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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Aumenta desapropriação de terras indígenas: tragédia ambiental e humana

Garimpeiros na floresta amazônica 

A soma das terras tomadas dos povos indígenas alcançou uma área igual à França e à Alemanha juntas. Esta é a denúncia presente no relatório "Os donos da Terra", elaborado pela Focsiv e dedicado aos 331 líderes locais que foram mortos em 2020 por se oporem à devastação e à poluição das florestas. “Precisamos de regras internacionais obrigatórias para o respeito dos direitos humanos e a proteção do meio ambiente” afirma o representante da Federação que redigiu o relatório.

Marco Guerra – Vatican News

Neste ano e meio da pandemia da Covid 19, o mundo parou e muitas atividades produtivas chegaram a uma paralisação sem precedentes. No entanto, a desapropriação de terras continuou com a mesma intensidade, se não maior. Isto é o que emerge do Relatório "Os donos da Terra". Sobre a apropriação de terras 2021: as consequências nos direitos humanos, no meio ambiente e nas migrações, realizado pela Focsiv, a Federação de Organismos Cristãos de Serviço Internacional Voluntário.

93 milhões de hectares roubados

A quarta edição da pesquisa mostra imediatamente o agravamento deste verdadeiro roubo contra os povos indígenas e as comunidades mais vulneráveis. De fato, em 2018 o primeiro Relatório denunciava que o agronegócio concentrou em suas mãos 88 milhões de hectares de terra, e em 2020 este fenômeno atingiu e ultrapassou 93 milhões de hectares, tomadas das populações locais. Praticamente um território tão grande quanto a França e a Alemanha e que não conhece limites de exploração.

Afetadas as comunidades mais frágeis

Na introdução ao documento a presidente da Federação, Ivana Borsotto destaca a ligação entre o fenômeno e um sistema de desenvolvimento que "destrói e produz resíduos" e que "gera nas pessoas do mundo ocidental novas necessidades inúteis, funcionais à manutenção do próprio sistema". Portanto a apropriação das terras indígenas por parte de terceiros está interligada com a mudança climática, as migrações causadas pela desertificação de muitas áreas do mundo e o aumento da desigualdade entre os habitantes do planeta. A desapropriação da terra, de fato, afeta as comunidades mais vulneráveis e economicamente frágeis.

Morte de líderes indígenas

O texto destaca as histórias de resistência dos povos indígenas na defesa de suas terras e de seus direitos, antes de tudo o direito à vida e a um ambiente saudável. Não é coincidência que o relatório 2021 seja dedicado aos 331 líderes indígenas que foram mortos em 2020 por se oporem à devastação e à poluição em larga escala das florestas, da terra e da água, lutando em defesa do ecossistema e do direito de todos de viverem em um ambiente saudável e sustentável.

Uso do solo

O fenômeno é particularmente difundido na África e na América Latina e a terra tomada é explorada para diversos usos, entre os quais a mineração é o mais comum, seguido pelo desflorestamento, grandes plantações de monoculturas, biocombustíveis e a extração de hidrocarbonetos.

Povos deslocados por corporações

"A desapropriação das terras é operada por empresas multinacionais privadas, mas também por grandes protagonistas públicos. Nos últimos 20 anos, os investimentos de muitos Estados neste setor têm crescido, em particular pela China e Índia, também através de fundos soberanos. Eles tomam posse de terras onde já vivem agricultores e povos indígenas e, no melhor dos casos, eles conseguem ficar lá sem acesso a recursos, enquanto no pior dos casos são expulsos e deslocados", afirma Andrea Stocchiero, responsável pela política da Fundação ao Vatican News. Essa é a terra onde viveram seus ancestrais e eles não entendem por que da noite para o dia não são mais seus proprietários". "Os mais esclarecidos se organizam em movimentos de camponeses que se chocam com a segurança contratada por essas grandes empresas públicas e privadas".  

São necessárias regras vinculativas

As consequências para o meio ambiente são devastadoras, observa o representante da Fundação: "Mais de 25 milhões de hectares de terra foram apropriados para mineração e quase 10 milhões para grandes plantações de monoculturas. São operações que não têm nenhuma consideração pelo meio ambiente, destroem a biodiversidade e criam terra e água mortas". O representante da Focsiv cita o caso da República Democrática do Congo, onde a extração do cobalto, necessário para a fabricação de baterias, alimenta o fenômeno do trabalho infantil e causa uma terrível poluição. Então apela para que a comunidade internacional torne obrigatórias as diretrizes de conduta empresarial em matéria de direitos humanos e meio ambiente. "Atualmente são boas práticas adotadas de forma voluntária, mas precisamos de algo obrigatório".

Fonte: Vatican News

Igreja celebra hoje Santa Verônica, em cujo véu ficou estampado o rosto de Cristo

Sta. Verônica | ACI Digital
12 de julho

REDAÇÃO CENTRAL, 12 jul. 21 / 06:00 am (ACI).- Santa Verônica foi a mulher que teve um gesto misericordioso com Cristo durante seu caminho ao Monte Calvário ao enxugar seu rosto cheio de sangue e suor com um véu que passou à história como relíquia por levar impresso a face do Messias.

Este véu, lenço ou pano é conhecido como “Santa Face” ou “Véu de Verônica” e é uma das relíquias mais importantes do cristianismo, pois é considerado como uma verdadeira imagem de Cristo.

O nome Verônica apareceu pela primeira vez no documento apócrifo “As Atas de Pilatos” e procede do latin vera icon(o verdadeiro ícone), sendo a imagem ou relíquia deste tipo mais antiga e conhecida. Outra relíquia importante similar a esta é o Santo Sudário de Turim.

“Verônica” também poderia ser uma variação do nome macedônio Berenice, que data do século IV e que quer dizer “a que leva à vitória”. Este último nome está vinculado ao da mulher que sofria uma hemorragia dos evangelhos sinóticos que foi curada milagrosamente por Jesus.

Segundo a tradição, Santa Verônica foi uma mulher piedosa que viveu em Jerusalém e que após a Paixão do Senhor se dirigiu para Roma levando consigo o véu, que posteriormente foi exposto para a veneração pública. Seu ato exemplar é recordado atualmente na sexta estação da Via Sacra.

Uma das várias tradições explica que Santa Verônica chegou à Itália diante do imperador romano Tibério e o curou após fazê-lo tocar esta sagrada imagem. A partir disso, permaneceu a capital do império na mesma época que os apóstolos São Pedro e São Paulo. Ao morrer, deixou a imagem para o Papa Clemente I.

Por ocasião do primeiro ano santo da história, em 1300, o Véu de Verônica se converteu em uma das “Mirabilia urbis” (maravilhas da cidade de Roma) para os peregrinos que visitaram a Basílica de São Pedro no Vaticano.

Os rastros do Véu de Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo 1600, até que foi encontrado na Igreja da Santa Face de Manopello. O Papa Bento XVI foi o primeiro Pontífice a visitá-lo em setembro de 2016.

Fonte: ACI Digital

São João Gualberto

S. João Gualberto | ArquiSP
12 de julho

São João Gualberto

João Gualberto, segundo filho dos Visdonini, nasceu no ano de 995 em Florença. Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa, nobres e cristãos. A mãe cuidou do ensino no seguimento de Cristo. O pai os fez perfeitos cavaleiros, hábeis nas palavras e nas armas, para administrar e defender o patrimônio e a honra da família.

Mas a harmonia acabou quando o primogênito da família foi assassinado. Buscando vingar o irmão, João Gualberto saía armado e com seus homens à procura do inimigo. Na Sexta-Feira Santa de 1028, ele o encontrou vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente sua espada, mas o adversário, desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão e clemência em nome de Jesus.

Contam os biógrafos que, ouvido seu pedido em nome do Senhor, João Gualberto jogou a espada, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo. No mesmo instante, foi à igreja de São Miniato, onde, aos pés do altar, ajoelhou-se diante do crucifixo de Jesus. Diz a tradição que a cruz do Cristo se inclinou sobre ele, em sinal de aprovação pelo seu ato. E foi ali que João Gualberto ouviu o chamado: "Vem e segue-me". Depois desse prodígio, ocorrido na presença de muitos fiéis, uma grande paz invadiu sua alma e ele abandonou tudo para ingressar no mosteiro beneditino da cidade.

Nos anos seguintes, João Gualberto tornou-se um humilde monge, exemplar na disciplina às Regras, no estudo, na oração, na penitência e na caridade. Só então aprendeu a ler e a escrever, pois para um nobre de sua época o mais importante era saber manusear bem a espada. Adquiriu o dom da profecia e dos milagres, sendo muito considerado por todos. Em 1035, com a morte do abade, ele foi eleito por unanimidade o sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia subornado o bispo de Florença para escolhê-lo como o novo abade.

Indignado, passou a denunciá-los e combate-los, auxiliado por alguns monges. Mas as ameaças eram tantas que decidiu sair do mosteiro.

João Gualberto foi para a floresta dos montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges. O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à fama de sua santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa, para a qual João Gualberto quis manter as Regras dos monges beneditinos.

No início, o papa aceitou com reserva a nova comunidade, mas depois a Ordem dos Monges Beneditinos de Vallombrosa obteve aprovação canônica. Dali os missionários, regidos pelas Regras da Ordem Beneditina reformada, se espalharam para evangelizar, primeiro em Florença, depois em várias outras cidades da Itália.

Seguindo com rigor a disciplina e austeridade às Regras da Ordem, João Gualberto implantou no Vale de Vallombrosa um centro tão avançado e respeitado de estudos que a própria Igreja enviava para lá seus padres e bispos para aprofundarem seus conhecimentos. Todos oravam e trabalhavam a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, por isso são considerados precursores da agricultura auto-sustentável.

Considerado herói do perdão, João Gualberto fundou outros mosteiros, inclusive o de Passignano, na Umbria, onde morreu no dia 12 de julho de 1073. Nos séculos seguintes, esses monges se especializaram em botânica, tanto assim que foram convidados para fundar a cátedra de botânica na célebre Universidade de Pavia. Enquanto isto, as de Pádua, de Roma e de Londres buscavam naqueles mosteiros os seus mais capacitados mestres no assunto.

Canonizado em 1193, são João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951.
*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

São Luís Martin e Santa Zélia Guérin

SS. Luís Martin e Zélia Guérin | Comunidade Católica Shalom
12 de julho
Luís Martin (1823-1894) e Zélia Guérin (1831-1877)
 Ele era relojoeiro; ela rendeira: de origem burguesa, santos por eleição. São eles: Luís Martin (1823-1894) e Zélia Guérin (1831-1877) os pais de Teresa do Menino Jesus. É o segundo casal de esposos depois de Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, beatificados em 2001 por João Paulo II que é elevado às honras dos altares.

Ambos eram filhos de militares e foram educados num ambiente disciplinado, severo, muito rigoroso e marcado por um certo jansenismo ainda rastejante na França da época. Os dois receberam uma educação de cunho religioso: nos Irmãos das escolas cristãs, Luís; nas Irmãs da adoração perpétua, Zélia. Ao terminar os estudos, no momento de escolher o próprio futuro, Luís orientou-se para a aprendizagem do ofício de relojoeiro, não obstante o exemplo do pai, conhecido oficial do exército napoleónico. Zélia, inicialmente, ajudava a mãe na administração da loja de família. Depois, especializou-se no "ponto de Alençon" na escola que ensina a tecer rendas. Em poucos anos os seus esforços foram premiados: abriu uma modesta fábrica para a produção de rendas e obteve um discreto sucesso.

Ambos nutrem desde a adolescência o desejo de entrar numa comunidade religiosa. Ele experimentou pedir para ser admitido entre os cónegos regulares de Santo Agostinho do hospício do Grande São Bernardo nos Alpes suíços, mas não foi aceite porque não conhecia o latim. Também ela tenta entrar nas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, mas compreende que não é a sua estrada.

Durante três anos Luís vive em Paris, hóspede de parentes, para aperfeiçoar a sua formação de relojoeiro. Naquele período foi submetido a muitas solicitações por parte do ambiente parisiense impregnado de impulsos revolucionários. Aproximou-se até de uma associação secreta, mas afastou-se imediatamente. Insatisfeito com o clima que se respirava na capital, transferiu-se para Alençon, onde iniciou a sua actividade, conduzindo até à idade de 32 anos um estilo de vida quase ascético. Entretanto, Zélia, com a receita da sua empresa, manteve toda a família, vendendo rendas para a alta sociedade parisiense. O encontro entre os dois acontece em 1858 na ponte de São Leonardo em Alençon. Ao ver Luís, Zélia percebeu distintamente que ele seria o homem da sua vida.

Após poucos meses de noivado, casam. Conduzem uma vida conjugal no seguimento do Evangelho, ritmada pela missa quotidiana, pela oração pessoal e comunitária, pela confissão frequente, pela participação na vida paroquial. Da sua união nascem nove filhos, quatro dos quais morrem prematuramente. Entre as cinco filhas que sobreviveram, está Teresa, a futura santa, que nasceu em 1873. As recordações da carmelita sobre os seus pais são uma fonte preciosa para compreender a sua santidade. A família Martin educou as suas filhas a tornar-se não só boas cristãs mas também honestas cidadãs. Aos 45 anos Zélia recebe a terrível notícia de que tinha um tumor no seio. Viveu a doença com firme esperança cristã até à morte ocorrida em Agosto de 1877.

Com 54 anos, Luís teve que se ocupar sozinho da família. A primogénita tem 17 anos e a última, Teresa, tem 4 e meio. Então, transferiu-se para Lisieux, onde morava o irmão de Zélia. Deste modo, as filhas receberam os cuidados da tia Celina. Entre os anos de 1882 e 1887 Luís acompanhou as três filhas ao carmelo. O sacrifício maior para ele foi afastar-se de Teresa que entra para as carmelitas com apenas 15 anos. Luís foi atingido por uma enfermidade que o tornou inválido e que o levou à perda das faculdades mentais. Foi internado no sanatório de Caen. Morreu em Julho de 1894.

Fonte: https://www.vatican.va/

domingo, 11 de julho de 2021

SEMINÁRIOS DIOCESANO-MISSIONÁRIOS REDEMPTORIS MATER

Crédito: Correio Braziliense

SEMINÁRIOS DIOCESANO-MISSIONÁRIOS REDEMPTORIS MATER

Em 26 de agosto de 1986, João Paulo II acolheu com entusiasmo a proposta de Kiko, Carmen e Padre Mario de instituir em Roma, um Seminário Diocesano Missionário para a formação de presbíteros para a Nova Evangelização e encarregou o Cardeal Ugo Poletti, Vigário de Sua Santidade, erigi-lo.

https://youtu.be/Vwh85cYpDiY

Desde então, 122 seminários foram erigidos com 3 características fundamentais: são diocesanos, missionários e internacionais. Dentro da formação acadêmica, humana e espiritual destes seminários se inclui um período de evangelização missionária, e uma vez ordenados presbíteros – depois de uns anos de trabalhar nas paróquias – o bispo diocesano lhes permite partir para servir em diversas modalidades de missão que o Caminho Neocatecumenal leva, segundo estabelecido e aprovado pelo Vaticano nos Estatutos.

O Seminário é erigido pelo bispo diocesano e acolhe jovens que descobriram a vocação graças ao itinerário neocatecumenal de iniciação cristã. No seminário, a formação cristã através do Caminho Neocatecumenal em comunidade é um elemento específico e básico do percurso formativo.

Nos anos sucessivos, numerosos bispos seguiram o exemplo do Santo Padre abrindo outros seminários.

Desde 1990, ano das primeiras ordenações, até a atualidade, os presbíteros ordenados nos Seminários Redemptoris Mater são 2.380. Na atualidade, 2.300 jovens estão se preparando para a ordenação sagrada.

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/

CORRENTE SOLIDÁRIA VAI AJUDAR PROJETO SOCIAL PARA JOVENS DE MYANMAR

CNBB

A Pontifícia Obra da Propagação da Fé, por meio de suas atividades Juventude Missionária (JM), Famílias Missionárias (FM) e Idosos e Enfermos Missionários (IEM), assume o projeto Corrente Solidária como um gesto concreto dos grupos em todo o Brasil em prol da missão Ad Gentes.

A Corrente Solidária teve início através da articulação da Juventude Missionária do Brasil, que nos recorda a iniciativa da fundadora da Propagação da Fé, a beata Paulina Maria Jaricot. Mesmo não podendo ir à missão além-fronteiras, Paulina organizou um grupo de operárias francesas que colaboravam com uma doação mensal para as missões e a oração diária, sempre com o espírito da universalidade.

Em 2021 o compromisso além-fronteiras por meio da cooperação missionária material e espiritual será para com a Igreja de Myanmar, uma grande nação de mais de 55 milhões de habitantes, com a presença de católicos desde 1868, quando chegaram os primeiros missionários do PIME. A presença da Igreja Católica está inserida em vários âmbitos, principalmente com a formação da juventude, no olhar solidário nos cárceres, na vida dos dependentes químicos.

A Corrente Solidária se destinará ao projeto nas periferias, no trabalho de formação qualificada para jovens em informática, inglês, corte e costura, preparando para o mercado de trabalho. O projeto Corrente Solidária acontece através de doações fruto do sacrifício pessoal e comunitário, em comunhão com as atividades da Pontifícia Obra da Propagação da Fé.

Saiba mais no vídeo aqui. 

CNBB

Reflexão para o XV Domingo do Tempo Comum

"Nossa opção sempre deveria ser a maior glória de Deus,
através da concretização de nossa" 
(© Biblioteca Apostolica Vaticana)

"Também conosco, quando sentirmos a rejeição à nossa missão de paz, ao nosso trabalho de construção da justiça, aos nossos atos de fraternidade, não deveremos assumir a recusa, o repúdio, como algo feito a nós, mas ao Senhor, de quem sempre somos embaixadores."

Padre César Augusto dos Santos SJ

Sem dúvida, o tema da liturgia deste domingo é a Missão! 

Segundo o Dicionário Houaiss, da Língua Portuguesa, Missão é incumbência que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo; ora, a missão é profetizar/evangelizar, ordenada por Deus a quem Ele quis. 

Na primeira leitura extraída do livro do Profeta Amós 7, 12-15, temos o Sacerdote Amasias, enciumado, solicitando que Amós deixasse de ser seu concorrente e fosse pregar em Judá, mas não em Betel, seu posto de trabalho, já que ele, Amasias, era ligado ao Rei Jeroboão II e à sua corte. Todavia, foi o Senhor quem solicitou ao camponês Amós que deixasse de pastorear o gado e de cultivar sicômoros. O Senhor lhe deu a missão de ir a Betel e lá profetizasse para o Povo de Israel. Se Amós se intimidasse com a figura de Amasias e se transferisse para Judá, estaria desobedecendo a Javé.

Muitas vezes conosco acontecem coisas semelhantes e nos sentimos em uma enrascada; mas ao Senhor, sempre deveremos obedecer, mesmo que nos deixe em uma situação difícil.

No Evangelho, Marcos 6, 7-13, vemos o Senhor enviar os doze apóstolos em grupo de dois, com a missão de evangelizar, e dentro de uma simplicidade e austeridade pedidas ao enviado, para que confie apenas na Providência e sinta-se totalmente livre de cuidados e preocupações para o desempenho da missão.

Eles irão lutar contra os espíritos impuros, isso significa que a luta será aguerrida e, por isso mesmo, deverão estar bem-preparados, confiando apenas no poder do Senhor, e não em recursos humanos, por mais excelentes e puros que sejam.

E como será essa evangelização? Marcos nos fala em anúncio da conversão, expulsão de demônios, cura de doentes e unção com óleo.

Por outro lado, a não acolhida do anúncio deverá ser tratada como recusa ao dom de Deus e é dada aos apóstolos a orientação de sacudir a poeira dos pés, como testemunho contra os rejeitadores da Palavra. Nesse momento o despojamento é mudado. Não se trata de deixar elementos de que necessitarão para a própria sobrevivência e exercício da missão, mas a própria poeira daquela povoação, sinal explicito de que a eles chegou a Mensagem, mas houve a rejeição, a recusa em ouvir a Palavra de Deus. 

Também conosco, quando sentirmos a rejeição à nossa missão de paz, ao nosso trabalho de construção da justiça, aos nossos atos de fraternidade, não deveremos assumir a recusa, o repúdio, como algo feito a nós, mas ao Senhor, de quem sempre somos embaixadores. E nossa dignidade exige que não aceitemos nada, não acrescentemos nada em nossa equipagem, como uma simples lembrança ou cortesia.

Na segunda leitura, Efésios 1,3-14, São Paulo nos fala, no versículo 4, sobre nossa vocação, pensada para nós, pelo Criador, “antes da fundação do mundo”.

Cada um de nós é criado por e com amor e com dons e carismas que norteiam nossa vocação e nossa missão. Portanto se admiramos a capacidade de um grande profissional em sua área, dizemos que é carismático; também como cidadão do Reino, cada um de nós foi predestinado “a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.” Desse modo fica claro que nossa opção sempre deveria ser a maior glória de Deus, através da concretização de nossa vocação, do uso de nossos dons e carismas; tudo com o fim evangelizador. Quanto mais integrado com nossa vocação, mais clareza no tocante à nossa missão específica, mais felicidade, maior realização e maior desfrute de todo o Criado.

Fonte: Aleteia

Pais rezam pela beatificação do filho que protegeu com a vida uma igreja no Paquistão

Akash Bashir, jovem paquistanês que morreu por defender sua
igreja de um atentado. Crédito: Agência Salesiana de Notícias

REDAÇÃO CENTRAL, 07 jul. 21 / 11:08 am (ACI).- Os pais de Akash Bashir, estudante católico de 19 anos que morreu ao evitar o ataque de um terrorista suicida à igreja de São João durante uma missa, rezam pela sua beatificação.

Em 15 de março de 2015, terroristas suicidas atacaram duas igrejas na área de Youhanabad, bairro cristão de Lahore, capital da província de Punjab, no Paquistão. As explosões deixaram pelo menos 20 pessoas mortas e 80 feridas. Uma das igrejas foi a de São João, onde estava presente Akash, membro do grupo de voluntários que protegia o templo de possíveis ataques terroristas.

A mãe de Akash relatou à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN) que sua família se mudou para Youhanabad em 2008. Em novembro de 2014, seu filho “entrou para o grupo de voluntários que cuidavam da segurança da nossa igreja”.

Naquela época, “todas as confissões estavam convocando jovens após o atentado suicida de 2013 contra a igreja de Todos os Santos, na cidade de Peshawar”. Aquele ataque a uma igreja anglicana deixou 82 mortos, entre os quais 34 mulheres e sete crianças, e 145 feridos. Após o atentado, houve muitas manifestações para exigir justiça às autoridades paquistanesas e proteção às comunidades cristãs.

Depois do ataque suicida, disse a mãe de Akash, “era comum ver manifestantes pedindo justiça para as vítimas do atentado contra a igreja de Peshawar”. Akash “costumava falar daquilo com seus amigos e insistiu, durante três meses, que queria ajudar a vigiar a igreja. Estava disposto a sacrificar sua vida se Deus lhe desse a oportunidade de proteger terceiros”, disse.

Akash morreu durante a quaresma. A fundação relatou que, no dia do atentado de 2015, Akash tinha que controlar a entrada no templo a uma “certa distância”, mas “insistiu em ficar na porta da igreja”. Dois terroristas suicidas muçulmanos explodiram suas bombas simultaneamente na igreja católica de São João e na Igreja de Cristo, protestante, a 600 metros de distância. O grupo radical muçulmano Tehreek-e-Taliban Pakistan Jamaatul Ahrar reivindicou a autoria do atentado.

Akash estava de guarda com outro segurança na igreja de São João verificando quem entrava. O terrorista tentou entrar violentamente sem passar pela averiguação. Quando o segurou, Akash viu os explosivos escondidos sob o colete do terrorista e o agarrou. A explosão o matou imediatamente.

Segundo a ACN, as últimas palavras de Akash foram dirigidas ao terrorista suicida: “Morrerei, mas não te deixarei entrar na igreja”. O crime ocorreu enquanto os policiais assistiam um jogo do campeonato mundial de críquete, o esporte mais popular do país.

Ela contou à ACN que, no dia do martírio, seu filho “estava todo vestido de branco”. Ela ouviu disparos e explosões, viu as ruas cheias de gente, e após ouvir a segunda explosão, correu com seu filho mais novo até a igreja de São João. “Procurei Akash entre os meninos que estavam perto da porta da igreja e então o vi, jogado no chão. Seu braço direito estava quase arrancado. Não podia acreditar no que via”, disse.

“Akash era parte de meu coração. Mas a nossa felicidade é maior que a nossa pena, porque ele não morreu pelo vício às drogas ou por um acidente. Era um simples rapaz que morreu no caminho do Senhor e salvou o sacerdote e os paroquianos. Akash já é nosso santo”, acrescentou.

No primeiro aniversário do ataque terrorista, o padre Francis Gulzar, vigário-geral da arquidiocese de Lahore, anunciou o início do processo de beatificação de Akash. A mãe de Akash disse que o grupo promotor da causa de beatificação de seu filho “está atrasado devido à pandemia” e que “um sacerdote salesiano está escrevendo um livro sobre ele”.

O irmão mais novo de Akash, Arsalan, juntou-se à equipe de segurança da igreja para substituir seu irmão. A fundação afirmou que “seus pais não o impediram, pois não querem evitar que seus filhos sirvam à Igreja”.

A mãe de Akash disse que “as igrejas estão agora ainda mais cheias aos domingos” e que o número de voluntários da área de segurança “aumentou”. Segundo ela, a comunidade está “mais unida e os clérigos muitas vezes visitam as igrejas das outras confissões como parte dos projetos inter-religiosos”.

Segundo a ACN, as últimas palavras do corajoso jovem estão inscritas nos cartazes da comemoração anual da sua morte. A quinta comemoração foi cancelada devido à pandemia da covid-19.

Fonte: ACI Digital

Suicídio de sacerdotes: desabafo de padre brasileiro comove as redes

ChiccoDodiFC | Shutterstock

"Nossa Senhora interceda pelos sacerdotes que mais sofrem, disfarçados de sorrisos, e que, muitas vezes, estão no fim do último sorriso".

O desabafo de um padre brasileiro sobre o suicídio de sacerdotes tem comovido internautas nas últimas horas. O pe. Wally Soares, da diocese de Mogi das Cruzes, SP, publicou em sua rede social o seguinte comentário a propósito da recente notícia sobre um sacerdote que, tristemente, chegou ao extremo de dar fim à própria vida neste mundo. O comentário tem sido compartilhado em dezenas de páginas e grupos católicos:

“Nossa, como ele é feliz! Que vida maravilhosa! Me sinto tão bem quando estou perto dele, quando ouço ele falar. Ele irradia muita luz, transmite tanta fé, tanta positividade… É certo que quem te anima, te ajuda a levantar e a sorrir, também enfrenta suas quedas, seus limites, suas lágrimas, seu silêncio, sua dor, seu espinho na carne. Talvez não demonstre quando está perto, mas sofre as mesmas dores que você ou quem sabe até maiores”.

Suicídio de sacerdotes

O pe. Wally prosseguiu:

“Nossa, como pode um padre tirar a própria vida? De fato a vida é dom de Deus, mas a dor e o sofrimento do outro não pode ser medida nem sentida por outrem. É só dele. Quem nos vê sorrindo, rezando, pregando, ajudando, desconhece as lutas que diariamente travamos. Muitas vezes levantamos dez vezes, mas caímos logo à frente.

Constantemente somos cobrados a sermos um herói, o administrador, o professor, o engenheiro, o arquiteto, o advogado, o médico, o psicólogo etc… que não somos; a darmos a palavra que não temos, a resolvermos um problema quando desconhecemos a solução, a fazermos tudo quando na verdade não podemos fazer nada”.

Desabafo comove as redes sociais

O texto exorta em seguida:

“Por Deus, não nos olhem somente como o Cristo glorioso, pois, na maior parte do tempo, somos o homem chagado, ferido, ensanguentado e cheio de dores. Um servo sofredor. Por Deus, nos ajudem! Nos ajudem a carregar a cruz, sejam em nossas vidas Cirineus a nos ajudarem na subida árdua do Calvário. Uma coisa é certa, nunca haverá ressurreição sem cruz.

Parem de procurar em nós a perfeição que só Ele possui. Para vocês somos outro Cristo; com vocês lutamos pelo céu.

Por Deus. NÓS NÃO SOMOS SUPER HERÓIS. Somos os mais miseráveis dos homens que Ele quis para estar a serviço d’Ele. REZEM. REZEM INCESSANTEMENTE POR NÓS E, QUANDO CAIRMOS, NOS AJUDEM: REZEM MAIS.

Como sacerdote, peço que Nossa Senhora das Dores interceda por meus irmãos sacerdotes que mais sofrem. Que sofrem disfarçados de sorrisos e que muitas vezes estão no fim do último sorriso.

Padre Wally Soares”

Fonte: Aleteia

“Salvando a Fraternidade-Juntos”, por uma Igreja aberta ao mundo

Fiel em oração 

É um apelo lançado por teólogos e teólogas interpelados pela “Fratelli tutti” do Papa Francisco. Um convite à Igreja para dialogar em um clima de "fraternidade espiritual".

Vatican News

“A Igreja não é uma aristocracia espiritual dos eleitos, mas uma tenda hospitaleira que guarda o arco-íris da aliança entre Deus e a criatura humana. A fé aprenderá a habitar as linguagens do mundo secular, sem prejuízo do anúncio da proximidade de Deus”.

Esta é uma das passagens do apelo "Salvar a Fraternidade - Juntos", escrito por um grupo de dez teólogas e teólogos, por iniciativa do presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Vincenzo Paglia, e do presidente do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, Pierangelo Sequeri.

Um questionamento a ser acolhido

Um apelo que nasce dos questionamentos propostos pela Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, e disto a necessidade de abordar uma série de questões sobre as quais refletir.

“A proposta – lê-se em um comunicado - é acolher o sentido profundo desta interpelação definitiva - dirigida a uma Igreja solicitada a se abrir a um mundo tentado a se fechar - inaugurando o clima de uma 'fraternidade intelectual' que reabilite o senso elevado do 'serviço intelectual' do qual os profissionais da cultura - teológica e não teológica - estão em dívida com a comunidade”.

Um diálogo mais assíduo

Monsenhor Paglia, no posfácio que conclui o apelo, exorta as instituições eclesiais a fazerem a sua parte “na promoção de um diálogo mais profundo e assíduo entre a inteligência da fé e o pensamento humano. Nesta renovação – escreve – a teologia e a pastoral convergem como as duas faces de uma mesma ação”. No apelo é pedida "uma inversão de tendência no pensamento de época".

“Não desprezem o Nome de Deus, a quem a invocação dos fiéis sinceros se dirige por todos os homens e mulheres do planeta, e pelo qual – lê-se - os mesmos fiéis se colocam à disposição para interceder por todos os pobres e abandonados. Critiquem-nos, quando devem – e até mesmo quando não devem - mas guardem com respeito o mistério - também para vocês insondável - do Nome de Deus”.

“A recente Encíclica Fratelli tutti encoraja a imaginar a nova perspectiva deste diálogo como a declinação eficaz e necessária de uma fraternidade intelectual a serviço de toda a comunidade humana”.

Fonte: Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF