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sexta-feira, 7 de maio de 2021

“O fio triplo não rompe ...”: voz da Igreja em Angola, Brasil e Moçambique

Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) 

‘Triplex funiculus difficile rumpitur’. Começar com uma tirada em latim dá nível a qualquer crónica! Mas a ideia não é mostrar sabedoria clássica, mas a força deste provérbio que garante a dificuldade de romper um fio com três linhas. É o lema dos Antigos Alunos dos Seminários do Espírito Santo, organizados na Associação ASES.

Padre Tony Neves, para o Vatican News

Traduzido em máxima lusa, fiquemo-nos por um ‘a união faz a força!’. Tudo isto a propósito de três intervenções recentes de Conferências Episcopais. Refiro-me a Angola, ao Brasil e a Moçambique. Ora, os tempos que vivemos à escala do planeta são duros e complexos, a abarrotar de problemas cujas soluções são quase inexistentes. Mas a história da Igreja ensina, após dois mil anos, que uma pessoa só é alvo fácil de atingir. E mais: quando é preciso gritar para denunciar injustiças, os que as praticam são capazes de tudo para silenciar a voz dos profetas. E quando digo ‘tudo’, refiro-me a ‘tudo’ mesmo, incluindo, caluniar e matar.

Desde há umas décadas que as Dioceses se reagrupam em Conferências Episcopais para trabalharem mais unidas, gritarem mais alto e serem uma força mais difícil de neutralizar. Se esta comunhão é um valor acrescentado a todos os níveis e em todos os lugares, ganha um relevo especial em contextos onde a liberdade ainda é apenas ou quase palavra de dicionário. Aí, alguém que se lembre de falar sozinho corre o mesmo risco de um pobre antílope que se isola da manada quando o leão ataca!

Em Angola Igreja pede também hoje dias melhores para todos

Deixemo-nos de teorias e vamos à prática. Angola vive tempos complexos por um acumular de razões que não vou aqui dissecar. A verdade é que o povo passa mal, falta pão, saúde, casa, trabalho e começam a levantar-se ondas de protestos que não sabemos onde vão parar. A Igreja católica, a maior força da sociedade civil, habituou-se a intervir com lucidez e coragem através da Conferência Episcopal. Fê-lo nos tempos duros da guerra civil e dos partidos únicos, continua a fazê-lo nestes tempos que pretendem ser novos. A sua última Mensagem põe dedos em muitas feridas, pede mais competência aos governantes, mais compromisso aos cidadãos, dias melhores para todos. No fim, a palavra é sempre de esperança: ‘somos capazes unidos de construir pontes, dialogando e erguendo Angola como casa da fraternidade’.

Em Moçambique Igreja diz “basta” à dramática situação de Cabo Delgado

Moçambique – todos acompanhamos – vive tempos de tragédia, sobretudo no Norte, na província de Cabo Delgado. D. Luiz Lisboa, Bispo que foi transferido para o Brasil, foi uma voz corajosa e incómoda a quem tentaram silenciar e arrumar (conseguiram-no, em parte!). Após a sua partida e o recrudescer dos ataques no norte, a Conferência Episcopal de Moçambique saiu à praça para gritar em nome do povo um ‘basta!’ à dramática situação que muitos vivem. Falam de mais de 2 mil mortos e 700 mil deslocados, raptos, destruições e toda a espécie de violação dos direitos humanos. Depois de vermos tanta a gente a atacar D. Luiz, achamos estranho que agora haja unanimidade em relação a esta Mensagem dos Bispos, que decidiram falar a uma só voz. Até o Presidente da República os recebeu para partilharem notícias, ideias e sugestões.

No Brasil Igreja pede sensatez e responsabilidade face à pandemia

O Brasil também está nas bocas do mundo por más razões. É um dos países com pior resposta à pandemia da Covid-19, misturando negacionismos com o absoluto desprezo pelas mais elementares regras sanitárias de combate a pandemias como esta que a todos vítima. Alguns Bispos foram manifestando a sua posição crítica à governação e logo surgiram os ataques ferozes de quem acha que os governantes da nossa linha ideológica são sempre intocáveis nas suas decisões e práticas. Mas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunida na sua 58ª Assembleia Geral, tornou pública uma Mensagem para apoiar as inúmeras vítimas da pandemia, pedindo, ‘sensatez e responsabilidade’, exigindo que todos os cidadãos observem as medidas sanitárias e sejam caridosos no apoio aos mais frágeis.

Sobre esta tomada de posição pública, os Bispos dizem: ‘Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada’. Completam assim a intervenção: ‘Na sociedade civil, os três poderes da República têm, cada um na sua especificidade, a missão de conduzir o Brasil nos ditames da Constituição Federal, que preconiza a saúde como “direito de todos e dever do Estado”. Isso exige competência e lucidez. São inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito. É necessária atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o distanciamento social e garantir a vacinação para todos, o mais breve possível. O auxílio emergencial, digno e pelo tempo que for necessário, é imprescindível para salvar vidas e dinamizar a economia, com especial atenção aos pobres e desempregados’. Juntos, os Bispos fizeram denúncias corajosas e propostas construtivas.

Nunca foi tão decisivo ‘cantar em coro’. Vozes afinadas constroem melodias de encher o coração! Para o mundo ser melhor, são precisas as mãos e os corações de todas as pessoas de boa vontade …

Vatican News

Arquidiocese de Belém ganha mais um Santuário Mariano

Guadium Press
O novo Santuário é o segundo da Arquidiocese e passou a ser chamado de Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Pará – Belém (06/05/2021 12:14, Gaudium Press) O mês de maio, dedicado a Nossa Senhora, foi iniciado de forma especial na Arquidiocese de Belém, no Pará. Isso porque uma de suas paróquias, a de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi elevada à categoria de Santuário.

A cerimônia de elevação aconteceu no último sábado, 1º de maio, sendo iniciada às 09h, com transmissão ao vivo pela internet e pela TV Nazaré. O Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, foi quem presidiu a celebração junto do Bispo auxiliar, Dom Antônio de Assis Ribeiro, e alguns sacerdotes da Região Episcopal Santa Cruz.

Segundo Santuário da Arquidiocese de Belém

O novo Santuário, localizado na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, é o segundo da Arquidiocese e passou a ser chamado como Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Guadium Press

O primeiro Santuário da Arquidiocese de Belém é o de Nossa Senhora de Nazaré, criado no dia 31 de maio de 2006, pelo então Arcebispo Dom Orani João Tempesta e documentado no dia 15 de agosto de 2015, por Dom Alberto Taveira Corrêa.

Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

A programação do novo Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida conta com missas diárias às 7h e 18h30, além de um período para confissões e atendimento diário para os fiéis. Todo dia 12 de cada mês haverá uma programação especial.

Guadium Press

A paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi a 29ª paróquia criada na Arquidiocese de Belém, sendo parte da Região Episcopal Santa Cruz. A instalação da paróquia ocorreu no dia 12 de outubro de 1974, sendo realizada pelo Arcebispo Dom Alberto Gaudêncio Ramos, que em sua gestão, instalou um total de 25 paróquias. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Papa se une a argentinos pela festa de Nossa Senhora de Luján

Papa Francisco com a Virgem de Luján.
Foto: Daniel Ibañez-ACI Prensa

Vaticano, 06 mai. 21 / 03:33 pm (ACI).- O Papa Francisco enviou mensagem ao povo argentino por ocasião da festa de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina, que será celebrada no próximo sábado, 8 de maio. O pontífice garantiu sua proximidade na oração do terço que acontecerá na véspera da festa.

Na mensagem, o Santo Padre afirma que “quero estar perto de vocês na sexta-feira, 7, nas vésperas, onde todos os bispos vão se reunir para rezar o terço pela saúde do povo argentino”.

Além disso, Francisco também expressou sua proximidade na oração do terço mundial, que está ocorrendo ao longo do mês de maio nos santuários marianos de todo o mundo para pedir pelo fim da pandemia de coronavírus, e que em 8 de maio será rezado no Santuário de Nossa Senhora de Luján, para pedir “pelos profissionais da comunicação”.

“Daqui os acompanho também no sábado 8, no qual terão a conexão com o terço do santuário que corresponde esse dia, às 13 h e às 19 h a missa da troca de manto”, disse o Papa Francisco.

O papa alentou os católicos argentinos a se prepararem para o novenário de 2030, para celebrar os 400 anos do milagre de Luján. "Nesta missa, sei que vocês serão convocados para preparar juntos o novenário de 2030 para celebrar os 400 anos do milagre".

O milagre de Nossa Senhora de Luján ocorreu em 1630. A imagem da Virgem de Luján foi enviada de São Paulo a Buenos Aires junto com outra imagem. As duas imagens foram colocadas em duas caixas dentro de uma charrete.  Ao chegar às margens do Rio Luján, na fazenda de Rosendo, os carregadores pararam para passar a noite.

Como os bois não se moviam, descarregaram uma das caixas e imediatamente os bois retomaram o seu caminho. Dentro da caixa estava a imagem atual da Virgem de Luján, que foi imediatamente considerada uma imagem milagrosa.

Em sua mensagem em vídeo, o papa afirma que a preparação para a celebração deste evento “é um caminho muito longo, mas passa rápido, porém é preciso fazê-lo. Um caminho de memória do que a Virgem fez ali, quis permanecer ali”.

“Um caminho de memória, de tantos anos e anos de peregrinações, de pedidos, de milagres, de filhos e filhas que caminham para ver a Mãe. Que a memória seja o seu guia nesse encontro, porque uma memória forte garante um futuro seguro. Recordem tudo o que a Virgem fez em nossa pátria”.

“Deixem-se acompanhar por Ela e acompanhem-na em seu caminho. Que Deus os abençoe e que a Virgem cuide de todos. E por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado”, concluiu o Papa Francisco.

ACI Digital

SANTA FLÁVIA DOMITILA

Sta. Flávia | Canção Nova
07 de maio

Festejada nas Igrejas Católica e Ortodoxa Grega, sua festa é celebrada junto com a dos santos Nereu e Aquiles.

Origens

Santa Flávia Domitila era uma nobre dama da Roma antiga, esposa de um cônsul chamado Flávio Clemente. De linhagem nobre, era sobrinha de um dos mais famosos imperadores romanos, Vespasiano, pai de Domiciano. O pouco que se sabe hoje sobre Santa Flávia Domitila foi encontrado numa inscrição que data aproximadamente do ano 100 e está conservada na basílica italiana dos santos Nereu e Aquiles. Estes dois ficaram conhecidos como eunucos de Flávia. Nereu e Aquiles são considerados santos e mártires, pois morreram decapitados por causa da fé em Cristo.  

Conversão ao cristianismo

Por volta do ano 100, Santa Flávia Domitila já era casada com Flávio Clemente. O casal era simpatizante do cristianismo, enxergando na fé nascente os valores mais nobres. Nereu e Aquiles eram dois eunucos que serviam diretamente a ela. Eles conquistaram sua confiança, amizade e fé. Os dois eram cristãos fervorosos e conseguiram conquista-la de vez para a fé em Cristo.

Correndo os riscos de assumir a fé

Encantada com a beleza da fé cristã e com o conhecimento de Jesus Cristo, Flávia Domitila assumiu sua fé diante da corte romana. As consequências não demoraram a aparecer. Santa Flávia Domitila foi presa, julgada e, como não renunciasse à fé cristã, foi condenada ao exílio na ilha de Ponza. Quanto ao seu marido Flávio Clemente, alguns escritos dizem que ele foi decapitado.

Morte lenta e sofrida

A ilha de Ponza, no Mar Tirreno, era um lugar inóspito, abandonado, sem nenhuma condição de vida para um ser humano. Ali, Santa Flávia Domitila passou seus últimos dias vendo sua vida definhar de forma lenta e sofrida. Porém, manteve sua fé e sua esperança no encontro definitivo com Jesus Cristo. Ali, ela entregou sua alma a Deus. Ela e seu marido tiveram a coragem de enfrentar o imperador romano por causa da fé em Jesus Cristo.

Celebração conjunta

O calendário tridentino mantinha uma festa conjunta de Nereu, Aquiles e Flávia Domitila no dia 12 de maio, por serem os dois eunucos os responsáveis pela conversão de Santa Flávia. Nos primeiros tempos do cristianismo o nome de Santa Flávia Domitila ficou muito conhecido por causa de sua coragem de levar a fé até as últimas consequências. Ela se tornou um exemplo para muitos cristãos de sua época.

Oração a Santa Flávia Domitila

Ó Deus, que destes a Santa Flávia Domitila a graça do conhecimento de Jesus Cristo, vosso Filho e, a partir deste conhecimento, a graça da perseverança até o fim, dai também a nós o mesmo conhecimento de Cristo e a perseverança na fé, mesmo em meio às adversidades da vida e perseguições. Amém. Santa Flávia Domitila, rogai por nós.”

https://cruzterrasanta.com.br/

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Pastor da “igreja de Lutero”: Caminho Sinodal é o caminho errado

Pastor Luterano Alexander Garth. Foto: Captura de tela Youtube
Por Edward Pentin, NCR

REDAÇÃO CENTRAL, 06 mai. 21 / 11:15 am (ACI).- O pastor protestante da "igreja mãe da reforma protestante” na Alemanha, onde o próprio Martinho Lutero pregava, disse que o Caminho Sinodal da Igreja alemã é "o caminho errado" e está forçando a “protestantização da Igreja Católica". 

Em uma carta enviada por ocasião da Páscoa à revista alemã Vatican Magazin, o pastor luterano Alexander Garth, da Igreja de Santa Maria em Wittenberg, disse que vê "com preocupação" tanto o Caminho Sinodal como a iniciativa Maria 2.0, movimento com objetivos semelhantes.

"A democratização de uma igreja nacional sempre significa que um populismo, um cristianismo mínimo se converte no padrão eclesial levando toda a igreja a ser banalizada e o Evangelho diluído", escreveu.

Garth acredita que esses "reformadores" da Igreja Católica deveriam se tornar protestantes. Nas igrejas protestantes, diz, "vocês encontrarão tudo pelo qual lutam: sacerdotes mulheres, uma constituição sinodal, pastores casados, feminismo".

Mas, advertiu, "o estado espiritual e físico da Igreja Protestante é muito pior, e as repercussões da secularização ainda mais devastadoras, do que na Igreja Católica".

A Igreja Católica na Alemanha está além da metade de seu controvertido Caminho Sinodal de dois anos, que deve terminar em fevereiro de 2022.

Seus proponentes, que incluem a maioria dos bispos da Alemanha, veem nele um meio necessário para reformar a Igreja após a crise do abuso sexual. Os críticos, porém, dizem que o caminho ameaça minar a estrutura hierárquica, a autoridade e o ensinamento moral da Igreja, levando a um possível cisma.

Maria 2.0, um movimento leigo alemão de mulheres fundado em 2019 em resposta à crise dos abusos sexuais, tem como objetivo erradicar o que seus membros entendem como sexismo na Igreja e, assim como alguns bispos do Caminho Sinodal, defende a ordenação das mulheres e o fim do celibato sacerdotal. Suas duas fundadoras deixaram formalmente a Igreja Católica no mês passado.

Garth, que se descreve na carta "como um protestante de coração católico e pastor no púlpito de Martinho Lutero", disse considerar a protestantização da Igreja Católica "uma grande desgraça, pois este mundo precisa do perfil católico da espiritualidade da Igreja, com lealdade ao Papa, devoção mariana e o exemplo dos santos".

O mundo cristão, acrescentou, "precisa da identidade católica, pois seria uma grande perda para a cristandade se a cor católica da fé perdesse sua intensidade".

Ele também lembrou o precedente de um caminho sinodal protestante durante o Terceiro Reich que, segundo ele, resultando no que a maioria nazista desejava, "contaminando, pervertendo e paralisando espiritualmente toda a igreja com o demônio nazista".

A igreja protestante no Terceiro Reich, disse o pastor Garth, foi uma história de "traição à fé" com a "luminosa exceção" de Dietrich Bonhoeffer, o pastor luterano executado em 1945.

Wittenberg está intimamente ligada a Lutero, pois é o lugar onde fica a Igreja de Todos os Santos, em cuja porta o monge agostiniano pregou suas famosas 95 teses que marcaram o início da Reforma Protestante. Ele também ensinava teologia na universidade local.

A igreja de Santa Maria em Wittenberg, também conhecida como "Stadtkirche", é famosa não só por seu púlpito de onde Lutero e seu companheiro reformador, Johannes Bugenhagen, pregaram por muitos anos no século XVI, mas também por ser a primeira igreja do mundo a realizar liturgias protestantes e a primeira a realizá-las na língua alemã em vez do latim.

Texto originalmente publicado por Edward Pentin en National Catholic Register, traduzido e adaptado por ACI Digital. 

ACI Digital

DOM PERUZZO COMENTA MOTU PROPRIO DO PAPA QUE ESTABELECE FORMALMENTE MINISTÉRIO DE CATEQUISTA

Dom Peruzzo | CNBB

MINISTÉRIO DE CATEQUISTA

A Sala de Imprensa do Vaticano anunciou que na terça-feira, 11 de maio, será apresentado à mídia o Motu proprio “Antiquum ministerium”, com a presença do arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e dom Franz-Peter Tebartz-van Elst, delegado para a catequese do dicastério.

O documento, do Papa Francisco, estabelecerá formalmente o ministério de catequista, desenvolvendo a dimensão evangelizadora dos leigos desejada pelo Concílio Vaticano II. Um papel ao qual, disse o Papa Francisco em vídeo-mensagem, que cabe a responsabilidade do “primeiro anúncio”.

Diante da iminência do documento, o portal da CNBB conversou com o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, sobre a importância da ação do Papa e o seu significado.

Confira a entrevista:

Dom Peruzzo, o que é um Motu Proprio? 
A expressão Motu Proprio, expressão latina, significa movido dele mesmo, digamos assim de própria iniciativa. É algo querido pelo próprio Papa. O romano pontífice, ele não é apenas o executivo, vitalício, a exercer uma função, ele é o pastor da Igreja universal, sucessor dos apóstolos, com uma responsabilidade de pastorear a igreja e movido por sua própria iniciativa e percepção pastoral originada de suas próprias motivações, claro que assessorado sempre, mas motivado por suas próprias determinações. E como pastor da igreja universal decidiu publicar um determinado escrito cuja característica é da própria moção pessoal, isto quer dizer Motu Proprio.

Qual é a importância e o que esse documento significa para o serviço catequético?

São várias centenas de milhares de catequistas no Brasil. Ministério é a palavra “munus” e também especialmente ministro,  originalmente significa aquele que age em nome de. Reconhecer o serviço catequético como um ministério é algo que procede já daquela mais genuína teologia e eclesiologia do Vaticano II. O Papa Francisco é enfático nos seus pronunciamentos explícitos ou de maneira nem sempre explícita, mas ele é sempre muito afeiçoado ao que o Concílio Vaticano deixa a entrever.

O que se vislumbra com esse Motu Proprio?

De certo modo não é uma novidade. Já estava de maneira latente e presente no que a Igreja queria projetar de si mesma. Para o serviço da catequese sem nenhuma dúvida é um serviço solene. É uma nova experiência que aqui no Brasil já se discutia e em algumas dioceses já se praticava. Valoriza a catequese, os catequistas e a atuação da catequese como um todo.  O Papa é muito sensível especialmente ao ministério da ministerialidade feminina, digamos assim. Na catequese é imensa a maioria feminina nesse serviço. 

E o que o Documento significa em termos pastorais?

O catequista se sente como leigo ministerialmente instituído. Não é apenas um serviço que presta a uma comunidade. Diz o Papa: é vocação, sim!

Servir em nome da igreja à comunidade, à educação da fé, e fazê-lo por causa do batismo que recebeu e a verdade que professa; assumir isso e a Igreja reconhecer este papel não como papel, mas como missão, não como um atributo, mas como algo próprio da identidade do batizado. Assumir isso como ministério responsabiliza a própria hierarquia. Não é um título que se dá, mas uma missão que se reconhece. É dom de Deus. Não é uma distribuição efetiva e prática e/ou pragmática de tarefas é pronunciar a verdade de si mesmo, o catequista, na condição de ministro e não apenas de colaborador funcional. E isto educa a Igreja e os hierarcas bispos, presbíteros e também diáconos. Educa-nos para tomar no devido apreço e reconhecer na devida grandeza o que significa educar a fé de um povo.

Haverá um ritual para instituí-los ou reconhecê-los ministros e ministras. Será uma liturgia específica, tem a solenidade própria. Não será apenas uma titulação, mas formular pública e liturgicamente uma missão que há séculos a igreja exerce, mas precisava educar-se para reconhecer que não apenas no serviço oficial da liturgia, mas no serviço ministerial da educação da fé, os leigos e aqui – de maneira mais destacada as mulheres – podem conferir um novo rosto ao discipulado. São discípulas. No Brasil centenas de milhares que podem dizer à Igreja o quanto de maternidade a própria Igreja precisa se deixar matizar pela presença do ministério dessas mulheres.

Há uma fala do Papa que diz que “o catequista é uma vocação”. E que “Ser catequista, esta é a vocação, não trabalhar como catequista”. Para o senhor, a catequese é uma vocação?

O Papa diz sim que a catequese é uma vocação. A diferença e o que significa vocação? A palavra vocação vem de vox, procede de dentro. Não é uma palavra que alguém de fora pronuncia e determina, mas é uma voz interior que ressoa e ecoa e espera daquele ou daquela escolhida para a missão uma resposta. A resposta se dá em expressão de serviço catequética. O ministro catequista não presta um mero serviço, ele não dá aulinhas sobre a fé, ele partilha a experiência de ter encontrado Jesus Cristo, isso começa deste dentro, por isso é voz interior, por isso é vocação.

CNBB

ESTUDOS BÍBLICOS: SOLA SCRIPTURA (Parte 4/7)

Ecclesia

SOLA SCRIPTURA

Na vaidade de suas mentes

Uma análise ortodoxa deste ensinamento ortodoxo

Por John Whiteford

Tradução de Rafael Resende Daher

2º FALSA SUPOSIÇÃO: A BÍBLIA ERA A BASE DA IGREJA PRIMITIVA, E QUE A TRADIÇÃO É APENAS UMA "CORRUPÇÃO" HUMANA MUITO POSTERIOR.

É especialmente entre Evangélicos e Carismáticos que a palavra "tradição" é considerada um termo depreciativo, a tradição é rotulada como algo "carnal," "espiritualmente morta," "destrutiva," "legalista." Para o protestante que lê o Novo Testamento, a Bíblia condena a tradição como algo oposto à Bíblia. A imagem que eles têm dos cristãos primitivos é de que eles eram como os Evangélicos ou Carismáticos do século XX! Para eles é inconcebível que os cristãos primitivos possuíam uma louvação litúrgica, ou que eles tinham adquirido qualquer tradição — acreditam que isso ocorreu somente após a Igreja ter sido "corrompida," é assim que imaginam que tais coisas entraram na Igreja. É um sopro de vida para estes protestantes (assim como para mim) quando eles estudam a Igreja primitiva e os escritos dos primeiros Padres, e começam a sentir algo diferente do que sempre imaginaram ou foram conduzidos a sentir. Por exemplo, os cristãos primitivos não levavam suas Bíblias para a Igreja em cada domingo de estudo da Bíblia, devido ao longo tempo para se fazer uma cópia, e poucos possuíam suas próprias cópias da Bíblia. Ao invés disso, as cópias da Bíblia eram mantidas por pessoas designadas pela Igreja, que ficavam num local da Igreja destinado à louvação. Além de que, os cristãos não possuíam cópias do Velho Testamento, e muito menos do Novo Testamento (que não foi terminado antes do final do Primeiro Século, e não em sua forma canônica até o Quarto Século). Isto não é o mesmo que dizer que os cristãos primitivos não estudavam a Bíblia — eles estudavam, mas como um grupo, e não individualmente. E em grande parte do primeiro século, os cristãos estavam limitados em estudar apenas o Velho Testamento. Assim, como eles sabiam dos Evangelhos, dos ensinamentos de Cristo, de como louvar, em que acreditar sobre a natureza de Cristo etc? Eles possuíam apenas a Tradição Oral dos Apóstolos, ensinamentos dos Apóstolos, especialmente durante a virada do primeiro século. Depois as gerações futuras tiveram acesso às Escrituras dos Apóstolos pelo Novo Testamento, mas a Igreja primitiva foi totalmente dependente da Tradição Oral para ter conhecimento da Fé Cristã.

Esta dependência da Tradição é descrita em vários lugares do Novo Testamento. Por exemplo, quando São Paulo exorta os Tessalonicenses: "Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai as tradições que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa" (II Tessalonicenses 2:15).
A palavra traduzida como "tradição" é a palavra grega "paradosis" — que é traduzida de maneira diferente em algumas Bíblias protestantes, mas é a mesma palavra que os Ortodoxos Gregos usam para falar da Tradição, e poucos estudantes competentes da Bíblia discutiram seu significado. A própria palavra significa literalmente "meio pelo qual algo é transmitido," e é a mesma palavra utilizada negativamente para os falsos ensinamentos dos Fariseus (Marcos 7:3-8), e referida também para a autoridade de um Cristão para ensinar (I Coríntios 11:2. II Tessalonicenses 2:15). Qual a diferença entre a tradição dos Fariseus e a Tradição aprovada pela Igreja? A Fonte! Cristo deixou bem claro qual era a fonte das tradições dos Fariseus, quando a chamou de "tradição dos homens" (Marcos 7:8). São Paulo faz outras referências às tradições: "Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas tradições (paradoseis), tais como eu vo-las transmiti" (I Coríntios 11:2), mas onde ele adquiriu estas tradições anteriores? "Eu recebi do Senhor o que vos transmiti (paredoka): que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão" (I Coríntios 11:23). Assim a Igreja Ortodoxa recorre ao falar da Tradição Apostólica: "entregue (paradotheise) de uma vez para sempre aos santos" (Judas 3). Sua fonte é o Cristo, que a entregou diretamente aos Apóstolos, com tudo aquilo que Ele disse e fez, como o que está escrito: "nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever" (João 21:25). Os Apóstolos entregaram este conhecimento para toda a Igreja, e a Igreja, tornou-se a "coluna e sustentáculo da verdade" (I Timóteo 3:15).

O testemunho do Novo Testamento é claro neste ponto: os cristãos primitivos receberam as Tradições escritas e orais pelos Apóstolos de Cristo. Da Tradição escrita eles possuíam apenas fragmentos — uma igreja local possuía uma Epístola, outra um Evangelho. Os escritos foram reunidos gradualmente, e colocados no livro que se tornou o Novo Testamento. E como os cristãos primitivos sabiam quais eram os livros autênticos e quais não eram — já que havia numerosas epístolas e evangelhos espúrios reivindicados por hereges como escritos dos Apóstolos? Foi a Tradição Apostólica oral que ajudou a Igreja nesta tarefa.

Os protestantes reagem violentamente contra a idéia da Santa Tradição, pois o que encontram geralmente é o conceito de Tradição do Catolicismo Romano, como a personificada no Papado, que desenvolveu novos e desconhecidos dogmas para a igreja (como a infalibilidade Papal, justamente o exemplo mais odioso) — o Ortodoxo não acredita no crescimento ou na mudança da Tradição. Quando a Igreja enfrenta uma heresia, ela é forçada a definir a diferença entre a verdade e o erro, mas a Verdade não muda. Pode-se dizer a Tradição se expande na medida dos movimentos da Igreja pela história, mas não se esquece de suas experiências neste caminho, pois santos surgiram durante este percurso, e preservá-los é declarar a fé com precisão; "entregue de uma vez para sempre aos santos" (Judas 3).

Mas como podemos saber que a Igreja preservou a Tradição Apostólica em toda sua pureza?

A resposta curta é de que Deus a preservou na Igreja pois Ele prometeu que faria isso. Cristo disse que Sua Igreja não seria vencida pelos portões do inferno (Mateus 16:18), e de que Cristo é a cabeça da Igreja (Efésios 4:16), e a Igreja é o Corpo de Cristo (Efésios 1:22-23). Se a Igreja perder a pura Tradição Apostólica, a Verdade deixa de ser a Verdade — pois a Igreja é a coluna e o sustentáculo da Verdade (I Timóteo 3:15). A crença protestante sobre a história da Igreja, de que a Igreja caiu em apostasia durante o período de Constantino até a Reforma, deixou estes e muitos outros trechos da Bíblia sem sentido. Se a Igreja deixa de existir, mesmo que por um dia, os portões do inferno a venceram naquele dia. Se o caso fosse este, Cristo teria descrito de maneira diferente a Igreja na parábola da semente de mostarda (Mateus 13:31-32), Ele deveria ter falado que no lugar da semente uma nova semente teria brotado mais tarde — mas ao invés disso, Ele usou a figura de uma semente de mostarda que começa pequena, mas cresce continuamente e se torna a maior planta do jardim.

Sobre esta posição, deveria ter existido algum grupo verdadeiro de fiéis protestantes, que sobreviveram durante mil anos nas cavernas, mas onde está a evidência deles? Os Waldensianos, que são apontados como seus precursores por todas as seitas dos Pentecostais às Testemunhas de Jeová, não existiam antes do século XII. Eles dizem que estes verdadeiros fiéis sofreram valentemente as ferozes perseguições dos romanos, e que se esconderam nas colinas até quando o Cristianismo tornou-se uma religião legal. E isso pode até parecer possível, quando comparada com a noção de que um grupo tenha sobrevivido por mil anos sem deixar nenhum rastro de evidência histórica sobre sua existência.

Até este ponto alguém pode dizer que houve pessoas na história da Igreja que foram contrários a seus ensinamentos, mas o que isso tem a ver com a Tradição Apostólica? Além do mais, caso surgisse uma prática corrupta, como ela poderia ser distinguida da Tradição Apostólica? Protestantes fazem estas perguntas porque na Igreja Católica Romana há "tradições" novas e corruptas, pois o Ocidente Latino corrompeu o entendimento da natureza da Tradição. O entendimento que prevaleceu no princípio da Igreja Latina foi preservado pela Igreja Ortodoxa, em sua essência e de maneira imutável, que conhecemos por sua universalidade ou catolicidade. A Verdadeira Tradição Apostólica é encontrada no consenso do ensinamento histórico da Igreja. Acreditamos no que a Igreja sempre acreditou ao longo da histórica, e em todos os lugares da Igreja você encontra a Verdade. Se qualquer crença não é encontrada na história da Igreja, ela é uma heresia. Porém, preste atenção: estamos falando da Igreja, e não de grupos cismáticos. Houve cismáticos e hereges que se afastaram da Igreja desde o período do Novo Testamento, e eles sempre aparecem, como diz o Apóstolo: "É necessário que entre vós haja hereges para que possam manifestar-se os que são realmente virtuosos" (I Coríntios 11:19).

NOTAS DE RODAPÉ

7. O Waldensianismo foi uma seita fundada no século XII por Pedro Valdo, e que antecipou a Reforma Protestante de alguma maneira. Devido às perseguições da Igreja Católica Romana, esta seita sobreviveu nas regiões montanhosas do noroeste da Itália. Com a chegada da Reforma Protestante, os Waldensianos viram suas influências no movimento da Reforma e juntaram suas forças com ele. Muitos historiadores protestantes reivindicam que os Waldensianos eram os "verdadeiros" Cristãos que existiam antes de Constantino. Embora nenhum historiador sério tenha feito tal reivindicação insubstanciada, muitos fundamentalistas como os Testemunhas de Jeová continuam reivindicando a uma descendência da Igreja primitiva pelos Waldensianos — apesar do fato de que os Waldensianos ainda nem existirem nesta época, e eles certamente não se apresentavam como Testemunhas de Jeová.

ECCLESIA

Dicas de um professor de Harvard para ser feliz, apesar da pandemia

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Por Dolors Massot

Proteja sua saúde mental com essas sugestões.

Tal Ben-Shahar é um “guru da felicidade”. Ao contrário de alguns autores que publicam livros de autoajuda com qualificações duvidosas, na melhor das hipóteses, Ben-Shahar é um psicólogo que vem crescendo em reconhecimento mundial enquanto trabalha como professor na Universidade de Harvard.

Canalizando sentimentos negativos

A pandemia manteve os profissionais de psicologia mais ocupados do que nunca. Ben-Shahar abordou a situação em uma entrevista ao canal de notícias espanhol ABC , bem como em uma entrevista ao JUF News . Ele explica que esta nova situação global merece uma resposta à altura.

A primeira coisa que ele recomenda é que “darmos permissão para sermos humanos” diante das dificuldades. Isso significa enfrentar nossas reações com compaixão, abraçando nossas emoções – mesmo as difíceis e desagradáveis. Precisamos trabalhar por meio delas e deixá-las seguir seu curso, não suprimi-las ou negá-las.

Para canalizar esses sentimentos negativos, ele propõe alguns caminhos. Uma possibilidade é anotar nossos sentimentos em um diário. Outra é falar sobre nossos sentimentos e experiências a um amigo ou outra pessoa em quem possamos confiar. As lágrimas também podem ser uma parte natural e saudável desse processo, diz ele.

Ele disse ao JUF News: “O paradoxo é que, para cumprir nosso potencial para a felicidade, devemos permitir a infelicidade.”

Gratidão

Para Ben-Shahar, esses são momentos em que é importante ser grato e não se isolar em nós mesmos e em nossa própria dor. Quando questionado pelo JUF News sobre qual perfil de pessoa tem maior probabilidade de lidar com esta crise, ele responde: “Uma pessoa que geralmente é mais grata, que, seja nos momentos bons ou nos momentos difíceis, é capaz de apreciar as coisas boas da vida.”

Por exemplo: ele sugere reservar alguns minutos diariamente, talvez de manhã ou no fim do dia, para escrever algumas coisas pelas quais nos sentimos gratos. Sempre há algo positivo, grande ou pequeno, diz ele. Este exercício nos ajudará a apreciar e valorizar a luz em meio às sombras.

Atividade física

Outra dica que pode nos ajudar a encontrar a felicidade é cuidar de nossa saúde física. Pode ser tão simples quanto caminhar 30 minutos ao ar livre.

Para aqueles que estão em quarentena em casa, ele sugere a participação em um dos muitos treinamentos disponíveis na internet. O exercício tem mais do que benefícios físicos. Ele disse ao JUF News: “O exercício não nos torna apenas fisicamente mais resistentes; contribui significativamente para a nossa resistência psicológica.”

Companhia

A questão na mente de muitas pessoas durante esta pandemia é se as telas podem substituir o contato pessoal com outras pessoas. Vale a pena?

Ben-Shahar disse ao JUF News: “Passar um tempo de qualidade com pessoas de quem você gosta e que se importam com você é sempre importante; é especialmente importante agora. ”

Ele enfatiza que interagir com as pessoas por meio de uma tela não tem os mesmos efeitos positivos em um nível psicológico e fisiológico que as interações face a face normais. “Sempre que possível, devemos nos desconectar (da tecnologia) para nos conectar (com as pessoas)“, ecplicou.

No entanto, ele disse ao JUF News: “Se os encontros reais não forem possíveis, então os encontros virtuais servirão.”

Distração

A última recomendação acerca da felicidade em tempos de pandemia é possivelmente a mais fácil: “Procure se distrair”. Ele explica que pensar sobre o vírus o tempo todo, dia e noite, é “prejudicial à saúde e inútil”.

Consequentemente, ele defende encontrar um hobby, ouvir música, assistir TV ou jogar jogos com a família e amigos. 

Portanto, se você estava se sentindo culpado por acumular horas de streaming no Neflix ou qualquer que seja sua plataforma preferida, a menos que tenha chegado ao ponto de negligenciar seus deveres, essa é uma coisa a menos com que você deve se preocupar!

Aleteia

Igreja no Iraque celebra a primeira comunhão de 121 crianças

Guadium Press
De acordo com o Padre Majeed Attalla, além destas 121 crianças, há outras 400 esperando para receber o sacramento nas próximas semanas.

Iraque – Qaraqosh (05/05/2021 10:25, Gaudium Press) Os católicos da cidade de Qaraqosh, localizada no norte do Iraque, celebraram nos últimos dias na igreja de São João Batista, a primeira comunhão de 121 crianças.

Outras 400 crianças receberão a primeira comunhão

A celebração foi presidida pelo Padre Majeed Attalla, pároco da catedral sírio-católica da Imaculada Conceição de Qaraqosh. Segundo o sacerdote, além destas 121 crianças, há outras 400 esperando para receber o sacramento nas próximas semanas.

Guadium Press

“Graças a Deus temos muitas crianças e isto é fonte de alegria, porque dão força e esperança para continuar, representam o futuro”, destacou o Padre Majeed, que salientou ainda que as crianças que receberam a Primeira Comunhão “foram preparadas com um espírito de grande participação. A Covid-19 parou o mundo, mas felizmente não interrompeu a vida da comunidade”.

Uma fonte de ânimo para a comunidade local

Referindo-se à recente visita do Papa Francisco, o pároco da catedral manifestou a alegria da comunidade local “por ter visto crianças cheias de alegria, que ainda têm em seus olhos e no coração a visita do Papa Francisco, uma fonte de ânimo para todos nós”.

Guadium Press

Destruído por militantes do Daesh (sigla em árabe para ISIS), o campanário da igreja de São João Batista foi reconstruído pela comunidade local como forma de testemunhar que a Fé é mais forte do que a morte e a destruição. Atualmente, Qaraqosh é o centro cristão mais importante da planície de Nínive sendo que 90%, 50 mil habitantes, professa a Fé em Jesus Cristo. (EPC)

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“Sem crianças não teremos futuro”, adverte bispo sobre baixa natalidade

Imagem referencial. Crédito: Unsplash / Jessica Irani

SAN JOSÉ, 05 mai. 21 / 02:14 pm (ACI).- O bispo de Quesada, dom José Manuel Garita Herrera, fez um apelo à Costa Rica para que se abra à vida e promova os nascimentos nas famílias, para salvar o futuro da nação ante a drástica diminuição da natalidade.

A mesma tendência de quedas no número de nascidos se observa no Brasil. No ano passado houve diminuição de 8% no número de nascidos em relação a 2019. Os países desenvolvidos veem tendência semelhante há mais de duas décadas.

O bispo advertiu que embora existam "ideologias e correntes de todo tipo" que "querem mostrar outra realidade" no país, a "situação é extremamente grave e preocupante. “Mais uma vez digo isso, sem crianças não teremos futuro”, destacou.

Para dom Garita, isso é uma consequência das "correntes e ideologias" que há quase 40 anos "submetem a humanidade a uma dinâmica" contrária à vida, como explicou o Papa São João Paulo II na sua exortação apostólica Familiaris consortio.

O bispo recordou que em 1981, o santo condenou uma “errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si” e as “graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos”.

Além disso, tratou dos problemas decorrentes de um "bem-estar egoísta" como "as dificuldades concretas que a família experimenta na transmissão dos valores; o número cada vez maior de divórcios, a praga do aborto, o recurso cada vez mais frequente à esterilização, o estabelecimento de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva”.

Dom Garita disse que São João Paulo II escreveu que “na base destes fenômenos negativos está muitas vezes uma corrupção da ideia e da experiência da liberdade”. Essa suposta liberdade "é concebida não como a capacidade de realizar a verdade do projeto de Deus sobre o matrimônio e a família, mas como uma força autônoma de autoafirmação, não raramente contra os demais, que visa o próprio bem-estar egoísta", explicou.

No dia 4 de maio, dom Garita publicou no seu programa “Fermento” a mensagem “Dispostos à Vida”, em que reflete sobre a gravidade da diminuição dos nascimentos e do número de filhos por família.

“Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INEC), em 2020, foram registrados 58 mil nascimentos na Costa Rica, o menor número em duas décadas. Se for comparado com o número de nascimentos de 2019, houve cerca de 6.500 nascimentos a menos em 2020”, disse ele.

Além disso, informou que segundo o INEC, “a taxa de fecundidade também diminui e está em 1,4 filhos por mulher em 2020; este é um valor abaixo do nível de substituição geracional”.

O bispo advertiu que “há consequências graves em muitas áreas para uma sociedade que decide virar as costas à vida”.

Para lutar contra este problema “temos de mostrar a nossa disposição à vida”, porque “só assim poderemos salvar a nossa sociedade e construir um futuro sustentável.

A este respeito, dom Garita fez um apelo ao governo para que promova o desenvolvimento do núcleo da sociedade. “É preciso ter políticas que protejam e incentivem a família, célula fundamental da sociedade. Que sociedade queremos então se não protegemos e cuidamos da família?”.

Além disso, fez eco das palavras do Papa Francisco, que em 2015 afirmou que “somente se fitarmos as crianças com o olhar de Jesus conseguiremos compreender deveras em que sentido, defendendo a família, salvaguardamos a humanidade!”.

Para concluir, o dom Garita recordou que sempre, mas de forma especial no contexto do Ano da Família, “coloquemos nas mãos de Deus a família humana, que precisa se reencontrar com o projeto divino, para encontrar seu próprio desígnio”.

Por ocasião do quinto aniversário da publicação de sua exortação apostólica Amoris laetitia, o Papa Francisco declarou o Ano da Família, um tempo de graça que começou em 19 de março e termina em 26 de junho de 2022, que visa contribuir para o fortalecimento das famílias em todo o mundo em meio à pandemia.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF