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quarta-feira, 19 de maio de 2021

DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

CFP

O Governo Federal sancionou a Lei 9.970/2000, instituindo o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa lei foi criada com o intuito de prestar honra à memória da pequena Araceli Crespo, de apenas 8 anos de idade, que desapareceu ao sair da escola em Vitória, ES. As investigações descobriram que ela foi raptada, drogada, estuprada e morta. Este terrível caso não foi o único e, infelizmente, muitas crianças e adolescentes continuam sofrendo violência sexual. Por isso, a preocupação em conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a extrema gravidade dessa realidade.

Mas, afinal, o que é o Abuso Sexual? Segundo a psicóloga Gleisse Pires (Clínica Multidisciplinar de Psicologia – @gleissepirespsi), “este fenômeno consiste numa relação adultocêntrica, sendo marcado pela relação desigual de poder; o agressor (pais/ responsáveis legais/pessoas conhecidas ou desconhecidas) domina a criança e/ou adolescente, se apropriando e anulando suas vontades, tratando-os, não como sujeitos de direitos, mas sim como objetos que dão prazer e alívio sexual”. Ela diz ainda que “os abusadores são pessoas próximas das crianças, inclusive da família; como o pai, avô, irmão, tio, padrasto, primos e por pessoas conhecidas; como vizinhos, amigos e professores”.

As consequências da violência são devastadoras e quem a sofre manifesta algum indicativo evidente em mudanças comportamentais, sejam físicas ou emocionais. Sendo assim, é importante estar sempre atento e vigilante a qualquer alteração comportamental de crianças e adolescentes, bem como se dispor a ouvi-los com atenção.

Como identificar se uma criança ou adolescente pode estar sofrendo violência sexual? Normalmente, eles fazem uma comunicação corporal e/ou comportamental, o que exige uma observação mais cautelosa. Os sinais mais comuns são:

  • Mudanças de humor – isolamento, ansiedade e medo inesperado
  • Conhecimento sexual inapropriado para a idade, brincadeiras, discurso e desenhos
  • Marcas físicas de agressão
  • Perturbação do sono
  • Fracasso escolar
  • Abuso de drogas
  • Abusa sexualmente de outras crianças, entre outas mudanças repentinas no comportamento

Como o agente da Pastoral Familiar pode agir para proteger as crianças e adolescentes que sofrem abuso e violência sexual?

Normalmente, as ocorrências acontecem no ambiente cotidiano da criança ou do adolescente e com pessoas do seu círculo familiar. Essa proximidade faz com que a vítima considere normais as atitudes do agressor e somente, após seguidas investidas, ela se sente incomodada. Neste momento, o agressor passa a ameaçá-la de diversas formas para evitar que ele seja descoberto e possa, então, continuar com suas investidas.

Há várias formas de ajudar e uma delas é aproximar-se e conquistar a confiança da criança e da família (em tempos de pandemia pode-se utilizar recursos tecnológicos e fazer contato por videochamada, telefonema, aplicativos de mensagens etc) e fazê-los acreditar que podem contar com o seu apoio. Além disso, é impreterível que se faça uma denúncia aos órgãos responsáveis, bem como oferecer acompanhamento à criança e à família que, caso seja aceito, a Pastoral Familiar, integrada às Pastorais da Catequese e do Menor e da Criança, e assessorada por especialistas da área, pode ampará-los para que se sintam seguros e protegidos.

A quem fazer as denúncias?

  • Conselho Tutelar mais próximo da moradia da vítima
  • Coordenação de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cisdeca) nos telefones (61) 3213 0657, 3213 0763, 3213 0766, plantão 24 horas, ou ainda pelo e-mail cisdeca@sejus.df.gov.br.
  • Disque 100, vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da república (SDH/PR)
  • Disque 180, vinculado ao ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Todas as denúncias podem ser anônimas

Material complementar.

https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/maio/CartilhaMaioLaranja2021.pdf/view

Arquidiocese de Brasília

Vaticano quer agilidade na vacinação dos padres

Pascal Deloche | Godong
Por I. Media

Cardeal observa que os sacerdotes são trabalhadores da linha de frente, arriscando suas vidas para fornecer apoio espiritual.

O cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero, diz que gostaria de ver mais agilidade na vacinação dos sacerdotes. Segundo o cardeal, os padres, em suas diferentes atividades pastorais, acabam exercendo funções de alto risco de contágio.

Os comentários do cardeal chegam num momento em que muitas partes do mundo continuam a ter acesso limitado a vacinas. De acordo com o The Economist em 5 de maio:

Na África, apenas 1% das pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina; na Ásia, 4,4% a receberam. Já na Europa e na América, os vacinados estão entre 22% e 44%, respectivamente, segundo o Our World in Data, projeto realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford.

Em uma entrevista concedida à agência de notícias Sir em 3 de maio, o prelado abordou pela primeira vez a gravidade do impacto da pandemia na Igreja Católica. Somente na Itália, o vírus causou a morte de 269 sacerdotes entre 1o de março de 2020 e 1o de março de 2021. “Muitos dos quais sucumbiram ao vírus enquanto se dedicavam generosamente a garantir que o Povo de Deus sentisse a proximidade de seus pastores”, lamenta.

Como muitos padres realizam um serviço social diariamente, o cardeal Stella insiste em que eles sejam integrados aos grupos de vacinação anticovid.

“Um padre dedica seu tempo ao exercício do seu ministério na paróquia, nas prisões, nos hospitais; assim, deve ser considerado parte de uma ‘categoria de risco’, por realizar um serviço ‘socialmente útil’”, diz ele.

Essa questão – prossegue o cardeal – deve ser foco de atenção das autoridades civis e eclesiásticas competentes. Para apoiar seu ponto de vista, o cardeal italiano citou um exemplo de boa colaboração entre a Igreja e as autoridades de uma grande cidade latino-americana.

Lá, no início da epidemia, o arcebispo teve que remover capelães dos hospitais porque eles eram muito idosos e corriam risco de ser infectados. “Em resposta, outros padres mais jovens se voluntariaram para servir em hospitais e obtiveram permissão das autoridades civis para fazê-lo, juntamente com equipamentos [de proteção] apropriados para exercer seu ministério com total segurança”, relata o cardeal.

Como resultado, ninguém nesta diocese morreu no hospital sem receber os sacramentos ou receber assistência espiritual, ressalta ele.

A Igreja Católica tem 414.065 sacerdotes em todo o mundo (dado de 2018).

Aleteia

Congresso Mariológico é iniciado em Aparecida

Guadium Press

São Paulo – Aparecida (18/05/2021 16:05, Gaudium Press) Será iniciado nesta terça-feira, 18 de maio, o 14º Congresso Mariológico promovido pela Academia Marial de Aparecida em parceria com a Faculdade Dehoniana de Taubaté.

O encontro, que pela primeira vez será realizado em formato totalmente online, seguirá o tema ‘Maria e a Eucaristia à luz do Magnificat no Ano de São José’. Os interessados podem acompanhar o evento através do Facebook e YouTube da Academia Marial.

Maria e a Eucaristia à luz do Magnificat no Ano de São José

Além de refletir o Magnificat, cântico entoado por Nossa Senhora quando estava grávida de Jesus, o tema escolhido se relaciona com o 18º Congresso Eucarístico Nacional, previsto para acontecer em novembro de 2022 na Arquidiocese de Olinda e Recife (PE).

“Nossa Senhora é a mulher eucarística por excelência. Ela fez de seu Magnificat uma prece eucarística, tal a beleza destas palavras. Naquele momento ela era tal qual um altar, já que ela levava em seu ventre divino o próprio Jesus”, ressalta o Padre José Ulysses da Silva, diretor da Academia Marial.

Programação do 14º Congresso Mariológico

Ao longo dos quatro dias de evento, oito palestrantes tratarão sobre o tema através de dez conferências. A cerimônia de abertura será às 19h desta terça-feira e contará com a participação do Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, o professor da Faculdade Dehoniana, Padre Joãozinho e o Padre José Ulysses.

Na manhã da quarta-feira, 19, o professor do Instituto Santo Tomás de Aquino, Frei Jonas Nogueira, ministrará duas palestras sobre o Magnificat. Na parte da tarde, o professor de Sagrada Escritura e Teologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Padre Mauro Negro, tratará a figura de São José como pai e Jesus e esposo de Maria.

https://youtu.be/mTJEf2lAQYE

Já na quinta-feira, 20, a religiosa argentina, Irmã Clara Temporelli, iniciará as reflexões do dia com a conferência ‘Maria, Mulher Eucarística’. Logo depois, será a vez da Doutora em Teologia e representante da SITP (Société International de Théologie Pratique) e do Observatório Eclesial Brasil, Alzirinha Rocha de Souza, relacionar a figura da Virgem Maria a práxis cristã. Durante a tarde, o Padre Joãozinho ministrará uma palestra sobre a história da Mãe de Jesus.

Por fim, na sexta-feira, 21, a pós-doutorada em Teologia Sistemática Pastoral, Irmã Lina Boff abrirá o ciclo de conferências, sendo precedida pelo especialista em Mariologia, Vinícius da Silva Paiva que fará uma palestra sobre ‘Maria e a Eucaristia, unidos pelo Magnificat’. O Congresso será encerrando pelo doutor em Teologia, Irmão Afonso Murad, que refletirá sobre o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, escrito por São Luís de Montfort. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

TEOLOGIA: Cristo, o Espírito Santo e a Igreja (Parte 1/5)

Ecclesia

Cristo, o Espírito Santo e a Igreja

Ioannis D. Zizioulas*
Trad.: Pe. André Sperandio

1. Introdução

Uma das críticas fundamentais que os teólogos ortodoxos expressaram em conexão com a eclesiologia do Vaticano II diz respeito ao "lugar" que o concílio deu à pneumatologia em sua eclesiologia. Em geral, parece que, em comparação com a cristologia, a peumatologia não foi tratada com a devida importância no ensino conciliar sobre a Igreja. Em particular, destacou-se que o Espírito Santo é introduzido na eclesiologia só depois de já estruturado o edifício da Igreja com material exclusivamente cristológico. Evidentemente, isto teve importantes consequências sobre o ensino do concílio em temas como os sacramentos, o ministério e as instituições eclesiais em geral.

A crítica pode ser válida em seu conjunto, mas quando nos perguntamos qual é o aspecto positivo, isto é, o que a Igreja Ortodoxa gostaria que o concílio tivesse feito com a pneumatologia em sua eclesiologia, enfrentamo-nos então com uma série de problemas. Em um de seus artigos, o Pe. Congar cita dois observadores ortodoxos no concílio, cujos nomes deixa respeitosamente no anonimato, que lhe disseram que, "se devemos propor um esquema De ecclesia bastaria dois capítulos: um sobre o Espírito Santo e outro sobre o cristão [1] . Esta citação é, em si mesma, uma clara indicação de como a teologia ortodoxa precisa levar à cabo uma profunda reflexão sobre a relação entre cristologia e pneumatologia, e de que o presente estado da teologia ortodoxa neste aspecto, não é absolutamente satisfatório.

Um rápido olhar para a história da moderna teologia ortodoxa no que diz respeito a este tema nos devolve à crítica do pensamento ocidental levada à cabo por Khomiakov no século XIX e à famosa idéia de sobornost que surgiu dela [2]. Khomiakov não disse nada especificamente acerca do problema que estamos tratando, mas suas opiniões fazem sentido apenas se se introduz uma boa dose de pneumatologia na eclesiologia. De fato, esta dose - que, a propósito, já havia sido generosamente dada à eclesiologia por um contemporâneo católico de Khomiakov, Johannes Möhler, em sua obra Die Einheit [3] - foi tão forte que fez da Igreja uma «sociedade carismática» mais que o «Corpo de Cristo». Isto levou teólogos ortodoxos posteriores, especialmente o Pe. Jorge Florovsky, a reiterar com especial ênfase que a doutrina da Igreja é um «capítulo da cristologia» [4]. Ao fazer isso, Florovsky colocou de forma indireta o problema da relação entre cristologia e pneumatologia, sem oferecer, não obstante, uma solução. De fato, há razões para crer que, mais que sugerir um síntese, inclinou-se por uma abordagem cristológica em sua eclesiologia.

O teólogo ortodoxo de nosso tempo que estava destinado a exercer a maior influência neste tema foi Vladimir Lossky. Suas opiniões são conhecidas, mas, em particular, é preciso mencionar dois aspectos: o primeiro é que há uma «economia do Espírito Santo» específica junto à do Filho [5]. O segundo, que o conteúdo da pneumatologia, diferentemente do da cristologia, deveria definir-se em termos eclesiógicos como referindo-se à «personalização» do mistério de Cristoi, sua apropriação pelo fiel que poderia denominar-se o aspecto «subjetivo» da Igreja (o outro, o objetivo, é próprio da cristologia) [6].

Assim, com ajuda do esquema «natureza frente à pessoa» Lossky defendeu que tanto a cristologia como a pneumatologia são componentes necessários da eclesiologia, e viu na estrutura sacramental da Igreja o aspecto cristológico «objetivo», que deverá estar constantemente acompanhado pelo aspecto «pessoal» ou «subjetivo». Este último se refere à liberdade e integridade de cada pessoa, à sua vida espiritual interior, à sua deificação etc. Parece oferecer possibilidades para uma síntese entre cristologia e pneumatologia na eclesiologia. No entanto, o esquema que elabora converte a abordagem de Lossky em algo enormemente problemático, como veremos posteriormente. Pelas mesmas razões, também seu primeiro aspecto, referido à «economia específica do Espírito», é questionável, e de fato faz da síntese algo tão complicado que deve ser abandonada.

Lossky não tirou conclusões das implicações que sua abordagem tinha para a estrutura real ou para as instituições da Igreja. O problema sobre como relacionar o institucional com o carismático, os aspectos cristologicos da eclesiologia com os pneumatológicos, ainda espera ser considerado pela teologia ortodoxa.

Os outros dois teólogos ortodoxos atuais que ressaltaram a importância da pneumatologia na eclesiologia reconheceram as dificuldades inerentes a qualquer dissociação entre a cristologia e pneumatologia. Nikos Nissiotis e o padre Boris Bobrinskoi sublinharam que a obra do Espírito Santo e a de Cristo caminham juntas e não podem ver-se separadas. Esta é uma correção importante às abordagens de Khomiakov e, em grande medida, de Lossky, ainda que a prioridade dada a pneumatologia se mantém tanto em Nissiotis como em Brobinskoy [7]. Não obstante a questão acerca de como a pneumatologia e a cristologia podem se unir em uma síntese completa e orgânica continua em aberto. Trata-se provavelmente de uma das questões mais importantes enfrentadas atualmente pela teologia Ortodoxa.

Como sugere esta breve revisão histórica, a teologia ortodoxa não tem uma resposta preparada para oferecer a esses problemas. Frequentemente se crê que a ortodoxia pode oferecer sua contribuição nos debates ecumênicos oferecendo sua pneumatologia. Isto pode ser verdade em certa medida, especialmente se o aporte ortodoxo serve para corrigir os excessos ocidentais na eclesiologia. Porém, na hora de fazer justiça aos componentes básicos, a tradição ortodoxa mesma ou – e isto é o mais importante - na hora de apresentar propostas positivas para enfrentar os problemas ecumênicos atuais, claro está que a teologia ortodoxa precisa colaborar com a teologia ocidental se quer ser útil a si mesma e aos outros.

Este breve estudo irá refletir sobre problemas e preocupações referentes à ortodoxia mesma que não é, em absoluto, imune a problemática pós-conciliar. A síntese adequada entre cristologia e pneumatologia é um assunto pendente, tanto para a ortodoxia como para o Ocidente.

Notas:

[1] Y. Congar, Actualité d'une pneumatologie: Proche-Orient Chrétien 23 (1973) 121-132, aquí 121.

[2] A. S. Khomiakov, L'Église Latine et le Protestantisme au point de vue de l'Eglise d'Orient, 1872; W. I. Birkbeck (ed.) Russia and the English Church during the last Fifty Years 1, 1895; G. Florovsky, Sobornost: The Catholicity of the Church, en The Church of God. An Anglo Russian Symposium, 1934; A. Gratieux, A. S. Khomiakov et le Movement slavophile I-II, 1939; E. Lanne, Le mystère de l'Eglise dans la perspective de la théologie orthodoxe: Irénikon 35 (1962) 171-212; esp. E. Suttner, Offenbarung, Gnade und Kirche bei A. S. Khomiakov, 1967; y recientemente, P. O'Leary, The Triune Church. A Study in the Ecclesiology of A. S. Khomiakov, 1982.

[3] J. A. Möhler, Die Einheit in der Kirche, oder das prinzip des Katholizismus, 1825. Cf. Y. Congar, La pensèe de Möhler et l'eclésiologie orthodoxe: Irénikon 12 (1935)) 321-329.

[4] G. Florovsky, Le corps du Christ vivant, en Le sainte Église universelle, Confrontation aecumenique, 1948, 12. Cf. también el estudio de J. Romanides, Orthodox Ecclesiology according to Alexis Khomiakov: The Greek Orthodox Theological Review 2 (1956) 57-73.

[5] Cf. V. Lossky, The Mystical Theology of the Eastern Church, 1957, especialmente 135ss, 156ss, 174ss.

[6] Cf. ibid.; também seu In the Image and Likeness of God, 1974, especialmente o capítulo 9.

[7] Cf. N. Nissiotis, The Importance of the doctrine of the trinity for Church Life and Theology, en A. J. Philippou (ed.) The Orthodox Ethos, 1964, especialmente 62-63; N. Nissiotis, Pneumatologie orthodoxe, en F. J. Leenhard e outros, Le Saint-Esprit, 1963; B. Brobinskoy, Le Saint Esprit dans la liturgie: Studia Liturgica 1 (1962) 47-60; Id., Présence réelle et communion eucharistiche: Revue des Sciences philosophiques et théologiques 53 (1969) 402-420.

Referência:

*ZIZIOULAS, Ioannis D. . Cristo, el Espírito y la Iglesia. In: ZIZIOULAS, Ioannis D. El Ser Eclesial. Persona, comunión, Iglesia . 1ª. ed. Salamanca: Sígueme, 2003. cap. 3, p. 137-155.


ECCLESIA

O Catecismo ensina: Os 8 surpreendentes símbolos do Espírito Santo

Espírito Santo / Crédito: Flickr Lawrence OP (CC-BY-NC-ND-2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 19 mai. 21 / 06:00 am (ACI).- O Espírito Santo é a Terceira Pessoal da Santíssima Trindade, que coopera com o Pai e o Filho desde o começo da história. A poucos dias de sua festa, Pentecostes, que celebraremos no próximo domingo, recordamos 8 símbolos que, segundo o Catecismo, o representam.

1. Água

O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois se torna em sinal sacramental do novo nascimento.

2. Unção

Simboliza a força. A unção com o óleo é sinônimo do Espírito Santo. No sacramento da Confirmação, unge-se o confirmado para prepará-lo para ser testemunho de Cristo.

3. Fogo

Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito.

4. Nuvem e luz

Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Assim, descendo sobre a Virgem Maria para “cobri-la com sua sombra”; no Monte Tabor, na Transfiguração; no dia da Ascensão; aparece uma sombra e uma nuvem.

5. Selo

É um símbolo próximo ao da unção. Indica o caráter indelével da unção do Espírito nos sacramentos e fala da consagração do cristão.

6. A Mão

Mediante a imposição das mãos, os Apóstolos e agora o Bispo transmitem o “dom do Espírito”.

7. O Dedo

“É pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demônios” (Lc 11,20). O hino “Veni Creator Spiritus” invoca o Espírito Santo como “digitus paternae dexterae” (“Dedo da mão direita do Pai”).

8. A Pomba

No Batismo de Jesus, o Espírito Santo aparece em forma de pomba e paira sobre Ele.

ACI Digital

S. PEDRO CELESTINO V, PAPA

Franciscanos

São Celestino V

Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.

Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.

Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada “dos Celestinos”, conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.

Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.

Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.

Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.

A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.

https://franciscanos.org.br/

terça-feira, 18 de maio de 2021

Mulheres sacerdotisas, celibato e poder de Roma

Sacerdotisas da Roma antiga | Amino Apps

Entrevista com o prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Piacenza

O cardeal Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero, raramente intervém no debate público. Ele evita, de fato, toda demagogia e presencialismo e é conhecido como homem de incansável e silencioso trabalho e como eficaz observador de todos os fenômenos que afetam a cultura contemporânea.

Extraordinariamente, ele nos concedeu esta entrevista sobre temas “candentes”, em um clima de cordialidade, mostrando essa criatividade pastoral que sempre aparece em um autêntico e fiel pastor da Igreja.

Eminência, com surpreendente periodicidade, há várias décadas, voltam a aparecer no debate público algumas questões eclesiais, sempre as mesmas. A que se deve este fenômeno?

Cardeal Piacenza: Sempre, na história da Igreja, houve movimentos “centrífugos”, que tendem a “normalizar” a excepcionalidade do evento de Cristo e do seu Corpo vivente na história, que é a Igreja. Uma “Igreja normalizada” perderia toda a sua força profética, não diria mais nada ao homem e ao mundo e, de fato, trairia o seu Senhor.

A grande diferença da época contemporânea é doutrinal e midiática. Doutrinalmente, pretende-se justificar o pecado, não confiando na misericórdia, mas deixando-se levar por uma perigosa autonomia que tem o sabor do ateísmo prático; do ponto de vista midiático, nas últimas décadas, as fisiológicas “forças centrífugas” recebem a atenção e a inoportuna amplificação dos meios de comunicação que vivem, de certa maneira, de contrastes.

Deve-se considerar a ordenação sacerdotal das mulheres como uma “questão doutrinal”?

Cardeal Piacenza: Certamente, como todos sabem, a questão já foi tratada por Paulo VI e o Beato João Paulo II, e este, com a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994, fechou definitivamente a questão.

De fato, afirmou: “Com o fim de afastar toda dúvida sobre uma questão de grande importância, que diz respeito à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar na fé aos irmãos, declaro que a Igreja não tem, de forma alguma, a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis da Igreja”. Alguns, justificando o injustificável, falaram de uma “definitividade relativa” da doutrina até esse momento, mas, francamente, esta tese é tão inusual que carece de qualquer fundamento.

Então, não há lugar para as mulheres na Igreja?

Cardeal Piacenza: Todo o contrário: as mulheres têm um papel importantíssimo no corpo eclesial e poderiam ter outro mais evidente ainda. A Igreja foi fundada por Cristo e não podemos determinar, nós, os homens, o seu perfil; portanto, a constituição hierárquica está ligada ao sacerdócio ministerial, que está reservado aos homens. Mas absolutamente nada impede de valorizar o gênio feminino em papéis que não estão ligados estreitamente ao exercício da ordem sagrada. Quem impediria, por exemplo, que uma grande economista fosse chefe da Administração da Sé Apostólica, ou que uma jornalista competente se tornasse porta-voz da Sala de Imprensa da Santa Sé?

Os exemplos podem se multiplicar em todos os desempenhos não vinculados à ordem sagrada. Há infinidade de tarefas nas quais o gênero feminino poderia realizar uma grande contribuição! Outra coisa é conceber o serviço como um poder e procurar, como o mundo faz, as “cotas” de tal poder. Considero, além disso, que o menosprezo do grande mistério da maternidade, que está sendo realizado nesta cultura dominante, tenha um papel muito importante na desorientação geral que existe com relação à mulher. A ideologia do lucro reduziu e instrumentalizou as mulheres, não reconhecendo a maior contribuição que estas, indiscutivelmente, podem dar à sociedade e ao mundo.

A Igreja, além disso, não é um governo político no qual é justo reivindicar uma representação adequada. A Igreja é outra coisa, a Igreja é o Corpo de Cristo e, nela, cada um é membro segundo o que Cristo estabeleceu. Por outro lado, a Igreja não é uma questão de papéis masculinos ou femininos, mas de papéis que implicam, por vontade divina, a ordenação ou não. Tudo o que um fiel leigo pode fazer, uma fiel leiga também pode fazer. O importante é ter a preparação específica e a idoneidade; ser homem ou mulher não é relevante.

Mas pode existir uma participação real na vida da Igreja, sem atribuições de poder efetivo e de responsabilidade?

Cardeal Piacenza: Quem disse que a participação na Igreja é uma questão de poder? Se fosse assim, cometeriam o grande erro de conceber a própria Igreja não como é, divino-humana, mas simplesmente como uma das muitas associações humanas, talvez a maior e mais nobre, por sua história; e deveria ser “administrada” distribuindo-se o poder.

Nada mais longe da realidade! A hierarquia da Igreja, além de ser de direta instituição divina, deve ser entendida sempre como um serviço à comunhão. Somente um erro, derivado historicamente da experiência das ditaduras, poderia conceber a hierarquia eclesiástica como o exercício de um ‘poder absoluto”. Que perguntem isso a quem está chamado a colaborar com a responsabilidade pessoal do Papa pela Igreja universal! São tais e tantas as mediações, consultas, expressões de colegialidade real, que praticamente nenhum ato de governo é fruto de uma vontade única, mas sempre o resultado de um longo caminho, em escuta do Espírito Santo e da preciosa contribuição de muitos.

A colegialidade não é um conceito sociopolítico, mas deriva da comum Eucaristia, do affectus que nasce do alimentar-se do único Pão e do viver da única fé, do estar unidos a Cristo, Caminho, Verdade e Vida. E Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre!

Não é muito o poder que Roma ostenta?

Cardeal Piacenza: Dizer “Roma” significa simplesmente dizer “catolicidade” e “colegialidade”. Roma é a cidade que a providência escolheu como lugar do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo e o que a comunhão com esta Igreja significou sempre na história: comunhão com a Igreja universal, unidade, missão e certeza doutrinal. Roma está ao serviço de todas as Igrejas e muitas vezes protege as Igrejas que estão em dificuldade pelos poderes do mundo e por governos que nem sempre são plenamente respeitosos com o imprescindível direito humano e natural que é a liberdade religiosa.

A Igreja deve ser considerada a partir da constituição dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, incluída, obviamente, a nota prévia ao documento. Lá, está descrita a Igreja das origens, a Igreja dos Padres, a Igreja de todos os séculos, que é a nossa Igreja de hoje, sem descontinuidade, a Igreja de Cristo. Roma está chamada a presidir na caridade e na verdade, únicas fontes reais da autêntica paz cristã. A unidade da Igreja não é o compromisso com o mundo e sua mentalidade, mas o resultado, dado por Cristo, da nossa fidelidade à verdade e da caridade que seremos capazes de viver.

Parece-me significativo, a este respeito, o fato de que hoje só a Igreja, como ninguém, defende o homem e sua razão, sua capacidade de conhecer a realidade e entrar em relação com isso; em resumo, o homem em sua integridade. Roma está a pleno serviço da Igreja de Deus que está no mundo e que é uma “janela aberta” ao mundo, janela que dá voz a todos os que não a têm, que convida todos a uma contínua conversão e, por isso, contribui – muitas vezes no silêncio e com o sofrimento, pagando às vezes com sua impopularidade – para a construção de um mundo melhor, para a civilização do amor.

Este papel de Roma não obstaculiza a unidade e o ecumenismo?

Cardeal Piacenza: O ecumenismo é uma prioridade na vida da Igreja e uma exigência absoluta que provém da própria oração do Senhor: “Ut unum sint”, que se converte, para todo cristão, em um “mandamento da unidade”. Na oração sincera e no espírito de contínua conversão interior, na fidelidade à própria identidade e na comum tensão da perfeita caridade dada por Deus, é necessário comprometer-se com convicção para que não haja contratempos no caminho do movimento ecumênico.

O mundo precisa da nossa unidade; portanto, é urgente continuar comprometendo-nos no diálogo da fé com todos os irmãos cristãos, para que Cristo seja o fermento da nossa sociedade. E também é urgente comprometer-se com os não-cristãos, isto é, no diálogo intercultural, para contribuir unidos para construir um mundo melhor, colaborando nas obras de bem e para que uma sociedade nova e mais humana seja possível. Roma, também nesta terra, tem um papel de propulsão único. Não há tempo para nos dividirmos: o tempo e as energias devem ser empregados para unir-nos.

Nesta Igreja, quem são e que papel têm os sacerdotes de hoje?

Cardeal Piacenza: Não são nem assistentes sociais nem funcionários de Deus! A crise de identidade é especialmente aguda nos contextos mais secularizados, nos quais parece que não existe lugar para Deus. Os sacerdotes, no entanto, são os de sempre: são o que Cristo quis que fossem! A identidade sacerdotal é cristocêntrica e, portanto, eucarística.

Cristocêntrica porque, como o Santo Padre recordou tantas vezes, no sacerdócio ministerial, “Cristo nos atrai dentro de Si”, envolvendo-se conosco e envolvendo-nos na sua própria existência. Tal atração “real” acontece sacramentalmente – portanto, de maneira objetiva e insuperável –, na Eucaristia, da qual os sacerdotes são ministros, isto é, servos e instrumentos eficazes.

É tão insuperável a lei sobre o celibato? Realmente não pode ser mudada?

Cardeal Piacenza: Não se trata de uma simples lei! A lei é consequência de uma realidade muito alta, que acontece somente na relação vital com Cristo. Jesus diz: “Quem tiver ouvidos, que ouça”. O sagrado celibato não se supera nunca, é sempre novo, no sentido de que, através disso, a vida dos sacerdotes se “renova”, porque se dá sempre em uma fidelidade que tem em Deus sua raiz e no florescer da liberdade humana, o próprio fruto.

O verdadeiro drama está na incapacidade contemporânea de realizar as escolhas definitivas, na dramática redução da liberdade humana, que se converteu em algo tão frágil, que não busca o bem nem sequer quando este é reconhecido e intuído como possibilidade para a própria existência. O celibato não é o problema; e as infidelidades e fraqueza dos sacerdotes não podem constituir um critério de juízo.

No demais, as estatísticas nos dizem que mais de 40% dos casamentos fracassam. Entre os sacerdotes, estamos em menos de 2%. Portanto, a solução não está, de forma alguma, na opcionalidade do sagrado celibato. Não será talvez questão de deixar de interpretar a liberdade como “ausência de vínculos” e de definitividade, e começar a redescobrir que, na definitividade do dom ao outro e a Deus consiste a verdadeira realização e felicidade humanas?

E as vocações? Não aumentariam, se abolissem o celibato?

Cardeal Piacenza: Não! As confissões cristãs nas quais, não existindo o sacerdócio ordenado, não existe a doutrina e a disciplina do celibato, encontram-se em um estado de profunda crise com relação às “vocações” de guia da comunidade – da mesma maneira que existem crises do sacramento do matrimônio uno e indissolúvel.

A crise da qual, na verdade, se está saindo lentamente, está ligada, fundamentalmente, à crise da fé no Ocidente. O que é preciso é comprometer-se a fazer a fé crescer. Este é o ponto. Nos mesmos ambientes, está em crise a santificação das festas, está em crise a confissão, está em crise o casamento etc. O secularismo e a conseguinte perda do sentido do sagrado, da fé e da sua prática, determinaram e determinam também uma importante diminuição do número dos candidatos ao sacerdócio.

A estas razões teológicas e eclesiais acrescentam-se algumas de caráter sociológico: a primeira de todas é a notável diminuição da natalidade, com a conseguinte diminuição dos jovens e das jovens vocações. Também este é um fator que não pode ser ignorado. Tudo está relacionado. Às vezes, estabelecem-se premissas e depois não se quer aceitar as consequências, mas estas são inevitáveis.

O primeiro e irrenunciável remédio para a diminuição das vocações foi sugerido pelo próprio Jesus: “Orai, portanto, ao dono da messe, para que envie operários para a sua messe” (Mt 9, 38). Este é o realismo da pastoral das vocações. A oração pelas vocações – uma intensa, universal, dilatada rede de oração e de adoração eucarística, que envolva todo mundo – é a verdadeira e única resposta possível para a crise da resposta às vocações. Onde esse comportamento orante é vivido de forma estabelecida, pode-se afirmar que se leva a cabo uma recuperação real.

É fundamental, além disso, prestar atenção à identidade e especificidade na vida eclesial, de sacerdotes, religiosos – estes na peculiaridade dos carismas fundacionais dos próprios institutos de pertença – e fiéis leigos, para que cada um possa, na verdade e na liberdade, compreender e acolher a vocação que Deus pensou para ele. Mas cada um deve ser autêntico e cada dia deve se comprometer em tornar-se o que é.

Eminência, neste momento histórico, se o senhor tivesse que resumir a situação geral, o que diria?

Cardeal Piacenza: Nosso programa não pode ser influenciado por querer estar por cima a todo custo, de querer sentir-nos aplaudidos pela opinião pública: nós devemos somente servir, por amor e com amor, o nosso Deus no nosso próximo, seja ele quem for, conscientes de que o Salvador é somente Jesus. Nós devemos deixá-lo passar, deixá-lo agir através das nossas pobres pessoas e do nosso compromisso cotidiano. Devemos colocar o que é “nosso”, mas também o que é “seu”. Nós, diante das situações aparentemente mais desastrosas, não devemos nos assustar. O Senhor, na barca de Pedro, parecia dormir, parecia! Devemos agir com energia, como se tudo dependesse de nós, mas com a paz de quem sabe que tudo depende do Senhor.

Portanto, devemos recordar que o nome do amor, no tempo, é “fidelidade”! O crente sabe que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e não é “um” caminho, “uma” verdade, “uma” vida. Portanto, a coragem da verdade, pagando o preço de receber insultos e desprezo, é a chave da missão na nossa sociedade; é essa coragem que se une ao amor, à caridade pastoral, que deve ser recuperada e que torna fascinante, hoje mais do que nunca, a vocação cristã. Eu gostaria de citar o programa formulado sinteticamente em Stuttgart pelo Conselho da Igreja Evangélica em 1945: “Anunciar com mais coragem, rezar com mais confiança, crer com mais alegria, amar com mais paixão”.

Por Antonio Gaspari

Fonte: Zenit

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Protestantes comungam e mulheres pregam na Alemanha

Catedral de Frankfurt. Crédito: Mylius / Creative Commons

BERLIM, 18 mai. 21 / 01:41 pm (ACI).- Protestantes receberam a comunhão em igrejas católicas de Frankfurt, Alemanha, no domingo, 16 de maio. No dia seguinte, mulheres fizeram a homilia da missa em diferentes partes do país. As duas ações são proibidas na Igreja Católica. O Código de Direito Canônico, lei que regulamenta a Igreja Católica, esabelece que “os ministros católicos só administram licitamente os sacramentos aos fiéis católicos, os quais de igual modo somente os recebem licitamente dos ministros católicos” (Cânon 844). Na Igreja Católica, o sermão na missa é reservado a um ministro ordenado: diácono, padre ou bispo. Leigos não podem fazer a homilia.

Entre os dias 13 e 16 de maio, as igrejas cristãs da Alemanha realizaram seu Terceiro Encontro Ecumênico. O evento, que aconteceu principalmente de forma virtual, teve como dia principal o sábado, 15 de maio.

De acordo com a KNA, a agência de notícias do episcopado alemão, o terceiro encontro ecumênico terminou no sábado com quatro serviços litúrgicos em que “a decisão consciente dos visitantes individuais” de “participar da ceia de outra denominação" determinou o cesso à eucaristia. Protestantes receberam a Sagrada Comunhão em missas católicas e católicos participaram do momento da ceia em celebrações protestantes.

O presidente da conferência episcopal alemã, Georg Bätzing, bispo de Limburg, disse que o evento deveria ser "ecumenicamente sensível" quando se trata de dar o sacramento da Eucaristia aos protestantes. “Não se trata de uma intercomunhão no sentido de um convite recíproco geral para participar na Eucaristia e na Ceia do Senhor, mas de como tratamos a consciência pessoal de cada cristão católico ou protestante”, disse Bätzing à CNA Deutsch, agência de língua alemã do Grupo ACI.

Em uma entrevista à KNA em abril, Bätzing disse que “daria a Comunhão a alguém que acredita no que nós católicos acreditamos e deseja receber o corpo do Senhor com fé na presença real de Jesus Cristo”. O bispo de Limburg instruiu os padres de sua diocese a dar a comunhão aos protestantes que a solicitassem desde que estes tivessem feito um exame de consciência.

Na missa celebrada na catedral de Frankfurt, Bettina Limperg, luterana e presidente protestante do encontro ecumênico, recebeu a comunhão. O presidente católico do fórum, Thomas Stemberg, foi a um serviço protestante.

Na conta de Twitter do encontro, Limperg foi questionada sobre “como era a Eucaristia”. Ela respondeu que se sentiu “muito bem-vinda” e naquele momento não “sentiu diferença alguma”.

O reitor da catedral de Frankfurt, padre Johannes zu Eltz, pediu desculpas aos protestantes presentes na missa, porque frequentemente têm que lutar contra "a arrogância e a limitação do lado católico". "Eu peço desculpas por isso e agradeço sua enorme paciência”.

Em sua homilia, o sacerdote disse que se as igrejas e os cristãos "confiarem umas nas outras e em Deus, o mundo poderá experimentar um cristianismo mais convincente".

As homilias feitas por mulheres foram uma iniciativa da Federação das Católicas Alemãs (KFD na sigla em alemão), um grupo de mulheres católicas que participa do Caminho Sinodal.

Membros da KFD assinalaram nesta segunda-feira 17 de maio o “Dia da Pregadora”, e como parte da iniciativa, 12 mulheres em 12 paróquias alemãs predicaram sobre o Evangelho no momento da homilia.  

O dia 17 de maio foi escolhido por ser a data em que a Igreja de Roma celebrava Andrônico e Júnia personagens do Novo Testamento citados por São Paulo na Epístola aos Romanos (6, 17): “Saudai Andrônico e Júnia, meus parentes e cativos comigo, os quais são ilustres entre os apóstolos e foram em Cristo antes de mim”, na tradução do padre Matos Soares.

A KFD alega que a identidade de Júnia como mulher e como apóstola foi apagada na Igreja.

Para a KFD o objetivo das homilias feitas por mulheres era incentivar “uma Igreja com igualdade de gênero” onde “as mulheres são chamadas a pregar”. “Ninguém tem o direito de negar-lhes este chamado só porque são mulheres", diz a KDF.

ACI Digital

Descubra o último lugar que Jesus pisou na terra

trabantos - Shutterstock
Por Inma Alvarez

O local continua sendo um dos pontos imperdíveis de Jerusalém, apesar de não pertencer mais à Igreja Católica.

De acordo com os Evangelhos, Jesus se despediu de seus discípulos do topo do Monte das Oliveiras, de onde subiu aos Céus.

Apesar da importância deste momento para os seguidores de Jesus, o local da ascensão não é um dos mais “emblemáticos” da Cidade Santa, como a Basílica do Santo Sepulcro ou o Getsêmani.

A razão é que, depois de séculos, o local passou a estar sob jurisdição muçulmana, e o culto cristão só é permitido esporadicamente. Você pode visitar, é claro, pagando uma quantia simbólica.

A constante destruição e perda de bens por parte dos cristãos impediu que chegasse até nós aquele que foi um dos edifícios mais singulares da Terra Santa: uma basílica sem telhado, de onde os fiéis pudessem meditar sobre a ascensão de Jesus rumo ao seu lugar à direita do Pai.

Como explica o eminente arqueólogo franciscano Florentino Díez em seu Guia da Terra Santa, desde a antiguidade há testemunhos, como o de Egeria, que falam da existência de um edifício baixo onde os cristãos celebravam o culto.

História

Tal construção foi destruída pelos persas (ano 614) e reconstruída pelo patriarca Modesto, mantendo sua característica abóbada aberta, através da qual o céu podia ser visto. No interior – como hoje na pequena capela existente – abrigava-se o que pela tradição se acredita ser a última pedra que os pés de Jesus tocaram antes de subir aos Céus.

chapel ascension

Na época das Cruzadas, o edifício foi demolido. No lugar, foi construído um tipo de pórtico a céu aberto, que é a construção atual, mas à qual os muçulmanos acrescentaram uma cúpula, fechando o telhado e impedindo a vista do céu, comprometendo assim a singularidade desse lugar.

O restante das edificações adjacentes também foi destruído pelos muçulmanos. Apenas a pequena capela está preservada, porque para o Islã este também é um lugar sagrado, dada a veneração que professam ao Filho de Maria.

A Capela da Ascensão, no entanto, continua sendo um dos lugares que vale a pena visitar em Jerusalém. Fica bem perto da gruta onde a tradição afirma que Jesus ensinou os discípulos a rezar o Pai Nosso. E a vista da Cidade Santa, do alto do monte, é espetacular.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF