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domingo, 11 de julho de 2021

“Salvando a Fraternidade-Juntos”, por uma Igreja aberta ao mundo

Fiel em oração 

É um apelo lançado por teólogos e teólogas interpelados pela “Fratelli tutti” do Papa Francisco. Um convite à Igreja para dialogar em um clima de "fraternidade espiritual".

Vatican News

“A Igreja não é uma aristocracia espiritual dos eleitos, mas uma tenda hospitaleira que guarda o arco-íris da aliança entre Deus e a criatura humana. A fé aprenderá a habitar as linguagens do mundo secular, sem prejuízo do anúncio da proximidade de Deus”.

Esta é uma das passagens do apelo "Salvar a Fraternidade - Juntos", escrito por um grupo de dez teólogas e teólogos, por iniciativa do presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Vincenzo Paglia, e do presidente do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, Pierangelo Sequeri.

Um questionamento a ser acolhido

Um apelo que nasce dos questionamentos propostos pela Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, e disto a necessidade de abordar uma série de questões sobre as quais refletir.

“A proposta – lê-se em um comunicado - é acolher o sentido profundo desta interpelação definitiva - dirigida a uma Igreja solicitada a se abrir a um mundo tentado a se fechar - inaugurando o clima de uma 'fraternidade intelectual' que reabilite o senso elevado do 'serviço intelectual' do qual os profissionais da cultura - teológica e não teológica - estão em dívida com a comunidade”.

Um diálogo mais assíduo

Monsenhor Paglia, no posfácio que conclui o apelo, exorta as instituições eclesiais a fazerem a sua parte “na promoção de um diálogo mais profundo e assíduo entre a inteligência da fé e o pensamento humano. Nesta renovação – escreve – a teologia e a pastoral convergem como as duas faces de uma mesma ação”. No apelo é pedida "uma inversão de tendência no pensamento de época".

“Não desprezem o Nome de Deus, a quem a invocação dos fiéis sinceros se dirige por todos os homens e mulheres do planeta, e pelo qual – lê-se - os mesmos fiéis se colocam à disposição para interceder por todos os pobres e abandonados. Critiquem-nos, quando devem – e até mesmo quando não devem - mas guardem com respeito o mistério - também para vocês insondável - do Nome de Deus”.

“A recente Encíclica Fratelli tutti encoraja a imaginar a nova perspectiva deste diálogo como a declinação eficaz e necessária de uma fraternidade intelectual a serviço de toda a comunidade humana”.

Fonte: Vatican News

S. BENTO ABADE, PADROEIRO DA EUROPA

Crédito: Pinterest
11 de julho

SÃO BENTO ABADE

São Bento nasceu na Umbria, Itália, no ano de 480. Era de família nobre romana. Desde pequeno manifestou um gosto especial pela oração. Realizou os primeiros estudos na região de Nurcia, próximo à cidade de Spoleto. Depois foi morar em Roma para estudar filosofia.

Vida de São Bento

Um eremita chamado Romano encontrou Bento e lhe deu um hábito de monge. Romano ensinou a São Bento tudo sobre a vida de eremita e levando-o para uma gruta escondida, (gruta santa), no monte de Subíaco. Lá, o jovem Bento aprofundava-se na vida de eremita e Romano o ajudava regularmente com alimentos.

São Bento ficou ali por 3 anos só em orações e estudos, sem receber visitas. Um dia, porém, um sacerdote da região, fazendo seu jantar, ouviu uma voz dizendo: estás fazendo seu jantar enquanto meu servo Bento morre de fome no deserto.  O sacerdote, com muito esforço, partiu para o deserto, encontrou a gruta em que Bento estava escondido e após uma oração, disse que era o dia da Páscoa do Senhor e serviu-lhe a comida.

Tempos depois o jovem bento foi descoberto por pastores e assim passou a receber muitas visitas para conselhos e orações. Logo sua fama começou a crescer e ele passou a ser visitado por mais e mais pessoas em busca de aconselhamentos e orações.

Tentativa de assassinato

Por causa de sua fama de santidade, São Bento foi chamado para ser o abade (superior) do convento de Vicovaro. Ele aceitou, desejando prestar um serviço. Porém, não combinou com a vida que os monges viviam, porque não era incondicional como ele achava que deveria ser o seguimento de Cristo.

Foi se formando entre os religiosos uma antipatia contra o santo, chegando ao cúmulo de tentarem matá-lo com veneno, mas, abençoando a taça de vinho envenenada, como fazia com todos os alimentos que comia, ela se quebrou. Assim, bento disse em seguida que Deus perdoe a vocês, meus irmãos. Depois disso, abandonou o convento e voltou para Subíaco.

A primeira ordem monástica da história

São Bento fundou em poucos anos doze mosteiros. Antes de Bento, os monges viviam como eremitas, isolados, sozinhos. São Bento organizou a vida monástica comunitária e os mosteiros começaram a florescer. Todos eles seguiam a famosa Regra de São Bento.  As famílias nobres de Roma começaram a mandar seus filhos para estudarem nos mosteiros fundados por São Bento. Santo Plácido e São Mauro estavam entre os educandos de São Bento.

A Regra de São Bento

A Regra de São Bento (Regula Monasteriorum) é um livro escrito por São Bento, com as regras para a vida monástica comunitária. É um livro com 73 capítulos curtos. A regra prioriza o silêncio, a oração, o trabalho, o recolhimento, a caridade fraterna e a obediência. Assim nascia a famosa Ordem dos Beneditinos, ou Ordem de São Bento, que permanece viva e atuante até hoje, seguindo a mesma regra escrita há mais de 1500 anos. A Regra de São Bento foi também adaptada para várias congregações de monges do ocidente.

Milagres de São Bento

No Monte Cassino, Itália, Bento começou a pregar o Evangelho para o povo. Com a pregação e os inúmeros milagres que fazia, inclusive vários exorcismos, o povo começou a se converter. Assim, o povo de Monte Cassino derrubou o templo de Apolo, que fora construído no cume do monte e com suas ruínas construíram dois conventos com as bênçãos de São João Batista e São Martinho. Esta foi a origem do grande mosteiro de Monte Cassino, criado em 529, com a bênção do Papa Felix lll. 

Devoção a São Bento

São Bento morreu no ano de 547, aos 67 anos. Predisse sua morte no mesmo ano da morte de sua irmã Santa Escolástica, fundadora do ramo feminino da ordem de São Bento. Mandou abrir sua própria sepultura e depois de falar aos monges, de pé com as mãos para o céu, morreu. Parte de suas relíquias estão no Mosteiro de Monte Cassino e outras na abadia de Fleury, na França. São Bento foi canonizado no ano de 1220 e sua festa é comemorada no dia 11 de julho.

Imagem de São Bento

Sua imagem é representada com o livro das regras; um sino, que representa a voz de Deus; um copo quebrado e a serpente representando o veneno; um corvo com um pedaço de pão no bico representando o tempo em que ele passou no deserto e uma vara representando a disciplina.

Medalha de São Bento e sua mensagem

A medalha de São Bento foi esculpida primeiramente nas colunas do mosteiro de Monte Cassino. Na frente da medalha lê-se: Ejus in ibitu nostro praesentia muniamur. Sejamos protegidos pela sua presença na hora da nossa morte.

No verso encontra-se as seguintes inscrições:

CSPB      - Crux Sancti Patris Benedicti     - (cruz do Santo Pai Bento)

CSSML   - Crux Sacra Sit Mihi Lux             - (a Cruz Sagrada Seja a minha Luz)

NDSMD - Non Draco Sit Mihi Dux            - (não seja o Dragão o meu guia)

VRS        - Vade Retro Satana                    - (para traz satanás)

NSMV   - Nunquam Suade Mihi Vana    - (Nunca Seduzas minha alma)

SMQL    - Sunt Mola Quae Libas               - (são coisas más que brindas)

IVB         - Ipse Venana Bibas                     - (Bebas do mesmo veneno)

Oração a São Bento

A Cruz sagrada seja a minha Luz. Não seja o dragão o meu guia. Retira-te satanás. Nunca me aconselhe coisas vãs. É do mal o que tu me oferece. Beba tu mesmo do teu veneno. Rogai por nós Bem Aventurado São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sábado, 10 de julho de 2021

A VERDADE LIBERTA!

Crédito: Simplesmente Cristão

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Após um século de rápidas transformações, estamos experimentando uma mudança de época. São tempos novos nos quais se constatam avanços e conquistas no mundo da ciência e da técnica, que deveriam promover melhores condições de vida, conforto e bem-estar para o maior número possível de pessoas.

A pandemia do novo coronavírus, que está deixando atrás de si um lastro de dor e de morte, afetou de forma contundente os critérios de compreensão e os valores fundamentais a partir dos quais se estabelecia ações e promovia relações sociais, econômicas, políticas e também religiosas. A tragédia sanitária da COVID-19 acelerou a necessidade urgente de rever a forma de conduzir a economia, de promover a vida em sociedade e cuidar da Casa Comum.

Entretanto, em meio a tensões e expectativas, o que virá já começa a preocupar.

O dilema que se impôs, segundo o qual ou se priorizava o combate à pandemia, ou se priorizava o crescimento econômico e os empregos, não se mostrou verdadeiro: a crise sanitária e a crise econômica estão fundamentalmente relacionadas. A falta de compreensão deste falso paradigma por parte de setores políticos, econômicos e empresariais continua produzindo desemprego, desigualdade, fome, miséria, desesperança e morte.

Constatam-se atitudes de desrespeito pelo povo, compreensões econômicas que não consideram a pessoa humana e o direito natural à vida digna, a irracionalidade de expressões da cultura midiática, ideologias que desejam impor a todos noções confusas sobre sexualidade humana, família e matrimônio.

O pensamento e a ousadia intelectual tornaram-se insuportáveis para muitas pessoas, atingindo inclusive instituições; e isso causa, no mínimo, preocupação. A ignorância, o ódio à inteligência, ao conhecimento, à ciência, ao discernimento e a falta de bom senso está pautando comportamentos e realizações em setores da vida em sociedade. Quando se busca exercer o poder manipulando o campo do saber ao bel prazer, então se faz necessário coragem para promover a verdade que liberta – dever de todos que anseiam por tempos melhores.

Fonte: CNBB

A doutrina católica sobre o sacerdócio ministerial, antes, durante e depois do Concílio Vaticano II (Parte 5/5)

Presbíteros
Padre Mauro Gagliardi – Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, Roma
  1. Aspectos concretos da pastoral e da formação para o presbiterato

Também nesta última seção, como em todas as anteriores, não temos nem poderíamos ter a menor veleidade de apresentar um discurso orgânico e completo. Façamos apenas um punhado de observações a um tema de grande importância, que merece reflexões adequadas em local apropriado.

A ação pastoral dos presbíteros e a formação dos candidatos ao presbiterato estão estreitamente ligadas à visão que tivermos da identidade e do papel do ministro ordenado. A linha magisterial que desembocou no grande Concílio de Trento imprimiu uma imagem clara do sacerdote e exerceu incalculável influência sobre a pastoral e sobre a formação. O presbítero é aí considerado sobretudo pastor de almas, autoridade constituída sobre uma porção do rebanho de Cristo, para cuja santificação colabora, como instrumento vivo do Senhor, sobretudo mediante a celebração dos sacramentos, principalmente a Eucaristia e a Penitência, mas também por meio dos outros munera que lhe são próprios[47]. A formação obtida no seminário – lembremos que foi justamente o Concílio de Trento que deu impulso a essa instituição – tendia fundamentalmente a preparar sacerdotes que se dedicassem ao cuidado das almas e sublinhava, com correção e de bom grado, a grandeza do sacerdote, escolhido pelo Senhor para desenvolver no seio da Igreja, em nome desta e em obediência a sua hierarquia, um papel de extraordinário valor e dignidade. O Padre da Igreja de referência, aqui, é São João Crisóstomo, que escreveu páginas esplêndidas sobre a dignidade e a grandeza do sacerdote.

O limite dessa orientação consiste no perigo do clericalismo e de uma insuficiente valorização do laicado católico. Outro perigo é o de absolutizar a figura sacerdotal, esquecendo que esta é chamada a desenvolver seu papel não apenas “diante” da Igreja, mas também “dentro” desta[48]. Em terceiro lugar, poderia nem sempre ser visto com clareza o vínculo de fraternidade sacerdotal, baseado no fato de pertencer à Ordem dos presbíteros. Enfim, se é verdade que nessa visão o vínculo entre episcopado e presbiterato se baseia no sacerdócio comum, ou seja, no poder de consagrar a Eucaristia e de celebrar outros sacramentos (munus sanctificandi), menos evidente é o laço entre bispos e presbíteros no que diz respeito aos outros dois munera. O Vaticano II, como vimos, quis, por conseguinte, reafirmar a doutrina tradicional sobre o presbiterato, dentro de uma visão que levasse em conta esses riscos, além das transformadas circunstâncias históricas. Não se trata de uma revisão dogmática, mas de uma apresentação nova da doutrina de sempre e de uma consistente aplicação pastoral dessa doutrina. Semelhante ensinamento, quando foi seguido e aplicado, trouxe frutos significativos para a vida sacerdotal e para a formação preparatória a esta.

Como dissemos, todavia, essa orientação muitas vezes foi substituída por um modelo diferente. O texto do Concílio foi abandonado muito cedo, e delineou-se uma visão principalmente – quando não exclusivamente – funcional do presbiterato. O próprio termo “sacerdócio” foi muitas vezes revogado do uso: houve quem falasse apenas de “presbíteros” e não mais de “sacerdotes”. Em muitos seminários, foi ensinado que não era preciso absolutamente dizer “tornar-se sacerdote”, mas, sim, “ser ordenado presbítero”. A primeira expressão era rejeitada por ter um sabor excessivamente ontológico: o presbiterato é um serviço à comunidade, assinalado mediante o rito da ordenação, mais que um dom sobrenatural, marcado indelevelmente na alma do ordenado com o caráter sacramental. Na formação proposta em muitos noviciados e seminários, foram apontados, por exemplo, de maneira quase exclusiva, perfis de bispos e sacerdotes mergulhados na animação social, e muito menos, ou de modo algum, figuras de sacerdotes – até mesmo santos e santificadores – que se dedicaram sobretudo ao ministério sacramental da Eucaristia e da Penitência, ou que foram mestres da Palavra de Deus e da arte da oração e da ascese cristãs. A apresentação de figuras de sacerdotes como Santo Afonso Maria de Ligório, São Pedro Juliano Eymard, São João Maria Vianney, São Pio de Pietrelcina, São Leopoldo Mandic não aparecia – e muitas vezes ainda não aparece – no currículo de muitas casas de formação para o presbiterato e, mesmo quando presente, desses sacerdotes era sublinhado particularmente o aspecto ativo e a obra caritativa – certamente de enorme importância -, mais que a prática de ensino da sã doutrina, a vida de oração, o cuidado com as almas e o culto divino. De fato, aconteceu muitas vezes não apenas que desse preeminência ao aspecto funcional do sacerdócio, posto acima do aspecto ontológico, mas também que a missão sacerdotal fosse entendida mais como um “ir para o mundo” que como uma solicitude perante aqueles que já são crentes e precisam de ajuda para tender à perfeição cristã. Além disso, foi sublinhada na formação a unidade entre os dois sacerdócios (comum e ministerial), e atenuada a sua distinção, que o Concílio define “em essência e não apenas em grau” (LG 10). Ou seja, enquanto o Vaticano II ditou a linha de uma renovação da vida sacerdotal e, por reflexo, da formação preparatória para esta – como podemos ver no Decreto Optatam Totius –, no pós-concílio outras teologias e outras linhas de formação foram impostas na prática, o que levou a inserir na Igreja muitos jovens sacerdotes cuja generosidade de empenho viu-se frustrada ou desorientada na ação, não tendo recebido uma ideia clara de sua identidade presbiteral e, portanto, de sua missão.

Também nesse caso, porém, não é preciso aplicar à situação descrita o dito latino post hoc ergo propter hoc. A difícil situação, a “crise de identidade do presbítero” do pós-concílio não encontra sua raiz nos textos do Vaticano II, mas na superposição a estes de uma hermenêutica da descontinuidade, que quis separar-se da grande tradição da Igreja e da fecunda releitura que desta fazem os textos conciliares, para propor uma leitura diferente. Devemos lembrar, porém, que, “enquadrando a tradicional doutrina do sacerdócio ministerial na perspectiva da missão, o Vaticano II não refutou a perspectiva do culto e da consagração, mas a tornou mais dinâmica e eclesial[49]. Em síntese, retomando mais uma vez a conhecida terminologia de Pastores dabo vobis 16, enquanto os riscos do modelo anterior podem ser sintetizados no perigo de viver um sacerdócio apenas “diante” e não também “dentro” da Igreja, os riscos desse modelo mais recente implicam a possibilidade de entender o presbiterato apenas “dentro” e não também “diante” da Igreja. Nas aplicações práticas mais radicais, além disso, foi perdida até mesmo a referência determinante à eclesiologia, e o ministério passou a ser entendido exclusivamente “para o mundo”, como ação não-religiosa perante o mundo e em favor da sociedade: é a completa secularização do sacerdócio católico, quando não existe mais nenhuma identidade presbiteral. É claro que, dentro de semelhante visão, muitos elementos tradicionais do sacerdócio católico – citamos aqui apenas o compromisso com o celibato[50] e a obrigação do traje clerical – já não têm uma razão de ser convincente e por isso são postos em discussão fortemente. Mas a própria vida espiritual e a propensão à santidade por uma vida de graça, de contemplação e de ascese – ardentemente recomendadas pelo Concílio – não se inserem facilmente num quadro como esse. Um ministério presbiteral entendido em sentido secular não requer todas essas coisas, que podem mesmo ser interpretadas como desvio de um tempo precioso que poderia ser dedicado à ação social, ou como uma fuga dos problemas da “vida real”.

Nesse sentido, a marca que o Santo Padre Bento XVI deu ao Ano Sacerdotal revela mais uma vez a contribuição de uma hermenêutica da continuidade, baseada na leitura dos textos conciliares e em sua aplicação prática. De modo particular, a referência qualificadora ao Cura d’Ars mostra-se extremamente significativa. Como conclusão, portanto, podemos trazer alguns excertos dos discursos mais recentes do Papa, algumas passagens dos quais tomamos a liberdade de destacar.

No discurso em que comunicou a instituição do Ano Sacerdotal, Bento XVI afirmou:

“Pela imposição das mãos do bispo e pela oração consagradora da Igreja, os candidatos tornam-se homens novos, tornam-se ‘presbíteros’. Nessa luz, aparece claramente como os tria munera são primeiro um dom e só consequentemente um ofício, primeiro a participação de uma vida, e por isso uma potestas. Sem dúvida, a grande tradição eclesial desvinculou justamente a eficácia sacramental da situação existencial concreta de cada sacerdote, e assim as expectativas legítimas dos fiéis são adequadamente salvaguardadas. Mas essa justa especificação doutrinal nada tira à necessária, aliás indispensável, tensão para a perfeição moral, que deve habitar cada coração autenticamente sacerdotal”.

Nesse discurso, o Sumo Pontífice declarou ter decidido instituir o Ano Sacerdotal justamente com a finalidade de promover a “tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual, da qual sobretudo depende a eficácia de seu ministério”. Em seguida, acrescentou:

“A missão tem suas raízes de modo especial numa boa formação, desenvolvida em comunhão com a Tradição eclesial ininterrupta, sem cesuras nem tentações de descontinuidade. Neste sentido, é importante favorecer nos sacerdotes, sobretudo nas jovens gerações, uma correta acolhida dos textos do Concílio Ecumênico Vaticano II, interpretados à luz de toda a bagagem doutrinal da Igreja. Parece urgente também a recuperação desta consciência que impele os sacerdotes a estar presentes e ser identificáveis e reconhecíveis quer pelo juízo de fé, quer pelas virtudes pessoais, quer também pelo hábito, nos âmbitos da cultura e da caridade, desde sempre no coração da missão da Igreja”[51].

Na carta enviada aos sacerdotes por ocasião da instituição do ano a eles dedicados, o Santo Padre recordou em primeiro lugar, diante dos escândalos provocados às vezes pelos sacerdotes, que

“o máximo que a Igreja pode extrair de tais casos não é tanto a acintosa relevação das fraquezas de seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas, de diretores espirituais esclarecidos e pacientes”.

O Papa, em seguida, apontou o Santo Cura d’Ars como modelo de vida sacerdotal:

“A primeira coisa que devemos aprender é sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, tendem a coincidir Pessoa e Missão: toda a sua ação salvífica era e é expressão do seu ‘Eu filial’, que, desde toda a eternidade, está diante do Pai em atitude de amorosa submissão à sua vontade. Com modesta, mas verdadeira analogia, também o sacerdote deve ansiar por essa identificação. Não se trata, certamente, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não podemos deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada pelo encontro entre a santidade objetiva do ministério e a subjetiva do ministro”.

Bento XVI cita depois algumas expressões de São João Maria Vianney, relativas à centralidade da Missa para a vida sacerdotal:

“Dizia ele: ‘Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus’. Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: ‘A causa do relaxamento do sacerdote é que não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!’ E, ao celebrar, tinha tomado o costume de oferecer sempre também o sacrifício de sua própria vida: ‘Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!’ Essa sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz levava-o – por um único movimento interior – do altar ao confessionário”.

A respeito da vida ascética do sacerdote, o Pontífice lembra que o Santo Cura

procurava aderir totalmente à própria vocação e missão por meio de uma severa ascese: ‘Para nós, párocos, a grande desdita’, deplorava o Santo, ‘é entorpecer-se a alma’, entendendo, com isso, o perigo de o pastor se habituar ao estado de pecado ou de indiferença em que vivem muitas de suas ovelhas. Com vigílias e jejuns, punha freio ao corpo, para evitar que este opusesse resistência a sua alma sacerdotal. E não se esquivava a mortificar-se a si mesmo pelo bem das almas que lhe estavam confiadas e para contribuir para a expiação dos muitos pecados ouvidos em confissão”.

O Papa mencionou depois outros aspectos, entre os quais o da comunhão dos presbíteros com os bispos:

“Queria ainda acrescentar, apoiado na exortação apostólica Pastores dabo vobis, do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical ‘forma comunitária’ e pode ser cumprido apenas na comunhão dos presbíteros com o seu bispo. É preciso que essa comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efetiva e afetiva. Só desse modo é que os sacerdotes poderão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florir comunidades cristãs em que se renovem os prodígios da primeira pregação do Evangelho”[52].

Enfim, na homilia pronunciada durante as Vésperas da Solenidade do Santíssimo Coração de Jesus, o Papa disse:

“Como não recordar com emoção que diretamente deste Coração brotou o dom do nosso ministério sacerdotal? Como esquecer que nós, presbíteros, fomos consagrados para servir, humilde e respeitavelmente, o sacerdócio comum dos fiéis? A nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo, e requer plena fidelidade a Cristo e união incessante com Ele; ou seja, exige que tendamos constantemente para a santidade [para o amor de Jesus], como fez São João Maria Vianney”[53].

Referência: Clerus.org

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Por que casar é melhor que se juntar?

MNStudio | DepositPhotos

O matrimônio é muito mais estável que a união livre, porque o compromisso de vida une o casal é bem diferente.

A Igreja Católica enfrenta atualmente grandes desafios diante da erosão da figura do casamento em diversas sociedades, sobretudo ocidentais. A proliferação das uniões livres e dos divórcios é uma preocupação atual.

De acordo com estudos sociológicos, “observa-se uma queda muito importante da população que se casa, e um aumento importante das uniões livres. Há alguns países nos quais a situação já se inverteu: há mais uniões livres que casamentos”, afirma Fernando Pliego, pesquisador social em temas como a família.

“Esta é uma realidade muito importante diante de qualquer decisão que a Igreja Católica tomar sobre o casamento e a vida das famílias”, especificou Fernando, com base nas pesquisas internacionais que fundamentam seus estudos.

Os casamentos são mais sólidos

O especialista fez uma distinção entre o casamento e os motivos pelos quais a união livre frequentemente fracassa, e comentou que a proliferação deste tipo de uniões que se está dando atualmente com mais frequência entre os jovens “é um problema para a Igreja Católica e para todo aquele que estiver interessado em fortalecer o vínculo entre homem e mulher”.

O especialista comentou que, no casamento, “as pessoas têm um projeto claro de uma comunidade de ajuda e de amor, de cooperação; então, a expectativa e a esperança são muito fortes; por isso, ele é mais sólido, tem mais clareza e é muito mais estável que a união livre”.

Fernando acrescentou que “o casamento tem força porque tem uma expectativa, sempre e quando falamos de um matrimônio por uma religião – como a Igreja Católica. Os que entram pela união livre se separam muito mais facilmente que os que entram pelo matrimônio”.

O anterior se sustenta em que os matrimônios têm mais expectativas do que envolve um projeto de vida compartilhada, e têm uma comunidade solidária de cooperação, de carinho e de amor. “Então, como têm esta expectativa, a relação é muito mais sólida.”

O pesquisador destacou que “nem toda união livre é igual, e isso permitiria ter três estilos de trabalho com os jovens”.

Ele citou três tipos de união livre: a que é resultado de uma relação casual, sem expectativas nem projetos de futuro. Há outra que considera que é como um teste. E uma terceira na qual os jovens dizem: “Nós não nos casamos agora porque precisamos juntar dinheiro, comprar uma casa…” Nenhuma dessas três tem a força e o nível de comprometimento do casamento.

Fonte: Aleteia

Bispos franceses propõem os "10 mandamentos do cristão em férias"

Escoteiro descansa em frente à Gruta de Massabielle.
(Foto de Matthieu Rondel / AFP)

Estamos em pleno verão europeu, o que levou os bispos franceses a elaborar algumas "regras", ou, sugestões para os cristãos não darem férias à sua fé, mas levarem Deus consigo e testemunharem a alegria do Evangelho.

Isabella Piro - Vatican News

Como fazer férias "divinas"? Abre-se com esta pergunta, intencionalmente provocativa, o particular "Decálogo do cristão em férias" preparado pelos bispos franceses para este verão 2021.

A proposta do episcopado parte de um dado de fato: "Durante as férias, somos 'menos' cristãos. Antes ainda, às vezes não o somos de nenhuma maneira – lê-se no site da Conferência Episcopal (CEF). Permitimo-nos um tempo excepcional, uma festa sem Deus, domingos sem Missa. Resumidamente: Deus está de férias”. Neste sentido, a sugestão para conceber o tempo de ócio e de descanso também como “um itinerário no amor do Senhor”.

A primeira regra, então, será dedicar "tempo à caridade", refletindo sobre o "peso" que o amor terá durante as férias. “Este é um ponto essencial - sublinham os bispos - caso contrário, o período de verão corre o risco de ser somente egoísmo disfarçado de relax”.

A segunda regra será “colocar Deus na mala”, isto é, bastará, por exemplo, levar consigo “uma pequena Bíblia, a vida de um Santo, uma pequena obra de Teologia”, explica a Conferência Episcopal francesa, sem esquecer “o Rosário, um pequeno ícone ou um crucifixo”.

Da mesma forma, o terceiro Mandamento convida a "levar Deus no coração em cada momento das férias", porque "a fé é a nossa ligação com o Senhor".

No quarto ponto, por outro lado, os bispos exortam os fiéis a "fugir dos lugares sem Deus", isto é, daquelas "situações ambíguas ou doentes que prejudicam o nosso vínculo com o Senhor e com o próximo".

O tempo das férias, de fato - e este é o quinto mandamento - deve ser entendido como “um longo domingo”, portanto, como “um tempo para dedicar um espaço somente a Deus”.

Por isso, como sexta regra, a CEF exorta a não “faltar à Missa” usando desculpas triviais, mas sempre participar do encontro com o Senhor.

Enfim, os quatro últimos mandamentos são indicações práticas para “contemplar, testemunhar, servir e alegrar-se”: contemplar a beleza presente “na natureza, na arte, no ser humano”, porque “sem contato com a beleza, ficamos áridos rapidamente”; dar testemunho de Cristo, porque “nas férias, não devemos nos limitar a 'permanecer' cristãos, mas também a despertar a fé nos outros”; servir ao próximo, porque colocar-se ao serviço do outro significa percorrer “o caminho de Deus”.

E, por fim, se alegrar: “O cristão se alegra em tudo porque sua alegria está antes de tudo em Deus - recorda a CEF. Longe do ideal mundano da ociosidade preguiçosa e desumanizante, o cristão exala alegria quando Deus dá sua graça, na verdade e a gratuidade do dom de si”.

“E no seu regresso, melhor do que as fotos orgulhosas das empreitadas turísticas - concluem os bispos - o cristão dará testemunho de um coração mais alegre por ter levado Deus de férias com ele”.

Fonte: Vatican News Service - IP

Líderes nativos do Canadá pedem fim de ataques a igrejas

Igreja incendiada no Canadá / Crédito: Polícia Provincial de Ontário

REDAÇÃO CENTRAL, 09 jul. 21 / 02:11 pm (ACI).- Líderes indígenas do Canadá pediram o fim de atos de vandalismo contra igrejas cristãs depois que cinco igrejas católicas foram completamente queimadas e outros templos, católicos e protestantes, sofreram vandalismo desde o dia 21 de junho por causa da descoberta de túmulos anônimos de crianças nas sedes de antigas escolas residenciais para as crianças das Primeiras Nações e outras tribos abertas pelo governo canadense e administradas por igrejas.

A maioria dos incêndios foi em territórios indígenas. Os mais recentes ocorreram esta semana nas províncias de Alberta e Ontário.

igreja protestante House of Prayer Alliance, frequentada pela comunidade vietnamita na cidade de Calgary, foi queimada. A igreja batista de Johnsfield, no território das Seis Nações em Ontário, também foi queimada na madrugada de segunda-feira, 5 de julho. Os incêndios foram controlados, sem danos significativos às igrejas. A polícia acredita que ambos os incêndios foram provocados intencionalmente. A agência Global News informou que a igreja católica Nossa Senhora da Paz, no noroeste de Alberta, foi atacada com coquetéis molotov no sábado, 3 de julho. O fogo foi apagado. A polícia também suspeita que outro incêndio foi provocado na igreja Trinity United em Spruceland, na Colúmbia Britânica, durante o fim de semana.

Cheryle Delores Gunargi O'Sullivan, disse em entrevista coletiva na segunda-feira que o suposto incêndio criminoso está “nos transformando em vilões, quando na realidade somos as vítimas”. “Não vai nos ajudar a construir relações ou reconstruir relações com a religião, com o governo ou mesmo com a Polícia Montada do Canadá. É contraproducente. É preciso que isso pare, para que possamos nos concentrar nas crianças que ainda não foram encontradas”, disse ela.

Jenn Allan-Riley, descendente de antigos alunos das escolas residenciais e ministra pentecostal, disse em uma entrevista coletiva que os atos destrutivos “não são uma forma de solidarizar-se com a gente, com os povos indígenas”. “Esta não é a nossa forma nativa. Nós não odiamos as pessoas. Nós não espalhamos o ódio. Nós amamos as pessoas. Não destruímos as (casas de culto) de outras pessoas”, afirmou.

O sistema de escolas residenciais foi estabelecido pelo governo federal canadense na década de 1870 para afastar as crianças indígenas de suas comunidades e  facilitar sua aculturação. As escolas foram dirigidas por católicos ou membros de outras igrejas cristãs. A Igreja Católica, através das ordens religiosas, chegou a dirigir mais de dois terços das escolas. A última escola residencial administrada pelo governo federal fechou em 1996.

Em 22 de maio, os túmulos de 215 crianças indígenas foram descobertos no local da antiga Escola Residencial Indígena Kamloops, na Colúmbia Britânica. Em 24 de junho, os líderes das Primeiras Nações Cowessess anunciaram a descoberta de 751 túmulos na antiga Escola Residencial Indígena Marieval, em Saskatchewan.

Em 30 de junho, líderes das Primeiras Nações do Baixo Kootenay anunciaram a descoberta de mais 182 túmulos nos terrenos da antiga escola residencial de São Eugênio, perto de Cranbrook, na Colúmbia Britânica.

Allan-Riley afirmou que muitas pessoas das Primeiras Nações e ex-alunos de escolas residenciais ainda são católicos praticantes e agora perderam seus lugares de culto após os atentados.

“A queima e desfiguração de igrejas traz mais conflitos, depressão e ansiedade para aqueles que já estão em luto e doloridos. Também traz para suas vidas sentimentos traumáticos de violência e ameaças anteriores. Isso também está aumentando a divisão entre os povos indígenas do Canadá”, disse Allan-Riley.

Nem Allan-Riley nem O'Sullivan acreditam que os incêndios foram provocados por povos indígenas.

Ambos fizeram declarações após o líder indígena, Arthur Noskey, condenar qualquer tipo de violência contra as igrejas, em um emotivo vídeo publicado em 1º de julho. Noskey explicou que, embora as ações do governo canadense contra as crianças das Primeiras Nações no sistema escolar residencial equivaliam a um genocídio, a destruição não é a resposta.

Ele disse que “estamos pedindo a eles, aos Nehiyaw e aos Dene, às comunidades, nas suas comunidades onde têm essas igrejas, que se abstenham de ações justiceiras contra os edifícios da igreja”.

Noskey afirmou que entendia a raiva em relação à Igreja. “Existem 11 escolas, e eu sei que existem escolas adjacentes à suas reservas. Você sabe, eu até me sinto assim muitas vezes. Queremos fazer algo, agora mesmo, de imediato, mas não com um coração cheio de ira ou agitação”, disse Noskey.

Outros anciãos das tribos também consideraram que a queima das igrejas são atos de desrespeito aos seus antepassados, que construíram as igrejas agora destruídas.

Carrie Allison, idosa de 90 anos da tribo Upper Similkameen e ex-aluna da escola Kamloops, disse que estava “muito desapontada” com a recente destruição da igreja de Sant´Ana em Hedley, na Colúmbia Britânica.

Em entrevista à Coast Mountain News, Allison explicou que a igreja foi construída por membros da tribo há mais de um século. “Houve muitos momentos felizes e alegres nos casamentos de todo o mundo naquela igreja, e para o casal que ia se casar lá na próxima semana. Estou arrasada”, disse.

A pessoa que ateou o fogo “não deve ter sentimentos nem respeito pelos anciãos ou pelos seus antepassados”, acrescentou.

A tribo Upper Similkameen emitiu um comunicado em 28 de junho afirmando que “eles não podem acreditar no total desprezo pelos nossos ancestrais e idosos”, em referência aos recentes incêndios que destruíram as igrejas de Nossa Senhora de Lurdes, em Chopaka, e a de Sant´Ana no território das tribos Upper and Lower Similkameen.

Segundo o comunicado, a tribo estaria “cooperando plenamente e ajudando com as investigações”. “Entendemos a raiva relativa às escolas residenciais em todo o nosso país, mas pedimos a todos que procurem apoio e se ajudem mutuamente para expressar sua raiva e suas emoções de uma forma diferente. Colocar nossas terras, vida selvagem e membros em risco não é o caminho”, afirmaram.

O bispo de Nelson, Dom Gregory Bittman, celebrou uma missa no território indígena do Lower Similkameen no domingo, 4 de julho. “Apesar das perdas que sofreram, apesar das forças que procuram nos dividir, nos reunimos como um só povo, unidos na fé. Peço orações contínuas por todos os irmãos e irmãs indígenas, especialmente por aqueles que perderam suas igrejas missionárias, inclusive a mais recente em Hedley e Chopaka”, disse em comunicado.

O primeiro-ministro Justin Trudeau é católico e se pronunciou sobre os incêndios provocados na igreja em 2 de julho. Ele disse que não acreditava que as ações sejam úteis para uma comunidade ferida. “A queima de igrejas está realmente privando as pessoas que precisam de luto, cura e lugares onde podem chorar, refletir e buscar apoio”, disse ele.

A Conferência Canadense de Bispos Católicos (CCCB) informou, na semana passada, que o papa Francisco receberá bispos canadenses, antigos alunos das escolas residenciais e líderes indígenas em audiências privadas no Vaticano entre os dias 17 e 20 de dezembro de 2021.

Na oração do Ângelus do domingo 6 de junho Francisco uniu-se “aos bispos canadenses e a toda a Igreja Católica do Canadá para expressar minha proximidade ao povo canadense, que ficou traumatizado com esta chocante notícia” dos túmulos anônimos. Além disso, afirmou que o descobrimento, que definiu como “espantoso” e “triste”, “aumenta a nossa consciência da dor e do sofrimento do passado”. “Que as autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem colaborando com determinação para aclarar este triste acontecimento e comprometer-se humildemente em um caminho de reconciliação e cura”, acrescentou. 

Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF