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terça-feira, 6 de abril de 2021

São Marcelino de Cartago

Franciscanos
06 de abril

Marcelino foi um sábio e dedicado religioso, amigo e discípulo de Agostinho, bispo de Hipona, depois canonizado e declarado doutor da Igreja. Entretanto, Marcelino acabou sendo vítima de um dos lamentáveis cismas que dividiram o cristianismo. Foram influências políticas, como o donatismo, que levaram esse honrado cristão à condenação e ao martírio.

Tudo teve início muitos anos antes, em 310. O imperador Diocleciano ordenara ao povo a entrega e queima de todos os livros sagrados. Quem obedeceu, passou a ser considerado traidor da Igreja. Naquele ano, Ceciliano foi eleito bispo de Cartago, mas teve sua eleição contestada por ter sido referendada por um grupo de bispos traidores, os mesmos que entregaram os livros sagrados.

O bispo Donato era um desses e, além disso, tinha uma posição totalmente contrária ao catolicismo ortodoxo. Ele defendia que os sacramentos só podiam ser ministrados por santos, não por pecadores, isto é, gente comum. Os seguidores do bispo Donato, portanto, tornaram-se os donatistas, e a Igreja dividiu-se.

Em Cartago, Marcelino ocupava dois cargos de grande importância: era tabelião e tribuno, funcionando, assim, como um porta-voz da população diante das autoridades do Império Romano. Era muito religioso, ligado ao bispo Agostinho, de Hipona, reconhecido realmente como homem de muita fé e dedicação à Igreja. Algumas obras escritas pelo grande teólogo bispo Agostinho partiram de consultas feitas por Marcelino. Foram os tratados “sobre a remissão dos pecados”, “sobre o Espírito”, e o mais importante, “sobre a Trindade”, porém nenhum deles pôde ser lido por Marcelino.

Quando Marcelino se opôs ao movimento donatista, em 411, foi denunciado como cúmplice do usurpador Heracliano e condenado à morte. Apenas um ano depois da execução da pena é que o erro da justiça romana foi reconhecido pelo próprio imperador Honório. Assim, a acusação foi anulada e a Igreja passou a reverenciar são Marcelino como mártir. Sua festa litúrgica foi marcada para o dia 6 de abril, data de sua errônea execução.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos:  Celestino, Catarina de Pallanza e Diógenes

https://franciscanos.org.br/

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Segunda-feira da Páscoa: reze este Salmo e deixe Deus renovar o seu espírito

etonastenka | Shutterstock
por Philip Kosloski

O Tempo Pascal deve ser uma época de regeneração e renovação.

Tradicionalmente, em muitos países eslavos, a segunda-feira de Páscoa é chamada de “segunda-feira úmida”, pois é um dia em que homens e mulheres brincam de se molhar com água. O costume é, de fato, uma atividade divertida. Mas também reflete uma profunda verdade espiritual da Páscoa.

A Páscoa deve ser uma época de regeneração e renovação espiritual, onde nossos pecados são “lavados” e nós somos renovados no espírito. Uma forma de nos lembrarmos desta verdade fundamental é rezar o Salmo 51 na segunda-feira de Páscoa. Trata-se de um texto cheio de belas imagens e que reflete a grande misericórdia de Deus.

Abaixo está um trecho do Salmo que pode ser rezado como uma oração a Deus durante esta bela época da Páscoa:

“Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado. Só contra vós pequei, o que é mau fiz diante de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso julgamento. Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado. Não obstante, amais a sinceridade de coração. Infundi-me, pois, a sabedoria no mais íntimo de mim. Aspergi-me com um ramo de hissope e ficarei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve.Fazei-me ouvir uma palavra de gozo e de alegria, para que exultem os ossos que triturastes. Dos meus pecados desviai os olhos, e minhas culpas todas apagai. Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. Restituí-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa.”

Aleteia 

Símbolos, atas de martírios, profissões e a literatura da Igreja primitiva

Fratres in Unum

No Novo Testamento existem numerosas profissões de fé (cfr. At 8,371Cor 12,13Rm 10,9Fl 2,111Cor 15,3s; 1Cor 8,62Cor 13,141Cor 12,4) resumindo pontos essenciais do cristianismo. Os primeiros símbolos datados da metade do século II se inspiram no mandamento de Jesus acerca do batismo em nome da Santíssima Trindade (Mt 28,19). Antes do batismo os catecúmenos eram interrogados pelo ministro, fazendo sua profissão de fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

Inúmeras homilias e atas de martírios são conhecidas deste período. Destaques: a Homilia de Melitão sobre a Páscoa, o Martírio de Policarpo, a Carta das Igrejas de Viena e Lyon às igrejas da Ásia e da Frígia, as Atas dos mártires de Scili.

O epitáfio de Abércio de Hierápolis, do final do século II, é o monumento de pedra mais antigo que se refere à eucaristia. Abércio tinha sido bispo de Hierápolis, na Frígia. Aos 72 anos de idade mandou fazer a inscrição, na qual fala, entre outras coisas, do seu envio a Roma pelo Pastor, encontrando por toda parte irmãos na fé, dos quais recebeu o “peixe” (ICHTHYS, em grego, abreviação de “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” – a iconografia cristã aproveitará esta simbologia), vinho misturado e pão. Atesta o costume cristão de se orar pelos mortos.

O epitáfio de Pectório, para alguns do início do séc. II, para outros do séc. III ou IV, fala do batismo, “fonte imortal das águas divinas”, da eucaristia, “alimento melífluo do Redentor dos santos”, “peixe que sustentas nas mãos”. Pectório pede a seus pais falecidos que se recordem dele “na paz do peixe”.

A quantidade de evangelhos e epístolas gnósticas que circulavam no segundo século é enorme: o Evangelho de Tomé, o Apocryphon de João, a carta de Tiago, o Evangelho de Maria, a Sabedoria de Jesus Cristo, os dois livros de Jeú, o Evangelho de Matias…

Também o número de apócrifos não-gnósticos (livros não-canônicos) é elevado: O Testamento dos doze patriarcas, o Martírio e a ascensão de Isaías, os Oráculos sibilinos, o Evangelho dos Nazoreus, dos ebionitas, dos hebreus, dos egípcios, de Pedro, a epístola dos Apóstolos, o Proto-evangelho de Tiago, a Narração da infância de Jesus, por Tomé, o Kerygma de Pedro, os Atos de Pedro, os Atos de São Paulo, os Atos de André, o Apocalipse de Pedro…

No meio de tantos livros, cada igreja possuía um esboço do que seria o cânone definitivo do Novo Testamento.

Portal Veritatis Splendor

É PRECISO RESSUSCITAR!

Comboni
por Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo de Campos (RJ)

A Páscoa de Jesus inaugura a Nova Criação, um novo dia fulge esplendoroso para nós. É tempo de esperançar e restaurar a vida, abrir os olhos para o horizonte do infinito. Saiamos do túmulo e das sombras da morte, de tudo aquilo que oprime e espezinha a dignidade humana. Jesus, o Ressuscitado, nos dá a verdadeira paz que gera fraternidade, derruba para sempre os muros do ódio, da intolerância e da inimizade. Enxuguemos as lágrimas e acolhamos a boa nova que nos soergue e nos impulsiona a transformar e renovar toda a nossa existência.

Caminhemos juntos para superar a pandemia que nos aniquilava e ainda nos tem de reféns, porque somos chamados a viver e testemunhar a alegria e inteireza da Nova Criação iluminada pelo Ressuscitado. A morte foi derrotada e com ela toda tentativa de tolher a solidariedade e a irmandade com todas as pessoas e criaturas.

Somos homens novos e mulheres novas para a comunhão e a plenitude, para edificar na Terra e no Brasil uma nova convivência na justiça restaurativa do Reino. Façamos renascer novas formas de relacionamento, demos chance ao diálogo, a empatia e aos melhores anseios de inclusão generosa e equitativa.

Que ninguém fique à margem, faminto ou doente sem atenção, pois foi para a liberdade integral que Cristo venceu a morte. Na Sala São Paulo VI, em Roma, há uma imagem muito bela e significativa do Ressuscitado, Ele resplandecente floreçe e dá vida a toda uma  vegetação arbórea que, viçosa, se espelha no Primogênito e no Vivente.

A Ressurreição de Jesus é muito mais que o coelhinho ou o ovinho de Páscoa,  ou ainda um rito sem memória nem presença; para os cristãos é o acontecimento crucial e central da história humana que nos emancipa e nos liberta de toda opressão e mal,  fazendo-nos avançar sempre para a consumação do Reino da justiça, do amor, e da verdadeira paz. Que sejamos anunciadores e testemunhas fidedignas do Ressuscitado, com vida nova partilhada e  solidária. Deus seja louvado!

CNBB

Qual é o sentido da ressurreição de Jesus para um cristão?

Sogno Lucido / Shutterstock.com

A ressurreição de Cristo não se reduz à revitalização de um indivíduo qualquer. Com ela foi inaugurada uma dimensão que interessa a todos seres humanos.

Acreditar na ressurreição de Jesus, para o cristão, é uma condição de existência: é-se cristão porque se acredita que Jesus está vivo, triunfou da morte, ressuscitou, e é, para todos os humanos, o único mediador entre Deus e os homens. Dessa mediação participam a seu modo tudo aquilo (o universo e tudo aquilo que contém) e todos aqueles (dos mais sábios aos mais humildes) que, pela vida e pela palavra, proclamam o poder e a misericórdia de Deus que sustenta todo o universo e chama todos a participar de sua vida.

A fé na ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da mensagem cristã. A fé cristã estaria morta se lhe fosse retirada a verdade da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Jesus são as primícias de um mundo novo, de uma nova situação do homem. Ela cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: o estar com Deus. Também significa que Deus manifestou-se verdadeiramente e que Cristo é o critério no qual o homem pode confiar.

A fé na ressurreição de Jesus é algo tão essencial para o cristão que São Paulo chegou a escrever: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também a vossa fé” (1Cor 15, 14).

Mais do que um milagre

A ressurreição de Cristo não é apenas o milagre de um cadáver reanimado. Não se trata do mesmo evento que ocorreu com outros personagens bíblicos como a filha de Jairo (cf. Mc 5, 22-24) ou Lázaro (cf. Jo 11, 1-44), que foram trazidos de volta à vida por Jesus, mas que, mais tarde, num certo momento, morreriam fisicamente.

A ressurreição de Jesus “foi a evasão para um gênero de vida totalmente novo, para uma vida já não sujeita à lei do morrer e do transformar-se, mas situada para além disso: uma vida que inaugurou uma nova dimensão de ser homem”, explica o Papa Bento XVI no segundo volume do seu livro “Jesus de Nazaré”.

Jesus ressuscitado não voltou à vida normal que tinha neste mundo. Isso foi o que aconteceu com Lázaro e outros mortos ressuscitados por Ele. Jesus “partiu para uma vida diversa, nova: partiu para a vastidão de Deus, e é a partir dela que Ele se manifesta aos seus”, prossegue o Papa.

A ressurreição de Cristo é um acontecimento dentro da história que, ao mesmo tempo, rompe o âmbito da história e a ultrapassa. Bento XVI a explica com uma analogia. “Se nos é permitido por uma vez usar a linguagem da teoria da evolução”, a ressurreição de Jesus é “a maior ‘mutação’, em absoluto o salto mais decisivo para uma dimensão totalmente nova, como nunca se tinha verificado na longa história da vida e dos seus avanços: um salto para uma ordem completamente nova, que tem a ver conosco e diz respeito a toda a história” (homilia da Vigília Pascal de 2006).

Portanto, a ressurreição de Cristo não se reduz à revitalização de um indivíduo qualquer. Com ela foi inaugurada uma dimensão que interessa a todos seres humanos, uma dimensão que criou para os homens “um novo âmbito da vida, o estar com Deus”, explica o Papa no livro “Jesus de Nazaré”.

Convicção

As narrativas evangélicas, na diversidade de suas formas e conteúdos, convergem todas para a convicção a que chegaram os primeiros seguidores de Jesus, de que sua ação salvadora, tal como se havia pressentido nas Escrituras, não se frustrara nem se havia encerrado com sua morte. Pelo contrário, cumpria a promessa de Deus feita desde as origens da humanidade e, portanto, o fato de Jesus estar vivo e atuante na história tinha sua base em Deus, vinha confirmar a esperança que depositamos em Deus de que a verdade e o bem, a justiça e a paz hão de triunfar, terão a última palavra, porque Deus é fiel.

O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Ao mesmo tempo, é um evento misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus (cf. CIC, 639 e 656).

Dois sinais da ressurreição são reconhecidos como essenciais pela fé da Igreja Católica. O primeiro é o testemunho das pessoas que encontraram Cristo ressuscitado. Essas testemunhas da ressurreição de Cristo são, antes de tudo, Pedro e os Doze apóstolos, mas não somente eles. São Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu de uma só vez, além de Tiago e de todos os apóstolos (cf. CIC, 642; 1 Cor 15, 4-8).

O segundo sinal é o túmulo vazio. Significa que a ausência do corpo de Jesus não poderia ser obra humana. O sepulcro vazio e os panos de linho no chão significam por si mesmos que o corpo de Cristo escapou das correntes da morte e da corrupção, pelo poder de Deus (CIC, 656).

Segundo o teólogo Francisco Catão, que foi doutor em Teologia pela Universidade de Estrasburgo e professor do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, os sinais do sepulcro vazio e das aparições de Jesus ressuscitado foram válidos para os apóstolos e primeiros seguidores de Jesus.

“Não há porque, racionalmente, duvidar. Seria levantar a suspeita de inautenticidade histórica de todo o Novo Testamento, no que hoje, depois dos abalos da exegese liberal e da ciência mal informada, nenhum autor sério cientificamente acredita”.

“O Novo Testamento relata a morte de Jesus e seus primeiros seguidores, interpretando os sinais do túmulo vazio e das aparições. Fato que afirmaram solenemente, com base nas Escrituras. Animados pelo Espírito Santo, deram o testemunho de sua vida pela fé em Jesus, vivo junto a Deus, como o sabemos desde os Atos dos Apóstolos.”

Força do amor que vence a morte

O ser humano é aquele ser que não tem permanência em si mesmo. Continuar vivendo só pode significar, humanamente falando, continuar existindo num outro. Mas existir no outro – por meio dos filhos ou da fama, por exemplo – não passa de uma sombra, porque o outro também se desfaz. Só Deus pode amparar o homem e fazê-lo perdurar. Neste sentido, a ressurreição é a força do amor que vence a morte. Ela não é um ato fechado em si, que pertence só à divindade de Cristo. É o princípio e a fonte de nossa própria ressurreição futura.

Só existe “um” que nos pode amparar, “aquele que ‘é’, que não vem ao ser e que não deixa de ser, mas que permanece em meio ao vir a ser e ao desaparecer: o Deus dos vivos que sustenta não apenas uma sombra e o eco de meu ser e cujos pensamentos não são apenas cópias da realidade” (Joseph Ratzinger, “Introdução ao Cristianismo”).

Nesse sentido, a ressurreição “é a força maior do amor diante da morte. Ela prova, ao mesmo tempo, que a imortalidade só pode ser fruto do existir no outro que continua de pé mesmo quando eu estou em farrapos” (idem).

Os relatos da ressurreição de Jesus testemunham um fato novo, que não brotou simplesmente do coração dos discípulos. Trata-se de um fato que chegou a eles de fora, se apoderou deles contra as suas dúvidas e os fez ter a certeza de que Jesus realmente ressuscitou.

“Aquele que estava no túmulo já não está lá, ele vive – e é realmente ele próprio. Ele que passara ao outro mundo de Deus mostrou-se suficientemente poderoso para mostrar-lhes de forma palpável que era ele mesmo que se encontrava na frente deles, que nele o poder do amor se revelara realmente mais forte do que o poder da morte” (idem).

Obra de Deus

A ressurreição de Jesus Cristo constitui a comprovação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Todas as verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua confirmação se, ao ressuscitar, Cristo deu a prova definitiva, que havia prometido, de sua autoridade divina (CIC, 651).

Nenhum homem pode ressuscitar um morto. Por conseguinte, se Jesus, como homem, ressuscitou, isto é obra de Deus. A ressurreição de Jesus crucificado demonstrou que ele era verdadeiramente o Filho de Deus e Deus mesmo (CIC, 653).

A ressurreição é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e das promessas que o próprio Jesus fez durante sua vida terrestre. A verdade da divindade de Jesus é confirmada por sua ressurreição.

A ressurreição de Jesus não é um ato fechado em si. É o início de um processo que se estende a todos os homens. Ela é o princípio e a fonte da ressurreição futura dos homens, atuando “desde já pela justificação de nossa alma” e, mais tarde, “pela vivificação de nosso corpo” (CIC, 658).

Aleteia

O Papa na Segunda-feira do Anjo: encontrar Cristo significa descobrir a paz do coração

O Papa Francisco durante o Regina Coeli | Vatican News

"A segunda-feira após a Páscoa também é chamada Segunda-feira do Anjo, porque recordamos o encontro do anjo com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus", disse Francisco no início de sua alocução.

Mariangela Jaguraba/Silvonei José - Vatican News

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli da Biblioteca do Palácio Apostólico, nesta segunda-feira da Oitava da Páscoa (05/04), também conhecida como "Segunda-feira do Anjo".

"A segunda-feira após a Páscoa também é chamada Segunda-feira do Anjo, porque recordamos o encontro do anjo com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus", disse o Pontífice no início de sua alocução.

Para elas o anjo disse: "Sei que procurais Jesus, o crucificado". Ele não está aqui. Ele ressuscitou". Esta expressão "Ele ressuscitou" está além das capacidades humanas. Também as mulheres que foram ao túmulo e o encontraram aberto e vazio, não podiam afirmar: "Ele ressuscitou", mas apenas que o túmulo estava vazio. Que Jesus havia ressuscitado podia dizer somente um anjo, assim como um anjo pode dizer a Maria: "Conceberás e darás à luz um filho [...] e ele será chamado Filho do Altíssimo".

O banquinho do anjo do Senhor

"O evangelista Mateus relata que naquela manhã de Páscoa "houve um grande terremoto". Pois um anjo do Senhor, de fato, desceu do céu, se aproximou, rolou a pedra e sentou-se sobre ela", disse ainda Francisco.

Essa grande pedra, que deveria ter sido o selo da vitória do mal e da morte, foi colocada sob os pés, tornou-se o banquinho do anjo do Senhor. Todos os planos e defesas dos inimigos e perseguidores de Jesus foram vãos. A imagem do anjo sentado na pedra do sepulcro é a manifestação concreta e visível da vitória de Deus sobre o mal, da vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo, da luz sobre as trevas. O túmulo de Jesus não foi aberto por um fenômeno físico, mas pela intervenção do Senhor.

A aparência do anjo, acrescenta Mateus, "era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve". "Estes detalhes são símbolos que afirmam a intervenção do próprio Deus, portador de uma era nova, dos últimos tempos da história, porque com a ressurreição de Jesus começa o último tempo da história que poderá durar mil anos, mas é o último tempo", frisou o Papa.

Alegria em encontrar o Mestre vivo

Segundo Francisco, "diante desta intervenção de Deus, há uma dupla reação".  A dos guardas e das mulheres. "A dos guardas, que são incapazes de enfrentar o poder esmagador de Deus e são abalados por um terremoto interior: ficaram atordoados. O poder da Ressurreição derruba aqueles que haviam sido utilizados para garantir a aparente vitória da morte".  "E o que esses guardas deveriam fazer?", perguntou o Papa, acrescentando:

Ir até aqueles que lhes deram a ordem para guardar e dizer a verdade. Eles estavam diante de uma opção: ou dizer a verdade ou ser convencidos por aqueles que lhes deram o mandato de vigiar. E a única maneira de convencê-los era o dinheiro, e essas pobres pessoas, pobres pessoas, venderam a verdade e com dinheiro no bolso foram dizer: "Não, os discípulos vieram e roubaram o corpo". O "senhor" dinheiro, mais uma vez, na ressurreição de Cristo, é capaz de ter poder, de negá-la.

"A reação das mulheres é bem diferente, pois elas são expressamente convidadas pelo anjo do Senhor a não temerem: "Não tenham medo!" e a não procurar Jesus no túmulo", explicou o Pontífice.

Das palavras do anjo, podemos colher um ensinamento precioso: não nos cansemos jamais de buscar o Cristo ressuscitado, que dá vida em abundância àqueles que o encontram. Encontrar Cristo significa descobrir a paz do coração. As mesmas mulheres do Evangelho, após a angústia inicial, experimentam uma grande alegria em encontrar o Mestre vivo. Nesta Páscoa, desejo a todos que façam a mesma experiência espiritual, acolhendo em seus corações, lares e famílias o alegre anúncio da Páscoa: "Cristo ressuscitado não morre mais, a morte não tem mais poder sobre ele".

"Esta certeza nos leva a rezar, hoje e durante o período pascal: "Regina Caeli, laetare - Rainha dos Céus, alegrai-Vos". O anjo Gabriel saudou-a desta forma pela primeira vez: "Alegrai-vos, cheia de graça! Agora a alegria de Maria é plena: Jesus vive, o Amor venceu. Que seja também a nossa alegria!", concluiu o Papa.

Testemunhas da paz do Senhor Ressuscitado

Após a oração mariana do Regina Coeli, no clima pascal que caracteriza o dia de hoje, o Papa saudou com afeto todas as pessoas que participaram "deste momento de oração através dos meios de comunicação social".

Francisco saudou de modo particular os idosos, os doentes, conectados de suas casas ou das casas de repouso e lares de idosos. "Envio-lhes uma palavra de encorajamento e gratidão pelo seu testemunho: estou próximo a vocês", disse o Pontífice.

A seguir, "desejou que todos passem estes dias da Oitava da Páscoa com fé, nos quais se prolonga a memória da Ressurreição de Cristo". "Aproveitem todas as boas ocasiões para serem testemunhas da alegria e da paz do Senhor Ressuscitado. Uma Feliz, serena e Santa Páscoa a todos!", concluiu.

Vatican News

10 propósitos que ajudarão a viver melhor o Tempo Pascal

Jesus ressuscitado / Foto: Flickr Waiting For The Word (CC BY 2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 05 abr. 21 / 07:00 am (ACI).- Na oração do Regina Coeli na última segunda-feira, 2 de abril, o Papa Francisco afirmou que um dos frutos da Páscoa é a fraternidade, graças a que Jesus, “com a sua morte e ressurreição, derrotou o pecado que separava o homem de Deus, de si mesmo e de seus irmãos”.

Por isso, para viver com mais intensamente os 50 dias deste tempo litúrgico, o site ‘Catholic Link’ apresentou uma lista de dez propósitos elaborados pelo autor católico argentino Andrés D’Angelo.

O site também recordou que é comum fazer resoluções para o Ano Novo ou para a Quaresma, mas “raramente fazemos propósitos de Páscoa. Por que fazer propósitos na Páscoa? Porque estamos felizes porque o Senhor realmente ressuscitou como nos havia prometido! E a Páscoa é mais do que o Ano Novo. Jesus nos fez homens novos. Como não nos propor a anunciar ao mundo a alegria de que a morte não tem a última palavra? Essa é a boa notícia! Nós ressuscitaremos com Ele!”.

A seguir, a lista de “dez coisas bonitas que podemos fazer” na Páscoa:

1. Aprendamos a aceitar-nos. Deus não comete erros.

Valorizemos as virtudes que o Senhor nos deu, mas também admitamos os defeitos que temos e façamos “o possível para superá-los, conscientes de que só Deus pode ajudar a superá-los para chegar a ser a minha melhor versão”.

2. Antes de criticar ou corrigir, escutemos o próximo com caridade.

Andrés D’Angelo assinalou que “muitas vezes nos deixamos levar por ‘disse me disse’ que ferem o nosso próximo. Se soubermos de alguém que está angustiado ou passando por um momento difícil, sejamos o ouvido atento e o coração compreensivo de que necessitam”.

3. Sejamos compassivos! Antes de criticar os erros dos outros, corrijamos os nossos.

Deixemos prestar atenção nos erros dos outros e nos perguntemos “em que podemos crescer”, por exemplo, “na paciência com os erros dos outros”.

4. Cuidemos do nosso corpo. Comecemos a praticar alguma atividade física.

“Cristo ressuscitou no Corpo e na Alma!”. Portanto, também devemos cuidar do nosso corpo para que possa entregar tudo o que puder no serviço aos outros. “Começar neste tempo uma atividade física que me leve a cuidar do meu corpo que é um dom de Deus”, destacou D’Angelo.

5. Verdadeiramente ressuscitou! Ressuscitemos uma amizade esquecida.

“Há muito tempo não sabemos como está um amigo? A vida nos separou dele e não sabemos onde ele está? Aproveitemos a Páscoa para ligar para ele e encontrá-lo durante a semana! Ressuscitemos a velha amizade!”, sugeriu o autor da lista.

6. Ele morreu por nós! Comprometamo-nos em um apostolado pelos demais.

Ofereçamos a nossa ajuda àqueles que necessitam, talvez a uma pessoa abandonada. D’Angelo sugeriu ir “às praças e procurar pessoas que passam a Páscoa sozinhos e levar-lhes comida ou um presente”.

7. Perdoemos de verdade! Reconciliemo-nos com alguém que nos magoou.

“A Páscoa é uma bela oportunidade para deixar para trás as feridas do passado”. Por isso, esta resolução nos convida a procurar uma pessoa que nos magoou e que nos custa perdoar de coração.

8. Coloquemos os nossos talentos ao serviço dos outros.

Alguma vez já se perguntou quais talentos ocultos você tem? Esta é a oportunidade de descobri-los e começar “neste tempo pascal a entregar-nos aos outros. Nosso Senhor ressuscitado multiplicará os nossos talentos para ajudar”.

9. Celebremos a vida! Toda vida, tanto a que começa quanto a que está chegando ao fim.

“Conhecemos alguém que está hospitalizado? Vamos visitá-lo!”. “Alegremos com a nossa presença as pessoas que estão afligidas pela doença. E celebremos a vida dos recém-nascidos”, assinalou.

10. Questionemos a vocação.

Este propósito incentiva a fazer um retiro vocacional para saber “o que Deus espera de mim”. “O plano de Deus é perfeito e quer a minha felicidade. Por que não me ofereço para realizar os sonhos de Deus na minha vida?”, indicou D’Angelo.

ACI Digital

S. VICENTE FERRER, PRESBÍTERO DOMINICANO

S. Vincente Ferrer, Francesco del Cossa 

"A respeito do próximo, exerça estas outras sete disposições: tenra compaixão, alegria jubilosa, tolerância paciente e perdão das injúrias, afabilidade repleta de boa vontade, respeito humilde, concórdia perfeita, doação da sua vida sob o exemplo de Jesus. Como Ele, você estará pronto para doar-se aos seus irmãos" (dos Escritos de São Vicente Ferrer).
Filho de um Tabelião de Valência, ainda antes de nascer, sua mãe teve, em sonho, um pressentimento sobre a grandeza do seu futuro.
Aos 17 anos, reconheceu sua vocação e entrou para a Ordem Dominicana. Após seu ciclo de formação, lecionou lógica, filosofia e teologia na universidade e começou a colaborar com o Cardeal aragonês, Pedro de Luna, braço direito de Clemente VII, primeiro falso papa em Avinhão e, por sua vez, futuro falso papa Bento XIII (não se deve confundir com o Pontífice romano, Bento XIII, no civil Pedro Francisco Orsini, que subiu ao trono de São Pedro em 1724).

O grande Cisma do Ocidente

Em 1378, faleceu Gregório XI, o Papa que, após 70 anos, levou novamente a sede papal de Avinhão para Roma. O sucessivo Conclave, influenciado pelo descontentamento popular, cada vez mais forte, elegeu o arcebispo de Bari, que se tornou Papa Urbano VI. No entanto, ele se mostrou logo hostil para muitos cardeais, alguns dos quais fugiram e elegeram outro Pontífice, Clemente VII, que voltou a se estabelecer em Avinhão. Daí o Cisma.
Em torno dos dois Papas, nascem dois partidos políticos: os Estados se dividem e a Europa cai em um período de profunda crise e incerteza, que durou quase 40 anos.
Em 1409, para resolver os contrastes entre os dois Papas, realizou-se um Concílio, em Pisa, no qual foi eleito um terceiro Pontífice, Alexandre V. Este foi o momento mais doloroso da história.
Somente com o Concílio de Constança, convocado em 1417, e mediante a intervenção do Imperador Sigismundo, voltou-se à unidade com o novo Papa Martinho V.

Em viagem pela Europa

Naquele contexto, em 1398, Vicente Ferrer foi o confessor do Papa Bento XIII, em Avinhão. Em sonhos, o futuro santo recebeu do Senhor a missão de partir, para pregar e evangelizar, por 20 anos, toda a Europa: da Provença ao Piemonte e Lombardia, mas, depois, voltou novamente para a França e a Espanha.
Vicente se locomovia montado em um burro, sob a chuva e o sol, o calor do verão e o inverno rigoroso; ele se protegia apenas com o hábito dominicano longo, que também cobria seus pés descalços.
Vicente começou a ser seguido por clérigos e camponeses, nobres e teólogos, homens, mulheres e crianças, aos quais pedia para seguir uma regra e usar um hábito preto e branco. O que mais os atraía era a paixão, o fogo com o qual Vicente pregava, alternando seus sermões com piadas, invectivas e anedotas de viagem.

"O anjo do apocalipse"

Enquanto a situação da Igreja piorava, as palavras de São Vicente Ferrer se tornavam proféticas, a ponto de merecer o título de "Anjo do Apocalipse". De fato, acostumado com as visitas do demônio, Vicente falava do iminente fim do mundo e dos eventos prodigiosos que o precedem, do retorno de Elias e da necessidade de se converter para salvar a própria alma. Suas afirmações causavam temor, mas não deixava de lado a mortificação corporal, mediante o jejum contínuo e a privação do sono, para dedicar mais tempo à oração.
São Vicente Ferrer morreu como viveu – em viagem - mas já era venerado como Santo. A Ordem Dominicana o recorda em outra data: 5 de maio.

Vatican News

domingo, 4 de abril de 2021

Papa na Vigília Pascal: Com Jesus, a vida muda. Com Ele, a vida recomeça

Vigília Pascal na Basíllica Vaticana | Vatican News

“Aqui está o anúncio de Páscoa que gostaria de deixar: é possível recomeçar sempre, porque há uma vida nova que Deus, independentemente de todos os nossos falimentos, é capaz de fazer reiniciar em nós”, disse Francisco na homilia da Vigília Pascal.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

A Mãe de todas as vigílias: o círio pascal iluminou a Basílica de São Pedro, na cerimônia presidida pelo Papa Francisco no início da noite.

Devido à pandemia, nesta vigília pascal não foram administrados batismos, mas foi feita a renovação das promessas batismais e as leituras também foram reduzidas.

Na homilia, o Papa se concentrou sobre um versículo do Evangelho proposto pela liturgia: “Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá O vereis” (16, 7). Para Francisco, aqui se encontra o convite da Páscoa: "ir para a Galileia".

Recomeçar

Ir para a Galileia, explicou o Pontífice significa, antes de mais nada, recomeçar.

“Aqui está o primeiro anúncio de Páscoa que gostaria de deixar: é possível recomeçar sempre, porque há uma vida nova que Deus é capaz, independentemente de todos os nossos falimentos, de fazer reiniciar em nós.”

Deus pode construir uma obra de arte até a partir dos escombros do nosso coração; a partir mesmo dos pedaços arruinados da nossa humanidade, Deus prepara uma nova história.

Ele sempre nos precede, afirmou ainda o Papa. E nestes meses sombrios de pandemia, “ouçamos o Senhor ressuscitado que nos convida a recomeçar, a nunca perder a esperança”.

Novos caminhos

Ir para a Galileia significa também percorrer caminhos novos, “é mover-se na direção oposta ao túmulo”.

Muitos vivem a «fé das recordações», como se Jesus fosse um personagem do passado, constatou o Papa. Ao contrário, ir para a Galileia significa aprender que a fé, para estar viva, deve continuar a caminhar. Temos medo das surpresas de Deus, acrescentou o Pontífice, mas hoje o Senhor nos convida a deixar-nos surpreender.

“Jesus não é um personagem ultrapassado. Ele está vivo, aqui e agora.” Caminha conosco todos os dias, na situação que estamos vivendo, nos sonhos que trazemos dentro de nós.

Confins geográficos e existenciais

Ir para a Galileia significa, além disso, ir aos confins. Porque a Galileia é o lugar mais distante, explicou ainda Francisco, onde Jesus começou a sua missão, dirigindo o anúncio aos excluídos.

“E hoje também é lá que o Ressuscitado pede aos seus para irem. É o lugar da vida diária, são os caminhos que percorremos todos os dias, são os recantos das nossas cidades onde o Senhor nos precede e Se torna presente.

O convite final do Papa é que redescubramos a graça da quotidianidade, reconhecer Jesus nas nossas «galileias», na vida de todos os dias. Com Ele, a vida mudará. Com Ele, a vida recomeça. Porque, para além de todas as derrotas, do mal e da violência, para além de todo sofrimento e para além da morte, o Ressuscitado vive e guia a história.

“Irmã, irmão, se nesta noite tem no coração uma hora escura, um dia que ainda não raiou, uma luz sepultada, um sonho despedaçado, abra o coração maravilhado ao anúncio da Páscoa: «Não tenha medo, ressuscitou! E o espera na Galileia».”

Vatican News

OS SÍMBOLOS PASCAIS

WAGNERS.BLOG
por Cardeal Sérgio da Rocha
Arcebispo de Salvador (BA)
Os Símbolos Pascais

O sentido da Páscoa tem sido manifestado através de diversos símbolos. nem sempre bem compreendidos e valorizados. Alguns deles, como coelhos e ovos de chocolate, acabaram reduzidos a artigos de consumo cada vez mais refinados, tornando-se difícil reconhecer o seu sentido pascal. Muitos se perguntam: O que o coelho tem a ver com o ovo? Ou o que ambos têm a ver com a Páscoa? Embora possam ofuscar o verdadeiro sentido pascal, para entendê-los, é preciso recordar a razão de ser da Páscoa: a ressurreição de Jesus! Jesus ressuscitou! A vida venceu a morte! À luz deste significado maior, podemos compreender o sentido que se quer atribuir a ovos e coelhos como símbolos pascais. Os ovos são símbolos da vida que nasce; os coelhos, conhecidos pela fertilidade, também estão associados à vida abundante.  Contudo, por mais que se possa atribuir significado pascal a eles, nada se compara aos dois maiores e mais genuínos símbolos pascais: o cordeiro e o círio pascal, que representam o próprio Cristo morto e ressuscitado. Ambos representam o próprio Cristo morto e ressuscitado, embora o cordeiro não receba a mesma visibilidade do círio, que conta com rito próprio na Vigília Pascal.

 O Círio Pascal é a grande vela acesa na Vigília Pascal, no qual se encontram gravadas as letras A e Z ou suas correspondentes Alfa e Ômega, no alfabeto grego, lembrando que Cristo é o princípio e o fim de tudo. Nele estão gravados também os algarismos representando o ano em que se celebra a Páscoa, expressando a sua atualidade, e uma grande cruz, na qual são inseridos cinco cravos, recordando as marcas da Paixão. O Cristo glorioso é o mesmo Jesus que doa sua vida na cruz, conforme o célebre episódio do encontro de Tomé com Jesus.

  O Cordeiro é um símbolo pascal de origem bíblica, utilizado na celebração da Páscoa judaica. Jesus é o novo cordeiro pascal, cujo sacrifício traz a vida e a salvação; sua morte coincide com o sacrifício dos cordeiros no templo de Jerusalém, segundo a narrativa joanina da Paixão. Na iconografia cristã, Cristo é representado por um Cordeiro, como nas imagens de S. João Batista, que apresentou Jesus aos primeiros discípulos, como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Essa riqueza dos símbolos pascais quer ajudar a compreender e a viver a Páscoa, levando a entoar com a voz e a vida o “aleluia” pascal, expressão alegre e solene de louvor, verdadeiro símbolo sonoro da Páscoa da Ressurreição de Jesus.

Neste tempo de pandemia, a Páscoa traz a esperança da vitória da vida sobre a morte. Na ressurreição de Jesus, a vida venceu a morte, o amor triunfou sobre o ódio e a violência. Diante dos desafios e graves problemas do mundo de hoje, não podemos perder a esperança, nem desistir de trilhar o caminho do amor e da paz.

 CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF