vontade de não desistirem o Papa os anima:  "Agora venho à sua terra abençoada e ferida como peregrino de esperança. Da sua terra, Nínive, ressoou a profecia de Jonas, que impediu a destruição e trouxe uma nova esperança, a esperança de Deus”.

Por fim o Santo Padre encoraja todos os irmãos: “Deixemo-nos contagiar por esta esperança, que nos encoraja a reconstruir e a recomeçar". "Irmãos e irmãs de todas as tradições religiosas. Desta terra, há milênios, Abraão começou a sua viagem. Hoje cabe a nós continuá-la, com o mesmo espírito, caminhando juntos pelos caminhos da paz! Por esta razão, invoco sobre vocês toda a paz e a bênção do Altíssimo. E peço a todos vocês que façam o mesmo que Abraão: caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para as estrelas. E peço a todos vocês, por favor, me acompanhem com a oração. Shukran! [Obrigado!]

https://youtu.be/PdKdTgSaxyM

Vatican News

São Casimiro

S. Casimiro | ArqSP
04 de março
Casimiro nasceu na Croácia no dia 03 de outubro de 1458 e era o décimo terceiro filho do rei da Polônia, Casimiro IV, e da rainha Elisabete d'Asburgo. Ele poderia muito bem colocar sobre a cabeça uma coroa e reinar sobre um território, como todos os seus doze irmãos o fizeram. Porém, apesar de possuir os títulos de príncipe da Polônia e grão-duque da Lituânia, não seguiu esse caminho. Desde pequeno abriu mão do luxo da corte, suas ricas festas e todas as facilidades que a nobreza proporcionava. Fez voto de castidade e vivia na simplicidade do seu quarto, que transformou numa cela como a de um eremita, dedicando-se à oração, disciplina, penitência e solidão.

Quando os húngaros se rebelaram contra o seu rei, Mateus Corvino, e ofereceram ao jovem príncipe Casimiro, então com treze anos, a coroa, ele a renunciou tão logo soube que seu pai havia se declarado contra a deposição daquele rei e a imposição pela força de outro, no caso ele. O príncipe tinha de fato apenas uma ambição, se é que assim pode ser chamada, dedicar-se ao ideal da vida monástica.

Entretanto não fugia dos deveres políticos, tendo ajudado o pai nos negócios do reino desde os dezessete anos, principalmente nos problemas referentes à Lituânia, onde era muito querido pelo povo. Com a conversão do rei da Hungria que abdicou para entrar num mosteiro, o rei Casimiro IV, seu pai, herdou esses domínios que incluíam além da Hungria a Prússia. Porém, isso também não entusiasmou o jovem príncipe a se coroar. Desde a infância levava uma vida ascética, muito humilde, jejuando continuamente e dormindo no chão, por isso sua saúde nunca foi perfeita.

Dessa forma, jovem príncipe acabou contraiu a tuberculose. Mesmo assim seu pai lhe cofiou a regência do reino, por um breve período. O rei desejando ampliar ainda mais os domínios do já imenso império, pretendia firmar um contrato de matrimonio para o filho com a bela e rica herdeira de Frederico III, cujas fronteiras passariam as ser mar Báltico e o mar Negro, realizando seu velho sonho. Por isso precisava se ausentar, pois queria tratar pessoalmente de tão delicado assunto.

Casimiro, como príncipe regente, não se furtou às obrigações junto ao seu amado povo. Cumpriu a função com inteligente política, todavia sem se deixar seduzir pelo poder. Depois, o rei teve de se conformar, porque Casimiro preferiu o celibato e o tratado do matrimônio foi desfeito. Ele preferiu ser lembrado por ficar entre os pobres de espírito, entre aqueles que receberam o reino de Deus, do que ser recordado entre os homens famosos e poderosos que governaram o mundo.

Morreu aos vinte e cinco anos de idade e foi sepultado em Vilnius, capital da Lituânia, em 04 de março de 1484. Logo passou a ser venerado por todo o povo polonês, lituano, húngaro, russo. Seu culto acabou sendo introduzido na Europa ocidental através dos peregrinos que visitavam sua sepultura. Menos de quarenta anos após sua morte já era canonizado pelo Papa Leão X. São Casimiro foi declarado padroeiro da Lituânia e da juventude lituana; também da Polônia, onde até hoje é considerado um símbolo para os cristãos, que o veneram como o protetor dos pobres.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 3 de março de 2021

Cidade alemã instala “ninhos” para abrigar moradores de rua

@ulmernest
por Dolors Massot

Mais um exemplo de que os avanços da ciência e da engenharia podem ajudar os mais vulneráveis.

Autoridades de Ulm, no sul da Alemanha, estavam preocupados com os muitos moradores de rua da cidade durante seus invernos gelados. Mas, felizmente, eles encontraram uma solução brilhante para ajudar os sem-teto.

Para se ter uma ideia, de dezembro a fevereiro, a temperatura máxima em Ulm fica abaixo de 4ºC, enquanto a mínima fica sempre abaixo de zero. Com este frio, tanto a Câmara Municipal de Ulm quanto a Caritas (uma federação católica internacional de organizações de caridade) pensaram em uma forma de ajudar os desabrigados.

Os “ninhos” de Ulm

A solução? Instalar, nas ruas, abrigos futuristas que parecem cápsulas espaciais. De fato, os abrigos foram batizados de “ninhos”. Em cada um deles, há espaço para uma pessoa deitar e dormir protegida do frio.

Um caminhão da prefeitura ajudou na instalação dos primeiros “ninhos” em 8 de janeiro deste ano. Era um projeto planejado por Ulm no ano passado, mas a pandemia o atrasou.

Os “ninhos” estão sendo colocados em parques e praças públicas. Quem precisa pode usá-los, para que ninguém fique ao ar livre à noite. Eles fornecem isolamento, privacidade e proteção contra condições climáticas adversas.

A Caritas Ulm-Alb-Donau (parte da associação diocesana Caritas Rottemburg-Stuttgart) utiliza um sensor de movimento para detectar quando alguém está usando uma cabine. Um voluntário, então, verifica quando ela está livre novamente e a deixa pronto (com medidas anti-Covid) para a próxima pessoa.

As cápsulas, feitas de madeira e aço, estão equipadas com painéis solares que garantem o aquecimento.

Ninguém deve ficar de fora

Trata-se, portanto, de um sistema complementar de ajuda aos moradores de rua que não querem (ou não podem) pernoitar num abrigo partilhado, conforme explicam a Caritas e o município de Ulm.

De fato, no inverno de 2019/2020, antes de serem instalados, eles foram testados e o feedback foi positivo tanto entre moradores de rua quanto entre moradores da cidade.

A Caritas, neste sentido, tem aplicado a política de não descartar absolutamente nem um morador de rua, um princípio de que frequentemente fala o Papa Francisco.

Em suma: na cidade onde Albert Einstein nasceu, eles encontraram uma maneira de aplicar os avanços da arquitetura e da engenharia a serviço dos mais vulneráveis.


Aleteia


Espanha perde um terço de seus seminaristas em apenas duas décadas

Guadium Press
Dia São José, Dia do Seminário. Os bispos espanhóis têm pouco a comemorar, muito a pensar, bastante a rezar: no país, os seminaristas talvez não chegam a mil.

Redação (02/03/2021, 17:10, Gaudium Press) No dia 19 de março, Solenidade de São José, é comemorado o Dia do Seminário. Este ano sob o lema “Pai e irmão, como São José”.

O objetivo desta jornada é refletir a figura de São José, pelos sacerdotes, em um ano em que, como se sabe, este santo assumiu um protagonismo maior, depois que o Papa declarou o Ano de São José.

Dados referentes a 2019-2020, indicam queda no número de seminaristas

Os dados não convidam ao otimismo.
Depois de semanas de solicitá-los, a Conferência Episcopal publicou os dados correspondentes ao ano letivo 2019-20, onde se verifica uma queda acentuada do número de seminaristas. Hoje eles são apenas 1.128.

Ou seja, um terço a menos do que no início do século, quando os seminaristas espanhóis eram 1.736. E que, então, já se sentia o declínio, mitigado alguns anos depois pela última visita de João Paulo II.

Chegamos a mil seminaristas na Espanha?

A crise não para por aí.
Diante do impacto do coronavírus e das dificuldades que estão sendo observadas, alguns responsáveis ​​pelos seminários, em privado, se perguntam: Chegamos a mil seminaristas na Espanha?

A Conferência Episcopal ainda não publicou os dados relativos ao presente ano letivo, mas informações vindas de diferentes fontes, sugerem que, pela primeira vez na história, o número de seminaristas poderia ter diminuído para mil, ou menos que isso.

O assunto foi abordado na última Comissão Permanente do Episcopado Espanhol, quando os bispos conheceram em primeira mão os novos e preocupantes dados.

Haverá meios para solucionar essa situação?

A CEE lançou o Plano de Formação Sacerdotal “Formando Pastores Missionários”, com o qual a Comissão Episcopal para o Clero e os Seminários quer realizar uma profunda renovação formativa nos seminários.

Soluções? Elas não aparecem à vista e nem existe algum debate sobre isso, embora alguns bispos tenham a esperança de que, depois da pandemia, haja um retorno à religiosidade e as vocações ao sacerdócio voltem a surgir. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações e foto Religión Digital)

https://gaudiumpress.org/

CORONAVÍRUS: NÚMERO DE PADRES DIOCESANOS POSITIVADOS CHEGA A 1,3 MIL NO BRASIL; DOENÇA JÁ VITIMOU 65

Internet | CNBB

A Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou nesta terça-feira, 2 de março, o número de padres diocesanos do Brasil acometidos pela Covid-19. O levantamento, realizado em fevereiro, traz a confirmação de 1390 positivados e 65 mortes, totalizando 1455 casos da doença. Os dados, apresentados pela CNP, foram consolidados com base em consultas aos regionais da CNBB.

Conforme o balanço, o regional Sul 1 da CNBB que compreende o Estado de São Paulo, é o que mais contabiliza infecções de padres por Covid-19 (168). Com relação ao número de mortes, o regional Leste 1, que corresponde ao Estado do Rio de Janeiro, e o regional Norte 2, que compreende os Estados do Pará e Amapá, são os que mais contabilizam óbitos, ambos com 12 cada.

Em segundo lugar, por número de infecções, o regional Centro-Oeste que abrange o Goiás e o Distrito Federal registra 136 casos positivados. Já com relação ao número de mortes, o Sul 1 também fica em segundo lugar com o número de 7 óbitos.

Ocupando o terceiro lugar, por número de infecções, está o Nordeste 2, que abrange os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Pernambuco (130). Levando em consideração o número de óbitos, em terceiro lugar, estão os regionais Norte 1 (Amazonas e Roraima), Nordeste 2, e Leste 2, ambos com 5 óbitos cada.

Confira (aqui) o balanço da CNP na íntegra.

Episcopado Brasileiro

No episcopado brasileiro, a Covid-19 também tem feito vítimas. Desde o início da pandemia no país, três bispos já tiveram o óbito confirmado pela doença. O caso mais recente foi o do arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eusébio Oscar Scheid, que faleceu no dia 13 de janeiro (relembre o caso).

Além dele, dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE) faleceu em 18 de julho, aos 57 anos de idade (relembre o caso). Dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, também teve o óbito confirmado pela doença. O bispo faleceu em abril, aos 70 anos de idade (relembre o caso).

Pan-Amazônia

Como acontece toda semana, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, tem lançado o informe semanal que recolhe os números da Covid-19 na Pan-Amazônia. Até 1º de março de 2021, segundo os números oficiais, os casos já chegaram em 2.174.226 e os falecidos são 53.983 desde o início da pandemia.

Na última semana, na Região Pan-amazônica, o aumento dos casos foi de 60.003 e os óbitos foram 1.535. Comparando os números com a semana anterior, vemos que tanto os contágios como os falecidos têm se reduzido mais de 25 %.

No Regional Norte 1 da CNBB, o número de casos é de 366.400 e os óbitos 11.598. Nos últimos 7 dias, nas dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte 1, os casos foram 11.269 e os falecidos chegaram em 427. Mesmo sendo uma situação grave, com uma média de 61 falecidos por dia e 1.609 casos a cada 24 horas, os números vão descendo nos últimos dias.

CNBB

São José na arte: a enigmática figura do pai terreno de Jesus

Stefano_Valeri | Shutterstock
por Elizabeth Lev

Por suas características particulares, a figura discreta e silenciosa de São José esteve ausente da arte cristã nos primeiros 200 anos da vida da Igreja.

São José é uma referência na arte e espiritualidade católica. Ele não é apenas o patrono da Igreja, mas de todos que o invocam em um fluxo constante de orações. No entanto, nem sempre foi assim – José passou muitos séculos esperando nos bastidores até que seu momento brilhasse.

O Papa Francisco dedicou o ano de 2021 a São José e, em sua homenagem, esta série explorará as muitas representações diferentes de José que foram criadas conforme ele era invocado para proteger a Igreja e os ensinamentos de Jesus.


São José esteve ausente da representação da arte cristã nos primeiros 200 anos da vida da Igreja. Em suas representações da Natividade e da visita dos Magos, os primeiros cristãos pareciam esquecer José completamente. Os escultores cristãos representaram meticulosamente boi e jumento, estábulo e palha, manjedoura e panos, mas deixaram Maria sozinha para apresentar Cristo aos pastores e reis.

A invisibilidade de José, no entanto, serviu a um propósito importante: enfatizar a divindade de Cristo e o nascimento da Virgem para os gentios.

Mundo greco-romano

O mundo greco-romano fervilhava de deuses mitológicos que geravam filhos, então “Filho de Deus” soava aos ouvidos pagãos como se alguma divindade atingida pela luxúria tivesse seduzido outra donzela mediterrânea.

A virgindade de Maria distinguiu o Salvador de Perseu, Hércules ou Rômulo e Remo. Então José, gentilmente, afastou-se para deixar a pureza de Maria brilhar. Em um mundo onde a promiscuidade era a norma, onde um imperador se casou com uma virgem vestal para denegrir a castidade, o milagre do nascimento de uma Virgem não apenas desafiou as leis da natureza, mas desafiou o senso prevalecente na época.

Além disso, a mensagem cristã é que Jesus, embora nascido de uma mulher, era Deus. As religiões pagãs tinham dezenas de semideuses e homens deificados, mas Deus-feito-Homem, totalmente humano e totalmente divino, era um conceito chocantemente novo para o Império. José também se permitiu ser ofuscado por bois e figurantes para evitar confusão sobre a paternidade de Cristo, para que a Igreja pudesse proclamar a plenitude da verdade em todo o seu esplendor.

São José começa a brilhar

Em 380, no entanto, o imperador Teodósio proclamou o cristianismo a única religião do Império, abrindo um portal de novas possibilidades artísticas. Cinquenta anos depois, José fez sua estreia artística em Santa Maria Maior, a primeira igreja ocidental a ser dedicada à Mãe de Deus. José apareceu no palco iconográfico do arco triunfal, onde foi retratado cinco vezes, mais até do que Maria.

Sua primeira cena ocorre no mosaico em que ele protagoniza seu próprio encontro angelical. José é retratado como um jovem de cabelo e barba escuros em pé do lado de fora de sua casa, vestindo uma túnica curta e faixa laranja, o traje de um criado imperial. Nesta imagem, os Evangelhos de Lucas e Mateus convergem: absortos em conversas divinas, Maria e José recebem suas respectivas missões em conjunto.

Na Apresentação de Cristo, José conduz sua pequena família ao templo, claramente como chefe da família. A mesma cena destaca a comunicação privilegiada de José com o Senhor, ao receber o sonho de advertência para salvar sua família.

Na outra imagem mostrada na galeria de fotos está uma cena surpreendente do Evangelho apócrifo do Pseudo Mateus, onde uma tribo egípcia reconhece Cristo como Deus. Aqui, novamente, José está diante de Maria, sua mão levantada indicando protetoramente seu filho. Ele também está presente entre os três reis, de pé à esquerda, olhando em direção ao observador, enquanto parece conduzir os magos em direção a Cristo.

Importância crescente

Um século depois, José reaparece representado em Ravenna, em um trono episcopal de marfim esculpido para a igreja de San Vitale. A representação une dois grandes nomes bíblicos: José do Gênesis e José de Nazaré. A maioria dos painéis em relevo é dedicada ao José mais velho, mas as três cenas existentes da Natividade, Epifania e um conto apócrifo demonstram a importância crescente do santo silencioso.

Detalhes retirados do apócrifo protoevangelho de Tiago embelezam as cenas. No painel da Natividade, José cuida do bebê enquanto Maria cura a mão da parteira Salomé, que é punida por não acreditar na virgindade de Maria.

A iconografia repete o tema da castidade no painel das “águas amargas”, onde, no protoevangelho, Maria e José são acusados ​​de falta de castidade e, para provar sua inocência, devem beber de um copo envenenado. Essas primeiras obras, preciosas e belas, encomendadas por e para o papa e prelados, foram cuidadosamente planejadas para incluir São José na devoção cristã, evitando confusão a respeito dos ensinamentos fundamentais.

Essas primeiras imagens prepararam o terreno para apresentar São José como um personagem recorrente na história da arte cristã, que então se desenvolveria em um dos santos mais multifacetados do firmamento hagiográfico.

Aleteia

O Papa na audiência geral: Jesus diz-nos com a sua vida até que ponto Deus é Pai

O Papa Francisco na Audiência Geral
VaticanMedia

"Jesus diz-nos com a sua vida até que ponto Deus é Pai", disse o Papa em sua reflexão na catequese da audiência geral desta quarta-feira (03/03) dedicada à oração e à Trindade: “É difícil para nós imaginar de longe o amor com que a Santíssima Trindade está repleta, e que abismo de benevolência recíproca existe entre Pai, Filho e Espírito Santo. Os ícones orientais deixam-nos intuir algo deste mistério que é a origem e alegria de todo o universo”, frisou Francisco.

Raimundo de Lima - Vatican News

“No nosso caminho de catequeses sobre a oração, hoje e na próxima semana queremos ver como, graças a Jesus Cristo, a oração nos abre à Trindade, ao imenso mar de Deus-Amor.” Com essas palavras, o Papa Francisco introduziu sua catequese na audiência geral desta quarta-feira (03/03), na Biblioteca do Palácio, no Vaticano, dando continuidade a suas reflexões sobre a oração, discorrendo sobre a oração e a Trindade.

Foi Jesus que nos abriu o Céu e nos projetou para uma relação com Deus. É isto que o apóstolo João afirma na conclusão do prólogo do seu Evangelho: “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer” (1, 18), destacou o Pontífice. "Jesus nos revelou a identidade, esta identidade de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo."

Senhor, ensina-nos a rezar

Francisco observou que realmente não sabíamos como se pudesse rezar: que palavras, que sentimentos e que linguagem eram apropriados para Deus.

“Naquele pedido dirigido pelos discípulos ao Mestre, que temos recordado frequentemente no decurso destas catequeses, há toda a hesitação do homem, as suas repetidas tentativas, muitas vezes infrutíferas, de se dirigir ao Criador: ‘Senhor, ensina-nos a rezar’ (Lc 11, 1)”.

O Papa observou que nem todas as orações são iguais e que nem todas são convenientes:

“A própria Bíblia atesta o mau resultado de muitas orações, que são rejeitadas. Talvez por vezes Deus não esteja satisfeito com as nossas orações e nós nem sequer nos apercebemos disso. Deus olha para as mãos daqueles que rezam: para as purificar não é necessário lavá-las, quando muito é preciso abster-se de ações malignas.”

A este ponto de sua catequese, o Santo Padre evidenciou que São Francisco rezava de forma radical: “nenhum homem é digno de te nomear”, lembrou, citando o “Cântico do Irmão Sol” do pobrezinho de Assis.

A poberza da nossa oração

O Papa acrescentou que “talvez o reconhecimento mais tocante da pobreza da nossa oração tenha vindo dos lábios do centurião romano que um dia implorou Jesus que curasse o seu servo doente (cf. Mt 8, 5-13).

Sentia-se totalmente inadequado – observou Francisco: “não era judeu, era um oficial do odiado exército de ocupação. Mas a sua preocupação com o seu servo o faz ousar, e ele diz: ‘Senhor... eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e o meu servo será curado’ (v. 8)”.

É a frase que também repetimos em todas as liturgias eucarísticas, disse o Pontífice, evidenciando que dialogar com Deus é uma graça: “não somos dignos dela, não temos o direito de a reivindicar, “manquejamos” com cada palavra e pensamento..., Mas Jesus é uma porta que se abre”.

Por que deveria o homem ser amado por Deus? – perguntou o Santo Padre, acrescentando que não há razões óbvias, não há proporção. A este ponto de sua catequese, fez uma observação pertinente:

“Em grande parte das mitologias não se contempla o caso de um deus que se preocupa com os assuntos humanos; pelo contrário, eles são irritantes e aborrecidos, completamente insignificantes.”

Até para Aristóteles, prosseguiu o Papa, Deus só pode pensar em si mesmo. No máximo, somos nós, humanos, que procuramos conquistar a divindade e ser agradáveis aos seus olhos. “Disto brota o dever de ‘religião’, com o corolário de sacrifícios e devoções a oferecer continuamente para ter como aliado um Deus mudo e indiferente.”

Dialogar com Deus é uma graça

“Não há diálogo. Foi somente Jesus, foi somente a revelação de Deus a Moisés antes de Jesus, quando Deus se apresentou; foi somente a Bíblia a abrir-nos o caminho do diálogo com Deus para nós. Lembramos: ‘Qual povo tem seus deuses próximos de si como tu tens a Mim próximo de ti?’ Esta proximidade de Deus que nos abre ao diálogo com Ele.”

Francisco ressaltou que um Deus que ama o homem, nunca teríamos acreditado nisto, se não tivéssemos conhecido Jesus. “É o escândalo que encontramos esculpido na parábola do pai misericordioso, ou na do pastor que vai em busca da ovelha perdida (cf. Lc 15). Histórias como estas não poderiam ter sido concebidas, nem sequer compreendidas, se não tivéssemos encontrado Jesus”, observou ainda.

Dito isso, Francisco propôs alguns questionamentos: “Que tipo de Deus está disposto a morrer pelas pessoas? Que tipo de Deus ama sempre e pacientemente, sem pretender por sua vez ser amado? Que Deus aceita a tremenda falta de gratidão de um filho que pede antecipadamente a sua herança e sai de casa a esbanjar tudo? (cf. Lc 15, 12-13)”.

Proximidade, compaixão e ternura: o estilo de Deus

Assim, Jesus diz-nos com a sua vida até que ponto Deus é Pai, frisou o Papa. “A paternidade que é proximidade, compaixão e ternura. Não esqueçamos estas três palavras que são o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. É a maneira de expressar a Sua paternidade conosco”, acrescentou, concluindo sua reflexão nesta catequese dedicada à oração e à Trindade:

“É difícil para nós imaginar de longe o amor com que a Santíssima Trindade está repleta, e que abismo de benevolência recíproca existe entre Pai, Filho e Espírito Santo. Os ícones orientais deixam-nos intuir algo deste mistério que é a origem e alegria de todo o universo.”

Acima de tudo, tínhamos dificuldade em acreditar que este amor divino se dilatasse, chegando até ao humano: somos o termo de um amor que não encontra igual na terra, disse o Papa, citando o Catecismo, que explica: “A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai” (n. 2664).

“É a graça da nossa fé. Verdadeiramente não podíamos esperar uma vocação mais excelsa: a humanidade de Jesus pôs à nossa disposição a própria vida da Trindade”, disse por fim o Santo Padre.

Vatican News

Conheça a cidade onde Jesus Misericordioso apareceu a Santa Faustina Kowalska

Santuário de Płock. Foto: Janusz Rosikon

Roma, 03 mar. 21 / 08:00 am (ACI).- Sem dúvida, os lugares mais conhecidos do culto de Jesus Misericordioso são Cracóvia (santuário de Lagiewniki, local de sepultamento de Santa Faustina Kowalska) e Vilnus onde está localizada a primeira pintura com a figura do Senhor com a inscrição "Jesus, eu confio em Ti". Mas nem todos sabem que a primeira aparição de Jesus Misericordioso não ocorreu em nenhum destes lugares, mas na cidade polonesa de Płock, onde um novo santuário tem revigorado a fé dos seus habitantes e visitantes.

Na noite de 22 de fevereiro de 1931, uma jovem freira da Congregação das Irmãs da Virgem Maria da Misericórdia, a Irmã Faustina, estava em sua cela do convento na cidade polonesa de Płock, perto da Praça do Mercado Velho. E aqui ela viu "o Senhor Jesus vestido com um manto branco: uma mão levantada para abençoar, enquanto a outra tocou no peito o manto, que lá ligeiramente compensado soltou dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido".

Exatamente 90 anos se passaram desde esta primeira aparição de Jesus Misericordioso à Irmã Faustina e as celebrações para recordar a data já ocorreram em Plock. Na segunda-feira, 22 de fevereiro, às 17h no Santuário da Divina Misericórdia, construído no local onde está localizado o antigo mosteiro, a solene eucaristia foi presidida pelo Arcebispo Jan Romeo Pawłowski, Secretário das Representações Pontifícias da Secretaria de Estado da Santa Sé, que também pronunciou a homilia. A missa foi celebrada pelo Bispo de Płock, Mons. Piotr Libera, do bispo auxiliar, Mons. Mirosław Milewski, do Reitor do Santuário, Padre Tomasz Brzeziński e outros sacerdotes da diocese.

Para lembrar a estadia da Irmã Faustina em Płock e a aparição de Jesus Misericordioso, o grupo ACI entrevistou a superiora das Irmãs da Virgem Maria da Misericórdia em Płock, Ir. Diana Kuczek.

O que sabemos sobre a estadia da Irmã Faustina em Płock?

Em Płock nossa congregação cuidou da Casa "Anjo da Guarda" para as meninas pobres. As freiras mantiveram cerca de 100 meninas, ensinaram-nas costura, bordados e trabalhos de lavanderia. Para manter a casa, as freiras compraram uma fazenda na vila de Biała, não muito longe da cidade. Seu trabalho foi muito apreciado pelo arcebispo da cidade. Em 1918, a Casa foi visitada pelo Núncio Apostólico à Polônia, Dom Achille Ratti, futuro Papa Pio XI. Irmã Faustina ficou e trabalhou em Płock de 1930 a 1932. E foi nessa época que ele teve a visão de Jesus Misericordioso: 90 anos se passaram desde aquela segunda-feira, 22 de fevereiro.  

O que a Irmã Faustina estava fazendo no convento de Płock?

Ela preparava e vendia pão, ajudava na cozinha, ia trabalhar no campo, na fazenda em Biała, mas estava sempre disponível para fazer qualquer trabalho que fosse necessário.      

O que aconteceu com sua comunidade em Płock depois da partida da Irmã Faustina?

As freiras continuaram a cuidar da Casa até o ano de 1950, quando os comunistas tomaram e "nacionalizaram" o edifício. Nossa ausência forçada de Płock durou 40 anos, até que, com o retorno da democracia à Polônia, elas conseguiram recuperar a posse da casa e criar um pequeno santuário da primeira aparição de Jesus Misericordioso. Mas logo percebemos que a estrutura era muito pequena e em 2015 decidimos construir um novo e grande santuário.

Como vão os trabalhos?

A estrutura da igreja está terminada externamente, mas o interior ainda está para ser consertado. No lugar que corresponde ao quarto da Irmã Faustina colocamos a pintura de Jesus Misericordioso com a inscrição "Jesus, eu confio em Você" em várias línguas. No porão queremos organizar um museu dedicado a Santa Faustina.  

No interior da igreja você pode ver as pinturas: de Jesus Misericordioso, de Santa Faustina, mas também dos dois bispos.

Eles são "Os Beatos Mártires de Płock": o Arcebispo da cidade Antoni Julian Nowowiejski e Leon Wetmański, martirizados em 1941 em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e ambos beatificados por João Paulo II.

Que planos você tem para este Ano Jubilar?

Em primeiro lugar este ano, queremos continuar nossa missão de oração para famílias, padres e jovens. O Santuário da Divina Misericórdia é um ponto de encontro para pessoas que querem aprofundar e viver a espiritualidade da Misericórdia de Deus de acordo com a missão que Deus confiou à Irmã Faustina. Há 25 anos nossa Congregação treina padres, freiras e leigos de todo o mundo através da Associação "Faustinum" dos Apóstolos da Divina Misericórdia, que retomará suas atividades no santuário de Płock a partir de maio do próximo ano. Também queremos que o Mosteiro de Płock e o Santuário da Divina Misericórdia se tornem um lar para todos aqueles que desejam conhecer o verdadeiro Deus cheio de misericórdia e querem experimentar seu poder para curar e transformar corações.

Hoje, com seu novo santuário de Jesus Płock misericordioso está se tornando uma das capitais espirituais da Polônia. É uma oportunidade de lembrar a história desta cidade, uma das mais antigas da Polônia, mas tão pouco conhecida. Mesmo antes da evangelização da Polônia em 966, Płock era um centro de adoração para tribos pagãs eslavas. Mas já em 1009 os beneditinos se estabeleceram lá e, em 1075, a cidade tornou-se sede episcopal.

Em 1037, Miecław proclamou-se duque da região de Masovia com a capital Płock. De 1079 a 1138, os duques da Polônia (Ladislau I Herman e seu sucessor Bolesław III, cujos túmulos estão agora na catedral) residiram em Płock. Quando a Polônia foi dividida em ducados em 1138, Płock tornou-se a capital do Ducado de Masóvia. De 1351 a 1370, Płock estava na posse do rei Casimir III, o Grande, que cercou a cidade com muros e construiu o castelo. Após sua morte, o Piast de Masovia recuperou o controle de Płock até 1495, quando a cidade finalmente se tornou parte do Reino da Polônia e tornou-se a segunda cidade mais importante do país depois de Cracóvia.

Infelizmente, no final do século XVI, foi afetada pela concorrência de Varsóvia, uma cidade próxima que se tornou a capital do reino. Seu declínio está ligado à invasão dos suecos que destroem a cidade duas vezes: nos séculos XVII e XVIII. Hoje é uma cidade provincial dinâmica com cerca de 120 mil habitantes.

Entretanto, o seu coração espiritual está localizado no novo santuário da Divina Misericórdia, que está prestes a ser concluído no local das aparições do Senhor à Irmã Faustina Kowalska.

ACI Digital

SANTA CUNEGUNDA, ESPOSA DE S. HENRIQUE II, IMPERADOR

s. Cunegunda  (© BAV, Pal. lat. 665, f. 1r)

Natural de Luxemburgo, Cunegundes, também conhecida como Cunegundes, cresceu em uma família que lhe transmitiu a sua fé e lhe ensinou as virtudes cristãs. A jovem viveu tais virtudes com particular fervor, que, mais tarde, as levou "como dote" ao duque da Baviera, futuro imperador do Sacro Império Romano, Henrique II, com quem se casou com a idade de 20 anos.

Um casamento santo

Muitas lendas falam sobre a união de Cunegundes com Henrique, como a de uma calúnia, que insinuava uma traição da jovem esposa contra o marido. Então, a mulher invocou ao Senhor, com tanta intensidade, que lhe permitiu fazer um teste excepcional, para convencer o noivo sobre a sua inocência: caminhar sobre o carvão ardente.
Outra versão, ao invés, diz que os dois cônjuges tinham feito votos recíprocos de castidade, tanto que o seu casamento foi chamado "núpcias de São José".
Por outro lado, a realidade histórica parece ter sido a que Cunegundes fosse estéril. Apesar de a lei germânica prever isso como causa de repúdio, o marido decidiu não adotá-la. Por isso, Cunegundes e Henrique são recordados, ainda hoje, como o santo casal que iluminou o Sacro Império Romano.

Propagação do cristianismo

Em 1002, com a morte de Otão III, o duque da Baviera tornou-se imperador do Sacro Império Romano, com o nome de Henrique II. Somente em 1014, porém, conseguiu ir a Roma com sua esposa para receber a coroa das mãos do Papa Bento VIII.
De volta à sua pátria, os dois cônjuges se dedicaram, com afinco, para a propagação do Cristianismo na região alemã de Hesse: em 1007 mandaram construir a Catedral de Bamberg (onde estão sepultados, um ao lado do outro) e, em 1021, também o mosteiro de Kaufungen, em ação de graças pela cura de uma grave doença.

Da coroa ao saio

Em 1024, falece Henrique II. Um ano depois, por ocasião do seu aniversário de morte, Cunegundes doou uma relíquia da Santa Cruz ao mosteiro de Kaufungen; ao mesmo tempo, trocou suas roupas reais pelo saio beneditino e entrou para este mosteiro. Desde então, a mulher viveu com humildade, transcorria o dia em oração e lendo as Escrituras, fazia os trabalhos mais humildes, praticava a penitência, por meio da abstinência de alimentos, e confortava as coirmãs enfermas.
Santa Cunegundes faleceu no mosteiro, em data imprecisa, provavelmente em 1033, embora outras fontes assinalem 1039.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF