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quinta-feira, 6 de maio de 2021

A Igreja como Povo de Deus

Papa Francisco no papamóvel passa em meio à multidão de fiéis
reunidos no Estádio Franso Hariri, em Erbil 

"Um pastor não se compreende sem um rebanho, que está chamado a servir. O pastor é pastor de um povo, e o povo deve ser servido a partir de dentro" (Papa Francisco).

Jackson Erpen - Vatican News

A Constituição Dogmática Lumen Gentium apresenta a Igreja como Povo de Deus. A bem da verdade, a imagem da Igreja como Povo de Deus tem suas raízes nas Sagradas Escrituras, como atestam os Livros do Gênesis, Deuteronômio, Êxodo, bem como os Livros dos Profetas Ezequiel, Isaías, Jeremias, entre outros. Mas em particular, em seu capítulo II, esta importante Constituição do Concílio Vaticano II descreve os pormenores deste vínculo. Diz no número 13: “O Povo de Deus encontra-se entre todos os povos da terra, já que de todos recebe os cidadãos, que o são dum reino não terrestre mas celeste. Pois todos os fiéis espalhados pelo orbe comunicam com os restantes por meio do Espírito Santo, de maneira que «aquele que vive em Roma, sabe que os indianos são membros seus». Mas porque o reino de Cristo não é deste mundo, a Igreja, ou seja, o Povo de Deus, ao implantar este reino, não subtrai coisa alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que são bons; e assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os (...).  Este carácter de universalidade que distingue o Povo de Deus é dom do Senhor; por Ele a Igreja católica tende eficaz e constantemente à recapitulação total da humanidade com todos os seus bens sob a cabeça, Cristo, na unidade do Seu Espírito”.

No programa de hoje, o sacerdote gaúcho, padre Gerson Schmidt*, dá prosseguimento ao estudo da Constituição conciliar, falando sobre “A Igreja como Povo de Deus”:

“O Concílio Vaticano II invertia a pirâmide, definindo a Igreja como todo o Povo de Deus e não somente como hierarquia eclesiástica. A Igreja da Lumen Gentium é um Povo de Deus em busca da santidade. A imagem bíblica de Povo de Deus, preferida à imagem de Corpo de Cristo, destaca a dimensão histórica, enfatizando a caminhada do povo de Deus pelo deserto. De fato, a historicidade da Igreja vem destacada por essa imagem e sua abertura para a história humana, pois a Igreja avança em direção à casa do Pai no mundo e não fora dele. E o Concilio Vaticano II não quis ignorar o mundo de então, pelo contrário, entrar em diálogo com o mundo de hoje, como, aliás, o demonstra a Gaudium et Spes. Mas a Igreja é um Povo de Deus santo, mas em busca da santidade. Santo, porque Deus torna a Igreja santa, mas, ao mesmo tempo, deve realizar em sua própria vida a santidade de Deus.

Em uma importante carta dirigida pelo Papa Francisco ao cardeal MARC OUELLET, presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina e prefeito da Congregação dos bispos, o Sumo Pontífice recordava alguns trechos do segundo capítulo da Lumen Gentium e diz que “a Igreja não é uma elite de sacerdotes, consagrados, bispos, mas que todos formamos o Santo Povo fiel de Deus”. Nessa carta, o Papa recordou o valor do Laicato e combate o clericalismo na América Latina.

Lembrava nessa carta a imagem da Igreja como Povo de Deus, tirada do documento conciliar. Dizia assim o Papa Francisco: “É precisamente desta imagem que gostaria de começar a nossa reflexão sobre a atividade pública dos leigos no nosso contexto latino-americano. Evocar o Santo Povo fiel de Deus é evocar o horizonte para o qual somos convidados a olhar e sobre o qual refletir. É para o Santo Povo fiel de Deus que como pastores somos continuamente convidados a olhar, proteger, acompanhar, apoiar e servir. Um pai não se compreende a si mesmo sem os seus filhos. Pode ser um ótimo trabalhador, profissional, marido, amigo, mas o que o torna pai tem um rosto: são os seus filhos. O mesmo acontece a nós, somos pastores. Um pastor não se compreende sem um rebanho, que está chamado a servir. O pastor é pastor de um povo, e o povo deve ser servido a partir de dentro. Muitas vezes vamos à frente abrindo caminho, outras voltamos para que ninguém permaneça atrás, e não poucas vezes estamos no meio para ouvir bem o palpitar do povo”.

Em primeiro lugar vem a igualdade fundamental de todos os batizados, e posteriormente em segundo plano as diferenças entre hierarquia e laicato. A noção da Igreja como Povo de Deus exerceu um monopólio no pós-concilio, tomando, definitivamente, o lugar do Corpo Místico de Cristo. A eclesiologia adquiriu uma impostação decididamente histórico-salvífica, conforme a reflexão pós-conciliar, havendo uma excessiva concentração em torno da noção da Igreja como Povo de Deus. As outras imagens que se encontram nos números 6 e 7 da Lumen Gentium foram esquecidas, havendo um desequilíbrio com graves consequências[1].

A imagem Povo de Deus não é a definição da Igreja, mas uma descrição, que deve estar interligada com o mistério da Igreja. A leitura parcial, leva a erros eclesiológicos. A eclesiologia do Povo de Deus entende uma igreja do povo, com emanação de uma base autônoma e configurada por princípios puramente sociológicos e não por princípios postos pelo seu fundador. O sínodo de 1985 colocou em relevo a unidade dos dois primeiros capítulos da Lumen gentium, porque sua separação resultaria a uma socialização da Igreja, enquanto seu mistério seria esquecido.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] HACKMANN, Geraldo Luiz Borges. Concilio Vaticano II, 40 anos da Lumen Gentium, vv. aa., Edipucrs, , Porto Alegre, 2005, p.111. 

Vatican News

quarta-feira, 5 de maio de 2021

ESTUDOS BÍBLICOS: SOLA SCRIPTURA (Parte 3/7)

Ecclesia

Na vaidade de suas mentes

Uma análise ortodoxa deste ensinamento ortodoxo

Por John Whiteford

Tradução de Rafael Resende Daher

B) QUAL O PROPÓSITO DOS ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO?

É ensinado nos estudos bíblicos protestantes (e penso que neste caso eles ensinam corretamente) que quando você estuda a Bíblia, entre muitas outras considerações, você deve primeiro considerar o gênero (ou tipo literário) de literatura que você está lendo em uma passagem particular, pois gêneros diferentes possuem gêneros diferentes. Outra consideração a ser tomada é sobre qual o assunto ou o propósito do livro que está sendo estudado. No Novo Testamento temos quatro tipos de gêneros literários: evangelho, narração histórica (Atos), epístola e apocalíptica ou profética (Revelação). Os Evangelhos foram escritos para testemunhar a vida de Cristo, sua morte e ressurreição. As narrativas contam a história de pessoas e figuras significativas e mostra a magnífica Providência Divina agindo em tudo. Diversas epístolas foram escritas para responder perguntas específicas que surgiram em várias Igrejas, assim, muitos problemas não foram relatados com detalhes. Assuntos doutrinais eram discutidos para resolver problemas doutrinais, [4] e assuntos sobre louvação só eram discutidos quando aparecia algum problema relacionado (c.f. Coríntios 11:14). Os escritos apocalípticos (Revelação) foram escritos para mostrar o triunfo de Deus na história.

Notamos que não há referências literárias à louvação no Novo Testamento, e nem detalhes de como era a louvação na Igreja. No Velho Testamento há detalhes (e até exaustivos) sobre a louvação do povo de Israel (v.g. Levítico e Salmos) — no Novo Testamento há apenas sugestões escassas sobre a louvação dos cristãos primitivos. Mas qual o motivo? Certamente que não foi por não existir ordem em seus serviços religiosos — os historiadores litúrgicos afirmam que os cristãos primitivos continuavam firmemente na mesma louvação judaica herdada dos Apóstolos. [5] Porém, até mesmo as parcas referências do Novo Testamento em relação à louvação da Igreja primitiva, nos mostra que eles estavam bem longe dos selvagens grupos "Carismáticos," os cristãos do Novo Testamento possuíam as mesmas louvações litúrgicas de seus pais: observavam as horas de oração (Atos 3:1), louvavam no Templo (Atos 2:46; 3:1; 21:26), além da louvação nas Sinagogas (Atos 18:4).

Nós também precisamos notar que nenhum dos tipos presentes da literatura do Novo Testamento tem o propósito de dar uma instrução doutrinal inclusiva — não há um catecismo ou uma teologia sistemática. Se a Bíblia é tudo que precisamos como cristãos, por que não há nenhuma declaração doutrinária inclusiva nela? Imagine como todas as controvérsias pudessem ter sido resolvidas se a Bíblia respondesse todas estas perguntas doutrinais claramente. Isso seria muito conveniente, mas tais coisas não são encontradas nos livros da Bíblia.

Que ninguém entenda mal a observação feita aqui. Nada disso deprecia a importância da Bíblia Sagrada — Deus proíbe tal coisa! Na Igreja Ortodoxa, a Bíblia é tida como totalmente inspirada por Deus, inerrante e autoritária, mas o fato é que a Bíblia não contém o ensinamento para todo assunto importante da Igreja. Como já declaramos, o Novo Testamento dá apenas um breve detalhe sobre como louvar — e isto não é de pequena importância. Além de que, a mesma Igreja que nos passou a Bíblia Sagrada, é a mesma que preservou os padrões de louvação que recebemos. Se nós desconfiamos da fidelidade desta Igreja em preservar a adoração Apostólica, também temos que desconfiar de sua fidelidade em preservar a Bíblia. [6]

C) É A BÍBLIA, NA PRÁTICA, "TOTALMENTE SUFICIENTE" PARA OS PROTESTANTES?

Os protestantes freqüentemente reivindicam que "acreditam apenas na Bíblia," mas várias perguntas aparecem quando a pessoa tenta examinar o atual uso que eles fazem da Bíblia. Por exemplo, por que os protestantes escrevem tantos livros sobre doutrina e a vida Cristã, se eles necessitam apenas da Bíblia? Se a Bíblia fosse o suficiente para entendê-la, por que eles simplesmente não utilizam apenas a Bíblia? E se ela é "totalmente suficiente," por quê isto não produz resultados suficientes, por exemplo: por quê os protestantes não acreditam na mesma coisa? Por que há tantos estudos bíblicos protestantes, se eles precisam apenas da Bíblia? Por que eles buscam outras áreas e materiais? Por que eles ensinam a bíblia ao povo — ao invés de apenas ler as Escrituras para as pessoas? A resposta eles nunca admitirão, mas os protestantes sabem que a Bíblia não pode ser entendida por si só. E na verdade, toda seita protestante possui seu corpo de tradições, mas nunca admitem ou a chama disso. Não é por acaso que as Testemunhas de Jeová acreditam nas mesmas coisas que os Batistas do Sul, mas não é por acaso que eles não acreditam nas mesmas coisas enfaticamente. Os Testemunhas de Jeová e os Batistas do Sul não propõem individualmente cada uma de suas idéias sobre a Bíblia, mas ensinam a crença de um certo modo — com uma tradição. Então a questão não é em acreditar ou não na tradição — a pergunta correta é qual a tradição que devermos usar para interpretar a Bíblia? Em qual tradição podemos confiar, na Tradição Apostólica da Igreja Ortodoxa, ou na confusa e moderna tradição do Protestantismo, que não possui nenhuma raiz além do advento da Reforma Protestante?

NOTAS DE RODAPÉ

4. Por exemplo, não havia espaços para perguntas detalhadas sobre a inerrância da Bíblia, pois este não era um assunto debatido. Com o crescimento do ceticismo religioso, este assunto é muito comum nos nossos dias, e se as epístolas tivessem sido escritas hoje em dia, é claro que haveria algum tipo de discussão em relação a este ponto. Seria tolice concluir que este assunto não deve ser discutido especialmente porque os Cristãos primitivos não pensavam ou não acreditavam nele.

5. Alexander Schmemann, Introduction to Liturgical Theology (Crestwood NY: St Vladimir’s Seminary Press, 1986), 51 ff.

6. E na verdade, toda escola protestante faz isso. Embora o protestantismo foi fundado segundo a crença de que a Bíblia é a única norma de fé e prática, as universidades protestantes modernas estão dominadas por modernistas que não acreditam mais na inspiração ou na inerrância da Bíblia. Eles se levantam contra a Bíblia, e escolhem apenas as partes de seus interesses, descartando o resto como "mitologia e lenda primitiva." As únicas autoridades para eles é eles próprios.

ECCLESIA

Vândalos invadem igreja de Osasco e destroem imagens sacras

Imagens destruídas na Igreja Nossa Senhora dos Remédios /
Fotos: Captura de vídeo

SÃO PAULO, 05 mai. 21 / 09:48 am (ACI).- Quatro pessoas – dois homens e duas mulheres – invadiram a matriz da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, na Diocese de Osasco (SP), na segunda-feira, 3, e destruíram imagens sacras, além de vandalizar o local.

O caso ocorreu por volta das 21h30 do dia 3 de maio e os vândalos destruíram sete imagens sacras, entre as quais as de Nossa Senhora dos Remédios, Nosso Senhor dos Passos,  Santa Cecília, Sagrado Coração de Jesus e Santo Ubaldo. A imaggemd e Santo Ubaldo veio da Itália e tem mais de 60 anos. Os invasores também estragaram o banheiro e vasos de flores.

“Não tem como expressar a dor que a gente sente, mas tenho certeza de que a Igreja viva, essa não foi destruída, pelo contrário, sairá mais fortalecida. Com a fé em Deus, a intercessão de Nossa Senhora e a dedicação de todos, vamos reconstruir e deixar nossa igreja melhor”, expressou o administrador paroquia, Padre Amauri Baggio, em nota publicada no Facebook da Paróquia.

Em declarações ao site ‘O São Paulo’, da Arquidiocese de São Paulo, Padre Amauri sublinhou que, “felizmente, não houve profanação do sacrário e dos vasos sagrados com as espécies eucarísticas”.

O sacerdote chegou a correr atrás dos invasores e conseguiu alcançar um deles que lhe disse ter destruído as imagens “em nome de Jesus”. Depois, o grupo conseguiu fugir e embarcar em um ônibus.

A Polícia Militar foi acionada para registrar o caso, mas os vândalos ainda não foram identificados.

Ainda de acordo com comunicado publicado pela Paróquia Nossa Senhora dos Remédios em seu Facebook, a polícia já realizou uma perícia no local. Além disso, informaram que o Museu de Arte Sacra de São Paulo “está avaliando a possibilidade de restaurar as imagens” que foram destruídas.

A Diocese de Osasco convidou, por meio de suas redes sociais, a rezar “em desagravo por este ato de vandalismo e profanação da Casa de Deus”. Na próxima sexta-feira, 8, será celebrada uma Missa em desagravo.

ACI Digital

5 razões para os ambientalistas usarem os princípios católicos

By kram9 | Shutterstock
Por Tom Hoopes

A preocupação com o meio ambiente é uma grande oportunidade para a difusão do ensinamento católico.

A preocupação com o meio ambiente é uma grande oportunidade para a evangelização católica. Afinal, Jesus Cristo é o caminho, a verdade, a vida. Por meio dele todas as coisas foram feitas e tudo o que foi feito leva sua marca. Ser grato pelo mundo como um dom precioso é dar um passo em direção a Deus.

1. Os melhores pensadores católicos modernos viam a pessoa humana e o meio ambiente como interligados

Em sua encíclica Rerum Novarum, o Papa Leão XIII recordou para um mundo transformado pela revolução industrial que a dignidade dos trabalhadores integra a natureza da pessoa humana e implica o chamado a cultivar a terra.

J.R.R. Tolkien nos deu a mais alta expressão artística dessa visão do homem vivendo em harmonia com o mundo no Condado do Senhor dos Anéis. “As árvores, a grama e todas as coisas que crescem ou vivem na terra pertencem a si mesmas”, diz a esposa de Tom Bombadil, Goldberry, no início da história. Assim, o livro trata também sobre aqueles que veem o valor intrínseco da terra, salvando-a daqueles que a veem apenas como algo a ser explorado.

2. Aprendemos da maneira mais difícil que as soluções seculares por si só não podem resolver os problemas ambientais

Foi surpreendente saber este ano que, depois de todos os esforços das últimas décadas, o fervor pelas causas ambientais apenas diminuiu. O instituto Gallup relata que 40% dos americanos adultos atualmente se autodenominam “ambientalistas” – contra quase o dobro em 1991.

E hoje, tanto um terço dos ambientalistas quanto dois terços dos não ambientalistas priorizam o crescimento econômico em vez de proteger os recursos da Terra.

Segundo o Papa Francisco, o grande inimigo do meio ambiente está em nossos corações.

“O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada”, diz o Papa.

A degradação ambiental vem de corações enfermos pela ganância e o egoísmo, e somente Deus pode consertar isso.

3. Sem abordar o coração, as soluções seculares podem ser mais destrutivas do que os problemas que esperam resolver

Muitas vezes, os ambientalistas que começam lutando pelo planeta acabam querendo erradicar os seres humanos da Terra. No Dia da Terra de 2021, grupos lembraram ao mundo que “o ponto central do tema do primeiro dia da Terra em 1970 foi o entendimento de que o crescimento da população dos EUA foi um parceiro na degradação dos recursos ambientais de nossa nação.”

Mas pesquisadores como Fred Pearce, da Yale Environment 360, estão vendo o que a Igreja já sabia. Como disse Pearce, “O consumo crescente hoje supera em muito o número crescente de pessoas como uma ameaça ao planeta”.

Como o Papa Francisco argumenta em Laudato Si ’, “culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e selectivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o modelo distributivo actual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo”.

4. A mesma atitude que tenta dominar a natureza humana tenta dominar a Mãe Natureza

O Papa Francisco também alertou que nossa tendência a tentar remodelar a humanidade também leva à degradação ambiental.

“Pensar que desfrutamos de poder absoluto sobre nossos corpos se transforma, muitas vezes sutilmente, em pensar que desfrutamos de poder absoluto sobre a criação”, escreveu o Papa.

5. O que é necessário é uma mudança no estilo de vida

O Papa Bento XVI enfatizou seu ponto de vista de maneira direta.

“É cada vez mais claro que o tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós, os estilos de vida e os modelos de consumo e de produção hoje dominantes, muitas vezes insustentáveis do ponto de vista social, ambiental e até económico. Torna-se indispensável uma real mudança de mentalidade que induza a todos a adoptarem novos estilos de vida, «nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento».”

O Papa Francisco disse o mesmo usando outras palavras.

“Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos. Pelo contrário, se nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe, então brotarão de modo espontâneo a sobriedade e a solicitude.”.

No final das contas, apenas admiração e gratidão pela verdade, a beleza e a bondade mudarão os corações e salvarão o planeta. O que quer dizer que nada, a não ser Jesus Cristo, poderá fazê-lo.

Aleteia

Religiosos de Cuba denunciam: país vive situação insustentável

Guadium Press
Carta dos Religiosos de Camagüey denuncia: “o povo está cansado e estressado, não pode mais, é uma situação insustentável”.

Redação (04/05/2021, 15:25,  Gaudium Press) “Com respeito e preocupação nos dirigimos a vocês para apresentar as situações dolorosas que vivemos como povo…
Ouvimos com atenção as experiências das pessoas, nosso trabalho pastoral nos leva a estar ao seu lado e acompanhá-los, o que nos torna testemunhas de suas dores e necessidades ”.

Estas palavras iniciam a “Carta da vida consagrada de Camagüey às autoridades provinciais”.
Nesta carta, os religiosos da Arquidiocese de Cuba apresentam o quadro da situação e pedem que sejam tomadas medidas para aliviar o sofrimento da população.

Uma ladainha de dificuldades, sofrimentos e descasos define a Cuba retrata a Cuba de hoje

A carta dos religiosos cubanos denuncia problemas que vão desde “Salários insuficientes e preços em alta”, “dificuldades com cuidados médicos e medicamentos”, “idosos que não têm acesso a merenda e alimentação o mês inteiro”, além do que, “muitas famílias cubanas vivem em casas superlotadas” “que causam conflitos familiares e alto risco de abusos”.

Além da falta de itens básicos e fundamentais, existe a falta de liberdade, o medo de expressar a Fé e de exclusão

Na lista de necessidades básicas e fundamentais que faltam em toda a Ilha, os religiosos cubanos falam da falta de liberdade:
“a grande maioria das pessoas não se sente confiante e livre para expressar o que pensa em vários contextos sociais, nem liberdade para abordar autoridades em diferentes níveis e áreas”.
“Existe o medo da exclusão”, diz a “Carta da vida consagrada de Camagüey às autoridades provinciais”.

Segundo os religiosos católicos, “tanto o medo como a falta de confiança e de liberdade não são infundados, pois todos nós testemunhamos a forma como, através dos meios de comunicação oficiais, várias iniciativas pacíficas são condenadas e indivíduos e grupos são denegridos …”

Os religiosos destacam que “essas situações estão se tornando cada vez mais difíceis. As pessoas estão cansadas e estressadas. Sente-se que o povo não aguenta mais, é uma situação insustentável”.

…acompanhar nosso povo nas dores e esperanças, ser alívio nos sofrimentos de Fé e compromisso social

Na conclusão da “Carta da vida consagrada de Camagüey às autoridades provinciais” os promotores da carta afirmam:
“Nós, religiosos e religiosas, estamos aqui para acompanhar o nosso povo nas suas dores e esperanças, para ser portadores da voz que nos confiaram nas relações quotidianas e para colaborar no alívio dos seus sofrimentos de Fé e compromisso social ”. (JSG)

(Redação Gaudium Press, informações e foto Agencia Fides)

https://gaudiumpress.org/

Papa: O fruto da oração é o maior milagre que um cristão pode realizar

Audiência Geral, Papa Francisco | Vatican News

“O que nasce da oração e não da presunção do nosso ego, o que é purificado pela humildade, mesmo que seja um ato de amor isolado e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar", disse o Papa Francisco ao falar da "oração de contemplação", tema de sua catequese.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Contemplar e rezar: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, realizada ainda sem a presença de fiéis, portanto na Biblioteca do Palácio Apostólico.

Se na semana passada o Pontífice falou sobre a meditação, prosseguindo seu ciclo sobre a oração, hoje falou sobre a contemplação.

A dimensão contemplativa do ser humano, afirmou, é um pouco como o “sal” da vida: dá sabor, dá gosto aos nossos dias. Podemos contemplar o nascer do sol, a primavera que desabrocha ou uma obra de arte. Antes de mais, contemplar não é um modo de fazer, mas um modo de ser.

Ser contemplativo, prosseguiu o Papa, não depende dos olhos, mas do coração. “E nisto entra em jogo a oração, como um ato de fé e amor, como 'respiro' da nossa relação com Deus.”

“Eu olho para Ele e Ele olha para mim”

Francisco citou o Santo Cura d'Ars, que afirmava que a contemplação é o olhar da fé, fixado em Jesus. “Eu olho para Ele e Ele olha para mim” – dizia. “Tudo nasce disto: de um coração que se sente visto com amor. Então a realidade é contemplada com olhos diferentes.”

Jesus era um mestre deste olhar e o seu segredo era a relação com o Pai. Como exemplo, o Santo Padre propôs o evento da Transfiguração. “Precisamente no momento em que Jesus é mal compreendido, então resplandece uma luz divina. É a luz do amor do Pai, que enche o coração do Filho e transfigura toda a sua Pessoa.”

Audiência Geral de 05 de maio de 2021

Contemplação, explica ainda o Papa, não é o oposto da ação e não é correto fazer esta contraposição. “Este é certamente um dualismo que não pertence à mensagem cristã. No Evangelho, há apenas uma grande chamada, que é seguir Jesus no caminho do amor.

“Este é o ápice e o centro de tudo. Neste sentido, caridade e contemplação são sinônimos, dizem a mesma coisa.”

A última menção do Papa foi a São João da Cruz, que afirmava que um pequeno ato de amor puro é mais útil para a Igreja do que todas as outras obras juntas.

“O que nasce da oração e não da presunção do nosso ego, o que é purificado pela humildade, mesmo que seja um ato de amor isolado e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar. Este é o caminho da oração de contemplação: eu olho para Ele e Ele olha para mim. E ali está o ato de amor no diálogo silencioso com Jesus que faz tanto bem à Igreja.”

https://youtu.be/MFxxRGCrdvg

Vatican News

Igrejas na França e na Espanha sofrem incêndios

Igreja Santa Marina em León.
Crédito: Captura de tela @OndabierzoTwitter

MADRI, 04 mai. 21 / 03:00 pm (ACI).- Duas igrejas históricas da Europa foram atingidas por incêndios entre a noite de segunda-feira, dia 3, e a madrugada de hoje, dia 4.

Na Espanha, a igreja de Santa Marina em Balboa, em León, sofreu um incêndio, aparentemente acidental.

A igreja de Santa Marina de Balboa é uma construção em estilo românico que data do XII, embora tenha passado por muitas construções posteriores. Desde 1993 ela é oficialmente um Bem de Interesse Cultural.

Há pouco mais de uma década o retábulo maior da igreja de nave única foi restaurado a um custo de 120 mil euros. Ela é a principal obra de arte de Santa Marina de Balboa e foi a parte mais afetada pelo fogo.

O incêndio parece ter começado por volta das 05h. Uma vez no local, os bombeiros forçaram a porta principal da igreja para apagar o incêndio, que atingiu principalmente a parte esquerda do retábulo maior.

https://twitter.com/i/status/1389490589855625218

O prefeito de Balboa, Juan José López, explicou que embora aguardem o laudo dos peritos da Guarda Civil, a origem do incêndio pode estar na cera de uma das velas que ficou acesa, ou em um curto-circuito originado em uma de suas paredes.

O retábulo maior foi a área mais afetada, mas durante a extinção do incêndio os bombeiros usaram o mínimo de água possível para evitar maiores danos e ventilaram a nave para limpar os estragos causados ​​pela fumaça, segundo o jornal local Leonoticias.com .

O prefeito informou ainda que técnicos do Patrimônio Cultural vão chegar à cidade para avaliar os danos causados ​​e elaborar um laudo para a posterior restauração do retábulo.

França

A igreja de São Pedro e São Paulo na cidade de Lille, França, sofreu um grave incêndio na noite de 3 de maio. A origem do fogo ainda é desconhecida.

O fogo começou às 20h locais (1h da manhã em Brasília). Mais de 50 bombeiros conseguiram controlar o incêndio por volta da meia-noite.

https://youtu.be/UPwzjKk5U60

Segundo o arcebispo de Lille, dom Laurent Ulrich, o fogo começou na sacristia, que estava “bem fechada” desde o final da tarde. Ainda não se saiba se o incêndio foi acidental ou provocado.

A igreja de São Pedro e São Paulo, que data do século XIX, esteve fechada grande parte do ano passado para restauração e foi reaberta ao culto em setembro. Muito danificada durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, a igreja foi reconstruída na década de 1950.

ACI Digital

S. NÚNCIO SULPRÍCIO, JOVEM OPERÁRIO DE NÁPOLES

S. Núncio Sulprício | Vatican News
05 de maio

“Estejam sempre com o Senhor, porque dele vem todo bem. Sofram, com alegria, por amor a Deus”.

Foram poucos os anos de serenidade na brevíssima existência deste Santo.

Núncio nasceu na região italiana dos Abruços. Aos seis anos de idade, ficou órfão de pai e mãe. Confiado à sua amada avó materna, com ela aprendeu a ir à Missa e a conhecer a Jesus, amadurecendo, no seu interior, um forte desejo de assemelhar-se a Ele, cada vez mais. Com o falecimento da sua avó, aos nove anos, foi agraciado: de fato, seu tio, a quem foi confiado, o obrigou a trabalhar na sua oficina de ferreiro, pouco adequada para um menino daquela idade: ali, Núncio começou a trilhar o caminho doloroso de Jesus rumo à cruz.

Um jovem operário, órfão e explorado

Núncio teve que transportar cargas pesadas, percorrer longas distâncias a pé, sob o sol quente, a chuva, a neve ou o vento, usando sempre a mesma roupa, em todas as estações.
No entanto, o jovem nunca reclamava: mantinha seu pensamento em Jesus e começou a oferecer seus sacrifícios pela remissão dos pecados do mundo e "ganhar o paraíso".
Certo dia, porém, uma ferida no seu pé entrou em gangrena. Seu tio e nem os próprios habitantes tiveram dó dele, pelo contrário, até o proibiram de se lavar com a água da localidade para se desinfetar, por medo que pudesse contagiá-los. Então, Núncio descobriu um pequeno riacho em Riparossa, - hoje considerada uma fonte milagrosa - onde passava muito tempo rezando o Terço.

Em Nápoles, entre os "Incuráveis"

Em 1831, devido às suas condições de saúde precária, Núncio teve que enfrentar uma primeira hospitalização em Áquila. Ali, ele se tornou conhecido, por todos os pacientes, pela sua fé, pelas suas obras de caridade com os outros enfermos e pelas suas lições de catecismo às crianças.
Enfim, outro tio ficou sabendo da sua situação e o apresentou ao coronel Félix Wochinger, um importante soldado de Nápoles, que se compadeceu pelo seu estado de saúde e o submeteu a todos os tratamentos possíveis da época sobre a sua doença óssea, até a fazer banhos termais em Ischia.
Núncio ficou muito tempo internado no hospital dos Incuráveis, em Nápoles, onde, finalmente, fez sua Primeira Comunhão.

Encontro com Wochinger, um segundo pai

Núncio melhorou, por um breve tempo. Ao receber alta do hospital, foi morar com o coronel, que vivia em uma espécie de quartel em Maschio Angioino de Nápoles. Entre os dois, instaurou-se uma bela relação entre pai e filho, que lhe permitiu aprofundar a sua fé.
Núncio queria consagrar-se ao Senhor, mas, enquanto esperava amadurecer mais a sua vocação, pediu ao seu confessor para aprovar uma regra de vida, que seguiu escrupulosamente: longas horas de oração, meditação e estudo, além da Missa de manhã e da reza do Terço à noite. Porém, este período de serenidade foi interrompido pela exacerbação da sua doença e pelo diagnóstico que, para Núncio, seria uma sentença de morte: câncer nos ossos.

Vocação ao sofrimento

Núncio procurou manter a sua força até o fim: consolava o coronel – que já o chamava de "pai" – na certeza da promessa de que um dia ambos se abraçariam no céu.
Transcorria o ano de 1836. A situação de Núncio tornava-se, cada vez mais, desesperadora: tinha febre muito alta, mas a suportava com suas orações, oferecendo seu sofrimento pelas conversões e pela Igreja.
A morte aliviou a sua dor no dia 5 de maio, com a idade de apenas 19 anos, após ter recebido os Sacramentos. Em volta do seu corpo, dilacerado pelas chagas, difundiu-se um incrível perfume de rosas.

Vatican News

terça-feira, 4 de maio de 2021

Papa Francisco: missa com a comunidade de Mianmar

Papa celebrando a Missa em Mianmar em 2017  (Vatican Media)

No dia 16 de maio o Papa Francisco presidirá na Basílica Vaticana uma Santa Missa com a comunidade de Mianmar residente em Roma pela paz e reconciliação no país.

Vatican News

Na tarde de segunda-feira (03) foi anunciado pela Prefeitura da Casa Pontifícia que o Papa Francisco celebrará uma missa para os fiéis da Comunidade de Mianmar residentes em Roma. A celebração será realizada no próximo dia 16 de maio, solenidade da Ascensão, às 10h da manhã, (horário de Roma) no altar da Cátedra de São Pedro.

Vatican News
O Papa: que o diálogo prevaleça

O Papa Francisco fez inúmeros apelos para o diálogo e a paz desde que o exército derrubou o governo de Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro e assumiu o controle do país. Os protestos da população, que saiu às ruas várias vezes contra o golpe militar, levaram a confrontos e violência com dezenas e dezenas de mortes. O Papa pediu repetidamente aos manifestantes que não tomassem medidas violentas e às autoridades que não repelissem os manifestantes com o uso da força. "Que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia, e que a comunidade internacional forneça a ajuda necessária para que as aspirações do povo de Mianmar não sejam sufocadas pela violência", disse o Papa Francisco na audiência geral em 17 de março. Mas ele havia usado uma expressão ainda mais forte:

"Mais uma vez e com grande tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação em Mianmar, onde tantas pessoas, especialmente os jovens, estão perdendo suas vidas para oferecer esperança a seu país. Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar e digo: acabem com a violência. Eu também estendo meus braços e digo: que o diálogo prevaleça. O derramamento de sangue não resolve nada. Que o diálogo prevaleça".

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Hoje começa a novena a Nossa Senhora de Fátima

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 04 mai. 21 / 05:00 am (ACI).- “Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, porque muitas almas vão ao inferno por não ter quem se sacrifique e reze por elas”, disse Nossa Senhora de Fátima em uma de suas aparições.

A Festa de Nossa Senhora de Fátima é uma das celebrações marianas mais conhecidas no mundo inteiro e celebra-se em 13 de maio, em memória à primeira aparição de Nossa Senhora em 1917 nas colinas da Cova da Iria (Portugal), a três pastorinhos, Lúcia dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto.

Como é costume na Igreja, milhares de fiéis se preparam nove dias antes para esta grande celebração e, por isso, apresentamos uma Novena a Nossa Senhora de Fátima que pode ser rezada em família, comunidade ou de modo pessoal:

Oração inicial para todos os dias

Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar aos três pastorinhos os tesouros das graças que podemos alcançar, rezando o Santo Rosário, ajudai-nos a apreciar sempre mais essa santa oração, a fim de que, meditando os mistérios da nossa redenção, alcancemos as graças que insistentemente vos pedimos (pedir a graça).

Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.

(Reza-se uma dezena de Ave-Marias em saudação a Nossa Senhora de Fátima)

Oração preparatória

Ó Santíssima Virgem Maria, Rainha do Rosário e Mãe de misericórdia, que vos dignastes manifestar em Fátima a ternura de vosso Imaculado Coração trazendo-nos mensagens de salvação e de paz, confiados em vossa misericórdia maternal e agradecidos das bondades de vosso amantíssimo coração, viemos a vossos pés para render-vos o tributo de nossa veneração e amor.

Concedei-nos as graças de que necessitamos para cumprir fielmente vossa mensagem de amor, e a que vos pedimos nessa novena, se forem elas para maior glória de Deus, honra vossa e proveito de nossas almas.

Assim seja.

Oração final

Ó Deus, cujo Unigênito, com Sua vida, Morte e Ressurreição mereceu-nos o prêmio da salvação eterna, suplicamo-Vos: concedas-nos que, meditando os mistérios do Santíssimo Rosário da bem-aventurada Virgem Maria, imitemos os exemplos que nos ensinam e alcancemos o prêmio que prometem. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

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Primeiro dia – Penitência e reparação

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe dos pobres pecadores, que aparecendo em Fátima deixastes transparecer em vosso rosto celestial uma leve sombra de tristeza para indicar a dor que causam os pecados dos homens, os quais, com maternal compaixão, exortastes a não afligir mais a vosso Filho com a culpa e a reparar os pecados com a mortificação e a penitência, dai-nos a graça de uma sincera dor dos pecados cometidos e a resolução generosa de reparar com obras de penitência e mortificação todas as ofensas que se inferem a vosso Divino Filho e o vosso Coração Imaculado.

Segundo dia – Santidade de vida

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe da divina graça, que vestida de nívea brancura vos aparecestes aos pastorinhos singelos e inocentes, ensinando-os assim o quanto devemos amar e procurar a inocência da alma, e que pedistes por meio deles a emenda dos costumes e a santidade de uma vida cristã perfeita, concedei-nos misericordiosamente a graça de saber apreciar a dignidade de nossa condição de cristãos e levar uma vida conforme as promessas batismais.

Terceiro dia – Amor à oração

Ó Santíssima Virgem Maria, vaso insigne de devoção, que aparecestes em Fátima tendo pendente de vossas mãos o Santo Rosário, e que insistentemente repetias:  “Orai, orai muito” para conseguir findar, por meio da oração, os males que nos ameaçam. Concedei-nos o dom e o espírito de oração, a graça de sermos fiéis no cumprimento do grande preceito de orar, fazendo-o todos os dias, para assim observar bem os santos mandamentos, vencer as tentações e chegar ao conhecimento e amor de Jesus Cristo, nesta vida, e à união feliz com Ele na outra.

Quarto dia – Amor à igreja

Ó Santíssima Virgem Maria, rainha da Igreja, que exortastes aos pastorinhos de Fátima a rogar pelo Papa e infundistes em suas almas sinceras uma grande veneração e amor por ele, como vigário de vosso Filho e Seu representante na Terra, infunde também a nós o espírito de veneração e docilidade à autoridade do Romano Pontífice, de adesão inquebrantável a seus ensinamentos, e nele e com ele um grande amor e respeito a todos os ministros da santa Igreja, por meio dos quais participamos da vida da graça nos sacramentos.

Quinto dia – Maria, saúde dos enfermos

Ó Santíssima Virgem Maria, saúde dos enfermos e amparo dos aflitos, que movida pelo rogo dos pastorinhos, fizestes já curas em vossas aparições em Fátima, e haveis convertido este lugar, santificado por vossa presença, em oficina de vossas misericórdias maternais em favor de todos os aflitos; ao vosso coração maternal acudimos cheios de filial confiança, mostrando as enfermidades de nossas almas e as aflições e doenças todas de nossa vida.

Deixai sobre elas um olhar de compaixão e as remedíeis com a ternura de vossas mãos, para que assim possamos servir-vos e amar-vos com todo nosso coração e com todo nosso ser.

Sexto dia – Maria, refúgio dos pecadores

Ó Santíssima Virgem Maria, refúgio dos pecadores, que ensinastes aos pastorinhos de Fátima a rogar incessantemente ao Senhor para que os desgraçados não caiam nas penas eternas do inferno, e que manifestastes a um dos três que os pecados da carne são os que mais almas arrastam àquelas terríveis chamas, colocai em nossas almas um grande horror ao pecado e o temor santo da justiça divina, e ao mesmo tempo despertai nelas a compaixão pelos pobres pecadores e um santo zelo para trabalhar com nossas orações, exemplos e palavras por sua conversão.

Sétimo dia – Maria, alívio das almas do purgatório

Ó Santíssima Virgem Maria, rainha do Purgatório, que ensinastes aos pastorinhos de Fátima a rogar a Deus pelas almas do Purgatório, especialmente pelas mais abandonadas, encomendamos à inesgotável ternura de vosso maternal coração todas as almas que padecem naquele lugar de purificação, em particular as de todos os nossos chegados e familiares e as mais abandonadas e necessitadas; aliviais suas penas e levai-as prontas à região da luz e da paz, para ali cantar perpetuamente vossas misericórdias.

Oitavo dia – Maria, rainha do rosário

Ó Santíssima Virgem Maria, que em vossa última aparição vos destes a conhecer como a Rainha do Santíssimo Rosário, e em todas as aparições recomendastes a reza dessa devoção como o remédio mais seguro e eficaz para todos os males e calamidades que nos afligem, tanto da alma quanto do corpo, tanto públicas quanto privadas, colocai em nossas almas uma profunda estima pelos mistérios de nossa Redenção que se comemoram na reza do Rosário, para assim viverem sempre de seus frutos.

Concedei-nos a graça de ser sempre fiéis à prática de rezá-lo diariamente para honrarmos a vós, acompanhando vossas alegrias, dores e glórias, e assim merecer vossa maternal proteção e assistência em todos os momentos da vida, mas especialmente na hora da morte.

Nono dia – Imaculado Coração de Maria

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe nossa dulcíssima, que escolhestes aos pastorinhos de Fátima para mostrar ao mundo as ternuras de vosso coração misericordioso e lhes propusestes a devoção ao mesmo como o meio com o qual Deus quer dar a paz ao mundo, como o caminho para levar as almas a Ele, e como uma prenda suprema de salvação, fazei, ó coração da mais terna das mães, que possamos compreender vossa mensagem de amor e de misericórdia, que a abracemos com filial adesão e que a pratiquemos sempre com fervor.

E assim seja vosso coração nosso refúgio, nossa esperança e o caminho que nos conduz ao amor e à união com vosso Filho Jesus.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF