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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Ano da Família Amoris Laetitia: Começa hoje fórum sobre o tema do discernimento

A Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma Foto: PUG

Vaticano, 23 abr. 21 / 09:30 am (ACI).- No marco do Ano da Família Amoris Laetitia, convocado pelo Papa Francisco e que se desenvolve sob o auspício do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, um grupo professores do Diplomado em Pastoral Familiar da Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma oferecerá um webinar entre os dias 23 e 24 de abril sobre a experiência das igrejas locais quanto à prática do discernimento, um tema controvertido por ter sido objeto de um pedido formal de esclarecimento por parte de 4 cardeais da Igreja em 2016.

O evento, que poderá ser acompanhado pelo canal Youtube da Gregoriana, leva o título: Fórum sobre discernimento em âmbito familiar.

Na página da Universidade Gregoriana pode-se ler sobre o contexto e os objetivos do seminário: “Cinco anos após a publicação da Exortação Apostólica do Papa Francisco "Amoris laetitia", o grupo de professores do Diploma de Pastoral Familiar pretende refletir sobre a experiência das Igrejas locais quanto à prática do discernimento na vida das famílias e para a vida das famílias, nas diferentes fases de planejamento, crescimento e crise”.

Os trabalhos terão início na tarde de sexta-feira, 23 de abril (16h30), com uma saudação do Cardeal Kevin Farrel , Prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, e do Padre Nuno da Silva Gonçalves SJ, atual Reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana.

Serão os professores do Diplomado em Pastoral Familiar da Gregoriana quem oferecerão as seguintes reflexões na sexta-feira, 23 de abril e na manhã do sábado, 24 de abril, após as saudações de Dom Dário Gervasi, Bispo referencial para a Pastoral da Família da Diocese de Roma e do Pe. Philipp Renczes SJ, Decano da Faculdade de Teologia Gregoriana terá lugar a palestra “O desafio de discernir perante as situações inéditas”, oferecida pelo responsável do diplomado na Gregoriana, Pe. Miguel Yañez.

“Optamos por abordar o tema do discernimento porque talvez seja o menos imediato a ser focado”, explica o padre Miguel Yanez.

Padre Yañez, que é professor titular da Faculdade de Teologia da Universidade Gregoriana, tem sido um dos maiores propulsores dos temas da Amoris Laetitia no âmbito acadêmico, e já se mostrou defensor da Carta Apostólica do Papa Francisco em declarações que vão na contramão das críticas feitas ao por quatro cardeais da Igreja em 2016, no episódio que ficou conhecido como os “dubia” (dúvidas em latim).

Na ocasião, os Cardeais Carlo Cafarra e Joachim Meisner (já falecidos), bem como o norte-americano Raymond Burke e Walter Brandmuller da Alemanha, pediram esclarecimento de 5 tópicos da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a Família, e entre eles, encontra-se precisamente o tema do discernimento, proposto nos parágrafos 304 e 305 da Amoris Laetitia, que inauguram a parte sobre “As normas e o discernimento”.

A pergunta dos cardeais questionava se, ainda era válido o ensinamento da igreja sobre se existem normas morais absolutas, válidas e sem exceção alguma.

O fundamento deste ensinamento, sustentaram os cardeais, estaria no parágrafo 79 da encíclica Veritatis Splendor do Papa João Paulo II.

“Segundo a ‘Veritatis Splendor’ – afirmavam – no caso de ações intrinsicamente más não é necessário nenhum discernimento das circunstâncias ou das intenções”.

Por sua parte, em entrevista publicada pelo site Religión Digital em 2016, disponível também em português, o jesuíta Miguel Yañez, toma distância da aproximação dos quatro Cardeais que pediram mais claridade ao Papa, afirmando que a Amoris Laetitia, na verdade, “apresenta luzes” sobre o tema do discernimento.

Ao ser perguntado “Que luzes o documento traz sobre o discernimento?”, Yañez respondeu: “O documento apresenta luzes e, sobretudo, apresenta desafios. Apresenta um chamado à responsabilidade. Há frases muito fortes a respeito dos ministros... para que posam levar adiante este desejo do Papa que nos convida a uma Igreja concretamente em saída. Justamente, o critério é o da abertura, o critério é o da compreensão, da misericórdia. Misericórdia significa saber compreender o outro, não o julgar, mas, ao contrário, compreender a situação na qual se encontra, ainda que seja uma situação de pecado. Deus não nos olha com um olhar de discriminação, mas com um olhar compassivo. Nós, pastores, temos que aprender dessa visão de Jesus”.

O Padre Yañez também afirmou se mostrou contrário à fundamentação da primeira dúvida dos cardeais, que trata de uma alegada contradição entre o tema do discernimento proposto no parágrafo 305 da Amoris Laetitia e a abordagem do mesmo no numeral 84 da Exortação Familiaris Consortio de João Paulo II.

Os 4 cardeais das dubia veem contradição entre os dois documentos no que diz respeito ao discernimento. O padre Yañez, à sua vez, parece perceber consonância entre ambas exortações ao afirmar: “A Familiaris Consortio reúne a teologia de João Paulo II do corpo humano sobre o matrimônio também da Humanae Vitae. Francisco reúne toda esta herança do magistério conciliar e pós-conciliar com a sua característica: vendo a partir da perspectiva pastoral e em função de uma pastoral”.

Segundo padre Yañez, o Papa Francisco “prolongou” o numeral 84 da Encíclica Familiaris Consortio, e não o contradisse, como indagaram os cardeais citados.

“O discernimento, que é uma das chaves de interpretação do documento, que já está no número 84 da Familiaris Consortio, Francisco o prolonga, procurando ver de que modo podem ser aplicadas algumas normas nos casos que são chamados de irregulares. De tal maneira que oferecendo um critério, que é o de integração, possa se integrar a maior quantidade de pessoas e de situações possíveis dentro da Igreja”, sustentou o professor Yañez.

Recorda-se que no parágrafo 84 da Exortação Familiaris Consortio, São João Paulo II dá critérios objetivos para os casos irregulares e não deixa sujeito ao discernimento o acesso dos casais em nova união aos sacramentos: “A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e actuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio".

O Papa Francisco não respondeu às dúvidas dos cardeais, e rebateu críticos da Amoris Laetitia em um colóquio com padres jesuítas na Colômbia, quando visitou o país em 2017, ao afirmar: "Gostaria de reiterar de forma clara que a moralidade de Amoris Laetitia é tomista, a moralidade do grande Tomás".

"Quero afirmar isso para que possam ajudar quem acredita que a moral é puramente casuística. Ajudem-nos a entender que o grande Tomás de Aquino possui a maior riqueza, que nos inspira até hoje", disse o Papa aos jesuítas colombianos em um texto publicado na revista La Civiltà Cattolica.

ACI Digital

S. JORGE MÁRTIR

S. Jorge mártir  (© Musei Vaticani)
23 de abril

São inúmeras as narrações fantasiosas, que nasceram em torno da figura de São Jorge. Um dos seus episódios mais conhecidos é o do dragão e a jovem, salva pelo santo, que remonta ao período das Cruzadas.

Narra-se que na cidade de Selém, Líbia, havia um grande pântano, onde vivia um terrível dragão. Para aplacá-lo, os habitantes ofereciam-lhe dois cabritos, por dia e, vez por outra, um cabrito e um jovem tirado à sorte. Certa vez, a sorte coube à filha do rei. Enquanto a princesa se dirigia ao pântano, Jorge passou por ali e matou o dragão com a sua espada. Este seu gesto tornou-se símbolo da fé que triunfa sobre o mal.

Quem era São Jorge?

Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu terríveis torturas e, no fim, foi decapitado.

No lugar da sua sepultura, em Lida, - um tempo capital da Palestina, agora cidade israelense, situada perto de Telavive, - foi construída uma Basílica, cujas ruinas ainda são visíveis.

Até aqui, a Passio Georgii classificada, pelo Decreto Gelasianum, no ano 496, entre as obras hagiográficas é definida Passio lendária.

Entre os documentos mais antigos, que atestam a existência de São Jorge, uma epígrafe grega, do ano 368, - descoberta em Eraclea de Betânia, - fala da “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”. Foram muitas, ao longo dos anos, as narrações posteriores à Passio.

De mártir a Santo guerreiro

Os cruzados contribuíram muito para a transformação da figura de São Jorge de mártir em Santo guerreiro, comparando a morte do dragão com a derrota do Islamismo.

Com os Normandos, seu culto arraigou-se profundamente na Inglaterra, onde, em 1348, o rei Eduardo III instituiu a “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”. Durante toda a Idade Média, a sua figura tornou-se objeto de uma literatura épica, que concorria com os ciclos bretão e carolíngio.

Devoção a São Jorge

São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ele é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.

Na falta de notícias sobre a sua vida, em 1969, a Igreja mudou a sua celebração: de festa litúrgica passou a ser memória facultativa, sem, porém, alterar seu culto.

As relíquias de São Jorge encontram-se em diversos lugares do mundo. Em Roma, na igreja de São Jorge em Velabro é conservado seu crânio, por desejo do Papa Zacarias.

Como acontece com outros santos, envolvidos por lendas, poder-se-ia concluir que também a função histórica de São Jorge é recordar ao mundo uma única ideia fundamental: que o bem, com o passar do tempo, vence sempre o mal. A luta contra o mal é uma dimensão sempre presente na história humana, mas esta batalha não se vence sozinhos: São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele. Com Cristo, o mal jamais terá a última palavra!

Vatican News

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Você sabe qual é a diferença entre basílica e catedral?

Antoine Mekary | ALETEIA
Por Philip Kosloski

E será que uma igreja pode ser as duas coisas?

Vez ou outra, nós, católicos, nos deparamos com uma igreja diferente daquela da nossa paróquia. Geralmente, essas igrejas são majestosas e possuem uma rica história. Esses edifícios são chamados de “basílicas” ou “catedrais”. Mas qual é a diferença entre os dois termos?

Basílica

Historicamente, uma basílica era apenas uma grande construção retangular, bastante comum na Roma Antiga, com uma abóboda semicircular no topo. A abóboda era tradicionalmente o lugar onde um juiz ou imperador romano se sentaria. Na verdade, o termo “basílica” tem uma razão política: em grego, “basileos” significa rei. A basílica é, então, o lugar do soberano, onde o soberano se senta, fala e governa.

Os cristãos adaptaram esse estilo de construção pública para o lugar onde o sacrifício da Missa é celebrado, associando-o ao Reino de Jesus. Desta forma, Cristo foi visto como o verdadeiro juiz e governante, suplantando o papel dos líderes romanos.

À medida que os séculos passaram, este modelo arquitetônico foi copiado em todo o mundo por inúmeras igrejas católicas romanas. A maioria das igrejas mais antigas do foram desenhadas no estilo da basílica.

Ao longo do tempo, os Papas deram a certas igrejas o “título” canônico de basílica, concedendo a estes espaços certos privilégios e honras, como: ter um altar reservado ao Papa, ao cardeal ou ao patriarca, e não estar submetido à jurisdição eclesiástica local, o que lhe confere status internacional.

As basílicas são ainda classificadas em dois grupos: “basílicas maiores” (que inclui apenas as igrejas de Roma com grande significado histórico) e “basílicas menores”.

Para receber o título de “basílica”, os bispos locais fazem a solicitação a Roma. Entretanto, a igreja deve ter uma beleza extraordinária e uma rica história junto à comunidade.

Catedral

O título de “catedral” é dado às igrejas que são o “centro” de cada diocese, onde o bispo normalmente preside importantes liturgias. A catedral é caracterizada pela presença da cadeira do bispo, tradicionalmente chamada de cathedra (palavra em latim para “cadeira”). O bispo fica nesta cadeira ao celebrar a Missa ou outros eventos litúrgicos, assim como os basileos se sentariam na basílica.

Muitas vezes, a catedral local também é a igreja mais antiga da região e, em muitos casos, recebe o título adicional de “basílica”.

Em cada diocese, geralmente há apenas uma catedral. Mas é possível que existam muitas basílicas. Hoje, em dioceses com uma área geográfica muito grande, uma igreja adicional pode ser designada como co-catedral.

Agora, outra curiosidade: a catedral da diocese de Roma – a catedral do Papa como bispo de Roma – não é a Basílica de São Pedro, embora o Papa celebre muitas missas lá. São Pedro não pertence tecnicamente à Diocese de Roma, pois está localizada no estado independente, que é a Cidade do Vaticano. A catedral da diocese de Roma é São João de Latrão. Alguns Papas residiam no palácio de Latrão, ao lado da Basílica de São João de Latrão, antes da construção da residência papal do Vaticano.

Aleteia

Segredos dos Museus Vaticanos são revelados em série de vídeos

Guadium Press
A iniciativa também pretende ser uma forma de oferecer um novo olhar sobre os Museus Vaticanos que permaneceram fechados nos últimos meses.

Cidade do Vaticano (20/04/2021 17:02, Gaudium Press) Um novo projeto multimídia promovido pelo Vatican News em colaboração com os Museus Vaticanos revelará ao público segredos, histórias pouco conhecidas e curiosidades escondidas por detrás das obras-primas das coleções vaticanas.

Segundo comunicado de imprensa divulgado pelos Museus Vaticanos, a série de vídeos intitulada “Celata Pulchritudo. Os segredos dos Museus Vaticanos” mostrará “das fontes de inspiração dos grandes mestres como Michelangelo ou Raffaello, ao fascínio e ao mistério das antigas civilizações pré-cristãs”.

https://youtu.be/YALM8JdgKMc

Oferecer um novo olhar sobre os Museus Vaticanos

O projeto multimídia oferecerá ainda “um percurso narrativo que ocorrerá mensalmente ao longo de um ano por meio de duas versões em vídeo: uma de estilo narrativo, acompanhada por um artigo descritivo, e outra mais breve destinada ao público das redes sociais”.

A iniciativa também pretende ser uma forma de oferecer um novo olhar sobre os Museus Vaticanos que permaneceram fechados nos últimos meses seguindo as normas para controle da pandemia de Covid-19.

Primeiro capítulo apresenta o Torso Belvedere

O Torso Belvedere, obra que constituiu o núcleo originário das coleções de arte dos Papas, é o tema do primeiro capítulo da série. A escultura foi fonte de inspiração para artistas de todas as época, dos quais se destaca o nome de Michelangelo.

Este fragmento helenístico é assinado por Apolônio, um escultor de Atenas do primeiro século antes de Cristo. Acredita-se que seja uma cópia em mármore inspirada num original de bronze, esculpida entre 188 e 167 a.C. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Papa: uma dor fechada dentro de nós pode envenenar a alma

HANDOUT/AFP/East News

Acima de tudo, a dor é perigosa se permanecer coberta, fechada dentro de nós... Uma dor encerrada dentro de nós, que não se exprime nem desabafa, pode envenenar a alma; é mortal.

O Papa Francisco afirmou hoje que quando os sentimentos negativos batem à porta do nosso coração, devemos ser capazes de os desarmar com a oração e com as palavras de Deus.

Em sua catequese semanal, realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, o Papa falou sobre “a oração vocal”, ou seja, a oração que torna palavra, invocação, cântico, poesia: “a Palavra divina fez-se carne, e na carne de cada homem a palavra volta a Deus na oração”.

As palavras são as nossas criaturas, mas são também as nossas mães, e em certa medida plasmam-nos. As palavras de uma prece levam-nos em segurança através de um vale escuro, orientando-nos para prados verdes, ricos de água, fazendo-nos banquetear diante dos olhos de um inimigo, como o Salmo nos ensina a recitar (cf. Sl 23). As palavras nascem dos sentimentos, mas há também o caminho inverso: aquele em que as palavras moldam os sentimentos. A Bíblia educa o homem para garantir que tudo vem à luz através da palavra, que nada de humano seja excluído, censurado.

Escrituras

Segundo o Papa, a Sagrada Escritura nos ensina a rezar até com palavras às vezes audazes: “os escritores sagrados não nos querem enganar sobre o homem: sabem que no seu coração existem também sentimentos pouco edificantes, até mesmo o ódio”.

Nos Salmos encontramos também expressões muito duras contra os inimigos – expressões que os mestres espirituais nos ensinam a atribuir ao diabo e aos nossos pecados – mas são palavras que pertencem à realidade humana e que acabaram no contexto das Sagradas Escrituras. Estão ali para nos testemunhar que se, perante a violência, não houvesse palavras para tornar inofensivos os maus sentimentos, para os canalizar de modo que não prejudiquem, o mundo inteiro seria inundado por eles.

O Papa explicou que a primeira oração humana é sempre uma recitação vocal.

Os lábios movem-se sempre em primeiro lugar. Embora todos saibamos que rezar não significa repetir palavras, no entanto a oração oral é a mais segura e pode ser praticada sempre. Os sentimentos, por mais nobres que sejam, são sempre incertos: vêm e vão, abandonam-nos e regressam. Não só, mas até as graças da oração são imprevisíveis: às vezes as consolações abundam, mas nos dias mais escuros parecem evaporar-se completamente. A oração do coração é misteriosa e em certos momentos falha. A oração dos lábios, aquela que é sussurrada ou recitada em coro, está sempre disponível, e é tão necessária quanto o trabalho manual. O Catecismo afirma: «A oração vocal é um elemento indispensável da vida cristã. Aos discípulos, atraídos pela oração silenciosa do seu Mestre, este ensina-lhes uma oração vocal: o Pai-Nosso» (n. 2701). “Ensina-nos a rezar”, pedem os discípulos a Jesus, e Jesus ensina uma oração vocal: o Pai-Nosso. E naquela prece há tudo.

Humildade

O Papa citou o exemplo de humildade dos idosos ao rezar na igreja.

Todos deveríamos ter a humildade de certos idosos que, na igreja, talvez porque a sua audição já não é aguda, recitam em meia-voz as orações que aprenderam quando eram crianças, enchendo a nave de sussurros. Esta prece não perturba o silêncio, mas dá testemunho da sua fidelidade ao dever da oração, praticada durante uma vida inteira, sem nunca falhar. Com a oração humilde, estes orantes são frequentemente os grandes intercessores das paróquias: são os carvalhos que de ano em ano alargam os seus ramos, para oferecer sombra ao maior número de pessoas. Só Deus sabe quando e quanto os seus corações estavam unidos àquelas orações recitadas: certamente essas pessoas também tiveram que enfrentar noites e momentos vazios. Mas pode-se permanecer sempre fiel à prece vocal. É como um âncora: agarrar-se à corda para permanecer ali, fiéis, aconteça ou que acontecer.

O Papa Francisco enfatizou a importância de não desprezar a oração vocal.

Alguém diz: “Mas, é coisa para as crianças, para gente ignorante; estou procurando a prece mental, a meditação, o vazio interior para que Deus venha”. Por favor, não se deve cair na soberba de desprezar a oração vocal. É a oração dos simples, a que Jesus nos ensinou: Pai nosso que estais no céu… As palavras que pronunciamos levam-nos pela mão; às vezes restituem o sabor, despertam até o mais adormecido dos corações; estimulam sentimentos dos quais tínhamos perdido a memória, e levam-nos pela mão rumo à experiência de Deus. E acima de tudo, de maneira segura, são as únicas que dirigem a Deus as perguntas que Lhe aprazem. Jesus não nos deixou na névoa. Disse-nos: «Eis como deveis rezar!». E ensinou a oração do Pai-Nosso (cf. Mt 6, 9).

Aleteia 

O Papa reitera proximidade ao povo do Líbano ao receber o premier do País dos Cedros

Papa Francisco e Saad Hariri | Vatican Media

Além de reiterar sua proximidade ao povo libanês, que vive um tempo de grande dificuldade e incerteza, o Pontífice lembrou a responsabilidade de todas as forças políticas de se comprometerem urgentemente em benefício da nação. Destacando a vocação do País dos Cedros de ser terra de encontro, de convivência e de pluralismo, o Santo Padre reafirmou seu desejo de visitar o país tão logo as condições permitam.

Vatican News

O Santo Padre encontrou em audiência privada, no Vaticano, o primeiro-ministro designado do Líbano, Saad Hariri. É o que informa o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, respondendo às perguntas dos jornalistas.

"Durante as conversações, que duraram cerca de trinta minutos, o Papa quis reiterar sua proximidade com o povo libanês, que vive um tempo de grande dificuldade e incerteza, e lembrou a responsabilidade de todas as forças políticas de se comprometerem urgentemente em benefício da nação", disse ainda o porta-voz vaticano.

Reafirmando seu desejo de visitar o país tão logo as condições permitam, o Papa Francisco fez votos de que o Líbano, com a ajuda da comunidade internacional, volte a encarnar "a fortaleza dos cedros, a diversidade que da fraqueza se torna força no grande povo reconciliado", com sua vocação para ser "terra de encontro, de convivência e de pluralismo", acrescentou Matteo Bruni.

Vatican News

Hoje é celebrada a Virgem Santa Maria, Mãe da Companhia de Jesus

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 22 abr. 21 / 06:00 am (ACI).- Desde 22 de abril de 1541, celebra-se todos os anos a festa da Mãe da Companhia de Jesus, dia em que os primeiros jesuítas fizeram os votos solenes diante da imagem da Virgem Santa Maria, na Basílica romana de São Paulo Extramuros.

Santo Inácio narrou toda a experiência: “Quando chegamos a São Paulo, os seis nos confessamos, uns aos outros. Decidiu-se que Íñigo dissesse missa na igreja, e que os outros recebessem o Santíssimo Sacramento de suas mãos, fazendo seus votos da seguinte forma: Inácio dizendo missa e antes da comunhão, segurando um papel com a fórmula dos votos, se voltou para seus companheiros que estavam ajoelhados, e pronunciou as palavras dos votos”.

“Depois de dizê-las, comungou recebendo o Corpo de Cristo. Quando terminou de consumir, colocou as cinco hóstias consagradas na patena e se voltou para seus companheiros. Cada um tomou o texto dos votos em sua mão e disse em voz alta as palavras. Quando o primeiro terminou, recebeu o Corpo de Cristo. Em seguida, por turnos, os demais fizeram o mesmo. A missa aconteceu no altar da Virgem, no qual estava reservado o Santíssimo Sacramento”.

“Quando acabou a missa, depois de rezar diante dos outros altares, regressaram ao altar maior, onde todos se aproximaram de Íñigo. Deram-lhe um abraço e o beijo da paz, com muita devoção, sentimento e lágrimas; assim, finalizaram a cerimônia dos votos e deram início a sua vocação”.

Em 27 de setembro de 1540, meses antes que Santo Inácio de Loyola e os cinco companheiros (Salmerón, Laínez, Broet, Jay e Codure) fizessem os votos de pobreza, castidade e obediência, o Papa Paulo III aprovou a Fórmula da Companhia de Jesus e concedeu licença para fazer suas Constituições.

ACI Digital

Dia Internacional da Terra: “As pessoas devem fazer as pazes com a natureza"

Dia Internacional da Terra | Vatican News

Na sua mensagem para o Dia Internacional da Terra o Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres afirmou que o planeta “está num ponto crítico” e pede que “as pessoas façam as pazes com a natureza”. Hoje será realizado um encontro de alto nível organizado pelos Estados Unidos.

Vatican News

Hoje (22/04) é celebrado o Dia Internacional da Mãe Terra, para marcar a data, o secretário-geral da ONU, Antonio Guetteres, participa no Encontro de Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizado pelos Estados Unidos. A iniciativa reúne, de forma virtual, cerca de 40 líderes mundiais e pretende reforçar os esforços para limitar o aumento da temperatura global em 1,5 grau Celsius até o final do século. 

A humanidade continua a abusar da natureza

Em mensagem sobre o Dia Internacional, Guterres afirmou que o planeta “está num ponto crítico” e apela as pessoas a fazerem as pazes com a natureza. O chefe da ONU afirmou que “a Humanidade continua a abusar da natureza”, pilhando descuidadamente os recursos da Terra, esgotando sua vida selvagem e tratando o ar, a terra e os mares como depósitos de lixo. Segundo ele, “ecossistemas e cadeias alimentares cruciais estão à beira do colapso.” Para o secretário-geral, esse comportamento “é suicida.” O secretário-geral ressalta que o mundo precisa “acabar com a guerra contra a natureza e cuidá-la para que volte a ser saudável".

Medidas necessárias

O chefe da ONU destacou depois os passos que precisam ser dados, como limitar o aumento da temperatura e planejar uma adaptação às mudanças que virão. Ele pediu também medidas mais firmes para proteger a biodiversidade, a redução da poluição e mais contribuições para economias circulares que reduzam os resíduos. Segundo Guterres, estes passos irão salvaguardar “a casa comum” da população mundial e “criar milhões de novos empregos".

Pandemia, oportunidade de mundo mais sustentável

Para o secretário-geral a recuperação da pandemia da Covid-19 “é uma oportunidade para pôr o mundo num caminho mais limpo, mais verde e mais sustentável.” Por fim, conclui sua mensagem pedindo que, neste Dia Internacional da Terra, todos se comprometam “com o árduo trabalho de restaurar o planeta e de fazer as pazes com a natureza”. Porque mudanças climáticas, provocadas pelo homem na natureza, bem como crimes que afetam a biodiversidade e o crescente comércio ilegal de animais selvagens, podem aumentar o contato e a transmissão de doenças infecciosas de animais para humanos, como a Covid-19.

(Fonte: Site da ONU)

Vatican News

São Caio

S. Caio | ArqSP
22 de abril

No livro dos papas da Igreja, encontramos registrado que o papa Caio nasceu na Dalmácia, atual território da Bósnia, de família cristã da nobreza romana, ligada por parentesco ao imperador Diocleciano, irmão do padre Gabino e tio de Suzana, ambos canonizados.

Caio foi eleito no dia 17 de dezembro de 283. Governou a Igreja durante treze anos, num período de longa trégua nas perseguições anticristãs, que já vinham sendo bem atenuadas. Também ocorria uma maior abertura na obtenção de concessões para as construções de novas igrejas, bem como para as ampliações dos cemitérios cristãos. Ele contou com a ajuda de seu irmão, padre Gabino, e da sobrinha Suzana, que se havia consagrado a Cristo.

Antes de ser escolhido papa, os dois irmãos sacerdotes tinham transformado em igreja a casa em que residiam. Lá, ouviam os aflitos, pecadores; auxiliavam os pobres e doentes; celebravam as missas, distribuíam a eucaristia e ministravam os sacramentos do batismo e do matrimônio. Isso porque a Igreja não tinha direito à propriedade, pois não era reconhecida pelo Império.

O grande contratempo enfrentado pelo papa Caio deu-se no âmbito interno do próprio clero, devido à crescente multiplicação de heresias, criando uma grande confusão aos devotos cristãos. A última, pela ordem cronológica, na época, foi a de "Mitra". Esta heresia era do tipo maniqueísta, de origem asiática, pela qual Deus assumia em si a contraposição celeste da luz e da treva. Tal heresia e outras ele baniu por completo, criando harmonia entre os cristãos.

Conforme antigos escritos da Igreja, apesar do parentesco com o imperador o papa se recusou a ajudar Diocleciano, que pretendia receber a sobrinha dele como sua futura nora Segundo se verificou nos antigos escritos, esse teria sido o motivo da ira do soberano ao assinar o severo decreto que mandou matar todos os cristãos, começando pelos três parentes.

Papa Caio morreu decapitado em 22 de abril de 296. A Igreja confirmou a sua santificação e o seu martírio, até pelo fato de Diocleciano ter encerrado por completo as perseguições somente no ano 303.

As suas relíquias foram depositadas primeiro no cemitério de São Calisto. Depois, em 631, foram trasladadas para a igreja que foi erguida no local da casa onde ele viveu, em Roma. A Igreja o reverencia com o culto litúrgico marcado para o dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Papa: rezar é dialogar com Deus. Não cair na soberba de desprezar a oração vocal

Papa Francisco | Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa deu prosseguimento ao seu ciclo sobre a oração e dedicou a 30a catequese sobre o tema à "oração vocal".

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Enquanto a oração dominical voltou a se realizar com os fiéis na Praça São Pedro, a Audiência Geral das quartas-feiras ainda tem que esperar e hoje novamente foi realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.

A catequese do Papa Francisco foi dedicada ao tema da “oração vocal” e mais se pareceu com uma poesia.

“A oração é diálogo com Deus”, disse o Papa, e, num certo sentido, todas as criaturas “dialogam” com Deus. Mas no ser humano, a oração torna-se palavra, invocação, cântico, poesia... A Palavra divina fez-se carne, e na carne de cada homem a palavra volta a Deus em forma de oração.

Nenhum de nós nasce santo

As palavras nascem dos sentimentos, afirmou ainda Francisco, mas há também o caminho inverso: em que as palavras moldam os sentimentos. É por este motivo que a Sagrada Escritura nos ensina a rezar até com palavras às vezes audazes.

Nenhum de nós nasce santo, constatou o Papa, e no coração do homem existem também sentimentos pouco edificantes, até mesmo o ódio. E quando estes sentimentos negativos batem à porta, devemos ser capazes de os desarmar com a oração e com as palavras de Deus. Sem elas, o mundo poderia ser inundando pela violência.

A primeira oração humana é sempre uma recitação vocal, embora saibamos que rezar não significa repetir palavras, no entanto a oração vocal é a mais segura e pode ser praticada sempre.

A oração é uma âncora

A oração dos lábios, sussurrada ou recitada em coro, está sempre disponível, é e tão necessária quanto o trabalho manual. Francisco citou a oração dos idosos, feita no silêncio das igrejas. “Com a oração humilde, estes orantes são frequentemente os grandes intercessores das paróquias: são os carvalhos que de ano para ano alargam os seus ramos, para oferecer sombra ao maior número de pessoas. É como uma âncora: segurar-se na oração para manter-se fiel."

Não devemos desprezar a oração vocal, foi a exortação do Papa. "É coisa para as crianças, para as pessoas ignorantes. Eu busco a oração mental, a meditação, o vazio interior para que Deus venha..." Por favor, disse o Papa, "não cair na soberba de desprezar a oração vocal, é a oração dos simples, aquela que Jesus nos ensinou. Pai-Nosso, que estais nos céus...".

“As palavras que pronunciamos levam-nos pela mão; às vezes restituem o sabor, despertam até o mais adormecido dos corações; estimulam sentimentos dos quais tínhamos perdido a memória. E acima de tudo, de maneira segura, são as únicas que dirigem a Deus as perguntas que Ele quer ouvir. Jesus não nos deixou na névoa. Disse-nos: «Eis como deveis rezar!». E ensinou a oração do Pai-Nosso.”

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF