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sexta-feira, 12 de março de 2021

UMA PALAVRA AOS SACERDOTES

Canção Nova | Formação
por Aloísio Parreiras

Os sacerdotes são seres humanos, homens escolhidos por Cristo, homens de oração que choram, sorriem, se comovem, aconselham, orientam, acolhem e intercedem, continuamente, por nós e pelo mundo na presença do Senhor. No cotidiano de suas vidas, os sacerdotes renunciam ao luxo, à acomodação ou ao conforto e realizam inúmeros sacrifícios e renúncias que são apresentadas ao Cristo em prol da conversão dos pecadores e pela paz no mundo.

Nas cidades e no campo, nas periferias ou nos condomínios, debaixo de sol ou de chuva, em meio às enchentes ou em áreas de terremoto, os sacerdotes estão dispostos a enfrentar furacões, tempestades, ventos fortes, avalanches e o que preciso for para visitar os doentes, atender às confissões dos penitentes e celebrar a Eucaristia, testemunhando que Deus está sempre conosco no cotidiano da História.

O sacerdote é o administrador dos mistérios divinos. Ele é o homem do Sacramento, o Pai que comanda a comunidade eclesial com a solicitude do Bom Pastor. Ele é também o homem que nos ensina as palavras de vida eterna que Cristo nos legou. Do batismo até o sepulcro, nas diversas etapas da vida, do nascimento até a morte, nós contamos com o carinho e a atenção dos sacerdotes, pois, “o sacerdote, como administrador dos mistérios de Deus, está ao serviço do sacerdócio comum dos fiéis”. (João Paulo II, Dom e Mistério).

O hoje humano de cada sacerdote está repleto da ação de Cristo, o Sacerdote por excelência, e, por isso, São João Maria Vianney, o patrono dos sacerdotes, nos ensina: “Depois de Deus, o sacerdote é tudo. Oh! Quão grande é o sacerdote! Somente no céu compreender-se-á a sua elevada dignidade. O sacerdote é o amor personificado do Amor divino”.

Devemos reconhecer, com admiração e gratidão, que os sacerdotes são os pais que Deus nos mandou para nos orientar no itinerário da fé, da esperança e da santidade. Devemos aos sacerdotes o nosso amor, honra, zelo, respeito, obediência, fidelidade, ajuda e intimidade com o divino, porque eles são os santos homens de Deus, os amigos da humanidade, os filhos amados da Virgem Santa Maria.

De alguma maneira, os sacerdotes tocam o céu, em Nome d’Aquele que tudo pode, pois eles participam do sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são escolhidos, preparados e enviados para a adoração do eterno Deus. Deste modo, seu papel não é um trabalho, é uma vida. Sua atividade não é uma tarefa, é uma missão de salvação. Por tudo isso, o Cura D’Ars nos ensina, “o que é a água para a vida corporal, assim são os sacerdotes para a vida sobrenatural”.

A principal missão dos sacerdotes é celebrar a Santa Missa, e, por isso, “não existe Eucaristia sem sacerdócio, como não existe sacerdócio sem Eucaristia”. (João Paulo II, Dom e Mistério). Na Santa Missa, o sacerdote empresta a sua voz, suas mãos e seus gestos ao próprio Cristo que permanece conosco na Sagrada Comunhão. Os sacerdotes católicos, graças ao poder que concede o caráter da Ordem Sacerdotal, podem oferecer Jesus Cristo na Santa Missa ao Pai eterno e derramar a graça de nosso Redentor sobre nós, os seres humanos.

Nós não podemos viver sem a Eucaristia e, por isso, somos gratos aos sacerdotes pelo seu sim, entrega e oblação. Nestes nossos dias, enquanto durar o quadro da pandemia do Covid 19, todos os fiéis ficam dispensados do preceito dominical, o grato dever de participar da Missa aos domingos. Neste momento de dificuldade, nós queremos dizer aos nossos amigos sacerdotes: celebrem por nós, os que forçosamente estaremos fisicamente ausentes, mas estaremos juntos espiritualmente na oração e na santidade. Gostaríamos tanto de estar aí, em nossas Paróquias e comunidades, mas sabemos que vocês, os dispensadores das graças divinas, estarão nos conduzindo ao Altar do Senhor por meio do único e eterno Sacrifício. Amigos sacerdotes, celebrem a Santa Missa por nós e pelo mundo e façam sempre mais rogações confiantes na Encarnação do Filho de Deus, a Misericórdia que Se fez Carne e habitou entre nós. Amigos sacerdotes, nós confiamos no poder da sua oração. Saibam que estamos com vocês no aprendizado da fé, da esperança e da caridade.

Amigos sacerdotes, nosso muito obrigado por estarem buscando meios e oportunidades para nos manter unidos a Deus diante dessa grande crise sanitária global dos nossos tempos. Amigos sacerdotes, nós precisamos de vocês. Obrigado por oportunos meios que vocês estão nos oferecendo, nesses dias, para permanecermos firmes na Comunhão dos santos. Nosso muito obrigado, por disponibilizarem a confissão de dentro dos carros, mantendo a sua e a nossa segurança. Obrigado pela transmissão da Santa Missa pela internet e pela televisão. Obrigado por nos ensinar a não ter medo e a aproveitar este período de isolamento para redescobrirmos a presença do Senhor de uma forma muito mais poderosa e fiel. Obrigado pelos inúmeros textos e reflexões que são disponibilizados diariamente para fortalecer a nossa esperança. Lembrem-se sempre que “o sacerdote pode ser guia e mestre na medida em que se tornar uma autêntica testemunha”. (João Paulo II, Dom e Mistério). E não se esqueçam do conselho de São Pedro, o chefe dos Apóstolos, o nosso primeiro Papa: “Irmãos, procurai, com mais diligência, consolidar a vossa vocação e eleição, pois, agindo desse modo, não tropeçareis jamais”. (2 Pd 1,10). Amigos sacerdotes, Deus lhes pague por tudo!

Amigo sacerdote, que Deus lhe dê hoje e sempre intimidade com a Palavra, zelo pelo Sagrado, perseverança eucarística e uma inabalável confiança na misericórdia de Cristo. Padre, conte sempre com nossas orações e continue nos ensinando a sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso! Tenham sempre mais a certeza de que “qualquer ação deve ser precedida por uma intensa vida de oração, de contemplação, de busca e de escuta da Palavra de Deus”. (Cardeal Robert Sarah). Amigo sacerdote, do profundo do nosso coração, do íntimo de nossa alma, nosso muito obrigado, que Deus seja sempre a sua recompensa!

Aloísio Parreiras

Arquidiocese de Brasília

Franciscanos assumem o Santuário Frei Galvão em Guaratinguetá

Frei Galvão | Vatican News

Para o Ministro Provincial, frei César Külkamp é um momento histórico e de revigoramento da evangelização franciscana da Província. “Sabemos que este Santuário já é um espaço querido e buscado pelo povo por sua devoção ao Santo Frei Galvão".

Vatican News

A Província Franciscana da Imaculada Conceição escreverá, no dia 11 de abril de 2021, mais um capítulo na sua história de 345 anos. Os frades franciscanos estarão assumindo o Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá, a terra do santo frade franciscano. Esse momento histórico marcará a posse dos frades com a assinatura do convênio, com duração de 30 anos, pelo Ministro Provincial Frei César Külkamp e pelo Arcebispo Dom Orlando Brandes, representando a Arquidiocese de Aparecida.

Esta Santa Missa, às 18 horas (com transmissão pela TV Aparecida), marcará a posse de Frei Diego Melo e Frei Roberto Ishara, frades que praticamente há seis meses estão ajudando diariamente nas confissões, aconselhamento, acolhimento do povo e celebrações, sempre em consonância e sob as orientações do então reitor, Padre José Carlos de Melo, que se despediu do povo no último dia 28 de fevereiro.

Para o Ministro Provincial, é um momento histórico e de revigoramento da evangelização franciscana da Província. “Sabemos que este Santuário já é um espaço querido e buscado pelo povo por sua devoção ao Santo Frei Galvão. Com isso, vemos que ele oferece condições para ser um centro de irradiação do carisma franciscano. Frei Galvão, como homem da paz e da caridade, nos oferece a oportunidade de cultivo das dimensões da nossa missão e de nossas frentes de evangelização”, acredita Frei César.

Presença Franciscana na Festa de São Galvão, 2020

Ele espera que daí se concretize o sonho de uma rede com as nossas presenças franciscanas e também com toda a Família Franciscana. “Frei Galvão dedicou-se bastante à Vida Religiosa feminina. Com isso nos inspira a buscarmos esta conexão hoje com as Irmãs, mas também com a OFS, a Jufra, as Juventudes e as outras Obediências. O Santuário é Arquidiocesano, então também nos provoca à comunhão eclesial, o que já foi sendo conquistado com a Igreja Local de Aparecida. Outra dimensão importante é a evangelização compartilhada com os leigos e leigas. O Santuário já possui um batalhão de voluntários, amigos e benfeitores. Em tudo isso, queremos um Santuário da acolhida e da irradiação”, celebra Frei César.

Segundo o Ministro Provincial, no último dia 5 de março foi oficializada a proposta de assunção do Santuário de Frei Galvão pela Província pelos próximos 30 anos. Frei Diego e Frei Roberto também se reuniram com as lideranças e voluntários do Santuário Frei Galvão para falar deste projeto de evangelização, que vinha sendo estudado desde o último Capítulo Provincial em 2018.

Para Frei Diego, o processo feito de transição foi uma decisão acertada. “Esse tempo nos proporcionou uma transição gradual, sem choques ou dificuldades para ambas as partes. Pudemos conhecer melhor o clero diocesano, a rotina do Santuário, as equipes de pastorais e ministérios, além de adentrarmos na questão administrativa. Além disso, estando há quase meio ano na cidade e junto ao Santuário, pudemos perceber o grande carinho do povo em relação aos Frades. A associação feita entre Frei Galvão e os Franciscanos é imediata. Parece ser algo desejado há bastante tempo e que agora, finalmente, está se consolidando”, explicou Frei Diego.

O “Santuário de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão”, ou “Santuário Frei Galvão”, como é mais conhecido em Guaratinguetá e pelos devotos pelo Brasil afora, foi criado no dia 08 de dezembro de 2010. “Bem antes disso, o Seminário Frei Galvão já recebia muitos romeiros, como também a Casa de Frei Galvão e a Igreja Santo Antônio, ambos em Guaratinguetá, e, mais ainda, o Mosteiro da Luz, em São Paulo, local construído por Frei Galvão e onde está o seu túmulo”, lembrou Frei César. A ligação com estes lugares será muito importante.

Segundo o Ministro Provincial, um Santuário tem uma dinâmica menos sacramental e mais devocional, de piedade popular. “É casa de oração e de encontro com Deus. Para isso, deve oferecer sobretudo o acolhimento, além da calma e do silêncio. O sacramento mais buscado ali é o da reconciliação”, esclareceu.

Para Frei César, um Santuário não possui as rotinas paroquiais de catequese, batizados, casamentos e tantos outros processos, mas pode ter liturgias, pastorais, obras sociais, comunicação, cultura e tantos outros. “Não há tanto o fator comunidade, pois o santuário é buscado por fiéis de várias comunidades, pessoas sedentas do sagrado, mas também por aqueles que não têm pertença eclesial nem vínculo religioso, carregando situações humanas e espirituais complexas. A todos estes, o Santuário oferece Jesus Cristo, com o testemunho concreto dos seus santos e santas”, acrescentou o Ministro Provincial.

Frei Diego revela sua expectativa e alegria: “Sabemos que esse Santuário pode se tornar uma fonte de irradiação do Carisma Franciscano e é por isso que aqui estamos. Também temos consciência do quanto o modo franciscano de acolher e evangelizar pode contribuir para com a igreja do Brasil. Por tudo isso, só temos que agradecer a Deus e pedir a intercessão de São Frei Galvão para que sejamos não somente devotos de Frei Galvão, mas principalmente imitadores das suas virtudes e apaixonados por Cristo e pelos pobres, especialmente os enfermos, assim como ele foi”.

Frei Diego conversa com lideranças

ENTENDA COMO FOI O PROCESSO

O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, explica os passos dados neste processo:

Desde 2016, a Arquidiocese de Aparecida, através de seu Arcebispo, Dom Orlando Brandes já veio sugerindo que os frades deveriam assumir os cuidados pastorais deste Santuário Arquidiocesano, entendendo que a presença dos frades da mesma Ordem e Província a que pertenceu Frei Galvão seria o mais adequado para este lugar de fé e devoção.

O convite foi oficializado em meados de 2018. O então Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanbömmel, considerou que esta deveria ser uma decisão de toda a Província, dentro do processo de redimensionamento que estava em curso. E assim foi. O Capítulo Provincial de 2018 trabalhou o tema do redimensionamento indicando lugares que deveríamos deixar e, entre as novas opções, figurou o Santuário Frei Galvão como consenso entre os capitulares. Frei Galvão é um frade da nossa Província, o primeiro santo nascido no Brasil e que merece ter melhor propagação da sua devoção, como verdadeiro instrumento da paz e da caridade.

No dia 13 de dezembro, o novo Ministro Provincial, Frei César Külkamp, enviou um ofício a Dom Orlando apresentando a nossa disposição em assumir os cuidados pastorais deste Santuário. Desde princípios de 2019, foram trocadas algumas correspondências e realizadas algumas reuniões. Num desses encontros, em julho de 2019, Dom Orlando disse que gostaria que assumíssemos não apenas os cuidados pastorais do Santuário, mas também sua administração e a construção do novo Santuário, ainda em projeto e em terreno anexo ao atual. Mas, seria importante que a decisão também fosse assumida por todas as instâncias da Arquidiocese, bem como pela Comissão do Projeto do Novo Santuário, presidida pelo Arcebispo emérito, o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis. Frei João Francisco da Silva, guardião da fraternidade do Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, e Definidor Provincial, ficou encarregado de ser este interlocutor entre a Arquidiocese e a Província. Correspondências também foram trocadas com o Cardeal Dom Raymundo e este manifestou contentamento com a chegada dos frades para este trabalho.

Por vezes, pareceu que este projeto estava se tornando mais distante de se realizar. Mas, no dia 25 de outubro de 2019, dia da festa de Frei Galvão, a Comissão Arquidiocesana do Santuário deu parecer favorável a que a Província o assumisse como um todo (pastoral, administração e construção), a partir de janeiro de 2021. Antes deveria fazer uma proposta de contrato a ser analisada pela comissão e pelo Conselho Presbiteral. O Definitório de novembro de 2019 constituiu uma comissão para a elaboração desta proposta que ficou assim: Frei César, Frei João Francisco, Frei Gustavo W. Medella e a Dra. Luana Giosa.

Em fevereiro de 2020, Dom Orlando sugeriu que os frades começassem a marcar presença no Santuário, principalmente no atendimento de confissões, sempre em grande número. O reitor de então era também pároco em outra paróquia, o que dificultava um trabalho de mais presença. O Definitório começou a pensar em nomes para este trabalho. Desde o início foi levantada a indicação de Frei Diego Atalino de Melo como primeiro reitor e, de sua parte, logo houve boa aceitação. O Definitório de abril de 2020 oficializou sua transferência para Guaratinguetá, morando na Fraternidade do Postulantado, mas a serviço do Santuário, para contato e conhecimento da realidade.

Presença franciscana na última festa de Frei Galvão em 2020

No entanto, desde março, todos passamos a lidar com a grave pandemia da Covid-19. As igrejas ficaram fechadas, o que não foi diferente no Santuário. As tradicionais romarias foram interrompidas. Os frades estiveram mais atentos às necessidades urgentes resultantes da pandemia. Frei Diego, assim, não foi logo para Guaratinguetá e dedicou-se antes à “Tenda Franciscana”, serviço emergencial para a alimentação da população mais carente da cidade de São Paulo e, depois também, da do Rio de Janeiro.

Mesmo em meio à Pandemia, o Definitório se reuniu na forma virtual no mês de junho e transferiu também o Frei Roberto Ishara, da Fraternidade da Rocinha para a do Postulantado, mas a serviço no Santuário. Ele conseguiu ir logo, mas sem poder ainda marcar presença no Santuário.

Depois de conhecer outras experiências de trabalho em santuário, principalmente dos Missionários Redentoristas em Aparecida, e de passar por vários especialistas, a proposta de convênio foi entregue a Dom Orlando.

Frei Diego conseguiu chegar a Guaratinguetá em fins de setembro. Ele e Frei Roberto começaram a ter presença diária no Santuário, atendendo o povo local, os romeiros que começavam a chegar aos poucos e uma intensa grade de programas de televisão, rádio e pela internet. Começaram a se empenhar sobretudo na preparação da novena e festa do Santo Frei Galvão. Um bom destaque foi a boa acolhida do reitor, Pe. José Carlos de Melo, e a liberdade que deu ao trabalho dos frades.

No dia da festa, 25 de outubro, muitos frades de Guaratinguetá e de São Paulo estiveram presentes, bem como os postulantes, um grande número das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica e das Irmãs Clarissas, além de jovens franciscanos e voluntários dos projetos sociais. Essa presença franciscana impressionou a todos e certamente acelerou um pouco mais o processo.

Maquete do novo santuário

Maquete do novo santuário a ser construído em Guaratinguetá

Assim seguiu o trabalho até meados de fevereiro deste ano, quando o reitor, Pe. José Carlos, foi escolhido como pároco da Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, em Aparecida. Com isso, no dia 18 de fevereiro, Dom Orlando pediu que enviássemos um ofício com a indicação de um frade para assumir, em caráter provisório, como reitor do Santuário, o que foi feito no mesmo dia, tanto do reitor, Frei Diego, como do colaborador, Frei Roberto.

O jurídico da Arquidiocese, o Conselho Presbiteral e o Arcebispo chegaram a um consenso sobre a minuta de nosso convênio, com indicações de alterações. No dia 26 de fevereiro, fizemos um estudo destas alterações na comissão e chegamos a algumas contrapropostas, mas em geral sem mudanças substanciais. A proposta foi levada a Dom Orlando no dia 05 de março por Frei César, Frei João Francisco e Frei Diego. Os detalhes foram acertados e aceitos por Dom Orlando e por nós.

Assim, na manhã do dia de 5 de março foi oficializada a proposta de assunção do Santuário de Frei Galvão pela Província pelos próximos 30 anos.

No dia 11 de abril, Dom Orlando presidirá a missa de posse do reitor e do colaborador com a assinatura, dele e do Ministro Provincial, do Convênio entre a Arquidiocese e a Província em favor do Santuário de Frei Galvão.

São Frei Galvão, São Francisco e Santa Clara intercedam para que possamos viver e servir com alegria e dedicação neste novo projeto de evangelização sonhado e assumido por toda a Província!

Fonte: Moacir Beggo | franciscanos.org.br

Vatican News

Satanistas alegam santidade do aborto como rito e processam Texas por restringi-lo

Mopic | Shutterstock

Seita Templo Satânico diz que lei texana "interfere" na "liberdade religiosa" e "prejudica" a prática do aborto como "ato religioso".

Satanistas alegam santidade do aborto como ritual religioso e processam o Estado norte-americano do Texas por causa da sua legislação “restritiva”: de fato, o Texas exige visualização de ultrassom por parte das gestantes que pretendem abortar. Para a seita ocultista Templo Satânico, essa exigência da lei texana “interfere” na “liberdade religiosa” e “prejudica” a prática do aborto como “ato religioso”.

De acordo com matéria da agência Gaudium Press, os satanistas afirmam “santificar o processo abortivo incutindo confiança e protegendo os direitos corporais”. Eles acrescentam que a interferência do Estado é “um obstáculo regulatório contra um exercício religioso”.

Satanistas alegam santidade do aborto como rito

Um boletim informativo dos satanistas declara que o ritual satânico do aborto é um “rito de destruição que serve como rito de proteção”. O objetivo de tal rito, prosseguem eles, é “eliminar as noções de vergonha, culpa e desconforto mental que uma paciente pode sentir devido à escolha do aborto legal e clinicamente seguro”.

O texto do Templo Satânico ainda critica as leis de vários Estados norte-americanos por imporem “períodos de espera e aconselhamento obrigatório”, que, segundo a seita, podem “exacerbar sentimentos de desconforto e ansiedade” nas mulheres solicitantes de aborto.

A legislação texana sobre o aborto

O aborto no Texas é legalizado até a 20ª semana de gestação, mas o Estado exige que a gestante faça uma ultrassonografia e que a imagem do nascituro lhe seja mostrada e explicada. Ela deve então aguardar ao menos 24 horas após o ultrassom para poder abortar. Além disso, a legislação estadual exige que a gestante receba uma lista de agências de adoção e fotos coloridas e realistas que mostrem o desenvolvimento do feto durante a gestação. O objetivo dessas medidas é que a gestante tenha consciência da realidade biológica da gestação antes de optar por exterminá-la.

O Templo Satânico, porém, contesta essa obrigatoriedade alegando que “o corpo da pessoa é inviolável e sujeito apenas à sua vontade”.

Aleteia

Arcebispo de Cascavel morre por Covid-19

Dom Mauro Aparecido dos Santos /
Foto: Arquidiocese de Cascavel

Cascavel, 12 mar. 21 / 09:29 am (ACI).- O Arcebispo de Cascavel (PR), Dom Mauro Aparecido dos Santos, de 67 anos, morreu na quinta-feira por complicações da Covid-19, no Hospital São Lucas, onde estava internado desde 16 de fevereiro, quando testou positivo para o coronavírus.

No hospital, devido ao agravamento de seu quadro, o Arcebispo precisou ser entubado em 19 de fevereiro. Dias depois, Dom Mauro chegou a apresentar melhora e sua sedação foi retirada em 27 de fevereiro. Porém, voltou a piorar e no dia 9 de março foi necessário sedá-lo novamente.

Boletim médico da manhã do dia 11 de março informava que o Arcebispo estava com um “quadro gravíssimo” e, embora fosse preciso realizar hemodiálise, “não foi possível”, pois as respostas aos procedimentos realizados “não foram boas”. Neste mesmo dia, às 18h20, Dom Mauro morreu.

“Rezemos por nossa Arquidiocese e pelo repouso eterno de Nosso Arcebispo”, pediu a Arquidiocese de Cascavel por meio de nota.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também expressou seu pesar pela morte de Dom Mauro Aparecido. “Neste momento de luto, manifestamos nossos sentimentos à família de Dom Mauro, à Arquidiocese de Cascavel e aos seus amigos, reafirmando nossa fé na ressurreição: ‘Descanso eterno dai-lhe, Senhor. E para ele brilhe a vossa luz!’”, afirmou a presidência da entidade.

O velório de Dom Mauro teve início às 23h de quinta-feira, com Missas a cada 2 horas. Na manhã sexta-feira, às 9h, foi celebrada a Missa de corpo presente. Por causa das restrições impostas pela pandemia, apenas o clero diocesano participa das celebrações.

O sepultamento do Arcebispo está marcado para 10h, no cemitério central de Cascavel, no monumento a ressureição dos padres.

Breve biografia

Dom Mauro Aparecido nasceu em 9 de novembro de 1954,em Fartura (SP). Foi ordenado sacerdote em 13 de maio de 1984, em Jacarezinho (PR). Em 14 de agosto de 1998, foi nomeado Bispo Coadjutor de Campo Mourão (PR) e tornou-se Bispo titular em 21 de fevereiro de 1999 e, em 31 de outubro de 2007, foi nomeado Arcebispo de Cascavel.

Dom Mauro também foi Bispo administrador da Diocese de Umuarama (PR), vice-presidente e depois presidente do Regional Sul 2 da CNBB.

Bispos mortos por Covid-19

Dom Mauro Aparecido é o quarto Bispo brasileiro que morreu devido à Covid-19.  No ano passado, morreram o Arcebispo emérito da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, aos 70 anos, em 14 de abril, e o Bispo de Palmares(PE), Dom Henrique Soares da Costa, aos 57 anos, no dia 18 de julho. Neste ano, em 13 de janeiro, o Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Cardeal Eusébio Oscar Scheid, morreu aos 88 anos.

ACI Digital

4 passos para aprendermos a ouvir a voz de Deus no dia a dia

Kosim Shukurov | Shutterstock
Schoenstatt

O Pe. Kentenich aprimorou sua capacidade de enxergar a Deus por trás de todas as situações. O seu método se resume nestas etapas.

Logo pela manhã, você abre um site de notícias e encontra manchetes variadas sobre a sua cidade, o país e o mundo. Em seguida, vai para o trabalho e se vê diante de novos desafios para resolver. Ao voltar para casa, qual momento vive sua família? Podem estar em busca de uma casa nova, podem estar pensando em ter outro filho, ou talvez estejam enfrentado uma situação de enfermidade. Parando sozinho para refletir, mais tarde, você pensa sobre seu mundo interior e exterior, naquilo que é e que gostaria ser.

O que esses momentos todos têm em comum?

Em cada uma dessas situações, Deus está falando com você: “É o bom Deus que fala. Como nos fala? Por meio de todas as situações de nossa vida, de todos os acontecimentos da história. Prestem atenção: ele fala a mim, não a qualquer outra pessoa”, ressalta o Pe. José Kentenich.

O grande desafio, no entanto, é conseguir ouvir e compreender a voz de Deus no cotidiano, a fim de aplicá-la na vida. Para tornar isso mais simples, o Pe. Kentenich utilizava um método próprio. Ele aprimorou muito, ao longo da vida, sua capacidade de enxergar a Deus por trás de todas as situações. O seu método se resume em quatro etapas, vejamos.

1º Passo: Observar

Não importa se você está refletindo, por exemplo, sobre a fome na África ou se deve ou não mudar os filhos de escola; nos dois casos, vale a mesma receita: é necessário observar e conhecer a realidade. Procurar se informar, saber os pontos positivos e negativos de cada situação, pesquisar, conversar com quem sabe mais do que você sobre o assunto, buscar fontes confiáveis. Isso leva a ter profundidade, aprender mais, ter a cabeça aberta a novas ideias.

2º Passo: Comparar

A outra etapa é analisar a situação comparando com outros fatos e momentos que você já viveu ou com o que a ciência autêntica já verificou e que tem relação com o caso; quais são os princípios da filosofia que se aplicariam aqui? Comparar também com as palavras do evangelho: O que Jesus falou sobre isso? Quais são os fatos bíblicos relacionados a isso? Que relação isso tem com os dez mandamentos? Relacionar com documentos e a tradição da Igreja: O que os Papas refletiram sobre isso, quais são as orientações da Igreja a esse respeito? E comparar com aquilo que aprendemos em Schoenstatt: quais são os princípios schoenstattianos que se poderiam aplicar aqui? Como se aplica, neste caso em questão, a pedagogia de Schoenstatt? Há algum fato da vida do Fundador ou de nossos heróis que se relaciona com isso?

3º Passo: Sintetizar

Com todas as análises feitas, é importante resumir em poucas ideias aquilo tudo que foi estudado. Você pode fazer uma frase aplicando as respostas acima num resumo da situação. Isso ajuda a ter um olhar mais focado naquilo que é essencial.

4º Passo: Aplicar

O quarto passo consiste em buscar uma lição prática de tudo o que você descobriu, para que a análise não fique apenas no mundo das ideias. A lição tem que ser aplicável à vida diária: Que tipo de comportamento posso ter para que essa conclusão seja prática na vida e ajude na transformação dessa situação?

“Deus fala-me, quer desprender-me interiormente de todas as coisas terrenas e orientar meu coração inteiramente para si. Através de tudo isto, ele quer conduzir a minha inteligência e o meu coração ao seu coração de Pai”.

Aleteia

Reforma constitucional do México propõe legalizar aborto e confusão de gênero

Imagem referencial / Bandeira do México.
Crédito: David Ramos / ACI
Por David Ramos

Cidade do México, 12 mar. 21 / 08:46 am (ACI).- Uma comissão da Câmara dos Deputados do Congresso da União, no México, aprovou no dia 11 de março um parecer que visa legalizar a ideologia de gênero e o aborto através de uma reforma da Constituição.

A Frente Nacional pela Família (FNF) advertiu que na reforma aprovada em nível de comissões “há termos que impulsionam a legalização do aborto, o casamento igualitário e as restrições à liberdade de expressão”.

Depois de aprovado na Comissão de Questões Constitucionais da Câmara dos Deputados, o parecer segue para o Plenário, que poderá votá-lo na terça-feira, dia 16 de março.

Entre as expressões controversas que seriam inseridas na Constituição estão “autonomia reprodutiva”, “livre desenvolvimento da personalidade” e “serviços de saúde sexual e reprodutiva”.

Há também termos como "expressão de gênero", "casamentos do mesmo sexo", "igualdade substantiva", "identidade sexual e genital" e sexos genéricos.

“Desta forma, a ideologia da confusão de gênero seria imposta a partir da Constituição, o que na prática atenta contra a vida, a família e as liberdades fundamentais, gerando um alto risco de danos aos nossos filhos”, disse a FNF.

Em diálogo com ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI –, Rodrigo Iván Cortés, presidente da Frente Nacional pela Família, destacou que “se pretende aprovar um parecer que, por meio de termos que não estão em nenhum tratado vinculante para o México, visa promover a legalização do crime de aborto".

Além disso, advertiu, buscaria desnaturalizar e redefinir "a instituição do casamento". Disse que essas reformas poderiam "afetar de modo muito grave as liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade de consciência e a liberdade religiosa".

Todas essas reformas, advertiu, poderiam ser aprovadas “em um só pacote, sem levar em conta a população, sem se dar conta dos gravíssimos danos que fariam a esta Nação”.

“Além disso, atendendo a uma agenda que não é do México, é a agenda da Organização das Nações Unidas”, denunciou.

Cortés disse que essas iniciativas são promovidas pelo projeto Spotlight, das Nações Unidas, que tem um orçamento para o México de 7,5 milhões de dólares para supostamente “eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas no mundo”.

A Frente Nacional pela Família incentivou a assinatura de uma campanha para exigir que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e os deputados federais não aprovem essa reforma constitucional. Para participar, pode acessar AQUI.

Publicado originalmente em ACI Presa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

São Luís Orione

S. Luís Orione | ArqSP
12 de março

Luís Orione nasceu no dia 23 de junho de 1872, em Pontecuore, Itália. A família era pobre e honesta, de trabalhadores rurais. Sua mãe foi uma sábia e exemplar educadora que lhe serviu como modelo, mais tarde. Ao sair da adolescência aspirava ser sacerdote. Com o apoio da família entrou no Oratório salesiano em Turim, cujo fundador João Bosco, depois venerado pela Igreja, ainda estava vivo. O fundador dedicou ao jovem Orione grande estima e lançou no seu coração a semente da futura vocação.

Luís Orione fez o ginásio no Oratório salesiano, mas concluiu os estudos de filosofia e teologia no seminário da sua cidade natal. Em 1892, ainda seminarista fundou duas escolas para crianças e jovens. Sua ordenação sacerdotal foi em 1895 e desde então se dedicou com ardor à ação pastoral e a obra em favor dos necessitados.

Se, São João Bosco foi o exemplo para a educação dos jovens, para as obras de caridade o foi São José Benedito Cottelengo. Incansável, Luís Orione, viajou por toda a Itália, várias vezes, pedindo donativos e ajuda material para as suas múltiplas obras de caridade. Ele foi um dócil instrumento nas mãos da Divina Providência, para aliviar as necessidades e os sofrimentos humanos.

Em 1908, Luís Orione ajudou a socorrer as numerosas vítimas do terrível terremoto que sacudiu a região da Sicília e Calábria, na Itália. A pedido do Papa Pio X ficou lá por três anos. Em 1915, fundou uma congregação religiosa, a Pequena Obra da Divina Providência, para dar atendimento aos pobres, trabalhadores humildes, aos doentes, aos necessitados, enfim, aos totalmente esquecidos pela sociedade. Ele também foi o fundador da Congregação dos Padres Orionitas, das Irmãzinhas Missionárias da Caridade, das Irmãs Sacramentinas e dos Eremitas de Santo Alberto, nessas duas últimas admitindo inclusive religiosos cegos.

Luís Orione plantou bem a semente, pois logo se tornaram árvores espalhando raízes em diversos paises. As Congregações dos Filhos da Divina Providência e das Irmãs passaram a atuar em vários países da Europa, das Américas e da Ásia. Possuem milhares de Casas ou Instituições dos mais variados tipos, sobretudo no setor assistencial e educativo. No Brasil, onde estão desde 1914, mantêm várias casas de órfãos, de excepcionais, abrigos para velhos e hospitais. A obra da Divina Providência foi e continua sendo mantida exclusivamente por esmolas e doações.

Faleceu consumido pelas fadigas apostólicas, com sessenta e oito anos de idade, na cidade de San Remo, Itália, no dia 12 de Março de 1940.

O Papa João Paulo II no ano 2004, em Roma, proclamou a canonização do humilde sacerdote Luís Orione, que viveu como o gigante apóstolo da caridade, pai dos pobres, singular benfeitor da Humanidade sofredora e aflita.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 11 de março de 2021

Iniciativas apostólicas online na Igreja Católica para evangelização durante a pandemia COVID-19

Presbíteros
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A Igreja Católica desde a sua origem sempre experimentou as perseguições e tempos de dificuldades. Foi assim na vida do próprio Jesus Cristo até operar a Redenção da Humanidade e também na vida da primeira comunidade cristã como narra em várias ocasiões os Atos dos Apóstolos, um exemplo explícito foi lido recentemente na Quarta-feira da III Semana do Tempo Comum: “Naquele dia, rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judeia e de Samaria… Os que se haviam dispersado iam por toda a parte, anunciando a palavra de Deus. (cf. At 8, 1-4)”

Com a quarentena em consequência da pandemia COVID-19, que traz sofrimentos para muitas pessoas em todo globo, também contemplamos um grande influxo de iniciativas apostólicas na Igreja Católica para evangelização online, utilizando os recursos tecnológicos, na maioria das vezes gratuitos, que podem ser replicados e adaptados em muitas regiões.

Abaixo alguns exemplos que podem ser úteis e servir de inspiração:

Essas e muitas outras iniciativas podem ser caminho para fortalecer o sentido de unidade e comunhão dos santos, comunidade e família na Igreja, uma forma de ajudar  as pessoas a se sentirem acolhidas e unidas pelos vínculos espirituais.

Esses tempos extraordinários que vivemos também podem ser ocasião de animar cada fiel a crescer em espírito de serviço e caridade para com as outras pessoas. Algumas iniciativas que cada fiel pode viver nesses tempos e depois também:

  • Rezar mais pelas pessoas nominalmente
  • Como o Papa Francisco tem estimulado, rezar pelos doentes, familiares que cuidam dos doentes, almas das pessoas que falecem sem receber os sacramentos, profissionais de saúde, pesquisadores para descobrirem medicamentos e vacinas, além de governantes e pessoas  responsáveis por tomar decisões com impacto econômico e social na vida das outras pessoas
  • Ajudar os familiares em suas necessidades, na medida do possível
  • Conversar com amigos. Escutar as pessoas, que estão com necessidade de falar e cansadas da quarentena
  • Falar com conhecidos amigos que acaba não tendo tempo para falar em outras ocasiões por conta da correria das atividades diárias
  • Retomar contato com pessoas que estão afastadas da Igreja

Essas ideias compartilhadas acima não são uma lista exaustiva de tudo que pode ser feito, mas sim algumas sugestões. Cada pessoa rezando e escutando o Espírito Santo verá qual a melhor forma de ser instrumento de Deus nas circunstâncias que vive ajudando a viver e transmitir alegria e paz para as pessoas próximas.

https://www.presbiteros.org.br/

França: Apesar de protestos, capela de São José é demolida

Chapelle St. Joseph em Lille demolida no ano dedicado ao santo.
Foto: Urgences Patrimoine
Por: Andrea Gagliarducci, ACI Stampa

Roma, 11 mar. 21 / 02:00 pm (ACI).- Uma capela do final do século XIX dedicada a São José foi demolida na cidade de Lille, na França, em pleno ano que a Igreja recorda especialmente este santo, com a finalidade de dar lugar a um novo campus universitário. Apesar de manifestações contra a destruição do templo, a demolição acabou sendo concluída em fevereiro deste ano. A Chapelle St. Joseph não existe mais e outras igrejas simbólicas na França correm o risco de terminar em escombros.

No dia 21 de fevereiro deste ano, quando praticamente todo o trabalho na região de Hauts-de-France havia cessado devido devido à nevasca, construtores começaram o que parecia ser uma obra urgente: a demolição da Chapelle St. Joseph, uma capela do final do século XIX construída pelo célebre arquiteto Auguste Moureau. A igreja já havia sido desativada, e foi objeto de uma licença de demolição emitida em 2019 pelo município de Lille para a construção de uma parte do novo campus da escola de engenharia.

Na terra da laicidade, a memória dos edifícios religiosos também se converteu em algo a ser apagado para dar lugar a novos edifícios. E não é de surpreender-se, considerando que os franceses já chegaram a considerar a possibilidade de acabar com a Catedral de Notre-Dame quando estava em mal estado, antes da grande renovação realizada por Viollet le Duc, no século XIX, que conferiu ao templo a imagem que hoje conhecemos.

O projeto que substitui a Capela de São José inclui 40 mil metros quadrados de instalações educativas, dos quais 22 mil são instalações novas. Com um investimento de 128 milhões de euros, o campus deverá receber um total de 5 mil a 8 mil alunos. Para salvar a capela, foi solicitado ao Ministério da Cultura que reclassifique o prédio. O Ministério da Cultura rejeitou o pedido, ressaltando que "impedir a demolição da capela resultaria no abandono de um importante projeto para o desenvolvimento do ensino superior, que representa um investimento de 120 milhões de euros", e que o projeto do campus inclui "a restauração completa do Palácio Rameau", o prédio localizado exatamente ao lado da capela, também projetado pelo arquiteto Moureau.

Resta saber por que a capela teve de ser demolida e o palácio preservado. Já que, segundo Etienne Poncelet, inspetora-geral honorária dos monumentos históricos, "não é verdade que a capela estivesse em más condições", como afirmou o Ministério da Cultura. Pelo contrário, afirma Poncelet, era "um edifício em bom estado, um exemplo arquitetônico único, com um claustro suspenso" e que também representava um testemunho histórico da presença dos jesuítas em Lille.

A destruição teve início apesar da oposição de muitas figuras políticas e culturais, e de uma petição de 12.400 assinaturas lançada por Urgence Patrimoine. A associação também reclamou que o trabalho começou às pressas, e não durante as férias escolares como de costume, por supostas razões de segurança.

Há mais igrejas em risco na França e o destino de outra capela, a igreja de Sainte-Germaine-Cousin, em Calais, poderia ser o mesmo da capela de Lille.

Em agosto de 2020, a Diocese de Arras havia afirmado que queria se desfazer da igreja por causa do alto custo de manutenção do templo. Mais tarde foi descoberto que a diocese estava presumivelmente em negociações com agentes imobiliários, que pretendiam construir uma residência com vários apartamentos, onde uma nova capela seria construída e dada em concessão à diocese.

O problema é que vinte e oito vitrais da igreja de Sainte-Germaine-Cousin, assinados pelo mestre Louis Barillet, estão registrados desde 1997 no inventário de monumentos históricos, e, portanto, é um patrimônio tombado.

Mas não são só as janelas que tornam a igreja relevante. A capela preserva outros tesouros artísticos, como um mosaico do Caminho da Cruz, provavelmente obra de Barillet; os pilares brancos com decorações neo-bizantinas; e outros pequenos arranjos arquitetônicos realizados pelo artista Louis Barbier, a tornam uma das igrejas mais simbólicas de Calais.

A destruição ocorreria a custos muito altos e injustificados, considerando que a igreja, apesar da umidade, está em bom estado e que, portanto, demoli-la também implicaria remover os fundamentos que a sustentam para depois substituí-los.

O futuro da igreja de Saint-Èloi em Trith-Saint-Léger du Poirier também é incerto. Mas, nesse caso, as perspectivas são melhores já que Xavier Bertrand, presidente da região, abordou o assunto, e talvez seja possível superar o impasse devido ao desinteresse do Município.

Segundo a Prefeitura, a reforma da igreja custaria 800 mil euros. A estimativa foi feita por um arquiteto há dez anos atrás e o município insiste que demolir a igreja é bastante mais barato que renová-la. Entretanto, o presidente regional Xavier Bertrand não se convence, e encarregou seu Conselheiro Regional e Presidente da Comissão de Conscientização de interceder junto ao vice-presidente da região de Hauts de France e salvar a igreja.

Além das demolições por parte das prefeituras, as igrejas na França têm sofrido ataques por ódio à fé cristã, e um grande incêndio destruiu parcialmente o mais simbólico templo do país, a Catedral de Notre-Dame, na capital Paris.

Texto originalmente publicado em ACI Stampa, traduzido e adaptado por Rafael Tavares. 

ACI Digital

Como encontrar Deus a partir da razão humana

© Michel Cavalier / Biosphoto / Biosphoto via AFP
Croix du Lac d'Allos
por Vitor Roberto Pugliese Marques

O Papa Bento XVI expressou uma premissa da sociedade humana ocidental: ela tem como um dos grandes alicerces a razão.

No ano de 2011, por ocasião de uma viagem apostólica à Alemanha, de 22 a 25 de setembro, o papa Bento XVI foi convidado a proferir um discurso no parlamento alemão, o palácio Reichstag de Berlim. 

O que foi apresentado pelo sumo pontífice constitui-se um verdadeiro tratado sobre a razão humana, de modo que ele o conclui com uma sentença altamente esclarecedora sobre a civilização ocidental. Assim discursou: “Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade”. Completou ainda: “A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma”. 

Por meio de palavras tão bem elaboradas, o papa Bento XVI expressou uma premissa da sociedade humana ocidental: ela tem como um dos grandes alicerces a razão. E faz todo sentido ser assim, porque dela o homem tira muitos frutos. Por exemplo, nenhuma pessoa vai ao médico e toma um remédio se não houver uma base racional para isso; do mesmo modo, ninguém, em sã consciência, vai defender uma ideia se ela não fizer ao menos um pouco de sentido. Quando se fala em termos científicos, o próprio nome ao qual nos denominamos leva a esse entendimento: chamamo-nos, Homo Sapiens Sapiens, nome este que deriva do latim “homem sábio” ou “homem que sabe”.  A razão nos diferencia dos demais animais, de modo que, enquanto os animais agem por programações cerebrais instintivas, o homem é capaz de ir além do pensamento e da ação programacional, alçando voos no abstrato, em campos filosóficos ou metafísicos. 

Entretanto, a grande acusação que muitos fazem é a de que os homens que têm fé na existência de Deus pautam seus argumentos na irracionalidade. Muitos vão dizer que o homem tem medo da morte, portanto ele inventa Deus para abrandar sua angústia diante de um fim definitivo. Outros vão alegar ainda que como nada neste mundo dá certo, ou nada é confiável, o homem inventa Deus para ter algo eterno em que se apoiar. Nessa linha de análise, na medida em que o homem mergulha na razão, tende a gradativamente afastar-se mais e mais de Deus. Tal acusação, obviamente, é falsa, e podemos elencar pelo menos três pontos nos quais, racionalmente, Deus se mostra real e vivo, e não somente fruto do devaneio da mente humana.

O primeiro ponto é reconhecer que as coisas no mundo não são aleatórias: existe uma lógica em tudo. Ao se soltar um objeto onde há força da gravidade, ele vai sempre cair ao chão; os tigres (para parafrasear uma citação do escrito inglês G. K. Chesterton) nascem do ventre de suas mães e não em árvores pendurados pelo rabo. O conjunto harmônico de leis que comandam o universo mostra uma onipresença transcendente na qual encontramos Deus. Além de haver lógica no mundo, essa lógica sustenta-se ao longo dos séculos, sendo este um segundo ponto a ser levantado. Tanto hoje, como há 2.000 anos, as coisas sempre existiram, a despeito de nosso entendimento sobre elas virem se aprimorando ao longo dos séculos. A vida sempre foi um nascer, crescer, multiplicar-se e morrer, por exemplo; há uma harmonia realmente admirável entre as leis da natureza entre si, sejam elas de lógica física, química ou biológica, e isso mantém-se de modo contínuo e ininterrupto. 

O terceiro ponto de destaque sobre a questão, e talvez o que mais nos leve a reconhecer a existência de Deus, é que, além de lógicas, as realidades do mundo são tão complexas que não permitem admitirmos uma simples aleatoriedade. Seria semelhante a admitir que uma pessoa ganhou milhares e milhares de vezes em um jogo de loteria altamente concorrido sem que houvesse algum tipo de fraude. Esse ponto levou o geneticista estadunidense Francis Collins, importante colaborador nos estudo sobre o genoma humano, a abandonar o seu ateísmo e a admitir que Deus existe. Em seu livro “A Linguagem de Deus: um cientista apresenta evidências de que Ele existe”, o renomado cientista descreve sua caminhada de ateu convicto a crente quando se deparou com a complexidade sobre a qual a genética tem seus fundamentos. 

Para ver a Deus à luz da razão, basta termos honestidade filosófica e refletir de forma desligada de pensamentos político-partidários, pois Ele se faz encontrar a todo tempo e em todos os lugares. 

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF