Translate

sábado, 15 de maio de 2021

Santa Sé: liberdade de imprensa é essencial para promover justiça e democracia

vaticannews.va

A mídia deveria oferecer "uma ampla gama de pontos de vista, incluindo a perspectiva de diferentes religiões", de modo a favorecer "a livre troca de ideias e opiniões" dentro da sociedade. O representante vaticano junto à Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), monsenhor Urbańczyk, lança um apelo a se prestar "particular atenção à Internet e às redes sociais", a fim de evitar, "com maior discernimento e responsabilidade", a manipulação de notícias, a difusão de desinformação e a propagação de fake news.

Vatican News

A imprensa e a mídia são instrumentos necessários para a transmissão de informações "transparentes e reais" e, portanto, sua liberdade "é um componente essencial para a promoção dos valores democráticos e de sociedades mais justas".

Foi o que disse na quinta-feira, 13 de maio, o observador permanente da Santa Sé junto à OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa, com sede em Viena, na Áustria), monsenhor Janusz Urbańczyk, falando na 1313ª reunião do Conselho Permanente da própria organização, centrada na liberdade dos meios de comunicação de massa.

Partindo de um dado objetivo, que é o "número preocupante" de eventos que "influenciam negativamente a liberdade de imprensa e sua função essencial" em toda a área da OSCE, o representante vaticano lembrou "o direito dos indivíduos de buscar, receber e divulgar informações e ideias, mesmo quando se trata de questões religiosas e morais".

Infelizmente, acrescentou, hoje nem sempre isso é fácil, tanto que existem "casos preocupantes" em que cristãos, judeus, muçulmanos ou expoentes de outras religiões são advertidos, com ameaças e intimidações, contra expressar sua opinião em público, "com base na fé". E isto "impede que eles sejam parte ativa da sociedade".

Por uma a "livre troca de ideias e opiniões" na sociedade

Mais ainda: o prelado enfatizou que "esta intolerância passa por acusações de praticar 'discurso de ódio', o que equivale a equiparar credo religioso a ódio e assim apontar a religião como um problema".

Pelo contrário, reiterou o observador permanente, a mídia deveria oferecer "uma ampla gama de pontos de vista, incluindo a perspectiva de diferentes religiões", de modo a favorecer "a livre troca de ideias e opiniões" dentro da sociedade.

Nesta perspectiva, o prelado instou a OSCE a se comprometer a "considerar favoravelmente o interesse das comunidades religiosas em participar do diálogo público, também através dos meios de comunicação de massa", incentivando sua "inclusão nos debates sobre iniciativas legislativas relevantes".

Apelo à responsabilidade de cada indivíduo

Ao mesmo tempo, as mesmas comunidades religiosas foram convidadas pelo representante vaticano a expressar sua opinião a fim de contribuir "para o debate social sobre questões atuais", de modo a assegurar "uma maior riqueza de pontos de vista na sociedade", fornecendo "perspectivas alternativas e morais".

O prelado polonês fez, em seguida, outro apelo à responsabilidade de cada indivíduo: "A liberdade de expressão, como todo direito humano, é acompanhada de responsabilidades que não podem ser ignoradas", especialmente com relação aos menores, que devem ser sempre protegidos "com limites rigorosos".

De fato, a ética da comunicação coloca em seu centro "a pessoa e a comunidade humana", assim como seu "desenvolvimento integral".

Igualdade de oportunidades para as mulheres jornalistas

Daí o apelo de monsenhor Urbańczyk para prestar "particular atenção à Internet e às redes sociais", a fim de evitar, "com maior discernimento e responsabilidade", a manipulação de notícias, a difusão de desinformação e a propagação de fake news.

Por fim, o observador permanente reiterou a necessidade de "promover a igualdade de oportunidades para as mulheres que trabalham no setor das comunicações", juntamente com a proteção dos direitos de todos os jornalistas, especialmente os do gênero feminino, protegendo-os de "todos os tipos de violência", a fim de "promover a paz e a segurança global".

Vatican News – IP/RL

Vatican News

5 dicas para comemorar o Dia Internacional da Família

Imagem ilustrativa. Crédito: Sathyatripodi -
Pixabay (Domínio Público)

REDAÇÃO CENTRAL, 15 mai. 21 / 07:00 am (ACI).- O Dia Internacional das Famílias é celebrado anualmente no dia 15 de maio, que foi a data escolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1993, para ressaltar a importância da unidade básica da sociedade.

“O Dia Internacional das Famílias nos dá a oportunidade de reconhecer, identificar e analisar questões sociais, econômicas e demográficas que afetam seu desenvolvimento e evolução”, descreve o site da ONU.

“Por este motivo, para celebrar este dia se organizam atividades, tais como workshops, conferências, programas de rádio e televisão, entre outros, com o objetivo de fomentar e favorecer a manutenção e a melhora da unidade familiar”, acrescenta.

Abaixo apresentamos 5 dicas para que você comemore a data com sua família:

1.- Reze e agradeça pela sua família

A plataforma May Feelings destacou uma vez que a família é "a melhor rede social do mundo". Por isso oferece site para que os interessados possam deixar suas orações por familiares e seres queridos. Visite o May Feelings e reze pela sua família clicando aqui.

2.- Escreva cartas/postais

Já que em muitos países se vive o confinamento para evitar a propagação da Covid-19, uma boa ideia para celebrar as famílias é escrever uma carta sobre esta data, destacando a importância de seus integrantes ou realizando, com as crianças, um desenho dela.

Em caso de não poder ocupar a tradicional forma de enviá-la por correio postal, tente enviar um correio eletrônico ou um vídeo pelos diversos aplicativos de celulares smartphone.

3.- Prepare um momento especial

Reunidos em casa tente destinar um momento especial do dia para recordar o Dia Internacional das Famílias.

Para isso podem preparar uma refeição ou uma partilha sobre lembranças especiais da vida sua família.

4.- Fotos ou objetos significativos

Nesse momento também podem escolher fotos ou objetos significativos para recordar os momentos especiais da vida da sua família.

Partilhar histórias e anedotas ou outras lembranças será de muito valor.

5.- Árvore genealógico

Em família podem confeccionar uma árvore genealógica para recordar (ou tomar conhecimento) de todos seus integrantes, inclusive os seus antepassados e rezar juntos pelo seu descanso eterno.

ACI Digital

Cuidar do outro é humano: até a arqueologia mostra isso

AFP PHOTO /FRANCESCO D'ERRICO AND ALAIN QUEFFELEC /
CNRS-UNIVERSITY OF BORDEAUX
Por Dolors Massot

A descoberta de um túmulo de 78 mil anos na África mostra, segundo os pesquisadores, que já na Idade da Pedra o cuidado com os mortos era algo importante.

Uma escavação em um local próximo à costa do Quênia (África) em 2018 revelou um sepultamento que continha uma criança em posição flexionada. Os restos mortais tinham 78.000 anos.

O mais antigo cemitério humano na África

É o cemitério humano mais antigo da África, localizado especificamente na caverna Panga ya Saidi, no Quênia. Os pesquisadores puderam observar que não se trata apenas de encontrar os restos mortais de um cadáver. Vários motivos comprovam que já naquela época havia um tratamento especial aos mortos e que a forma de sepultamento dos falecidos seguia um rito.

A cabecinha em um travesseiro

O menino foi chamado de Mtoto (que significa “criança” em suaíli, a língua original do Quênia). Teria entre 2 anos e meio e 3 anos. No túmulo, feito sob medida, sua cabeça repousava sobre uma espécie de travesseiro, e o corpo foi envolto em uma espécie de mortalha.

Para os pesquisadores, esse achado é um sinal do cuidado humano entre as pessoas já no Paleolítico Médio, estágio inicial da Idade da Pedra. Também está claro que havia algum sentido de ritual (talvez religioso) no sepultamento.

A pesquisa foi realizada no Centro Nacional de Pesquisas em Evolução Humana (CNIEH). Como resultado, a revista “Nature” publicou um artigo em 5 de maio, no qual mais de 30 especialistas colaboraram.

Como éramos há 78.000 anos

“Foi como escavar o fantasma de uma criança, a sombra de seus ossos”, disse a pesquisadora María Martinón, descrevendo como tem sido o processo de investigação.

O estudo sobre o túmulo do menino Mtoto foi concluído com sucesso. Ele ajuda a nos revelar como eram as pessoas há milênios.

Martinón não hesita em referir-se à “extrema delicadeza e ternura” com que o corpo sem vida da criança foi tratado por aqueles que o sepultaram, o que mostra que o menino era importante para o seu grupo. “Ele está embrulhado do modo como seria colocado na cama para dormir”, acrescentou.

Antes de descobrir o Mtoto, os paleoantropólogos estimavam que os mais antigos enterros de crianças na África ocorreram há 74.000 anos (na África do Sul) e 69.000 anos atrás (no Egito). Portanto, tal prática não era algo isolado.

Aleteia

Na Alemanha não há só um problema de cisma, mas de heresia, diz Cardeal Brandmüller

Guadium Press
Não há apenas um conflito em matéria de direito canônico, de obediência ou desobediência ao Papa e à Cúria. Pontos mais importantes estão em jogo: são fundamentais da fé e baseadas na Revelação divina.

Redação (14/05/2021, 13:40, Gaudium Press) Em um artigo publicado no site Kath.net, o Cardeal Walter Brandmüller explica o verdadeiro significado dos termos cisma e heresia.

O Purpurado afirma que ambos os termos podem ser aplicados à situação pela qual passa a Igreja na Alemanha.
O cisma consiste na ruptura da comunhão na Igreja, explica Cardeal Brandmüller

O Cardeal Brandmüller explica que o cisma consiste na ruptura da comunhão na Igreja, que geralmente está associado à desobediência ou à falta de sujeição à autoridade do Papa, embora no caso do chamado Cisma do Ocidente, o problema fosse a existência de várias “Papas” ao mesmo tempo.

Com o Cisma do Ocidente, que levou quarenta anos para ser superado, a unidade hierárquica da Igreja foi quebrada, mas a unidade na fé não foi afetada. Assim, pode acontecer que Santa Catarina de Siena ficasse do lado de Urbano VI, enquanto São Vicente Ferrer se mantivesse firme com Clemente VII.

Purpurado alemão explica a situação atual em seu país

“Aqui não é apenas um conflito em matéria de direito canônico, de obediência ou desobediência ao Papa e à Cúria, o que poderia ser resolvido de boa vontade …
Pelo contrário, em nosso caso, coisas muito mais importantes estão em jogo.
O conflito “Roma-Alemanha” se refere às verdades fundamentais da fé baseadas na revelação divina”.

Para citar apenas os pontos mais mencionados:
“Os bispos questionam inclusive a indissolubilidade do matrimônio e exigem que a Igreja reconheça o novo casamento dos divorciados.
A concessão do sacramento das Ordens sagradas também é exigida –por enquanto no nível mais baixo do diaconado– às mulheres.
Ambas as demandas são baseadas na negação das verdades da fé, adicionando heresia ao cisma. Mas com isso, os fundamentos da fé católica são abandonados e, com isso, a adesão à Igreja Católica.”

Na Alemanha, as palavras, cisma e heresia, são uma “ameaça” que pode tornar-se realidade

O Cardeal Walter Brandmüller destaca que “é essencialmente diferente quando um cisma está relacionado com heresia, falsa doutrina ou é baseado nela”.
E o Purpurado ainda diz que se pode afirmar que, na Alemanha, ambas as palavras, cisma e heresia, são uma “ameaça” que pode tornar-se realidade se “for cumprido o caminho percorrido em Frankfurt”, na Assembleia Sinodal.

(Foto- InfoCatólica

https://gaudiumpress.org/

China usa covid para manter santuário mariano fechado, diz missionário

Santuário de Sheshan, China. Foto: Wikimedia Commons

REDAÇÃO CENTRAL, 14 mai. 21 / 04:51 pm (ACI).- Nenhum santuário da China entrou na maratona de orações do terço pelo fim da pandemia convocada pelo papa Francisco para ao mês de maio. Na primeira lista de santuários da maratona do rosário, o dia 24 de maio seria em local "a ser confirmado". O santuário Mariano de Maria Auxiliadora de Sheshan, China, era um candidato, por ser destino de peregrinações de católicos de toda a China no mês de maio, especialmente no dia 24 de maio, festa da padroeira. O grupo ACI apurou que houve contatos informais para explorar se o terço poderia acontecer em Sheshan, mas Sheshan acabou ficando de fora. O santuário fica na diocese de Xangai, cujo bispo, Taddeo Ma Daqin, está em prisão domiciliar desde 2012.

O santuário está fechado e as peregrinações suspensas. O governo chinês alega o combate à pandemia de covid-19 como causa. "A pandemia é um álibi fácil, assim o governo pode manter o santuário fechado e ao mesmo tempo não afirmar que seu desejo é que cessem as peregrinações e orações ali", disse à ACI o padre Gianni Criveller, missionário italiano que viveu em Hong Kong, Taiwan, Macau e na China de 1991 a 2017.

"Desde que Bento XVI estabeleceu o dia de oração pela Igreja na China e indicou o santuário de Sheshan como ponto de referência, o governo chinês tornou as peregrinações cada vez mais difíceis", disse Criveller. Em 2008 o então papa compôs uma oração a Nossa Senhora de Sheshan e estabeleceu 24 de maio como dia de oração para a Igreja na China.

Embora o santuário esteja fechado, locais de culto em outros pontos da China foram reabertos. Na própria Sheshan um parque de diversões voltou a funcionar.

Segundo Criveller, as dificuldades para chegar a Sheshan variam de acordo com o estado das relações entre Pequim e a Santa Sé: “quando havia menos tensões, as peregrinações eram mais manejáveis, quando as tensões aumentavam, as peregrinações eram incrivelmente difíceis”. Entretanto, disse ele, "as coisas estavam sob controle crescente do governo chinês".

O terço do próximo 24 de maio será rezado no santuário de Nossa Senhora de Lourdes, em Nyaunglebin, em Myanmar. O arcebispo de Yangon, capital de Myanmar, dom Charles Maung Cardeal Bo, proclamou uma semana de oração pelos católicos chineses.

Em 2018, o Vaticano e a China chegaram a um acordo provisório sobre a ordenação dos bispos. Embora os termos do acordo nunca tenham sido tornados públicos, o acordo supostamente permite que os candidatos às sedes episcopais sejam selecionados pela igreja aprovada pelo governo, a Associação Patriótica Católica Chinesa (APC), com o Vaticano tendo a opção de aprovar ou vetar os candidatos.

Após o acordo, o Papa Francisco levantou a excomunhão de sete bispos ordenados ilicitamente por bispos que pertencem à APC.

Os críticos do acordo têm alegado que o processo de nomeações episcopais ainda é muito lento, e que a perseguição aos católicos no país não diminuiu desde a sua assinatura.

Segundo a agência católica asiática de notícias UCA News, "indiretamente, o regulamento estabelece que a eleição de um bispo católico será feita pelo sistema aprovado pelo Estado sob a direção do Partido Comunista Chinês e nem o papa Francisco nem a Santa Sé terão participação alguma no processo".

A Santa Sé renovou no ano passado seu acordo ad experimentum com a China para a nomeação dos bispos. As medidas sobre o pessoal religioso anunciadas pela Administração Estatal para Assuntos Religiosos da China em fevereiro deste ano entraram em vigor em 1º de maio na China com várias restrições às práticas religiosas.

Sam Brownback, ex-embaixador da liberdade religiosa nos EUA, disse esperar que um novo relatório documentando abusos do Partido Comunista Chinês leve a Santa Sé a repensar seu acordo com a China no que diz respeito à ordenação dos bispos.

"Nós realmente pressionamos o Vaticano a não entrar no acordo com o governo chinês sobre a nomeação de bispos, e espero que eles olhem este relatório e digam 'este não é um regime com o qual deveríamos negociar'", disse Brownback à CNA, serviço em inglês do grupo ACI, na quarta-feira, 12.

Brownback se referia ao relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa internacional. O ex-embaixador da liberdade religiosa disse esperar que a seção sobre a perseguição à religião na China chame a atenção do Vaticano.

"A autoridade moral do Vaticano é significativa", acrescentou ele. "Não se negocia com o mal".

Em 2020, funcionários americanos, incluindo Brownback e o então Secretário de Estado Mike Pompeo, foram a Roma tentar dissuadir o Vaticano de renovar o acordo.

O relatório do Departamento de Estado na quarta-feira classificou a China como "país de particular preocupação", designação reservada aos países que "se envolveram ou toleraram violações particularmente graves da liberdade religiosa".

De acordo com o relatório, a China assediou, deteve e torturou tanto cristãos como membros de outras minorias religiosas no último ano.

De acordo com o relatório do Departamento de Estado, os líderes religiosos na China foram presos por transmitir serviços religiosos ilegais on-line. O clero católico é obrigado a participar das sessões de doutrinação do Partido Comunista, e os sermões e textos religiosos são monitorados e alterados. Durante a pandemia de covid-19, o governo continuou a fechar ou monitorar igrejas, removendo símbolos religiosos de lugares públicos.

Na província de Xinjiang, cerca de 1,8 milhões de Uigures e membros de outras minorias étnicas de maioria muçulmana foram detidos em um sistema de campos de concentração, onde ocorrem espancamentos, doutrinação, trabalhos forçados e tortura. Mulheres estão sendo esterilizadas à força no que, segundo o relatório, é uma campanha em massa para reduzir a taxa de natalidade uigur.

Citando a tentativa de acordo comercial entre Estados Unidos e China, Brownback disse à CNA: "Não funcionou para nós, o Ocidente, em nossa negociação com a China, e acho que não vai funcionar com o Vaticano".

A devoção a Maria na China data do tempo da missão do padre jesuíta Matteo Ricci. Recebido pelo imperador em 22 de janeiro de 1601, Matteo Ricci trouxe 12 presentes, incluindo a cópia da imagem de Maria Salus Populi Romani, guardada em Santa Maria Maggiore na capela onde Santo Inácio de Loyola celebrou sua primeira missa.

Os jesuítas também foram os defensores da devoção Sheshan. Em 1863, eles adquiriram a colina do santuário e, em 1870, juraram construir uma basílica se Nossa Senhora salvasse a diocese da destruição após uma revolta sangrenta.

Nossa Senhora ouviu a oração e, um ano depois, foi colocada a primeira pedra da primeira basílica dedicada à Virgem Maria no continente asiático. Em 1874, o beato Pio IX concedeu uma indulgência plenária aos peregrinos que visitavam o santuário e, em 1894, houve tantas peregrinações que se decidiu construir uma nova igreja.

Em 1924, o primeiro sínodo chinês, convocado em Xangai pelo então delegado apostólico Celso Costantini, estabeleceu que Nossa Senhora de Sheshan fosse proclamada "Rainha da China".

ACI Digital

Sacerdote de Mianmar: o Papa está conosco e com todos que sofrem injustiça

Católicos recebem o Papa Francisco em Mianmar em 2017

No domingo 16 de maio o Papa Francisco celebrará uma missa na Basilica Vaticana com a comunidade birmanesa que reside em Roma. Padre Maurice Moe Aung dos Missionários da Fé, pede solidariedade e responsabilidade a todos os que têm no coração o destino de um país onde a estabilidade política, social e econômica ainda está longe.

Antonella Palermo – Vatican News

Quando - na entrevista que concede ao Vatican News - a palavra "ditadura" tem que ser pronunciada, sua voz fica embargada. Seu coração e pensamentos estão constantemente ligados ao seu país natal, Mianmar, onde, segundo os dados mais recentes, 5% da população é cristã, cerca de 700.000 são católicos. Padre Maurice Moe Aung é um padre católico birmanês da Congregação dos Missionários da Fé. Deixou seu país há trinta anos para estudar filosofia e teologia em Roma, depois voltou para Mianmar e nos últimos anos retornou à Itália onde é vigário paroquial da Igreja Mãe da Divina Graça em Ponte Galeria, Roma. Nascido no Estado de Kayah, na fronteira com a Tailândia, ele conheceu o trabalho do PIME, que deu muito impulso à evangelização no país asiático.

Antes dos preparativos para a Missa a ser presidida pelo Papa Francisco para os fiéis católicos residentes em Roma no dia 16 de maio, a comunidade dos que emigraram de Mianmar se redescobriu mais unida, relata o padre. "Os birmaneses na Itália são principalmente estudantes. As comunidades religiosas são numerosas e depois há os leigos que trabalham", ele aponta. E esclarece: "O sudeste asiático tem sofrido muito. Camboja, Vietnã, Mianmar. Não podemos mais esperar. O mundo deve nos ajudar, com determinação".

Entrevista

Que lembranças o senhor tem de seu país?

R. - Todos amam seu país: suas origens, seus costumes, a paisagem. Minha família é católica. Entretanto, há situações, como acontece em outros países - em alguns países da América Latina, no Vietnã, na China - em que se tenta sobreviver o melhor que se pode. Felizmente, consegui sair e me tornar um sacerdote.

O senhor se sentia sufocado em sua realização como cidadão e em sua vocação para a vida consagrada?

R. - Não apenas eu. Penso em muitos outros jovens que já viveram isso...

Existe algum episódio, em particular, que ainda constitua uma ferida difícil de sarar mesmo de longe e à distância do tempo?

R. - Toda a vida, toda a vida... Desde que éramos crianças. Talvez alguém diga que não é acreditável, "deve ser uma invenção sua"..., mas eu lhe asseguro que é tudo verdade. Um dia, por exemplo, lembro que os militares chegaram em nossa paróquia. Eles usaram nosso telefone sem nenhum respeito, como se fossem os proprietários da casa, para seus próprios fins. Teria muitos episódios a contar. A Igreja Católica sempre se empenhou sobretudo em obras sociais, mas muitas vezes, por exemplo, o trabalho de algumas paróquias foi perseguido, controlado, e as ajudas bloqueadas...

O que faz com que vocês sigam em frente, de qualquer modo?

R. - Antes de tudo a fé. Não há amor maior, como ouvimos na liturgia do domingo passado, do que dar a vida por seus amigos. A Igreja Católica está testemunhando a essência do Evangelho, o amor ao próximo, sem distinção de raça ou crença religiosa. Trabalhamos nos últimos anos desta forma, sem usar violência, e continuamos a fazer isso.

O que é liberdade para o senhor?

R. - Para mim, para nós, é um sonho. Continuamos a sonhar, continuamos a ter esperança. Liberdade é poder viver sua fé sem ter sempre que avaliar tantas outras coisas... Creio que seja para todos um desejo primário, o mais importante, na minha opinião.

O senhor lembra do estado de espírito que tinha quando deixou seu país pela primeira vez?

R. - Triste.

Agora não está aliviado?

R. - Não se consegue ficar aliviado. Para mim, sim, abriu-se uma luz. Mas penso nos meus companheiros, em tantos jovens que permaneceram naqueles anos... É uma triste lembrança.

Seus familiares?

R. - Minha família mora lá. Até alguns meses atrás as coisas estavam indo um pouco melhor, nos últimos dez anos pudemos viver um pouco mais livremente. Agora voltou esta situação difícil. É um pouco como reviver os anos do passado.

Mianmar seria um país rico se pensarmos em seus recursos naturais. Ao invés disso, existem grandes desigualdades. Como podem ser canceladas?

R. – Isso pode ser superado apenas com a democracia. Ultimamente, as coisas estavam melhorando, mas parece que as esperanças desapareceram.

O senhor tem confiança nas novas gerações? Acha que serão capazes de iniciar uma história virtuosa para o país?

R. - Sim, eu tenho fé nos jovens de hoje que estão muito mais atualizados e preparados do que os da minha geração. Eles sabem como se mover, no que se concentrar. Não tenho palavras para dizer o que eles estão fazendo, a julgar pelo que vejo.

Como a Igreja Católica coexiste com outras religiões e com os vários grupos étnicos que existem em Mianmar?

R. - Nunca tivemos grandes problemas com outras religiões. Nós colaboramos. Como cristão, sinto que posso dizer que não teremos muitos problemas a este respeito.

O senhor estava em Mianmar durante a visita do Papa Francisco ao país?

R. - Não, infelizmente. Eu estava aqui. Somos religiosos e, se não coincidir com o período de férias, não podemos nos deslocar. Eu não tinha possibilidade voltar ao país.

À distância, o que mais o impressionou na visita do Papa?

R. - Sua grande paternidade, sua ternura, sua humildade. O Papa conquistou os corações também dos budistas, dos muçulmanos graças à sua humildade.

O que a Igreja em Mianmar mais precisa?

R. - As coisas são escassas, vamos precisar de muita ajuda, especialmente para a educação. Nossas comunidades continuam a se dedicar à educação das crianças. Vamos precisar de ajuda material e moral. Acrescento que é importante que o mundo reconheça nossas dificuldades, de algum modo em Mianmar vivemos a mesma situação que outros países: por exemplo, Iraque, Síria, Líbia. Devo reconhecer que nos últimos meses tem-se falado muito. Também em nome do povo birmanês, acho que posso realmente agradecer-lhes. Também pelo apoio de vários governos.

Qual é o sinal da missa celebrada pelo Papa no Vaticano, marcada para o domingo 16 de maio para os fiéis birmaneses em Roma?

R. - É um grande sinal de esperança e de paz. Onde quer que ele tenha ido, sempre gerou paz, esperança, amor fraternal. Neste domingo não devemos pensar que somos os protagonistas, que é uma coisa estreita. O Santo Padre está conosco, com o povo birmanês, mas ele está com todos os povos que sofrem injustiça e guerra.

O senhor recorda alguma bela imagem que pertence à sua memória quando criança?

R. - Lembro-me de minha primeira confissão, com Dom Giovanni Battista, um missionário do PIME. Eu tremia muito, estava com muito medo. Ele tinha uma longa barba branca... Quando fui, porém, não encontrei um pequeno tribunal, como eu imaginava, com um juiz que te dá uma penitência. Eu encontrei o abraço de um pai, a ternura, a misericórdia de um pai. Isso ficou muito marcado em mim. Hoje, como sacerdote, quando me coloco à disposição para as confissões, tento fazer com que as pessoas sintam essa emoção, esse sentimento. Também hoje, como então, a confissão é fazer uma experiência de misericórdia do Pai.

No fundo é a necessidade de afeto inerente à alma de cada ser humano...

R. - Sim, com efeito. Lembro também que, quando estávamos lá, eram feitas procissões. Podíamos andar pelas ruas. Mesmo os budistas às vezes se ajoelham, não exatamente em adoração, mas como um sinal de respeito pela imagem de Nossa Senhora, respeito pelo Santíssimo Jesus. Eu era uma criança, era um acólito, não entendia muito, mas este profundo respeito permaneceu impresso em mim, apesar da situação política. Eu estudei em um mosteiro budista quando eu era criança, mas nunca sofri nenhuma discriminação. Lembro que minha família morava em uma localidade onde éramos os únicos católicos. E assim meu pai convidava pessoas de diferentes religiões para virem à nossa casa e rezávamos juntos. Era a segunda metade dos anos oitenta. Posso dizer que vivi uma juventude bastante pacífica, nesse aspecto.

O senhor sente que viveu ou sobreviveu?

R. - Eu vivi. Os outros não tiveram a chance que eu tive, e lamento muito por isso, porque eles teriam mais potencial para si mesmos, para o país, muito mais do que eu.

Qual é o seu desejo para o seu país?

R. - De grande paz. De harmonia entre os vários grupos étnicos, isso... unidade nacional, o amor.

Vatican News

Santa Dionísia

Santa Dionísia (A12)
15 de maio
Santa Dionísia

Dionísia foi uma das muitas vítimas cristãs das perseguições romanas dos primeiros séculos. Nasceu na Anatólia, Turquia, em 234. Na época o imperador Décio, intolerante ao Cristianismo, fazia muitos mártires tendo mandado matar o Papa Fabiano. Na Ásia Menor, seu procônsul Ottimo seguia diligentemente as suas ordens.

Assim prendeu os irmãos André e Paulo, e os amigos Pedro e Nicômaco, torturando-os para que negassem o Cristo. Dionísia acompanhou de perto a prisão deles, e pôde presenciar a apostasia de um só deles; Nicômaco: este, liberto, e a ponto de sacrificar aos deuses pagãos como lhe fora exigido, caiu subitamente no chão, tomado por convulsões, e morreu. A isto, ela chorou, comentando que ele perdera a vida eterna por alguns poucos momentos de vida terrena...

Quando presa foi levada ao tribunal e declarou-se cristã, e diante da ameaça de Ottimo respondeu que o seu Deus era muito mais poderoso do que o dele. Era uma donzela de 16 anos, e o procônsul a entregou à soldadesca para ser violentada. Mas os legionários, miraculosamente, permaneceram estáticos, impedidos de tocá-la.

Chegou o momento em que André e Paulo foram retirados da prisão para serem mortos na arena. Dionísia conseguiu escapar da sua própria cela e, juntando-se a eles, teria dito: “Eu partilhei os vossos sofrimentos no coração, por isso poderei partilhar a vossa glória no Céu.” Os soldados romanos a decapitaram. O martírio de Dionísia, Pedro, Paulo e André aconteceu em Lâmpsaco, no Helesponto, atual Turquia, aos 15 de maio de 250.

 Entre as relíquias de Dionísia, conserva-se uma jarra contendo o seu sangue cristalizado, na igreja da Abadia de Flône, Bélgica.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Impressiona sempre a firmeza dos primeiros mártires católicos, sobretudo porque incluíam não apenas varões, mas crianças, idosos, mulheres e jovens, cuja fragilidade e impossibilidade de defesa deveria antes enternecer os corações dos algozes, e que a covardia dos que perseguem a Deus parece que, ao contrário, estimulavam na maldade. Esta coragem e tão firme convicção na recompensa do Paraíso seriam a atitude esperada também para nós… e contudo não é difícil ficarmos abatidos com a perseguição verbal e moral, muitas vezes a ponto de não termos reagirmos adequadamente. Mas, como esclareceu Santa Dionísia diante do procônsul, nosso Deus é de fato mais poderoso. Diante da ameaça de morte por causa da Fé, seríamos como ela ou Nicômaco? Por mais alguns momentos nesta vida terrena e inevitavelmente passageira, perder a vida eterna! Várias outras santas, como por exemplo Joana d’Arc, viram sua castidade ameaçada, e foram miraculosamente resguardadas. Não é pequeno o valor que Deus dá à pureza e castidade. Que contraste para com os nossos tempos, de imoralidade e depravação exacerbadas e exaltadas, aceitas e incentivadas, inclusive para com a infância. Na medida em que Deus valoriza e preserva a pureza, assim será a gravidade da Sua punição por estes pecados. Aos católicos, além da rejeição a estas perversidades em todos os âmbitos, espera-se – Deus mais do que todos – um vestuário e comportamento decente. Como educar os filhos na castidade, se nas igrejas, diante do Santíssimo, vê-se mulheres católicas com roupas indecentes, e homens de chinelos e bermuda, como num boteco? Serão todos tão pobres que não podem usar roupas minimamente dignas?

Oração:

Senhor Deus, de bondade mas também de infinito poder, concedei-nos por intercessão de Santa Dionísia e seus companheiros mártires a alegria de partilhar corajosamente os Vossos sofrimentos nesta Terra, para podermos também partilhar da Vossa Glória no Céu, cristalizando o nosso sangue junto ao do Redentor, de modo a que se tornem, por Vossa graça e amor infinitos, inseparáveis nos trabalhos e na recompensa. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Mark Wahlberg e Mel Gibson filmam história de boxeador que virou padre

Mark Wahlberg (à esquerda) e Mel Gibson
(à direita) / Crédito: Caroline Bonarde -
Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0) e Georges Biard -
Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0)

HOLLYWOOD, 13 mai. 21 / 03:51 pm (ACI).- Os atores Mark Wahlberg e Mel Gibson começaram a gravar um filme biográfico sobre Stuart Long, um ex-boxeador que se descrevia como “anticristão por excelência”, mas que depois de um grave acidente se converteu ao catolicismo e foi ordenado sacerdote.

Padre Long morreu de uma doença muscular degenerativa aos 50 anos, em 9 de junho de 2014, no Big Sky Care Center de Helena, capital do estado de Montana, EUA.

Segundo The Hollywood Reporter, o filme “Father Stu” (Padre Stu), como era conhecido Stuart Long, está nos projetos de Wahlberg há pelo menos seis anos.

“Wahlberg contratou Mel Gibson e a roteirista e diretora Rosalind Ross, parceira de longa data de Gibson, para o filme biográfico intitulado Father Stu. Ross escreveu o roteiro e fará sua estreia como diretora de longas-metragens, com Wahlberg interpretando o padre. Gibson interpretaria o pai de Long, e Teresa Ruiz, uma das estrelas de ‘Narcos: Mexico’, embarcou para interpretar sua namorada”, informou The Hollywood Reporter.

A produção do filme teve início em meados de abril de 2021, em Los Angeles.

vida do Padre Stu

Stuart Long nasceu em Seattle, em 26 de julho de 1963. Quando ainda era criança, a família se mudou para Helena, a cidade natal de seus pais, Bill e Kathleen Long.

Long começou sua educação primária na Central School em Helena e se formou na Capital High School, em 1981. Começou sua vida universitária no Carroll College em Helena, onde se tornou um atleta completo. Jogava futebol americano, treinava luta livre e ganhou o título de peso pesado na competição de boxe das Luvas de Ouro de 1985 para Montana.

Em 1986, Long se formou em literatura e redação inglesa no Carroll College.

Embora tivesse decidido lutar boxe profissionalmente, uma cirurgia reconstrutiva da mandíbula interrompeu seus planos. Por sugestão de sua mãe, mudou-se para Los Angeles com a intenção de se dedicar ao teatro, outra de suas paixões. Desiludido, long foi trabalhar no Museu Norton Simon em Pasadena, do qual se tornou gerente, cargo que ocupou por sete anos.

Apesar de ter estudado em uma faculdade católica, Stuart Long não era crente e até se descreveu como o "anticristão por excelência", o que o levou a entrar em conflito com padres e colegas.

Em 1994, Long sofreu um acidente de motocicleta, no qual foi atropelado por dois carros. Ao se salvar da morte, ele começou a descobrir sua fé e foi batizado como católico no mesmo ano 1994.

Stuart Long sentiu a vocação ao sacerdócio assim que foi batizado. Para testá-la, deixou o museu em 1998 e lecionou por três anos em uma escola católica em Mission Hills, Califórnia. Depois, passou a servir com os frades capuchinhos na cidade de Nova York, trabalhando em alguns dos bairros mais pobres da cidade.

Os frades o enviaram à Universidade Franciscana de Steubenville, Ohio, para estudar Filosofia. Depois de obter seu mestrado em Filosofia, recebeu sua formação sacerdotal para a diocese de Helena em Mount Angel Seminary, em Oregon. Foi ordenado sacerdote em 14 de dezembro de 2007, na catedral de Santa Elena.

Stuart Long caminhava com a ajuda de muletas durante sua ordenação, pois havia sido diagnosticado com miosite por corpos de inclusão, uma doença autoimune extremamente rara que mimetiza os sintomas de ELA (doença de Lou Gehrig) para a qual não há cura.

De acordo com seus amigos, ele descobriu seu grande amor servindo como sacerdote, administrando os sacramentos e aconselhando os fiéis.

Em 2010, a diocese o levou para casa em Helena, onde o padre Stu começou uma nova vida e ministério no Big Sky Care Center, agora usando uma cadeira de rodas elétrica.

O padre Stu fez trabalhos de caridade nas paróquias de Helena, aceitando de boa vontade a dor e a fraqueza que sentia. Celebrava missa regularmente na paróquia de Santa Maria e no Big Sky Care Center, além de viajar para onde pediam.

Uma vez ele comentou que sua doença foi a melhor coisa que lhe aconteceu, porque lhe permitiu deixar de lado o orgulho que havia sentido durante a maior parte de sua vida.

ACI Digital

O ROSTO

Dom Jaime Spengler | Arcebispo de Porto Alegre
Por Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

O momento atual favorece o atiçamento de ódios e a disseminação de preconceitos e crendices. Tal situação está ancorada na tendência de setores da sociedade em negar a importância do rosto.

Não se pode, porém esquecer que nos reconhecemos contemplando o próprio rosto e o rosto do outro. O rosto alheio informa sobre o rosto do outro, mas também sobre nós mesmos.

Num tempo em que somos exortados a cobrir o rosto com uma máscara, corre-se o risco de habituar-se a caminhar isolados uns dos outros, sem reconhecer-se na própria identidade. Vale recordar que antigamente era proibido por lei cobrir o rosto em público; agora somos proibidos de descobri-lo.

Contudo, somos convidados a nos colocar em movimento, a estar com as pessoas, ouvi-las, colher sugestões que a realidade oferece para melhor reconhecer a nós e aos demais.

Sabemos que notícias, informações e imagens podem, por infinitas motivações, ser facilmente manipuláveis. Não se trata de demonizar o instrumental usado para tanto, mas tornar presente a necessidade de resgatar o lugar da verdade e a dignidade de todos os envolvidos, pois, em jogo, está sempre uma identidade, um rosto.

O rosto do outro me interpela. Por isso, não se pode ignorar as situações cotidianas envolvendo pessoas, possuidoras de uma identidade, de rosto. Ir ao encontro do outro, ver e deixar-se ver para então compartilhar o encontrado e o visto, é algo decisivo para o convívio social sadio e harmonioso.

Os elementos oferecidos pelo tempo presente e a inspiração cristã que caracteriza a cultura ocidental, nos impulsionam a resgatar a dignidade e a nobreza do rosto humano, e sua importância, por exemplo, para a comunicação no convívio social.

A experiência cristã pode ser descrita como uma história de encontros, de rostos que convergem, marcados pelo desejo de comunicar.

Há dois milênios uma corrente de encontros comunica o fascínio da aventura cristã. Comunicar esperança e amor nestes tempos complexos é o desafio de todos os batizados. Amor e esperança também se transmite com o olhar. Se devemos neste tempo cobrir o rosto com uma máscara, permitamos ser contagiados pelo desejo de nos olharmos nos olhos!

CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF