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terça-feira, 13 de julho de 2021

Nunca nos relacionamos tanto; Nunca nos sentimos tão sozinhos

Guadium Press
Relacionados como nunca na história dos homens, somos manipulados por um “cardápio” prático, atraente, avassalador, que nos estimula a estar hiperconectados, vivendo um presente fictício.

Redação (12/07/2021 15:37, Gaudium Press) “Menino, pare imediatamente de jogar videogame, já pedi três vezes!”, “Vamos tirar uma selfie!”, “Cuidado que vai dar de cara com alguém por ficar olhando o celular!”, “Vamos filmar o acidente!”,“ Pai, deixa o celular e olha para mim, por favor! ”, expressões comuns em casas, escritórios ou nas ruas.

Nunca estivemos tão intimamente relacionados um com os outros, as notificações nos oprimem, somos perseguidos pelo som do aviso de chegada de mensagens o tempo todo, estamos ansiosos para saber o que está acontecendo ou animados para comunicar aos outros o que estamos fazendo. Já não sabemos mais viver o momento… apenas o registramos.

Se a internet ou o WhatsApp ficam suspensos, deixando as redes em “silêncio”, diante da desconexão, sentem uma terrível solidão… É difícil ficar quieto, sem fazer nada. Já não se divaga mais, não se observa o mundo que nos rodeia, não se interage. Desconfia-se do tédio, pensando que ele nos oprimirá, o que não é real, porque muitas vezes surgem daí pensamentos e ideias de supremo interesse. Muitos criativos surgem disso.

Guadium Press

Mundo do espontâneo, a imediatez, a resposta rápida

Nos encontramos no mundo do espontâneo, do imediatismo, da resposta rápida, de tirar a foto em vez de apreciar o panorama, de filmar um acidente antes de tomar a atitude de socorro, de estar colado a uma tela e não olhar para os olhos, de falar com meras interjeições, deixamos de escrever algumas linhas optando por ‘emoticons’ ou figuras que representem a resposta.

Até onde chegará isso? Nosso relacionamento está tomado por meios tecnológicos, já não nos socializamos mais. Até mesmo crianças de dois anos – com pais pouco avisados ​​e nada vigilantes – recebem a “chupeta eletrônica” para que possam passar o dedo sobre uma tela a qualquer momento, estáticos diante dela.

Pareceria que o objetivo seria criar um vínculo artificial entre o indivíduo e o aparelho. Já existem celulares ou ‘smartphones’ que interpretam as sensações de quem os possui, classificam seus ritmos de comportamento habituais. Eles capturam gestos faciais ou entonações de voz, catalogando os momentos emocionais do usuário ao longo do dia. Com o tempo, se tornariam uma espécie de extensão artificial do proprietário do dispositivo.

Outro aspecto da vinculação “homem-máquina” – para dar um deles -, já está em muitas empresas ou negócios, a assistência virtual. Solicitando algo a uma empresa ou restaurante, não é possível identificar se quem responde é um ser humano. Tudo automatizado, robotizado, des… humanizado.

Guadium Press

Estão os resistentes, mas também os angustiados

Há quem resista a uma relação de dependência da tecnologia, mas também há quem se sinta angustiado, submetido às redes sociais, o que acaba sendo um ansiolítico para eles.

Estamos entrando em outra era? Boa pergunta. Anteriormente, a natureza era considerada possuidora de efeitos terapêuticos. Um projeto sobre a felicidade mediu emocionalmente alguns voluntários durante anos, concluindo que os homens se sentem mais felizes ao ar livre. Entretanto, uma porcentagem mínima tira vantagem disso.

Hoje, com o celular nas mãos, a pessoa se comunica, estuda, trabalha, se diverte. O sinal está em cima de você em todos os lugares, há wi-fi até nos parques. Se vive um presente que elegantemente chamam de “virtual”, interagimos apenas com os gadgets, através de uma tela. Quase perdemos o uso da palavra e do visual, mudamos para um rápido clique.

De expressar-nos através de uma frase, falada ou escrita, passamos a meras interjeições, emoticons ou um mero desenho. Clico e aí está minha: “resposta comunicativa”.

Imediatez, vivemos o imediato. Tudo rápido, não há tempo para pensar. Já os “donos” das redes lutam para reter mais tempo do “cliente” no YouTube, Facebook, Instagram ou outra rede. Eles causam efeitos nas pessoas que provocam uma experiência sensível, no “produto”, que é você mesmo. Há um dinamismo em que sempre é necessário estar conectado, os “clientes” ficam presos em uma engrenagem. O tempo real de retenção teve de ser reduzido. Chegamos ao “TikTok” (15 segundos prolongados para 3 minutos), ou ao “Short” (45 segundos) ou aos “Reels” (15 segundos). Curtos e com um conteúdo vazio, e… milhões de pessoas entrando neles.

Guadium Press

A calma vai se tornando rara

Não há espaço para as pessoas verem algo com calma, em casa ou no escritório, tudo tem que ser rápido, pois… já vem outra coisa, soa outra notificação, entra outra foto ou mini vídeo.

A indústria tecnológica nos prometeu, comunicação instantânea, ampla informação, simplificar trabalhos, se divertir, viver mais e melhor, um futuro todo especial e novo para a humanidade. Ocorreu o contrário. Relacionados como nunca na história dos homens, somos manipulados por um “cardápio” prático, atraente, avassalador, que nos estimula a estar hiperconectados, vivendo um presente fictício. Corremos o risco de perder – se é que muitos já não perderam – o olhar nos olhos um do outro, trocar palavras, receber o carinho da mãe, o abraço entre cônjuges ou de um amigo.

Diminuiu a proximidade, o calor do relacionamento, estamos nos desumanizando, tornando-nos mais homogêneos, nos robotizando, o artificial está dominando – passo a passo – nos transformando em “zumbis”.

Guadium Press

Algumas atitudes a tomar que nos ajudarão: 1) Dominar a tecnologia e não deixar-se escravizar por ela. 2) Saber priorizar os momentos que dedicamos a ela (fora dos horários de trabalho ou estudo obrigatório). 3) Recuperar o convívio com quem nos rodeia pessoalmente, e não “virtualmente”, conversando cara a cara. 4) Monitorar o uso em crianças e adolescentes.

Um hino da liturgia das horas diz: “Saí pela manhã entre os homens e encontrei tantos ricos que eram pobres; tantos homens maltratados sem ilusões ”. Parafraseando poderíamos dizer: “Encontrei tantos homens e mulheres, olhando para uma tela, ansiosos e maltratados, sem relações humanas”.

Queira Deus, como dizia São João Paulo II face à crescente dificuldade de comunicação, no ano de 2002, dado que: “não se consegue estar juntos, e os raros momentos para isso acabam infelizmente absorvidos pelas imagens duma televisão”, se “introduzam na vida cotidiana outras imagens muito diferentes, as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a de sua Mãe Santíssima”, através da recitação do rosário em família. Estando com Jesus no centro, se compartilham “as alegrias e as dores, se colocam em suas mãos as necessidades e projetos, se obtém a esperança e a força para o caminho” (Rosarium Virginis Mariae, 41).

(Publicado originalmente em La Prensa Gráfica de El Salvador, 11-7-2021)

Por Padre Fernando Gioia, EP

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

www.reflexionando.org

https://gaudiumpress.org/

Papa Francisco não tem alta prevista

Papa Francisco cumprimenta pessoal médico do hospital Gemelli.
Foto: Vatican Media

Vaticano, 13 jul. 21 / 10:15 am (ACI).-

O papa Francisco não tem previsão de alta do Hospital Policlínico Gemelli onde está internado desde o domingo 4 de julho por causa de uma cirurgia intestinal. "O Santo Padre continua o seu tratamento e reabilitação planejados, o que lhe permitirá regressar ao Vaticano o mais depressa possível", é o que diz o comunicado assinado por Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, hoje 13 de julho.

O papa foi submetido a uma operação intestinal. Depois da cirurgia, no dia 4 de julho, Bruni anunciou que o papa passaria cerca de sete dias hospitalizado, "a não ser que haja complicações".

Fonte: ACI Digital

O BARULHO DO SUICÍDIO

Crédito: CVV

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (MG)

Vivemos numa sociedade onde diariamente nos chegam notícias de suicídios de adolescentes, jovens, adultos, idosos, religiosos e sem religião. Ficamos espantados. Muitas vezes até se chegar ao suicídio se percorre um caminho silencioso, mas depois de sua concretização se faz muito barulho.

O recente auto extermínio de um sacerdote suscitou uma  série de reflexões.  Muitas pessoas  escreveram textos apontando causas e quase todas as reflexões   procuravam, ou indicavam  um culpado pelo suicídio. A transferência de culpa é um problema muito antigo na história da humanidade, pois  remonta a fraqueza humana no Jardim do Éden. Enquanto se busca um culpado nunca se olha para si mesmo, nem para dor da vítima e de quem sofre com a perda. Na maioria dos casos de suicídio de sacerdotes a culpa tem recaído sobre, a entidade, o modo de vida, o presbitério, o bispo e sobre a formação. É verdade que nestes casos, ninguém pode lavar as mãos. O que me parece  estranho é que a acusação tem caminhado como se ninguém não se importasse com os  padres, fosse insensível, não sofresse com a dor dos irmãos. Creio que nenhum bispo, gostaria de ficar alheio a dor de  um filho  sacerdote, ou de outra pessoa. É verdade que o bispo não resolve todos os problemas da sociedade, da Igreja e de seu presbitério. Nem mesmo Jesus resolveu todos os problemas do mundo.

 O suicídio é uma decisão pessoal, interna e sofrida, muitas vezes sem a coragem de pedir socorro. Ele é diferente do assassinato, onde  a decisão de eliminar a vida vem de outra pessoa. O bispo não seria feliz se não se preocupasse com os seus padres e com as outras ovelhas. Toda dor clama por cuidado, mas quando não a percebe, muitas vezes não se pode fazer nada. Todo ser humano é sempre um ser dolorido. Não existe vida sem dor. Até o nascimento é um ato doloroso. O ser humano nasce, vive e morre no meio da dor. É preciso viver as conquistas trazidas pela dor. A alegria da Cruz deve ser um caminho místico. Mãos  estendidas podem portar o bálsamo do alívio. As mãos do bispo são mãos de pai para  afagar, abençoar, socorrer, curar  e corrigir  seus filhos.  Bispos sofrem quando não se  consegue fazer mais nada.

É preciso que, como o cego no caminho de Jesus, aprendamos  a pedir socorro. Ao ouvir um grito de dor, alguém vai ter compaixão e oferecerá ajuda. Além do incentivo para abrir o coração, é necessário que o presbitério, além do bispo, esteja disposto a ouvir e a perceber os sinais da dor expressos no olhar e no semblante do irmão.

O fenômeno do suicídio tem sido crescente entre adolescentes, jovens e idosos. Os primeiros estão na construção da sua identidade. Os  idosos estão no exame de consciência do que fizeram com a vida que Deus lhes deu. Muitas vezes percebe-se que a vida está vazia e vem o espanto e a angústia. A vivência nestes dois estágios pensantes da vida quase sempre se dá no silêncio, pois se trata de um processo interno e é justamente aí que muita gente se vai,  sem avisar, deixando muitas dores e perguntas abertas. Muitos dos sacerdotes que se foram estavam na adolescência, ou início da juventude do ministério. Esse quase sempre é um estágio de insegurança. O que sou? O que estou sendo? que virá ser a minha vida futura? São perguntas que desafiam o romper do amanhã para firmar a identidade.

As perguntas abrem caminhos. Certa vez encontrei um padre angustiado porque dizia que não estava conseguindo ser resposta para o mundo. Eu lhe respondi que mais importante do que ser resposta é ser uma pergunta. As  respostas são sempre  insuficientes, mas as perguntas abrem caminhos. Fazer perguntas é necessário, mas é preciso ter habilidade para perguntar sem arranhar o interior. Somente rezando a vida de quem está diante de nós conseguiremos  questionar não o seu corpo, mas a sua alma. Muitas perguntas não chegam a alma, pois apenas ferem o corpo aumentando a dor. É preciso prestar mais atenção às perguntas. Muitas vezes o silêncio é uma pergunta. É preciso ouvir o silêncio e para ouvi-lo é preciso silenciar. No encontro dos silêncios obscuros nascem luzes. Deus cuide dos corações que sofrem, iluminando-os  e os curando.

Fonte: CNBB

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Sta. Teresa de Jesus dos Andes | ArquiSP
13 de julho

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Joana Fernandez Solar nasceu no dia 13 de julho de 1900, no berço de uma família profundamente cristã, na cidade de Santiago do Chile, capital do país. Seus pais chamavam-se Miguel e Lúcia.

A partir dos seis anos de idade, assistia com a mãe, quase diariamente, à santa missa e ansiava poder receber a primeira comunhão, o que aconteceu em setembro de 1910. Desde então, procurava comungar diariamente e passar longos momentos mantendo um diálogo íntimo com Jesus. Teve a infância marcada por uma intensa vida mariana, que foi um dos sólidos alicerces da sua vida cristã.

Joana estudou durante onze anos no Colégio do Sagrado Coração, até 1918. Foi muito dedicada à família e julgava-se incapaz de viver separada dos seus. No entanto, assumiu com resignação o distanciamento nos últimos três anos dos estudos em regime de internato.

Sua vocação religiosa confirmou-se aos quatorze anos. Na época, ela se correspondia com a superiora das carmelitas dos Andes, e lia muito sobre a trajetória da vida dos santos. Assim, Joana foi se preparando de tal modo que, desde os dezessete anos, já externava o ideal de ser carmelita, e com ardor defendia a sua vivência contemplativa, que todos julgavam "inútil".

A separação definitiva da família e do mundo deu-se em maio de 1919, aos dezenove anos de idade. Entrou para as carmelitas dos Andes e tomou o nome de Teresa de Jesus. Lá viveu apenas onze meses, pois contraiu a febre tifóide e logo morreu, no dia 12 de abril de 1920, na sua cidade natal.

Teresa de Jesus tinha tamanha liberdade para expressar-se com o Senhor que costumava dizer: "Cristo, esse louco de amor, me fez louca também". A sua aspiração e constante empenho centraram-se em se assemelhar a ele, em comungar com Cristo. Foi beatificada pelo papa João Paulo II quando este visitou o Chile em 1987. Depois, foi canonizada pelo mesmo sumo pontífice em 1993, em Roma. Na ocasião, ele a chamou de santa Teresa de Jesus "dos Andes", e declarou que era a primeira chilena e a primeira carmelita latino-americana a ser elevada à honra dos altares da Igreja, para ser festejada no dia 13 de julho.

O santuário de Santa Teresa dos Andes, como ficou popularmente conhecida, tornou-se um centro espiritual no Chile, visitado por milhares de peregrinos anualmente. Sua fama de intercessora pelas graças e milagres concedidos correu logo, principalmente entre os jovens católicos. Santa Teresa dos Andes continua, assim, cumprindo a missão reconhecida como sua: despertar fome e sede de Deus nos jovens deste nosso mundo moderno tão materializado.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Santo Henrique II: o único imperador declarado santo pela Igreja

Creative Commons
13 de julho
Santo Henrique e Santa Cunegundes

Poucos reis tiveram em vida a ótima fama e o amor dos súditos de que Santo Henrique pôde desfrutar.

O alemão Santo Henrique II comandou o Sacro Império Romano Germânico de 1014 até 1024 e é o único imperador em toda a história a ter sido declarado santo pela Igreja. Há outros reis canonizados; imperador, mais nenhum.

Neto de Carlos Magno e último imperador da linhagem de Oto I e da dinastia saxônica, Santo Henrique II nasceu em 6 de maio de 973, filho de Henrique I, duque da Baviera, e Gisela, filha do duque Conrado de Borgonha.

A mãe confiou a formação do pequeno ao bispo de Ratisbona, São Wolfgang, que educou com solidez a sua inteligência e a sua vontade. A propósito: o próprio São Wolfgang é considerado um dos três grandes santos da Alemanha do século X, sendo os outros Santo Ulrico e São Conrado.

Após a morte do pai, em 995, Henrique herdou o ducado. Quando seu primo, o imperador Oto III, morreu sem deixar herdeiros, os príncipes eleitores julgaram que ninguém tinha melhor preparo para reinar na Alemanha do que ele. E Henrique II foi assim eleito soberano em 1002.

Doze anos mais tarde, o rei Henrique II foi coroado imperador do Sacro Império Romano Germânico junto com a esposa, Santa Cunegundes, na Basílica de São Pedro, em Roma.

Santo Henrique e Santa Cunegundes
Creative Commons

Ele é reconhecido como o maior Apóstolo da Paz do início do século XI e um dos mais destacados promotores da civilização cristã ocidental, em parceria com o Papado e com os monges da histórica abadia de Cluny. Erguia igrejas, construía conventos e apoiava os missionários. Pela dedicação à fé cristã e ao amor por Cristo, foi chamado “O Piedoso”.

Santo Henrique II não era o único cristão fervoroso da família: seu irmão Bruno foi bispo; sua irmã Brígida foi religiosa; outra irmã, Gisela, foi esposa de Santo Estêvão, rei da Hungria. Aliás, para conceder sua irmã Gisela como esposa ao rei Estêvão, Henrique impôs a condição de que o rei húngaro propagasse o catolicismo por todo o seu território.

Henrique morreu em 13 de julho de 1024, aos 51 anos, e foi canonizado em 1146 pelo Papa Eugênio III. Poucos reis tiveram em vida a ótima fama e o amor dos súditos de que Santo Henrique pôde desfrutar. Menos reis ainda foram canonizados – e mais nenhum que tivesse sido imperador.

Fonte: Aleteia Brasil

segunda-feira, 12 de julho de 2021

O milagre para a canonização de Foucauld confirma o seu carisma

EAST NEWS
Por Vanderlei de Lima

Charles de Foucauld primou por dois grandes pontos: ser um irmão universal e sempre valorizar a possibilidade de estar em terras de missão.

A rápida recuperação, sem sequelas, do jovem Charle, que, de uma altura de 16 metros, caiu sobre um banco de madeira e teve o corpo atravessado por um pedaço desse banco é o milagre de Deus que confirma, com a assinatura divina, a santidade de Charles de Foucauld, como vimos no artigo anterior.

Pois bem, o milagre para a canonização de Foucauld confirma o seu carisma, pois se deu em favor de um não cristão que se julga “sem fé”. Por que destacar isso? – Porque Charles de Foucauld primou por dois grandes pontos: ser um irmão universal e sempre valorizar a possibilidade de estar em terras de missão, especialmente entre os muçulmanos. Sim, é ele mesmo quem, em Bênni Abbês, escreve sobre como se sente enquanto irmão universal: “Eu quero acostumar todos os habitantes, cristãos, muçulmanos, judeus e idólatras, a me perceberem como seu irmão, como um irmão universal. Eles começaram a chamar a casa [de Charles de Foucauld – nota nossa] ‘a fraternidade’ (khauja, em árabe) e isto me deixa muito contente” (Jean-François Six. Charles de Foucauld: o irmãozinho de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2008, p. 66). 

O interessante é que o amor de Foucauld não é excludente, pois ama os soldados franceses que dominam a região e também os nativos locais dominados. Se excluísse um dos dois grupos, seu amor universal se tornaria mera hipocrisia ou luta de classes marxista. E isso é o que, anos mais tarde, a Irmãzinha Madalena de Jesus, uma de suas grandes seguidoras e fundadora das Irmãzinhas de Jesus, afirmará em vários de seus escritos: “Gostaria de amar a todos os seres humanos do mundo inteiro. Gostaria de colocar uma centelha de amor em cada recanto do mundo” (Irmãzinha Annie de Jesus. Irmãzinha Madalena de Jesus: a experiência de Belém até os confins do mundo. São Paulo: Cidade Nova, 2012, p. 51). Daí sai uma consequência prática para as irmãzinhas e para cada um de nós: “Há um obstáculo a evitar: o de dar todo o nosso amor aos pequenos, aos pobres, aos oprimidos, e ter pelos grandes e pelos ricos um olhar duro e indiferente. No Marrocos, se o amor de vocês se destina aos marroquinos, sem saber que, ao seu lado, alguns franceses sofrem, seu amor será parcial e incompleto […]. É difícil ter o coração aberto a todos os seres humanos. Vocês não têm mais o direito de excluir sequer uma só pessoa, senão o amor de vocês destrói-se em sua base de universalidade e o mal penetra em seus corações. Ele destruirá tudo” (ibidem, p. 97; cf. p. 141).

A respeito dos muçulmanos, nosso eremita – confirmando, uma vez mais, o seu desejo de fraternidade universal, sem renunciar à fé católica –, afirma: “Vou para o sul da província de Oran, até a fronteira do Marrocos, para uma das guarnições francesas sem sacerdote, viver lá como monge, em silêncio e retraído do mundo exterior, sem título de pároco ou capelão; como monge, em oração, e administrando os sacramentos. O objetivo é duplo: primeiro, impedir que os nossos soldados morram sem os sacramentos, nesses lugares onde a febre mata muitos e onde não há sacerdote perto. Segundo, sobretudo fazer o máximo possível de bem à população muçulmana tão numerosa e tão abandonada, levando até ela Jesus na Eucaristia, assim como Maria foi uma bênção para João Batista, levando Jesus até ele” (Charles de Foucauld: o irmãozinho de Jesus, p. 62-63). A Irmãzinha Madalena de Jesus, cinco anos após a morte de Foucauld, também desejava partir para a terra do Islã (cf. Irmãzinha Madalena de Jesus: a experiência de Belém…, p. 19). Seu desejo se realizou em 1939, quando, com outra irmãzinha, conseguiu chegar ao Saara “com uma roupa parecida com a das mulheres árabes, sobre a qual colocaram o coração e a cruz de padre de Foucauld, querendo mostrar assim que iam simplesmente para amar” (idem, p. 29). Para ela a caridade está acima de todas as regras (cf. ibidem, p. 37).

Eis a verdadeira fraternidade universal (que é católica, de kat’holon, pois abraça todo o universo) confirmada no milagre de Deus, por intercessão de Charles de Foucauld, em favor de Charle, o jovem gravemente acidentado, mas que se recuperou rapidamente e sem sequela alguma.

Fonte: Aleteia

Adaptar ou desviar?

Guadium Press
Vivemos em um mundo pervadido de mudanças e inovações que são tanto mais bem aceitas quanto mais cômodas a nós. A liturgia deste XV Domingo do Tempo Comum, entretanto, nos adverte: há coisas que não podem mudar.

Redação (9:22 Gaudium Press)“Jesus chamou os doze e começou a enviá-los” (Mc 6, 7). Tendo recebido tal encargo, os Apóstolos deveriam desempenhar de forma exemplar a missão própria da Igreja docente, a qual consiste em ensinar, santificar e governar (cf. CCE 872). Mas, como e o quê ensinar? De que forma auxiliariam na santificação das almas? E como governariam, depois de fundadas, as comunidades? Sem dúvida, aqueles que, “de antemão colocaram sua esperança em Cristo, nele ouviram a Palavra da verdade, o Evangelho que nos salva”, (cf. Ef 1, 12-13), desenvolveriam seu apostolado e pregação segundo esta verdade. Assim, somente pela proclamação da verdade é que os Apóstolos estariam realmente propagando o reino de Deus; sem ela, espalhariam o erro, conduziriam os homens ao vício e ao pecado, e, ainda que não o percebessem, governariam em benefício do demônio e de seus planos de perdição.

E que lições podemos tirar, para nossos dias, da liturgia deste XV Domingo do Tempo Comum?

A verdade, imutável

Ora, a Igreja Católica deve santificar, ensinar e governar, através da verdade, o povo de Deus disperso por um mundo que não está em posse da verdade. Assim, se a Igreja deseja salvar as almas, instruindo-as nas verdades da Religião, não deve adaptar-se aos erros do mundo, mas sim esforçar-se por reconduzi-lo à verdade uma vez que qualquer adaptação ao espírito do mundo facilmente resulta em desvios.

Um exemplo disso temos na primeira leitura: o que aconteceria se Amós se adaptasse à vontade da Amasias – sacerdote já entregue aos princípios errôneos que regiam a sociedade de então – e deixasse de profetizar para não entrar em conflito com o rei e a corte? (II Leitura) Não seria isso uma rejeição à missão que Deus lhe confiara? Bem sabia Amós que mais vale seguir a verdade do chamado Divino do que os conselhos cômodos deste mundo.

E, no Evangelho, o Divino Mestre – prevendo a rejeição de que seriam vítimas seus apóstolos – não lhes disse que: Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, tentai adaptar um pouco vossas palavras para assim obterdes a aceitação. Mas sim: “Sacudi a poeira dos pés como testemunho contra eles” (Mc 6, 11).

Uma dupla lição

Assim, a liturgia nos apresenta duas lições, uma para os ouvintes, outra para os pregadores. A estes, adverte que não lhes é permitido modificar e adaptar a Palavra de Deus ao espírito do mundo com vistas a evitar o choque com este. Àqueles, exorta a serem dóceis às palavras da verdade e nunca lhe fazerem ouvidos moucos.

Porém, a ambos manifesta a bondade de Deus, que não é de forma alguma antagônica às duras verdades da Religião que, por vezes, contradizem nossas comodidades. Por isso, ela propõe que hoje cantemos: “Mostrai-nos ó senhor vossa bondade e a vossa salvação nos concedei”.

Por Afonso Costa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Movimento de Fátima convoca 150 dias de oração pela Igreja, a vida e a família

Imagem de referência. Crédito: Thérèse Westby / Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 09 jul. 21 / 02:57 pm (ACI).- O movimento Mater Fátima está organizando uma campanha de 150 dias de “intensa oração” pela Igreja Católica, pela vida, pela família, pela paz e pelo fim da pandemia da covid-19. O movimento originado em meio a peregrinos de língua espanhola a Fátima se dedica à propagação da mensagem de Nossa Senhora de Fátima.

Em comunicado, Mater Fátima afirmou que a campanha será “um chamado para despertar as consciências dos católicos afastados da fé, nestes tempos em que a família e a vida são mais atacadas do que nunca”. Trata-se de uma “Missão Mundial” e será realizada de 16 de julho a 12 de dezembro.

“A campanha obedece à insistente preocupação que a Santíssima Virgem manifestou em suas aparições em Fátima, Portugal, pedindo aos três pastorinhos suas orações e sacrifícios pela paz no mundo e pela conversão e salvação das almas”, afirmou o movimento internacional.

Nos próximos cinco meses da campanha de oração, Mater Fátima espera mobilizar as pessoas “à conversão, motivar o início de um caminho profundo para a santidade, acender os corações com o amor a Cristo e formar zelosos apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo para a glória de Deus, honra da Virgem Maria e a salvação das almas”.

A campanha buscará “combater a perversão que existe no mundo, que chama o mal de ´bem´ e o bem de ´mal´; que ataca o mais valioso que existe, que é o dom da vida e a pureza das crianças, com a ideologia de gênero, o aborto e todo tipo de iniciativas que vão também contra a família e a natureza humana”.

Os participantes da campanha rezarão o terço tradicional e o terço da Divina Misericórdia todos os dias.

Para os próximos cinco meses, estão programadas atividades como acampamentos virtuais para adolescentes e jovens e vigílias de adoração e reparação.

Mais informações podem ser obtidas AQUI.

Fonte: ACI Digital

Aumenta desapropriação de terras indígenas: tragédia ambiental e humana

Garimpeiros na floresta amazônica 

A soma das terras tomadas dos povos indígenas alcançou uma área igual à França e à Alemanha juntas. Esta é a denúncia presente no relatório "Os donos da Terra", elaborado pela Focsiv e dedicado aos 331 líderes locais que foram mortos em 2020 por se oporem à devastação e à poluição das florestas. “Precisamos de regras internacionais obrigatórias para o respeito dos direitos humanos e a proteção do meio ambiente” afirma o representante da Federação que redigiu o relatório.

Marco Guerra – Vatican News

Neste ano e meio da pandemia da Covid 19, o mundo parou e muitas atividades produtivas chegaram a uma paralisação sem precedentes. No entanto, a desapropriação de terras continuou com a mesma intensidade, se não maior. Isto é o que emerge do Relatório "Os donos da Terra". Sobre a apropriação de terras 2021: as consequências nos direitos humanos, no meio ambiente e nas migrações, realizado pela Focsiv, a Federação de Organismos Cristãos de Serviço Internacional Voluntário.

93 milhões de hectares roubados

A quarta edição da pesquisa mostra imediatamente o agravamento deste verdadeiro roubo contra os povos indígenas e as comunidades mais vulneráveis. De fato, em 2018 o primeiro Relatório denunciava que o agronegócio concentrou em suas mãos 88 milhões de hectares de terra, e em 2020 este fenômeno atingiu e ultrapassou 93 milhões de hectares, tomadas das populações locais. Praticamente um território tão grande quanto a França e a Alemanha e que não conhece limites de exploração.

Afetadas as comunidades mais frágeis

Na introdução ao documento a presidente da Federação, Ivana Borsotto destaca a ligação entre o fenômeno e um sistema de desenvolvimento que "destrói e produz resíduos" e que "gera nas pessoas do mundo ocidental novas necessidades inúteis, funcionais à manutenção do próprio sistema". Portanto a apropriação das terras indígenas por parte de terceiros está interligada com a mudança climática, as migrações causadas pela desertificação de muitas áreas do mundo e o aumento da desigualdade entre os habitantes do planeta. A desapropriação da terra, de fato, afeta as comunidades mais vulneráveis e economicamente frágeis.

Morte de líderes indígenas

O texto destaca as histórias de resistência dos povos indígenas na defesa de suas terras e de seus direitos, antes de tudo o direito à vida e a um ambiente saudável. Não é coincidência que o relatório 2021 seja dedicado aos 331 líderes indígenas que foram mortos em 2020 por se oporem à devastação e à poluição em larga escala das florestas, da terra e da água, lutando em defesa do ecossistema e do direito de todos de viverem em um ambiente saudável e sustentável.

Uso do solo

O fenômeno é particularmente difundido na África e na América Latina e a terra tomada é explorada para diversos usos, entre os quais a mineração é o mais comum, seguido pelo desflorestamento, grandes plantações de monoculturas, biocombustíveis e a extração de hidrocarbonetos.

Povos deslocados por corporações

"A desapropriação das terras é operada por empresas multinacionais privadas, mas também por grandes protagonistas públicos. Nos últimos 20 anos, os investimentos de muitos Estados neste setor têm crescido, em particular pela China e Índia, também através de fundos soberanos. Eles tomam posse de terras onde já vivem agricultores e povos indígenas e, no melhor dos casos, eles conseguem ficar lá sem acesso a recursos, enquanto no pior dos casos são expulsos e deslocados", afirma Andrea Stocchiero, responsável pela política da Fundação ao Vatican News. Essa é a terra onde viveram seus ancestrais e eles não entendem por que da noite para o dia não são mais seus proprietários". "Os mais esclarecidos se organizam em movimentos de camponeses que se chocam com a segurança contratada por essas grandes empresas públicas e privadas".  

São necessárias regras vinculativas

As consequências para o meio ambiente são devastadoras, observa o representante da Fundação: "Mais de 25 milhões de hectares de terra foram apropriados para mineração e quase 10 milhões para grandes plantações de monoculturas. São operações que não têm nenhuma consideração pelo meio ambiente, destroem a biodiversidade e criam terra e água mortas". O representante da Focsiv cita o caso da República Democrática do Congo, onde a extração do cobalto, necessário para a fabricação de baterias, alimenta o fenômeno do trabalho infantil e causa uma terrível poluição. Então apela para que a comunidade internacional torne obrigatórias as diretrizes de conduta empresarial em matéria de direitos humanos e meio ambiente. "Atualmente são boas práticas adotadas de forma voluntária, mas precisamos de algo obrigatório".

Fonte: Vatican News

Igreja celebra hoje Santa Verônica, em cujo véu ficou estampado o rosto de Cristo

Sta. Verônica | ACI Digital
12 de julho

REDAÇÃO CENTRAL, 12 jul. 21 / 06:00 am (ACI).- Santa Verônica foi a mulher que teve um gesto misericordioso com Cristo durante seu caminho ao Monte Calvário ao enxugar seu rosto cheio de sangue e suor com um véu que passou à história como relíquia por levar impresso a face do Messias.

Este véu, lenço ou pano é conhecido como “Santa Face” ou “Véu de Verônica” e é uma das relíquias mais importantes do cristianismo, pois é considerado como uma verdadeira imagem de Cristo.

O nome Verônica apareceu pela primeira vez no documento apócrifo “As Atas de Pilatos” e procede do latin vera icon(o verdadeiro ícone), sendo a imagem ou relíquia deste tipo mais antiga e conhecida. Outra relíquia importante similar a esta é o Santo Sudário de Turim.

“Verônica” também poderia ser uma variação do nome macedônio Berenice, que data do século IV e que quer dizer “a que leva à vitória”. Este último nome está vinculado ao da mulher que sofria uma hemorragia dos evangelhos sinóticos que foi curada milagrosamente por Jesus.

Segundo a tradição, Santa Verônica foi uma mulher piedosa que viveu em Jerusalém e que após a Paixão do Senhor se dirigiu para Roma levando consigo o véu, que posteriormente foi exposto para a veneração pública. Seu ato exemplar é recordado atualmente na sexta estação da Via Sacra.

Uma das várias tradições explica que Santa Verônica chegou à Itália diante do imperador romano Tibério e o curou após fazê-lo tocar esta sagrada imagem. A partir disso, permaneceu a capital do império na mesma época que os apóstolos São Pedro e São Paulo. Ao morrer, deixou a imagem para o Papa Clemente I.

Por ocasião do primeiro ano santo da história, em 1300, o Véu de Verônica se converteu em uma das “Mirabilia urbis” (maravilhas da cidade de Roma) para os peregrinos que visitaram a Basílica de São Pedro no Vaticano.

Os rastros do Véu de Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo 1600, até que foi encontrado na Igreja da Santa Face de Manopello. O Papa Bento XVI foi o primeiro Pontífice a visitá-lo em setembro de 2016.

Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF