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sexta-feira, 4 de junho de 2021

Bispo suíço põe leigos no lugar de vigários episcopais

Bispo Charles Morerod, O.P..
Foto: Crédito: AlainVolery (CC-BY-SA-3.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 03 jun. 21 / 06:05 am (ACI).- Um bispo católico suíço decidiu nomear leigos para o lugar de vigários episcopais. O bispo Charles Morerod, O.P., da diocese de Lausanne, Genebra e Friburgo desde 2011, revelou a decisão numa entrevista de 25 de maio ao site católico kath.ch, da Suíça. "Em virtude do batismo, os leigos têm um papel ativo na vida da Igreja e devem não somente cuidar de assuntos administrativos, mas também ser ativos no cuidado pastoral", disse Morerod. "Esta cooperação é uma coisa positiva. Ela já existe, mas podemos desenvolvê-la ainda mais positivamente".

Os três vicariatos envolvidos serão agora conhecidos como "regiões diocesanas". Segundo o bispo, seus representantes cuidarão de "questões locais" e as discutirão com ele em nível diocesano.

O Código de Direito Canônico, o corpo de leis eclesiásticas para a Igreja Latina, diz que "em cada diocese o bispo diocesano deve nomear um vigário geral para auxiliá-lo no governo de toda a diocese". O bispo também pode nomear um ou mais vigários episcopais, cuja competência "é limitada a uma determinada parte da diocese, ou a um tipo específico de atividade, ou aos fiéis de um rito particular, ou a certos grupos de pessoas".

Morerod, que serviu como reitor do Instituto Angelicum em Roma, a universidade dos dominicanos na capital italiana, e como secretário geral da Comissão Teológica Internacional, disse a kath.ch que havia consultado a Congregação para o Clero do Vaticano sobre as mudanças. "Falei principalmente sobre questões terminológicas”, disse. “Para evitar a impressão de que estamos simplesmente substituindo um vigário episcopal sacerdote por um vigário episcopal leigo".

Em uma entrevista com a kath.ch, em 26 de maio, o bispo de 59 anos negou que as mudanças se destinem a concentrar o poder em suas mãos. "Qualquer um que fale desta maneira tem suposições erradas sobre leigos em posições de liderança", disse.

ACI Digital

Alarme ONU: a Covid levou à pobreza 100 milhões de trabalhadores

Vatican News

A pandemia dizimou 5 anos de progresso econômico, levando 100 milhões de trabalhadores à pobreza. É o que denuncia um relatório da Organização Mundial do Trabalho, que apela à comunidade internacional para uma estratégia coordenada e global.

Benedetta Capelli – Vatican News

Cem milhões de homens e mulheres esmagados pela crise provocada pela pandemia. Esta é a fotografia tirada pela Organização Mundial do Trabalho, que desenha um cenário sombrio; uma rota que só pode ser revertida em 2023. Cinco anos de progresso econômico jogados ao vento, as mulheres são as mais penalizadas. De acordo com a ONU, para elas o emprego caiu 5%, e para os homens a porcentagem é de 3,9%. Mulheres, mas também jovens, para eles o coronavírus significou uma perda de trabalho igual a 8,7%.

Evitar um impacto a longo prazo

Num contexto de "recuperação incerta e frágil", apesar dos esforços excepcionais feitos pelos países, como apontado pelo diretor geral da OIT Ryder, os cerca de 100 milhões de empregos que serão criados no mundo inteiro graças às reaberturas após o fechamento não serão suficientes. Na verdade, 75 milhões de empregos ainda estão faltando somente este ano e outros 23 milhões em 2022. Daí o apelo ao trabalho decente, pois o grande risco é a perda do potencial humano e econômico, mas acima de tudo um aumento da pobreza e da desigualdade. O pedido é de uma estratégia coordenada e global com políticas focalizadas no indivíduo e em ações fortes a serem concertadas para evitar um impacto a longo prazo sobre os trabalhadores e as empresas.

Vatican News

São Francisco Caracciolo

S. Franciscco Caracciolo | ArquiSP
04 de junho

S. FRANCISCO CARACCIOLO, PRESBÍTERO, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS REGULARES MENORES

Com um sobrenome brasonado como o seu, acredita-se que havia passado a juventude em Nápoles, num fastuoso palácio de frente para o golfo. Viveu, ao contrário, junto à Congregação dos Brancos da Justiça, empenhado na assistência aos condenados à morte. Não era sequer de Nápoles; nasceu na Vila de Santa Maria de Chieti, onde viveu até os 22 anos. Foi para Nápoles a fim de completar os estudos na universidade onde ensinou são Tomás de Aquino.

Atingido por uma doença de pele que o fazia parecer um leproso, sarou e pôde ser ordenado padre. Ficou em Nápoles para continuar a assistir os encarcerados e, então, lhe chegou o convite do genovês Agostinho Adorno e de Fabrício Caracciolo, abade de Santa Maria Maggiore de Nápoles. Pediam-lhe que colaborasse na Fundação dos Clérigos Regulares Menores.
Ascânio aceitou; os três se dirigiram para um longo retiro na abadia de Camaldoli, a fim de meditar e escrever a Regra, que seria aprovada por Sisto V em 1º de julho de 1588. Continha um insólito quarto voto — além dos tradicionais votos de castidade, pobreza e obediência —, que proibia aceder a qualquer dignidade eclesiástica.

Mas exatamente a Ascânio Caracciolo, que na profissão religiosa tomou o nome de Francisco, coube o cargo de prior-geral da jovem congregação, nascida pobre, numa velha casa nos arredores da igreja da Misericórdia.

Findo seu mandato, Francisco Caracciolo dirigiu-se à Espanha para fundar uma casa religiosa e um colégio.

Concluiu sua breve existência em Agnone, junto aos padres do Oratório, e foi sepultado na igreja de Santa Maria Maggiore. O primeiro milagre verificou-se durante os funerais, com a cura de um aleijado, e isso abriu caminho para a devoção dos napolitanos àquele santo nativo, que em 1840 o elegeram como co-padroeiro da cidade. Foi canonizado por Pio VII, em 24 de maio de 1807.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 3 de junho de 2021

A sexualidade humana e seus desafios na visão de vários especialistas cristãos

FMDOS

A sexualidade humana e seus desafios na visão de vários especialistas cristãos

O que é a “perseguição religiosa educada” que o Papa Francisco denuncia?

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media
Por Francisco Vêneto

Ideologias laicistas vão relegando as religiões à "obscuridade silenciosa da consciência do indivíduo".

O Papa Francisco utiliza a expressão “perseguição religiosa educada” para referir-se a formas aparentemente sutis de restringir a liberdade de crença ao âmbito estritamente pessoal, varrendo-a paulatinamente para fora da vida social em países onde não costumam ocorrer as formas cruentas e escancaradas da repressão à fé.

De fato, há países nos quais a perseguição é violenta, explícita e galopante: é o caso, por exemplo, da China, da Coreia do Norte, do Paquistão, da Nigéria e de dezenas de outras nações elencadas no Relatório 2021 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, divulgado em abril deste ano pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (Aid to the Church in Need – ACN).

No entanto, há também países que promovem sistematicamente a marginalização da religião mediante a imposição gradual de novas legislações e valores ideológicos que silenciam ou censuram a liberdade de consciência, de crença e de expressão. Nesses países, muitos dos quais são alegadamente democráticos e liberais, observa-se, por exemplo, o surgimento dos assim chamados “novos direitos”, que, privilegiando a visão de mundo de alguns grupos, vão sujeitando as religiões à “obscuridade silenciosa da consciência do indivíduo”, até relegá-las “aos recintos fechados das igrejas, sinagogas ou mesquitas”, sem lhes reconhecer legitimidade para participar ativamente da vida social.

É este o fenômeno que o Papa Francisco descreve, bastante significativamente, como “perseguição religiosa educada”.

A “perseguição religiosa educada”

Um dos exemplos apresentados no relatório é o fato de que a legislação já não protege adequadamente o direito à objeção de consciência por motivos religiosos para profissionais de saúde e farmacêuticos em diversos países ricos da Europa e da América do Norte. Outros casos mencionados são as restrições aos grupos religiosos no tocante à gestão das suas próprias escolas, a discriminação de estudantes de universidades confessionais no acesso ao mercado de trabalho e a imposição de disciplinas que privilegiam valores e ideologias laicistas, como no caso da educação sexual.

O relatório também observa que a criação de certos “novos direitos” decorrentes de ideologias acarreta obrigações legais não apenas de respeitar quem segue tais ideologias, mas também de cooperar com elas mesmo quando se discorda delas:

“Esta dissonância já teve, e continuará a ter, um forte impacto em mais de 84% da população mundial que, segundo o Pew Research Center, descreve-se como pertencendo a uma religião ou crença”.

Arbitrariedades sob a justificativa da pandemia

A pandemia de covid-19 deixou claras muitas inconsistências relacionadas com a garantia de direitos fundamentais da pessoa humana, como o direito à liberdade religiosa. Neste sentido, o relatório se pergunta o quanto os governos agressivamente laicos conseguem discernir com objetividade a importância de respeitar esses direitos, ainda que não compartilhem deles.

De fato, verificou-se em dezenas de países uma preocupante extrapolação das prerrogativas dos governos ao decretarem o fechamento de igrejas com base em critérios pouco ou nada científicos – em alguns casos, com critérios muito mais restritivos do que os aplicados a cassinos, por exemplo.

O relatório comenta:

“Neste discurso social, certos grupos apresentaram o direito à liberdade religiosa como oposto à natureza laica do Estado. Isto foi contrariado por argumentos de que a laicização não retirava dos governos a obrigação de garantir o direito do indivíduo a ter ou não ter fé e a poder organizar a própria vida pública de acordo com as suas crenças”.

No caso do Brasil, por exemplo, o relatório ressalta a politização da religião e as consequências deste fenômeno na vida social do país. O documento registra a ocorrência de uma escalada de agressividade associada à intolerância religiosa, com acirramento de conflitos referentes à concepção de Estado laico e da autonomia da política em relação à religião.

Aleteia

SEMANA BÍBLICA NACIONAL, DE 7 A 10 DE JUNHO, MARCARÁ O INÍCIO DA CELEBRAÇÃO DO JUBILEU DE OURO DO MÊS DA BÍBLIA

CNBB

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoverá, nos dias 7 a 10 de junho, a Semana Bíblica Nacional. O evento, em modalidade virtual, marca o início da celebração do jubileu de ouro do Mês da Bíblia.

Padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que a proposta da Semana Bíblica é a de ser formativa e, ao mesmo tempo celebrativa, pelo fato de a Igreja no Brasil estar comemorando os 50 anos do Mês da Bíblia em 2021. “Um marco muito importante na história da Igreja no Brasil, onde os círculos bíblicos se espalharam em todas as comunidades do nosso imenso país”, afirma o padre.

Vale lembrar que, para esse jubileu do “Mês da Bíblia”, em 2021, o tema escolhido é a Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema é “todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d), extraído do “hino batismal”, descrito em Gl 3,26-28, quando Paulo afirma que todos são filhos e filhas de Deus.  O tema e o lema estão em sintonia com o evangelho do Domingo da Palavra de Deus, que é extraído de Mc 1,14-20, quando Jesus inicia a sua missão, após a prisão de João Batista.

Padre Jânison salienta que, em sintonia com o Mês da Bíblia, a Semana Bíblica fará em sua abertura uma memória desses 50 anos “tão importantes para as novas gerações, para que se possa conhecer essa caminhada de animação bíblica, dos círculos bíblicos, de grupos de reflexão em todas as comunidades do país”.

Programação

Irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que na abertura da Semana Bíblica, no dia 7, haverá uma mesa redonda com a participação de dom José Antônio Peruzzo, presidente da Comissão; dom Jacinto Bergmann; a irmã Zuleica Silvano (Paulina); o imrão José Nery (Lassalista) e o padre Jânison de Sá Santos.

Na segunda noite, dia 8, será apresentado o tema do Mês da Bíblia para o ano de 2021, com o autor do texto-base, o professor Joel Antônio Ferreira.

O tema do dia 9 será a missão de Paulo Apóstolo com a participação da irmã Aíla Pinheiro, da Congregação Nova Jerusalém, e o  padre Benedito Antônio Bueno de Almeida (Paulino).

O tema do último dia, 10, será a importância dos círculos bíblicos no Mês da Bíblia na perspectiva da Carta aos Gálatas, com a participação do professor Cláudio Vianney Malzoni; Mariana Aparecida Venâncio e o padre  João Batista Maroni.

A Semana Bíblica poderá ser acompanhada pelas redes socias da CNBB (@cnbbnacional); Edições CNBB (cnbbedicoes) e no canal da Catequese do Brasil (catequesedobrasil).

50 anos do Mês da Bíblia


CNBB

Solenidade de Corpus Christi na Arquidiocese de Brasília 2021

Across

Por mais um ano consecutivo, viveremos um Corpus Christi diferente devido à pandemia do Coronavírus. Na Arquidiocese de Brasília, não teremos o tradicional tapete na Esplanada dos Ministérios, nem o mar de velas. Contudo, somos chamados a venerar com tão grande amor o mistério do Corpo e o Sangue de Jesus Eucarístico. Mesmo nestes tempos de pandemia, Ele nos oferece a verdadeira comida e verdadeira bebida, para podermos permanecer firmes na fé.

Na Catedral de Brasília, terá duas missas: às 10h30 – nosso bispo auxiliar de Brasília, Dom Marcony Vinícius, estará presidindo a celebração. Já às 18h, será Dom Paulo Cezar, arcebispo de Brasília. Haverá transmissão pelo FaceBook e YouTube da Arquidiocese de Brasília e na Rádio Nova Aliança 103,3 FM e 710 AM.

https://youtu.be/IHaZ97b_7vI

Arquidiocese de Brasília

10 fatos sobre a Eucaristia para recordar na Solenidade de Corpus Christi

Crédito da Imagem: Flickr - Lawrence OP (CC-BY-NC-ND-2.0)
Por Abel Camasca

REDAÇÃO CENTRAL, 03 jun. 21 / 07:00 am (ACI).- Durante séculos, a Igreja e os santos animaram os fiéis ao amor a Eucaristia. Há inclusive algumas pessoas que entregam sua vida para protegê-la. Hoje, Solenidade de Corpus Christi, apresentamos 10 coisas que todo cristão deveria saber em relação a este grande milagre:

1. Jesus, reunido com seus apóstolos durante a Última Ceia, instituiu o sacramento da Eucaristia: “Tomai e comei; isto é meu corpo…” (Mt, 26, 26-28). Desta maneira fez com que os apóstolos participassem do seu sacerdócio e mandou que fizessem o mesmo em memória dele.

2. A palavra Eucaristia, derivada do grego eucharistía, significa “Ação de graças” e se aplica a este sacramento porque nosso Senhor deu graças ao seu Pai quando a instituiu; além disso, porque o Santo Sacrifício da Missa é a melhor maneira de dar graças a Deus pela Sua Bondade.

3. O Concílio de Trento define claramente: “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, junto a sua Alma e Divindade. Em realidade Cristo se faz presente integralmente”.

4. Na Santa Missa, os bispos e sacerdotes transformam realmente o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo durante a consagração.

5. A Comunhão é receber Jesus Cristo sacramentado na Eucaristia. A Igreja manda comungar pelo menos uma vez ao ano, em estado de graça, e recomenda a comunhão frequente. É muito importante receber a Primeira Comunhão quando a pessoa chega ao uso da razão, com a devida preparação.

6. O jejum eucarístico consiste em deixar de comer qualquer alimento ou bebida ao menos uma hora antes da Sagrada Comunhão, exceto água e remédios. Os doentes e seus cuidadores podem comungar embora tenham tomado algo na hora imediatamente antes.

7. A pessoa que comunga em pecado mortal comete um pecado grave chamado sacrilégio. Aqueles que desejam comungar e estão em pecado mortal não podem receber a Comunhão sem antes receber o sacramento da Penitência, pois para comungar não basta o ato de contrição.

8. Frequentar a Santa Missa é um ato de amor a Deus que deve brotar naturalmente de cada cristão. E também é uma obrigação guardar os domingos e festas religiosas de preceito, salvo quando impedido por uma causa grave.

9. A Eucaristia no Sacrário é um sinal pelo qual nosso Senhor está constantemente presente em meio do seu povo e é alimento espiritual para doentes e moribundos. Devemos prestar sempre nosso agradecimento, adoração e devoção à real presença de Cristo reservado no Santíssimo Sacramento.

10. No Vaticano, a Solenidade de Corpus Christi é celebrada na quinta-feira depois da Solenidade da Santíssima Trindade. Mas, em várias dioceses é comemorado no domingo posterior.

ACI Digital

Papa: Corpus Christi seja presença e conforto no sofrimento de cada dia

O Papa na Audiência Geral no Pátio São Dâmaso  (Vatican Media)

Ao final da Audiência Geral, Francisco recordou a Solenidade de Corpus Christi que, em diferentes países, será realizada na quinta (3) ou no domingo (6) e seguindo diferentes protocolos sanitários devido às restrições da pandemia. No Santuário Nacional de Aparecida, a procissão com o Santíssimo Sacramento será interna e restrita. Já no sul do Brasil, paróquias precisaram cancelar missas campais e a tradicional confecção dos tapetes de serragem, como em Bento Gonçalves. “Que o Corpo e o Sangue de Cristo sejam para cada um de vocês presença e apoio em meio às dificuldades, sublime conforto no sofrimento de cada dia e garantia de ressurreição eterna", disse o Papa nesta quarta-feira (2).

Andressa Collet – Vatican News

“Queridos irmãos e irmãs, amanhã se celebra a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo que, na Itália e em outros países, foi transferida para o próximo domingo. Que vocês possam encontrar na Eucaristia, mistério do amor e de glória, aquela fonte de graça e de luz que ilumina os caminhos da vida.”

Assim, ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (2) ao saudar os peregrinos de língua italiana presentes no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, o Papa Francisco recordou a celebração de Corpus Christi desta quinta-feira (3). No Vaticano, o Pontífice vai presidir a missa no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro no domingo, 6 de junho, com a presença limitada de fiéis devido às restrições da pandemia. A transmissão ao vivo pelos canais do Vatican News, com comentários em português, começa às 17h30 na Itália, 12h30 no horário de Brasília.

Corpus Christi no Brasil

Já as paróquias no Brasil deverão adaptar as celebrações segundo as normas sanitárias locais para conter a disseminação do coronavírus. No Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, uma das principais festas da Igreja vai sofrer alteração nesta quinta-feira (3). A principal cerimônia do dia, às 9h da manhã, vai receber os fiéis em número reduzido e será concluída com uma procissão interna e restrita: apenas religiosos vão poder seguir o ostensório que abriga a Eucaristia, que será conduzido pelos corredores da Basílica e não pelo pátio externo, como em anos anteriores. Os peregrinos que participarem da missa no interior do templo vão poder acompanhar o percurso diretamente dos bancos. Essa é a única procissão do ano realizada de forma pública e solene com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

Para a solenidade, o número de missas no Santuário Nacional foi ampliado. Ao todo, oito cerimônias acontecem durante todo o dia e seguindo rigorosos protocolos sanitários. De casa, os fiéis poderão acompanhar as celebrações que serão transmitidas pelas redes sociais do Santuário Nacional (Facebook e Youtube) e Rede Aparecida de Comunicação.

Caridade marca Corpus Christi no sul do país

Na cidade de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, a Paróquia Santo Antônio cancelou a missa campal e também não haverá a tradicional confecção de tapetes de serragem. Em conjunto com todo o Regional Sul 3 da CNBB, a paróquia local motiva os fiéis para a doação de alimentos não perecíveis, tanto no Santuário quanto nas comunidades. O que será arrecadado no “Mutirão pela Vida de quem tem fome”, que acontece simultaneamente nas 18 dioceses gaúchas, será destinado à Casa Pão dos Pobres, da Paróquia Santo Antônio de Bento, que atende famílias em situação de vulnerabilidade social toda a semana. Em todo o estado, as doações podem ser entregues nas igrejas e também onde as paróquias indicarem.

O Pe. Ricardo Fontana, pároco local, recordou que "Jesus se doa a cada um de nós na Eucaristia, que é seu Corpo e Sangue. Ele mandou, na última Ceia, que atualizássemos esse mistério e nós o fazemos sempre em sua memória. É o Cristo vivo em nosso meio e esse Cristo quer que todos tenham vida, por isso somos chamados a exercer nossa caridade também neste Corpus Christi, doando alimentos não perecíveis. O mesmo Cristo que cuidou e curou muita gente, hoje pede que nós o façamos. Juntos, façamos essa reverência à Eucaristia e também cuidemos de quem mais precisa”. Em comunhão também o Papa Francisco, ao finalizar a Audiência Geral de hoje:

“Que o Corpo e o Sangue de Cristo sejam para cada um de vocês presença e apoio em meio às dificuldades, sublime conforto no sofrimento de cada dia e garantia de ressurreição eterna.”

Vatican News

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Os ‘milagres’ do Cardeal Dieudonné Nzapalainga na República Centro-Africana

Cardeal Arcebispo de Bangui (RCA),
Dieudonné Nzapalainga, e o Imame Omar Kobine Layama

Dom Dieudonné Nzapalainga, Missionário Espiritano, 54 anos, é o mais jovem Cardeal da Igreja. Natural da República Centro Africana (RCA), é o Arcebispo de Bangui, a capital. A RCA continua a ferro e fogo. O Cardeal Nzapalainga, juntamente com outros líderes religiosos decidiram avançar juntos para a reconciliação, abrindo uma das páginas mais belas da história recente do País.

Tony Neves, em Roma, para o Vatican News

Como em todas as guerras, também na República Centro-Africana quem sofre é o povo que é morto, torturado, deslocado, abusado. Em 2013, surge a Plataforma Inter Religiosa para a Paz. O país estava tomado de assalto por grupos rebeldes, auto-proclamados islâmicos. Semearam o pânico, mataram, destruíram. A própria capital ficou dividida em bairros prós e contra. Os três líderes das grandes Comunidades Religiosas na capital reuniram-se e decidiram avançar juntos para a reconciliação: o Cardeal Dieudonné, o Imame Omar Kobine Layama e o Pastor Nicolas Gbangou. Abriram uma das páginas mais belas da história recente deste país, apresentada como exemplo para a África e o resto do mundo.

D. Dieudonné partilhou a sua Missão numa visita recente feita a Roma.

Papa Francisco em Bangui

O Papa Francisco surpreendeu tudo e todos na decisão de se deslocar a uma cidade a arder, Bangui, para lá abrir o Jubileu do Ano da Misericórdia. Viu-se ali um Papa ‘cirúrgico’ nas escolhas de viagens, gestos simbólicos ou metáforas a utilizar. Foi um ‘milagre’, confessa emocionado o Cardeal. Assim, a 30 de novembro de 2015, abriu de par em par a Porta Santa da Catedral de Bangui, lançando um grito à intervenção e ajuda da comunidade internacional para que a estabilidade e a paz regressassem à RCA. O Papa disse: ‘Bangui tornou-se hoje a capital espiritual do mundo. O Ano Santo da Misericórdia chega antes a esta terra, uma terra que sofre há diversos anos a guerra, o ódio, a incompreensão, a falta de paz’. As imagens correram o mundo e a RCA passou a constar no mapa dos países a ser apoiados.

A guerra regressou em força

Mas, depois de seis meses de graça, a violência regressou em força com os rebeldes a controlar, novamente o país, situação dramática que se estendeu até ao início de 2021, quando as tropas do governo retomaram as suas posições. Para os rebeldes, só interessam os diamantes, o ouro e o gado…

A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Bangui, foi palco de um dos atentados mais assassinos desta guerra cruel. Foi a 1 de maio de 2016, festa de S. José Operário. Um bando rebelde atacou a Igreja durante a Missa, disparando sobre os padres e o povo. Mataram um Padre e seis fiéis.

2017 é marcado pelo grande ataque dos rebeldes a Bangassou, terra natal do Cardeal Dieudonné. O ano seguinte, 2018, voltou a ser terrível. Os rebeldes tomaram de assalto todas as cidades do país fazendo colapsar as estruturas de governo e ordem pública. A situação humanitária tornou-se de uma gravidade extrema e a insegurança total. Alindao, outra cidade, foi barbaramente atacada e seis dezenas de pessoas foram massacradas. No Paço Episcopal mataram dois padres. D. Dieudonné deslocou-se a Alindao e, no regresso a Bangui, deu uma conferência de imprensa juntamente com o Iman Layama, começando por gritar: ‘nós não nos podemos calar!’ E, estes dois líderes denunciaram a incapacidade das forças governamentais e dos militares internacionais de pararem com as barbaridades deste grupo armado que agia com total impunidade, aterrorizando as populações indefesas. Falaram ainda da desnutrição da população em geral, pedindo apoio urgente da comunidade internacional.

Um 2021 mais calmo…

2021 nasceu como um ano mais calmo. Antes de dezembro 2020, confidencia o Cardeal, ¾ do país estava nas mãos dos rebeldes. O Card. Dieudonné respira fundo quando fala daquele 19 de dezembro passado em que um grupo enorme de rebeldes tentou tomar Bangui, tendo sido apenas parado à entrada da cidade. Actualmente, 80% do território está controlado pelo governo! Pode-se circular à vontade em Bangui. Fora é preciso ter cautela porque os rebeldes estão escondidos, mas continuam armados e agora atacam nas estradas e caminhos.

Portas abertas a todos…

Apelidado num livro como ‘Cardeal Coragem’, D. Dieudonné disse que só correu o risco de ir ao encontro dos rebeldes de mãos livres e vazias porque ‘a coragem abastece-se e fortalece-se na fonte da Fé’. E recorda os telefonemas da mãe a pedir-lhe que não arriscasse, a que ele respondeu: ‘Mãe, eu sou Bispo, esta é a minha Missão. Não me peça para não arriscar, não me acrescente problemas. Antes, reze. Se eu morrer, sei por que é que deixei esta vida!’.

Quando o confrontaram com o facto de ele estar num pedestal diante da comunidade internacional, a resposta dele é outra: ‘sou pobre, vindo de um país pobre. Não tenho motorista, ninguém me abre e fecha portas, não deixo que a vaidade tome conta de mim. Se eu aceitasse, o governo tinha-me dado carro e guarda costas. Nunca aceitei. Eu fico com o povo. Vêm à minha casa ministros e pobres. Recebo todos. E vou ao encontro de todos, não medindo riscos. Não tenho medo do desafio das periferias. Gosta de lá estar. Como o Papa Francisco diz, somos Igreja em saída’.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2021/06/02/10/136072077_F136072077.mp3

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF