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terça-feira, 30 de março de 2021

TEOLOGIA: A Virgem Maria no Tempo da Páscoa

 

Ícone da Viregem Maria | ECCLESIA

A Virgem Maria no Tempo da Páscoa

Jesús Castellano

Trad.: Pe. Paulo Augusto Tamanini

Quisera oferecer uma meditação sobre o sentido da presença discreta e até escondida da Mãe do Ressuscitado, no mistério desses cinqüenta  dias de alegria pascal  que chamamos de Tempo de Pentecostes.

É tempo do Cristo Ressuscitado, presente no meio de seus discípulos desde a manhã da   Páscoa. É tempo do Espírito Santo cuja efusão, São João Evangelista antecipa na  tarde do Domingo da Ressurreição, para sublinhar que o dom do Espírito Santo é  sopro do próprio Ressuscitado, transmitido a seus apóstolos (cf. Jo 20,22-23), para  que prossigam a mesma obra que Jesus  levou até o fim. É tempo da Igreja, da humanidade nova   que é o corpo do Ressuscitado que através das aparições de Jesus a seus discípulos, alegra-se com a certeza de sua presença até o fim dos tempos em sua peregrinação histórica (Mt 28,20). É tempo de Maria, a Mãe de Cristo Ressuscitado que sente a alegria pelo triunfo de seu Filho, discípula entre os discípulos, aquela que foi testemunha da Ressurreição, da Ascensão e de  Pentecostes.

Vamos elucidar de uma maneira simples, a presença de Maria nestas três ocasiões, à luz da Liturgia, com elementos tradicionais e novos, do Oriente e do Ocidente, baseando-se também na iconografia e na tradição bíblico-litúrgica. Queremos assim, suprir discretamente, o silêncio dos dados encontrados nos evangelhos sobre Maria.

Trata-se da presença e do exemplo de Maria no  centro dos mistérios que selam a missão salvadora  de seu Filho, da Ressurreição até  o Pentecostes.

1. Maria na alegria da  Ressurreição

Não vamos embarcar na difícil tarefa de justificar uma aparição de Jesus Ressuscitado  à Virgem Maria. Existe literatura abundante, nos apócrifos, nos escritos dos Padres que se deixaram convencer pelos apócrifos, e até mesmo nos Evangelhos que se esforçam para ver em uma das Marias que receberam a aparição de Jesus, à Virgem Mãe de Deus. Nem é este o lugar para que  sejamos  seduzidos pelos clássicos livros da Vida de Maria que falam da primeira aparição do Senhor a sua Mãe, ou pela abundante literatura espiritual sobre este tema. Vamos simplesmente perscrutar os textos litúrgicos, que são escritos de fé, que no âmbito da celebração dos mistérios, adquirem o valor do verdadeiro “sensus fidelium”.

Que Maria seja testemunha da Ressurreição de seu Filho, ninguém duvida. Sua presença no cenáculo, a espera do Espírito Santo, é um dado essencial. A experiência de Maria como Mãe e discípula não  terminou ao pé da Cruz. Maria é associada  plenamente à continuidade do mistério de Cristo na dimensão do Espírito, que se inaugura na manhã da Páscoa e tem como momento estrelar a efusão do Espírito Santo, em Pentecostes. A experiência de Maria se enriquece, cresce e adquire, como no Calvário, toda a dimensão tipológica  de “experiência eclesial” , quando a Mãe de Jesus aparece como figura e Mãe da Igreja nascente.

2. O Oriente Bizantino

A Liturgia bizantina que com tanta emoção canta a presença de Maria ao pé da Cruz e põe em seus lábios os mais comovedores lamentos pela morte de seu Filho, é bastante discreta quando se refere à   alegria Pascal que sente a Mãe de Jesus. O “megalinário” ou Canto à Maria que se intercala nas orações Eucarísticas depois da epíclese, no momento em que se recorda a Virgem na comunhão dos Santos, tem a finalidade, de acentuar esta alegria:

«O Anjo exclamou a Cheia de Graça:
’Virgem Pura rejubila!’
De novo digo, rejubila,
teu Filho ressuscitou do túmulo ao terceiro dia.
Resplandece, resplandece, ó Nova Jerusalém,
pois a glória do Senhor, brilhou sobre ti.
Exulta agora, e alegra-te Sião.
E tu, ó Mãe de Deus toda pura,
Rejubila na Ressurreição do teu Filho.»

A última parte deste hino é de autoria de  São João Damasceno, que é cantado na Grande Vigília Pascal Bizantina. A Mãe de Cristo é associada à alegria da Nova Jerusalém, da Igreja que nasce da Ressurreição. Mas o texto tem conteúdo simbólico sugestivo. As palavras do Anjo no primeiro anúncio “Alegra-te, cheia de Graça”, tem agora  a dimensão do grande anúncio da Páscoa. Os anjos são os primeiros evangelistas, como também as mulheres que receberam o anúncio e o comunicaram aos discípulos incrédulos. A liturgia bizantina  por isso, as honra com o título de “iguais-aos -apóstolos”  ou, “apóstola-dos-apóstolos”.

Entre estas mulheres, portadoras de perfumes (miróforas) e evangelistas, Maria está  incluída, e é testemunha da Ressurreição. A alegria deste segundo anúncio que a Virgem recebeu , parece, nos sugerir o texto bizantino, recordar todas as promessas do primeiro “alegra-te”  da Anunciação como também as palavras que Jesus repetiu muitas vezes a seus discípulos e que Maria, junto com tantas outras, conservava em seu coração: “Ao terceiro dia ressuscitarei”. Neste texto bizantino, podemos encontrar a fonte da antífona Mariana  que a Igreja do Ocidente repete durante todo o tempo pascal: “Rainha do Céu, alegrai-vos, aleluia”.

Entre os tropários da Ressurreição que a Liturgia Bizantina canta todos os domingos, o  do sexto tom, conservou também uma breve recordação do encontro de Jesus com sua Mãe:

«Enquanto Maria estava diante do sepulcro
a procura de teu imaculado corpo,
os anjos apareceram em teu túmulo
e as sentinelas desfaleceram.
Sem ser vencido pela morte,
submeteste ao teu domínio o reino dos mortos,
e vieste ao encontro da Virgem revelando a Vida.
Senhor, que ressurgiste dos mortos, glória a Ti!»

Uma antiqüíssima ilustração iconográfica faz eco a esta convicção dos cristãos, transmitida pela tradição oral. O Evangeliário de Rábbula de Edessa, dos finais do século VI, conservado hoje na Biblioteca Laurenziana de Florênça, apresenta a cena das mulheres indo ao sepulcro na manhã da Páscoa, ao lado  da cena de Maria junto ao pé da Cruz.

3. A Liturgia do Ocidente 

Em plena consonância  com as expressões bizantinas, uma oração visigótica para o Dia da Ressurreição é dedicada à Virgem Mãe de Deus, quando  vai buscar o corpo de Jesus no sepulcro, que alguns evangelistas atribuem à Maria de Magdala:

«Senhor Jesus Cristo, 
com que ardoroso  desejo e devoção 
buscava tua bem aventurada Mãe,  
por todos os rincões teu corpo, 
quando mereceu receber do Anjo o anúncio  
para que não mais chorasse, 
pois estavas já ressuscitado...»

Como feliz prolongação da tradicional Antífona Mariana: “Rainha do Céu, alegrai-vos...”, o Missal Romano  de Paulo VI elaborou  várias orações para as Missas Votivas à Mãe Deus, no Tempo Pascal, recorrendo à alegria da Virgem pela Ressurreição de seu Filho.

Atualmente,  compilou-se novas orações para as Missas dedicadas à Maria como a Missa  “À Virgem Maria na Ressurreição do Senhor” , cujo conteúdo sintetiza de maneira apropriada o que a devoção dos fiéis  havia sempre colocado em relevo: a presença de Maria no Mistério do Cristo Ressuscitado. Maria, a Virgem da Páscoa, tem na Liturgia Ocidental, orações litúrgicas que celebram e propõem  uma união indissolúvel da Mãe de Deus com o triunfo de seu Filho. Como canta o Prefácio desta Missa:

«Porque na Ressurreição de Jesus Cristo, teu Filho, encheste de alegria a Santíssima Virgem e premiaste maravilhosamente sua fé; ela havia concebido o Filho crendo, e , crendo esperou sua Ressurreição; forte na fé, contemplou o dia da Luz e da Vida, na que, dissipada a noite da morte, o mundo inteiro alegrou-se e a Igreja nascente, ao ver  novamente o seu Senhor imortal, se alegrou entusiasmada».

A alegria da Virgem na Páscoa,  é a alegria da Igreja que se exulta pelo triunfo de Cristo e encontra a cada ano, no Mistério Pascal, a fonte de seu regozijo, de sua esperança e de seu empenho.

4. A Virgem nas Ascensão do Senhor

A solenidade da Ascensão do Senhor, quarenta dias após a Ressurreição, celebra a subida gloriosa de Cristo à direita do Pai. É também o momento final da presença visível do Senhor Ressuscitado em meio a seus discípulos. Diz São Leão Magno: o que era visível em Cristo passou-se aos Sacramentos da Igreja

A presença de Maria na Ascensão do Senhor é um dado que a tradição nos passa através da iconografia. A liturgia bizantina recorreu  aos ícones para elaborar seus ofícios litúrgicos para este dia, dando destaque a presença de Maria neste acontecimento.

Desde a primitiva representação da Ascensão do Senhor, em Monza, do século IV ou V, Maria ocupa o lugar central entre o grupo dos discípulos que dirigem seu olhar ao Senhor que ascende aos céus, rodeado por anjos. Os anjos anunciam que tal como havia subido ao céu, Ele voltará cheio de glória (At 1,10-11). O Evangelho de Rabbula de Edessa oferece uma imagem a este respeito com um colorido impressionante. Os detalhes da Virgem Maria são espetaculares. De pé, entre o grupo dos apóstolos ocupa o lugar central. Está revestida com um manto púrpura da “Theotokos”, a Mãe de Deus; suas mãos estão numa posição de oração, como se quisesse acompanhar o movimento de ascensão de seu Filho.

A liturgia bizantina recorre  à iconografia para elaboração de alguns tropários referentes a esta festa, dando voz a expressão iconográfica. Um texto das Vésperas da Ascensão canta:

«Era conveniente que quem, como Mãe, 
sofreu mais que ninguém a Paixão, 
fosse agraciada por contemplar 
a Gorificação de Teu Corpo».

E, associando a Mãe aos apóstolos, testemunhas essenciais dos acontecimentos, segundo as Escrituras, a Liturgia Bizantina expressa a Teologia deste mistério com esta oração:

«Doce Jesus, 
que sem abandonar a comunhão com o Pai, 
quiseste submeter a nossa humanidade 
entre os habitantes desta terra, 
e  que hoje, do Monte das Oliveiras 
subiste em glória,  elevando  o homem contigo 
por amor à natureza decaída, 
fizeste este mesmo homem 
sentar-se contigo junto a teu Pai. 
Por isso, os exércitos angélicos, 
assombrados, cheios de   reverência, 
magnificam teu imenso amor pelos homens. 
Junto com eles, também nós habitantes da terra, 
glorificamos tua vinda até nós
  e tua ascensão aos céus. 
Encheste de alegria o grupo dos doze apóstolos
e a Bem-aventurada Virgem Maria que te gerou, 
faz-nos dignos da glória dos eleitos, 
por suas orações e tua grande misericórdia».

A teologia litúrgica que se desprende da iconografia do Mistério da Ascensão desenvolve amplamente o significado da presença de Maria neste episódio. Sublinha especialmente o caráter eclesial desta presença. No meio dos discípulos e em uma antecipação da espera pelo Pentecostes, Maria é a imagem da Igreja nesta terra. Sua atitude orante, com as mãos elevadas para o céu, é a expressão da epíclese, ou seja, a ardente invocação do Espírito Santo pela Igreja, esposa de Cristo. Desde o momento da Ascensão do Senhor, a Virgem  suplica que o Espírito Santo venha habitar entre nós. 

A mesma série de ícones apresentada no Evangeliário de Rabbula apresenta a cena do Pentecostes com uma assombrosa identidade coma Ascensão: o lugar que ocupava o Senhor na cena da Ascensão é ocupado pela pomba do Espírito Santo que derrama chamas de fogo sobre as cabeças dos apóstolos e de Maria. Há uma razão profunda para a presença de Maria neste mistério. A Virgem foi testemunha da entrada de Jesus neste mundo pela encarnação em seu ventre. Dela o Verbo recebeu a carne que agora é levada à gloria do Pai e é introduzida para sempre no seio da Trindade. Maria aparece como testemunha da humanidade de Cristo que é glorificada. Termina desde modo os acontecimentos visíveis de seu Filho na Terra. Mas Jesus se faz presente visivelmente nos Sacramentos da Igreja. Da mesma forma que Maria sentiu o Senhor encarnar-se em seu seio, também ela, é digna de vê-lo subir em glória, cujo corpo passou por tantos sofrimentos.

5. A Virgem Maria no Mistério do Pentecostes

«Os discípulos dedicavam-se à oração em comum, 
junto com Maria, a Mãe de Jesus». (At 1,14)

Para a presença de Maria no Cenáculo de Pentecostes contamos com a breve e significativa referência de São Lucas que narra este acontecimento no Livro dos Atos dos Apóstolos. Desta forma, este  texto  coloca Maria inserida no seio da comunidade apostólica pois, no momento da descida do Espírito Santo, ela está com os apóstolos. Assim escreveu X. Pikaza, um dos melhores artigos escritos sobre este particular:

«Que contribuição traz Maria, na visão dos estudiosos que interpretam a vida de Jesus? Os Apóstolos são testemunhas de sua atividade e de sua Páscoa; as mulheres testemunham a força de seu amor pela humanidade e a realidade de sua morte; os seguidores testemunham os milagres e sua misericórdia. E Maria? Ela testemunha o  seu nascimento e sua infância comprovando sua verdadeira humanidade».

Jesus não poderia ser concebido pela Igreja como plenamente humano se faltasse o testemunho de uma Mãe que o gerou e o educou. Na visão da Igreja, Maria faz parte da vida de Jesus, mesmo sendo uma testemunha silenciosa: “Guardava  tudo em seu coração” (Lc2,19-51). Há algo que nem os apóstolos, nem as mulheres nem seus seguidores poderiam testemunhar a não ser Maria que entregou à Igreja tal testemunho: sua humanidade e divindade.

O fato de Maria aparecer nos ícones sempre no meio dos Apóstolos embasa fortemente o pensamento de estar inserida significativamente na comunidade apostólica, pois ela continua, com sua presença, a  evangelizar; e recebe, por outro lado, dos que  compreenderam a profundidade de sua fé e missão, a honra de  ser chamada   “Bem Aventurada”

A efusão do Espírito, como sabemos, tem impressionantes semelhanças com o mistério da Anunciação. É a mesma força  que desce do alto, a mesma que cobriu Maria com sua sombra e agora enche o coração dos apóstolos. Os lábios de Maria, na Anunciação se abriram para cantar o Magnificat; e  no Pentecostes os apóstolos anunciaram as obras do Senhor a todos os homens em várias línguas. Lá é o mistério do Cristo que se encarna; aqui é o mistério da Igreja que nasce. Maria então  é aquela que está presente de maneira singular nestes acontecimentos que obedecem uma continuidade: da Encarnação do Verbo   ao nascimento da Igreja, por meio do Espírito Santo.

6. A iconografia

Também no Pentecostes, a iconografia nos oferece uma mensagem da fé da Igreja. O códice de Rabbula de Edessa, fonte inspiradora da iconografia oriental e  ocidental, coloca a Virgem de pé no centro da Igreja apostólica; a pomba, símbolo do Espírito Santo, é colocada verticalmente sobre sua cabeça, lançando sobre ela a chama mais abundante do fogo pentecostal. Maria aparece, como na Ascensão, no centro, como figura e modelo da magnífica presença  feminina na Igreja, e lembra também o rosto de Jesus, no meio de seus apóstolos.

Para este ícone quisera evocar sobriamente uma sugestiva exegese da Teologia Oriental. Escreve o Teólogo  V. Lossky:

«O Espírito Santo 
apareceu em forma de línguas de fogo, 
separadas umas das outras, 
e pousaram sobre a cabeça dos que ali estavam, 
sobre cada um dos membros do Corpo de Cristo. 
O Espírito Santo se comunica com as pessoas, 
marcando cada membro da Igreja 
com o selo da relação pessoal 
e única com a Trindade».

O Espírito de Pentecostes une e distingue. Plasma a pessoa em sua irrepetível singularidade, em seu próprio carisma mas, por sua vez, faz destas mesmas pessoas comunhão umas com as outras. Não é uma fusão que as despersonaliza. A Igreja é comunhão de pessoas, chamadas uma a uma pelo mesmo Espírito, salvaguardando cada singularidade, cada vocação e cada missão, para que participem da plena unidade, como imagem da Trindade. Maria ocupa assim seu lugar na Igreja, pela sua missão, carisma, solidariedade, unidade e comunhão com os demais. Ela é parte da Igreja, discípula e apóstola, e que pela sua maternidade, teve a função de congregar a todos na comunhão, na oração perseverante, à espera do Paráclito.

7. Novas Missas

A Liturgia da Igreja quis  preencher um vazio mariano na “eucologia” ocidental com as orações litúrgicas das missas votivas à Virgem Maria,  que é o centro do mistério do cenáculo com  a “Missa da Virgem Maria no Cenáculo” e a “Missa da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos.“ Vale a pena recordar os textos centrais do Prefácio que evocam a simetria entre a Anunciação e a vinda do Espírito Santo e a simetria entre a Visitação de Maria à Isabel com a Missão dos Apóstolos:

«Por que nos deste na Igreja Primitiva uma exemplo de oração e de unidade admiráveis: a Mãe de Jesus orando com os discípulos. Aquela que esperou em oração a vinda de Cristo invoca, agora, o Defensor prometido com seus rogos ardentes e que na Encarnação do Verbo foi coberta pela sombra do Espírito, de novo é cheia de graça pelo dom divino, no nascimento de teu novo povo...»

Assim, com feliz intuição litúrgica, a Igreja reconhece em Maria as primícias de sua missão apostólica que parte do cenáculo cheio de ardor e da força do Espírito Santo:

«Porque ela, conduzida pelo Espírito Santo visitou, levando Cristo em seu ventre, o Precursor, dando-lhe alegria e benção; do mesmo modo Pedro e os demais apóstolos, movidos pelo mesmo Espírito, anunciaram a todos os povos o Evangelho que havia  de ser para eles causa de alegria e salvação. Agora também a Santíssima Virgem pede, com sua intercessão incessante, para que anunciem o Cristo Salvador para o mundo».

Em plena recuperação do exemplo de Maria para a Igreja no exercício do culto divino, estas contribuições da espiritualidade litúrgica, com a ajuda do Oriente cristão e o inesperado presente da primitiva iconografia Mariana que é fonte da “lex credendi” (a norma da fé), podemos viver o Mistério do tempo Pascal. Na celebração do Mistério de Cristo que ressuscitou, subiu aos céus e enviou o Paráclito, a Igreja vê Maria, como testemunha especial destes acontecimentos, vivendo tais mistérios e os comunicando ao mundo.

ECCLESIA Brasil

Bispos da Indonésia repudiam atentado a catedral

Arcebispo de Jacarta, Cardeal Suharyo Hardjoatmodjo.
Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

JACARTA, 30 mar. 21 / 09:13 am (ACI).- Os bispos católicos da Indonésia criticaram veementemente o ataque à Catedral do Sagrado Coração de Jesus, na ilha de Sulawesi, cometido por dois homens-bomba que deixaram ao menos 19 feridos no Domingo de Ramos.

A polícia local acredita que os dois agressores faziam parte de um grupo muçulmano afiliado ao Estado Islâmico, chamado Jamaah Ansharut Daulah (JAD).

O Arcebispo de Jacarta, Cardeal Suharyo Hardjoatmodjo, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que os feridos estão hospitalizados e se recuperando.

O Cardeal disse na segunda-feira, 29 de março, que o atentado no início da Semana Santa "atingiu todos nós na Indonésia, não apenas os católicos", e destacou que "os líderes de todas as comunidades religiosas condenaram a violência brutal".

“Depois do ataque suicida, o governo garantiu a nós católicos e cristãos em geral que os serviços religiosos da Semana Santa poderão ser realizados conforme o previsto, com uma garantia de segurança do Governo”, disse o Cardeal Suharyo.

“Todos rezamos para que possamos celebrar a Semana Santa em paz e que todos os indonésios, não apenas os católicos, experimentem a paz que Jesus Cristo nos traz”.

A Comissão de Assuntos Ecumênicos e Inter-religiosos da Conferência Episcopal da Indonésia emitiu uma declaração assinada por Dom Yohanes Harun Yuwono, Bispo de Tanjungkarang.

“O ataque suicida não preocupa apenas os católicos, mas toda a nação e o estado da Indonésia”, afirmou o Bispo no comunicado publicado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

"Condenamos veementemente o ataque suicida que desonra a dignidade humana, destrói os valores da humanidade e aumenta a longa lista de incidentes terroristas na nação que amamos."

Na Indonésia está a sede do movimento Nahdlatul Ulama, a maior organização islâmica independente que busca criar uma estrutura para um "Islã humanitário" que rejeita os conceitos de califado, da sharia (a lei religiosa muçulmana usada como lei civil) e "kafir" que significa "infiéis", como muitos muçulmanos chamam aos não-muçulmanos.

Hodri Ariev, um dos líderes na Indonésia do Nahdlatul Ulama, disse à CNA que “eliminar a teologia por trás deste ataque requer um esforço sério e cooperação entre os ulama (especialistas islâmicos) e o Governo” na Indonésia, o país que tem mais muçulmanos no mundo.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, também condenou os "atos de terrorismo" e disse que ordenou que a polícia "investigue as redes dos agressores e rastreie as redes até suas raízes”.

"Convido todos os membros da sociedade a lutarem juntos contra o terrorismo e o radicalismo que são contrários aos nossos valores religiosos e aos nossos nobres valores como uma nação que apoia os valores divinos e os da diversidade", indicou o presidente em uma declaração no palácio presidencial de Bogor.

O presidente também se ofereceu para pagar o atendimento médico das vítimas e incentivou os cidadãos a não deixarem de frequentar os locais de culto.

O ataque ocorreu na catedral católica em Makassar, capital da província de Sulawesi, enquanto os fiéis estavam saindo do templo.

Pe. Wilhelmus Tulak, que presidiu a missa do Domingo de Ramos, disse que a explosão ocorreu por volta das 10h30 (horário local).

Antes da explosão, um homem e uma mulher tentaram entrar de motocicleta por uma das entradas do local, mas foram barrados pelos seguranças.

Makassar é o quinto maior centro urbano da Indonésia. O país tem cerca de 270 milhões de habitantes, dos quais 27 milhões são cristãos. Destes, cerca de oito milhões são católicos.

Vários líderes católicos em todo o mundo expressaram seu pesar pelo ataque. O Arcebispo Eric de Moulins-Beautfort, presidente da Conferência Episcopal Francesa, disse que os católicos da França se unem aos fiéis da Indonésia em oração.

Do Vaticano, o Papa Francisco também ofereceu suas orações pelas vítimas.

Alessandro Monteduro, diretor da ACN na Itália, pediu aos países onde os cristãos são perseguidos que aumentem as medidas de segurança na Semana Santa e na Páscoa.

“O calendário do terror continua alinhado com o litúrgico”, disse Monteduro

“Esperamos que as forças policiais das nações onde atuam esses grupos extremistas islâmicos aumentem as medidas de segurança para garantir aos fiéis uma participação pacífica nas celebrações da Semana Santa e da Páscoa”, acrescentou.

ACI Digital

Estudo mostra que a vida religiosa nos EUA está voltando ao normal

Dziurek | Shutterstock
por J-P Mauro

Os pesquisadores sugerem que a vacinação fará com que a frequência à igreja volte ao normal.

As igrejas não estarão lotadas nesta Páscoa, mas a prática religiosa está começando a se normalizar na América. Uma pesquisa conduzida pela Pew Research descobriu que católicos e comunidades cristãs têm visto um aumento na frequência às paróquias desde o verão passado. O retorno é marcado por uma confiança crescente de que os protocolos impedem a disseminação da COVID-19.

De acordo com o Pew, apenas 5% das igrejas católicas estão abertas para a missa, o que representa um aumento de 3% em julho passado. O relatório, intitulado “A vida nas congregações religiosas dos EUA lentamente volta ao normal”, observou que 36% dos católicos disseram que gostariam de participar da missa de Páscoa. Embora isso mostre uma tendência promissora, ainda está muito abaixo dos 58% que disseram que iriam em um ano normal. A participação na missa presencial aumentou ligeiramente, de 32% para 38%, desde agosto passado.

Católicos cautelosos

Os católicos foram considerados os mais cautelosos entre as comunidades cristãs. Quase 70% disseram apoiar os protocolos sanitários, como uso de máscara e distanciamento social, na missa. Outros 6 em cada 10 disseram acreditar que a participação na missa deve ser limitada para evitar a disseminação da COVID-19.

A pesquisa também descobriu que os católicos se sentem seguros na igreja, já que 76% dos católicos pesquisados ​​disseram que se sentem confiantes de que podem frequentar a igreja com segurança sem contrair Covid.

Embora a pesquisa tenha descoberto que muitos cristãos estão ansiosos para retornar às celebrações, ela também mostra que as pessoas estão ficando cansadas de assistir aos cultos religiosos online. Em geral, membros de denominações cristãs relataram menor comparecimento à missa virtual do que em 2020. O maior diferencial foi visto nos católicos, que caíram de 63% para 51% desde o ano passado.

Embora os números ainda sejam baixos, eles representam uma tendência promissora para o aumento da frequência à igreja. O pesquisador sênior do Pew, Greg Smith, disse à CNA que o comparecimento deve melhorar conforme mais pessoas sejam vacinadas. Ele disse:

“É de se esperar que a situação congregacional para católicos e outros cristãos melhore” com o avanço da vacinação, acrescentou ele. “Quando começamos a lançar essas perguntas em março, a situação havia melhorado muito.”

Aleteia

Papa exorta imitar Maria nas cruzes de nossas Vias Sacras do dia-a-dia

VaticanMedia
O que fazer nas cruzes do dia-a-dia?  O mesmo que mostra a Mãe de Jesus: seguir seu filho, assumir sua cota de sofrimento, perplexidade e trilhar o caminho da paixão, com a lâmpada da fé acesa em seu coração. 

Cidade do Vaticano (29/03/2021, 16:25, Gaudium Press) Após a Missa do Domingo de Ramos, o Papa Francisco dirigiu a costumeira oração do Angelus dirigida a Nossa Senhora e encorajou a todos a imitar o exemplo de Maria nas “Estações diárias de nossa própria Via Sacra”. 
Antes de iniciar a oração propriamente dita, o Papa recordou que é a segunda vez que vivemos o Domingo de Ramos dentro do terrível quadro da pandemia:
“No ano passado ficamos mais chocados. Este ano estamos mais provados e a crise econômica se agravou”, disse o Papa.

Acompanhando esse raciocínio, o Papa perguntou em seguida: “Nesta situação histórica e social, o que faz Deus?”

Jesus ensina a pegar a própria cruz e ir em frente

Jesus nos ensina a tomar a própria cruz. Então, pegue a cruz.
“Jesus assume a cruz, ou seja, assume o peso do mal que esta realidade implica, mal físico, mal psicológico e principalmente espiritual, porque o Maligno aproveita as crises para semear desconfiança, desespero e joio ”, alertou. 

Fazer o que mostra a Mãe de Jesus: seguir seu filho. Trilhar o caminho da paixão, mantendo a lâmpada da fé acesa em seu coração. 

Prosseguindo em seu pensamento, Francisco perguntou: “E nós? Que devemos fazer?”

O que devemos fazer, respondeu ele mesmo:
Devemos fazer “o que nos mostra a Virgem Maria, a Mãe de Jesus, que é também a sua primeira discípula: Ela seguiu seu filho. 
Ela assumiu sua própria cota de sofrimento, escuridão, perplexidade e trilhou o caminho da paixão, mantendo a lâmpada da fé acesa em seu coração. om a graça de Deus, também nós podemos seguir este caminho ”.

Ao longo da “Via-sacra quotidiana”, o Papa destacou: “encontramos os rostos de tantos irmãos e irmãs em dificuldade” e exortou: “Não passemos. Movamos o nosso coração com compaixão e deixemos nós nos aproximamos ”. 

Nas atuais circunstâncias ainda podemos pensar:
“Neste momento, como o cireneu, podemos interrogar:
‘Por que só eu?’ 
Mas então descobriremos o dom que, sem merecê-lo, nos foi concedido. 
“Ajude-nos Nossa Senhora, que sempre nos precede no caminho da fé ”, rezou para encerrar. (JSG)

(Foto VaticanMedia)

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Francisco: os sacerdotes devem ter um olhar de ternura, reconciliação e fraternidade

O sacerdote de deixar-se moldar pelo Bom Pastor |
Vatican News

O Papa ressaltou à comunidade do Pontifício Colégio Mexicano de Roma que os problemas atuais exigem dos sacerdotes a necessidade de se configurarem ao Senhor e ao olhar de amor com que Ele nos contempla. "Ao conformar o nosso olhar com o seu, o nosso se transforma em olhar de ternura, reconciliação e fraternidade", disse Francisco.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira (29/03), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros da Comunidade do Pontifício Colégio Mexicano.

O Pontífice iniciou o seu discurso, recordando o seu encontro com o povo mexicano durante sua viagem apostólica ao México, em 2016, "que de certa forma se renova a cada ano com a celebração da Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe aqui na Basílica Vaticana", disse ele.

A seguir, Francisco ressaltou que os problemas atuais exigem dos sacerdotes a necessidade de se configurarem ao Senhor e ao olhar de amor com que Ele nos contempla. "Ao conformar o nosso olhar com o seu, o nosso se transforma em olhar de ternura, reconciliação e fraternidade", disse o Papa, destacando esses três pontos.

Autêntica compaixão

O primeiro, "a necessidade de ter um olhar de ternura com que nosso Deus Pai vê os problemas que afligem a sociedade: violência, desigualdades sociais e econômicas, polarização, corrupção e falta de esperança, especialmente entre os jovens". "A configuração cada vez mais profunda com o Bom Pastor desperta em cada sacerdote uma autêntica compaixão, tanto pelas ovelhas a ele confiadas quanto por aquelas que se extraviaram. Somente deixando-nos moldar por Ele se intensifica a nossa caridade pastoral, onde ninguém é excluído de nossa solicitude e oração", sublinhou Francisco.

Comprometer-se com o restabelecimento da justiça

Em segundo lugar, o Papa destacou que "é preciso ter um olhar de reconciliação".

As dificuldades sociais que estamos atravessando, as enormes diferenças e a corrupção exigem de nós um olhar que nos torne capazes de tecer juntos os vários fios que se fragilizaram ou foram cortados na tilma multicolorida de culturas que compõem o tecido social e religioso da nação, prestando atenção, sobretudo, àqueles que foram descartados por causa de suas raízes indígenas ou de sua particular religiosidade popular. Nós pastores somos chamados a ajudar a reconstruir relações respeitosas e construtivas entre pessoas, grupos humanos e culturas dentro da sociedade, propondo a todos "deixar-se reconciliar por Deus" e comprometer-se com o restabelecimento da justiça.

Um olhar que facilite a comunhão

Por fim, "o nosso tempo atual nos impele a ter uma visão de fraternidade. Os desafios que enfrentamos são de tal magnitude que abrangem o tecido social e a realidade globalizada interconectada pelas redes sociais e os meios de comunicação. Por isso, junto com Cristo, Servo e Pastor, devemos ser capazes de ter uma visão de conjunto e unidade, que nos impulsiona a criar fraternidade, que nos permite evidenciar os pontos de conexão e interação no coração das culturas e na comunidade eclesial".

Um olhar que facilite a comunhão e a participação fraterna, que anime e oriente os fiéis a respeitarem a nossa Casa comum e serem construtores de um mundo novo, em colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade. Para ser assim, precisamos da luz da fé e da sabedoria de quem sabe “tirar as sandálias” para contemplar o mistério de Deus e, desse ponto de vista, ler os sinais dos tempos.

Não subestimar as tentações mundanas

Segundo o Papa, "é fundamental harmonizar na formação permanente as dimensões acadêmica, espiritual, humana e pastoral. Ao mesmo tempo, precisamos nos conscientizar de nossas deficiências pessoais e comunitárias, bem como das negligências e faltas que temos que corrigir em nossa vida. Somos chamados a não subestimar as tentações mundanas que podem levar a um conhecimento pessoal insuficiente, a atitudes autorreferenciais, ao consumismo e às várias formas de evasão de nossas responsabilidades".

O Papa concluiu, pedindo a Nossa Senhora de Guadalupe e a São José para que cuidem de todo o Clero do México e da comunidade do Pontifício Colégio Mexicano.

Vatican News

Grupo pró-vida refuta ataques do lobby do aborto

Imagem referencial / crédito: Unsplash

ALABAMA, 29 mar. 21 / 01:55 pm (ACI).- Uma organização internacional pró-vida rejeitou as acusações infundadas sobre seu serviço de resgate de pílulas abortivas, após algumas publicações em um site político com sede no Reino Unido.

Heartbeat International (HBI), que se autodenomina como a maior rede de ajuda pró-vida para a gravidez no mundo, foi acusada de fornecer o serviço a nível internacional sem a aprovação das autoridades médicas locais, em uma série de relatórios no site openDemocracy.

O grupo com sede nos Estados Unidos disse que notou um fluxo de consultas inusuais antes que os relatórios aparecessem, o que o levou a suspeitar que os repórteres que escreveram as publicações poderiam ter se passado por clientes.

Em uma declaração de 25 de março, o presidente do HBI, Jor-El Godsey, disse que "nenhuma mulher deveria ser obrigada a concluir um procedimento médico que não deseja mais".

“É inconcebível que os defensores da 'escolha' falem sobre negar às mulheres a opção de tentar salvar seu bebê. Seus esforços estão mais focados em proteger o ‘Grande Aborto’ do que em ajudar as mulheres”, assegurou.

“Este grupo não dedicou nem um momento a investigar a venda de partes do corpo dos bebês e, em troca, dedica tempo e recursos a obstaculizar o trabalho de caridade pró-vida sem fins lucrativos que tenta ajudar as mulheres que querem reverter seu aborto químico”, disse Godsey.

O site do Reino Unido publicou quatro artigos em 25 de março, escritos pela equipe “Open Democracy 50.50”, que produz “jornalismo de investigação feminista e reportagens de primeira linha”.

O relatório principal teve como título "As mulheres do Reino Unido estão sendo 'usadas como cobaias' por médicos de 'reversão do aborto'".

Seguiram-se outros relatórios chamados "Revelado: Médicos de todo o mundo oferecem um tratamento 'perigoso' para 'reverter' os abortos", "A 'reversão da pílula abortiva' está se difundindo na Europa, apoiada pela direita cristã dos Estados Unidos", e "Enganosa e incorreta: Especialistas sul-africanos condenam a ‘reversão da pílula abortiva'".

O site openDemocracy assinalou que "repórteres disfarçados em quatro continentes", incluindo oito países europeus, se comunicaram com a linha direta do serviço de HBI para reverter as pílulas abortivas, e indicou que “parlamentares europeus e britânicos” pediam o fechamento da operação.

A HBI, que tem a sua sede em Columbus, Ohio, assegurou que tem links para mais de 2.800 locais afiliados em mais de 60 países.

Sua missão é “alcançar e resgatar o maior número de vidas possível em todo o mundo, por meio de uma rede eficaz de ajuda para a gravidez que reafirma a vida, para renovar as comunidades para sempre, para alcançar sua visão de fazer com que o aborto não seja desejado hoje e seja impensável para as gerações futuras”.

HBI explica que sua rede de resgate de pílulas abortivas "conecta mulheres que se arrependem de tomar a primeira dose da pílula com uma rede de profissionais médicos capacitados para administrar o protocolo de reversão".

Indica que de 2019 a 2020, o número de inícios de reversão da pílula abortiva aumentou 91% e que cerca de 150 mulheres iniciam o protocolo a cada mês.

Em resposta às perguntas da openDemocracy, a organização pró-vida respondeu que “toda mulher merece saber toda a verdade sobre o aborto; isso inclui cada fato relacionado ao seu filho por nascer e às decisões que podem ser tomadas em cada passo do caminho”.

“A reversão da pílula abortiva é uma aplicação de vanguarda de um tratamento provado e aprovado pela FDA que tem sido usado por décadas para prevenir o aborto espontâneo e o parto prematuro. Trata-se de doses contínuas de emergência de progesterona para neutralizar os efeitos da primeira pílula abortiva”, indicou.

Respondendo sobre a ética de reverter a pílula abortiva, o grupo pró-vida disse: "As estatísticas mostram que mais de 2 mil mulheres conseguiram interromper o aborto e salvar seus filhos graças à intervenção da reversão da pílula abortiva".

O site de openDemocracy, que acusa o HBI, se descreve como uma organização de meios de comunicação independente que busca “educar os cidadãos para desafiar o poder e promover o debate democrático em todo o mundo”.

O site é publicado por Open Democracy Limited, uma empresa registrada no Reino Unido. Segundo seu site, seus promotores incluíram em 2020 a “Open Trust / Ford Foundation” e “Foundation Open Society Institute" que estão entre as instituições que contribuem com mais de 137 mil dólares.

Open Society Foundations, criada por George Soros em 1993 como Open Society Institute (OSI), financia diversas campanhas em favor do aborto em todo o mundo.

O site, que tem o lema “pensamento livre para o mundo”, destaca em seu plano estratégico 2020-22, como uma pesquisa sobre “a desinformação contra o aborto afetou os legisladores, as autoridades de saúde e os meios de comunicação”.

O diretor executivo do Grupo ACI, Alejandro Bermúdez, é membro do diretório de HBI.

ACI Digital

S. JOÃO CLÍMACO, ABADE NO MONTE SINAI

S. João Clímaco, Escola de Novgorod 
30 de março

João Clímaco viveu no século VII. Sua data de nascimento é documentada por volta do ano 575 na Síria. Temos poucas notícias sobre a sua vida, mas seu exemplo e escritos são muito conhecidos na Tradição cristã.
Com apenas dezesseis anos, João entrou para o mosteiro no Monte Sinai, tornando-se discípulo do abade Martírio. Ao completar vinte anos, escolheu viver como eremita em uma gruta, onde, por quarenta anos, estudou, meditou as Escrituras e se dedicou à oração.

Na montanha divina

Os monges do Monte Sinai pediram-lhe para assumir o cargo de hegúmeno (guia) do seu mosteiro. Assim, João voltou a viver como cenobita. Neste cargo, demonstrou uma grande sabedoria, em matéria de fé, a ponto de a sua fama se espalhar para fora dos muros do mosteiro, até chegar a Roma. Em uma Carta, o Papa Gregório Magno recomendou suas orações para si e aumentou os auxílios para os religiosos.
Ao receber o cargo de Vigário do Papa em Constantinopla, durante os anos 579-585/6, manteve contatos amigáveis com muitos padres do Sinai, com os quais se correspondia.
Poucos anos depois, João deixou o mosteiro e, saudoso da vida eremítica, decidiu retirar-se em solidão, vindo a falecer no ano 650.

A Escada do Paraíso

A sua obra - em grego - que o levou a ser famoso entre a cristandade, intitulada Κλίμαξ του Παραδείσου (Escada do Paraíso ou Escada da Ascensão Divina), o tornou conhecido, entre as gerações futuras, como João Clímaco.
Sua obra pode ser definida um verdadeiro Tratado de vida espiritual, porque indica como atingir o amor perfeito. Com efeito, João desenvolve um caminho de trinta degraus - correspondente aos anos da vida particular de Cristo – que se articula em três etapas.
A primeira é a ruptura com o mundo e o retorno à infância evangélica, ou seja, tornar-se crianças, em sentido espiritual, mediante a inocência, o jejum e a castidade.
A segunda é a luta espiritual contra as paixões: cada degrau corresponde a uma paixão, indica a terapia e propõe uma sua virtude. Porém, o autor afirma que as paixões não são negativas em si, mas se tornam assim por causa do mau uso que a liberdade humana faz delas. De fato, indica: “As paixões, se forem purificadas, revelam ao homem o caminho para Deus, com energias unificadas por meio da ascese e da graça”.
A terceira etapa do caminho para o “paraíso” é a perfeição cristã, que se desenvolve nos últimos sete degraus da Escada, os estados mais altos da vida espiritual, que podem ser experimentados por quem atinge a quietude e a paz interior.
Dos últimos sete degraus, os primeiros três são representados pela simplicidade, a humildade e o discernimento. Sobre este último, João Clímaco esclarece: “Como guia e norma de todas as coisas, depois de Deus, devemos seguir a nossa consciência”.
O último degrau da Escada consiste na sobriedade do espírito, alimentada pelas virtudes da fé, da esperança e da caridade. Esta última é representada também como Eros - amor humano – e, portanto, como união matrimonial da alma com Deus: a força do amor humano pode ser reconduzida a Deus e uma sua intensa experiência pode levar a alma ao amor perfeito, mais do que a dura luta contra as paixões.
Nas últimas páginas da Escada do Paraíso, João Clímaco escreve: “A primeira virtude é parecida com um raio; a segunda, com a luz; e a terceira com um círculo”. Ele conclui sua obra exaltando a caridade como “mãe da paz, fonte de sabedoria e raiz da imortalidade e da glória... estado dos anjos e vantagem do século”.

Link: https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/it/audiences/2009/documents/hf_ben-xvi_aud_20090211.html

Vatican News

segunda-feira, 29 de março de 2021

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

S. Agostinho | VaticanNews

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo Guelferbytanus 3:PLS 2,545-546)

(Séc.V)

Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor!

A Paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é para nós penhor de glória e exemplo de paciência.

Haverá alguma coisa que não possam esperar da graça divina os corações dos fiéis, pelos quais o Filho unigênito de Deus, eterno como o Pai, não apenas quis nascer como homem entre os homens, mas quis também morrer pelas mãos dos homens que tinha criado?

Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Mas o que ele já fez por nós e agora celebramos é ainda muito maior. Onde estávamos ou quem éramos, quando Cristo morreu por nós pecadores? Quem pode duvidar que ele dará a vida aos seus fiéis, quando já lhes deu até a sua morte? Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão em Deus?

Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens.

Quem é Cristo senão aquele que no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus: e a Palavra era Deus? (Jo 1,1). Essa Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Se não tivesse tomado da nossa natureza a carne mortal, Cristo não teria possibilidade de morrer por nós. Mas deste modo o imortal pôde morrer e dar sua vida aos mortais. Fez-se participante de nossa morte para nos tornar participantes da sua vida. De fato, assim como os homens, pela sua natureza, não tinham possibilidade alguma de alcançar a vida, também ele, pela sua natureza, não tinha possibilidade alguma de sofrer a morte.

Por isso entrou, de modo admirável, em comunhão conosco: de nós assumiu a mortalidade, o que lhe possibilitou morrer; e dele recebemos a vida.

Portanto, de modo algum devemos envergonhar-nos da morte de nosso Deus e Senhor; pelo contrário, nela devemos confiar e gloriar-nos acima de tudo. Pois tomando sobre si a morte que em nós encontrou, garantiu com total fidelidade dar-nos a vida que não podíamos obter por nós mesmos.

Se ele tanto nos amou, a ponto de, sem pecado, sofrer por nós pecadores, como não dará o que merecemos por justiça, fruto da sua justificação? Como não dará a recompensa aos justos, ele que é fiel em suas promessas e, sem pecado, suportou o castigo dos pecadores?

Reconheçamos corajosamente, irmãos, e proclamemos bem alto que Cristo foi crucificado por amor de nós; digamos não com temor, mas com alegria, não com vergonha, mas com santo orgulho.

O apóstolo Paulo compreendeu bem esse mistério e o proclamou como um título de glória. Ele, que teria muitas coisas grandiosas e divinas para recordar a respeito de Cristo, não disse que se gloriava dessas grandezas admiráveis – por exemplo, que sendo Cristo Deus como o Pai, criou o mundo; e, sendo homem como nós, manifestou o seu domínio sobre o mundo – mas afirmou: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo (Gl 6,14).

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Dezenas de milhares pedem revogação de lei do aborto na Argentina

Marcha pela Vida em Buenos Aires 2021 /
Crédito: Marcha pela Vida
Buenos Aires, 29 mar. 21 / 11:00 am (ACI).- Neste sábado, 27 de março, foi realizada em Buenos Aires e em várias cidades da Argentina a sexta “Marcha pela Vida”, uma manifestação que contou com a presença de dezenas de milhares de pessoas em defesa da vida do nascituro e que pedia a revogação da lei do aborto.

A organização “Marcha pela Vida”, organizadora do evento, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que havia cerca de “50 mil participantes” que “marcharam pela revogação da lei do aborto e em apoio aos médicos objetores e docentes”.

“Marchamos pela vida e pela revogação do aborto”, disse o Partido Celeste Pró-vida, participante da marcha nacional, que aconteceu em várias cidades de mais de 10 províncias argentinas.

As manifestações foram realizadas em províncias como Río Negro, Tucumán, Chubut, Entre Ríos, Córdoba, Buenos Aires, Chaco, Corrientes, Salta, Mendoza, Santiago del Estero, Santa Fe.

Em Buenos Aires, o encontro foi das 14h às 17h30 da Praça Itália até a praça Rubén Darío.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível ver centenas de pessoas de todas as idades percorrendo as ruas argentinas com faixas, bandeiras e camisetas celestes (que representa a defesa do nascituro).

A criticada lei do aborto foi aprovada pelo Senado em 30 de dezembro de 2020 após uma intensa, mas breve discussão legislativa que durou menos de um mês, incluindo a Câmara dos Deputados.

Após a entrada em vigor da lei, no dia 24 de janeiro, foram executadas distintas ações de amparo nas várias províncias.

Além disso, em 22 de janeiro, foi apresentada uma denúncia penal contra o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pelo crime de genocídio e suborno, em decorrência da promulgação da lei do aborto.

O que diz a nova Lei do Aborto da Argentina?

A lei do aborto aprovada na Argentina em 30 de dezembro indica que as mulheres podem ter acesso ao aborto até a 14ª semana de gestação, sem nenhuma justificativa.

Após esse período, o artigo 4 da lei assinala, sem dar maiores detalhes, que o aborto pode ser realizado quando a gravidez for resultado de estupro ou “se a vida ou a saúde integral da grávida estiver em perigo”.

O artigo 10 da lei estabelece que “o profissional de saúde que deve intervir diretamente na interrupção da gravidez tem o direito de exercer objeção de consciência”, mas deve “encaminhar de boa fé a paciente para que seja atendida por outro profissional de forma rápida e oportuna, sem demoras”.

Também indica que "o profissional de saúde não poderá se recusar a interromper a gravidez caso a vida ou a saúde da pessoa gestante estiverem em perigo e requeiram atendimento imediato e inadiável” e não “será possível alegar objeção de consciência para se negar a prestar cuidados de saúde pós-aborto”.

O artigo 11 da lei refere-se à objeção de consciência institucional e estabelece que, quando um estabelecimento de saúde se baseia neste direito, tem a obrigação de encaminhar a grávida a outro que realize o aborto.

Além disso, a lei do aborto incorpora em seu artigo 15 o artigo 85 do Código Penal, que estabelece que “será reprimido ou reprimida com prisão de três meses a um ano e suspensão especial pelo dobro do tempo da condenação, o funcionário público ou a funcionária pública ou a autoridade do estabelecimento de saúde, profissional, efetor ou profissional de saúde que dilatar sem justificativa, colocar obstáculos ou se negar, em contravenção à normativa vigente, a praticar um aborto nos casos legalmente autorizados”.

Especialistas em direito e medicina da Argentina afirmam que os médicos têm direito à objeção de consciência, apesar de a nova lei tentar suprimir esse direito.

ACI Digital

Apesar da pandemia e da política, sempre há luz no final do túnel

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por Francisco Borba Ribeiro Neto

Para o cristão, a vida pode ser drama, mas não deveria se tornar tragédia; o túnel escuro pode ser longo, mas não é um buraco sem saída.

É muito triste ver os brasileiros desesperançados diante da pandemia e da situação política do País. Pensávamos que 2021 seria um ano “mais normal”, mas vemos um recrudescimento da pandemia e temos a impressão de estarmos diante de uma quarentena interminável, com mortes, crise econômica e desemprego sem fim. Diante dessa conjuntura, realmente caótica e dramática, os políticos parecem continuar se orientando por interesses particulares, entregues a devaneios ideológicos ou a negociatas interesseiras. Uma sensação deprimente, mistura de impotência, raiva e desilusão, acomete a muitos de nós – e, convenhamos, com boa parcela de razão.

Contudo, para o cristão, a vida pode ser drama, mas não deveria se tornar tragédia; o túnel escuro pode ser longo, mas não é um buraco sem saída. A tragédia sempre acaba mal, mas o drama, apesar de todo o seu sofrimento, pode ter um desfecho feliz. As dificuldades, por mais dolorosas que sejam (e não há dor maior e mais inexorável do que a da morte) não se tornam tragédia na medida que são iluminadas pela luz no final do túnel: a esperança. Diante da situação atual, renova-se uma das grandes questões do cristianismo: de onde vem aquela esperança que “não decepciona”? 

Cristo é a esperança que não decepciona, mas essa frase pode parecer uma espécie de autoengano, um esforço piedoso para fugir da realidade, mais uma ideologia para iludir nossos corações doloridos (aliás, é assim que tanto o marxismo quanto o positivismo viram o cristianismo). O Papa Francisco, nas comemorações do Natal de 2020, em meio à pandemia, observou com propriedade: “Uma leitura da realidade sem esperança não se pode chamar realista. A esperança dá às nossas análises aquilo que muitas vezes o nosso olhar míope é incapaz de captar […] O nosso tempo também tem os seus problemas, mas possui igualmente o testemunho vivo de que o Senhor não abandonou o seu povo […] Quem não olha a crise à luz do Evangelho limita-se a fazer a autópsia dum cadáver: olha a crise, mas sem a esperança do Evangelho, sem a luz do Evangelho”.

Perder essa relação fundamental entre realismo e esperança é um sinal claro de que nossa mentalidade não é mais cristã, que – por mais que rezemos ou afirmemos princípios cristãos – estamos pensando como o mundo e não como os “amigos de Cristo”. Nesse artigo, não quero discorrer sobre a espiritualidade da esperança, outros em Aleteia podem fazê-lo muito melhor do que eu. Minha questão é como a mentalidade hegemônica na sociedade corrói a nossa esperança e nosso discernimento justamente no momento em que mais necessitamos deles.

A esperança que não é ilusão

Bento XVI tem uma percepção aguda da falta de esperança em nossa sociedade. Escreveu “Santo Agostinho […] notou uma reciprocidade entre scientia e tristitia: o simples saber, disse ele, deixa-nos tristes. E realmente quem se limita a ver e apreender tudo aquilo que acontece no mundo, acaba por ficar triste”. Mais adiante, no mesmo texto, irá citar o “otimismo que vive na fé cristã”, pois na fé aprendemos a bondade do Amor de Deus e que a verdade última se revela como bem para todos nós. Ciente, contudo, desse déficit de esperança em nosso tempo, o Papa emérito escreveu sua encíclica Spe salvi, “Salvos pela esperança” (SS, 2007).

A esperança, de certa forma, se identifica com a própria fé, observa Bento XVI (SS 2). Contudo, a fé que desabrocha como esperança não é um simples “acreditar em coisas que não se veem”. Se fosse assim, pareceria realmente um discurso ilusório. A fé, em sua essência, é o reconhecimento da presença de Deus em nossa vida. Uma presença que se tornará dominante na vida eterna, mas que já está presente e operando agora (cf. SS 7). Nesse sentido, podemos entender que a fé se apoia numa experiência pessoal de encontro com Cristo.

A fé nos foi transmitida pelo anúncio de outros que conheceram a Cristo antes de nós, mas como os samaritanos, também podemos dizer: “Já não é por causa do que você falou que cremos. Nós mesmos O ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo” (Jo 4, 42). Se perdemos de vista as maravilhas do amor de Deus que testemunhamos em nossas vidas, aquilo que vimos acontecer, conosco e com os demais, não conseguimos ter esperança. Quando perdemos a esperança, é sinal de que não mais “fazemos memória” daquilo que o Senhor já fez por nós. Para o cristão, memória e esperança são indissociáveis.

Mas, a lembrança das coisas boas do passado não é suficiente para nos manter firmes no presente, quando esse se apresenta cheio de problemas, dificuldades e sofrimentos. Aqui, talvez, o testemunho dos casados há muito tempo pode ser de ajuda para nós. A vida de um casal não é feita apenas de momentos bons. Todos acumulam, em sua vida conjugal, alegrias e tristezas, beleza e sofrimento. Contudo, quando olham retrospectivamente, os cônjuges percebem que tanto os momentos bons quanto os difíceis ajudaram a construir e solidificar o amor de um pelo outro – mais ainda, tanto as alegrias quanto as tristezas são necessárias para que a comunhão entre os esposos se fortaleça e se torne certeza para toda a vida.

Para quem vive à luz do amor, todo acontecimento é ocasião para reafirmar a beleza do amor, mesmo quando se revela na dor e no sofrimento. Assim é com os esposos, assim é com os cristãos em sua relação com Deus. Todo acontecimento nos dá oportunidade para aprofundarmos nossa experiência de sermos amados por Deus – e, portanto, também a nossa fé, que se manifesta como esperança. As dificuldades desse tempo de pandemia e escândalos políticos não são diferentes das outras… Podem igualmente servir para fortalecer nossa fé e nossa esperança.

O grande obstáculo

Como a mentalidade dominante se interpõe a esse caminho de amadurecimento cristão? Nos fazendo olhar apenas para nós mesmos. Vivemos numa sociedade individualista, onde a satisfação da própria vontade é confundida com a realização integral da pessoa. Coisas, acontecimentos e pessoas são mensurados em termos do quanto de prazer nos proporcionam. Ser feliz, acreditamos nesses nossos tempos, é fazer o que se quer. Quanto menos olharmos para os outros e para as circunstâncias, melhor.

Com isso, deixamos não só de olhar para nossos irmãos, mas também para Deus. Ele passa a ser alguém a quem pedir exaustivamente que satisfaça nossas vontades. E quando elas não se realizam? Talvez não deixemos de “acreditar” Nele, mas nos desesperamos. Uma fé assim não é memória do encontro com Cristo, mas reafirmação de nossas ideias e vontades. Esse é o grande obstáculo que não nos permite viver com otimismo e amor as dificuldades e até as dores, que realmente acontecem e não deixarão de nos fazer sofrer – mas que não precisam dar a última palavra sobre a nossa vida. 

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF