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quarta-feira, 24 de março de 2021

As celebrações de Francisco na Semana Santa

Um momento da Via Sacra do Papa no átrio de São Pedro (2020)
(Vatican Media)

A Sala de Imprensa vaticana divulgou os compromissos do Papa desde o Domingo de Ramos até a segunda-feira após a Páscoa, no âmbito das restrições da Covid. A missa in Coena Domini (Missa do Lava-pés) será presidida pelo cardeal Re, enquanto a Via Sacra, no átrio da Basílica de São Pedro, terá meditações realizadas por escoteiros da Úmbria e por uma paróquia romana, e desenhos de crianças de duas casas família romanas.

Alessandro De Carolis – Vatican News

Doze meses depois, as liturgias centrais do ano ainda devem fazer as contas com uma pandemia que atinge todas as partes do mundo, e até mesmo o coração do catolicismo. Também a Semana Santa de Francisco terá tempos e ritmos modelados nas exigências que a Covid impõe, antes de tudo a ausência dos milhares de fiéis que normalmente se fazem presentes nos compromissos desde o Domingo de Ramos até a Páscoa.

Missa do Crisma e Quinta-feira Santa

Ao comunicar os detalhes dos eventos papais a Sala de Imprensa vaticana especificou que cada um deles será realizado com uma presença "limitada" de fiéis no "respeito das medidas sanitárias previstas". A série de compromissos anunciados tem início com a Missa do Domingo de Ramos, marcada para às 10h30 (5h30 – hora de Brasília) no Altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro. A Missa do Crisma na quinta-feira, 1º de abril, às 10 horas (5h da manhã no Brasil), também será no altar da Cátedra, presidida pelo Papa, cuja presença, ao invés, não está prevista para às 18 horas para a celebração in Coena Domini, (Missa do Lava-pés) que neste caso será presidida pelo cardeal decano do Colégio cardinalício, Giovanni Battista Re.

A Via Sacra no átrio da Basílica

Os outros dois compromissos de Francisco para a Sexta-feira Santa estão programados para às 18h (13h no Brasil) com a celebração da Paixão na Basílica de São Pedro e três horas depois, às 21h00 (16h no Brasil), a Via Sacra, em mundo-visão, mais uma vez privada do cenário do Coliseu, mas montada sobre o átrio da Basílica vaticana. Este ano, informou em um comunicado o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, a preparação das meditações foi confiada ao Grupo Escoteiro Agesci "Foligno I" (da Úmbria) e à paróquia romana dos Santos Mártires de Uganda. Especiais serão as imagens que acompanharão as diversas Estações: os desenhos foram feitos por crianças e jovens da Casa Família "Mater Divini Amoris" e da Casa Família "Tetto Casal Fattoria", ambas de Roma: a primeira dirigida pelas Filhas de Nossa Senhora do Divino Amor, a segunda fundada por uma associação de voluntários.

Às 19h30 (14h30) do Sábado Santo, 3 de abril, o Papa retorna ao Altar da Cátedra para a Mãe de todas as vigílias; depois, no Domingo às 10h (5h no Brasil), na Basílica vaticana, será celebrada a Missa da Páscoa. Na conclusão da Santa Missa, a tradicional Mensagem e Bênção Urbi et Orbi. No dia seguinte, Lunedì dell’Angelus, (Segunda-feira do Angelus), a primeira recitação do Regina Coeli na Biblioteca do Palácio Apostólico.

Vatican News

Cardeais defendem recusa de bênçãos para homossexuais

Cardeais: Peter Turkson e Sean O'Malley.
Crédito: Daniel Ibanez/CNA

DENVER, 23 mar. 21 / 01:46 pm (ACI).- Dois cardeais sustentaram as diretrizes de uma recente declaração do Vaticano, que afirma que a Igreja não pode abençoar uniões do mesmo sexo. Trata-se do Arcebispo de Boston, Dom Sean O´Malley e do Prefeito para o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano, Dom Peter Turkson. Eles tiveram um painel em que falaram com pessoas que se consideravam decepcionadas com a resposta do Vaticano.

Em um painel online organizado pela Universidade de Georgetown, nos EUA, o cardeal Turkson e o Cardeal Sean O'Malley— que também é membro do Conselho de Cardeais do Papa Francisco — foram convidados a responder às pessoas "que estão desapontadas" com a recente declaração do Vaticano sobre uniões entre pessoas do mesmo sexo.

A Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano disse na segunda-feira que a Igreja não tem o poder de abençoar uniões do mesmo sexo. O documento foi aprovado para publicação pelo Papa Francisco.

Na quinta-feira, o cardeal O'Malley disse que o Papa Francisco tem sido "sensível e pastoral" com todos, ao mesmo tempo em que defendeu o ensinamento da Igreja.

O Papa Francisco deixou claro que deseja "estar perto das pessoas, da realidade e dos desafios de suas vidas, não importa o que seja", disse Dom Sean O'Malley.

"Ao mesmo tempo, a Igreja tem um ensinamento muito claro sobre o casamento que deve ser proclamado", acrescentou.

"E eu acho que o Santo Padre tenta ser muito sensível e pastoral em sua relação com as pessoas, e mostrar sua preocupação com os indivíduos e, ao mesmo tempo, seu compromisso com a fidelidade ao que a Igreja ensina sobre o Sacramento do Matrimônio", disse o Cardeal O'Malley.

O Papa Francisco enfatiza a dignidade de todos, incluindo aqueles com atração pelo mesmo sexo, afirmou por sua parte o cardeal Turkson, acrescentando que o Papa está "pedindo às famílias que sejam acolhedores com filhos que apresentem algumas dessas tendências".

"Então a solidariedade está lá. Nota-se a preocupação e a solicitude de um Papa", disse ele a respeito das diretrizes.

“Os ensinamentos da Igreja sobre o casamento são de Deus e não de homens”, acrescentou ainda.

"A Igreja como o caminho para a salvação, em primeiro lugar, precisa reconhecer que este não é constituído pela liderança do Papa ou dos pastores ou de qualquer um na Igreja, mas pelo que as Escrituras e o Apocalipse sempre disseram sobre o caminho da salvação", recordou.

Os cardeais também foram questionados sobre a nova administração Biden.

O Cardeal O'Malley disse que algumas áreas comuns entre a Igreja e a administração poderiam incluir os Estados Unidos voltar ao acordo climático de Paris, bem como a imigração. O cardeal Turkson disse ao final que, tanto o presidente Joe Biden como o Papa Francisco, partilham um apreço pela "cultura do encontro".

Confira:

ACI Digital

S. CATARINA DA SUÉCIA, VIRGEM, FILHA DE S. BRÍGIDA

S. Catarina da Suécia com a mãe Brigida do Papa Urbano V
(Joachim Schäfer - Ökumenisches Heiligenlexikon) 
24 de março

Catarina nasceu na Suécia em 1331 e foi a sexta de oito filhos de Santa Brígida da Suécia e Ulf. Foi educada segundo os usos e preceitos da Igreja Católica e instruída ao amor cristão pelo próximo.
No processo de canonização da sua mãe, declarou como testemunha: "Lembro quando minha mãe me levava, junto com as minhas irmãs, para visitar os hospitais, que havia mandado construir; com as suas próprias mãos, enfaixava, sem repugnância, as feridas dos enfermos". De fato, o desejo de Brígida era que seus filhos aprendessem a servir ao Senhor nos pobres e doentes. Ela cresceu neste clima profundamente evangélico.
Era ainda mocinha quando sua mãe foi convocada pela Corte sueca como governanta de Bianca de Namur, jovem noiva do rei Magnus Eriksson. Catarina e sua irmã, Ingeborg, foram confiadas ao mosteiro cisterciense de Riseberg.
Anos mais tarde, Brígida deixou Estocolmo, por causa de alguns contrastes com a realeza e por estar aflita pela morte do seu filho de 11 anos, Gudmar.
Desejando aprofundar a sua fé, decidiu fazer algumas peregrinações com o marido. Então, Catarina ficou hospedada, com sua irmã Cecília, no convento dominicano de Skenninge, para prosseguir seus estudos. No entanto sentia muito a falta de uma vida familiar.

Da Suécia para a Itália

Catarina tinha 14 anos, quando seu pai, ao voltar, gravemente doente de Santiago de Compostela, com sua esposa, decidiu passar os últimos anos da sua vida no mosteiro cisterciense de Alvastra. Porém, ele queria ver sua filha casada; por isso, ofereceu sua mão a Edgar von Kyren. Apesar de ser contrária ao matrimônio, Caterina obedeceu a seus pais, mas, de comum acordo com o marido, fez voto de castidade. Com ele, levou um estilo de vida monacal, feito de oração, jejuns e penitências.
Seu modelo sempre foi sua mãe Brígida, que, após a morte do seu marido Ulf, também foi para Alvastra, onde, alguns anos depois, fundou um mosteiro em Vadstena. Catarina amava e admirava profundamente sua mãe e aspirava à sua santidade. Mas, ao contrário da sua mãe, ainda não sabia como servir à Igreja.
Em 1349, Brígida partiu para Roma, a fim de obter a aprovação da sua fundação em Vadstena e para pedir o retorno do Papa de Avinhão. Catarina ficou triste com a sua partida. No entanto, no ano seguinte, reencontrou a mãe, por ocasião do Ano Santo, aceitando o convite do Papa para visitar o túmulo de Pedro e as outras grandes Basílicas romanas para obter as indulgências.

Período de inquietação

Durante a sua permanência em Roma faleceu seu marido Edgar. A convite da sua mãe, Catarina permaneceu na Itália. Porém, sentia falta da Suécia, sofria de solidão e de depressão, pois Brígida a proibiu de sair de casa sozinha, porque a Urbe não era segura para uma jovem bela sueca, que atraía olhares de muitos vilões.
Catarina recusou diversas propostas de casamento e escapou de muitos pretendentes. O cervo, que sempre é representado ao seu lado, a teria salvo, ao distrair um pretendente, que havia sido rejeitado, que queria raptá-la.
Para manter distância dos homens, Catarina começou até a usar roupas simples ou gastas. Ficou atormentada pela inquietação de não saber qual estilo de vida deveria adotar. Para entender qual era a vontade de Deus, dirigiu-se à Virgem, que, em sonhos, a convidou a obedecer a sua mãe. Então, ela a seguiu em todas as suas iniciativas, dedicando-se total e amorosamente às suas causas.

Missão com sua mãe e abadessa de Vadstena

Com sua mãe Brígida, Catarina dedicou-se à catequese entre as nobres famílias romanas e às obras de caridade, promoveu o projeto deVadstena e fez peregrinações. Com ela, por cerca de vinte anos, morou em uma casa, perto do Campo dei Fiori, vivendo, em extrema pobreza, uma vida composta de atividades pastorais, oração e rígida ascese. 
Brígida faleceu em 23 de julho de 1373. Seu desejo, expresso à sua filha, era que seus restos mortais fossem sepultados no mosteiro de Vadstena.
Após uma longa viagem, Catarina chegou lá, no dia 4 de julho do ano seguinte, e decidiu ser monja. Ao ser eleita abadessa, regressou a Roma para pedir a canonização da sua mãe e obter a aprovação da regra da Ordem, que havia fundado. 
Nos cinco anos seguintes, Catarina coletou depoimentos sobre a vida da sua mãe e os apresentou primeiro a Gregório XI e depois a Urbano VI. Este último aprovou a regra da Ordem Brigidina, com uma Bula datada de 3 de dezembro de 1378, mas omitiu a Causa de Canonização de Brígida. Depois de entregar toda a documentação necessária, Catarina retornou a Vadstena, onde faleceu em 24 de março de 1381.

Vatican News

terça-feira, 23 de março de 2021

Milagre a ser aplaudido: em defesa dos chás-revelação

Shutterstock-Kzenon
por Michael Rennier

Essas festas são um reconhecimento de que, antes de tudo, a criança é uma surpresa a ser saudada com admiração!

Certa vez, fui a uma festa em que os anfitriões eram um pai e uma mãe grávidos. O futuro pai jogou uma bola de beisebol para sua esposa e ela rebateu com um bastão, explodindo pó rosa para todos os lados. Todos nós aplaudimos. Foi assim que descobrimos que o bebê era uma menina. Tenho que admitir, fiquei encantado com toda a produção deste chá-revelação.

Mas algumas pessoas pensam que as festas deste tipo estão fora de controle. Certamente, alguns deles deram muito errado e talvez haja uma tendência de essas festas se tornarem completamente perigosas, complicadas ou caras.

Adicione a essa tendência a tentação humana de invejar e nossa necessidade de provar nosso valor, superando uns aos outros em exibições impressionantes. Infelizmente, a chegada de um bebê dificilmente é o momento de ceder a isso. O que muitos esquecem, de fato, é que um bebê não é um objeto para se possuir ou exibir como um anel de diamante. Um filho não é a oportunidade de fazer os vizinhos ficarem verdes de inveja. Uma família não é um símbolo de status.

A alegria do chá-revelação

Na minha experiência, no entanto, muitos chás-revelação de sexo são, de fato, alegres e encorajadores – uma chance de comemorar e criar uma memória divertida.

Os bebês são imprevisíveis. Eles nascem quando querem, sem aviso prévio – a qualquer hora, em qualquer lugar – e então passam o resto de suas vidas mantendo seus pais alertas. Por isso, parece-me apropriado anunciar sua chegada com uma festa maluca em que pó rosa ou azul, confetes ou similares aparecem de uma forma desnecessariamente peculiar, para, imediatamente depois, trazer lágrimas autênticas de alegria aos olhos dos pais.

Grande parte da gravidez hoje em dia passa pelo desejo de controlar o processo do início ao fim. Os casais tentam planejar exatamente quantos filhos terão. Eles programam as gestações para períodos oportunos da vida, talvez pensando em adiar, até que, finalmente, tenham a casa certa, dinheiro suficiente, experiência suficiente. E então, quando eles estiverem prontos, o plano é colocado em ação e uma gravidez é permitida.

Futuro desenhado

Se tudo correr bem, uma nova adição à família logo surgirá. O planejamento continua. Procurar pré-escolas, traçar planos de sono, horários de alimentação… Às vezes, os casais planejam a cesariana com antecedência para que a data do parto não chegue no dia errado. Todo um futuro é desenhado. Claro, algum planejamento é necessário e ninguém deve zombar disso, mas em suas versões extremas, esses planos são um pouco exagerados. Eles são emblemáticos de um tipo particular de desejo de aproveitar o sonho americano, de ter a família perfeita, mas também de ter tudo o mais ao mesmo tempo.

Lembro-me daquele período de ansiedade nos meses antes de termos nossa primeira filha. Naquela época, o chá-revelação de sexo não existia. Mas, como todos os pais de primeira viagem, estávamos cheios de expectativa. Tínhamos nossas ilusões de como seria a vida com nosso bebê. O quartinho estava pronto – o berço, o trocador, a caixa de música para colocá-la para dormir. Então ela chegou em uma manhã de neve antes que o sol tivesse sequer começado a nascer e destruiu todos os nossos planos. Ela se recusou a dormir no berço. E sujou inúmeras fraldas na primeira noite (não seria bom descrever isso com mais detalhes na internet). Ela chorou sem parar até que eu a coloquei no carro para um passeio à meia-noite.

Um milagre a ser aplaudido

Talvez minha experiência pessoal como pai seja o motivo pelo qual eu ame tanto o chá-revelação. Essas festas são um reconhecimento de que, antes de tudo, a criança é uma surpresa a ser saudada com admiração. Um nascimento é um milagre a ser aplaudido.

Lembremos da festa da Anunciação, a antiga celebração cristã do anúncio feito a Maria de que ela daria à luz um menino. Eu me pergunto se os anjos estavam jogando confetes azuis…

Maria calmamente aceitou o momento surpresa da gravidez. Ela aceitou que sua vida seria drasticamente reorganizada e celebrou isso. Ela celebrou não apenas o mistério de algo acontecendo em seu ventre, mas também celebrou alguém.

Este é o verdadeiro objetivo do chá-revelação: a chance de transmitir identidade e propósito para a criança, aquele garotinho ou garotinho, uma pequena pessoa a ser conhecida e amada.

Aleteia

As cores do outono

Guadium Press
No outono, como se regidas por um misterioso maestro, as folhas despem-se do verde que lhes é comum e tomam emprestadas as cores do sol.

Redação (22/03/2021 12:05Gaudium Press) O universo é cheio de segredos. No entanto, ao longo dos séculos Deus foi iluminando os homens para desvendarem os arcanos da Criação. Com efeito, encontramos muitos ensinamentos – ao alcance de nossa vista ou mesmo de nossas mãos – que são úteis tanto para o intelecto quanto para a alma.

Assim, contemplando a imensidão do oceano, podemos ter uma noção profunda a respeito da grandeza. O cãozinho que continua a seguir o seu dono empobrecido, mesmo quando a comida não é abundante e o trato é pouco bondoso, fala-nos de fidelidade. Para não irmos mais longe, lembremos os insuperáveis exemplos do labor da formiga, da mansidão do cordeiro e da astúcia da raposa.

Contudo, vale a pena dar uma vista de olhos também no reino vegetal. Embora as descrições feitas adiante sejam mais próprias aos países de clima temperado ou subtropical, elas certamente não serão de todo estranhas a quem vive em regiões de outras temperaturas, pois a internet tratou de difundi-las por toda parte.

Guadium Press

O ciclo das estações

As plantas obedecem ao ciclo das estações. Ao despontar da primavera, os galhos das árvores cobrem-se de uma miríade de tenros e pequeninos pontos verdes, os quais de início surgem modestamente, mas, passados alguns dias, crescem com espantosa rapidez, numa explosão de vida que o rigor do inverno parecia ter sobrepujado. As macias folhas primaveris estão, por assim dizer, em sua infância.

Entretanto, logo o calor do verão lhes traz cores mais densas, elas se tornam mais rígidas e seu tamanho chega ao auge: já atingiram sua maturidade. Agora exuberantes, elas, contudo, não descansam, na sua incessante tarefa de proporcionar ar e luz para a árvore que as gerou.

De fato, poderiam olhar com certo orgulho para os suculentos frutos pendentes dos ramos, pois esses doces elementos são, em parte, resultantes de seu trabalho.

Mas seguem-se as semanas. A colheita já foi feita. Um discreto vento frio começa a soprar… As folhas talvez percebam que sua missão está encerrada, e pouco tempo lhes resta de vida. A árvore da qual todas nasceram começa a recolher sua seiva, e o pedúnculo que prende cada uma delas ao galho vai-se tornando aos poucos mais ressequido e quebradiço.

Guadium Press

A mágica sinfonia colorida das folhas

É o momento de elas darem seu derradeiro lance. Como se regidas por um misterioso maestro, todas as folhas, quase ao mesmo tempo e numa mágica sinfonia, despem-se do verde comum a todas elas e tomam emprestadas as cores do sol… Disputando entre si numa maravilhosa competição de beleza, umas vestem um amarelo radiante, outras um laranja incomparável, outras ainda se tingem de um vermelho mais vivo que o sangue.

Mesmo depois de terem sido arrancadas impiedosamente dos galhos, pelo vento, e atiradas ao chão, elas continuam por mais algum tempo a exibir suas cores fascinantes, num encantador mosaico que cobre o solo.

Na hora de se despedirem da vida, tornam-se mais belas do que jamais o foram em toda a sua existência. Em vez de trazer melancolia, seu adeus nos inspira uma alegre aceitação das regras simples e naturais, inerentes ao ciclo da existência nesta terra.

Guadium Press

No entardecer da vida poderemos oferecer a generosa dádiva das virtudes

O singelo exemplo das folhas fala por si. Se as pobrezinhas chegam aos seus últimos dias com tanta “nobreza”, porque não haveremos nós, homens, de fazer o mesmo?

Deus deu a cada ser humano uma alma imortal. Assim, muito se engana quem imagina que, quando passam a pesar sobre os ombros de uma pessoa os anos e os incômodos da velhice, a vida já não tem para ela encanto nem razão de ser.

Sem dúvida, o físico decai, mas o espírito pode e deve buscar um contínuo aperfeiçoamento; e alguém que com sinceridade de coração almeja a verdade e o bem, no entardecer da vida poderá com despretensão oferecer a seus irmãos e semelhantes à generosa dádiva das virtudes, do bom exemplo e da experiência, cuja beleza sobrenatural supera em brilho as cores de todos os outonos…

Por Carlos Toniolo

https://gaudiumpress.org/

"Hospital do Papa" descobre como crianças neutralizam o coronavírus

Acesso principal ao Hospital Bambino Gesù.
Foto: Hospital Bambino Gesù

Roma, 23 mar. 21 / 06:00 am (ACI).- Um estudo realizado pelo Hospital Bambino Gesù de Roma, conhecido como Hospital do Papa, conseguiu identificar pela primeira vez as características imunológicas de crianças capazes de neutralizar o coronavírus SARS-CoV-2 já na primeira semana de infecção.

Este estudo, realizado em conjunto com a Universidade de Pádua e o Instituto Zooprofilático Experimental de Veneza, e publicado na revista científica Cell Reports, tenta responder por que a maioria das crianças infectadas com o coronavírus SARS-CoV-2 supera a infecção rapidamente ou desenvolve apenas sintomas leves.

Também busca encontrar resposta para o motivo pelo qual algumas crianças são capazes de neutralizar o vírus antes de outras. A resposta estava nas características imunológicas das crianças, agora identificadas.

A pesquisa do Bambino Gesù contou com a participação de 66 pacientes entre 1 e 15 anos internados no Centro Covid do Bambino Gesù de Palidoro no verão de 2020.

A pesquisa foi promovida pelo grupo de estudos "CACTUS-Estudos Imunológicos em crianças afetadas pela Covid e por Doenças Agudas", criado por médicos e pesquisadores do Departamento Pediátrico Universitário Hospitalar do Bambino Gesù durante a emergência sanitária.

Segundo um comunicado de imprensa do hospital, “as investigações laboratoriais mostraram como o perfil imunológico das crianças, que depois de uma semana já conseguiam neutralizar o vírus, estava caracterizado por um grande número de linfócitos T e B específicos contra o SARS-CoV -2, capazes de se reproduzir rapidamente ao entrar em contato com o patógeno e de produzir um grande número de anticorpos para neutralizá-los”.

“Nas crianças com este perfil imunológico particular”, continua o resumo da investigação, “detectou-se uma carga viral muito baixa uma semana depois (menos de 5 cópias virais por microlitro de sangue), capaz de anular efetivamente a sua capacidade infecciosa e, portanto, a possibilidade de contágio, também na presença de uma PCR ainda positiva”.

Além disso, o estudo revela que “a presença de linfócitos T e B específicos contra o coronavírus parece estar relacionada à exposição de crianças a outros vírus sazonais. Os pacientes com maior capacidade de neutralizar rapidamente a SARS-CoV-2, na verdade, eram aqueles que já haviam entrado em contato, ao longo de sua história médica, com um número elevado de outros vírus do resfriado”.

O resultado deste estudo do Hospital Bambino Gesù permitirá no futuro “adotar melhores estratégias terapêuticas, verificar a eficácia da vacinação em crianças e projetar medidas de quarentena personalizadas”.

ACI Digital

Testemunho: a pandemia trouxe um grande impulso à fé de muitos

eldar nurkovic | Shutterstock
por Tom Hoopes

Deus sempre encontra seus meios de tocar nosso coração com Sua misericórdia infinita.

Santo Agostinho disse que Deus nunca permitiria que qualquer mal existisse em suas obras se Ele não fosse tão poderoso e bom a ponto de fazer com que o bem emergisse do próprio mal e do sofrimento.

Pew Research relatou em janeiro que na América quase 3 em cada 10 adultos norte-americanos dizem que a pandemia do novo coronavírus aumentou sua fé e cerca de 4 em 10 dizem que estreitou os laços familiares.

Isso certamente aconteceu comigo. Senti-me dominado pelo amor de Deus e compelido a fazer mais com meu tempo e aprofundar minha fé depois de minha própria infecção por coronavírus e de testemunhar o incrível poder da oração.

Uma mãe de seis filhos teve a mesma experiência de graça que eu. Therese Rodriguez me contou como, em 19 de abril de 2020, festa da Divina Misericórdia, domingo, ela se ajoelhou para adoração na porta de vidro da entrada de sua igreja paroquial.

“Senti uma atração magnética apenas pela beleza de Deus”, disse. Ela encontrou palavras para descrever o que também senti na oração durante a pandemia: “Meu coração foi capturado em uma profunda quietude libertadora”.

“Eu senti que tudo iria bem com o mundo, mesmo sabendo que meu mundo precisava de ajustes e que eu precisava aceitar vários problemas pessoais”, disse ela. “Quase pude ouvir o Senhor falar de coração a coração com profunda clareza” – disse – no que chamou de “cirurgia cardíaca do tipo devocional”.

Mais testemunhos

São inúmeros os relatos de pessoas que redescobriram a força da Palavra de Deus neste tempo difícil.

Alexa Paul, de Washington, D.C., me contou que todos os dias ela e sua irmã liam juntas, por meio de uma chamada de vídeo, um capítulo das cartas de São Paulo.

Já o jovem Benjamin Pio, do Benedictine College, me disse que ele e seus amigos descobriram um mundo inteiro de conteúdo na internet sobre a fé e a espiritualidade católica.

Por outro lado, Carolyn Smith, de Mason, New Hampshire, mãe de nove filhos, tornou-se uma evangelizadora digital na pandemia.

“Muitos padres buscaram formas de transmitir suas missas pela internet, e eu divulgava”, disse ela. “Recebi muitas homilias maravilhosas que eu nunca teria a chance de ouvir de outra forma”.

O cristianismo revigorou depois da primeira pandemia que enfrentou em sua história. Parece que Deus está trabalhando arduamente nesta também.

Aleteia

O Papa: Santo Afonso de Ligório é pai e mestre de misericórdia

S. Afonso de Ligório | Vatican News

A experiência missionária nas periferias existenciais de seu tempo, a busca dos distantes e a escuta das confissões, a fundação e liderança da nascente Congregação do Santíssimo Redentor, e ainda as responsabilidades como Bispo de uma Igreja particular, o levaram a tornar-se pai e mestre de misericórdia, certo de que o "paraíso de Deus é o coração do homem": é o que afirma o Papa Francisco na mensagem à Congregação dos Redentoristas por ocasião dos 150 anos da proclamação de Santo Afonso Maria de Ligório como doutor da Igreja.

Raimundo de Lima - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Superior Geral da Congregação do Santíssimo Redentor (Congregação dos Redentoristas), padre Michael Brehl, por ocasião dos 150 anos da proclamação de Santo Afonso Maria de Logório como Doutor da Igreja, feita pelo Papa Pio IX em 23 de março de 1871.

Cento e cinquenta anos após esta alegre data, a mensagem de Santo Afonso Maria de Ligório, patrono dos confessores e moralistas, e modelo para toda a Igreja em saída missionária, indica ainda vigorosamente a estrada-guia para aproximar as consciências do rosto acolhedor do Pai, pois "a salvação que Deus nos oferece é a obra de sua misericórdia", afirma o Santo Padre em sua mensagem.

Escuta da realidade

Francisco fala da “Escuta da realidade”. “A proposta teológica afonsiana deriva de ouvir e acolher a fragilidade dos homens e mulheres mais abandonados espiritualmente. O Santo Doutor, formado em uma mentalidade moral rigorosa, foi convertido à ‘benignidade’ através da escuta da realidade.”

A experiência missionária nas periferias existenciais de seu tempo, a busca dos distantes e a escuta das confissões, a fundação e liderança da nascente Congregação do Santíssimo Redentor, e ainda as responsabilidades como Bispo de uma Igreja particular, o levaram a tornar-se pai e mestre de misericórdia, certo de que o "paraíso de Deus é o coração do homem", lê-se.

A conversão gradual para uma pastoral decididamente missionária, capaz de proximidade com o povo, de saber acompanhar seus passos, de compartilhar concretamente suas vidas mesmo em meio a grandes limitações e desafios, levou Afonso a rever, não sem esforço, até mesmo a abordagem teológica e jurídica que havia recebido nos anos de sua formação: inicialmente marcada por um certo rigorismo, foi depois transformada em uma abordagem misericordiosa, evangelizadora e dinâmica capaz de agir por atração, enfatiza Francisco.

Consciências maduras para uma igreja adulta

O Pontífice fala também em sua mensagem em “Consciências maduras para uma igreja adulta”. A exemplo de Santo Afonso Maria de Ligório, o renovador da teologia moral, é desejável e, portanto, necessário colocar-se ao lado, acompanhar e apoiar aqueles mais desprovidos de ajuda espiritual no caminho da redenção. “A radicalidade evangélica não deve ser colocada contra a fraqueza do homem. É sempre necessário encontrar o caminho que não distancie, mas que aproxime os corações de Deus, assim como Afonso fez com seu ensinamento espiritual e moral”, destaca o Papa.

Tudo isso porque "a imensa maioria dos pobres possui uma abertura especial à fé; eles precisam de Deus e nós não podemos deixar de lhes oferecer sua amizade, sua bênção, sua Palavra, a celebração dos sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e maturação na fé". A opção preferencial pelos pobres deve ser traduzida principalmente em uma atenção religiosa privilegiada e prioritária".

Como Santo Afonso, somos chamados a sair ao encontro do povo como uma comunidade apostólica que segue o Redentor entre os abandonados. Este encontro com aqueles desprovidos de socorro espiritual ajuda a superar a ética individualista e a promover uma maturidade moral capaz de escolher o verdadeiro bem. “Ao formarmos consciências responsáveis e misericordiosas, teremos uma Igreja adulta capaz de responder construtivamente às fragilidades sociais, tendo em vista o reino dos céus”, continua o Santo Padre.

Neste aniversário especial, conclui Francisco, "encorajo a Congregação do Santíssimo Redentor e a Pontifícia Academia Afonsiana, como sua expressão e centro de alta formação teológica e apostólica, a colocar-se em diálogo construtivo com todas as instâncias provenientes de cada cultura, a fim de buscar respostas apostólicas, morais e espirituais em favor da fragilidade humana, sabendo que o diálogo é marturya".

Vatican News

Bispo critica governo alemão por fechar igrejas na Páscoa

Imagem referencial. Thom Milkovic/Unsplash (CC0)

BERLIM, 23 mar. 21 / 08:50 am (ACI).- O presidente do episcopado católico da Alemanha criticou nesta terça-feira a decisão da Chanceler Angela Merkel de interromper a as missas com o público ao decretar um estrito “lockdown” que irá da Quinta-feira Santa à Segunda-feira depois do Domingo Páscoa.

Respondendo a um anúncio da chanceler Angela Merkel e dos governos estaduais, o bispo George Bätzing, disse em 23 de março: "Fomos pegos de surpresa. A Páscoa é a festa mais importante para nós, as funções litúrgicas não são um aspecto exterior. No Natal, já demonstramos que podemos celebrar a missa com segurança. Não queremos ficar sem missas na Páscoa".

Os bispos disseram que se reunirão agora para decidir como responder ao anúncio do fechamento de igrejas sem aviso prévio por parte do governo alemão.

A Alemanha se esforça para conter a terceira onda do coronavírus, e por esta razão Merkel e os líderes estaduais formularam um rigoroso "bloqueio da Páscoa" que ocorreria em 1 a 5 de abril, e inclui medidas estritas de circulação e reuniões familiares, informou a CNA Deutsch, a agência de notícias em língua alemã do grupo ACI.

Todas as lojas estarão fechadas a partir de 1º de abril por cinco dias, exceto supermercados, que terão permissão para abrir no dia 3 de abril, sábado santo.

Merkel e os líderes regionais disseram em 23 de março: "O governo federal e os Länder [estados] entrarão em contato com as comunidades religiosas com o pedido de realizar reuniões religiosas apenas virtualmente durante este tempo."

O primeiro-ministro da Baviera, Markus Söder, disse que após o feriado de Páscoa "as aberturas poderiam então ser consideradas caso a caso".

A taxa de incidência de coronavírus na Alemanha quase dobrou no último mês. O país, que tem uma população de 83 milhões de habitantes, registrou mais de 2,6 milhões de infecções e 75.000 mortes até 23 de março, de acordo com o Johns Hopkins Coronavirus Resource Center.

ACI Digital

S. TURÍBIO DE MOGROVEJO, BISPO DE LIMA

San Turibio de Mogrovejo 
23 de março

Descendente da nobre família Mongrovejo, Turíbio nasceu em Maiorca, em 1538. Como especialista em Direito Canônico, sua reputação, justamente, foi de um ilustre jurista. Lecionou na Universidade de Salamanca, quando o rei da Espanha, Filipe II, decidiu enviá-lo ao Peru como Bispo da Cidade de Los Reyes, que, depois, se tornou Lima, atual capital do país.

Um Bispo enviado ao fim do mundo

Quando o rei o nomeou como Bispo, em 1580, Turíbio ainda era leigo. Em tempo recorde, recebeu todas as Ordens sacramentais, uma após a outra, até ao sacerdócio e, finalmente, consagrado Bispo.
Turíbio não estava muito satisfeito com a sua partida, pois imaginava a situação que ia encontrar: o Peru estava sob o domínio da Espanha, há cerca de 50 anos, mas quem ia comandar, não era tanto o vice-rei, enviado pela corte, mas os descendentes dos Conquistadores, que dominavam sem piedade. De fato, eram eles que, realmente, exploravam os índios, com a desculpa de evangelizar, mas, de evangélico, havia muito pouco. As condições daquela gente, que o Bispo encontrou ao chegar, eram de extrema pobreza material, espiritual, cultural e humana.
Por outro lado, os Conquistadores tinham inveja dos próprios privilégios, adquiridos à custa dos indígenas e dos muitos sacerdotes escravizados, que não tinham forças para reagir.

"Cristo é Verdade, não costume!"

Com tais premissas, iniciam os 25 anos de episcopado de Turíbio e da sua obra de grande reformador, que contribuiria com a primeira e verdadeira organização da Igreja no Peru.
O Bispo decidiu começar dos sacerdotes e do seu resgate, sobretudo com seu exemplo pessoal e santo: dedicava muitas horas à meditação e à oração, ciente de que a vida espiritual de uma pessoa cresce a partir da oração. Além disso, ele se apaixonou pelos povos indígenas. Por isso, estudou as línguas locais, o Quíchua e a Aimara, para se comunicar com eles e empreender uma “nova evangelização", que falasse, sobretudo, a língua da dignidade.
Turíbio fez com que todos os sacerdotes, que trabalhavam no Peru, também aprendessem as línguas locais, a ponto de até conseguir publicar o Catecismo da Igreja Católica nas línguas indígenas, além do espanhol.
Pelo amor aos povos indígenas, o Bispo passou cerca de 10 anos viajando pelo país, visitando os cantos mais remotos do seu vastíssimo território - milhares de quilômetros – indo até além das fronteiras peruanas. Turíbio converteu muitos nativos e administrou a Crisma a três futuros Santos: São Martinho de Porres, São Francisco Solano e Santa Rosa de Lima.

"Amar os homens, a nós confiados, como se ama a Cristo"

Durante seu episcopado, Turíbio fundou centenas de paróquias, convocou um Concílio pan-americano, dois concílios provinciais e doze sínodos diocesanos.
Quando a peste se abateu sobre o Peru, o Bispo de Lima esteve na vanguarda entre os enfermos, dando-lhes tudo o que podia. Tudo isso, naturalmente, desencadeou a antipatia do vice-rei, que nunca o viu comparecer às cerimônias da Corte e dos Conquistadores. Ele não se importava com isso, pois, como verdadeiro pastor, suas ovelhas eram os Índios.
São Turíbio de Mongrovejo faleceu em uma das suas viagens a Saňa, em 1606. Foi canonizado pelo Papa Bento XIII, em 1726; e, em 1983, São João Paulo II o proclamou Padroeiro do episcopado latino-americano.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF