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quinta-feira, 18 de março de 2021

S. CIRILO, BISPO DE JERUSALÉM E DOUTOR DA IGREJA

S. Cirilo, bispo de Jerusalém, Século XIV 

Embora o testemunho e palavras claras e penetrantes de Cirilo de Jerusalém remontem aos primeiros séculos do cristianismo, ainda hoje são muito oportunas.
Proclamado Doutor da Igreja, em 1882, por Leão XIII, seus escritos inspiraram duas importantes Constituições dogmáticas do Concílio Vaticano II: a Lumen Gentium, sobre a Igreja, e a Dei Verbum, sobre a Revelação Divina. A exigência de formar o povo à verdade sempre orientou a ação e a obra pastoral deste Santo.

Catequese sobre a Iniciação Cristã

Cirilo nasceu, provavelmente, em Jerusalém no ano 315, no início do período de Constantino, quando o cristianismo saiu da clandestinidade e se tornou religião oficial. Desde criança, recebeu a prática da fé dos pais; na sua juventude, praticou a ascese e viveu a pobreza e o celibato. Aos trinta anos, foi ordenado sacerdote e, imediatamente, se dedicou à preparação dos catecúmenos ao Sacramento do Batismo. Naqueles anos, nasceram suas famosas 24 Catequeses, nas quais demonstra uma excelente formação literária centralizada no estudo da Bíblia.
Seu rigor doutrinal unido à sua capacidade inata de transmitir conceitos metafísicos, mediante uma linguagem simples e evocativa, não passam despercebidos, tanto que, por volta do ano 348, foi consagrado Bispo de Jerusalém, sucessor a Máximo.

Luta contra as heresias

Como Bispo, Cirilo destacou-se logo por sua atitude pacífica e capacidade de mediação, virtudes que, no entanto, não atenuaram a firme ação contra a divisão da comunidade, a heresia e os maus costumes.
Defendeu a pureza da fé e incentivou a renovação espiritual. A Igreja, na época, atravessava um período difícil por causa das correntes heréticas e dos fortes contrastes teológicos com os arianos perversos.
Embora Cirilo seja recordado, por alguns, como simpatizante das teses arianas, sobretudo na sua juventude, nas disputas cristológicas adotou, com decisão, o símbolo niceno, proclamado pelo primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.

Contraste com os arianos e os três exilados

Esta sua tomada de posição causou inimizade com os arianos, que, ao negar a Jesus a igual divindade do Pai, não puderam aceitar a firme defesa da consubstancialidade por parte de Cirilo. Por isso, foi destituído do seu cargo, em 357, pelo próprio Bispo que o havia consagrado nove anos antes, Acácio de Cesareia da Palestina: este último, ao acusar Cirilo de erros doutrinais, pretendia que a sede de Jerusalém fosse submetida à de Cesareia. Depois de um Concílio episcopal, em 359, Cirilo foi reabilitado, mas expulso, pela segunda vez, por causa das pressões de Acácio sobre o imperador filo-ariano, Constâncio.
Com a morte do soberano, o prelado de Jerusalém retomou seu cargo, mas por pouco tempo, pois até o imperador Valente lhe era hostil e o condenou ao exílio de 367 a 378.

"Portadores de Cristo"

Ao término deste longo período, graças ao benefício de Teodósio, o Bispo Cirilo pôde, finalmente, voltar a tomar posse da cátedra de Jerusalém e, em 381, participou do II Concílio Ecumênico de Constantinopla, onde firmou o símbolo Niceno-Constantinopolitano.
Segundo Cirilo, o cristão é "portador de Cristo" e o catequista deve fazer ecoar, com a sua voz, a Palavra de Deus. Eis a missão que o Bispo de Jerusalém desempenha e ainda continua a desempenhar, hoje, revelando à comunidade eclesial a beleza dos Sacramentos e dos fundamentos da fé católica.

Vatican News

quarta-feira, 17 de março de 2021

9 sinais sensoriais que só a igreja nos proporciona

Immaculate | Shutterstock
por Cerith Gardiner

Ricas experiências que só temos quando visitamos a casa de Deus.

O cheiro do incenso, o calor das velas, o silêncio. São sinais sensoriais que só a igreja pode nos proporciona.

De fato, para muitos fiéis, não poder ir à igreja foi uma grande dificuldade durante a pandemia. E não se trata apenas de perder a missa em si, mas também de viver sem os benefícios de estar regularmente em um lugar de “arquitetura contemplativa” – um fenômeno que o Dr. Julio Bermúdez descobriu em um estudo que revelou os efeitos da arquitetura no cérebro humano.

Além dos efeitos positivos do próprio edifício, há muitas experiências e sinais sensoriais na igreja que ativam nossos sentidos e elevam nossos corações e mentes a Deus.

Aleteia

Bispo peruano protesta contra charge que usa imagem da Virgem Maria

Sagrado coração de Maria | Guadium Press
O desprezo, o abuso contra uma imagem amada e respeitada por milhões de peruanos, fere o sentimento religioso do povo católico e incentiva outros atos sacrílegos.

Lima – Peru (16/03/2021, 11:20, Gaudium Press) Nesta segunda-feira, 15/03, o Presidente da Conferência Episcopal Peruana, Dom Miguel Cabrejos, enviou carta ao Diretor do jornal “La República”, expressando a preocupação e a indignação de milhares de fiéis peruanos pelo uso da imagem da Virgem Maria em uma charge publicada na edição de domingo do “La República”.

A charge desrespeita a imagem da Virgem e fere o sentimento religioso do povo católico

O Presidente do Episcopado Peruano afirma em sua missiva que o respeito pelos símbolos religiosos facilita a convivência, a coexistência e a cooperação entre os vários grupos nas sociedades e que “O desprezo ou abuso, neste caso, de uma imagem amada e respeitada por milhões de peruanos, fere o sentimento religioso do povo católico e incentiva uma sociedade intolerante e agressiva”.

Manifestando o protesto e a justa indignação dos fiéis católicos, Dom Miguel Cabrejos exigiu que o diretor do diário, Gustavo Mohme, promova algo que “reverta (o desrespeito e os efeitos maléficos) desta publicação para assim fortalecer os laços de unidade e fraternidade de nosso país”.

A charge é provocativa e desrespeita o Imaculado Coração de Maria

No último domingo, 14 de março, o “La República” publicou uma charge onde uma pessoa não identificada dizia a Maria: “Amo-te, Maria … Bata-me para não cair na tentação de pagar impostos”, ao que a Virgem “responde”: “Filho, perdoa a quem vote nele, porque eles não sabem o que estão fazendo… ”

A burla irreverente e desrespeitosa utiliza na charge a imagem do Imaculado Coração de Maria e foi feito por Heduardo Rodríguez, dias depois que o candidato presidencial Rafael López Aliaga disse em uma mídia local sobre sua devoção a Nossa Senhora. (JSG)

(Foto Pinterest)

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Mídia católica e cientistas juntos contra a desinformação sobre as vacinas

MICROGEN IMAGES / Science Photo Library via AFP

Aleteia lidera um consórcio de mídia católica para divulgar informações verificadas e corretas sobre as vacinas contra COVID.

Para ajudar a combater notícias falsas (fake news) e informações enganosas sobre as vacinas contra COVID-19, está sendo fundado um consórcio internacional de mídia católica, agências de notícias e cientistas de renome mundial.

De acordo com um anúncio no blog do Google News Initiative, publicado neste dia 16 de março, o projeto é um dos 11 escolhidos entre 309 propostas originadas de 74 países, pelo júri imparcial do Fundo Aberto Contra a Desinformação de Vacinas COVID-19.

O Papa Francisco, a Santa Sé e as conferências episcopais de todo o mundo têm falado sobre o “dever moral” de se vacinar para respeitar não apenas a própria vida, mas também a dos outros.

Na comunidade católica mundial, especialmente nas redes sociais, muitas questões científicas e éticas estão sendo levantadas a respeito do caráter ético do processo de produção das vacinas. Essas questões precisam ser esclarecidas ou explicadas por cientistas, bioeticistas e teólogos.

“A natureza rápida do processo de desenvolvimento das vacinas contra COVID-19 e a grande ansiedade causada pela pandemia mundial tornaram o tópico da vacinação particularmente suscetível à desinformação”, explica o Google News Initiative.

“Os jornalistas podem desempenhar um papel fundamental no apoio a um discurso baseado em evidências comprovadas, ouvindo as preocupações do seu público e fornecendo informações corretivas sobre conceitos errôneos que circulam on-line e off-line”, acrescenta o Google News Initiative, explicando os motivos de sua seleção.

O consórcio é liderado por Aleteia, uma rede mundial de informação católica em sete idiomas, em colaboração com Verificat, uma agência de checagem de fatos, e I Media, uma agência de notícias especializada em informações sobre o Vaticano.

As organizações de mídia fundadoras deste consórcio são: Our Sunday VisitorDružinaSanFrancesco.orgReligión DigitalCatalunya ReligióEl Observador de la Actualidad e La Voz de Córdoba.

O projeto está aberto a todos os meios de comunicação católicos, e oferece acesso gratuito a informações verificadas, bem como a possibilidade de consulta com os especialistas do Comitê Científico do Consórcio.

Os meios de comunicação católicos interessados ​​em fazer parte do Consórcio podem escrever para consortium@aleteia.org até 31 de março de 2021.

O Comitê Científico, que oferecerá consultoria científica, inclui o Instituto de Saúde Global (ISGlobal), centro de excelência em pesquisa, além de especialistas em epidemiologia, médicos, cientistas, teólogos e bioeticistas.

A lista completa pode ser encontrada no final deste comunicado.

O consórcio publicará um estudo de audiência da internet (web listening) com foco na forma como a mídia ao redor do mundo está relatando o processo de imunização. O estudo é realizado pelo Observatório Blanquerna de Comunicação, Religião e Cultura da Universidade Ramon Llull de Barcelona. Este instituto também fará um estudo sobre o impacto que os esforços informativos do Consórcio terão na comunidade católica em todo o mundo.

Para mais informações: press@aleteia.org

Membros do Comitê Científico

  • José Esparza, ex-presidente da Global Virus Network. Conselheiro sênior de saúde pública na Organização Mundial da Saúde (OMS). Professor de medicina no Institute of Human Virology (University of Maryland School of Medicine).
  • Timothy P. Flanigan, Professor de Medicina da Divisão de Doenças Infecciosas da Alpert Medical School da Brown University. O Dr. Flanigan passou grande parte de sua carreira trabalhando com pacientes com HIV e Ebola.
  • Chris Lowney, vice-presidente do conselho da CommonSpirit Health, o maior sistema de saúde sem fins lucrativos da América nos EUA, com US$ 29 bilhões em receitas e mais de 150.000 funcionários.
  • Ramón Tallaj, presidente da SOMOS Community Care, uma rede de mais de 2.500 médicos no Bronx, Queens, Manhattan e Brooklyn que se uniram para garantir melhores cuidados de saúde para os membros do Medicaid.
  • Michael Cappello, Professor de Pediatria, Patogênese Microbiana e Saúde Pública na Escola de Medicina de Yale. Diretor da Yale Africa Initiative
  • Luca Revelli, Professor do Departamento de Ciências Médicas e Cirúrgicas da Universidade Católica da Itália (Sacro Cuore), de Cirurgia Endócrina na Policlínica da Universidade Agostino Gemelli (Roma).
  • José María Simón, ex-presidente da Federação Mundial de Associações Médicas Católicas. Doutor em medicina e cirurgia.
  • Leticia Soberón, cofundadora da Dontknow.net. Membro do Dicastério do Vaticano para as Comunicações. Membro do conselho iMisión.
  • Antonio Gioacchino Spagnolo, Professor de Bioética, Coordenador da Seção de Bioética e Humanidades Médicas Departamento de Vigilância em Saúde e Bioética Faculdade de Medicina Università Cattolica Sacro Cuore Roma (Itália).
  • Rodrigo Guerra, Membro da Pontifícia Academia da Vida (Vaticano). Fundador do Centro de Investigación Social Avanzada (CISAV).
  • Concepció Mestres Miralles, Professora e Reitora, Ciências da Saúde, Ramon Llull University (Barcelona).
  • Michele Sorice, Professora Titular de Inovação Democrática, Sociologia Política e de Estudos de Mídia na Universidade LUISS, onde também é diretora do Centro de Estudos de Conflito e Participação (CCPS).
  • Francesc Torralba, Diretor Ethos Chair, Ramon Llull University.
  • Pe. Alberto Carrara LC, Membro da Pontifícia Academia para a Vida, Diretor do Grupo de Pesquisa em Neurobioética da Universidade Regina Apostolorum de Roma, Professor de Neuroética da Faculdade de Psicologia da Universidade Europeia de Roma e bolsista da Cátedra UNESCO de Bioética e Direitos Humanos.
  • Justo Aznar Lucea, Diretor do Instituto de Ciências da Vida da Universidade Católica de Valência.
  • Jordi Serrano Pons, fundador e CEO da UniversalDoctor and Epidemics.
Aleteia

No desânimo é quando mais devemos pedir o dom do Espírito Santo, afirma Papa Francisco

Papa Francisco na audiência desta quarta-feira, 17 de março.
Foto: Vatican Media

Vaticano, 17 mar. 21 / 08:00 am (ACI).- Durante a Audiência Geral presidida na quarta-feira, 17 de março, no Palácio Apostólico do Vaticano, o Santo Padre falou da importância da relação do fiel com o Espírito Santo para a vida de oração, concluindo assim a série de catequeses sobre a oração cristã.

O Papa Francisco afirmou que nos momentos de desânimo na vida oração é quando mais devemos clamar ao Espírito Santo: "Esse é o momento de dizer ao Espírito: Vem, Vem Espírito Santo, aquece meu coração. Vem. Mostre-me como rezar. Ensina-me a olhar para o Pai, a olhar para o Filho. Mostre-me como é o modo de fé. Mostre-me como amar. E acima de tudo, mostre-me ter uma atitude de esperança”.

O Santo Padre observou que "o primeiro dom de cada existência cristã é o Espírito Santo. Não é um dos muitos dons, mas o Dom fundamental. Sem o Espírito, não há relação com Cristo e com o Pai. Porque o Espírito abre o nosso coração à presença de Deus e atrai-o para aquele “vórtice” de amor que é o coração do próprio Deus”.

“Não somos apenas hóspedes e peregrinos no caminho sobre esta terra, somos também hóspedes e peregrinos no mistério da Trindade. Somos como Abraão, que um dia, acolhendo três caminhantes na sua tenda, encontrou Deus. Se realmente podemos invocar Deus chamando-o “Abbá-Pai”, é porque o Espírito Santo habita em nós; é Ele que nos transforma profundamente e nos faz experimentar a alegria comovente de sermos amados por Deus como verdadeiros filhos", afirmou.

Na verdade, prossegue o Pontífice, "Ele “recorda-nos” Jesus e torna-o presente a nós, para que não seja reduzido a um personagem do passado. Se Cristo estivesse apenas distante no tempo, estaríamos sozinhos e desorientados no mundo. Mas no Espírito tudo é vivificado: a possibilidade de encontrar Cristo está aberta aos cristãos de todos os tempos e lugares. Ele não está distante, está conosco”.

A ação do Espírito Santo na vida de oração daquele que o invoca é uma experiência "que muitos orantes viveram: homens e mulheres que o Espírito Santo formou de acordo com a 'medida' de Cristo, na misericórdia, no serviço, em oração, na catequese. É uma graça poder encontrar pessoas assim: percebemos que nelas uma vida diferente, seu olhar vê 'além'".

Segundo explicou o Santo Padre, “a primeira tarefa dos cristãos é precisamente manter vivo este fogo, que Jesus trouxe à terra, ou seja, o Amor de Deus, o Espírito Santo. Sem o fogo do Espírito, as profecias extinguem-se, a tristeza suplanta a alegria, o hábito substitui o amor, o serviço transforma-se em escravidão”, afirmou.

“Vem-me à mente a imagem da lâmpada acesa ao lado do tabernáculo onde se conserva a Eucaristia. Até quando a igreja está vazia e a cai noite, quando a igreja está fechada, aquela lâmpada permanece acesa, continua a arder: ninguém a vê, mas arde perante o Senhor”, recordou.

O Santo Padre concluiu sua alocução animando os fiéis a intensificar a oração no quaresma e disse: "Não vamos esquecer. O Espírito está presente em nós. Ouçamos o Espírito, chamemos o Espírito. É o Dom, é o dom que Deus nos deu".

ACI DIgital

Papa: também eu me ajoelho nas ruas de Mianmar: pare a violência!

Religiosa ajoelhada diante de policiais em Myitkyna
Vatican News

O Papa Francisco voltou a lançar um premente apelo pelo fim da violência em Mianmar: "Que prevaleça o diálogo!"

Jackson Erpen – Vatican News

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira o Papa Francisco fez um dramático apelo pelo fim da violência em Mianmar, que tem vitimado especialmente muitos jovens. E a exemplo das cenas dos últimos dias de religiosos ajoelhados suplicando a policiais birmaneses para evitar a violência, Francisco disse que também ele estende seus braços e pede que “prevaleça o diálogo”:

Mais uma vez e com grande tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação em Mianmar, onde muitas pessoas, sobretudo jovens, estão perdendo a vida para oferecer esperança ao seu país. Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar e digo: pare a violência! Também eu estendo meus braços e digo: prevaleça o diálogo!

Recrudescimento da repressão

Segundo estimativas das Nações Unidas, são ao menos 149 os mortos desde o início dos protestos, 57 apenas no último final de semana, o mais sangrento desde o golpe militar de 1º de fevereiro. Além do uso de munição letal contra os manifestantes, as forças de segurança continuam a efetuar prisões arbitrárias em todo o país, invadindo residências e prendendo opositores. Os detidos ilegalmente são centenas, senão milhares. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos fala em “desaparecimentos forçados”.

Religiosas (os) tornam-se exemplo de mediação e resistência pacífica

E em meio ao recrudescimento da violência das forças de segurança nos protestos, chamou a atenção o gesto da Irmã Ann Nu Thawng, que em uma rua na cidade de Myitkyina, se ajoelhou diante de uma barreira de policiais prontos a investir contra os manifestantes. A religiosa acabou se tornando um símbolo de mediação e da resistência pacífica às arbitrariedades e um modelo para lideranças da Igreja local, como bispos e sacerdotes, chamados “a sair de sua zona de conforto e tomar como exemplo a sua coragem”, como afirmou na ocasião Joseph Kung Za Hmung, editor do Gloria News Journal, o primeiro jornal católico on-line em Mianmar.

A atitude da religiosa da Congregação de São Francisco Xavier, Instituto de direito diocesano em Myitkyina, voltou a se repetir no dia 8 de março, e também ecoou no coração de lideranças e de outros religiosos, entre os quais, o bispo emérito da Diocese, Dom Francis Daw Tang, que tentou impedir que policiais invadissem a Catedral de São Columbano, onde jovens manifestantes buscaram refúgio para escapar de espancamentos e da prisão. Apesar do apelo da religiosa e do bispo "para não prender e perseguir manifestantes pacíficos", os policiais abriram fogo e se recusaram a deixar o local.

No dia 9 de março, na cidade de Loikaw, capital do Estado birmanês de Kayah, foi a vez do padre Celso Ba Shwe e de um pastor protestante se posicionaram entre manifestantes e policiais, implorando aos agentes para não avançarem e não atirarem contra os manifestantes. A mediação surtiu efeito: os militares dispararam tiros de advertência e granadas de atordoamento para dispersar a multidão, sem causar vítimas. 

Apelos do Papa Francisco

O primeiro apelo do Papa pelo diálogo em Mianmar foi no Angelus de 7 de fevereiro, dias após o golpe militar de 1º de fevereiro:

Neste momento tão delicado quero assegurar mais uma vez minha proximidade espiritual, minha oração e minha solidariedade com o povo de Mianmar. E rezo para que todos aqueles que têm responsabilidades no país se coloquem com sincera disponibilidade a serviço do bem comum, promovendo a justiça social e a estabilidade nacional, para uma harmoniosa convivência democrática. Rezemos por Mianmar.

Na Audiência Geral de 3 de março, o Pontífice voltou a lançar um apelo pelo país asiático por ele visitado em novembro de 2017, para que o diálogo prevalecesse sobre a repressão e a discórdia:

Ainda estão chegando de Mianmar notícias tristes de sangrentos confrontos, com perdas de vidas humanas. Gostaria de chamar a atenção das autoridades envolvidas para que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia. Dirijo um apelo também à comunidade internacional, para que atue a fim de que as aspirações do povo de Mianmar não sejam sufocadas pela violência. Que aos jovens daquela amada terra seja concedida a esperança de um futuro onde o ódio e a injustiça deem lugar ao encontro e à reconciliação.

No dia 15 de março, por sua vez, em nome do Santo Padre, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, escreveu ao arcebispo de Yangon e Presidente da Conferência Episcopal de Mianmar, cardeal Charles Bo, demonstrando uma vez mais a preocupação do Pontífice pelo desdobramento dos acontecimentos e seu amor pela nação asiática. A paz é possível, a paz é o único caminho, escreveu o cardeal secretário de Estado, exortando à unidade para encontrar o bem maior para todos, especialmente para satisfazer as esperanças e garantir a dignidade de nossas gerações mais jovens.

Vatican News

S. JOÃO SARKANDER, PRESBÍTERO E MÁRTIR

S. João Sarkander | Vatican News

Dia 20 de dezembro de 1576: João Sarkander nasceu em Skoczów, na Silésia. Quando jovem, estudou no colégio jesuíta de Olomouc, na Universidade de Praga e fez faculdade de Teologia em Graz.
Ele queria se casar, mas antes do casamento, sua noiva faleceu. Depois do período de luto, completou seus estudos de Teologia e, com 32 anos de idade, foi ordenado sacerdote.
Em 1616, João foi nomeado pároco de Holešov. Naquele tempo, iniciou-se um período de fortes tensões, por causa da revolta dos nobres da Boêmia, de maioria protestante, contra o Império da Áustria. Os jesuítas deixam Holešov e, logo depois, em 1619, João Sarkander fez uma peregrinação a Częstochowa.

Martírio

Permaneceu na Polônia por cinco meses e, depois, voltou para Holešov, enquanto a Morávia era palco de devastações e saques pelas tropas polonesas. Holešov foi poupada porque os fiéis, em procissão eucarística, guiados pelo Padre João Sarkander, foram ao encontro dos soldados poloneses. Este sacerdote da Morávia era acusado de espionagem, em favor do rei polonês, que interveio, com suas tropas, para apoiar o imperador da Áustria. João passou por interrogatórios e por cruéis e prolongadas torturas. Após um mês de sofrimento, faleceu na prisão aos 46 anos. Era o dia 17 de março de 1620.

Canonização

Outra data significativa é o dia 21 de maio de 1995, dia da sua canonização. Em sua homilia, o Papa João Paulo II destacou que a figura de São João Sarkander «se revestiu de uma luz excepcional, sobretudo no fim da sua vida, quando foi preso e recebeu do Senhor a graça do martírio. Em uma época de turbulência, ele representou um sinal da presença de Deus, da sua fidelidade em meio às contradições da história. Sua canonização - concluiu na ocasião o Papa Wojtyla – vai, acima de tudo, à honra de todos aqueles que, não apenas na Morávia e na Boêmia, mas em toda a Europa Oriental, optaram pela privação dos seus bens, a marginalização e morte, ao invés de se submeterem à opressão e à violência».

Vatican News

terça-feira, 16 de março de 2021

Das Homilias sobre o Levítico, de Orígenes, presbítero

liturgiadashoras.online

Das Homilias sobre o Levítico, de Orígenes, presbítero

(Hom. 9,5.10:PG12,515.523)            (Séc.III)

Cristo, sumo-sacerdote, é a nossa propiciação

Uma vez por ano o sumo sacerdote, afastando-se do povo, entra no lugar onde estão o propiciatório, os querubins, a arca da aliança e o altar do incenso; ninguém pode entrar aí, exceto o sumo sacerdote.

Mas consideremos o nosso verdadeiro sumo sacerdote, o Senhor Jesus Cristo. Tendo assumido a natureza humana, ele estava o ano todo com o povo – aquele ano do qual ele mesmo disse: O Senhor enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres; proclamar um ano da graça do Senhor e o dia do perdão (cf. Lc 4,18.19) – e uma só vez durante esse ano, no dia da expiação, ele entrou no santuário, isto é, penetrou nos céus, depois de cumprir sua missão redentora, e permanece diante do Pai, para torná-lo propício ao gênero humano e interceder por todos os que nele creem.

Conhecendo esta propiciação que reconcilia os homens com o Pai, diz o apóstolo João: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados (1Jo 2,1-2). Paulo lembra igualmente esta propiciação, ao falar de Cristo: Deus o destinou a ser, por seu próprio sangue, instrumento de expiação mediante a realidade da fé (Rm 3,25). Por isso, o dia da expiação continua para nós até o fim do mundo.

Diz a palavra divina: Na presença do Senhor porá o incenso sobre o fogo, de modo que a nuvem de incenso cubra o propiciatório que está sobre a arca da aliança; assim não morrerá. Em seguida, pegará um pouco do sangue do bezerro, e com o dedo, aspergirá o lado oriental do propiciatório (cf. Lv 16,13-14). Ensinou assim aos antigos como havia de ser celebrado o rito de propiciação, oferecido a Deus em favor dos homens. Tu, porém, que te aproximaste de Cristo, o verdadeiro sumo sacerdote que, como seu sangue, tornou Deus propício para contigo e te reconciliou com o Pai, não fixes tua atenção no sangue das vítimas antigas. Procura antes conhecer o sangue do Verbo e ouve o que ele mesmo te diz: Isto é o meu sangue, que será derramado por vós, para remissão dos pecados (cf. Mt 26,28).

Também a aspersão para o lado do oriente temo seu significado. Do oriente nos vem a propiciação. É de lá que vem aquele homem cujo nome é Oriente e que foi constituído mediador entre Deus e os homens.

Por esse motivo és convidado a olhar sempre para o oriente, de onde nasce para ti o Sol da justiça, de onde a luz se levanta sobre ti, para que nunca andes nas trevas, nem te surpreenda nas trevas o último dia; a fim de que a noite e a escuridão da ignorância não caiam sorrateiramente sobre ti, mas vivas sempre na luz da sabedoria, no pleno dia da fé e no fulgor da caridade e da paz.

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10 anos de guerra na Síria: Papa Francisco apela à solidariedade

Família na Síria diante de escombros.
Foto: Ajuda à Igreja que Sofre (ACN)

Vaticano, 16 mar. 21 / 04:23 pm (ACI).- O último dia 15 de março marcou o décimo aniversário no conflito na Síria, que já causou milhares de mortes e o deslocamento massivo de famílias da região. Diante deste triste aniversário, o Santo Padre apelou à solidariedade da comunidade internacional e rezou pela reconciliação entre as partes.

"Dez anos atrás, começava o sangrento conflito na Síria, que causou um dos desastres humanitários mais graves de nosso tempo: um número não especificado de mortos e feridos, milhões de refugiados, milhares de pessoas desaparecidas, destruição, violência de todos os tipos e imenso sofrimento para toda a população, especialmente os mais vulneráveis, como crianças, mulheres e idosos", afirmou o Papa em sua última alocução no domingo, 14, por ocasião da Audiência Geral.

A guerra na Síria começou em 15 de março de 2011 com as primeiras manifestações públicas contra o governo central, que se transformou em guerra civil em 2012. O conflito que ainda está em curso envolve os exércitos do governante Bashar Al Asad e grupos armados que querem o fim do regime.

Em seu discurso, o Papa renovou seu "apelo sincero às partes do conflito, para que os sinais de boa vontade possam se manifestar, para que uma fenda de esperança possa se abrir para a população exausta. Espero também um compromisso firme e renovado, construtivo e solidário, da Comunidade Internacional, para que, tendo posto de lado as armas, possamos curar o tecido social e iniciar a reconstrução e a recuperação econômica.

“Rezemos ao Senhor para que tanto sofrimento, na amada e torturada Síria, não venha a ser esquecido e que nossa solidariedade possa reviver a esperança. Rezemos juntos pela amada e torturada Síria", concluiu.

ACI Digital

Espanha: Todos os médicos de Soria se recusam a praticar aborto

Guadium Press
Soria é a única Província na Espanha onde o aborto não é realizado porque todos os seus médicos, por objeção de consciência, se recusam a praticá-lo.

Redação (15/03/2021, 14:32, Gaudium Press) Conforme informa uma reportagem de Enrique Recio, escrita para El Español, Soria é a única Província espanhola onde, desde que foi aprovada a prática do aborto, por motivo de consciência, não foi morto nenhum nascituro.

A razão é que em toda a província de Soria não há um único médico disposto a matar seres humanos no útero de sua mãe.

Por isso todas as mulheres que residem em Soria e que desejam acabar com a vida de seu próprio filho em gestação, devem ir a uma clínica de aborto particular em Valladolid, fora da Província de Soria.

Quem quiser matar seu filho deve ir a outra Província

No ano passado, as 113 mulheres que desejavam fazer um aborto em Soria tiveram que percorrer 300 quilômetros para fazê-lo. 

Este é um fato que vem acontecendo desde 1989, ou seja, há mais de 31 anos a província de Soria não pratica nenhum aborto. Mesmo que, desde a aprovação da Lei do Aborto em 1985, centenas de mulheres tenham pedido todos os anos para que os médicos ponham fim à vida de seus filhos em gestação.

Na Espanha, a prática da matança de inocentes é um “serviço público” que pode ser prestado em hospitais do governo.

Abortistas se incomodam com a objeção de consciência dos médicos

Na Província de Soria os médicos se beneficiam do direito à objeção de consciência, e se recusam a matar bebês, um direito que a lei lhes faculta, embora incomode os favoráveis às matanças.

Não se surpreende, portanto,  que aqueles que sejam favoráveis à morte dos nascituros procurem por todos os modos limitar o direito dos médicos à objeção de consciência.

Pilar Moreno, médica e membro do Movimento Feminista de Salamanca, diz que a objeção de consciência é “uma armadilha”:

“Se você lê a lei, a objeção de consciência é individual. Não diz respeito à gestão ou ao serviço de ginecologia. O médico deve ter feito a objeção de consciência previamente. Se amanhã eu trabalhar em um hospital, não posso dizer que tenho uma objeção de consciência. Essa é uma armadilha muito grande que existe”.

O incômodo com a recusa dos médicos de Soria de matar chega a outros abortista e os argumentos são os mesmos: Roberto Lertxundi, também médico, diz que “A objeção de consciência é um direito que deve ser dado com antecedência e por escrito, ou seja, nos hospitais deve haver uma lista de médicos opositores”.

Para ele, “A lei, concretamente o artigo 19, estabelece o seguinte: A recusa de proceder à intervenção da interrupção da gravidez por motivos de consciência é sempre uma decisão individual do pessoal de saúde diretamente envolvido na realização da interrupção voluntária da gravidez, que deve ser declarado com antecedência e por escrito.”  (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF