Translate

sábado, 20 de março de 2021

Como encontrar Deus a partir da razão humana – refutações

Shutterstock | everst
por Vitor Roberto Pugliese Marques

Por meio dessa breve análise, podemos constatar que os questionamentos de alguns incrédulos mostram-se insustentáveis.

Publicamos anteriormente um artigo elencando alguns pontos pelos quais, por meio da luz natural da razão, o ser humano pode encontrar Deus (cf. Como encontrar Deus a partir da razão humana, publicado em Aleteia em 10/03/2021). Neste artigo, pretendemos responder a alguns questionamentos comumente feitos por incrédulos. 

Há quem advogue que cada religião apresenta Deus de uma forma, e isso seria indício de sua inexistência. Pode-se dizer ainda que, até dentro de uma mesma religião, os seus membros apresentam Deus de modo distinto. Ora, como poderia um mesmo ser, que realmente existe, ser tão multiforme, inclusive, por vezes, assumindo formas contraditórias? O contraponto que fazemos é o seguinte: o não conhecermos determinado ser ou fato por completo invalida sua existência? Obviamente que não. Expliquemos que não por meio de um exemplo. 

Ninguém questiona que os objetos soltados aleatoriamente caem ao chão. Esse fato, desde a Grécia Antiga, intriga o homem e é estudado. Aristóteles, um filósofo clássico, vai tentar explicar essa realidade por meio de duas teorias: a teoria do lugar natural e a teoria dos quatro elementos. Ele vai postular que todo corpo sensível está, por natureza, em algum lugar, e há um lugar próprio para cada corpo no ambiente. Vai afirmar ainda que todos os corpos terrestres são constituídos pelos “quatro elementos”: terra, ar, água e fogo. Desse modo, um corpo seria leve ou pesado segundo a porcentagem de cada elemento que o constitui. Uma rocha, por possuir mais elemento de terra, tende a cair, pois chão é o lugar dos objetos que têm mais terra em sua composição; de modo similar, a fumaça, por possuir maior porcentagem do elemento ar, tende a subir, pois o céu é o lugar dos objetos que possuem mais do elemento ar em sua composição. O matemático e físico do século XVII Isaac Newton vai colocar abaixo essa teoria, propondo em seu lugar a lei da gravidade. De forma maestral, ele vai explicar que se dois corpos possuem massa, ambos estão submetidos a uma força de atração mútua proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade. 

A teoria newtoniana da gravidade pareceu-nos muito adequada até o século XX pré-física moderna. Entretanto, o advento da física moderna em meados do século XX, é colocado em xeque o pressuposto usado por Isaac Newton de que tempo e espaço são absolutos. Por meio de sua teoria da relatividade, o físico Albert Einstein vai dizer que tempo e espaço não são absolutos, e, sim, relativos e que a única no universo que não é relativa é a velocidade da luz. Desse modo a teoria da gravidade newtoniana fica incompleta em explicar o fenômeno da queda dos corpos. Mas a coisa não para por aí: há quem advogue hoje que também há velocidades maiores que a da luz sendo, inclusive, propondo experimentos em que se consegue alcançar velocidades maiores que a velocidade da luz. Desta forma, em pleno século XXI não temos uma explicação cabal do porquê os objetos caem. Ora, a grande pergunta que fazemos é: pelo fato de não sabermos explicar perfeitamente porque os objetos caem, essa realidade deixa de existir? Claramente que não. De modo similar, o fato de nosso entendimento sobre Deus não ser completo não nos prova que Ele não existe. 

Um segundo ponto de questionamento sobre a existência de Deus é o de que muitas pessoas defendem seus próprios interesses ou têm comportamentos no mínimo questionáveis referindo que agem em nome de Deus. Desse modo, não seria Deus apenas uma invenção para que muitos alcancem seus próprios interesses? Mais uma vez, os fatos vêm esclarecer que essa afirmação não se sustenta. Muitas foram as situações, na humanidade, em que práticas más e antiéticas foram conduzidas sob o pretexto de que eram para o avanço da ciência. Lembremo-nos da clássica e vergonhosa experiência de Tusksgee. Este foi um experimento médico realizado pelo Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos em Tuskegee, no Alabama, entre 1932 e 1972, em que pessoas infectadas pela sífilis foram estudadas para se verificar como a doença evoluía no corpo humano. Mesmo quando elas poderiam ser curadas, com a descoberta da Penicilina, essas pessoas foram mantidas sob observação para o “progresso da ciência”. E os exemplos não se esgotam por aí; lembremos dos experimentos nazistas nos campos de concentração e do vergonhoso uso da energia atômica por meio das bombas atômicas. A despeito disso, a ciência não é desacreditada como uma mentira. De modo semelhante, não há como não crer em Deus porque alguns crentes têm condutas ruins alegando que agem em nome de Deus. 

Por meio dessa breve análise, podemos constatar que os questionamentos de alguns incrédulos mostram-se insustentáveis, reforçando o que dissemos outrora: Deus pode ser encontrado a qualquer tempo e em qualquer lugar, inclusive por meio da luz natural da razão. 

Aleteia

Eutanásia é aprovada na Espanha: uma escolha contra a vida, diz a Igreja

Guadium Press
 A eutanásia antecipa o trabalho da morte. Devemos estar ao lado dos que sofrem, não os deixar nas mãos da desumanização da medicina, nas mãos da indústria da eutanásia.

Redação (19/03/2021, 14:40, Gaudium Press) A Espanha acaba de tornar-se o sétimo país a aprovar uma legislação que rechaça a vida. Ela entra para o cortejo lúgubre dos que incentivam a cultura da morte. Segue a Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Canadá e Nova Zelândia que já há algum tempo aprovaram leis que facilitam e autorizam a eutanásia e o suicídio assistido.

A lei entra em vigor em três meses e ainda não foi definida como fica a objeção de consciência por parte do pessoal de saúde

A eutanásia foi aprovada no Parlamento espanhol quando 202 deputados disseram sim para a lei e 141 a rejeitaram. A “interrupção voluntária da vida” –um eufemismo para que evita que se diga a palavra assassinato– entrará em vigor em três meses e poderá ser solicitada por aqueles que sofrem de uma enfermidade grave e incurável ou de uma doença grave, crônica e incapacitante.

A lei votada na Espanha regula tanto a eutanásia quanto o suicídio assistido e prevê um procedimento especial antes de “desligar os aparelhos”, a fim de verificar se subsiste a efetiva vontade do paciente.

O solicitante, em 15 dias, deve apresentar por duas vezes o pedido para ser morto. E ainda deve demonstrar por escrito que está ciente da possibilidade, como alternativa, de recorrer aos cuidados paliativos.

É previsível que haja um pedido da Ordem dos Médicos para permitir a objeção de consciência por parte do pessoal de saúde que se opõe à interrupção antecipada da vida.

Não deixar de lado a cultura da vida, contra a cultura da morte, cuidar dos que sofrem, dos doentes terminais com ternura, misericórdia

Dom Luis Argüello Garcia, bispo auxiliar de Valladolid, secretário geral da Conferência Episcopal do país ibérico, falando em nome dos bispos espanhóis, comentou:
“Uma má notícia! Foi escolhida a solução mais fácil: evitar o sofrimento que causa a morte daqueles que a sofrem, sem considerar que se pode ter um remédio válido, recorrendo a cuidados paliativos”.

Dom Argüello afirmo que, em vez disso, é necessário “promover uma cultura da vida e tomar medidas concretas para permitir uma vontade viva que permita aos cidadãos espanhóis expressar de forma clara e determinada seu desejo de receber cuidados paliativos”.

Para o bispo, a lei também deve permitir a possibilidade de expressar a vontade clara de não estar sujeito à aplicação desta lei sobre a eutanásia e, por parte do pessoal médico, de declarar-se objetor de consciência.

Não devemos deixar de lado a cultura da vida, –continuou o bispo de Valladolid– mas, contra a cultura da morte, cuidar dos que sofrem, dos doentes terminais com ternura, proximidade, misericórdia e encorajamento para manter viva a esperança naquelas pessoas que estão na última etapa de sua existência e que precisam de cuidado e conforto”.

A solução não é antecipar o fim da vida. A solução é cuidar do sofrimento físico e psíquico, espiritual

A propósito da aprovação da lei da eutanásia na Espanha, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o arcebispo Vincenzo Paglia comentou:
“Devemos responder à difusão de uma verdadeira cultura da eutanásia, na Europa e no mundo, com uma abordagem cultural diferente. O sofrimento e o desespero dos doentes – disse dom Paglia – não devem ser ignorados.
A solução não é antecipar o fim da vida. A solução é cuidar do sofrimento físico e psíquico.

A Pontifícia Academia para a Vida apoia a necessidade de difundir os cuidados paliativos, não a antecâmara à eutanásia, mas uma verdadeira cultura paliativa de cuidar da pessoa inteira.

Quando não se pode mais curar, podemos sempre cuidar das pessoas.

Não devemos antecipar o trabalho sujo da morte com a eutanásia.
Devemos ser humanos –concluiu–, estar ao lado daqueles que sofrem, não deixá-los nas mãos de uma desumanização da medicina ou nas mãos da indústria da eutanásia”. (JSG)

Plataforma de streaming quer evangelizar com conteúdos católicos

Imagem: Magnificat | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 20 mar. 21 / 06:00 am (ACI).- Será lançada no Brasil uma nova plataforma de streaming por assinatura com conteúdo católico. Com o nome de Magnificat, tirado da oração de Nossa Senhora proferia quando ela visitou Santa Isabel, o serviço tem como proposta “evangelizar através da arte” e surgiu após momentos de oração de um de seus fundadores.

Manoel Calaça Júnior, sócio fundador Magnificat, explicou a ACI Digital que a ideia deste projeto “veio como uma inspiração de Nossa Senhora” durante um período de retiro espiritual em uma comunidade católica de Goiânia (GO), em 2020.

Calaça conta que sempre “buscava alguns conteúdos católicos, filmes, documentários e via que, aqui no Brasil, a quantidade de material disponibilizado era muito pequena e a qualidade nem sempre tão boa”.

Foi durante a “oração diária que fazia todas as noites na capela da comunidade” que ele pensou: “por que não uma plataforma totalmente diferente, 100% católica, sempre buscando a evangelização como item primário?”. Assim “surgiu a ideia” da plataforma para oferecer conteúdo on demand.

A Magnificat é uma parceria da Caikron Tecnologia, que está desde 2010 no mercado tecnológico de streamings e aplicativos, e a Kolbe Arte Produções, especialista em conteúdo católico.

“Assim como a Kolbe, a Caikron tem a Igreja Católica como base, ou seja, a fé em Nossa Senhora, a fé em Jesus, a fé da Igreja Católica mesmo”, ressaltou Calaça.

De acordo com ele, o novo serviço de streamimg quer “mostrar a nossa religião no Brasil e no mundo também”.

A plataforma anuncia mais de 120 horas de conteúdo disponíveis em mais de 50 títulos com materiais dublados e legendados. Entre os conteúdos estarão filmes, séries, lives, shows, cursos, músicas, podcasts e livros e o acesso poderá acontecer por celular, computador e televisão.

O pré-lançamento de Magnificat será no dia 25 de março, festa da Anunciação, quando será disponibilizada uma programação especial com podcast, clipe, documentário e filme.

Em julho, ocorrerá o lançamento, durante o Mutirão de Comunicação (Muticom), evento promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Para mais informações sobre Magnificat e o pré-lançamento, basta se cadastrar no site da plataforma.

ACI Digital

S. JOÃO NEPOMUCENO, PRESBÍTERO E MÁRTIR

S. João Nepomuceno | arquicascavel
20 de março

Duas histórias deste Santo e um final, com o martírio, que não muda, em nenhum dos casos. Sua segunda história, talvez, pouco nobre e cruel, é o pano de fundo da primeira, institucional e até brutal.
Qualquer que seja o índice de confiabilidade histórica de ambas, a figura deste jovem sacerdote resplandece nos dois lados da moeda. Este Santo é como aqueles que, dificilmente, nada se sabe - porque escolheram servir a Deus de modo imperceptível -, mas souberam demonstrar grande caráter e sólida coragem, quando se tratava de defender a Igreja e quando seus Sacramentos corriam perigo.

Luz na sombra

O jovem sacerdote, chamado João, era um boêmio de Nepomuk, lugar onde nasceu em 1330; segundo algumas fontes, ele nasceu por volta de 1345, mas manteve o nome de "Nepomuceno", ao longo dos séculos.
A história principal narra que foi um homem intelectual - graduou-se em Direito Canônico, em Pádua, no ano 1387 - mas também era uma pessoa que não usava sua vocação para fazer carreira.
Foi pároco, exerceu vários encargos eclesiásticos e foi nomeado canônico da Catedral de São Víctor, mas sem seus benefícios decorrentes. No entanto, uma estrela brilhou, sobretudo, no escuro: em 1393, o arcebispo de Praga quis que aquele sacerdote fosse seu Vigário geral. Mesmo contra a sua vontade, João se destacou por seus méritos, entre os quais o de ser um brilhante pregador. Como tal, foi chamado à corte pelo rei Wenceslau IV. Tudo parecia perfeito, mas não era.

Contra o abuso de poder

Como todos os reis, Wenceslau também tinha seus planos. Em 1393, quando o mosteiro de Kladruby ficou vacante pela morte do abade, o monarca mandou transformá-lo em sede episcopal, onde colocar uma pessoa do seu agrado. João rebelou-se. Como especialista em Código Canônico, sabia que aceitar esta decisão equivaleria a uma grave violação da liberdade eclesial. Por isso, lutou para a eleição de um novo abade, confirmando-a canonicamente. O rei não se rebaixou e mandou prender João com outras três personalidades da Igreja. Diante das torturas, os outros cederam, mas João resistiu. Então, Venceslau mandou executá-lo.
Na noite de 20 de março de 1393, o sacerdote foi levado acorrentado até o rio Moldava, e jogado da ponte do rio adentro. A ideia era fazê-lo desaparecer às escondidas, mas, no dia seguinte, o corpo de João foi encontrado às margens do rio, circundado por uma luz extraordinária. A suspeita sobre quem havia mandado assassiná-lo correu de boca em boca, em um piscar de olhos.

Mártir do Sacramento

A outra história sobre a vida de João, a menos institucional, veio à luz após alguns anos, ou seja, 60 anos depois. A esposa de Wenceslau, a rainha Joana da Baviera, narrou que João foi seu confessor, um homem de grande profundidade espiritual. A rainha também tinha uma fé transparente; passava horas e horas em oração e, sobretudo, suportava com dignidade as contínuas traições do marido, que se dividia entre o álcool e as cortesãs. No entanto, como trágico paradoxo, era Wenceslau quem duvidava da lealdade da sua esposa. Primeiro, suspeitou de um seu relacionamento com João; depois, da existência de algum outro amante, que o confessor não podia não saber.
Certo dia, o rei mandou o sacerdote revelar-lhe as confidências da rainha, mas João se opôs por não violar o segredo da confissão. Seguiram-se novos pedidos e intimidações que não mudaram a atitude do sacerdote.
Verdade ou não, esta história também terminou como a primeira: João foi brutalmente jogado na correnteza do rio Moldava. Ainda hoje, entre o sexto e o sétimo pilar ao longo do rio há uma cruz, que recorda o sacrifício de um padre humilde e corajoso, lembrado como o mártir do sigilo sacramental.

Vatican News

sexta-feira, 19 de março de 2021

Pastoral da saúde

Camilianos
Pastoral da Saúde

A pastoral da saúde é parte integrante da missão da Igreja, que continua na história a mesma missão de Cristo. Essa pastoral parte da convicção de que cada pessoa tem um valor infinito, pois foi redimida pelo sacrifício de Cristo.

“A Igreja, que aproveita sem cessar os infinitos recursos da redenção, introduzindo-la na vida da humanidade, é a dimensão na que o sofrimento redentor de Cristo pode ser completado constantemente pelo sofrimento do homem” (João Paulo II).

Aqui queremos recordar o sentido cristão do sofrimento:

1. O sofrimento não é um bem em si mesmo, mas sim em união com Cristo tem um valor salvífico; Cristo atua nos sofrimentos humanos pelo Espírito Santo e dá fecundidade à dor humana;

2. Ter consciência disso começa com dificuldade, mas conduz ao cristão à identificação com Cristo;

3. O sofrimento, mais que qualquer coisa, faz presente na história da humanidade a força da Redenção, a vitória sobre o pecado, sobre o mal e sobre a morte eterna;

4. A nossa atitude ante o sofrimento do próximo deve ser, em primeiro lugar, de comoção do coração, de compaixão, junto com a ajuda eficaz, dentro de nossas possibilidades, como signo da entrega de Cristo por todos nós; por isso dizemos que a dor é a “escola do amor”;

5. A enfermidade requer uma resposta do Evangelho; é uma oportunidade para anunciar a Cristo e manifestar a capacidade curativa da graça divina;

Por isso a pastoral da saúde se propõe: iluminar desde a fé o mistério da enfermidade e do sofrimento; evangelizar o mundo da cultura da saúde; com os enfermos e as famílias, celebrar os sacramentos (especialmente a Unção dos Enfermos e a Confissão), que são o centro e o objetivo dessa pastoral; acompanhar os enfermos tendo em conta todas suas necessidades (físicas e psicológicas, sociais e religiosas).

A principal tarefa dessa pastoral será acompanhar os enfermos da nossa paróquia. Devemos começar rezando por eles e oferecer ao Senhor os frutos desse nosso humilde trabalho.


https://www.presbiteros.org.br/

Para não desviar o olhar

L'Osservatore Romano
16 março 2021

Para não desviar o olhar e não ignorar as situações de necessidade e dificuldade de numerosos irmãos e irmãs, este ano devemos ser generosos como nunca por ocasião da Coleta “pro Terra Sancta”, dado que a pandemia de Covid-19 atingiu duramente aqueles territórios: escreveram na seguinte carta aos bispos do mundo inteiro, em nome do Papa Francisco, o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas orientais, e o secretário arcebispo, Giorgio Demetrio Gallaro.

Cada Semana Santa tornamo-nos idealmente peregrinos a Jerusalém e contemplamos o mistério de nosso Senhor Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado. O Apóstolo Paulo, que fez uma experiência viva e pessoal deste mistério, na Carta aos Gálatas chega a dizer: «O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim!» (Gl 2, 20). O que o Apóstolo vivenciou é também o fundamento de um novo modelo de fraternidade que deriva da obra de reconciliação e de pacificação realizada pelo Crucificado entre as nações, como São Paulo escreve na Carta aos Efésios.

Ao longo de 2020, o Papa Francisco quis recordar-nos as consequências deste dom de reconciliação e fê-lo através da encíclica Fratelli tutti. Com este texto o Papa, a partir do testemunho profético proposto por São Francisco de Assis, quer ajudar-nos a ler, à luz do princípio de fraternidade, todas as nossas relações e os âmbitos da nossa vida: religiosos, económicos, ecológicos, políticos, comunicativos. O fundamento do nosso ser todos irmãos e irmãs está precisamente no Calvário, o lugar onde, através da máxima dádiva de amor, o Senhor Jesus interrompeu a espiral de inimizade, rompeu o circulo vicioso do ódio e abriu para cada homem e cada mulher o caminho da reconciliação com o Pai, entre todas as pessoas, com a própria realidade da criação.

As ruas desertas ao redor do Santo Sepulcro e da Antiga Jerusalém ressoaram na Praça de São Pedro vazia e molhada pela chuva, atravessada pelo Santo Padre Francisco a 27 de março de 2020, a caminho do Crucifixo: diante dele, o mundo inteiro pôs-se como que de joelhos, suplicando o fim da pandemia e fazendo com que todos se sentissem irmanados pelo mesmo mistério de dor.

Portanto, foi um ano de provação também para a Cidade Santa de Jerusalém, para a Terra Santa e para a pequena comunidade cristã que vive no Médio Oriente, que quer ser luz, sal e fermento do Evangelho. Em 2020 os cristãos daquelas terras sofreram um isolamento que os fez sentir ainda mais distantes, separados do contacto vital com os irmãos provenientes de vários países do mundo. Sofreram a perda do trabalho, devida à ausência de peregrinos, e a consequente dificuldade de viver dignamente e prover às próprias famílias e filhos. Em muitos países o persistir das guerras e das sanções agravaram os efeitos da própria pandemia. Além disso, faltou também uma parte da ajuda económica que a Coleta pro Terra Sancta garantia todos os anos, por causa das dificuldades de a fazer em muitos países em 2020.

O Papa Francisco propôs a todos os cristãos a figura do Bom Samaritano como modelo de caridade activa, de amor empreendedor e solidário. Estimulou-nos também a refletir sobre as várias atitudes das personagens da parábola, para superar a indiferença de quem vê o irmão ou a irmã em dificuldade e passa adiante: «Com quem te identificas? É uma pergunta sem rodeios, direta e determinante: a qual deles te assemelhas? Devemos reconhecer a tentação que nos rodeia, de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis. Digamos que crescemos em muitos aspetos, mas somos analfabetos no acompanhar, cuidar e sustentar os mais frágeis e vulneráveis das nossas sociedades desenvolvidas. Habituamo-nos a olhar para o outro lado, a passar à margem, a ignorar as situações até que elas caiam diretamente em cima de nós» (Fratelli tutti, 64).

A Coleta pro Terra Sancta de 2021 seja para todos uma ocasião para não desviar o olhar, para não passar adiante, para não ignorar as situações de necessidade e de dificuldade dos nossos irmãos e das nossas irmãs que vivem nos Lugares Santos. Se faltar este pequeno gesto de solidariedade e de partilha (São Paulo e São Francisco chamá-lo-iam de “restituição”), será ainda mais difícil para muitos cristãos daquelas terras resistir à tentação de deixar o próprio país, será difícil apoiar as paróquias na sua missão pastoral e continuar a obra educativa através das escolas cristãs e do compromisso social a favor dos pobres e dos que sofrem. Os sofrimentos de numerosos deslocados e refugiados que tiveram de deixar as suas casas por causa da guerra necessitam de uma mão estendida e amiga para derramar sobre as suas feridas o bálsamo da consolação. Não se pode, enfim, desistir de cuidar dos Lugares Santos, que são o testemunho concreto do mistério da Encarnação do Filho de Deus e da oferenda da sua vida feita por amor a nós e pela nossa salvação.

Num cenário tão difícil, marcado pela ausência de peregrinos, sinto o dever de fazer minhas mais uma vez mais as palavras que o Apóstolo das nações dirigiu aos Coríntios há dois mil anos, convidando-os à solidariedade que não se baseia em motivações filantrópicas, mas cristológicas: «Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, fez-se pobre por vós, a fim de vos enriquecer através da sua pobreza» (2 Cor 8, 9). E depois de ter recordado o princípio de igualdade, de solidariedade e de intercâmbio dos bens materiais e espirituais, o Apóstolo acrescenta palavras eloquentes, hoje como então, e que não necessitam de qualquer comentário: «Tende presente isto: quem semeia pouco, recolherá pouco e quem semeia com abundância, recolherá com abundância. Cada qual dê segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. De resto, Deus tem o poder de vos cumular com toda a espécie de benefícios para que, tendo sempre e em todas as coisas o necessário, possais cumprir generosamente toda a espécie de boas obras» (2 Cor 9, 6-8).

A Vossa Excelência, aos sacerdotes, aos religiosos, às religiosas e aos fiéis, que se empenham para o bom êxito da Coleta, em fidelidade a uma obra que a Igreja pede a todos os seus filhos que se cumpra segundo as modalidades conhecidas, tenho a alegria de transmitir o profundo reconhecimento do Santo Padre Francisco. E enquanto invoco abundantes bênçãos divinas sobre esta Diocese, apresento as saudações mais fraternais no Senhor Jesus.

L'Osservatore Romano

Índia: Comunidades Católicas se unem em oração no Ano de São José

Guadium Press
As comunidades se reunirão ao longo do Ano de São José, para refletir juntas sobre o Patrono da Igreja e sobre a renovação de seu apostolado à luz do carisma Josefino.

Redação (18/03/2021, 10:20, Gaudium Press) Na Índia, todas as congregações religiosas que se inspiram em São José, além de numerosas comunidades católicas de carismas diferentes, estão promovendo todas as noites, em plena comunhão espiritual, reuniões através de encontros online para um momento de oração dedicado a São José, esposo de Maria, pai putativo de Jesus e patrono universal da Igreja.

A iniciativa foi organizada tendo em vista uma preparação espiritual para o dia da festa do Santo que ocorre nesta sexta-feira, 19 de março, e levando em consideração uma oportunidade extraordinária de participar do especial “Ano de São José”, convocado pelo Papa Francisco.

Fiéis passarão nove dias em reflexão e oração invocando bênçãos e graças de Deus pela intercessão de São José

O sacerdote franciscano Frei Nithya Sagayam, OFM Cap, organizador do evento, em declarações à Agência Fides, informou:
“Todos os fiéis são convidados a passar nove dias em oração, em reflexão, para invocar as bênçãos e graças de Deus através da intercessão de São José. Este é um evento verdadeiramente global”.

A rede “Thalir” que pertence aos Frades Capuchinhos foi que tomou a iniciativa de organizar o evento “tendo como referência a Carta apostólica do Papa Francisco “Patris Corde” (Com coração de Pai).

Segundo afirma Frei Sagayam, “escolhemos os temas desse texto, relacionando-os na forma de uma mensagem a ser aprofundada a cada noite”.

Ordens religiosas femininas, além dos Jesuítas, participarão do evento e enviaram subsídios para a realização dele  

Várias ordens religiosas femininas –através de suas Madres Gerais– expressaram seu desejo de participar do evento e enviaram subsídios para a sua realização.

Também os jesuítas participaram da preparação oferecendo reflexões para os encontros.

As reflexões para na abertura da novena foram oferecidas em uma homilia virtual realizada pelo arcebispo da Arquidiocese de Bombay, Dom Allwyn D’Silva.

A oração da noite une todos através de um link online baseado na plataforma Zoom.
Até agora, mais de 400 comunidades religiosas se inscreveram para a oração, que terá seu ponto alto amanhã, 19 de março, festa do Glorioso Patrono da Igreja Universal e São José.

Um Ano especial dedicado a São José

O frade franciscano capuchinho, organizador do evento dedicado a São José,  explicou que “Como resultado desta novena, as irmãs de uma comunidade religiosa estão diretamente ligadas com o resto do mundo através da oração comum”.

Além desse resultado inicial, 11 congregações religiosas indianas se reunirão ao longo deste Ano dedicado a São José, para refletir juntas sobre a renovação de seu apostolado posto à luz do carisma Josefino.  

Para Frei Sagayam, “Desta forma, a novena criará um novo entusiasmo em sua vida religiosa e em sua missão de Evangelização”.  (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, Com informações FIDES, foto VaticanNews)

https://gaudiumpress.org/

7 armas poderosas para o combate espiritual

PD | Aleteia
por Philip Kosloski

Estamos em uma batalha espiritual por nossa alma e precisamos "vestir a armadura de Deus".

São Paulo escreveu em sua carta aos Efésios: “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Efésios 6, 12).

É uma verdadeira guerra espiritual, e o diabo deseja muito nos afastar de Deus, para nos conduzir à ruína eterna.

Aqui está uma lista de 7 armas poderosas para o combate espiritual que a Igreja nos incentiva a usar.

1. Confissão de pecados

A confissão de pecados é a principal maneira que temos de pôr fim à nossa vida de pecado e começar um novo caminho. Não é por acaso que o diabo tentou implacavelmente assustar São João Vianney para longe de ouvir as confissões de pecadores obstinados.

2. Receber a Sagrada Comunhão

O sacramento da Sagrada Eucaristia é ainda mais poderoso para afastar a influência do diabo. Isso faz todo o sentido, pois a Sagrada Eucaristia é a presença real de Jesus Cristo, e os demônios não têm absolutamente nenhum poder diante do próprio Deus.

3. Entregar-se à Virgem Maria

Segundo o exorcista italiano pe. Sante Babolin, “enquanto invocava com insistência a Santíssima Virgem Maria, o diabo respondeu-me: ‘não aguento mais Aquela (Maria) e também não te suporto mais.’”

4. Colocar-se sob a intercessão de São José

Pe. Donald Calloway afirma essa conexão, mostrando como São José desempenhou um papel central na vida do Beato Bartolo Longo, um ex-devoto do demônio. Calloway explica que Bartolo tornou-se “muito dedicado a São José, orava a ele todos os dias e gostava particularmente de seu título de ‘Terror dos Demônios’. Bartolo tinha um amor tão grande por São José dizia a todos para recorrer ao santo em sua luta contra tentações de qualquer tipo.”

5. O Escapulário

De acordo com uma história, um dia o escapulário de São Francisco caiu. Antes que ele recolocasse, o diabo uivou: “tire este hábito que rouba tantas almas de nós!” Então Francisco fez o diabo admitir que há três coisas os demônios mais temem: o Santo Nome de Jesus, o Santo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmelo”.

6. Ter um hábito diário de oração

Satanás ama a desordem e fará tudo o que puder para interromper nossa vida de oração. É por isso que é vital estabelecer uma rotina de oração em que não se reze apenas quando se lembra, mas também em horários e durações determinados. Desta forma, mostramos a Deus nossas prioridades e expulsamos Satanás de nossas vidas.

7. Permanecer humilde

É uma atitude reconhecida há dois mil anos: humildade, fé, oração, receber os sacramentos (missa, confissão), viver uma vida cristã em conformidade com o Evangelho, fazer obras de caridade e perdoar os inimigos.

Aleteia



Amoris laetitia e São José se cruzam com surpreendente continuidade

Sagrada Família | Vatican News

Na Solenidade de São José e no Ano dedicado ao Patrono da Igreja Universal, tem início o Ano da Família Amoris laetitia, 5 anos após a publicação da Exortação pós-sinodal. Dois aniversários importantes que se cruzam com uma surpreendente continuidade.

Benedetta Capelli, Silvonei José – Vatican News

São José e a família. Um vínculo de ternura que vem imediatamente à mente como a mais natural das associações. "Um homem justo e sábio", definiu-o o Papa Francisco na audiência de quarta-feira; um Pai amado, acolhedor e na penumbra, um Pai da coragem criativa, lemos em Patris corde, a Carta apostólica com a qual o Pontífice proclamou o Ano de São José no dia 8 de dezembro de 2020. Um ano que se sobrepõe ao da Família que começa nesta sexta-feira, na solenidade do esposo de Maria, e 5 anos após a publicação de Amoris laetitia.

Francisco - outra importante associação - assinou a Exortação Apostólica precisamente em 19 de março de 2016, em meio ao Jubileu da Misericórdia e sob a proteção de São José. Na conclusão de Amoris laetitia, os muitos fios desta tela, tecida de amor pela Igreja e seus filhos, são entrelaçados.

Oração à Sagrada Família

Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a vós, confiantes nos entregamos. Sagrada Família de Nazaré, tornai também a nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja episódios de violência, fechamento e divisão nas famílias; que qualquer um que tenha sido ferido ou escandalizado seja prontamente confortado e curado. Sagrada Família de Nazaré, conscientizai a todos do caráter sagrado e inviolável da família, de sua beleza no plano de Deus. Sagrada Família de Nazaré, fazei com que todos nós tomemos consciência do caráter sagrado e inviolável da família, de sua beleza no plano de Deus.

O Ano da Família Amoris Laetitia

É na Festa da Sagrada Família, 27 de dezembro de 2020, que o Papa Francisco no Angelus anuncia o Ano dedicado à Família Amoris laetitia. O início é 19 de março de 2021, cinco anos após a publicação da Exortação Apostólica; a conclusão está marcada para 26 de junho de 2022, por ocasião do décimo Encontro Mundial das Famílias em Roma. "Um ano - ele explica ao anunciar o Ano - de reflexão, uma oportunidade para aprofundar os conteúdos do documento". Coordenando as iniciativas pastorais, espirituais e culturais está o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que, em seu site em 5 idiomas, www.amorislaetitia.va, disponibilizou subsídios e anunciou conferências e estudos aprofundados sobre o documento pontifício. É o próprio Papa que esclarece, no texto no número 5, a importância de Amoris laetitia:

“Esta Exortação adquire um significado especial no contexto deste Ano Jubilar de Misericórdia. Primeiro, porque a entendo como uma proposta para as famílias cristãs, encorajando-as a apreciar os dons do matrimônio e da família, e a manter um amor forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a paciência. Em segundo lugar, porque se propõe a encorajar a todos a serem sinais de misericórdia e proximidade onde a vida familiar não é perfeitamente realizada ou não se desenvolve com paz e alegria".

A família de Nazaré, estrela polar

Francisco olha para o "ícone da família de Nazaré, com sua vida cotidiana feita de dificuldades e até pesadelos", como a violência de Herodes, que ainda hoje se renova na pele de tantos refugiados, mas também à sua "aliança de amor e fidelidade" que "ilumina o princípio, que dá forma a toda família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história". E em Amoris laetitia, o Papa cita Paulo VI e seu discurso em Nazaré em 5 de janeiro de 1964:

“Aqui entendemos o modo de vida da família. Nazaré nos lembra o que é a família, o que é a comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu caráter sagrado e inviolável; nos faz ver como é doce e insubstituível a educação na família, nos ensina sua função natural na ordem social”.

O Ano de São José

É José quem cuida deste tesouro, "como chefe da família", é Ele - escreve Francisco no Patris Corde - que nos ensina que "ter fé em Deus também inclui acreditar que Ele pode operar mesmo através de nossos medos, nossas fragilidades, nossas fraquezas". "É o verdadeiro milagre com o qual Deus salva a Criança e sua mãe", confiando em sua "coragem criativa". A esta figura muito amada pelos fiéis, 150 anos após sua proclamação como Patrono da Igreja Universal graças ao decreto do Papa Pio IX Quemadmodum Deus, Francisco decidiu dedicar um Ano a São José. Ele também concedeu o "dom das Indulgências especiais" até 8 de dezembro de 2021 sob as condições habituais: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração de acordo com as intenções do Papa.

Vatican News

“Não existe direito de matar”, diz arcebispo sobre projeto de aborto

Foto referencial / Ryan Franco em Unsplash

Lima, 18 mar. 21 / 07:00 pm (ACI).- “Não há como parar de repetir: Não existe o direito para matar, para assassinar, só existe o direito à vida! A vida humana deve ser sempre acolhida, defendida e protegida da concepção a seu fim natural”, disse Dom José Antonio Eguren, Arcebispo de Piura y Tumbes no norte do Peru. Com seu texto, publicado no website da Arquidiocese no dai 17 de março, Dom Eguren rechaçou o projeto de lei de liberação do aborto apresentado em 9 de março pelo partido de esquerda Frente Amplio.

No texto, intitulado “Não ao aborto, defendamos a vida”, o Arcebispo lembrou palavras do Papa. “Como bem denunciou o Papa Francisco, ‘é justo eliminar uma vida humana para resolver um problema? Não na religiosidade quando isto se trata de uma questão humana.’ ”

Dom Eguren denuncia que, com o projeto de lei “pretende-se legalizar o crime abominável do aborto no Peru. Mais uma vez se busca atentar contra a vida das crianças por nascer, os peruanos mais pobres e indefesos, que não têm voz para se defender, nem votam. A criança por nascer é o menor e mais frágil integrante da família peruana.”

O projeto afirma que “a vida humana começa a partir da decisão da mulher de levara a cabo sua gravidez”. Para Dom Eguren, “afirmar que a vida depende da vontade de alguém, ainda que esse alguém seja a própria mãe, é um disparate do ponto de vista científico e jurídico além de uma falsidade engendrada por uma visão ideológica.”

O Arcebispo recordou que a vida começa com a fecundação e denunciou que o projeto de lei do aborto do congressista Yván Quispe Apaza atenta contra a Constituição Política do Peru que, em seu Artigo 2, reconhece o concebido como sujeito de direito em tudo o que lhe favorece.”

O projeto também “desconhece o direito paterno dos pais de família e seu direito à educação dos filhos” garantidos pela legislação, “sobretudo em matéria de formação moral e educação sexual.”

Dom Eguren escreveu em seu comunicado que “nos casos de legalização do aborto por violação ou perigo de vida da mãe depois da décima quarta semana, no fundo isso equivale à desproteção total da criança por nascer e a legalizar o aborto por livre demanda, porque bastaria uma declaração de violação ou que a gravidez produza estresse psicológico para que se possa ter acesso ao aborto em qualquer momento, quer dizer ao assassinato de um inocente.”

O Arcebispo destacou que “a imensa maioria dos peruanos nos opomos ao aborto”, mas que, apesar disso, “uma minorio local ideologizada que responde a grandes interesses internacionais, em união com ONGs que movimentam grandes quantidades de dinheiro, muitas delas citadas no projeto de lei, procuram impor leis que atentam contra a vida e a dignidade da pessoa humana”.

“Curiosamente o projeto de lei apresentado é muito semelhante ao aprovado recentemente na Argentina”, observou.

A lei aprovada em 30 de dezembro último na Argentina permite o aborto até 14 semanas de gestação sem nenhuma causa, como está no projeto peruano. A partir das 14 semanas é possível solicitar abordo por violação. Basta que a mulher seja maior de 16 anos e assine uma declaração jurada sobre ter sido violada.

O Arcebispo peruano também lamentou que o projeto do aborto “se apresente em plena pandemia de Covid-19 quando a atenção e os esforços de nossa classe política deveriam estará concentrados em resolver a dramática crise sanitária, econômica, política e moral que vivemos.”  

“Esses são os verdadeiros problemas a resolver. Não há hospitais bem equipados para atender a pandemia, oxigênio, leitos de UTI, medicamentos, testes etc. para salvara a vida dos peruanos doentes de Covid-19 e se pretende destinar recursos do sistema de saúde para matar?”, perguntou Dom Eguren.  

Segundo os dados oficiais registraram-se 1.427.064 casos de Covid-19 com 49.330 mortos no país. Isso levou o sistema de saúde ao colapso, situação que se agrava com a escassez de oxigênio ou com seu alto custo. Ainda que a Igreja Católica promova iniciativas como “Respira Peru” para ajudar às famílias e colaborar com o Estado, não é suficiente diante das necessidades atuais.

Para o Arcebispo peruano “é uma contradição e um completo absurdo que congressistas promovem, nas atuais circunstâncias de pandemia, iniciativa desse tipo” quando “há uma luta heroica pela vida, tanto por parte dos enfermos como de seus familiares e dos médicos e do nosso pessoal da saúde.”

Para concluir, Dom Eguren expressou sua esperança de que os congressistas “estudarão e debaterão esse projeto de lei, desaprovem-no e o arquivem por ser inconstitucional e violador do primeiro dos direitos humanos: o direito à vida.”

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF