Translate

sábado, 13 de março de 2021

PAIS DA IGREJA: São Gregório Palamas (Parte 1/3)

São Gregório Palamas | ECCLESIA
Arcipreste George Florovsky

«São Gregório Palamas
e a Tradição dos Padres»

Tradução: Rev. Pedro Oliveira Junior

1. Seguindo os Padres…

ra normal, na Igreja primitiva, se introduzir afirmações doutrinais por frases como esta. O Decreto de Calcedônia abre precisamente com estas palavras. O Sétimo Concílio Ecumênico introduz sua decisão a respeito dos Santos Ícones de maneira mais elaborada: "Seguindo o ensinamento Divinamente inspirado dos Santos Padres e a Tradição da Igreja Católica..." A didaskalia dos Padres é o formal e normativo termo de referência.

Porém, isto era muito mais do que um simples "apelo à Antigüidade." De fato, a Igreja sempre enfatizou a permanência de sua fé através dos séculos, desde o princípio. Esta identidade, desde os tempos apostólicos, é o sinal mais conspícuo e simbólico da fé correta — sempre a mesma. No entanto, Antigüidade de per si não é prova adequada da verdadeira fé. Além disso, a mensagem Cristã foi obviamente uma "novidade" chocante para o "mundo antigo," e, de fato, uma chamada para uma radical "renovação." O "Velho" tinha passado, e tudo tinha que ser "feito Novo." De outro lado, heresias podiam também fazer apelo ao passado e invocar a autoridade de certas "tradições." Na verdade, as heresias ficavam, com freqüência, persistindo no passado.[1] Fórmulas arcaicas podem freqüentemente ser perigosamente enganadoras. Vincent de Lerins estava plenamente consciente deste perigo. Será suficiente citar esta patética passagem dele: "E agora, que surpreendente inversão de situação! Os autores da mesma opinião são julgados católicos, mas os seguidores — heréticos; os mestres são absolvidos, os discípulos são condenados; os escritores dos livros serão filhos do Reino, seus seguidores irão para a Gehena" (Commonitorium, capítulo 6). Vincent tinha em mente, por certo, São Cipriano e os Donatistas. O próprio São Cipriano enfrentou a mesma situação. "Antigüidade" como tal pode acontecer ser simplesmente um inveterado prejuízo: "nam antiquitas sine veritate vetustas erroris est (Epístola 74). Quer dizer — Antigüidade sem verdade é um erro antigo, ou seja, "velhos costumes" em si não garantem a verdade. "Verdade" não é um simples "hábito".

A verdadeira tradição só é tradição da verdade, traditio veritatis. Esta tradição, segundo São Irineu, é baseada em, e assegurada por, aquele charisma veritatis certum (carisma seguro da verdade), que foi "depositado" na Igreja desde do inicio desta e que foi preservado pelo ininterrupto ministério episcopal. "Tradição" na Igreja não é a continuidade da memória humana, ou a permanência de ritos e hábitos. É uma tradição viva — depositum juvenescens, na frase de São Irineu. Conseqüentemente, ela não pode ser considerada inter mortuas regulas[entre regras mortas]. Finalmente, a tradição é a presença permanente do Espírito Santo na Igreja, a continuidade do Divino direcionamento e iluminação. A Igreja não é limitada pela "letra." Ao invés, ela é movida constantemente pelo "Espírito." O mesmo Espírito, o Espírito de Verdade, Que "falou pelos Profetas," Que guiou os Apóstolos, ainda está continuadamente guiando a Igreja na sua total compreensão e entendimento da Divina verdade, de glória em glória.

"Seguindo os Santos Padres"... Isto não é uma referência a alguma tradição abstrata em fórmulas e proposições. É principalmente um apelo para um santo testemunho. Na verdade, nós apelamos para os Apóstolos, e não simplesmente para uma "Apostolicidade" abstrata. De maneira similar nós nos referimos aos Padres. O testemunho dos Padres se refere, intrínseca e integralmente, para a própria estrutura da crença Ortodoxa. A Igreja está igualmente comprometida com o kerygma dos Apóstolos e com os dogmas dos Padres. Devemos citar neste ponto um admirável hino antigo (provavelmente da lavra de São romano o Melódio). "Preservando o kerygma dos apóstolos e o dogma dos Padres, a Igreja selou a fé una e usando a túnica da verdade ela forma justamente o brocado da teologia celeste e louva o grande mistério da piedade." [2]

2. A mente dos Padres

A Igreja é, de fato, Apostólica. Mas ela é também "Patrística." Ela é, intrinsecamente, "a Igreja dos Padres." Estas duas "posições" não podem ser separadas. Somente por ser "Patrística" a Igreja é verdadeiramente "Apostólica." O testemunho dos Padres é muito mais do que um simples atributo histórico, uma voz do passado. Citemos um outro hino — do oficio dos Três Hierarcas. "Pela palavra do conhecimento vós compusestes os dogmas que os pescadores primeiro estabeleceram em simples palavras, com o conhecimento dado pelo poder do Espírito, pois assim nossa simples piedade teve que adquirir composição." Existem, como se fossem, dois estágios básicos na composição na proclamação da fé Cristã. "Nossa fé simples teve que adquirir composição." Existiu uma compulsão interna, uma lógica interior, uma necessidade interior, nesta transição de kerygma para dogma. Na verdade, o ensinamento dos Padres, e os dogmas da Igreja, são ainda a "simples mensagem," que foi então liberada e depositada, de uma vez por todas, pelos Apóstolos. Mas agora está, como se fosse, própria e perfeitamente articulada. A pregação Apostólica é mantida viva na Igreja, não simplesmente preservada. Neste sentido, o ensinamento dos Padres é uma categoria permanente de existência Cristã, uma constante e definitiva medida do critério da fé correta. Os Padres não são somente testemunhas da fé antiga, testes antiquitatis. Ao invés, eles são testemunhas da verdadeira fé, testes veritatis. A "mente dos Padres" é um termo intrínseco de referência da teologia Ortodoxa, não menos que as palavras da Santa Escritura, e na verdade, nunca separada dela. Como foi dito muito bem, "a Igreja Católica de todos os tempos não é meramente uma filha da Igreja dos Padres — ela é e permanece a Igreja dos Padres." [3]

3. O caráter existencial da teologia patristica

A marca distintiva principal da Teologia Patrística foi seu caráter "existencial," se nós podemos usar este neologismo atual. Os Padres "teologizaram," como São Gregório de Nazianzo coloca, "na maneira dos Apóstolos, e não na maneira de Aristóteles" — αλιευτικωςριστοτελικως (Hom. 23. 12). Sua teologia era ainda uma "mensagem," um kerygma. A teologia deles ainda era uma "teologia kerigmática," ainda que ela, freqüentemente, fosse arranjada logicamente e suprida com argumentos intelectuais. As referências definitivas eram ainda, segundo a visão da fé, ao conhecimento e experiência espiritual. Separada da vida, a teologia Cristã não leva convicção, e se separada da vida da fé, a teologia pode degenerar em dialética vazia, numa vã polylogia, sem nenhuma conseqüência espiritual. A teologia Patrística era enraizada existencialmente no decisivo comprometimento da fé. Não era uma disciplina "auto-explanatória" que poderia ser apresentada argumentativamente, isto é aristotelicamente, sem nenhum compromisso espiritual prévio. Na época da disputa teológica e de debates incessantes, os grandes Padres Capadócios protestaram formalmente contra o uso da dialética, dos "silogismos Aristotélicos," e lutaram para referir a teologia de volta para a visão da fé. A teologia Patrística só poderia ser "pregada" ou "proclamada" — pregada do púlpito, proclamada também nas palavras das orações e dos ritos sagrados, e assim manifestada na estrutura total da vida Cristã. Teologia deste tipo não pode nunca ser separada da vida de oração e do exercício das virtudes. "O clímax da pureza é o inicio da teologia," como coloca São João Clímaco: τελος δε αγνειας υποθεσις θεολογιας (Scala Paradisi, grau 30).

De outro lado, teologia deste tipo é sempre "propedêutica" já que seu último objetivo e propósito é procurar e reconhecer o Mistério do Deus Vivo, e, de fato, ser testemunha disto, em palavras e atos. "Teologia" não é um fim em si. Ela é sempre somente um caminho. Teologia, e até os "dogmas" não são mais do que um "contorno intelectual" da verdade revelada, e um testemunho "noético" dela. Somente em um ato de fé este contorno é preenchido com conteúdo. Formulas Cristológicas são significativas somente para aqueles que encontraram o Cristo Vivo, e receberam um conhecimento Dele como Deus e Salvador, e por fé,estão habitando Nele, em Seu Corpo, na Igreja. Neste sentido a teologia nunca é uma disciplina auto-explanatória. Ela está constantemente apelando para a visão da fé. "O que nós vimos e ouvimos nós anunciamos para vós." Separadas deste "anuncio" as fórmulas teológicas são vazias e sem conseqüência. Pela mesma razão, estas fórmulas nunca podem ser tomadas "abstratamente," isto é, fora do contexto total da crença. É desorientador individualizar afirmações particulares dos Padres, e destacá-las da perspectiva total da qual elas foram, realmente, proferidas, assim como é desorientadora a manipulação com citações individualizadas das Escrituras. É um hábito perigoso "citar os Padres," isto é, seus ditos e frases isoladas, fora daquela colocação concreta da qual só eles têm o total e apropriado significado e estão verdadeiramente vivos. "Seguir" os Padres, não significa simplesmente "citá-los." "Seguir" os Padres significa adquirir sua "mente," o phronema deles.

NOTAS

1. Tem sido sugerido recentemente que os Gnósticos foram, de fato, os primeiros a invocar formalmente a autoridade de uma "Tradição Apostólica," e que foi este uso por eles que moveu São Irineu a elaborar seu próprio conceito de tradição. D. B. Reynders "Paradosis: Le proges de l'idee de tradition jusqu'a Saint Irenee," em Recherches de Theologie ancienne et medievale, V (1933), Louvain, 155-191. Em todo caso, os Gnósticos costumavam se referir à «Tradição».

2. Paul Maas, ed.. Fruhbyzantinische Kirchenpoesie, I (Bonn, 1910), p. 24.

3. Louis Bouyer, "Le renouveau des etudes patristiques," em La Vie Intellectuelle, XV (Fevereiro 1947), 18.

FONTE:

Folheto Missionário da Holy Trinity Orthodox Mission
466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011
Redator: Bispo Alexandre Mileant


ECCLESIA

Mãe de Teresita Castillo fala sobre sua filha missionária que morreu em odor de santidade no último domingo

Teresita Castillo | Guadium Press

A comovente história de Teresita está dando volta ao mundo. Suas memórias são sublimes.

Redação (12/03/2021 15:26Gaudium Press) Aqueles que conheceram ficaram encantados com a história de Teresita Castillo de Diego, a menina de 10 anos, que pouco antes de morrer de câncer, manifestou o desejo de ser missionária da Igreja, o qual foi atendido.

Agora circula a tocante entrevista de Javier Navascués com sua mãe, Teresa de Diego, publicada na Infocatolica, da qual destacamos alguns pontos.

Navascués se surpreendeu com a fortaleza da mãe de Teresita em levá-la ao caminho do céu:

“A senhora está bem”, disse-lhe.

“Eu vi tudo como vindo muito de Deus. Desde a primeira operação de Teresa, houve muitas pessoas que rezaram pela minha filha e grandes demonstrações de carinho. Muitas pessoas foram tocadas pelo testemunho de Teresita, e Deus me tem dado muita força”.

Como era Teresita?

Ela era muito empática, “espirituosa, muito carinhosa, cumprimentando a todos, até mesmo pessoas desconhecidas.” Não era incomum as pessoas se emocionarem quando entravam em contato com Teresita. “Ela conversava com os policiais, com os carteiros. Todos. Sempre que havia um pobre homem na porta da Igreja, ela parava para falar com ele. Acabei de cumprimentar uma senhora que sempre pede esmola na Igreja do Escorial e começou a chorar porque gostava muito de Teresita.”

Era de missa diária, que assistia com sua mãe. “Ela fazia, na cama, suas orações simples, mas profundas, e as fazia com muita devoção. Este ano começamos a rezar o Rosário inteiro, antes de ela se deitar. Ela se confessava com frequência”.

Como Teresita suportou o sofrimento?

“A menina sofreu com muita firmeza as dores, parecia uma crucificada. Ela comungava todos os dias e rezava com o sacerdote. Eu vi, na doença da minha filha, um martírio e toda vez que entrava na sala da UTI era como entrar no Calvário. Já não podia mais falar, mas eu sabia que minha filha oferecia todo o seu sofrimento”. Disse à avó que antes de amá-la, devia amar a Jesus.

Quando estava no meio das dores mais fortes, dizia, com um sopro de voz: Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós.

Depois de assistir a um filme de Madre Teresa, inflamou seu desejo de ser missionária, e também de promover um hospital para crianças. “Ela queria ser missionária para que todos fossem para o céu.” Um dia me perguntou o porquê da dor e expliquei-lhe que era porque ela era muito amiga de Jesus e dava a ela participar de sua cruz e ela entendeu perfeitamente.” No meio de suas dores, tinha distância psíquica para pensar na aflição de seus pais e, assim, enviava-lhes áudios para consolá-los.

Sonhou com o céu

“Teve vários sonhos com o céu. No primeiro, disse que estava muito bem e que tinha visto o avô. E em janeiro, sonhou novamente com o céu e o avô, mas acrescentou que havia perguntado a Deus se podia ver Carlo Acutis, um desejo que lhe foi concedido. Ela também tinha muita devoção a Santa Perpétua e providencialmente morreu no dia da santa.”

https://gaudiumpress.org/

Bilionário americano doa 15 milhões de dólares para causa LGBT

Munhequeira com o arco-iris do orgulho gay em frente ao
Congresso dos EUA / lazyllama/Shutterstock

REDAÇÃO CENTRAL, 12 mar. 21 / 11:29 am (ACI).- A União Americana de Liberdades Civis (ACLU na sigla em inglês) recebeu uma importante doação de um herdeiro bilionário cujo ativismo inclui tanto financiar esforços para limitar a liberdade religiosa como financiar grupos Cristãos, inclusive de Católicos dissidentes, que querem mudar os ensinamentos de suas igrejas sobre casamento e moral sexual.

A doação de 15 milhões de dólares de John L. Stryker e Slobodan Randjelovic, seu parceiro do mesmo sexo, é o maior patrocínio para causas LGBT na história da ACLU. A associação anunciou que vai dar o nome dos dois homens para seu Projeto LGBTQ & HIV.

Stryker é um dos herdeiros da Stryker Corporation, fabricante de equipamento médico. A revista Forbes estima que ele tenha 4,4 bilhões de dólares. Antes da doação à ACLU calcula-se que ele tenha dado 585 milhões de dólares para causas que vão da conservação de grandes primatas à defesa da causa LGBT, frequentemente através de sua organização filantrópica Fundação Arcus.

Essas doações incluem milhões de dólares especificamente dirigidos a promover limites à liberdade religiosa. Em 2016, por exemplo, a Fundação Arcus de Stryker deu à ACLU 150 mil dólares para implementar “uma campanha coordenada de educação pública e mídia para combater isenções religiosas a legislação de nível federal e estadual,” diz o website da fundação.

As doações de Stryker para grupos religiosos também apóiam grupos que solapam a moral sexual Cristã. Dinheiro da Arcus já financiou Católicas pelo Direito de Escolha, que rejeita o ensinamento Católico sobre aborto, e a Coalizão de Igualmente Abençoados, que reúne grupos como Dignity USA, Chamado à Ação e Ministério Novos Caminhos, que se engajam em promover os LGBTs e rejeitam a doutrina Católica sobre moral sexual e os sacramentos. Alguns dos grupos apoiam a ordenação de mulheres e consideram que casamento e pessoas do mesmo sexo deveria ser reconhecido como sacramento.

A Fundação Arcus financiou em 2012 um relatório crítico ao apoio dos Cavaleiros de Colombo ao casamento como uma união entre um homem e uma mulher. Uma doação de 2014 destinava-se a “apoiar defensores LGBT religiosos para influenciar e se contrapor à narrativa da Igreja Católica” em relação ao Sínodo da Família e ao Dia Mundial da Juventude. Outra doação buscava promover “aceitação de LGBTs e o fim das políticas de isenção danosas dentro de comunidades Católicas.”

A ACLU disse que os 15 milhões de dólares de Stryker e Randjelovic poderiam ajudar a mudar os Estados Unidos.

“Vamos usar a generosidade de Jon e Slo para mudar a lei e criar uma cultura em que a discriminação de pessoas LGBTQ seja impensável. Eles entendem que, enquanto pessoas LGBTQ puderem ser usadas como munição para ataques políticos, toda a nossa comunidade será vulnerável à discriminação,” disse James Esseks, diretor do projeto que tem o nome dos doadores.

O Diretor Executivo da ACLU, Anthony D. Romero, disse que os dois homens têm sido “pioneiros no apoio ao trabalho da Associação pelos direitos LGBTQ há anos.”

“Junto com dezenas de financiadores e organizações assim como milhões de ativistas e pessoas LGBTQ comuns, Jon e Slo ajudaram a construir a infraestrutura que tornou a igualdade de casamento a lei do país, mas eles também entenderam que a luta pela igualdade LGBTQ não terminou aí.”

Nos últimos anos a Fundação Arcus aumentou seus gastos da defesa de transgêneros e na mudança legal e cultural pró-transgêneros. Isso em meio à crescente controvérsia sobre tratamentos médicos para mudança de sexo para adultos e menores, o lugar de atletas transgêneros nos esportes femininos e a censura às críticas a declarações filosóficas, científicas e políticas pró-transgênero nos Estados Unidos.

ACI Digital

Rezar sozinhos tem o mesmo valor de rezar em comunidade?

CC0

"A Bíblia diz que onde dois ou mais se reúnem em nome de Deus, Ele está lá. E quando rezamos sozinhos?"

Rezar sozinhos tem o mesmo valor de rezar em comunidade? Este questionamento foi enviado pela leitora Damiana Santos de Souza ao pe. Cido Pereira, que mantém uma coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana. Damiana considerou:

“A Bíblia diz que onde dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus, Ele aí está. E quando rezamos sozinhos, Ele não se faz presente?”

O pe. Cido explicou inicialmente que a oração em conjunto é especialmente valiosa:

“Damiana, nesta Palavra de Jesus a que você se refere, Ele, de fato, valoriza muito a oração comunitária. E é bonito mesmo ver duas ou mais pessoas em oração. Essas pessoas somam forças na súplica, na ação de graças, no louvor, e Jesus garantiu estar presente no meio daqueles que se unem em oração. Uma razão forte, portanto, para orarmos na comunidade, nos grupos de oração, nos grupos de rua e em nossos lares”.

Rezar sozinhos tem o mesmo valor de rezar em comunidade?

No entanto, o fato de que a oração em conjunto seja valiosa não quer dizer que a oração individual seja sem valor. O padre prosseguiu:

“Jesus, porém, não valoriza só a oração comunitária. Ele valoriza, e muito, a oração pessoal. Ele chega a convidar a pessoa a entrar no seu quarto e orar em segredo ao Pai. Ele insiste na oração frequente: ‘Peçam e receberão, batam e a porta será aberta, procurem e encontrarão’. Jesus é mestre em oração. Ele nos ensina a orar com o exemplo. Ele orava na sinagoga, com todo o povo, orava com os discípulos e orava sozinho, num lugar isolado, só Ele e o Pai. E Jesus nos ensina com palavras… Não se esqueça de que a oração do ‘Pai-nosso’ foi Jesus quem a compôs para nós”.

Afirmar x não é negar y

O sacerdote aproveitou para recordar um importante aspecto do raciocínio lógico: quando afirmamos uma coisa, não quer dizer obrigatoriamente que estejamos negando outra coisa que seja compatível. Ele explicou:

“Afirmar algo nem sempre significa negar algo. Dizendo que Ele está no meio dos que estão rezando juntos não significa que Ele não esteja com quem reza sozinho. Quando eu digo que gosto de estar reunido com meus amigos não significa que eu não goste também de estar sozinho, não é mesmo? Por isso, Damiana, vamos orar sempre como Jesus manda. Sozinhos, no silêncio do nosso coração. Acompanhados de nossos irmãos na fé em nossas comunidades, em nossos lares, com as pessoas que amamos. Em oração, sozinhos ou acompanhados, temos a presença de Jesus conosco. Ele é o mediador entre nós e o Pai. Tanto que, em nossas celebrações litúrgicas, sempre nos dirigimos a Deus Pai, dizendo: ‘Nós vos pedimos isso, Pai, por Cristo nosso Senhor’ ou ‘Vos pedimos isso por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo'”.

Aleteia

Santuário irlandês é reconhecido pelo Vaticano como Mariano e Eucarístico Internacional

Santuário Nacional de Knock | Guadium Press
Localizado no Condado de Mayo, no oeste da Irlanda, o santuário é visitado anualmente por mais de um milhão e quinhentos mil peregrinos.

Irlanda – Dublin (12/03/2021 14:58, Gaudium Press) O Arcebispo de Tuam, Dom Michael Neary, anunciou que a Santa Sé reconheceu oficialmente o santuário nacional de Knock como Santuário Mariano e Eucarístico Internacional.

Expressando profunda gratidão ao Papa Francisco e à Santa Sé por terem acolhido o pedido apresentado pelos Bispos, Dom Neary assegurou que este é um “marco” na história deste Santuário, que atualmente é o local de peregrinação mais visitado na Irlanda.

Guadium Press

Mensagem do Papa Francisco na Festa de São José

A elevação da Basílica a Santuário Internacional ocorrerá na festa de São José, em 19 de março. Nesta data, o Papa Francisco enviará uma mensagem de vídeo, que será transmitida ao vivo durante uma missa presidida por Dom Neary junto com o reitor do Santuário, Padre Richard Gibbons.

Para Dom Neary a escolha da Solenidade de São José para a elevação é muito significativa, não apenas por estarmos no Ano especial dedicado ao pai de Jesus, mas também por conta da história das aparições marianas ocorridas em 21 de agosto de 1879.

Guadium Press

Culto a Nossa Senhora de Knock

Há 151 anos, 15 pessoas presenciaram uma aparição silenciosa de Nossa Senhora vestida de branco com São José e São João Evangelista voltados para um altar com um Cordeiro e uma Cruz. “Desde então, o local tornou-se meta de peregrinações cuja importância”, destaca o Arcebispo de Tuam.

O culto a Nossa Senhora de Knock foi autorizado em 1936, após a autenticidade das aparições ser reconhecida por uma comissão eclesiástica especial. Localizado no Condado de Mayo, no oeste da Irlanda, o santuário é visitado anualmente por mais de um milhão e quinhentos mil peregrinos.

Guadium Press

Ilustres visitantes e cura milagrosa

Dentre os ilustres visitantes, o Santuário recebeu: São João Paulo II em 1979, ano do centenário das aparições, ocasião na qual o pontífice presenteou o templo com uma Rosa de Ouro; Santa Teresa de Calcutá, em 1993; e o Papa Francisco, em 2018.

No ano de 2019, a Igreja irlandesa reconheceu como milagrosa a cura cientificamente inexplicável de uma mulher com esclerose múltipla, completamente paralisada, que, depois de ser abençoada com o ostensório durante a bênção dos doentes, voltou a caminhar e foi curada. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Igreja no Japão recordou as vítimas do desastre nuclear de Fukushima

Colapso na usina nuclear de Fukushima.
Créditos: naturalflow (CC BY-SA 2.0)

TOKIO, 12 mar. 21 / 01:00 pm (ACI).- Os bispos do Japão recordaram o aniversário do desastre nuclear de Fukushima com uma oração pelos falecidos e prometeram que continuarão os esforços de reconstrução da Igreja na região.

Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 provocou o colapso da usina nuclear de Fukushima que matou quase 20 mil pessoas e é considerado o pior desastre nuclear desde Chernobyl.

Em um comunicado, os bispos do país assinalaram que “a Igreja Católica no Japão não se limita ao apoio material, mas seguirá caminhando com solidariedade com o povo de Tohoku”.

“Uma solidariedade que se estende por todo o mundo para elevar nosso horizonte e nossa esperança”, ressaltaram.

Após o desastre nuclear, a Igreja Católica no Japão estabeleceu um centro de assistência para a reconstrução na Diocese de Sendai, que cobre a área afetada, e prometeu que as 16 dioceses do país trabalhariam juntas para fornecer assistência à reconstrução durante os 10 anos seguintes.

Em sua declaração, os bispos japoneses agradeceram aos voluntários e ao apoio internacional que contribuíram para esse objetivo.

“Diante de um dano maior do que poderíamos imaginar, muitas pessoas, não apenas no Japão, mas em todo o mundo, correram para nos apoiar. As atividades dos voluntários que trabalharam em estreita colaboração com os esforços de reconstrução em várias partes de Tohoku criaram laços de solidariedade que se espalharam por todo o mundo”, assinalaram.

A conferência dos bispos japoneses renovou seu apelo, feito pela primeira vez em 2011, para abolir todas as usinas nucleares em um esforço para "proteger a vida".

“Quando aquele desastre sem precedentes nos atingiu, sentimos os limites da sabedoria e do conhecimento humanos. Diante do poder da natureza, compreendemos o quanto somos fracos. Naquele momento, gravamos em nossos corações a importância de nos ajudarmos, a importância da solidariedade para proteger a vida e a importância de um coração solidário. Agora, 10 anos depois do terremoto e tsunami devastadores, o mundo certamente precisa pensar sobre esses temas importantes", asseguraram.

Em 11 de março de 2011, às 14h46, o país asiático foi abalado por seis minutos por um terremoto de magnitude 9, o mais forte a atingir o Japão em toda sua história. O terremoto teve seu epicentro no mar, na costa de Honshu, a principal ilha do arquipélago japonês.

Como consequência, um tsunami com ondas de até 15 metros devastou cidades e vilas, cerca de 115 mil edifícios ao longo de 400 quilômetros de costa foram destruídos, fazendo com que mais de 150 mil pessoas fossem deslocadas e realocadas para outras áreas do país.

A queda da rede elétrica como consequência do terremoto provocou falhas por superaquecimento na usina nuclear de Fukushima, liberando material radioativo no Oceano Pacífico no que é considerado o desastre nuclear mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, então parte da União Soviética, em 1986.

Os bispos católicos do Japão e da Coreia criticaram os planos do governo japonês de liberar no mar milhões de galões de água radioativa da usina nuclear de Fukushima.

Além disso, argumentaram que o tratamento secundário da água ainda está em fase de testes e destacaram que os especialistas não estão de acordo sobre os efeitos à saúde que esse ato teria.

“Temos a responsabilidade de fornecer às gerações futuras um ambiente global onde possamos realmente viver com segurança e tranquilidade”, assinalaram os prelados em uma carta em 9 de fevereiro.

Estima-se que 19 mil pessoas morreram e 150 mil foram deslocadas pela "tríplice catástrofe", nome dado ao terremoto, tsunami e colapso da usina nuclear de Fukushima, muitas delas não voltaram para suas casas, especialmente na cidade Sendai (Miyagi), que é a mais afetada.

Durante a visita do Papa Francisco ao Japão em novembro de 2019, o Papa se encontrou com as pessoas afetadas pelo desastre da usina de Fukushima.

Em sua mensagem, o Santo Padre destacou que “ninguém se ‘reconstrói ’sozinho, ninguém pode começar de novo sozinho. É essencial encontrar uma mão amiga, uma mão irmã, capaz de ajudar a erguer não só a cidade, mas também o olhar e a esperança”.

ACI Digital

Oito anos com o Papa Francisco: levar a alegria do Evangelho ao mundo inteiro

Papa Francisco | Vatican News

Em 13 de março de 2013, o Cardeal Jorge Mário Bergoglio foi eleito à Cátedra de Pedro: primeiro Papa jesuíta e americano e o primeiro com o nome de Francisco. Estes oito anos de Pontificado foram caracterizados por iniciativas e reformas, para envolver todos os cristãos em um novo impulso missionário, com o intuito de levar o amor de Jesus a toda a humanidade.

Vatican News

“Proximidade, Assembleias Sinodais e impulso missionário”: eis as bases fundamentais do Pontificado de Francisco, eleito há oito anos como Sucessor de Pedro.

A perspectiva do seu Pontificado partiu de baixo, com uma maior atenção às "periferias" existenciais e geográficas do mundo, como ponto de partida do seu modo de ser e agir. Ao convidar os fiéis a retomar "o frescor original do Evangelho", pediu-lhes um maior fervor e dinamismo, para que o amor de Jesus pudesse chegar realmente a todos. A Igreja que Bergoglio queria era uma Igreja “em saída”, de portas abertas, um hospital de campanha, sem temer a “revolução da ternura e o milagre da delicadeza”.

Novidades e a “Evangelii gaudium”, um texto programático do Pontificado

Jorge Mário Bergoglio foi o primeiro Papa a escolher o nome de “Francisco": primeiro Jesuíta, de origens latino-americanas, mas também o primeiro Pontífice, dos tempos modernos, eleito após a renúncia do seu antecessor. Francisco começou o seu Pontificado marcado pela novidade. A mais importante foi a de celebrar Missas diárias na Casa Santa Marta, onde decidiu morar, ao invés da Residência Apostólica. Esta foi mais uma novidade! Em suas breves homilias, pronunciadas com rigor e estilo de pároco, buscou estabelecer um diálogo direto com os fiéis, exortando-os a um confronto imediato com a Palavra de Deus.

No mesmo ano da sua eleição, Francisco surpreendeu a todos com a publicação de uma Exortação apostólica “Evangelii gaudium”: um verdadeiro “texto programático” do seu primeiro Pontificado. No documento, o Papa exorta a uma “nova Evangelização”, caracterizada pela alegria, bem como à reforma das estruturas eclesiais e à conversão do Papado, para que sejam mais missionárias e próximas do sentido desejado por Jesus. Ainda em 2013, o Papa instituiu um "Conselho de Cardeais" para estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica "Pastor bonus", sobre a Cúria Romana, que remonta ao ano de 1988.

A família

A família foi o foco central da pastoral do Papa Francisco, em 2014, à qual dedicou um Sínodo extraordinário. Para o Pontífice, a sociedade individualista contemporânea agride duramente a família, colocando em risco os direitos dos filhos e dos pais, sobretudo no âmbito da educação moral e religiosa. O tema da família teve seu ápice na Exortação Apostólica "Amoris Laetitia", em 8 de abril de 2016, na qual Francisco destacou a importância e a beleza da família, com base no matrimônio indissolúvel entre o homem e a mulher; o documento trata, com realismo, das fragilidades de algumas pessoas, que se divorciam e se casam de novo, incentivando os pastores ao discernimento.

Do ponto de vista das reformas, em 2014, foi muito significativa a instituição da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que tem o objetivo de propor iniciativas ao Pontífice sobre “a promoção e a responsabilidade das Igrejas particulares em relação à proteção de todos os menores e adultos vulneráveis”.

Sobre a ação diplomática, o ano de 2014 foi caracterizado por duas grandes iniciativas do Papa Francisco: primeiro, a "Invocação pela Paz" na Terra Santa, em 8 de junho, nos Jardins do Vaticano, junto com os Presidentes de Israel, Shimon Peres, e o da Palestina, Mahmoud Abbas; segundo, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba.

Salvaguarda da Criação

O ano 2015 foi dedicado à “salvaguarda da criação”: em 24 de maio, Francisco assinou a Encíclica "Laudato sì” sobre o cuidado da nossa Casa Comum, cujo ponto central foi a ecologia integral, em que a preocupação com a natureza, a equidade com os pobres e o compromisso da sociedade são inseparáveis. Por isso, o Pontífice instituiu o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, de cunho ecumênico, que se celebra, todos os anos, no dia 1° de setembro.

No entanto, em relação às reformas, continuam os trabalhos para a nova Constituição Apostólica sobre a Cúria Romana, cujo esboço provisório foi intitulado "Pregai o Evangelho". Não obstante, explodiu o caso "Vatileaks 2", sobre o vazamento de documentos reservados da Santa Sé: “Um ato deplorável”, - definiu o Papa na oração do Angelus de 8 de novembro, - porque “roubar documentos é um crime”. Depois de um regular julgamento no Tribunal do Vaticano, o caso foi encerrado, em julho de 2016, com duas condenações e duas absolvições.

Jubileu Extraordinário da Misericórdia

O fio condutor do Pontificado de Francisco, em 2016, foi, sem dúvida, a “misericórdia”. Naquele ano, foi proclamado o “Jubileu extraordinário da Misericórdia” sobre o tema "Misericordiosos como o Pai". A preocupação com os últimos se concretizou com as “Sextas-feiras da Misericórdia”, com visitas privadas que o Pontífice fez às estruturas dedicadas ao acolhimento dos pobres, dos enfermos, dos marginalizados. Foi um Jubileu de ampla extensão, que deu a possibilidade de abrir uma “Porta Santa” em todas as igrejas do mundo. Antes de abrir a Porta da Basílica Vaticana, o Papa Francisco abriu outra, muito simbólica: a Porta da Catedral de Bangui, na República Centro-Africana, durante a sua Viagem Apostólica, em novembro de 2015.

Em 2016, aconteceu um evento inédito: em 12 de fevereiro, o Pontífice encontrou-se em Cuba com o Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill. Ambos os líderes religiosos assinaram uma Declaração conjunta, com a qual se comprometeram em responder aos desafios do mundo contemporâneo, inclusive o fim da perseguição dos cristãos e das guerras, promover o diálogo inter-religioso, ajudar os migrantes e refugiados e proteger a vida e a família.

Dia Mundial dos Pobres

O ano 2017 também foi marcado por importante evento, que faz parte integrante da diplomacia de paz do Papa Francisco: em 20 de setembro de 2017, na sede das Nações Unidas, em Nova York, a Santa Sé foi um dos primeiros países a assinar e ratificar o "Tratado sobre proibição das Armas nucleares". E, em âmbito pastoral, aquele ano foi caracterizado pela celebração do primeiro “Dia Mundial dos Pobres”: um acontecimento que deveria ser – segundo o Papa - uma advertência de que “a presença de Jesus se manifesta” sobretudo nos pobres: “eles abrem o caminho para o céu e são o nosso passaporte para o céu".

Acordo com a China

Em 2018, dois acontecimentos marcaram o Pontificado de Francisco: em nível pastoral, o “Sínodo sobre os Jovens” representou um momento de reflexão eclesial. O Pontífice pediu aos jovens para "escutar, serem próximos e testemunhar", porque "a fé é uma questão de encontro, não uma teoria". Este apelo tornou-se bem mais forte com a Exortação apostólica pós-sinodal "Christus vivit", em 2019. "Agora vocês são de Deus", escreveu Francisco no documento, pedindo aos jovens para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo e dedicar mais atenção aos últimos.

Em 2018, em campo diplomático, deu-se o Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China, assinado em Pequim, em 22 de setembro, sobre a nomeação dos Bispos. Em 2020, o acordo foi renovado por dois anos.

Luta contra os abusos

O ano de 2018 contou com uma página muito amarga para a Igreja Católica: os abusos cometidos por alguns membros do clero, como o caso concernente ao Cardeal George Pell, julgado na Austrália e absolvido após 13 meses, passados injustamente ​​na prisão; o do ex-sacerdote chileno, Ferdinando Karadima, que depois foi destituído por Francisco do estado clerical; enfim, a publicação do "Relatório da Pensilvânia", nos Estados Unidos, sobre a importância de combater este crime, por determinação do Pontífice.

Em agosto, ao término da sua Viagem Apostólica à Irlanda, Francisco presidiu a um comovente "Ato Penitencial", durante o qual pediu perdão por este crime, em nome da Igreja. No mesmo período, a mídia divulgou o "Caso McCarrick", o ex Cardeal responsável por abusos sexuais de menores, exonerado do estado clerical, em 2019. Sobre este fato, a Santa Sé publicou um "Relatório" especial, elaborado pelo Cardeal Secretário de Estado, a pedido do Papa, em 10 de novembro de 2020. A luta contra os abusos continuou, em 2019, com um Encontro de Cúpula, no Vaticano, sobre a tutela dos menores, do qual nasceu o Motu próprio "Vos estis lux mundi", que obrigava os clérigos e religiosos a denunciar os abusos: cada diocese devia ter um sistema, que fosse facilmente acessível ao público, para acolher as denúncias. Além do mais, em dezembro, com um Rescrito, o Papa aboliu o Segredo pontifício para os casos de abuso sexual.

Fraternidade, paz e unidade dos Cristãos

Em 2019, aconteceram três grandes eventos: primeiro, a assinatura do documento "Fraternidade Humana pela Paz Mundial e a Convivência Comum", assinado pelo Papa Francisco e pelo Grão Imame de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyeb, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro. O documento, um marco nas relações entre o Cristianismo e o Islamismo, encorajava o fortalecimento do diálogo inter-religioso, promovia o respeito mútuo e condenava o terrorismo e a violência.

O segundo evento foi a realização de um Retiro espiritual, no Vaticano, para os líderes civis e eclesiásticos do Sul do Sudão. O encontro espiritual deu-se em abril e concluiu-se com um ato impressionante: Francisco ajoelhou-se e beijou os pés do Presidente da República do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, e dos vice-Presidentes presentes, para "implorar o fim definitivo da guerra" no jovem país africano.

Enfim, o terceiro e último evento, foi em vista da relação da unidade dos Cristãos: no dia 29 de junho, Francisco doou alguns fragmentos das relíquias de São Pedro a uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Em uma Carta ao Patriarca Bartolomeu, o Santo Padre escreveu: “Esta doação representa uma ulterior confirmação do caminho das nossas Igrejas rumo à unidade”.

Reformas econômicas e financeiras

Em agosto de 2019, no âmbito das reformas, o Pontífice renovou, com um quirógrafo, o Estatuto do IOR, nomeando um Revisor externo para controlar as contas do Banco Vaticano. Esta decisão deu origem, em fins do ano 2020, a um novo Estatuto da Autoridade de Informação Financeira, chamada Autoridade de Supervisão e Informação Financeira (Asif), como também ao Motu proprio "Sobre determinadas competências em matéria econômica e financeira”, com o qual transferia à APSA a gestão dos fundos e bens da Secretaria de Estado, inclusive o Óbolo de São Pedro, a fim de reforçar o controle da Secretaria para a Economia.

Oração em plena pandemia

Em 2020, o ano da pandemia do Covid-19, o Papa Francisco permaneceu ao lado dos fiéis mediante o poder da oração constante. Permaneceu impressa, na memória do mundo inteiro, a "Statio Orbis", que o Pontífice presidiu sozinho, dia 27 de março, diante da Basílica Vaticana, em uma Praça São Pedro deserta e chuvosa.

A tecnologia também ajudou a encurtar as distâncias necessárias para conter os contágios: neste período de pandemia, a Audiência Geral e a oração do Angelus são transmitidas ao vivo por áudio-vídeos, como as Missas matutinas na Casa Santa Marta.

Em fevereiro, foi publicada a quinta Exortação Apostólica intitulada "Querida Amazônia", que reúne os frutos do Sínodo Especial para a Região Pan-Amazônica, realizado no Vaticano, em 2019; em outubro, foi a vez da terceira Encíclica, "Todos Irmãos", que, mas pegadas salientes deste Pontificado, apela à fraternidade e à amizade social e reitera o “não” decisivo às guerras, para a construção de um mundo melhor, com o esforço de todos.

Viagens Apostólicas com atenção especial às periferias

O ano de 2020 concluiu-se com o anúncio da histórica Viagem Apostólica ao Iraque, que se realizou no fim da semana passada: pela primeira vez, um Sucessor de Pedro visita aquele país. Assim, após 15 meses de pandemia, Francisco retoma sua missão de levar a luz e a beleza do Evangelho ao mundo, voltando sempre seu olhar às periferias, onde a "fraternidade e a esperança" são urgentes.

Por outro lado, a sua primeira Viagem como Pontífice deu-se em 8 de julho de 2013, com uma visita à Ilha de Lampedusa, porto de desembarques desesperados. Ali, o Papa acendeu os refletores globais sobre o drama da migração, um tema importante do seu Pontificado. O Santo Padre recorda sempre que “os migrantes são, antes de tudo, pessoas, não apenas números ou questões sociais”, mas não o faz apenas com palavras, mas também com gestos concretos. Em abril de 2016, ao voltar de uma visita ao campo de refugiados em Lesvos, na Grécia, o Papa trouxe consigo, no voo de retorno, 12 refugiados sírios, para que recebessem assistência e acolhida em Roma.

Dados estatísticos

Até agora, Francisco fez 25 viagens na Itália e 33 internacionais. Os dados do seu Pontificado confirmam mais de 340 audiências gerais, mais de 450 orações do Angelus ou Regina Coeli, quase 790 homilias na Casa Santa Marta e proclamou cerca de 900 novos Santos, inclusive os 800 mártires de Otranto. O Papa presidiu a 7 Consistórios, com a criação de 101 Cardeais, e convocou vários Anos especiais, como os dedicados à Vida Consagrada (2015-2016), à figura de São José (2020-2021) e à Família “Amoris Laetitia” (2021-2022).

Francisco instituiu também diversas Jornadas: a última, em ordem cronológica, o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será celebrado, pela primeira vez, em julho de 2021, por ocasião da festa dos Santos Joaquim e Ana, “Avós” de Jesus.

Vatican News

Santa Eufrásia

Sta. Eufrásia | Instituto Hesed

Origens 

Eufrásia nasceu no ano 380, na Ásia Menor. Era filha única de pais muito ricos e cristãos. Seus pais eram parentes do então imperador romano Teodósio. Por isso, Eufrásia foi educada na corte romana. Sua infância e juventude foram rodeadas de luxo e prazeres. Ela, porém, nunca sentiu-se atraída por nada disso. Ela tinha o exemplo e a educação cristã recebida de seus pais que, apesar da riqueza que possuíam, viviam na humildade.

Mudança para o Egito

Quando o pai de Eufrásio faleceu, sua mãe passou a ser cortejada por vários interesseiros da corte. Por isso, resolveu mudar para o Egito. Lá, usou de sua fortuna para reconstruir a vida e fazer caridade para com os necessitados. Eufrásia estava sempre acompanhando sua mãe nas visitas aos pobres, aos conventos e aos hospitais que ela ajudava na manutenção. Eufrásio tinha, então, apenas sete anos e gostava muito dessas ações.

Vocação de menina

Numa das visitas que mãe e filha fizeram a um convento, Eufrásia pediu para ficar com as irmãs. Ela tinha apenas sete anos e já queria ficar no convento definitivamente. Sua mãe permitiu, vendo nisso um chamado de Deus para sua filha. Assim, apesar da pouca idade, Eufrásia conseguia acompanhar as freiras em todas as atividades, mostrando grande disciplina e grande pontualidade, o que deixava as freiras impressionadas pela precoce maturidade da menina.

O tesouro escondido

O tempo passou e Eufrásia, que continuava no convento, se tornou uma linda jovem. Eufrásia mantinha uma vida regular, cheia de Deus, praticava o jejum e a vida de oração. Então, sua mãe veio a falecer. Ao vê-la órfã, o imperador Teodósio, seu parente, quis proteger seu futuro. Por isso, procurou por ela oferecendo uma proposta de casamento que vinha da parte de um senador. Tal casamento daria a Eufrásia grande status social aumentaria ainda mais sua fortuna, que já era grande. Santa Eufrásia, porém, recusou a proposta e afirmou que queria continuar virgem, seguindo a vida religiosa. Além disso, pediu a Teodósio que distribuísse todos os bens que ela possuía aos pobres. Santa Eufrásia tinha encontrado um tesouro muito maior.

Dons extraordinários

Os escritos sobre Santa Eufrásia relatam inúmeras graças e acontecimentos milagrosos ocorridos por intercessão de Santa Eufrásia. Um desses fatos é que um menino que estava à beira da morte foi curado quando ela fez o sinal da cruz sobre ele. Assim, sua fama de santidade se espalhou por toda a região. 

Morte anunciada

No dia 12 de março do ano 412 a superiora do convento teve uma visão profética, na qual recebeu um aviso de que a freira Eufrásia morreria e seria proclamada santa. Santa Eufrásia, ainda jovem, nada sentia. Porém, acreditou na mensagem e pediu para receber os sacramentos. Então, no dia seguinte, 13 de março de 412, como tinha sido previsto, ela teve uma febre muito forte e veio a falecer. Venerada como santa pelo grande exemplo de vida, de fraternidade, de amor e caridade, Santa Eufrásia foi sepultada no mesmo convento onde passou a vida e ao qual tanto amor devotava.

Culto

O culto a Santa Eufrásia passou a ser bastante difundido por todo o Oriente e também no Ocidente. Ela é admirada pela simplicidade da vida que escolheu, pela caridade para com todos e pelas incontáveis graças que até hoje acontecem quando se pede sua intercessão. Sua celebração litúrgica foi instituída para o dia 13 de março, dia de sua entrada no céu.

Oração a Santa Eufrásia

“Pai Santo, tu nos criaste para amar e de servir. Ajudai-nos a viver esta sublime vocação, seguindo os passos de Santa Eufrásia e aprendendo com ela a virtude de servir sem jamais exigir nada em troca. Isso vos pedimos por Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. Santa Eufrásia, rogai por nós.”

Cruz Terra Santa

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF