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sábado, 27 de março de 2021

Como celebrar em casa a vigília do Domingo de Ramos

Coompia77 | Shutterstock

O roteiro completo para você fazer em sua casa a Celebração da Palavra do Domingo de Ramos.

Esta celebração da Palavra de Deus em casa é para as pessoas que estão impedidas de participar da celebração do Domingo de Ramos em sua paróquia, especialmente por causa da pandemia.

No entanto, esta celebração de sábado à noite pode constituir também uma excelente preparação familiar para a Missa dominical na paróquia.


Se você for participar da missa dominical na paróquia, a bênção dos ramos é omitida.

Instruções para a bênção dos ramos

Antes de tudo, os ramos precisam estar preparados para a bênção.

Para quem tem jardim:

Podem ser usados galhos de qualquer tipo de árvore ou arbusto, desde que sejam verdes e tenham folhas. A cor verde dos ramos é um símbolo da nova vida que triunfa sobre a morte. É possível escolher em ordem de preferência os ramos das seguintes plantas: palmeira, oliveira, laranja ou limão, buxo, teixo, outras espécies de arbustos.

Para quem não tem jardim:

Dois ou três galhos de uma planta verde podem ser suficientes. Em último caso, pode-se desenhar um ramo de palmeira em folhas de papel ou papelão e pintar de verde. Se a folha for forte o suficiente, podemos recortá-la tesoura. Dessa forma, cada um poderá segurar um ramo na mão no momento da bênção.

No final da celebração, pode-se organizar uma pequena procissão para colocar um ramo abençoado (natural ou confeccionado) junto a cada crucifixo da casa.


Guia para a leitura da Paixão segundo São Mateus

Esta Leitura é particularmente bonita e comovente: deve ser lida devagar, com ênfase, pronunciando-se cada uma das palavras.

Antes da celebração, você pode decidir quem lerá os diferentes personagens que participam da leitura.

Os três personagens são atribuídos ao longo da leitura com estas iniciais:

X = Jesus, L = Leitor, D = Discípulos e amigos; O = Outros personagens.

Se houver apenas três pessoas, o Leitor L também lerá as passagens de Outros personagens O.

Se houver apenas duas pessoas, o Leitor L também lerá as passagens de Outros personagens O e dos Discípulos e amigos D.

O leitor deverá colocar, com medida, as entonações adequadas, de acordo com o desenrolar da situação dramática.

Será bom que todos preparem com antecedência sua parte da Leitura.

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Roteiro geral:

  • Se você está sozinho, é preferível ler as leituras e orações da missa deste domingo ou acompanhar a missa pela televisão.
  • Esta celebração requer ao menos a participação de duas pessoas.
  • Pode ser celebrada no sábado após o pôr do sol (vigília do domingo). Mas se você não puder participar da Missa dominical por causa da pandemia, pode celebrar no domingo.
  • Esta celebração se adapta particularmente ao contexto familiar.
  • Deve-se colocar o número de cadeiras necessário diante de um espaço de oração, respeitando a distância de um metro entre cada cadeira.
  • Deve-se colocar como cenário de oração uma cruz ou o crucifixo.
  • Acende-se uma ou várias velas, que devem ser colocadas em um suporte seguro. Ao final da celebração, elas devem ser apagadas.
  • Caso você goste de flores no seu local de oração, guarde-as para o Domingo de Páscoa.
  • Designa-se uma pessoa para dirigir a oração (em ordem de prioridade: um diácono, um leigo que tenha recebido o ministério de leitor ou acolitado, o pai ou a mãe de família.
  • A pessoa encarregada de dirigir a oração estabelecerá a duração dos momentos de silêncio.
  • Serão designados leitores para as leituras.
  • Preparar-se-á com antecedência a oração universal (que aparece neste guia) e se designará uma pessoa para sua leitura.
  • Podem-se preparar os cantos apropriados.

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VIGÍLIA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO

Celebração da Palavra de Deus

«Eu sou a ressurreição e a vida. Você crê nisso?»

Todos sentados.

O condutor da celebração toma a palavra:

Irmãos e irmãs,
Esta [noite] [dia], [nesta vigília de] [neste] Domingo de Ramos,
sabemos bem que Cristo Jesus
está presente em nosso meio
quando nos reunimos para rezar em seu Nome.
E acreditamos que, quando lemos as Escrituras na Igreja,
é a própria Palavra de Deus falando conosco.
Sua palavra é assim verdadeiro alimento para nossa vida.
É por isso que juntos,
em comunhão com toda a Igreja,
ouçamos esta Palavra salvadora.

Pausa

Do Domingo de Ramos à Paixão do Senhor, somos convidados a passar
da angústia à esperança, do medo à entrega de si mesmo.
E assim, de etapa em etapa, a avançar para a verdade pascal.
Nestes dias de provação, percebemos, dolorosamente,
os nossos limites e nossa fragilidade.
Mas não duvidemos: o que ontem disse Jesus a São Paulo,
Ele diz isso para cada um de nós hoje:
«Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força»

Pausa

Depois de um verdadeiro momento de silêncio, todos se levantam e fazem o sinal da cruz dizendo:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Se você vai participar da Missa de Ramos em sua paróquia, pode omitir a bênção dos ramos a seguir.


BÊNÇÃO DOS RAMOS

Todos agitam os ramos enquanto cantam o “Sanctus”. 

Santo, santo, santo é o Senhor.
Senhor Deus do Universo,
O Céu e a Terra proclamam a vossa glória.
Hosana nas alturas.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas.

(Ou em latim)

Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

Todos mantêm os ramos nas mãos. O condutor da celebração, com as mãos juntas, pronuncia a oração de bênção:

Oremos. Senhor, aumenta a fé daqueles que têm esperança em Ti, ouça as orações daqueles que vêm até Ti; para que aqueles de nós que erguem os ramos hoje em homenagem a Cristo vitorioso, permaneçamos n’Ele, dando frutos abundantes de boas obras. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Amém


EVANGELHO

Permanecemos de pé. O leitor lê o Evangelho de Ramos:

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,1-11

Naquele tempo:
Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém
e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras.
Então Jesus enviou dois discípulos,
dizendo-lhes: ‘Ide até o povoado que está ali na
frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada,
e com ela um jumentinho.
Desamarrai-a e trazei-os a mim!
Se alguém vos disser alguma coisa, direis:
‘O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá’.’
Isso aconteceu para se cumprir
o que foi dito pelo profeta:
‘Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti,
manso e montado num jumento,
num jumentinho, num potro de jumenta.’
Então os discípulos foram
e fizeram como Jesus lhes havia mandado.
Trouxeram a jumenta e o jumentinho
e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou.
A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho,
enquanto outros cortavam ramos das árvores,
e os espalhavam pelo caminho.
As multidões que iam na frente de Jesus
e os que o seguiam, gritavam:
‘Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hosana no mais alto dos céus!’
Quando Jesus entrou em Jerusalém
a cidade inteira se agitou, e diziam:
‘Quem é este homem?’
E as multidões respondiam:
‘Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.’

Ao final do Evangelho, aclamamos novamente o Senhor,
cantando a segunda parte do Sanctus, em português ou em latim.

Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas. (Bis)

Benedíctus qui venit in nómine Dómini.
Hosánna in excélsis
.(Bis)

Os ramos são colocados em um local apropriado.


Todos se sentam.
O condutor da celebração toma a palavra e convida todos os presentes a se recolherem em oração.

Jesus, nesta celebração de Ramos,
lembramos da sua entrada triunfal em Jerusalém,
unindo o ímpeto de nossos corações e o som de nossas vozes
para aclamá-lo com um só coração e um só espírito com sua Igreja.
Aclamamos a Ti, que vêm em nome do Senhor,
Jesus, nosso irmão e nosso Deus,
conceda-nos a graça de nunca perder de vista a verdade da Páscoa,
que Tu vais nos mostrar durante a tua Paixão.
Esta é a verdade da Páscoa:
o triunfo cristão passa pela cruz,
e pela entrega de sua própria vida por amor,
até o fim.

Pausa

Agora nos preparamos para abrir nossos corações
à Paixão do Senhor em silêncio.

Sentados, inclinamos a cabeça e fechamos os olhos para
facilitar o recolhimento. Ficamos em silêncio por alguns minutos.

O condutor da celebração indica o fim do momento de silêncio.
No final, ele convida os participantes a se levantarem, e diz:

Quando o Senhor entra na Cidade Santa de Jerusalém,
as crianças, com palmas e ramos nas mãos,
anunciaram a Ressurreição.
Vamos cantar com eles:

Santo, santo, santo é o Senhor.
Senhor Deus do Universo,
O Céu e a Terra proclamam a vossa glória.

Hosana nas alturas.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana às alturas.

(Ou em latim)

Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.


ORAÇÃO

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que como exemplo de humildade para o ser humano concedeu que Nosso Salvador se encarnasse e se submetesse à cruz, concedei-nos que possamos ouvir sua lição de paciente sofrimento e, assim, possamos merecer fazer parte da sua Ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém

A pessoa encarregada da primeira leitura permanece de pé,
enquanto as outras pessoas ficam sentadas.


PRIMEIRA LEITURA

Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses (2, 6-11)

Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e assemelhando-se aos homens.
E, sendo exteriormente reconhecido
como homem, humilhou-se ainda mais,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por isso Deus o exaltou soberanamente
e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu,
na terra e nos infernos.
E toda língua confesse,
para a glória de Deus Pai,
que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus


SALMO

Se possível, cantemos.
Ou, estando em família, podemos simplesmente dizer ou cantar o refrão juntos,
depois que o leitor tiver lido a estrofe.

R/ Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonastes? (21,2a)

Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
‘Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!’R/

Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! R/

Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro! R/

Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o toda a raça de Israel! R/


EVANGELHO

Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes.
Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.

A seguir, passa-se à leitura da passagem evangélica,
segundo as indicações a seguir.

X= Jesus ; L = Leitor ;D = Discípulos e amigos; O = Outros personagens.

Se houver crianças pequenas, elas devem se sentar.

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 14,1-15,47)

L. Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo. Eles diziam:

O. ‘Não durante a festa,
para que não haja um tumulto no meio do povo.’

L. Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:

O. ‘Por que este desperdício de perfume?
Ele poderia ser vendido
por mais de trezentas moedas de prata,
que seriam dadas aos pobres.’

L. E criticavam fortemente a mulher.
Mas Jesus lhes disse:

X.‘Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?
Ela praticou uma boa ação para comigo.
Pobres sempre tereis convosco
e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim não me tereis para sempre.
Ela fez o que podia: derramou perfume em meu corpo,
preparando-o para a sepultura.
Em verdade vos digo,
em qualquer parte que o Evangelho for pregado,
em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto.’

L. Judas Iscariotes, um dos doze,
foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,
e prometeram dar-lhe dinheiro.
Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.

L. No primeiro dia dos ázimos,
quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:

D.‘Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?’

L. Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse:

X. ‘Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
e dizei ao dono da casa em que ele entrar:
‘O Mestre manda dizer: onde está a sala
em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Então ele vos mostrará, no andar de cima,
uma grande sala, arrumada com almofadas.
Ali fareis os preparativos para nós!’

L. Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.

L. Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.
Enquanto estavam à mesa comendo,
Jesus disse:

X. ‘Em verdade vos digo,
um de vós, que come comigo, vai me trair.’

L. Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:

D. ‘Acaso serei eu?’

L. Jesus lhes disse:

X. ‘É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
O Filho do Homem segue seu caminho,
conforme está escrito sobre ele.
Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!’

L. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:

X. ‘Tomai, isto é o meu corpo.’

L. Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
Jesus lhes disse:

X. ‘Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos.
Em verdade vos digo,
não beberei mais do fruto da videira,
até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de
Deus.’

L. Depois de terem cantado o hino,
foram para o monte das Oliveiras.
Então Jesus disse aos discípulos:

X. ‘Todos vós ficareis desorientados,
pois está escrito:
‘Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão.’
Mas, depois de ressuscitar,
eu vos precederei na Galiléia.’

L. Pedro, porém, lhe disse:

D. ‘Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei.’

L. Respondeu-lhe Jesus:

X. ‘Em verdade te digo,
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.’

L. Mas Pedro repetiu com veemência:

D. ‘Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei.’

L. E todos diziam o mesmo.

L. Chegados a um lugar chamado Getsêmani,
disse Jesus aos discípulos:

X. ‘Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!’

L. Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
Então Jesus lhes disse:

X. ‘Minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai.’

L. Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.Dizia:

X. ‘Abbá! Pai! Tudo te é possível:
Afasta de mim este cálice!
Contudo, não seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!’

L. Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:

X. ‘Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação!
Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.’

L. Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
Voltou outra vez e os encontrou dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono
e eles não sabiam o que responder.

L. Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:

X. Dormi agora e descansai…
Chegou a hora: o Filho do homem
vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos.
Já se aproxima aquele que Me vai entregar.

L. E logo, enquanto Jesus ainda falava,
chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.
O traidor tinha combinado com eles um sinal,
dizendo:

D. ‘É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!’

L. Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:

D. ‘Mestre!’,

L. e o beijou. Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.
Mas um dos presentes puxou a espada
e feriu o empregado do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus tomou a palavra e disse:

X. ‘Vós saístes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,
e não me prendestes.
Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras.’

L. Então todos o abandonaram e fugiram.
Um jovem, vestido apenas com um lençol,
estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.
Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.

L. Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,
e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
Pedro seguiu Jesus de longe,
até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.
Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.

L. Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus,
para condená-lo à morte, mas não encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra ele,
mas seus testemunhos não concordavam.
Alguns se levantaram
e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:

O. ‘Nós o ouvimos dizer:
‘Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!`’

L. Mas nem assim o testemunho deles concordava.
Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles
e interrogou a Jesus:

O. ‘Nada tens a responder ao que estes
testemunham contra ti?’

L. Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:

O. ‘Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?’

L. Jesus respondeu:

X. ‘Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu.’

L. O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:

O. ‘Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?’

L. Então todos o julgaram réu de morte.
Alguns começaram a cuspir em Jesus.
Cobrindo-lhe o rosto, o esbofeteavam e diziam:

O. ‘Profetiza!’

L. Os guardas também davam-lhe bofetadas.
Pedro estava em baixo, no pátio.
Veio uma criada do Sumo Sacerdote,
e, quando viu Pedro que se aquecia,
olhou bem para ele e disse:

O. ‘Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!’

L. Mas Pedro negou, dizendo:

D. ‘Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!’

L. E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
A criada viu Pedro,
e de novo começou a dizer aos que estavam perto:

O. ‘Este é um deles.’

L. Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:

O. ‘É claro que tu és um deles, pois és da Galiléia.’

L. Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:

D. ‘Nem conheço esse homem de quem estais falando.’

L. E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:

X. ‘Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás.’

L. Caindo em si, ele começou a chorar.
Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,
com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
E Pilatos o interrogou:

O. ‘Tu és o rei dos judeus?’

L. Jesus respondeu:

X. ‘Tu o dizes.’

L. E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
Pilatos o interrogou novamente:

O. ‘Nada tens a responder?
Vê de quanta coisa te acusam!’

L. Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
Por ocasião da Páscoa,
Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.
Havia então um preso, chamado Barrabás,
entre os bandidos, que, numa revolta,
tinha cometido um assassinato.
A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir
que ele fizesse como era costume.
Pilatos perguntou:

O. ‘Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?’

L. Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão
para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.
Pilatos perguntou de novo:

O. ‘Que quereis então que eu faça
com o rei dos Judeus?’

L. Mas eles tornaram a gritar:

O. ‘Crucifica-o!’

L. Pilatos perguntou:

O. ‘Mas, que mal ele fez?’

L. Eles, porém, gritaram com mais força:

O. ‘Crucifica-o!’

L. Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.
Então os soldados o levaram para dentro do palácio,
isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.
Vestiram Jesus com um manto vermelho,
teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
E começaram a saudá-lo:

O. ‘Salve, rei dos judeus!’

L. Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
Depois de zombarem de Jesus,
tiraram-lhe o manto vermelho,
vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

L. Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,
pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,
que quer dizer ‘Calvário’.
Ele foi contado entre os malfeitores.
Deram-lhe vinho misturado com mirra,
mas ele nóo o tomou.

L. Então o crucificaram
e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,
para ver que parte caberia a cada um.
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
E ali estava uma inscrição
com o motivo de sua condenação: ‘O Rei dos Judeus’.

L. Crucificaram com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:

O. «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz».

L. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam uns com os outros, dizendo:

O. «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós vermos e acreditarmos».

L. Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam.
Quando chegou o meio-dia,
as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde.
E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:

X. «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?».

L. Que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:

O. «Está a chamar por Elias».

L. Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:

O. «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali».

L. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.
O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião que estava em frente de Jesus,
ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou:

O. «Na verdade, este homem era Filho de Deus».

L. Estavam também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé,
que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia,
e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.

L. Ao cair da tarde
– visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado –
José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também esperava o reino de Deus,
foi corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando chamar o centurião,
perguntou-lhe se Jesus já tinha morrido.
Informado pelo centurião,
ordenou que o corpo fosse entregue a José.

L. José comprou um lençol,
desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam onde Jesus tinha sido depositado.

L.Palavra da salvação. 

A leitura do Evangelho conclui sem aclamação. Todos se sentam. O condutor da celebração repete lentamente como se fosse um eco distante:

‘Ele era mesmo Filho de Deus!’

Permanecemos alguns minutos em silêncio para meditar.


ORAÇÃO UNIVERSAL

Neste Domingo de Ramos e da Paixão, invoquemos a bondade de Deus todo-poderoso, para que nos conceda o que Lhe pedimos com fé, dizendo (ou: cantando), cheios de confiança:

R. Ouvi-nos, Senhor. Ou: Abençoai, Senhor, o vosso povo. Ou: Kýrie, eléison.

Para que o Redentor do mundo, que Se entregou à morte pelos homens, estenda a todos os povos o seu Reino, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que orou com grande clamor e lágrimas, interceda junto do Pai por todos nós, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que sofreu a angústia e a tristeza, socorra os que sofrem e alivie as suas dores, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que foi flagelado e coroado de espinhos, dê coragem aos que estão prestes a perdê-la, oremos. R.

Para que o Redentor do mundo, que, ao morrer, entregou ao Pai o seu espírito, nos reanime com a força da sua Ressurreição, oremos. R.

(Outras intenções: jovens do mundo inteiro e seus animadores…).

Ao final, o condutor introduz a oração do Senhor:

Unidos no Espírito e na comunhão da Igreja,
fiéis à recomendação do Salvador,
ousamos dizer:

Reza-se o Pai Nosso

Pai Nosso…

E imediatamente todos prosseguem proclamando: 

Teu é o reino, o poder e a glória para sempre, Senhor.

O condutor convida a dar a paz: 

Acabamos de juntar nossa voz
à do Senhor Jesus para rezar ao Pai.
Nós somos filhos no Filho.
Na caridade que nos une,
renovados pela Palavra de Deus,
podemos trocar um gesto de paz,
sinal de comunhão
que recebemos do Senhor.

Faz-se o gesto da paz.

Todos então trocam saudações de paz à distância: por exemplo, curvando-se profundamente uns para os outros; ou, como uma família, mandando um beijo um para o outro.

Se for impossível participar da missa, pode-se fazer uma comunhão espiritual de acordo com o rito opcional incluído entre as linhas abaixo.



Todos sentados.

COMUNHÃO ESPIRITUAL

O condutor diz:

Como não podemos receber a comunhão sacramental,
O Papa Francisco nos convida urgentemente a realizar a comunhão espiritual,
também chamada de “comunhão do desejo”.
O Concílio de Trento nos lembra que
“trata-se de um desejo ardente de alimentar-se deste pão celestial,
unidos a uma fé viva que trabalha pela caridade,
e isso nos torna participantes dos frutos e graças do Sacramento”.
O valor da nossa comunhão espiritual
portanto, depende da nossa fé na presença de Cristo na Eucaristia,
como fonte de vida, amor e unidade,
e de nosso desejo de receber a Comunhão, apesar de tudo.
Com esta disposição, convido-vos a reclinar a cabeça,
fechar os olhos e viver um momento de recolhimento.

Silêncio

No mais profundo de nossos corações
deixemos crescer o desejo ardente de nos unirmos a Jesus,
em comunhão sacramental,
e de fazer que seu amor se faça vivo em nossas vidas,
amando nossos irmãos e irmãs como Ele nos amou.

Permanecemos cinco minutos em silêncio em um diálogo de coração a coração com Jesus Cristo. Podemos cantar um cântico de ação de graças.



Colocamo-nos de pé. O condutor pronuncia, em nome de todos, a fórmula da bênção:

Pela intercessão de São N.
[padroeiro da paróquia],
de todos os santos e santas de Deus,
que o Senhor da perseverança e da fortaleza
ajude-nos a viver o espírito de
sacrifício, compaixão e amor de Jesus Cristo.
Desta forma, em comunhão com o Espírito Santo,
daremos glória a Deus,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelos séculos dos séculos.

Amén.


BÊNÇÃO FINAL

Todos juntos, voltados para a cruz e com as mãos unidas,
pedem a Bênção do Senhor:

Que o Senhor deixe seu rosto brilhar sobre nós
e venha nos salvar. Amém.

Todos se sentam.
Então, os pais podem fazer o sinal da cruz na testa de seus filhos.

Para encerrar a celebração, pode-se cantar uma das seguintes
antífonas marianas, ou algum outro hino à Virgem Maria.

Ave, Regina cælorum
Ave, Domina Angelorum,
Salve radix, salve, porta, Ex qua mundo lux est orta.
Gaude, Vírgo gloriosa, Super omnes speciosa;
Vale, o valde decora
Et pro nobis Christum exora.

Salve, Rainha do Céu.
Salve, Senhora dos Anjos.
Salve, Raiz fecunda. Salve, Porta do céu. Pela qual a luz nasceu para o mundo
Rejubila, ó Virgem gloriosa entre todas a mais bela.
Salve, Esplendor radioso.
E rezai por nós a Cristo.

Aleteia

sexta-feira, 26 de março de 2021

A SACRAMENTALIDADE DA PALAVRA DE DEUS E AS CELEBRAÇÕES ONLINE

Canção Nova - Formação
por Dom Edson Oriolo
Bispo de Leopoldina (MG)

Desde de março de 2020, entramos em um universo totalmente diferente para continuar a missão de evangelizar o povo de Deus devido à crise sanitária Covid 19. Esse novo “areópago” podemos chamar de online, isto é, saímos do off-line para o mundo online. O uso da mídia, no novo modus vivendi, pela falta de competência, vem causando falhas e constrangimentos em relação à essência do mandato missionário de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Mc 16,15-18) e os objetivos da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), que têm como eixo a evangelização. Necessitamos de clareza para agir online!

            Bento XVI, na exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini (VD) sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, fala sobre a sacramentalidade da Palavra de Deus. Ela é um sinal sacramental, pois é por meio dela que Deus se revelou na história da Salvação e vem nos ajudando a construir nossa história salvífica.

            “Na origem da sacramentalidade da Palavra de Deus está precisamente o mistério da encarnação: ‘o verbo se fez carne’ (Jo 1,14), a realidade do mistério revelado oferece-se a nós na ‘carne’ do Filho” (VD, 56). Pelo mistério da encarnação, a Palavra eterna do Pai entra no mundo e no tempo dos homens: “A proclamação da Palavra de Deus na celebração comporta reconhecer que é o próprio Cristo que se faz presente e se dirige a nós para ser acolhido” (Idem).

            Cristo, “realmente presente nas espécies do pão e do vinho, está presente de modo análogo, também na Palavra proclamada na liturgia. Por isso, aprofundar o sentido da sacramentalidade da Palavra pode favorecer uma maior compreensão unitária do mistério da revelação em ‘ações e palavras intimamente relacionadas’, sendo de proveito à vida espiritual dos fiéis e à ação pastoral da Igreja” (Idem).

            A Igreja experimenta a sacramentalidade da Palavra, que é viva e eficaz (cf. Hb 4,12), todas as vezes que proclama e explica a Escritura, isto é, Deus se manifesta na Escritura proclamada na celebração eucarística. A Palavra cria vínculo entre quem fala e quem escuta. A proclamação das Escrituras nas celebrações leva os fiéis a descobrirem o caráter performativo da Palavra de Deus (Deus faz o que diz) e seu agir na história da salvação (cf. VD 53).

            Por meio da união entre gesto e Palavra, nos eventos da economia divina, os fiéis percebem a presença operante de Cristo quando ele nos fala através das celebrações litúrgicas (cf. Sacrosanctum Concilium, 35). “Ele está presente na sua Palavra, pois é ele quem fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura” (Idem, 7).

            Os ministros ordenados recebem o ministério de leitor, na ordenação diaconal o livro dos Evangelhos, na ordenação presbiteral são interrogados e fazem a promessa de proclamar a Palavra de Deus e quem é ordenado bispo assume a missão de anunciar a Palavra de Deus com toda a constância e desejo de ensinar (cf. Pontifical Romano, 94,126,174,250). Essas promessas que fizemos levam-nos a tomar posição diante dos novos desafios midiáticos.

            Temos consciência da força das redes sociais que prendem nossa atenção para estarmos conectados. São iscas de cliques com chamadas e imagens sensacionalistas para nos chamar, para nos encantar com inúmeras finalidades: políticas, sociais, religiosas etc. Assim, devemos criar metodologias para anunciar, divulgar a Palavra de Deus na dinâmica da sacramentalidade, atraindo os fiéis e ensinando as verdades sobre Jesus Cristo, a Igreja e o homem, imagem e semelhança de Deus e levando a fazer a experiência do encontro com Cristo, pela Palavra, lida na Igreja (cf. Doc. Aparecida, 247-249).

CNBB

Igreja de Acari no Rio Grande do Norte se torna Basílica Menor

Igreja de Nossa Senhora da Guia /
Foto: Facebook Paróquia de Nossa Senhora da Guia - Acari-RN

NATAL, 26 mar. 21 / 03:00 pm (ACI).- O Papa Francisco concedeu o título de Basílica Menor à Igreja de Nossa Senhora da Guia, em Acari (RN). O decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos foi lido pelo bispo de Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz, no último dia 25 de março, ao final da celebração de dedicação da igreja.

“Nós nos preparávamos para a dedicação da Igreja matriz e quis a Providência de Deus que neste mesmo dia recebêssemos essa alegre notícia de que a nossa matriz agora se tornou Basílica Menor”, declarou Pe. Fabiano Maurício Dantas, pároco de Acari.

O sacerdote explicou em artigo ao Vatican News que a elevação da igreja à dignidade de Basílica Menor se deu por causa de sua história e arquitetura. Ali foi batizado, há cem anos, o arcebispo emérito do Rio de Janeiro Cardeal Eugênio de Araújo Sales, que foi também sacerdote, bispo auxiliar e administrador apostólico da Arquidiocese de Natal e morreu em 2012.

A Igreja de Nossa Senhora da Guia foi construída por Padre Thomaz Pereira de Araújo e inaugurada em 1867. É a segunda paróquia mais antiga da Diocese de Caicó, por ter sido erigida em 1835, e uma das mais antigas do estado do Rio Grande do Norte.

A devoção a Nossa Senhora da Guia, porém, é ainda mais antiga na região e, segundo historiadores, remonta ao ano de 1738. Por isso, a paróquia guarda uma forte expressão da piedade popular.

Em uma mensagem enviada ao Bispo de Caicó, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, expressou, em nome da Província Eclesiástica de Natal, a alegria pela elevação da igreja de Nossa Senhora da Guia à Basílica Menor.

“Quando Bispo de Caicó, sempre pude apreciar o esmero e a solicitude da Paróquia de Acari pela beleza das celebrações litúrgicas – principalmente na Festa de Agosto –, animadas com o autêntico espírito do Concílio Vaticano II, que impele as comunidades àquela nobre simplicidade que ajuda eficazmente ao serviço divino do louvor a Deus”, declarou.

O prelado também ressaltou “a perseverança do Coral que conserva a herança de inestimável valor da música sacra composta pelo Maestro Felinto Lúcio Dantas, que por décadas o regeu em Acari e Carnaúba e que hoje possui a sua obra musical conhecida e apreciada inclusive em Roma”.

De acordo com o decreto Domus ecclesiae da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que contém as "normas para a concessão do título de Basílica Menor", existem algumas igrejas “dotadas de uma especial importância para a vida litúrgica e pastoral, que podem receber do Sumo Pontífice o título de ‘Basílica Menor’, mediante o qual vem expresso um particular vínculo com a Igreja de Roma e com o Sumo Pontífice”.

Além das Basílicas Menores, presentes em diferentes países em todo o mundo, há quatro templos que recebem o título de Basílicas Maiores e estão em Roma: a Basílica de São Pedro, a Basílica de Santa Maria Maior, a Basílica de São Paulo Fora dos Muros e a Basílica de São João de Latrão.

ACI Digital

A Fé leva a sermos Guardiões da Vida, asseguram Bispos espanhóis

Guadium Press
Como São José, sejamos “Guardiães da Vida”, “tutores da Vida”: ela é sempre um bem, um dom que nasce da vontade misteriosa e generosa de Deus.

Redação (25/03/2021, 10:15, Gaudium Press) Nesta quinta-feira, 25 de março, dia da Anunciação de Nossa Senhora, a Igreja na Espanha celebra também o “Dia da Vida”.

Segundo Mensagem distribuída pelos Bispos da “Subcomissão Episcopal para a Família e a Defesa da Vida”, da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), neste ano de 2021, o lema que foi desenvolvido para a preparação do “Dia da Vida” foi “Guardiães da vida”. Um lema que teve como objetivo recordar “que a vida é um bem fundamental para o homem, sem o qual não há existência nem gozo de outros bens”.

“Devemos ser os guardiães da vida”, pois, como afirmou João Paulo II, “a vida é sempre um bem”.

A Mensagem da CEE convida: “Aprofundemo-nos nas razões que nos levam a ser tutores da vida”esclarecendo que essas razões “vêm, em muitos casos, não só da nossa fé, mas também de evidências científicas”.

Os prelados afirmam que observam atentamente a sociedade atual e que, diante da situação de hoje, eles refletem sobre qual deve ser a resposta dos cristãos neste momento histórico. 
A resposta, indicam os Bispos, é que “Devemos ser os guardiães da vida” porque, como afirmou São João Paulo II, “a vida é sempre um bem”.

No contexto da sociedade atual, quando convivemos com a “cultura da morte”, os bispos presididos por Dom José Mazuelos Pérez, bispo de Jerez de la Frontera, na Espanha, agradecem a “todas as pessoas que, movidas pela fé ou pela solidariedade humana, desde o eclesial ou na esfera civil, com coragem criativa, realizam todo tipo de iniciativas para promover a cultura da vida”.

“Dia da Vida” apelo para que os fiéis não cedam ao derrotismo, à ideia de que não há solução, não há como voltar atrás

É também dentro deste contexto atual que os bispos da Espanha, fazem em sua Mensagem para o “Dia da Vida” um convite-apelo para que os fiéis não cedam ao derrotismo, não cedam à ideia de que não há solução ou de que não há como voltar atrás. 

Os Bispos exortam os fiéis cristãos a seguirem o exemplo de São José e se tornem “guardiães da vida”. Eles recordam também que a vida “é sempre um bem”, porque é “um dom que nasce da vontade misteriosa e generosa de Deus”, conforme dizia São João Paulo II.

Vale a pena viver toda a vida, nela há uma ordem anterior, um destino amado pelo Criador da Vida 

Antes de encerrar sua Mensagem, os Bispos da “Subcomissão Episcopal para a Família e a Defesa da Vida”, da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), explicam:

“Vale a pena viver toda a vida porque nela há uma ordem anterior e um destino profundamente amado pelo seu Criador. 
O seu valor, portanto, não pode ser medido com critérios subjetivos e deve ser sempre considerado como um fim em si mesmo e nunca como um meio para outros fins”. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Os dados do Anuário Pontifício 2021 e do Annuarium Statisticum Ecclesiae 2019

Em 2019, as religiosas em todo o mundo eram 630.099 

Apresentados os dados levantados pelo Escritório Central de Estatística da Igreja relativos ao número de católicos em todo o mundo, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, diáconos permanente e seminaristas.

Vatican News

O Anuário Pontifício 2021 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2019, cuja redação esteve a cargo do Serviço Central de Estatística da Igreja, foram impressos pela Tipografia Vaticana e estão sendo distribuídos nas livrarias.

Da leitura dos dados relatados no Anuário Pontifício, é possível deduzir algumas novidades relativas à vida da Igreja Católica no mundo, a partir de 2020.

Durante este período, foram erigidas 2 Sés Metropolitanas e 4 Sés Episcopais (2 Dioceses e 2 Eparquias), 2 Dioceses foram elevadas à Sé Metropolitana, 2 Prelazias Territoriais e 1 Vicariato Apostólico à Diocese.

Os dados estatísticos do Annuarium Statisticum Ecclesiae, referentes ao ano de 2019, permitem evidenciar os aspectos relevantes da presença e da ação pastoral da Igreja Católica nas 3.026 Circunscrições Eclesiásticas do planeta.

A seguir, são propostas algumas considerações e dados sobre os aspectos quantitativos que caracterizaram a Igreja Católica entre 2018 e 2019.

Número de católicos no mundo

Em 2019 havia pouco menos de 1 bilhão e 345 milhões de católicos em todo o mundo, diante dos cerca de 1 bilhão e 329 milhões em 2018, com um aumento absoluto de 16 milhões, ou 1,12%, e como este crescimento relativo é próximo ao da população mundial (1,8%), a presença de católicos batizados no mundo permanece substancialmente estável em torno dos 17,7%.

A análise geográfica das variações no biênio mostra um aumento de 3,4% dos católicos na África, que por sua vez registrou um aumento em sua população de pouco menos de 2,7%. Também nos continentes asiático e americano há um crescimento no número de católicos superior ao da população (1,3% contra 0,9% para a Ásia e 0,84% contra 0,69% para a América). Na Europa, constata-se uma ligeira diminuição do número de católicos e a um número quase estacionário na população atual. A Oceania, por outro lado, registra no mesmo período e da mesma ordem uma taxa de variação positiva quer para a população quanto para os católicos, de 1,1%.

O percentual dos católicos a nível continental sofreu poucas variações entre 2018 e 2019: sua importância diminui na América (de 48,3 para 48,1 por cento) e sobretudo na Europa (de 21,5 para 21,2 por cento). Por outro lado, ganha posição na África (de 18,3 para 18,7 por cento), com leve aumento no Sudeste Asiático. O peso dos católicos permanece estável em Oceania, ainda que com uma consistência que não chega a 0,8% da população católica mundial.

Bispos

No final de 2019, estavam presentes em todas as Circunscrições Eclesiásticas 5.364 bispos, com um decréscimo de 13 unidades em relação ao ano anterior. A comparação com 2018 também mostra que na América do Norte e Central há uma diminuição (de 13 e 5 unidades respectivamente) que se contrapõe a um aumento no resto do continente americano (+7 unidades), na África (+5) e no Sudeste Asiático (+2). No biênio, a situação permaneceu invariável na Europa, onde o número de bispos manteve-se em 1.687 unidades.

Diante dessas dinâmicas diferenciadas, no entanto, a distribuição dos bispos por continente manteve-se substancialmente estável nos últimos dois anos considerados, com a América e a Europa que, sozinhas, continuam a representar 68,8% do total mundial, seguidas da Ásia (com 15,2 %), África (13,4%) e Oceania (2,6%).

Sacerdotes

O número de sacerdotes, quer diocesanos como religiosos, passou de 414.065 para 414.336 no biênio 2018-2019, com um incremento de 271 unidades. Esse dado refere-se a nível mundial, enquanto para as áreas geográficas individuais constata-se variações diferenciadas.

Diante de incrementos importantes na África e Ásia, com aumentos relativos de 3,45% e 2,91%, respectivamente, aparece a Europa e a América com uma diminuição de 1,5% e de 0,5%, respectivamente.

A distribuição percentual dos sacerdotes por continente revela ligeiras mudanças no biênio considerado. A África e a Ásia juntas contribuíram com 28,0% do total mundial em 2018; em 2019, sua participação sobe para 28,9%, enquanto a Oceania permanece relativamente estável em torno de uma participação de pouco mais de 1,1%. Na Europa, por outro lado, diminui significativamente sua participação: em 2018 os 170.936 sacerdotes europeus representavam quase 41,3% do total do grupo eclesiástico, enquanto um ano mais tarde este percentual diminuiu para 40,6%.

Diáconos permanentes

A população de diáconos permanentes continua a apresentar uma dinâmica evolutiva significativa e encorajadora: em 2019 aumentou 1,5% em relação ao ano anterior, passando de 47.504 para 48.238 unidades. O número de diáconos está crescendo na América e na Europa, onde reside cerca de 97% da população total, com um percentual de 1,2%. O número também aumenta em áreas onde sua presença não é quantitativamente significativa; na Oceania, em particular, onde ainda não chega a 1% do total, aumentam para 1,1%, chegando a 481 unidades.

Religiosos

Os religiosos professos não sacerdotes constituem um grupo cada vez menor em nível planetário: eram 50.941 em 2018 e 50.295 em 2019. O declínio se deve, em ordem de importância, ao grupo europeu, americano e da Oceania.

Essas tendências também determinam um deslocamento numérico diferente, ao longo do tempo, entre os vários continentes: Europa e América, em 2019 são sempre as áreas com maior número de professos não sacerdotes (14.038 e 13.735, respetivamente), mas com uma incidência relativa inferior à de um ano antes.

Religiosas

O número de religiosas professas está atualmente em clara diminuição. Globalmente, passam de 641.661 em 2018 para 630.099 em 2019, com queda relativa de 1,8%. Analisando as tendências temporais para as áreas territoriais individuais, existem profundas diferenças de comportamento.

A África é o continente com maior incremento no número de religiosas, que passou de 76.219 em 2018 para 77.054 em 2019, uma taxa de variação de +1,1%. Segue o Sudeste Asiático, onde as religiosas professas aumentaram de 170.092 para 170.754 nos últimos dois anos, com um aumento relativo de 0,4%.

Por fim, três áreas continentais foram marcadas por uma contração muito acentuada: a América (onde as religiosas professas passaram de 160.032 a 154.717), a Europa (de 224.246 a 216.846) e a Oceania (de 6.999 a 6.718).

Seminaristas

E continua o declínio que, já há alguns anos, caracteriza o andamento das vocações sacerdotais: os candidatos ao sacerdócio no planeta passaram de 115.880 em 2018 para 114.058 em 2019, com uma queda de 1,6%.

Em todas as partições territoriais da América há uma diminuição das vocações sacerdotais que se materializa numa variação de -2,4% para todo o continente. Na Europa e na Ásia foi registrada no biênio uma diminuição de 3,8% e 2,6%, respectivamente, enquanto na Oceania o número de seminaristas maiores em 2019 foi 5,2% inferior ao do ano anterior. A variação relativa, por outro lado, é positiva na África, onde o número de seminaristas maiores no biênio em análise passou de 32.212 para 32.721.

Dos 114.058 seminaristas de todo o mundo, em 2019, o continente com maior número de seminaristas foi a Ásia, com 33.821. Segue-se a África com 32.721, a América com 30.664, a Europa com 15.888 e por fim a Oceania com 964 seminaristas.

O peso relativo dos vários continentes em relação aos candidatos ao sacerdócio muda significativamente no decorrer do biênio. Por exemplo, enquanto a África, que em 2018 representava 27,8% do total mundial, passou em 2019 para em 28,7%, ao mesmo tempo a Europa caiu de 14,3 para 13,9 por cento.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF