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terça-feira, 6 de julho de 2021

Santa Maria Goretti, Virgem e Mártir

S. Maria Goretti, Riccardo Sanna | Vatican News
06 de julho

“Um anjo de filha”
Quem a conhecia, em Ferriere de Conca, uma fração da província de Latina, a chamava de Mariazinha, secundogênita de Luís Goretti e Assunta Carlini, camponeses que emigraram, com seis filhos, para a lavoura na região da Pontina, provenientes de Corinaldo, na província de Ancona. Ele nasceu naquela cidadezinha das Marcas em 16 de outubro de 1890.

Testemunha da fé também nas dificuldades
Afabilidade, generosidade e pureza de coração eram as características da índole da pequena Maria; a menina sempre se dedicava aos trabalhos domésticos e aos cuidados dos irmãos menores, enquanto os pais exerciam, sem cessar, o massacrante trabalho na lavoura.
Sua fé e assiduidade na oração, especialmente o Rosário, jamais faltaram em sua vida, nem quando, com a idade de dez anos, sofreu pela perda de seu amado pai, acometido pela malária. Contudo, os sofrimentos não influenciaram no ânimo de Mariazinha; pelo contrário, a partir daquele momento, sentiu o dever de consolar a mãe, que ficara sozinha para cuidar da família.

O desejo da Santa Comunhão
As condições econômicas precárias levaram a família Goretti a associar-se, por necessidade, à família Serenelli, que morava na mesma granja, que também trabalhava no campo agrícola de propriedade do conte Mazzoleni.
Enquanto o pai e o filho da família Serenelli trabalhavam na lavoura e Assunta cuidava dos filhos, Maria se ocupava de vender ovos, na distante cidade de Netuno, preparar a comida para os camponeses e remendar as roupas. As intensas atividades da menina jamais diminuíram seu desejo de rezar: apesar de ser analfabeta, em 1902, com apenas onze anos, pediu e obteve a permissão de receber o sacramento da Comunhão, um ano antes do previsto. Estava disposta a renunciar a horas de sono para poder participar da Missa dominical em Campomorto, situado a vários quilômetros da sua casa.

A cruz e o silêncio
A perturbar a paz espiritual, que Mariazinha sempre havia nutrido em seu coração, foi o momento em que, tendo-se desenvolvido fisicamente, ela se tornou objeto de morbosas atenções de Alexandre Serenelli, dezoito anos, até então considerado como um irmão. O jovem procurou, com insistência, seduzir Maria, que sempre o rejeitou, convidando-o a não ofender a Deus; ele a ameaçava de morte se ela falasse à família sobre as suas insinuações. O silêncio foi-lhe uma pesada cruz para carregar. Mas, a menina, evitando agravar as relações, já tensas, entre as duas famílias, encontrou conforto em suas confidências à Virgem.

O martírio e a canonização
No dia 5 de julho de 1902, enquanto as famílias Serenelli e Goretti trabalhavam na lavoura e Maria se encontrava sozinha em casa, Alessandro a agrediu e tentou violentá-la: “Não! Deus não quer. Você vai para o inferno!”. Assim a menina o advertia, para manter a sua pureza. Então, obcecado pela raiva, o jovem começou a feri-la à morte com diversos golpes de arma pontiaguda. No dia seguinte, antes de expirar, a pequena perdoou o algoz, confiando à mãe seu íntimo desejo de que ele pudesse se encontrar com ela no Paraíso.
Condenado à prisão, o rapaz se converteu, em 1910 e, depois de cumprir a pena, em 1928, pediu perdão a Assunta Goretti, com quem se aproximou da Comunhão.
Por desejo de Pio XII, no dia 24 de junho de 1940, Mariazinha foi beatificada. Em 1950, por ocasião da sua canonização, entre uma imensa multidão, estavam presentes o rapaz e a mãe enferma.
Os restos mortais da virgem e mártir descansam no Santuário de Nossa Senhora das Graças, meta de numerosas peregrinações.

Fonte: Vatican News

segunda-feira, 5 de julho de 2021

A Igreja Católica admite a predestinação?

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

“Afinal a doutrina católica admite ou não a predestinação? Em que se distinguiria do fato ou do destino a predestinação?”

Abordamos aqui uma das questões mais elevadas da fé cristã. Para penetrá-la, o estudioso tem que se resolver a não se deixar levar pelo sentimentalismo nem pelo antropocentrismo. Mas estritamente pelos dados da Revelação, que é sobrenatural (não, porém, anti-natural) e teocêntrica.

A questão da predestinação se prenda à do mal, de que trata “Pergunte e Responderemos” nº 5/1957 qu. 1. Tenha-se em vista o que aí se diz: 1) a possibilidade de errar é inerente ao conceito mesmo da criatura; 2) esta possibilidade se realizou no mundo quando o primeiro homem cometeu livremente o erro ou o mal moral, o pecado; 3) os males físicos (misérias e morte) são consequências do pecado; 4) a culpa dessas desordens recai em última análise sobre o livro arbítrio do homem, não sobre Deus; 5) Este se apiedou da criatura, tomando a sua sorte na Encarnação e na morte de cruz, a fim de dar valor salvífico ao sofrimento.

Entremos agora no tema da predestinação.

Conceito e existência da predestinação

Por predestinação entende-se em Teologia o desígnio, concebido por Deus, de levar a criatura racional (o homem) ao fim sobrenatural, que é a vida eterna. Note-se logo que este desígnio tem por exclusivo objeto a bem-aventurança celeste; não há predestinação para o mal ou o inferno.

A Sagrada Escritura atesta amplamente a existência de tal desígnio no Criador. De um lado, ela ensina que a Boa Notícia da salvação deve ser anunciada a todos os povos (cf. Mt 28,19) e que Deus quer “sejam salvos todos os homens e cheguem ao conhecimento da verdade” (cf. 1 Tim 2,4). De outro lado, ela também diz que há homens que se perdem (cf. Jô 17,12) e que o Senhor exerce uma providência especial para salvar os que não se perdem:

“Sabemos que, com aqueles que O amam, Deus colabora em tudo para o bem dos mesmos, daqueles que Ele chamou segundo o seu desígnio. Pois, aqueles que de ante-mão Ele conheceu, Ele também os predestinou a reproduzir a imagem de seu Filho… E, aqueles que Ele predestinou, Ele também os chamou (à fé); os que Ele chamou, Ele também os justificou (mediante o batismo); os que Ele justificou, Ele também os glorificou” (Rom 8,28-30).

Cf. Ef 1,3-6; Rom 9,14; 11,33; Mt 20,23; 22,14; 24,22-24; Jô 6,39; 10,28.

Na base destes textos, não resta dúvida entre os teólogos, desde o início do Cristianismo, sobre o fato da predestinação. Vejamos agora um ponto mais árduo.

O modo como Deus predestina

Está claro que o homem, como ser essencialmente relativo, depende do Criador não somente quanto ao seu existir, mas também quanto ao agir; já que ele nada é por si mesmo, também nada pode por si. É Deus, pois, quem lhe outorga o dom de praticar atos bons e, mediante os seus atos bons, chegar ao último fim, à bem-aventurança eterna. Esta conclusão se torna particularmente imperiosa se se tem em vista o caso do cristão: este é chamado a um fim sobrenatural (a visão de Deus face a face), objetivo que, ultrapassando todas as exigências da natureza, só por graça de Deus sobrenatural pode ser alcançado.

Estas proposições, claras em si mesmas, suscitam sério problema desde que se indague: como conciliar a primazia da ação de Deus no homem com a liberdade de arbítrio da criatura? Não se torna vã esta última debaixo daquela? Ou, vice-versa, não deve aquela retroceder para que seja esta salva guardada?

A fim de resolver a questão, dois sistemas são propostos pelos teólogos:

1. O sistema molinista: segundo L. Molina S. J. (+ 1600), Deus oferece a sua graça a todo homem; este, posto diante da oferta, livremente escolhe aceitá-la ou não; caso a aceite, a graça se torna eficiente, e induz o homem a praticar o bem.

Estendendo a sua doutrina à questão da predestinação, Molina ensinava que Deus, desde toda a eternidade, na sua “ciência média”, prevê como cada um dos homens se comportaria com relação à graça nas mais variadas circunstâncias da vida. Diante desta visão, o Criador decreta colocar tal indivíduo em tais e tais circunstâncias em que Ele sabe que a criatura aceitará a graça, e assim irá merecendo a salvação eterna. Desta forma. Deus predestina para a glória, mas – note-se bem – praevisis meritis, depois de haver previsto os méritos da criatura.

2. O sistema tomista (que tem por pioneiro Domingos Banes O.P. (+ 1604): partindo do princípio de que nada, absolutamente nada, pode haver na criatura que não lhe venha de Deus, ensina que a graça é eficaz por si mesma, anteriormente a qualquer determinação ou atitude do homem; não é este quem determina aquela, mas é a graça que predetermina a este, não moralmente apenas (por meio de exortações), mas fisicamente (por sua moção intrínseca, soberana). Contudo a graça por si eficaz não extingue a liberdade de arbítrio do homem; ao contrário, movendo e predeterminando a criatura, move tudo que nesta se encontra, isto é, as faculdades de agir e o livre arbítrio mesmo; ela dá ao homem não somente agir, e tal agir determinado, mas também a modalidade com que o homem costuma agir, isto é, a liberdade; em conseqüência, sob a graça eficaz (na doutrina tomista) o homem pratica infalivelmente a ação à qual Deus predetermina, mas pratica-a sem perder a sua liberdade, antes atuando-a plenamente. Como se vê, o tomismo é rigorosamente lógico: partindo dos conceitos de Criador e criatura, ensina que Deus deve ser o Autor de tudo aquilo de que também o homem é autor, até mesmo desta determinação do homem e do modo livre de tal determinação; o homem deve a Deus não somente a sua faculdade de livre arbítrio, mas também o uso preciso (tal e tal modo de usar) dessa faculdade.

No tocante à predestinação, o tomismo consequentemente afirma que Deus a decreta ante praevisa merita, antes de prever os méritos do homem: de maneira absoluta e independente, o Criador determina levar tal e tal criatura à glória eterna e, por conseguinte, conferir-lhe os meios necessários para que a alcance. Em conseqüência desta predestinação é que o homem produzirá atos meritórios no decorrer da sua vida; estes são gratuitos dons de Deus; não desencadeiam o amor divino, mas, ao contrário, são desencadeados pelo liberal beneplácito do Senhor.

Nos séculos XVII/XIX alguns teólogos procuraram sistemas intermediários, conciliatórios entre o tomismo e o molinismo; recaíram, porém, indiretamente neste ou naquele. De fato, os dois sistemas são irredutíveis um ao outro. Quando foram pela primeira vez propostos na história, o Papa Clemente VIII instituiu em Roma uma Comissão ou Congregação dita “de autxiliis” (“concernente aos auxílios da graça”) a fim de os julgar. As sessões da Congregação prolongaram-se de 2 de janeiro de 1958 a 20 de agosto de 1607, tendo os Soberanos Pontífices tomado parte pessoal nos estudos respectivos. Finalmente o Papa Paulo V resolveu suspender o exame da questão, declarando lícito ensinar qualquer dos dois sistemas, pois nenhum deles envolve heresia (um é outro salvaguardam suficientemente a soberana ação de Deus e o livre arbítrio do homem, embora o tomismo mais acentue aquela e o molinismo mais realce a este). O Papa bento XIV confirmou esta decisão em um decreto de 13 de julho de 1748.

Fica, portanto, aos teólogos e fiéis católicos a liberdade de optar entre as duas teorias acima propostas. O católico tanto pode ser tomista como pode ser molinista; a ação do Espírito Santo em sua alma, a sua conaturalidade com as coisas de Deus lhe sugerirão a atitude a tomar.

Há, porém, três pontos atinentes à doutrina estudada sobre os quais a Santa Igreja se pronunciou definitivamente, de sorte que tanto molinistas como tomistas os professam indistintamente:

1. A conversão do pecador a Deus, ou seja, o ato inicial da via da salvação já é efeito da graça de Deus; é Deus quem primeiramente se volta para o pecador e lhe dá os meios de se colocar em estado de graça; não é o homem quem por suas forças naturais começa a procurar o Senhor, recebendo d’Este em resposta a graça sobrenatural;

2. A perseverança final ou a morte em estado de graça (a boa morte) é dom especial de Deus: não decorre dos mártires anteriores da pessoa, mas pode ser implorada pela oração;

3. A predestinação “adequada” (isto é, o desígnio que compreende todos os auxílios sobrenaturais, desde a graça da conversão até a graça da boa morte) é gratuita ou anterior à previsão dos méritos da criatura. E isto, tanto no tomismo como no molinismo… Também este reconhece que é Deus quem gratuitamente decreta colocar o homem em tais e tais circunstâncias nas quais Ele prevê que a criatura fará bom uso da graça (o tomismo diria:… nas quais Ele predetermina a criatura a fazer livremente bom o uso da graça).

As três proposições acima foram definidas por concílios, cujas declarações se encontram em Denziger-Umberg, Enchiridion Symbolorum 176-180; 183-189, 191-193;200.

Um juízo sobre a questão

1. A muitos fiéis impressiona o fato de que Deus predestina positivamente alguns para a glória celeste, deixando que outros se percam – fato firmemente atestado pela Sagrada Escritura e pela Tradição cristã. Perguntam se não haveria nisto injustiça da parte do Senhor.

– Não; em absoluto. Considere-se que

a) Deus a ninguém criou com destino positivo para a perdição ou a condenação.

Ensinavam o concílio de Valença (França) em 855: “In malis ipsorum malitiam (Deus) praescivisse, quia ex ipsis est, non praedestinasse, quia ex illo non est. – Deus viu de ante-mão a malícia dos maus, porque provém deles, mas não a predestinou, porque não se deriva d’Ele” (Dz 322).

Foi condenada pelo episcopado da Gália no séc. V a seguinte proposição: “Cristo, Senhor e Salvador nosso, não morreu pela salvação de todos…; a presciência de Deus impele o homem violentamente para a morte; e todo aquele que se perde, perde-se por vontade de Deus…; alguns são destinados à morte, outros predestinados à vida” (carta de Fausto de Riez, ed. Migne lat. T. 53,683).

Outras declarações da Igreja se encontram em Dz 200; 316-318; 321-323; 514; 816; 827.

b) Deus, porém, criou seres finitos (só pode haver um Infinito, Deus), aos quais é inerente a falibilidade, o “poder errar”.

c) Esta falibilidade, sendo congênita, naturalmente tende a se atuar num ou noutro. Deus concede, sim, a qualquer indivíduo humano os meios necessários para que se salve pois quer a salvação de todos os homens (cf. 1 Tim 2,4); isto é doutrina freqüentemente afirmada pela Escritura e a Tradição (cf. Dz 318); nenhum desses meios de salvação, porém, força a liberdade humana; esta é sempre respeitada por Deus.

d) Por conseguinte, a menos que o Criador intervenha extraordinariamente, algumas criaturas, em virtude da sua falibilidade natural, se encaminham para a ruína eterna; o Criador não lhes faz injustiça se permite que se percam, apesar de terem os meios necessários para não se perderem.

e) Dado, porém, que Deus se empenhe infalivelmente pela salvação de alguns (muito ou poucos) homens, predestinando-os à glória eterna, Ele faz ato de pura misericórdia beneficia gratuitamente a estes, sem lesar em absoluto aos outros, que, por sua natural falibilidade e apesar dos auxílios divinos, se perdem (cf. a parábola dos operários na vinha, comentado em “Pergunte e Responderemos” 1/1958 qu. 8).

O concílio de Quierzy na Gália em 853 declarava: “Quod quidam salvantur, salvantis est donum; quod autem pereunt, pereuntilum est meritum. – O fato de que alguns se salvam, deve-se a um dom d’Aquele que os salva; o fato de que outros se perdem, deve-se ao mérito (mérito mau ou demérito) dos que se perdem” (Dz 318).

Deus, no caso de uns, manifesta sua Bondade transcendente; no caso de outros patenteia sua Justiça; em todo e qualquer caso, porém, faz reluzir sua soberana Liberdade, a qual não pode ser necessitada por bem algum criado, pois ela é o princípio e a causa de qualquer bem: “Que é que te distingue dos outros? E que tens que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te vanglorias como se não o tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).

A predestinação, portanto, não implica injustiça em Deus; não deixa, porém, de constituir um mistério, mistério porque, com nosso intelecto finito, não vemos plenamente como em Deus se conciliam Justiça, Misericórdia e Liberdade, embora não nos seja plausível duvidar de que de fato se associam em estupenda harmonia (na visão face a face de Deus, no céu, contemplaremos a sábia combinação dos atributos divinos). – Em particular, não podemos assinalar motivo por que Deus escolhe tal homem para a glória, e não tal outro, por que escolheu Pedro e não Judas; lembremo-nos de que não são os méritos do homem que a este atraem o amor de Deus, mas é o amor antecipado de Deus que proporciona à criatura os respectivos méritos Sto. Agostinho admoestava: “Quare hunc trahat (Deus) et ilum non trahat, noli velle diiundicare, si non vis errare. – Porque é que Deus atrai a este e não aquele, não queiras investigar, se não queres errar” (In Io tr. 26 init.). Ante os desígnios do Criador, tome a criatura uma atitude de silêncio reverente; confie em Deus, cuja sabedoria e santidade certamente ultrapassam as de qualquer ser humano.

2. A luz dos procedentes, vê-se que sentido tem a frase de São Paulo: “Deus quer que todos os homens sejam salvos” (1 Tim 2,4). São Tomas (I Sent. D. 46, q. 1, a.1) a distingue nos termos seguintes:

a) Deus quer que se salvem todos os homens, enquanto os considera em si, como criaturas capazes de apreender a vida eterna, abstração feita das circunstâncias particulares em que tal ou tal homem se possa encontrar; deus a ninguém criou senão para a vida eterna;

b) O Criador, porém, não pode (não pode, por causa de sua Justiça) querer que todos se salvem, se considera cada um nas circunstâncias precisas em que ocorre ao Divino Juiz; alguns, com efeito, se Lhe apresentam como criaturas que deliberadamente rejeitam ser salvas ou recusam estar com Deus, pois se rebelaram conscientemente (por um pecado grave) contra Ele e permanecem impenitentes ou apegados ao pecado; o Senhor respeita o alvitre de tais homens e, em conseqüência, só pode querer assinalar-lhes a sorte por que optaram (embora tenha feito tudo para se salvarem).

É esta a famosa distinção entre “vontade antecedente” (isto é, que considera seu objeto em si, abstraindo das circunstâncias concretas em que ocorre) e “vontade consequente” (isto é, que considera o mesmo na situação precisa em que se acha). S. Tomas ilustra a doutrina lembrando o que se dá com todo juiz justo: este, em tese, antes de examinar as causas judiciárias, quer que todo e qualquer homem permaneça em vida; dado, porém, que se apresente algum homicida, ele não pode (porque é justo) deixar de querer seja punido (e punido com a pena de morte, onde esta é imposta pela lei).

A atitude prática do cristão

O mistério da predestinação dos justos para a glória, embora apresente seus aspectos luminosos, tem suas raízes na insondável Magnificência divina; não podemos sempre assinalar a causa por que Deus outorga tal dom a tal pessoa. A quem o interrogasse a respeito. Ele diria com o Senhor da parábola: “Amigo, não cometo injustiça para contigo… Toma o que te compete, e vai-te… Não tenho o direito de dispor dos meus bens como me agrada? Ou tornar-se-á mau o teu modo de ver pelo fato de que Eu sou bom?” (Mt 20,13-15).

Consciente disto, o cristão não se detém em perscrutar sutilmente o que está acima do seu alcance, preocupando-se com questões curiosas ou vãs atinentes à predestinação. Na orientação da sua conduta cotidiana, tenha o fiel ante os olhos as três seguintes proposições:

1. Deus a ninguém absolutamente faz injustiça, nem no decorrer desta vida nem no momento do juízo final;

2. Muito ao contrário, o Criador se comporta para com todos qual Pai cheio de amor ou como o primeiro Ator empenhado na salvação dos homens.

Lembra o concílio de Trento, retomando palavras de Sto. Agostinho:

“Deus não manda o impossível, mas, dando os seus preceitos. Exorta-te a fazer o que podes e a pedir-lhe a graça para o que não podes, e auxilia-te para que o possas” (Sto Agostinho, de natura et gratia 43,50; Denziger 804).

Mais ainda:

“Deus não abandona a não ser que primeiro seja abandonado. – Non deserit nisi prius deseratur” (Dz 804).

3. A atitude prática do cristão encontras ótimo modelo em São Paulo:

a) De um lado, o Apóstolo, consciente da eficácia e da responsabilidade do livre arbítrio, lutava qual bom atleta no estádio para conseguir a incorruptível coroa da vida (cf. 1 Cor 9, 24-27). No mistério da predestinação, muita coisa pode ficar oculta ao fiel; contudo nunca lhe restará dúvida sobre o fato de que Deus exige de cada um todo o zelo de que é capaz para chegar à salvação. Nisto se diferencia a doutrina tradicional cristã de qualquer fatalismo ou determinismo: Deus não retira ao homem o dom do livre arbítrio e da responsabilidade própria com que o quis dignificar; nem há força super-humana cega que de antemão torne vãos os esforços da criatura que procura o Criador. Portanto, errado estaria quem, com vistas à vida eterna, tomasse atitude desinteressada e passiva, baseada em raciocínio análogo ao seguinte: “Se tenho que quebrar a cabeça, nada me pode preservar desta desgraça; não importa, pois, que me atire ou deixe de me atirar à rua pela janela do quinto andar da casa”. Ó homem, nada há que determine a tua sorte eterna independentemente do teu livre arbítrio! O decreto pelo qual Deus predestina alguém à salvação eterna, implica sempre que esta será obtida mediante a livre cooperação do homem.

b) De outro lado, São Paulo, o lutador de Cristo, era feliz ao pensar na sua sorte póstuma; assim também o cristão. Para o Apóstolo, morrer equivalia a “dissolver-se para estar com Cristo” (cf. Flp 1,23), “deixar de ser peregrino na terra a fim de viver na casa do Senhor” (cf. 2 Cor 5,8). Todo discípulo de Cristo, embora reconheça a possibilidade de frustrar o seu último fim, tem confiança no Pai do céu e sabe que a procura sincera de Deus na terra não poderá ficar vã junto ao Pai; vive, por conseguinte, em demanda otimista da mansão celeste, consciente de que Deus o chama continuamente a esta após lhe ter preparado os meios para a conseguir. E, firme nesta crença, não permite que hipóteses inconsistentes tomem na sua mente o lugar de verdades seguras.

D. Estevão Bettencourt, osb
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

Nº 5, Ano 1958, p. 184

https://cleofas.com.br/

PALAVRAS EMBLEMÁTICAS

Dom Fernando Rifan | Crédito: Folha de São Paulo

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

            Frases ou palavras emblemáticas, houve muitas famosas, que marcaram a nossa civilização e repercutem até hoje. São símbolos e resumos de uma doutrina, de uma vida, de um acontecimento ou de um ato de heroísmo, frases que ficaram na história e serão sempre lembradas.

            Assim, “Libertas quae sera tamen”, dos Inconfidentes, “Independência ou morte”, de Dom Pedro I, “A Terra é azul”, de Yuri Gagarin, “Um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”, de Neil Armstrong, “O fraco jamais perdoa, o perdão é uma das características do forte”, de Mahatma Gandhi, “Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajuda-lo a levantar-se”, de Gabriel Garcia Marquez, e muitíssimas outras citações icônicas.

            Nas Sagradas Escrituras ou Bíblia Sagrada, também encontramos frases-símbolo, que marcaram a história do mundo e a nossa vida, desde o “Fiat Lux” (Faça-se a Luz) no Gênesis, no início da criação, correspondente ao Big Bang da ciência atual, até às últimas palavras do Apocalipse “Vinde, Senhor Jesus”. O livro do Levítico traz a frase central do culto prestado a Deus: “Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44). Nos Salmos, temos uma frase magistral, que mostra o equilíbrio que se espera de nós: “A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão” (Sl 84 (85),11).

            No Novo Testamento, temos frases paradigmáticas de Jesus Cristo. No Sermão da Montanha, que é o resumo do Evangelho, encontramos, por exemplo, a frase que é a sinopse do sermão: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo” (Mt 6, 33).

            Jesus ensinou a chamada a Regra de ouro das nossas relações interpessoais: “Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles” (Mt 7,12). E ele acrescenta que nisso está resumida toda a Lei e os Profetas.

            E foi nessa virtude da caridade, o amor, que Jesus corrigiu a lei do Talião e colocou o cerne da sua doutrina: “Ouvistes que foi dito: ‘olho por olho, dente por dente’. Eu, porém, vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, ao que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra!… “Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem!” (Mt 5, 38-44). E ele deu o exemplo desse amor total e desinteressado, ensinando-nos o seu “novo mandamento”: “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 13, 34).

            E a ressurreição de Jesus foi a prova final da sua divindade e a confirmação de toda a sua doutrina, resumida na frase emblemática de São Tomé, duvidoso, quando viu as chagas da Paixão em Jesus vivo e ressuscitado: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).

Fonte: CNBB

Nigéria: país mais populoso da África “está em guerra”, diz bispo

Shutterstock | vic josh
Por Fundação AIS - publicado em 04/07/21

Para o arcebispo, não haverá mais nenhum lugar no mundo onde tantas pessoas são “mortas em público sem consequência”.

É mais uma voz que se ergue na denúncia da violência que está a afectar a Nigéria. O Arcebispo Matthew Ndagoso, da Diocese de Kaduna, diz que “o país está em guerra” e acusou de serem “criminosos, no verdadeiro sentido da palavra”, todos os responsáveis por esta situação tanto “fanáticos religiosos” como “bandidos, sequestradores, terroristas, pastores armados e oportunistas”.

Para o Arcebispo, não haverá mais nenhum lugar no mundo onde tantas pessoas são “mortas em público sem consequência”, acusando assim as autoridades de negligência grosseira na defesa das populações. “Os cidadãos estão sozinhos”, disse. “Bandidos estrangeiros ou outros criminosos podem vir à vontade matar-vos, saquear-vos, violar-vos, raptar-vos e assassinar-vos…” 

As palavras emotivas do prelado, durante o funeral no início de Junho do Padre Alphonsus Bello Yashim, um sacerdote católico assassinado em Malfunashi, são mais uma denúncia da violência sem fim que está a atingir o mais populoso país de África, perante a inoperância das autoridades.

A Igreja tem sido particularmente visada nesta onda de ataques. A Diocese de Kaduna é exemplo disso. O seminário local já foi atacado e três dos seus alunos foram raptados e um foi mesmo assassinado durante o ano de 2020. Por causa do clima de insegurança, as autoridades eclesiásticas decidiram encerrar provisoriamente a estrutura.

A situação é também trágica nos estados de Benue e Taraba. As disputas de terras têm criado inúmeros problemas aos agricultores cristãos que se sentem assediados por grupos de pastores Fulani, cada vez mais radicalizados e violentos. 

O Padre Kuha Indyer, missionário da congregação do Espírito Santo e parceiro de projecto da Fundação AIS, relata que “os pastores Fulani estão a massacrar o povo Tiv [essencialmente cristão], matando-os com as suas facas e com armas modernas como a AK47”. 

Os ataques sucedem-se a um ritmo assustador. Há algumas semanas, foram mortas 36 pessoas em Benue. “Entre as vítimas, também estava um dos meus parentes”, disse o padre Indyer. “Eles apareceram do nada uma manhã e mataram toda a gente numa questão de minutos.” O padre relatou ainda que na Diocese de Katsina-Ala “várias escolas e paróquias foram encerradas devido às actividades de gangues criminosos”.

(AIS)

Fonte: Aleteia

Papa Francisco: "Sem admiração, a fé se torna uma ladainha que se extingue"

Papa Francisco preside o Ângelus no Vaticano.
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 04 jul. 21 / 09:39 am (ACI).- O papa Francisco exortou a comunidade cristã a não perder a capacidade de admiração com a encarnação de Deus, porque, "sem admiração, a fé se torna uma ladainha cansada que lentamente se extingue".

A afirmação foi feita neste domingo, 4 de julho, durante a oração do Ângelus no Palácio Apostólico do Vaticano. O pontífice refletiu sobre a passagem evangélica do dia em que fala da incredulidade dos conterrâneos de Jesus ao vê-lo pregar na sinagoga de Nazaré.

Francisco chamou a atenção para o fato de que os conterrâneos de Jesus o conhecem, mas não o reconhecem. “Há diferença entre conhecer e reconhecer: podemos saber várias coisas sobre uma pessoa, formar uma ideia, confiar no que os outros dizem sobre ela, talvez de vez em quando encontrá-la no bairro, mas tudo isso não é suficiente. Trata-se de um conhecer superficial, que não reconhece a unicidade dessa pessoa”.

É um risco, disse o papa, “que todos nós corremos: achamos que sabemos tanto sobre uma pessoa, rotulamo-la e a restringimos em nossos preconceitos. Da mesma forma, os conterrâneos de Jesus o conhecem há trinta anos e pensam que sabem tudo; na realidade, nunca se deram conta de quem é verdadeiramente. Eles se detêm à exterioridade e rejeitam a novidade de Jesus”.

O papa afirmou que “deixamos a comodidade do hábito e a ditadura dos preconceitos prevalece, é difícil nos abrir à novidade e nos deixarmos surpreender”.

“No final, acontece que muitas vezes, acabamos procurando confirmação de nossas ideias e esquemas na vida, em nossas experiências e até mesmo nas pessoas, para nunca ter que fazer o esforço de mudar”.

Disse que “também pode acontecer com Deus, precisamente conosco crentes, nós que pensamos conhecer Jesus, que já sabemos muito sobre Ele e que nos basta repetir sempre as mesmas coisas. Mas sem abertura à novidade e às surpresas de Deus, sem admiração, a fé se torna uma ladainha cansada que lentamente se extingue”.

Foi o que aconteceu aos “conterrâneos de Jesus”, não o reconhecem porque “não aceitam o escândalo da Encarnação. É escandaloso que a imensidão de Deus se revele na pequenez de nossa carne, que o Filho de Deus seja o filho do carpinteiro, que a divindade esteja escondida na humanidade, que Deus habite no rosto, nas palavras, nos gestos de um simples homem".

“Eis o escândalo: a encarnação de Deus, sua concretude, seu ‘cotidiano’. Na realidade, é mais cômodo um deus abstrato e distante, que não se intromete nas situações e que aceita uma fé distante da vida, dos problemas, da sociedade”.

“Ou mesmo gostamos de acreditar em um deus ‘com efeitos especiais’, que só faz coisas excepcionais e sempre dá grandes emoções. Ao invés, Deus se encarnou: humilde, terno, escondido, se faz próximo de nós habitando a normalidade de nossa vida cotidiana. E assim, como os conterrâneos de Jesus, corremos o risco que, quando passa, não o reconhecemos, aliás, nos escandalizamos por Ele”, concluiu o papa Francisco.

ACI Digital

Novo boletim: o Papa está em boas condições

Hospital Gemelli | Vatican News

A operação programada para curar uma estenose diverticular do cólon concluiu-se à noite.

VATICAN NEWS

Concluiu-se à noite a cirurgia à qual foi submetido o Papa Francisco, de acordo com um comunicado do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

“O Santo Padre, internado à tarde no Hospital A. Gemelli, foi submetido à noite a uma operação cirúrgica programada para tratar uma estenose diverticular do cólon”. 

“O Santo Padre - explicou Bruni – reagiu bem à operação conduzida com anestesia geral pelo Prof. Sergio Alfieri, com a assistência do Prof. Luigi Sofo, do Dr. Antonio Tortorelli e da Dra. Roberta Menghi.”

“A anestesia foi feita pelo Prof. Massimo Antonelli, pela Professora Liliana Sollazzi e pelos doutores Roberto De Cicco e Maurizio Soave. Também estavam presentes na sala cirúrgica o Prof. Giovanni Battista Doglietto e o Prof. Roberto Bernabei”.

O Pontífice deixou a Casa Santa Marta no início da tarde.

A cirurgia de ontem à noite durou cerca de três horas. Espera-se sete dias de internação no Hospital Gemelli.

O Papa Francisco está em boas condições e atento. É o que afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, no novo comunicado sobre as condições de saúde do Papa após a cirurgia ocorrida na noite de domingo (04/07).

“Sua Santidade o Papa Francisco está em boas condições gerais, atento e respirando espontaneamente. A cirurgia para estenose diverticular realizada na noite de 4 de julho envolveu uma hemicolectomia esquerda e durou cerca de 3 horas”, disse Bruni.

Quanto à permanência do Papa no Hospital Gemelli, “prevê-se uma internação de cerca de 7 dias, salvo complicações”.

Fonte: Vatican News

Santo Antônio Maria Zacarias, Presbítero, Fundador dos Barnabitas

S. Antônio Maria Zacarias | ArquiSP
05 de julho

Santo Antônio Maria Zacarias

Antônio Maria nasceu na rica família Zacarias, da tradicional nobreza italiana, na cidade de Cremona, em 1502. Era o filho único de Lázaro e Antonieta, e seu pai morreu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Nessa ocasião não faltaram os pretendentes à mão da jovem viúva, que contava com dezoito anos de idade. Mas Antonieta preferiu afastar-se de todos. Tornou-se exemplo de vida austera, séria e voltada para a fé, dedicando-se exclusivamente à educação e formação do filho. E seu empenho ilustra a alma do homem que preparou para o mundo e para a Igreja.

Em pouco tempo, Antônio Maria era conhecido por sua inteligência precoce e, ao mesmo tempo, pela disposição à caridade e humildade. Contam os escritos que era comum chegar do colégio sem seu caro manto de lã, pois o deixava sobre os ombros de algum mendigo que estava exposto ao rigor do frio.

Ao completar dezoito anos de idade, doou toda sua herança para sua mãe, e foi estudar filosofia em Pávia e medicina em Pádua. Ao contrário dos demais estudantes, que pouco aprendiam e mais se dedicavam à vida de diversões das metrópoles, como em todas as épocas, Antônio Maria usava todo o seu tempo para estudar e meditar. Em vez de vestir-se como fidalgo, preferia as roupas simples e comportava-se com humildade.

Depois de formado, exerceu a medicina junto ao povo, cuidando principalmente dos que não tinham recursos. Conta a tradição que, além de curar os males do corpo, ele confortava as tristezas da alma de seus pobres pacientes.

Distribuía os remédios científicos juntamente com o conforto, a esperança e a paz de espírito. Finalmente, sua espiritualidade venceu a ciência e, em 1528, Antônio Maria ordenou-se sacerdote.

Com as bênçãos da mãe, que ficou feliz, mas sozinha, ele foi exercer seu apostolado em Milão. Ali, na companhia de Tiago Morigia e Bartolomeu Ferrari, fundou a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, cujos membros ficaram conhecidos como "barnabitas", pois a primeira Casa da Ordem foi erguida ao lado da igreja de São Barnabé, em Milão. Depois, com apoio da condessa de Guastalla, Ludovica Torelli, fundou também a Congregação feminina das Angélicas de São Paulo e criou o Grupo de Casais, para os leigos. Toda a sua Obra se voltou à reforma do clero e dos leigos, reaproximando-os dos legítimos preceitos cristãos.

Tendo como modelo são Paulo, era também um devoto extremado da santa eucaristia. Foi o padre Antônio Maria que instituiu as "quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento", e também o soar dos sinos às quinze horas para indicar a Paixão de Jesus na cruz.

Durante uma de suas numerosas missões de oração e pregação que efetuava na Itália meridional, foi acometido pela epidemia que se alastrava na região. Não tinha ainda completado os trinta e sete anos de idade quando isto aconteceu. Como médico que era, sabia que a morte se aproximava, voltou então para os braços da dedicada mãe Antonieta.

Ele morreu, sob o teto da mesma casa onde nasceu, em 5 de julho de 1539, e foi canonizado em 1897. Tendo em vista a criação do Grupo de Casais, santo Antônio Maria Zacarias é considerado o pioneiro da Pastoral Familiar na história da Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

domingo, 4 de julho de 2021

12 filmes católicos para você assistir em casa

New Line Productions, Inc. | Warner Bros. |
Century Fox Home Entertainment
Por Octavio Messias

Longas trazem os valores de Cristo e abordam a fé.

Já publicamos aqui algumas sugestões filmes e séries que tratam de valores cristãos. Aqui vão 12 indicações de uma vez, todas de com histórias agregadoras, que convidam à fé. Em todos os gêneros. 

O Senhor dos Anéis – trilogia (2001–2003)

Este é trapacear? Sim, mas é possível assistí-los todos em uma sentada, como quem maratona uma série do Netflix. Certa vez, J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, chamou o Santíssimo Sacramento de “a maior coisa para se amar na Terra”. Seus livros e filmes são ricos em simbologia católica e tratam de temas épicos de amor e sacrifício em face do grande mal. 

A trilogia recebeu enorme aceitação da crítica. O terceiro filme, O Retorno do Rei, venceu 11 onze Oscars, o que o torna o maior o maior vencedor da história da premiação, empatado com Titanic e o próximo filme da nossa lista. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

Ben-Hur (1959)

Acredite ou não, Ben-Hur — estrelando Charlton Heston e Stephen Boyd — é um remake. Em uma época em que os cinemas e a MGM estavam lutando, este filme épico salvou o mercado, tornando-se um dos filmes com maior bilheteria na história (ajustando a inflação). Também traz a história não só de Judah Ben-Hur e sua busca por vingança contra seu antigo amigo Messala, mas também a de Cristo. É uma história de redenção e também o poder da misericórdia divina. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

Feitiço do Tempo(1993)

Parece que você está revivendo o mesmo dia todo dia? Bem, então você está como o personagem de Bill Murray nesta comédia romântica, o rabugento apresentador da previsão do tempo Phil Connors, que desdenha de um feriado comemorativo regional que se repete sempre que ele acorda, que é o mesmo dia que quando ele foi dormir. Mas tem mais do que isso. É uma oportunidade para discutir filosofia e teologia enquanto vemos Murray explorar destino, fé, morte e amor em seu próprio purgatório. fate, faith, death and love in his own purgatory.

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

O terceiro filme da franquia Indiana Jones é um dos melhores da série. É divertido, cheio de ação, além de repleto de simbolismos e temas católicos. Harrison Ford e Sean Connery estrelam como filho e pai, ambos buscando o Santo Graal. O protagonista não só reencontra o apreço pelo pai distante, como também tem que dar (literalmente) saltos de fé nessa aventura. E ainda entendemos de onde vem seu apelido, Indiana.

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

A Paixão de Joana d’Arc (1928)

Este é para cinéfilos. Este filme silencioso retrata o julgamento da Santa Joana dÁrc. Muitos historiadores e críticos o consideram um marco, não apenas pela fotografia e pela produção, mas também pela performance de Renée Jeanne Falconetti interpretando a santa francesa. Tem que ver. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

O Rei Leão (1994)

Não é uma típica animação adaptada. O desenho original da Disney pode não incorporar totalmente a imagética católica, mas é uma história que lembra a parábola do Filho Pródigo e contém uma cena similar à agonia de Jesus no Jardim de Getsêmani. Além do mais, é um divertido musical. 

*Onde Assistir: para locação no YouTube e no Google Play

O Bom Pastor (1944)

Traz Bing Crosby — que atuou como Cavaleiro de Colombo durante a Segunda Guerra Mundial — e Barry Fitzgerald como padres, com o primeiro assumindo a paróquia. É um filme leve e tocante que não foi só um arroubo de bilheteria, como também aclamado pela crítica, chegando a ganhar o Oscar de Melhor Filme. Também originou uma sequência, Os Sinos de Santa Maria (1945).

*Onde Assistir: Amazon Prime

Superman: O Filme (1978)

O avô de todos os filmes baseado em gibis, Superman: O Filme teve uma produção tumultuada, mas a arte vem da adversidade, certo? Os cineastas estavam conscientes das óbvias conexões bíblicas nas origens do Super-Homem: um bebê enviado de outro planeta para ajudar a salvar o mundo. Inicialmente, o gibi se espelhava no Livro do Êxodo, mas com o tempo ele se tornou uma figura equivalente a Cristo na mídia dos gibis.  Coloque tudo isso de lado, e o filme é divertido com um carismático Christopher Reeve na pele do herói. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

Domínio dos Bárbaros (1947)

Uma adaptação do romance O Poder e a Glória (1940), de Graham Greene, dirigida pelo cineasta católico John Ford e estrelada por Henry Fonda. O filme é sobre um padre em fuga das autoridades do México durante a Guerra Cristera — uma época de perseguição católica na qual cavaleiros lutavam e eram martirizados pela fé. É uma história sobre o que torna santo um santo. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

A Princesa Prometida (1987)

Sério? O que tem de católico nesse filme açucarado de gosto questionável. Papa João Paulo II tinha algumas ideias. De acordo com o ator Cary Elwes — que estrela o filme como Westley —, o finado pontífice disse a ele que era “um filme muito bom. Muito engraçado.” Se esse filme clássico e divertido filme é bom o suficiente para um santo, é bom o suficiente para entrar nesta lista.

*Onde Assistir: Amazon Prime

Um Sonho de Liberdade (1994) ou Rebeldia Indomável (1967)

Bispo Robert Barron chamou Um Sonho de Liberdade uma bela releitura da história de Cristo. Enquanto o personagem Luke de Rebeldia Indomável foi considerada uma figura inspirada em Cristo (ele até posa como Cristo crucificado em dado momento). O primeiro é mais apropriado para adultos, enquanto o segundo pode ser apreciado por adolescentes e mais velhos. Seja qual for, ambos foram elogiados quando lançados e indicados a melhor filme. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

A Noviça Rebelde (1965)

Indicado para a família? Check. Ótimas canções? Check. Fotografia deslumbrante? Check. Ótimo filme? Check. Mensagem católica positiva? Check. Não tem erro com esse filme. Julie Andrews estrela como uma postulante querendo se tornar freira, que descobre sua verdadeira vocação quando atua como governanta de uma viúva com sete filhos. 

*Onde Assistir: no YouTube (grátis e com legendas em português)

Agora onde está A Paixão de Cristo? E A Canção de Bernadette? Ou O Escarlate e o Negro? São todos grandes filmes. E católicos. Então vale assisti-los caso ainda não os tenha visto. 

Então fique seguro, se jogue nos streamings e aumente sua bagagem cinematográfica.

(A partir do original em inglês: More great Catholic movies to watch while quarantined)

Fonte: Aleteia

O Papa confirma visita à Hungria e Eslováquia: “Rezem por esta viagem"

Bandeiras eslovacas na Praça São Pedro | Vatican News

Ao término do Angelus deste domingo (04/07), Francisco anunciou a dupla etapa de 12 a 15 de setembro de 2021: "Rezemos por aqueles que estão organizando" esta viagem. O Papa já o tinha antecipado aos jornalistas que o acompanhavam no avião no voo de retorno a Roma após a visita ao Iraque. Francisco estará no dia 12 em Budapeste para a missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional e depois até o dia 15 em Bratislava, Présov, Koesice e Šaštin

Vatican News

“Tenho a alegria de anunciar que de 12 a 15 de setembro próximo, se Deus quiser, irei à Eslováquia para fazer uma visita pastoral. Os eslovacos estão ali contentes...”, disse o Papa acenando para os eslovacos presentes na Praça São Pedro.

Foi o próprio Papa que confirmou, ao término do Angelus este domingo na Praça de São Pedro, a viagem de 12 a 15 de setembro próximo à Eslováquia, explicando que na parte da manhã do dia 12 concelebrará em Budapeste, na Hungria, a missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional:

“Agradeço de coração àqueles que estão preparando esta viagem e rezo por eles”. Rezemos todos por esta viagem e pelas pessoas que estão trabalhando para organizá-la.”

O anúncio no voo Bagdá-Roma

Trata-se da segunda viagem apostólica de 2021, após a importante viagem ao Iraque. E precisamente no voo de retorno de Bagdá, na habitual entrevista concedida aos jornalistas, Francisco, em resposta a uma pergunta sobre viagens futuras, anunciou sua presença em Budapeste para presidir o encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional. Acrescentou - referindo-se ao fato de que muitas de suas viagens são o resultado de longas reflexões, mas também de intuições repentinas - que também faria etapa em Bratislava, dada a proximidade entre os dois países.

"Agora terei que ir à Hungria para a missa final do Congresso Eucarístico Internacional, não para uma visita ao país, mas somente para a missa. Mas Budapeste fica a duas horas de carro de Bratislava, por que não fazer uma visita à Eslováquia? É assim que as coisas vêm..."

O Papa em Bratislava e outras três cidades eslovacas

Em particular, a etapa na Eslováquia incluirá não apenas uma visita a Bratislava, mas também a três outras cidades, como confirmado numa declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa sé, Matteo Bruni:

"Como anunciou o Santo Padre no Angelus desta manhã, a convite das Autoridades civis e das Conferências episcopais, no domingo 12 de setembro de 2021, o Papa Francisco estará em Budapeste por ocasião da Santa Missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional; posteriormente, de 12 a 15 de setembro de 2021, viajará para a Eslováquia, visitando as cidades de Bratislava, Présov, Koesice e Šaštin. O programa da viagem será posteriormente publicado."

Fonte: Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF