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domingo, 23 de maio de 2021

Virgem Maria, Esposa do Espírito Santo

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

A Virgem Maria tem uma ligação estreita com o Divino Espírito Santo. Ela concebeu Jesus por obra Dele; é santa e Imaculada por Sua obra; esteve com os Apóstolos no dia de Pentecostes; e se tornou Mãe da Igreja e Mãe de cada homem e mulher que Jesus resgatou com Seu sangue.

Portanto, é muito importante que aquele que é batizado no Espírito Santo, tenha um conhecimento profundo sobre o que a Igreja ensina sobre a Mãe de Deus, e tenha intimidade com Ela. Por isso, vamos apresentar aqui um resumo do que a Igreja ensina.

A predestinação de Maria

A Igreja ensina que a Virgem Maria foi predestinada por Deus, desde sempre, para ser a Mãe do Redentor dos homens.

Diz o Catecismo:

“Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para “formar-lhe um corpo” quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27):

“Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” (§488).

A Imaculada Conceição

“Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”.

Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus (CIC, §490).

A Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi redimida desde a concepção. É isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX:

“A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original”.

Os Padres da Igreja chamam a Mãe de Deus de “a toda santa” (Pan-hagia), celebram-na como “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura”. Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

A maternidade divina de Maria

Maria é verdadeiramente “Mãe de Deus”, pois é a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus.

Ela “permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre” (Santo Agostinho, Sermão, 186,1).

Os Evangelhos a chamam de “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1;19,25); sob o impulso do Espírito Santa Isabel, já antes do nascimento de seu Filho, a chama de “a Mãe de meu Senhor”: “Donde me vem que a mãe de meu Senhor me visite?” (Lc 1,43). Os judeus só chamavam a Deus de Senhor. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).

Por causa da heresia nestoriana, de Nestório, patriarca de Constantinopla, que negava ser Maria Mãe de Deus, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso em 431, confessaram que “o Verbo, unindo a si em sua pessoa uma carne animada por uma alma racional, se tornou homem”. O Concílio de Éfeso proclamou que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio: “Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado, dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne”.

Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos, então, lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: “Seja feita a vossa vontade”.

A virgindade de Maria

A Igreja ensina que a Virgem Maria, é virgem perpétua; como disse Santo Agostinho: “Virgem antes, durante e depois do parto”. Santo Inácio de Antioquia, mártir (†107), escreveu: “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, verdadeiramente nascido de uma virgem…”. “O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus”.

O Catecismo da Igreja diz, sem medo de errar, que: “O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria como a Aeiparthenos (pronuncie áeiparthénos), sempre virgem” (§499).

O Papa Paulo IV, em 7 de agosto de 1555, apresentou a perpétua virgindade de Maria entre os temas fundamentais da fé.

Assim se expressou: “A Bem-aventurada Virgem Maria foi verdadeira Mãe de Deus, e guardou sempre íntegra a virgindade, antes do parto, no parto e constantemente depois do parto”.

Santo Agostinho afirma: “Cristo nasceu com efeito da Mãe que embora sem contato com varão concebeu intacta, e sempre intacta permaneceu, concebeu virgem, dando à luz virgem, virgem morrendo, embora fosse desposada com o carpinteiro, extinguiu todo orgulho da nobreza carnal”. E ainda: “Uma virgem concebe, virgem leva o fruto, uma virgem dá à luz e permanece perpetuamente virgem”.

São Cirilo de Alexandria (†442), deixou-nos uma bela comparação: Se a luz atravessa a vidraça de um lado para outro sem quebrá-la, não podia o Verbo entrar e sair do ventre de Sua Mãe sem rasgar as paredes?

Assunção ao céu

É dogma de fé que Nossa Senhora, após a sua vida terrena, foi elevada ao Céu de corpo e alma. É a única criatura que já está no céu com o seu corpo, além de Jesus. Todos os demais santos estão no céu só com a alma, aguardando a ressurreição do corpo na Parusia, quando Cristo voltar. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, pronunciou o dogma:

“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo”.

A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte […]” (Liturgia bizantina, festa da dormição de Maria).

Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja

Nossa Senhora é verdadeiramente “Mãe dos membros [de Cristo] (…), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça” (Santo Agostinho).

O próprio Jesus moribundo na cruz, com lábios de sangue, nos deu sua Mãe para ser nossa Mãe espiritual: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26-27). E o evangelista São João a levou para a sua casa; foram morar em Éfeso numa casinha que existe ainda hoje nas montanhas da cidade.

Após a Ascensão de Jesus Filho, Maria “assistiu com suas orações a Igreja nascente”. Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, “vemos Maria pedindo, também ela, com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra”.

O Concílio Vaticano II disse: “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça” (LG, 61).

“Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. […] Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (LG, 62).

A mediação da Virgem Maria

É preciso entender que a mediação de Maria junto a Deus não substitui a única e indispensável Mediação de Jesus; é uma mediação subordinada, “por dentro” da de Cristo. Sem a Mediação única de Cristo (1Tm 2,4), nenhuma outra tem valor e eficácia. Veja o que disse o Concílio Vaticano II:

“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força. Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte” (LG, 62).

“A Igreja não hesita em proclamar esse múnus subordinado de Maria. Pois sempre de novo o experimenta e recomenda-o aos fiéis para que, encorajados por essa maternal proteção, mais intimamente adiram ao Mediador e Salvador” (LG, 62).

Os santos doutores garantem que a Virgem Maria é “medianeira de todas as graças”. Coloco aqui algumas citações de nosso livro A mulher do Apocalipse:

São Bernardo, doutor da Igreja, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.

São Bernardino de Sena: “Todos os dons, virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer”. “Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias”.

Santo Efrém, doutor da Igreja (†373): “Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, Distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, Ponte do mundo inteiro para o céu. Olhai benigna para minha fé e meu desejo que me foram inspirados por Deus”.

São Boaventura (1218-1274), bispo e doutor da Igreja: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós”.

Santo Alberto Magno, doutor da Igreja (†1280): “É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano”.

São Pedro Canísio (1521-1597), doutor da Igreja: “O Filho atenderá Sua Mãe e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda nossa esperança”.

São Roberto Belarmino (1542-1621), bispo e doutor da Igreja: “Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico”.

A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão. A Igreja presta a ela um culto chamado de “hiperdulia”, “superveneração”, por ser a Mãe gloriosa e bendita de Deus. Ela mesma anunciou que isso se daria:

“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).

Retirado do livro: “Descerá sobre Vós o Espírito Santo!”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

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Como faço para transmitir a fé para meus filhos?

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Por Prof. Felipe Aquino

Educar os filhos na fé é um grande desafio

Os primeiros catequistas dos filhos são os pais. São Tomás de Aquino disse que “a missão dos pais é uma tarefa, até certo ponto, paralela ao sacerdócio dos padres” (Contra os Gentios 4,58).

“Pela graça do sacramento do matrimônio os pais receberam a responsabilidade e o privilégio de evangelizar seus filhos. Por isso, os iniciarão desde a tenra idade nos mistérios da fé, da qual são para os filhos os ‘primeiros arautos’ (Lumen Gentium,11). Associá-los-ão desde a primeira infância à vida da Igreja. A catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé” (Cat.§2225-6).

Nunca esqueci o terço que aprendi a rezar, aos cinco anos de idade, no colo de minha mãe. Pobre filho que não tiver uma mãe que lhe ensine a rezar! Será difícil levar alguém para Deus, se isso não for feito, em primeiro lugar, pelos pais.

É com o pai e a mãe que a criança tem de ouvir, em primeiro lugar, o nome de Deus, de seu Filho amado Jesus Cristo, de sua vida, seus milagres, seu amor por nós, sua divindade, sua doutrina e tudo o mais. É no colo da mãe e do pai que a criança precisa aprender a rezar, a conhecer os sacramentos e os mandamentos da lei de Deus e a Igreja.

Quando fala aos pais sobre a educação dos filhos, São Paulo recomenda: “Pais, não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor” (Ef 6,4). Sem a “doutrina do Senhor” não será possível educar. Dom Bosco ensinava que “não é possível educar os jovens sem a religião”. Seu método preventivo e seguro de educar, estava na trilogia: amor – estudo – religião.

Como educar os filhos na fé do Cristo e da Igreja?

A base da educação dos filhos – humana e/ou religiosa – deve ser o amor e a “conquista” dos filhos pelos pais. A educação humana caminha junto com a espiritual. Estou cada vez mais convicto de que só pela conquista podemos hoje educar bem os nossos filhos e torná-los religiosos naturalmente, sem traumas. Antes de você mostrar a seu filho que Deus o ama, você tem de mostrar-lhe que você o ama de verdade, e gasta sua vida com ele.

Você já notou que um rapaz apaixonado por uma moça faz tudo o que ela quer e com muito gosto? Pois bem, seu filho deve ter essa “paixão” por você. Se você conseguir isso, ele vai lhe obedecer em tudo, vai assimilar tudo o que você lhe ensinar e vai viver segundo os seus valores. E você vai levá-los a Deus e à Igreja suavemente. Qualquer que seja o ambiente que esteja, ele vai se lembrar sempre de você e fazer segundo o que aprendeu, simplesmente porque você o cativou.

O que é, afinal, conquistar um filho?

Evidentemente, não é dar a ele tudo o que ele quer nem deixar de corrigi-lo quando erra. Não é com o que você dá para o seu filho que você vai conquistá-lo; é com o que você “é” para o seu filho e diante dele. Antes de mais nada, ele vai ter de experimentar que você o ama de verdade: você está do lado dele quando ele precisa de você; ele nota que você gasta tempo com ele; que ele é mais importante que o seu jornal, o seu passeio, o filme a assistir, o programa com os amigos etc.

Ele precisa perceber que é a “primeira” prioridade da sua vida. Como é bela aquela frase do “Pequeno Príncipe” que diz assim: “Foi o tempo que gastaste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante”.

Você também vai conquistar o seu filho com o que você é diante dele: um homem honrado, trabalhador, religioso, fiel à esposa e aos filhos, que tem um nome honrado, respeitado etc. Saiba de uma coisa: nós educamos os filhos muito mais pelo que somos e fazemos diante deles, do que pelo que lhes dizemos. O exemplo impregna, convence e arrasta. Somente as palavras que brotam de um coração apaixonado podem produzir fruto no ser amado.

Você vai conquistar o seu filho confiando nele, elogiando-o muito mais do que censurando-o, enaltecendo os seus valores e jamais afundando-o com críticas azedas. Você vai conquistar o seu filho propiciando para ele um ambiente de paz e concórdia em casa, onde os pais não brigam e discutem na sua frente. Lembre-se que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos” (André Bergè).

Educação religiosa

A educação religiosa dos filhos depende muito do bom relacionamento dos pais. O amor e o carinho recíproco dos esposos é a base da educação dos filhos. A harmonia conjugal atinge diretamente a criança para o bem ou para o mal; por isso, antes de tudo, cuide do casamento.

Você vai conquistar o seu filho não apenas sendo seu amigo, mas também sendo amigo dos seus amigos. Você vai conquistar o seu filho corrigindo-o com carinho e muito amor, sem gritos, ofensas nem humilhações, nunca na presença dos outros, sempre garantindo-lhe uma sagrada privacidade; e não vai corrigi-lo quando estiver nervoso, cansado e aborrecido. Não afaste o seu filho de você; ao contrário, aproxime-o, e também os seus amigos.

Seu filho é filho de Deus antes de ser seu. A educação religiosa é a dimensão mais alta dele; por isso, coloque-o numa boa catequese, numa boa preparação para a Crisma, e faça-se presente junto aos catequista e os ajude. Os catequistas reclamam que os pais simplesmente abandonam os seus filhos nas catequeses, e algumas vezes até os atrapalham.

Dar exemplo e acompanhá-los

Os pais não podem apenas mandar os seus filhos à igreja, devem levá-los. É vendo o pai e a mãe se ajoelharem, que um filho se torna religioso, mais do que ouvindo muitos sermões. Alguém disse um dia que “quando Deus tem seu altar no coração da mãe, a casa toda se transforma em um templo”. É vendo os pais rezando em casa, na mesa e na igreja, que os filhos absorvem a fé. Reze com seus filhos.

Acompanhe o que seu filho está aprendendo na escola sobre a moral e a fé. Há professores revoltados com a Igreja católica e que vivem “derramando a sua bílis” amarga contra o que é sagrado, sobre os nossos filhos, nas salas de aulas. Especialmente no que se refere à educação sexual, é preciso uma atenção redobrada, pois, em algumas escolas, o que se ensina é uma depravação sexual, com cartilhas obscenas.

Ensine seu filho a rezar, a valorizar as qualidades que ele tem. Ensine-o a olhar para as suas mãos perfeitas e dizer: “Muito obrigado, Senhor!”. Ensine-o a ver os seus olhos que enxergam longe, seus ouvidos que ouvem o cantar dos grilos e dizer: “Obrigado, Senhor!”. Ensine-o a olhar para a beleza e vigor da sua juventude e dizer: “Obrigado, meu Deus!”. Mostre Deus a seus filhos pelo Rosto dele na criação.

Desde pequeno, cultive a virtude nos seus filhos, a humildade, a mansidão e a bondade. Coíba os exibicionismos, o egoísmo e as brigas. Os pais devem cultivar nos filhos as atitudes de sobriedade, discrição, respeito, acolhimento etc., e não, como tanto se vê, atitudes de exibicionismo.

educação religiosa exige, hoje, um cuidado com a televisão e a internet. Procure saber o que seu filho está vendo e assistindo. Proíba os programas e filmes que exploram o sexo, a violência e o “mundo cão”, onde as pessoas expõem seus problemas íntimos, de maneira baixa e sensacionalista. A censura hoje praticamente acabou; de fato, resta apenas aos pais exercê-la em casa. Os pais precisam saber criar programas alternativos para tirar as crianças da frente da TV e da internet. Educar é um ato de amor, mais ainda educar para a fé e para Deus.

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Charles de Foucauld e Nossa Senhora

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Por Vanderlei de Lima

Para sermos irmãos de Jesus, é absolutamente necessário que sejamos filhos de Maria.

Charles de Foucauld foi, de modo inegável, um filho exemplar de Nossa Senhora. Tem ele belíssimas passagens a propósito de nossa Santa Mãe. No presente artigo, transcrevemos duas delas. Vale a pena lê-las com atenção. 

Na primeira – verdadeira oração de entrega –, Foucauld bem demonstra que não é possível ser irmão de Jesus, Nosso Senhor, sem ser, antes, filho de Nossa Senhora. Eis sua prece: “Santíssima Virgem, eu me entrego a vós, Mãe da Sagrada Família. Fazei que eu leve a vida da divina família de Nazaré. Fazei que eu seja vosso digno filho, digno filho de São José, verdadeiro irmão mais novo de Nosso Senhor Jesus. Ponho minha alma em vossas mãos, eu vos dou tudo aquilo que sou, a fim de que façais de mim o que mais agradar a Jesus. Se eu tiver que tomar alguma resolução especial, fazei que eu a tome. Acolhei-me. Só uma coisa quero: ser e fazer a todo instante o que mais agrade a Jesus. Eu vos dou e a vós confio, bem-amada Mãe, minha vida e minha morte” (Antoine Chatelard. Charles de Foucauld: o caminho rumo a Tamanrasset. São Paulo: Paulinas, 2009, p. 237).

Na segunda, ao meditar sobre o Evangelho de São João 19,26-27, nosso eremita escreve sobre a Mãe: “(…) ‘Eis aí o seu filho’. Essas palavras se dirigem à santíssima Virgem. Nosso Senhor lhe confia todos os seres humanos como filhos, mandando que ela tenha coração de mãe para com todos… Ela cumpriu, e na eternidade continuará cumprindo, com perfeição incomparável, essa ordem de Deus, como a todas as outras ordens. Estamos, portanto, absolutamente certos de que ela tem coração materno para com todos os seres humanos. E nos dirigimos a essa Mãe dileta e tão poderosa em todas as nossas necessidades, com tanta confiança quanto é grande a confiança que uma criança tem na própria mãe. E nos dirigimos a esta mãe que ama infinitamente mais do que possa amar qualquer mãe terrena, a esta mãe que pode alcançar de Deus absolutamente tudo o que é verdadeiramente útil para nossa alma…”.

Sobre nós, os filhos diz: “‘Eis aí a sua mãe’. Essas palavras se dirigem a cada alma. Todos nós que devemos tratar a santíssima Virgem como nossa mãe, cumprir para com ela os deveres que o bom filho tem para com sua mãe: afeto, honra, serviço, confiança, numa palavra, tudo o que Nosso Senhor mesmo tributava à santíssima Virgem. Vamos ter por ela amor, vamos honrá-la, fazendo-lhe uma coroa, entretendo-nos com ela na oração, prestando serviço a ela, colaborando, da melhor maneira que nos for possível, com todas as obras que ela nos concede fazer, com todas aquelas que são assumidas em sua honra. Tenhamos nela confiança absoluta, e a invoquemos, sem hesitar, com toda essa confiança, em todas as nossas necessidades, em todos os nossos desejos, em todas as nossas ações. Em poucas palavras, façamos por ela tudo o que fazia Nosso Senhor quando estava neste mundo, na medida em que nos for possível. Demonstremos a ela que somos filhos muito ternos, lembrando-nos de que este é o ponto essencial da obediência a Jesus e da imitação de Jesus. Sim, da obediência, pois é ele quem assim nos ordena, de maneira tão clara e tão solene, do alto da cruz. Sim, da imitação, porque ele foi sempre, para com sua mãe, o modelo de todos os filhos… (É evidente, por outro lado, que nós, aspirando a ser irmãos de Jesus, tais não podemos tornar-nos, se não nos mostrarmos verdadeiramente filhos de Maria. Para sermos irmãos de Jesus, é absolutamente necessário que sejamos filhos de Maria.)” (Meditações sobre a Paixão do Senhor. São Paulo: Paulus, 2016, p. 62-63). 

Eis como podemos entender o apreço de Foucauld para com o Rosário (a coroa de rosas por nós oferecida à Santíssima Virgem), o Angelus (a saudação mariana repetida três vezes ao dia, às 6, 12 e 18 horas) e as festas marianas ao longo do ano litúrgico. 

Que Nosso Senhor, por intercessão de Sua Mãe, nos faça ardorosos imitadores do eremita do Saara na devoção à Virgem Maria. Amém!

Aleteia

Reflexão para o Domingo de Pentecostes - Ano "B"

Pentecostes | Vatican News

A liturgia nos propõe celebrarmos Pentecostes, a vinda do Advogado, do Defensor, o Espírito Santo, Consolador.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Em meio a essa barafunda em que vivemos, pessoas das culturas, classes sociais, ideologias, raças, orientação sexual, religiosidades, línguas, regimes políticos, tudo o mais variado e sem muita conexão, ao contrário, tudo muito bem desconexo, vivemos perplexos e atemorizados com nossa própria segurança, inclusive inseguros com nossa saúde e vida, já que a pandemia causada pelo novo coronavírus foi politizada, sabendo que a mudança de valores é grande e a incerteza, também.

Em meio a tudo isso, a liturgia nos propõe celebrarmos Pentecostes, a vinda do Advogado, do Defensor, o Espírito Santo, Consolador.

A primeira leitura extraída de Atos 2, 1-11, nos fala de uma situação semelhante à nossa, que sofre a harmonização de todo o ambiente, sem nivelar ou uniformizar a sociedade.

Todos são tomados pelo mesmo Espírito e “falam a mesma língua”, ou seja, são concordes em tudo e transmitem essa união dos corações, mantendo as características e contributos específicos de cada qual. E a riqueza da criação se manifesta e é reconhecida e louvada por todos, já que tudo e todos buscam a união e estão submetidos à vontade do Deus Altíssimo. Existe o leque com sua riqueza de varetas, mas todas estão unidas em um ponto que as une, sede da sabedoria, ética e de princípios que não as deixam se perder.

A segunda leitura, 1Coríntios 12, 3-7.12-13 nos traz a solução para conseguirmos o resultado proposto pela primeira leitura e ansiado pela nossa realidade. A presença do Espírito Santo será nossa salvação, a possibilidade de nos mantermos plurais, mas unidos em sociedade.  “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”; diz o versículo 7. Fomos batizados em um único Espírito! (13)

O Evangelho, João 20, 19-23, deixa claríssima a vontade de Jesus para nós, que tenhamos paz – nessa perícope, ele a dá pelo menos duas vezes – além de nos dar o Espírito Santo e a missão de perdoar os pecados. O novo homem é criado para restaurar o mundo conforme a vontade de Deus. Somos ou deveríamos ser os alegres mensageiros da paz, do perdão, da reconciliação. Jesus, antes de dar a missão de perdoar os pecados, de reconciliar, sopra sobre os discípulos (22), o que nos recorda Genesis 2, 7, a criação do ser humano. E essa nova sociedade, a Igreja, é constituída para a missão de perdoar, de reconciliar, de trazer a paz. Somos batizados para a nossa salvação. Por isso recebemos a vela acesa na cerimônia do batismo, para sermos luz, para sermos pessoas que levantam o ânimo de todos, pessoas para cima, com grande autoestima, porque portamos o Espírito Santo, Aquele que faz nova todas as coisas!

Vatican News

Em Pentecostes, papa faz chamado à unidade da Igreja diante daqueles que buscam divisão

Papa Francisco durante a oração do Regina Coeli.
Foto: Vatican Media
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 23 mai. 21 / 09:35 am (ACI).- Nesta solenidade de Pentecostes, 23 de maio, o papa Francisco fez um chamado à “unidade e universalidade da Igreja”, apelo que, segundo o Pontífice, é muito necessário hoje, “na Igreja existem grupinhos que buscam sempre a divisão, separar-se dos outros”.

“Este não é o Espírito de Deus: o Espírito de Deus é a harmonia, é unidade, une as diferenças”, disse o Santo Padre durante a oração Regina Coeli, no Palácio Apostólico do Vaticano.

Nesse sentido, o papa Francisco recordou as palavras de “um bom cardeal, que foi arcebispo de Gênova, que dizia que a Igreja é como um rio. O importante é estar dentro. Que você esteja um pouco deste lado, um pouco do outro, não interessa”.

“O Espírito Santo faz a unidade”. Este cardeal “usava a figura do rio. O importante é estar dentro na unidade do Espírito e não olhar para as pequenezas, que você está nesta parte, que você está naquela outra parte, que você vê desta forma, você vê desta outra... Isso não é de Deus. A Igreja é para todos, para todos, como mostrou o Espírito Santo no dia de Pentecostes”.

O Santo Padre explicou que, “no dia de Pentecostes, os discípulos de Jesus ainda estavam desorientados e amedrontados. Ainda não tinha a coragem de sair a público”.

Da mesma forma, “nós também, às vezes, preferimos permanecer na nossa zona de conforto. Mas o Senhor sabe como nos alcançar e abrir as portas do nosso coração”.

“Ele envia o Espírito Santo sobre nós, que nos envolve e derrota todas as nossas hesitações, derruba nossas defesas, desmonta nossas falsas certezas. O Espírito nos torna novas criaturas, como fez naquele dia com os apóstolos”, disse o papa.

Depois de receberem o Espírito Santo, os apóstolos "já não voltaram a ser como antes, mas saíram e começaram a pregar que Jesus ressuscitou, que é o Senhor, de tal forma que cada um os entendeu na sua própria língua".

“O Espírito muda o coração, amplia o olhar dos discípulos. Torna-os capazes de comunicar a todos as grandes obras de Deus, sem limites, ultrapassando os limites culturais e religiosos nos quais estavam acostumados a pensar e viver”.

O Espírito também “os capacita para chegar aos demais respeitando suas possibilidades de escuta e compreensão, na cultura e no idioma de cada um. Em outras palavras, o Espírito Santo coloca em comunicação pessoas diferentes, realizando a unidade e universalidade da Igreja”.

Por isso, o papa Francisco convidou os fiéis a abrirem o coração “ao dom do Espírito, que nos faz sentir toda a beleza e a verdade do amor de Deus Em Cristo morto e ressuscitado. E nos exorta a sair, a dar testemunho deste Amor que sempre nos precede com sua misericórdia”.

O papa finalizou seu ensinamento insistindo que o mundo precisa que os cristãos se façam “levedura, fermento, sal e luz nas diversas situações e nos múltiplos contextos culturais e sociais. E tudo isso só é criado pelo Espírito Santo”.

ACI Digital

Papa: A Igreja não é de direita nem de esquerda, é o templo do Espírito Santo

Papa Francisco na Solenidade Pentecostes | Vatican News

“Hoje, se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda; se fossem estes os critérios, significaria que na Igreja se esquece o Espírito. O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades", disse o Papa, presidindo a missa na Solenidade de Pentecostes.

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

Dom supremo, dom dos dons, o Espírito Santo diz à Igreja que hoje é o tempo da consolação: na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco presidiu à Santa Missa na Basílica de São Pedro.

Na homilia, o Pontífice se inspirou no trecho proposto pela liturgia, extraído do Evangelho de João: «Virá o Paráclito, que Eu vos hei de enviar da parte do Pai» (cf. Jo 15, 26). E foi justamente a esta palavra – Paráclito – que Francisco fez a sua reflexão, explicando seus dois significados: Consolador e Advogado.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2021/05/23/11/136058216_F136058216.mp3

O Consolador perfeito

Hoje, Jesus nos oferece o “Consolador perfeito”, pois todos nós procuramos consolações em momentos difíceis. Todavia, explicou o Papa, as consolações do mundo são como os anestésicos: oferecem um alívio momentâneo, mas não curam o mal profundo que temos dentro. Já o Espírito Santo age no íntimo dos nossos corações.

“Irmã, irmão, se você sente o breu da solidão, se carrega dentro um peso que sufoca a esperança, se tem no coração uma ferida que queima, se não encontra a via de saída, abra-se ao Espírito Santo.”

Os discípulos são o exemplo de que tudo muda quando recebem o Paráclito: os problemas e defeitos permanecem os mesmos, mas eles já não os temem.

O Papa convidou os fiéis a se tornarem paráclitos, consoladores, e isto é possível não fazendo grandes discursos, mas se aproximando das pessoas; não com palavras empolgadas, mas com a oração e a proximidade.

“O Paráclito diz à Igreja que hoje é o tempo da consolação. É o tempo do anúncio feliz do Evangelho, mais do que do combate ao paganismo. É o tempo para levar a alegria do Ressuscitado, não para nos lamentarmos do drama da secularização.”

O Advogado que sopra o Espírito da verdade

Na sequência, Francisco explicou o segundo significado do termo Paráclito: o Advogado. Não se trata de falar pelo acusado, mas de inspirar pensamentos e sentimentos.

E o Espírito o faz com delicadeza, propondo, não se impondo. O Papa então identificou três sugestões típicas que o Paráclito oferece, que são antídotos contra três tentações atualmente difusas: viver no presente, procurar o conjunto e colocar Deus antes do eu.

O Paráclito afirma o primado do hoje, a graça do presente. “Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!”

Depois, o primado do conjunto, não da parte: “Hoje, se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda; se fossem estes os critérios, significaria que na Igreja se esquece o Espírito. O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades. Faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós. Procuremos o conjunto!”

“O inimigo quer que a diversidade se transforme em oposição e por isso a transforma em ideologias. Dizer "não" às ideologias, "sim" ao conjunto.”

Por fim, o primado da graça: "Só deixaremos espaço ao Senhor, se nos esvaziarmos de nós mesmos; só como pobres em espírito é que nos tornamos ricos de Espírito Santo. Isto vale também para a Igreja. Com as nossas forças, não salvamos ninguém, nem sequer a nós mesmos." (...) "A Igreja não é uma organização humana, é o templo do Espírito Santo. Coloquemos Deus em primeiro lugar!"

Francisco conclui sua homilia com uma oração:

“Espírito Santo, Espírito Paráclito, consolai os nossos corações. Fazei-nos missionários da vossa consolação, paráclitos de misericórdia para o mundo. Ó nosso Advogado, suave Sugeridor da alma, tornai-nos testemunhas do hoje de Deus, profetas de unidade para a Igreja e a humanidade, apóstolos apoiados na vossa graça, que tudo cria e tudo renova.”

Vatican News

São João Batista de Rossi

S. João Batista de Rossi | ArquiSP
23 de maio

João Batista de Rossi nasceu no dia 22 de fevereiro de 1698, em Voltagio, na província de Gênova, Itália. Aos dez anos, foi trabalhar para uma família muito rica em Gênova como pajem, para poder estudar e manter-se. Três anos depois, transferiu-se, definitivamente, para Roma, morando na casa de um primo que já era sacerdote e estudando no Colégio Romano dos jesuítas. Lá se doutorou em filosofia, convivendo com os melhores e mais preparados de sua geração de clérigos. Depois, os cursos de teologia ele concluiu com os dominicanos de Minerva.

A todo esse esforço intelectual João Batista acrescentava uma excessiva carga de atividade evangelizadora, mesmo antes de ser ordenado sacerdote, junto aos jovens e às pessoas abandonadas e pobres. Com isso, teve um esgotamento físico e psicológico tão intenso que desencadearam os ataques epiléticos e uma grave doença nos olhos. Nunca mais se recuperou e teve de conviver com essa situação o resto da vida. Contudo ele nunca deixou de praticar a penitência, concentrada na pouca alimentação, minando ainda mais seu frágil organismo.

Recebeu a unção sacerdotal em 1721. Nessa ocasião, devido à experiência adquirida na direção dos grupos de estudantes, decidiu fundar a Pia União de Sacerdotes Seculares, que dirigiu durante alguns anos. Por lá, até o final de 1935, passaram ilustres personalidades do clero romano, alguns mais tarde a Igreja canonizou e outros foram eleitos para dirigi-la.

Entretanto João Batista queria uma obra mais completa, por isso fundou e também dirigiu a Casa de Santa Gala, para rapazes carentes, e a Casa de São Luiz Gonzaga, para moças carentes. Aliás, esse era seu santo preferido e exemplo que seguia no seu apostolado.

O seu rebanho eram os mais pobres, doentes, encarcerados e pecadores. Tinha o dom do conselho, era atencioso e paciente com todos os fiéis, que formavam filas para se confessarem com ele. O tom de consolação, exortação e orientação com que tratava seus penitentes atraía cristãos de toda a cidade e de outras vizinhanças. João Batista era incansável, dirigia tudo com doçura e firmeza, e onde houvesse necessidade de algum socorro ali estava ele levando seu fervor e força espiritual.

Quando seu primo cônego morreu, ele foi eleito para sucedê-lo em Santa Maria, em Cosmedin, Roma. Mas acabou sendo dispensado da obrigação do coro para poder dedicar-se com maior autonomia aos seus compromissos apostólicos.

Aos sessenta e seis anos de idade, a doença finalmente o venceu e ele morreu no dia 23 de maio de 1764, tão pobre que seu enterro foi custeado pela caridade dos devotos. João Batista de Rossi foi canonizado pelo papa Leão XIII em 1881, que marcou sua celebração para o dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 22 de maio de 2021

Jovem católico vietnamita morto ao salvar três meninas é celebrado

Imagem ilustrativa / Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 22 mai. 21 / 09:00 am (ACI).- Peter Khoa Nguyen Van Nha, um jovem católico vietnamita, deu a vida para salvar três meninas do afogamento. Em 30 de abril, Peter Khoa Nguyen Van Nha viu três garotas pedirem ajuda no Mar de Thuan, uma praia turística. As três jovens estavam sendo arrastadas pelo mar.

Segundo a Agência Fides, Peter Khoa se lançou para resgatá-las e as levou até perto da areia da praia. No entanto, após o grande esforço, ele não conseguiu chegar a um lugar seguro e uma onda violenta o arrastou para o mar, 30 minutos depois, seu corpo foi encontrado sem vida pelos salva-vidas da praia.

A mídia vietnamita destacou a coragem, a dedicação e a humanidade do jovem, que se tornou um exemplo para toda a nação. O presidente do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, concedeu a Peter Khoa Nguyen Van Nha o reconhecimento póstumo de “cidadão vietnamita mártir”. As comunidades católicas destacaram o seu altruísmo e o fato de ter dado “a vida pelos amigos”, a exemplo de Jesus.

O funeral do jovem aconteceu na sua paróquia, em um clima de profunda emoção. Centenas de pessoas participaram, respeitando as medidas de segurança.

Peter Khoa Nguyen Van Nha nasceu em 1988 em uma família católica muito pobre. Foi um leigo comprometido com a sua Igreja, onde colaborou com a vida pastoral e até cogitou a possibilidade de ser sacerdote.

A agência Fides destaca que a comunidade católica no Vietnã representa 8% da população do país, que tem 96 milhões de pessoas, em sua maioria budistas.

O sacrifício de Peter Khoa Nguyen Van Nha tem sido considerado o testemunho claro de um seguidor de Jesus Cristo e uma semente da Boa Nova do Evangelho, plantada na sociedade.

ACI Digital

Na Semana Laudato Si’, o Festival “Músicas para a Criação”

Em 22 de maio se celebra o Dia Mundial da Biodiversidade 

O evento é também uma ocasião para refletir sobre o Dia Mundial da Biodiversidade, a partir da encíclica do Papa Francisco sobre a Casa Comum.

Vatican News

Apresentar a biodiversidade perdida no mundo e as suas consequências. Esta é a finalidade do festival “Músicas para a Criação”, programado online na tarde de sábado. Trata-se de um evento organizado no âmbito da Semana Laudato Si’. Durante o Festival, serão anunciados os vencedores do concurso fotográfico Momento Laudato Si’ e se refletirá sobre a mensagem do Vaticano para o Dia Mundial da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio e instituída pela Assembleia das Nações Unidas em 2020.

Dia Mundial da Biodiversidade

Para marcar o Dia Mundial da Biodiversidade, o Papa Francisco publicou a seguinte mensagem na sua conta no Twitter, extraída da Carta encíclica dedicada à Casa Comum:

“A cada ano desaparecem milhares de espécies vegetais e animais que nossos filhos não poderão conhecer, perdidas para sempre. Por nossa causa, milhares de espécies não darão glória a Deus com a sua existência. Não temos esse direito. #Biodiversidade #SemanaLaudatoSi”

https://youtu.be/H_PVYUa_Qhw

Vatican News

Bento XVI: “Floresce na Polônia o que está murchando na Alemanha”

GALAZKA/SIPA
Por Francisco Vêneto

O Papa Emérito respondeu a uma carta de seminaristas poloneses que o convidaram a visitá-los.

Bento XVI escreveu uma mensagem à comunidade de um seminário da arquidiocese de Czestochowa, na Polônia, em resposta a uma carta que havia recebido deles.

Os seminaristas, que estão prestes a começar os estudos de teologia, convidavam o Papa Emérito a visitá-los por ocasião dos 70 anos de existência do seu seminário.

SegundoDie Tagespost, um conhecido jornal católico da Alemanha, Bento XVI respondeu:

“A carta do vosso seminário, assinada pelo Reitor juntamente com os dois Prefeitos e o Decano dos Alunos, trouxe muita alegria à minha casa. Como é maravilhoso ver florescer na Polônia o que está murchando na Alemanha!”

Bento XVI e sua Alemanha natal

Bento XVI não entrou em detalhes, nesta breve carta, sobre “o que está murchando na Alemanha”, mas o noticiário sobre desobediências à doutrina católica, rebeldias disciplinares e até profanações eucarísticas tem sido lamentavelmente pródigo.

O Papa Emérito agradeceu à comunidade do seminário polonês pelo envio de um “belo e amável” desenho no qual é representado junto do irmão, mons. Georg Ratzinger, falecido no ano passado.

No tocante ao convite a visitar o seminário na Polônia, Bento gentilmente respondeu:

“Embora não seja mais possível uma visita devido à minha idade e às minhas condições de saúde, sinto-me hóspede do seu seminário com todo o meu coração. Agradeço e cordialmente vos abençoo”.

O que está murchando na Alemanha

O que está florescendo na Polônia

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF