Translate

terça-feira, 18 de maio de 2021

Por que rezar ao Espírito Santo?

Guadium Press

Muitos são hoje os que desconhecem as características e os poderes do Paráclito e se esquecem de invocá-Lo.

Redação (17/05/2021 10:38Gaudium Press) Pouco antes da Paixão, quando preparava seus discípulos para os acontecimentos vindouros, Jesus lhes disse que haveria de deixá-los e ir para o Pai: “Agora vou para Aquele que Me enviou”, uma referência não à sua morte, mas à Ascensão.

Diante da reação consternada de seus ouvintes, Ele quis consolá-los e dar a explicação de sua partida: “Convém a vós que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, vo-Lo enviarei” (Jo 16, 5 e 7).

Na história da salvação, após as intervenções do Pai e do Filho, chegara o momento de o Espírito Consolador derramar-Se sobre os fiéis, para fortalecê-los na Fé e abrasar-lhes a alma.

Santíssima Trindade

Iguais em tudo e por tudo e formando um só Deus — um Mistério da Fé, fora do alcance da razão humana —, cada Pessoa divina manifesta um atributo próprio: o Pai, “do qual são todas as coisas”, o Filho, “mediante o qual são todas as coisas”, e o Espírito Santo, “em Quem são todas as coisas” (Catecismo da Igreja Católica, nº 258).

O Paráclito é o Espírito de toda a graça, como rezamos na Ladainha com a qual O louvamos.

Abundantes graças eram indispensáveis para os Apóstolos conquistarem as almas, e Ele as concederia: a prática da perfeição, a luz da inteligência, a inspiração dos profetas, a pureza das virgens.

Em Pentecostes, Ele chegou com um ribombo, adentrando os corações. A transformação dos Apóstolos foi imediata, radical e eficaz. Apresentaram-se destemidamente em público e, pela voz do primeiro Papa, tocaram o mais profundo dos ouvintes: só naquele dia, cerca de três mil pessoas foram convertidas e batizadas.

Por tal razão, o dia de Pentecostes é muitas vezes considerado a data na qual nasceu a Igreja.

Ação do Espírito Santo

Santificador e guia da Igreja Católica — continua a Ladainha. A santa Igreja de Deus não é somente imortal; ela é também santa por ser vivificada pelo Espírito Santo. Por mais que falhas humanas possam nela ocorrer, em nada poderão diminuir essa santidade.

Pela mesma razão, é a Igreja que santifica, por meio dos Sacramentos, todos aqueles que dignamente os recebem. O Paráclito faz brilhar a verdade aos nossos olhos, concede-nos a sabedoria, comunica-nos um santo temor, dá-nos o dom das virtudes, traz-nos a verdadeira paz.

Estes cinco títulos da Ladainha do Espírito Santo não parecem referir-se àquilo de que o nosso mundo mais carece?

Se Diógenes percorresse hoje a Terra com sua lâmpada, teria de andar muito antes de encontrar verdade, sabedoria, temor de Deus, virtudes e paz. Mas isso não é razão para desânimo.

Quando os discípulos do Senhor, após Pentecostes, saíram dos limites da Terra Santa para difundir o Evangelho, pregaram valores opostos aos costumes de seu tempo, mas venceram.

Essa misteriosa atuação do Espírito Santo passa por cima de todas as fraquezas e misérias, transformando completamente aqueles que a recebem. Com efeito, a alma que se deixa inundar pela ação do Espírito Santo não tardará em produzir frutos de santidade, que espargirão ao seu redor o bom odor de Cristo.

Dos apóstolos de nossos dias, o que o Divino Espírito Santo espera é simplesmente a mesma confiança filial, oração perseverante e disponibilidade. Ele, que é a palavra e sabedoria dos Apóstolos, falará por sua boca e nada Lhe resistirá.

Por isso, a Igreja, na pessoa de seus fiéis, reza há vinte séculos a súplica do salmista: “Enviai o vosso Espírito criador e renovareis a face da Terra” (Sl 103, 30)

 Texto extraído, com pequenas adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.77, Maio 2008

https://gaudiumpress.org/

Cristãos são vítimas da violência em Gaza, denuncia Custódio da Terra Santa

Frei Francisco Patton. Foto: Custódia da Terra Santa
Por Migue Pérez Pichel

JERUSALÉM, 18 mai. 21 / 09:45 am (ACI).- Os cristãos na Terra Santa são vítimas inocentes da violência entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza, denunciou o Custódio da Terra Santa, padre Francesco Patton. “Eles se encontram no meio de dois protagonistas maiores que lutam entre si e acabam esmagados”, disse Patton. Segundo o custódio, a grande maioria dos cristãos na Palestina e em Israel é composta de árabes e trabalhadores estrangeiros.

O Custódio da Terra Santa é o ministro provincial, isto é, o superior principal, dos frades menores franciscanos que vivem no Oriente Médio.

“Basta dizer que uma das primeiras vítimas dos foguetes disparados de Gaza foi uma mulher indiana, migrante que trabalhava como cuidadora. Uma mulher de fé cristã que frequentava a nossa pastoral para os católicos indianos”, disse o custódio à agência de notícias da Conferência Episcopal Italiana.

“Até este momento não fomos afetados e não houve ataques contra nós”, disse Patton sobre os lugares santos. “Os santuários estão abertos regularmente, principalmente pela manhã por medida de precaução, como foi durante a pandemia, que em Israel já está sendo superada”.

Padre Patton lamenta que, apesar de se ter conseguido vencer a pandemia do coronavírus, “não é possível vencer a violência que ciclicamente volta a ensanguentar esta terra, como se o sangue derramado até agora não bastasse. Estamos vendo que, quando o fogo começa, fica difícil contê-lo”.

Para o padre Patton, “a polarização que testemunhamos nos últimos tempos produziu autênticas explosões de ódio destrutivo”.

“A morte de civis, com o número de vítimas aumentando a cada dia, alimenta uma espiral de violência em lados opostos”, situação que também afeta a convivência entre cidadãos israelenses. Cidades de Israel com população árabe e judia também experimentam violência sectária. “Estão abalando o equilíbrio da coexistência entre árabes-israelenses e judeus-israelenses dentro das cidades israelenses, onde foram registrados atualmente espancamentos, motins, saques e atos de intimidação”, disse o padre.

Segundo o custódio “nem toda a população local está envolvida nesta tempestade de violência, muitos se distanciaram. Infelizmente, a situação se agrava com os esquadrões que vêm de fora para fazer greve e geram desordem sem que a polícia possa impedi-los”.

Ele também lamentou que a violência “se tornou um instrumento político. A ausência da comunidade internacional só permite o fortalecimento dessas posições extremistas. A única voz que se levantou com vigor nestes dias é a do Papa Francisco, que é a voz de um líder espiritual e moral que em várias ocasiões pediu repetidamente a moderação, o diálogo e o fim das armas”.

"Os líderes políticos das grandes potências parecem não ter apenas voz, mas também determinação para levar as partes em guerra a uma trégua e depois a uma mesa de diálogo", disse.

ACI Digital

Irmã Alicia de Jerusalém: "Perdão é palavra profética, não retórica"

Terra Santa: crianças em refúgios | Vatican News

"A violência que irrompeu nas ruas é ainda mais preocupante do que a violência manifestada com bombas que explodem edifícios (...) A sociedade está doente por dentro". O testemunho da provincial para o Oriente Médio das Irmãs Combonianas.

Vatican News

As palavras do Papa Francisco impressionaram muito a Irmã Alicia Vacas, provincial das Irmãs Combonianas para o Oriente Médio. Entrevistada pelo Vatican News, a religiosa insiste no fato de que o conflito se arrasta por muito tempo, e que "há uma desigualdade gritante: na ajuda, nas possibilidades, no uso das forças militares". Em mais de trinta anos, nenhuma resposta foi dada", repreende a Irmã. "Nos últimos meses, temos visto um aumento das tensões e dificuldades. O último golpe de misericórdia foi a incursão do exército e o ataque à mesquita de El Aqsa; até mesmo os cristãos ficaram chocados. Ficou claro que tal afronta teria consequências muito graves, e foi o que aconteceu".

A sociedade está doente por dentro

"A violência não leva a lugar nenhum", repete Irmã Alicia. As esperanças da religiosa são colocadas na comunidade internacional, "para que possa contribuir para deter esta loucura, este abismo". E conta: "Estamos vendo coisas que não tínhamos visto desde que chegamos aqui, coisas que não aconteceram durante a segunda intifada. Os conflitos dentro das comunidades, que mais ou menos coexistiam pacificamente - explica - são assustadores para o nosso presente, mas acima de tudo para o nosso futuro. A violência que irrompeu nas ruas é ainda mais preocupante do que a violência manifestada com bombas que explodem edifícios, mesmo que seja menos visível, menos ‘escandalosa’. O tecido social está ferido, profundamente dilacerado. A sociedade está doente por dentro".

Preocupados com a "amputação moral" dos jovens

"Toda vida humana é preciosa. A proporção na morte de civis e crianças é óbvia. E isso segue sempre adiante". A Irmã Alicia insiste no aspecto de que "este ataque a Gaza corre o risco de desviar a atenção do coração, das causas do conflito, que teve origem em Jerusalém por questões muito concretas: a impunidade dos colonos, o despejo de suas casas, a dificuldade de os palestinos viajarem para a Cidade Santa.... Infelizmente, não são dadas resposta para os problemas reais que as pessoas vivem diariamente". As missionárias comboniana mostra uma realidade sem filtros, em Jerusalém Oriental, marcada por uma aparente calma, muito tensa, falsa. "A presença dos militares é muito forte, mesmo dentro da parte árabe. Em todos os lugares há barreiras. Às vezes as pessoas conseguem ir ao trabalho – afirma a Irmã - às vezes não. Isto não é normal. Muitas vezes há confrontos entre jovens e soldados e a repressão é muito forte. Há muitos pontos dolorosos. É o recrudescimento de um conflito no qual há vítimas por todos os lados. "Estou muito preocupada com as amputações morais dos jovens", continua a religiosa. "Quando se chega a tal devastação, significa ter que fazer um corte drástico nos valores. Ambos os lados estão muito feridos, amputados".

Ser "pontes": a missão dos combonianos nas periferias

A missão das combonianas, em todos os lugares, é estar nas periferias. Em Jerusalém esta peculiaridade é muito evidente: vivem no Monte das Oliveiras, nos três lados do jardim da casa passa o muro de separação que divide a cidade de Jerusalém dos territórios ocupados. "Quisemos preservar uma presença também do outro lado do muro: pode ser vista, mas não se pode encontrar facilmente". Temos muito cuidado em colaborar com ambos os lados, com os dois povos da Terra Santa", ela esclarece, mencionando o trabalho tanto com ativistas israelenses, "que realmente querem abrir brechas, encontrar soluções, construir pontes", quanto com palestinos.

Em Israel, o trabalho é com médicos pelos direitos humanos, com organizações que trabalham especialmente com refugiados e requerentes de asilo. Na Palestina o compromisso é com os beduínos, no deserto de Judá, através de uma rede de creches, projetos para a promoção da mulher, animação missionária na Igreja. E conclui referindo-se à presença de algumas "irmãs na comunidade católica de língua hebraica que são particularmente afetadas por tensões políticas e sociais. É uma minoria dentro da minoria".

“Perdão” é a palavra profética, caso contrário não se resolve

Um apelo à reconciliação e ao perdão parece quase retórico, mas talvez seja precisamente essa a palavra profética, de acordo com a Irmã Alicia. "Se não formos capazes de quebrar o círculo de violência, mesmo que sintamos que estamos no caminho certo, não sairemos dele. A palavra do Papa não é retórica. Tenhamos essa coragem de quebrar o círculo, mesmo que não sejamos capazes por causa do peso da história; inventemo-lo, caso contrário não sairemos dele.

Vatican News

São João I, papa e mártir

São João I | Paulus
São João I, papa e mártir

18 de maio

“Muitas e graves, conforme o juízo dos homens, as tuas culpas de homem e de rei: avidez de possuir e de destruir, muita tolerância da ferocidade e cobiça dos teus sequazes, arrogância e impostura…” Assim, pela boca de um anjo, João Papini apostrofa Teodorico no seu Juízo universal; apaixonada é a réplica: “Eu era o chefe de uma destas turmas de famintos nômades e toda a minha autoridade de capitão e de rei não podia transformá-la num momento num rebanho de salmistas e genuflexos… Romanos robustecidos e godos paganizados teriam de fundir-se num povo único e forte, capaz de dar novamente à Itália o primeiro lugar na terra. Não foi somente minha a culpa se aquele generoso sonho ficou só sonho”. A memória de são João I está unida ao drama político-religioso de Teodorico.

Toscano de nascimento, João sucedera ao papa Hormisda a 15 de agosto de 523. Há quem o identifique com o João Diácono, autor de uma Epístola ad Senarium, importante pela história da liturgia batismal, porque é talvez o único documento que ateste a tradição da Igreja romana de erigir e consagrar no sábado santo sete altares e de derramar no cálice uma mistura de leite e mel. João Diácono é reconhecido também como autor do tratado A fé católica, transmitido pelos antigos entre as obras de Severino Boécio.

Quando o filho de Constâncio se tornou papa, há apenas cinco anos, Hormisda e o imperador Justino, tio de Justiniano, tinham feito cessar o cisma entre Roma e Constantinopla, estourado em 484 pelo Henoticon do imperador Zenão, que tentara um impossível compromisso entre católicos e monofisitas. Com a jogada obtivera também interessantes resultados políticos e os godos eram arianos, lá pelo fim de 524, Justino publicou um edito com o qual ordenava o fechamento das igrejas arianas de Constantinopla e a exclusão dos hereges de toda a função civil e militar. Teodorico então obrigou o papa João I a ir a Constantinopla para solicitar do imperador a revogação do decreto: as manifestações de atenção foram excepcionais: 15.000 saíram-lhe ao encontro com círios e cruzes e o papa presidiu as solenes funções do Natal e da Páscoa.

Justino aderiu ao pedido de restituir aos arianos as igrejas confiscadas, mas insistiu na privação dos direitos dos arianos convertidos ao catolicismo que novamente se tornassem arianos. Foi o suficiente para o suspeito Teodorico mandar matar Boécio e Símaco. Lançado na prisão em Ravena, o papa João I ali morreu aos dezoito de maio de 526.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Cultivando os dons do Espírito Santo no dia a dia: a sabedoria

DODOMO I Shutterstock
Por Isabelle De Ché

Descubra como vivenciar este dom nas suas atividades cotidianas.

“Se você for muito bom, terá uma surpresa”. Longe de ser uma recompensa para um filho modelo, o dom da sabedoria nos dá a capacidade de provar a bondade de Deus em todas as coisas. É o primeiro dos sete dons do Espírito Santo. 

Quem entre nós não avalia uma situação através de nossas próprias lentes, sentimentos ou desejos? Com o dom da sabedoria, trocamos de óculos! Como indica o Papa Francisco, este dom permite-nos “ver o mundo, as situações, as conjunturas, os problemas, tudo, com os olhos de Deus”. 

Se, no final de uma disputa conjugal, em vez de se irritarem, os cônjuges concordam em se olhar, conversar, até perdoar um ao outro, isso é fruto do Espírito de sabedoria. Em vez de olhar para as próprias feridas e os erros do cônjuge, eles experimentam a paz a ser construída e o amor que brota do perdão. 

Sabedoria: prove e veja como o Senhor é bom

Na sala de espera do médico, nos engarrafamentos, podemos deixar-nos dominar pelo dom da sabedoria. Em vez de nos atirarmos em nossos celulares, vamos fechar nossos olhos por um momento e abrir nossos corações para a presença e o amor de Deus por nós. Ao invés de reclamar porque temos que esperar mais meia hora, vamos decidir viver essa espera na presença do Espírito Santo. “Senhor, quero viver este tempo contigo, decido abrir-me à tua presença”, nas palavras do irmão Pierre-Yves Noyer. 

Nos momentos de dúvida

Na missa, quando nos incomodamos com a leitura ou nos distraímos durante a consagração, invoquemos o Espírito de Sabedoria para que a Palavra de Deus entre em nossos corações e aja. 

Na doença, o dom da sabedoria é concedido “para que aprendamos a contemplar, além do sofrimento, o amor de Deus”, indica Paul-Marie Boutin, sacerdote da diocese de Bayonne, na França. O Espírito Santo ajuda o doente a oferecer o seu sofrimento, “não com a ponta dos lábios, mas com um movimento maior”, continua ele.

Por fim, Santa Teresinha do Menino Jesus deixou que o Espírito de sabedoria trabalhasse nela. Durante uma longa noite de fé, ela não sentiu nada, seus escritos, no entanto, mostram que ela experimentou a presença permanente de Deus. Para o irmão Pierre-Yves Noyer, “Thérèse de Lisieux viveu a ardente experiência do amor de Deus. Para compensar a aridez de sua oração, ela conta com sua fé e sua capacidade de amar. Graças ao dom da sabedoria recebida, Santa Teresinha se manteve em constante relação com o Senhor ”. 

Por isso, a convite de São Francisco de Sales , recebamos a sabedoria, que nada mais é do que o amor de Deus.

Aleteia

A IGREJA CONTRA O REINADO DO ANTICRISTO

facebook

A IGREJA CONTRA O REINADO DO ANTICRISTO

Por várias vezes e em diversas épocas, a humanidade passou por momentos de utopias terrestres. O pensamento mais novo é o de que não precisamos morrer para chegar ao paraíso. Muito líderes políticos, como Marx, valiam-se dessa ideologia do paraíso terreno em suas teorias. Para eles, uma vida após a morte num paraíso mítico é coisa de fanático religioso. Os liberais também assumem a possibilidade de uma vida mais abundante e “gloriosa” em tempo real na história. Eles tratam isso como o próximo estágio de nossa evolução social.

Nosso Magistério, como alguns Papas já nos alertaram, ressalta o cuidado necessário contra tais tentativas de construir um paraíso na terra com nossas próprias mãos.

Até mesmo o Rabino Arthur Hertzberg, vice-presidente emérito do Congresso Judaico Mundial, alertou contra a ideologia utópica: “Alerto-os quanto à ilusão de que podemos criar na terra um paraíso perfeito. Isso poderá acontecer somente no fim dos dias, quando for a vontade de Deus” (Herzberg, “Sins of Religion”. O discurso também foi publicado nas pp. 6-8 da edição do verão de 1997 do Journal of the United Religions Initiative).

O Catecismo da Igreja Católica alerta contra o globalismo:
“Depois que a unidade da raça humana foi estilhaçada pelo pecado, Deus imediatamente buscou salvar a humanidade parte por parte. A aliança com Noé após o diluvio dá expressão ao princípio da economia divina para com as nações”, em outras palavras, para com os homens agrupados “em suas terras, cada uma com a sua própria língua, divididos por suas famílias, em suas nações”. Esse estado de divisão em muitas nações é ao mesmo tempo cósmico, social e religioso. A intenção por trás dele é limitar o orgulho da humanidade caída, unida apenas pela ambição perversa de forjar sua própria unidade, como em Babel (VIC, P.20-21).

A única ocasião em que o mundo realmente deve ser unificado é quando Cristo retornar para reinar em glória. Nenhuma organização e nenhuma outra pessoa que não o Filho do Homem pode receber o título ou o poder de um governante mundial.

O Catecismo da Igreja Católica também se pronuncia contra todo o milenarismo terreno, incluindo a ideologia utópica das ideias marxistas ou de cunho religioso: “A ignorância do fato de que o homem tem uma natureza ferida, propensa ao mal, gera erros graves nas áreas de educação, política, ação social e moralidade”(CIC, P.103). E também:

Antes da segunda vinda de Cristo, a Igreja terá de passar por um teste final, que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que vem acompanhando a sua peregrinação na terra revelará “o mistério da iniquidade” na forma de um logro religioso que oferecerá aos homens uma aparente solução para os seus problemas ao preço da apostasia da verdade. O logro religioso supremo é o do Anticristo, um pseudo-messianismo por meio do qual o homem glorifica a si mesmo em vez de Deus e do seu Messias encarnado. O logro do Anticristo começa a tomar forma no mundo toda vez que se reivindica poder para realizar dentro da história aquela esperança messiânica que pode ser realizada apenas além da história, por meio do julgamento escatológico. A Igreja rejeitou até mesmo formas modificadas dessa falsificação do reino que está por vir, chamando-as de milenarismo (é o quiliasmo, crença de um milênio terrestre nos últimos dias, que foi condenada no segundo Concílio ecumênico), em especial a forma política “intrinsecamente perversa” de um messianismo secular (CIC, p.176-177).

Os ortodoxos orientais repetem as mesmas advertências. O Bispo Kallistos Ware escreve:
“As Escrituras e a Tradição Sagrada nos falam repetidas vezes sobre a Segunda Vinda. Elas não permitem supor que, por meio de um avanço constante da ‘civilização’, o mundo passará a ser gradualmente melhor, até que a humanidade consiga criar o reino de Deus sobre a terra. A visão cristã da história mundial opõe inteiramente a esse tipo de otimismo evolucionário. O que nos ensinam a esperar são os desastres no mundo da natureza, guerras cada vez mais destrutivas entre os homens, perplexidade e apostasia entre os que se chamam de cristãos (especialmente Mt 24, 3-27). Esse período de tribulação culminará no aparecimento do “homem do pecado” (2Ts 2, 3-4), ou Anticristo, que, segundo a interpretação tradicional na Igreja Ortodoxa, não será o próprio Satā, mas um ser humano, um homem de verdade, em que todas as forças do mal estarão concentradas, que por algum tempo terá o mundo inteiro em seu domínio. O breve reinado do Anticristo será abruptamente exterminado pela Segunda Vinda do Senhor, dessa vez não às ocultas, como em seu nascimento em Belém, mas sentado à direita do poder de Deus [e)… sobre as nuvens do céu”. (Mt 26, 64). Assim, o curso da história será levado a um final repentino e dramático, por meio de uma intervenção direta do reino divino. ( Bishop Kallistos Ware, The Orthodox Way, St. Vladimir’s Seminary Press, 1979, p. 179-180.

Outro comentador ortodoxo oriental clássico posiciona-se de forma semelhante: “No Apocalipse Sinótico, não há promessa de melhores tempos por vir. Não haverá utopias terrestres. Haverá um recuo da fé; o amor esfriará” (Pe. Columba Graham Flegg, An Introduction to Reading the Apocalypse, St. Vladimir’s Seminary Press, 1999, p. 39.)

Todos devem atentar para tais advertências, mesmo que a Parusia só venha a ocorrer daqui a 10 mil anos. Esses sensatos ensinamentos são aplicáveis a todas as épocas e todos os lugares até a Segunda Vinda de Cristo. O evangelista católico Frank Sheed explica:

Mas se o Anticristo será uma pessoa real e a apostasia uma apostasia real a ocorrer no fim do mundo, tanto o Anticristo quanto a Apostasia têm seus precursores em cada época do mundo. Pois a verdade é que, assim como cada morte é o fim do mundo em miniatura, também cada época é miniatura da última época. Nesse sentido, todos estamos na última época. O Anticristo está por vir; mas já ouvimos São Paulo dizer que “a conspiração da revolta já está ocorrendo”. (Frank J. Sheed, Theology and Sanity, Ignatius Press, 1993, p. 353).

Apologistas da Fé Católica

A ESPIRITUALIDADE PASCAL

Catholicus
Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo Auxiliar de Belém do Pará (PA)

A ESPIRITUALIDADE PASCAL: A EXPERIÊNCIA PESSOAL COMO FONTE DO TESTEMUNHO

Introdução

Outra característica muito forte da espiritualidade pascal é a experiência do entusiasmo no testemunho de fé. O próprio Jesus declarou: «Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49). Antes de ser crucificado disse aos seus discípulos que o Espírito Santo daria testemunho dele (cf. Jo 15,26). O testemunho sobre a pessoa do Ressuscitado, por parte dos apóstolos, que tinham se dispersado e estavam amedrontados, é manifestação evidente do Espírito do Ressuscitado agindo neles.

A partir da diversidade das narrações bíblicas podemos afirmar que a experiência do testemunho sobre Jesus se manifestava de muitos modos na pessoa dos apóstolos, dos diáconos e da comunidade primitiva. Não se trata simplesmente de uma questão de palavras, mas de gestos ousados, atitudes corajosas, opções provocantes. Todas elas confirmam uma intrépida fé e forte vínculo afetivo com a pessoa de Jesus Cristo, como o Salvador, vencedor da morte, Senhor da Vida.

A palavra testemunho, em grego, significa mártir (martírio). A testemunha é alguém que, movido pela fé e grande paixão por Jesus Cristo e seu Reino é capaz de anunciá-lo em todos os contextos, mesmo nos mais hostis, embora lhe cause sofrimento e a morte. Por isso, toda autêntica testemunha do Ressuscitado, movida de paixão pelo Reino de Deus, é uma candidata ao martírio.

Testemunhar é narrar uma experiência

A experiência do testemunho passa pela comunicação e segue nas atitudes. Testemunhar é comunicar uma profunda e íntima experiência vivida, autêntica e verdadeira. O próprio Deus se comunica a nós por meio do seu Filho; por isso Jesus afirmou dizendo: “eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15).

Jesus testemunhou a seus discípulos a sua intimidade com o Pai falando-lhes de tudo aquilo que viu e ouviu Dele, por isso, afirmou: “Aquele que vem do alto, está acima de todos. Aquele que vem do céu dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. E quem aceita o seu testemunho, comprova que Deus é verdadeiro” (Jo 3,31.32). No livro do Apocalipse Jesus Cristo é chamado a Testemunha Fiel (cf. Ap 1,5).

João Batista narrou ao povo a sua experiência com Jesus: como se aproximou dele, passou a conhecê-lo, o que nele percebeu (o cordeiro de Deus), quem de fato ele era, bem como testemunhou a visão das manifestações do Espírito Santo no Batismo dele (cf. Jo 3,29-33) e concluiu dizendo “eu vi, e dou testemunho de que este é o Filho de Deus» (Jo 3,34).

A experiência do primeiro testemunho do Ressuscitado foi confiado a Maria Madalena que, após ter encontrado o Senhor vivo foi ao encontro dos discípulos lhes disse: «Eu vi o Senhor» (Jo 20,18). Esse anúncio contagiou os apóstolos, que por sua vez, após a mesma experiência testemunharam a outros. «Nós vimos o Senhor» (Jo 20,25), disseram os apóstolos reunidos a Tomé que estava ausente. Estando sendo perseguidos por causa da cura do paralítico pelo poder do Ressuscitado, Pedro e João disseram às autoridades judias: “Quanto a nós, não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos» (At 4,20).

Muito forte e incisiva é a declaração do evangelista João no início da sua primeira Carta dando o seu testemunho a respeito da sua convivência com Jesus de Nazaré: “Aquilo que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam: falamos da Palavra, que é a Vida. Porque a Vida se manifestou, nós a vimos, dela damos testemunho, e lhes anunciamos a Vida Eterna. Ela estava voltada para o Pai e se manifestou a nós. Isso que vimos e ouvimos, nós agora o anunciamos a vocês, para que vocês estejam em comunhão conosco” (1Jo 1,1-3).

A dimensão profética do testemunho

Em todas as narrações sobre o testemunho da experiência de encontro com o Ressuscitado há sempre uma conotação de firmeza de ânimo e parresia (ousadia e coragem). Nunca se trata de uma narração psicologicamente jornalística, seca e informativa. Isso é mais evidente por causa do contexto de pressão psicológica onde acontece o testemunho.

Isso nos recorda que o testemunho é dom do Espírito Santo, como alertou Jesus Cristo: “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará” (Jo 16,13). Em seu processo de despedida disse aos seus discípulos que o Espírito da Verdade, o defensor e consolador estaria com eles. “Quando ele vier, dará testemunho de mim. Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo» (Jo 15,26-27). “O Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra» (At 1,8). Eis de onde vem a força e do entusiasmo do testemunho sobre Jesus.

Animados pelo Espírito Santo e cheio de coragem Pedro denuncia: “Vocês o entregaram e o rejeitaram diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. Vocês, porém, renegaram o Santo e o Justo, e pediram clemência para um assassino. Vocês mataram o Autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos. E disso nós somos testemunhas” (At 3,13-15).

Diante do Sinédrio que condenou Jesus à morte, Pedro com liberdade e firmeza declara: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5,30-32).

Testemunho e experiência de vida

A beleza, profundidade e força impactante do testemunho de alguém depende de uma  experiência vivida. Os apóstolos não falaram de estudo, de reflexão sobre a pessoa de Jesus e nem de lições que aprenderam com ele. Eles deram verdadeiramente testemunho de Jesus compartilhando com seus interlocutores uma experiência de vida e compromissos assumidos.

Por isso, Pedro, no discurso da conversão de Cornélio, diz a seus companheiros que comeram e beberam com Jesus depois que ressuscitou dos mortos (At 10,40-43). “Comer e beber” com Jesus é a experiência fundamental que marcou profundamente a mente e o coração de Pedro e dos demais que os fez testemunhá-lo com alegria e coragem. Não podemos falar com honestidade de quem não conhecemos e não amamos.

Essas narrações sobre a importância do testemunho nos convocam a refletir como está a nossa experiência de relacionamento com Jesus Cristo mediante a Fé. Não podemos testemunhar alguém sem uma experiência pessoal com ela; o testemunho para ser real precisa ser envolvente; quem fala de ideias ou de imaginações pessoais é frio. Diferente, porém, é quando narramos aquilo pelo qual fomos envolvidos ou com quem convivemos. O testemunho é sempre uma experiência comemorativa e afetiva, muito mais que intelectiva.

Os apóstolos foram entusiastas testemunhas de Jesus Cristo; não foram teóricos, romancistas, escritores. Foram narradores que contaram a sua própria história de convivência com o Mestre. Falaram sobre a pessoa de Jesus a partir do relacionamento com Ele, sua amizade comendo e bebendo com Ele. Também nós somos chamados a narrar aos outros a nossa experiência de fé que pode ser evidente através da promoção da dignidade humana onde quer que estejamos; do cuidado com os mais vulneráveis e sofredores; da experiência do voluntariado; da vida fraterna comunitária e na família onde podemos nos exercitar na prática do acolhimento, da paciência, da compaixão, do perdão, da misericórdia, da solidariedade etc. Sem experiência de vida o nosso testemunho, lamentavelmente, se reduzirá a um puro discurso sem vida, porque “a fé sem obras é morta!” (Tg 2,17).

PARA REFLEXÃO PESSOAL:

  1. Por que o testemunha é um possível candidato ao martírio?
  2. Como podemos superar a timidez do nosso testemunho sobre Jesus de Nazaré?
  3. Por que, em geral, é sempre prazeroso ouvir o testemunho de fé de alguém?
CNBB

Papa: Nada substitui o ver pessoalmente

 

Arquidiocese de Brasília

O Santo Padre dá como título à sua mensagem aos media: “Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. É o encontro aquilo que mais marca o desafio lançado pelo Papa aos jornalistas. Serem capazes de assumir a frase do Evangelho de João: “Vem e verás”, tal como “a fé cristã se comunicou a partir dos primeiros encontros nas margens do rio Jordão e do lago da Galileia” – escreve o Papa.

Ir ao encontro com a coragem dos jornalistas

Para o Papa Francisco existe uma “crise editorial” que “corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua”. Desta forma, é importante os jornalistas estarem abertos ao encontro procurando verificar “com os próprios olhos”. “Se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores externos” – escreve o Papa na sua Mensagem.

“O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver” – lembra Francisco enaltecendo a coragem de muitos jornalistas que se esforçam por narrar a realidade, mesmo que tenham que correr riscos:

“Temos que agradecer a coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas” – frisa Francisco.

Para o Papa “seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade” – salienta.

Atenção mediática aos mais pobres

O Santo Padre na sua Mensagem refere-se, em particular, ao tempo de pandemia que estamos a viver, sublinhando que “há o risco de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais rico”. Ou seja, o risco de que a atenção mediática possa ser regida pelos interesses dos mais ricos e poderosos. E o Papa exemplifica:

“Por exemplo, na questão das vacinas e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as pessoas mais indigentes. Quem nos contará a expetativa de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África? Deste modo as diferenças sociais e económicas a nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição das vacinas anti-Covid, com os pobres sempre em último lugar; e o direito à saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua valência real” – diz o Papa não esquecendo quem sofre “no mundo dos mais afortunados”, sobretudo “o drama social das famílias decaídas rapidamente na pobreza” e que “fazem a fila à porta dos centros da Cáritas”.

Na web oportunidades e perigos

O Papa refere que a web “pode multiplicar a capacidade de relato e partilha” apontando que com a internet há “muitos mais olhos abertos sobre o mundo”.

“A tecnologia digital dá-nos a possibilidade duma informação em primeira mão e rápida, por vezes muito útil; pensemos nas emergências em que as primeiras notícias e mesmo as primeiras informações de serviço às populações viajam precisamente na web. É um instrumento formidável, que nos responsabiliza a todos” – assinala Francisco.

O Santo Padre lembra que “potencialmente, todos podemos tornar-nos testemunhas de acontecimentos que de contrário seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais”. Ressalta que “graças à rede, temos a possibilidade de contar o que vemos, o que acontece diante dos nossos olhos, de partilhar testemunhos”.

Mas, existem também perigos e riscos como o de uma “comunicação social não verificável”. As imagens podem ser manipuláveis sendo necessária “uma maior capacidade de discernimento” e “um sentido de responsabilidade mais maduro, seja quando se difundem seja quando se recebem conteúdos”.

“Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controlo que podemos conjuntamente exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade” – escreve Francisco.

Nada substitui o ver pessoalmente

Na sua Mensagem dedicada aos media, o Papa salienta que “algumas coisas só se podem aprender, experimentando-as”. “O intenso fascínio de Jesus sobre quem O encontrava dependia da verdade da sua pregação, mas a eficácia daquilo que dizia era inseparável do seu olhar, das suas atitudes e até dos seus silêncios. Os discípulos não só ouviam as suas palavras, mas viam-No falar” – escreve o Papa.

O Santo Padre denuncia a “quantidade de eloquência vazia que abunda no nosso tempo” e lança o desafio de que os comunicadores cristãos usem o método utilizado na difusão da “boa nova do Evangelho” através de “encontros pessoa a pessoa, coração a coração: homens e mulheres que aceitaram o mesmo convite – «vem e verás”.

“Todos os instrumentos são importantes, e aquele grande comunicador que se chamava Paulo de Tarso ter-se-ia certamente servido do e-mail e das mensagens eletrónicas; mas foram a sua fé, esperança e caridade que impressionaram os contemporâneos que o ouviram pregar e tiveram a sorte de passar algum tempo com ele, de o ver durante uma assembleia ou numa conversa pessoal” – escreve o Papa lembrando S. Paulo.

O Papa Francisco conclui a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais neste ano de 2021 com uma oração:

Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos, e partir à procura da verdade.

Ensinai-nos a ir e ver, ensinai-nos a ouvir, a não cultivar preconceitos, a não tirar conclusões precipitadas.

Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém, a reservar tempo para compreender, a prestar atenção ao essencial, a não nos distrairmos com o supérfluo, a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade.

Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo e a honestidade de contar o que vimos.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi estabelecido pelo Concílio Vaticano II através do decreto “Inter Mirifica” em 1963 e assinala-se no domingo antes do Pentecostes. Este ano será a 16 de maio.

Laudetur Iesus Christus

ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

Papa nomeia jesuíta bispo de Hong Kong

Hong Kong | Vatican News

O Santo Padre nomeou o padre Stephen Chow Sau-yan, S.J., até agora Provincial da Província chinesa da Companhia de Jesus, Bispo da Diocese de Hong Kong (China).

Vatican News

O Santo Padre nomeou o padre Stephen Chow Sau-yan, S.J., até agora Provincial da Província chinesa da Companhia de Jesus, bispo da Diocese de Hong Kong (China).

Curriculum Vitae

S.E. dom Stephen Chow Sau-yan, S.J. nasceu em 7 de agosto de 1959 em Hong Kong. Após seus estudos pré-universitários, ele obteve o Bacharelado e Mestrado em Psicologia pela Universidade de Minnesota, EUA. Ele então entrou na Companhia de Jesus em 27 de setembro de 1984.

De 1986 a 1988 concluiu seu noviciado e recebeu sua Licença em Filosofia na Irlanda, continuando seus estudos teológicos de 1988 a 1993 em Hong Kong, onde foi ordenado presbítero em 16 de julho de 1994. Na Universidade Loyola em Chicago, obteve o Mestrado em Desenvolvimento Organizacional (1993-1995) e na Universidade de Harvard em Boston (2000-2006) obteve o Doutorado em Desenvolvimento Humano e Psicologia (Ed.D.).

Ele pronunciou seus votos finais em 17 de abril de 2007.

Ele ocupou os seguintes encargos: desde 2007, Supervisor de duas faculdades jesuítas em Hong Kong e Wah Yan em Kowloon; Professor assistente honorário na Universidade de Hong Kong (2008-2015) e Formador jesuíta (2009-2017). Desde 2009, foi Presidente da Comissão de Educação da Província Jesuíta Chinesa e desde 2012 professor de Psicologia em tempo parcial no Seminário Diocesano Espírito Santo em Hong Kong; de 2012 a 2014 Membro do Conselho Presbiteral da Diocese de Hong Kong, de 2013 a 2017 Consultor Provincial e desde 2017 Membro do Conselho Diocesano de Educação.

Desde 1º de janeiro de 2018 até agora é Provincial da Província chinesa da Companhia de Jesus e, desde 2020, Vice-secretário da Associação de Superiores Religiosos de Institutos Masculinos em Hong Kong.

Vatican News

Papa Francisco reza com os fiéis pelo fim do conflito na faixa de Gaza

Imagem referencial. Papa Francisco. Foto: ACI Prensa

Vaticano, 16 mai. 21 / 08:04 pm (ACI).- Depois de rezar o Regina Coeli em 16 de maio, o Papa Francisco lançou um apelo pela paz na Terra Santa após os recentes confrontos armados entre grupos armados na Faixa de Gaza e Israel, que já causou a morte de mais de 120 pessoas, numerosos feridos e a destruição de vários edifícios.

“Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos iguais em direitos, deveres e dignidade, e os chamou a viver juntos como irmãos, apelo à calma e, aos que têm responsabilidade, que acabem com o ruído das armas", assim como a "percorrer os caminhos da paz, também com a ajuda da comunidade internacional”, disse o Papa.

Em seguida, o Santo Padre pediu aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, que orem “sem cessar para que israelenses e palestinos encontrem o caminho do diálogo e do perdão, para que sejam pacientes construtores de paz e justiça".

Neste sentido, o Pontífice disse que acompanha “com grande preocupação o que tem ocorrido na Terra Santa”, em particular o aumento dos “ violentos confrontos armados entre a Faixa de Gaza e Israel ” que correm o risco de “degenerar numa espiral de morte e destruição".

“Muitas pessoas ficaram feridas e muitos inocentes morreram, incluindo crianças, e isso é terrível e inaceitável. Suas mortes são um sinal de que as pessoas não querem construir o futuro, mas sim destruí-lo ”, lamentou o Papa.

Além disso, o Santo Padre destacou que “o crescente ódio e a violência que afetam várias cidades de Israel são uma grave ferida à fraternidade e à convivência pacífica entre os cidadãos, que dificilmente terá cura se não nos abrirmos imediatamente ao diálogo”.

Por isso, o Papa perguntou: “aonde o ódio e a vingança vão levar? Nós realmente acreditamos que podemos construir a paz destruindo o outro?

“Rezemos pelas vítimas, especialmente pelas crianças; rezemos à Rainha da Paz pela paz ”, o Papa pediu e rezou em voz alta uma Ave Maria com os  fiéis que assistiram a sua audiência geral neste domingo, 17 de maio.

O Papa referiu-se aos recentes confrontos entre o exército israelense e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no episódio que foi considerado o pior confronto entre Israel e o Hamas desde 2014. 

Na semana passada, o grupo radical Hamas disparou foguetes contra Jerusalém e outras cidades israelenses, enquanto o exército israelense respondeu com ataques aéreos em Gaza, incluindo edifícios residenciais e escritórios de mídia. 

Além disso, houve incidentes de violência coletiva entre judeus e árabes em outras cidades do país.

Na sexta-feira, 7 de maio, a última sexta-feira do Ramadã, milhares de muçulmanos palestinos entraram em confronto com a polícia na mesquita de al-Aqsa no Monte do Templo. Confronto que causou mais de 150 feridos.

Desde então a violência tem escalado e apesar dos apelos da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros órgãos internacionais, ainda não houve trégua para os ataques.

Por sua parte, o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, afirmou que “para alcançar a paz é preciso justiça” e alertou que “na medida em que os direitos de todos - tanto de israelenses como de palestinos - não sejam defendidos e respeitados, não haverá justiça e, portanto, não haverá paz na cidade”.

Na audiência geral do domingo passado, 09 de maio, o Papa já havia manifestado preocupação pelos eventos na faixa de gaza e apelou ao diálogo e ao fim da violência.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF