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quarta-feira, 14 de julho de 2021

S. CAMILO DE LÉLIS, SACERDOTE, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS REGULARES MINISTROS DOS ENFERMOS

S. Camilo de Lélis | Vatican News
14 de julho

SÃO CAMILO DE LÉLLIS

Primazia da Caridade

São Camilo de Lellis propõe uma mensagem bastante oportuna, porque nos estimula a viver a primazia da caridade.
Na Encíclica "Deus caritas est", Bento XVI o insere entre os "célebres modelos da caridade social", apresentando-o como exemplo para todos os homens de boa vontade. No decreto de Canonização, Bento XIV o define como “fundador de uma nova escola de caridade”.


A cruz vermelha

Camilo nasceu em Bucchianico, província italiana de Chieti, em 25 de maio de 1550, e faleceu em Roma, em 14 de julho de 1614.
Sua figura é, emblematicamente, ligada a uma cruz vermelha, que o Papa Sisto V o deixou bordar em seu hábito religioso, em 20 de junho de 1586.
Padre Sânzio Cicatelli, primeiro biógrafo do santo, narra, em 1620: “Nosso pai quis que usássemos a Cruz em nosso hábito religioso, como nossa insígnia e missão, por três motivos: primeiro, para se distinguir do hábito da Companhia de Jesus; segundo, para que o mundo saiba que todos nós, marcados por este sinal da Cruz, somos escravos ‘vendidos e dedicados’ ao serviço dos pobres enfermos; terceiro, para mostrar que esta é a religião da cruz, ou seja, da morte, do sofrimento e da lida. Assim, todos os que quiserem seguir o nosso modo de vida devem, de consequência, abraçar a cruz, negar a si mesmos e seguir Jesus Cristo até à morte”.


Ministros dos enfermos

Camilo foi tocado pela graça de Deus em 1575. Durante uma viagem ao convento de San Giovanni Rotondo, encontrou um frade que o deteve e lhe disse: “Deus é tudo! O resto é resto! Devemos salvar a alma, que não morre...”.
Ao chegar ao convento, pediu para se tornar Capuchinho. Mas, por duas vezes, foi demitido por causa de uma chaga, que se abriu em sua perna no período das suas incursões militares. Por isso, foi internado no hospital romano de São Tiago, onde teve uma intuição: unir a disciplina pregressa de soldado com a caridade cristã, fundando os “Ministros dos Enfermos”. Para fazer parte desta Congregação era preciso fazer quatro votos: obediência, pobreza, castidade, serviço aos doentes.


Grande reformador

São Camilo de Lellis é considerado o primeiro grande reformador da profissão de enfermagem e da organização assistencial nos hospitais.
Quem assistia a um paciente, além de cuidar do corpo, - segundo São Camilo, - também deveria cuidar do espírito. Uma coisa completamente diferente do que acontecia nos hospitais da época, onde os doentes eram abandonados a próprio destino.
Como homem, eminentemente prático e simples, certamente não sem cultura e interesses, em seu apostolado educacional Camilo não buscava perfeições teóricas. Eram suficientes poucas diretrizes. Enfim, era excepcionalmente dotado de um profundo discernimento dos corações, de grande bom senso além de uma paterna doçura.

Fonte: Vatican News

terça-feira, 13 de julho de 2021

CONHEÇA OS FRUTOS DA PRESENÇA MISSIONÁRIA DA IGREJA NO BRASIL NO HAITI DESDE 2010

CNBB

Ao longo desta semana o Portal da CNBB vai publicar uma série de reportagens e matérias sobre o projeto missionário intercongregacional Nazaré, desenvolvido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Cáritas Brasileira no Haiti desde setembro de 2010, sete meses após o país ser abalado por um terremoto que atingiu 7 pontos na escala Richter e deixou cerca de 300 mil mortos.

CNBB

No próximo sábado,  dia 17 de julho, às 11h, na capela Nossa Senhora Aparecida (sede da CNBB), uma Celebração Eucarística em Ação de Graças pela Missão no Haiti vai marcar a nova fase da presença da Igreja no Brasil naquele país. A celebração, a ser presidente pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portela Amado, será transmitida pelas redes sociais da CNBB, CRB e demais parceiros.

Presença missionária da Igreja do Brasil no Haiti

Primeiro grupo de missionárias no Haiti: Irmã Maria Aparecida dos Santos, da Congregação Pequenas Irmãs da Divina Providência; irmã Maria Aparecida da Silva Viana, da Providência de Gap.; e Maria Marcelina Xavier, do Instituto Pias Mestras Vinerini

 

Do período que imediatamente se seguiu ao terremoto de 2010, no Haiti, a CNBB e a CRB estabeleceram uma parceria para a criação do projeto missionário intercongregacional Nazaré.

Desde a origem, a missão foi conduzida e animada por congregações femininas. Nesse tempo, 19 congregações femininas colaboram com presença de suas religiosas e animação missionária brasileira no Haiti. A parceria foi prevista para a duração de 10 anos, tendo, portanto, terminado em 2020.

Em substituição a esta parceria e para não interromper o trabalho das religiosas brasileiras no Haiti, as congregações femininas firmaram uma nova parceria, agora entre si, sem a gestão direta da CNBB e da CRB, as quais, porém, permanecerão acompanhando e ajudando. Agora, na nova fase, a gestão será feita por uma Comissão Intercongregacional constituída por 5 religiosas de diferentes congregações.

Elas vão contar com o apoio da Rede Missionária Intercongregacional Ad Gentes, constituída inicialmente com a adesão de cerca de 90 congregações religiosas, após a aprovação na 25ª Assembleia Eletiva da CRB Nacional realizada em Brasília (DF), de 10 a 14 de julho de 2019. A missa do dia 17 de julho será o momento oficial de bênção da nova parceria e início oficial da missão, embora as religiosas já estejam por lá.

Frutos da Missão

Oficina de panificação com mulheres haitianas.

Por meio de um convênio firmado com a arquidiocese de Porto Príncipe, cujo prazo de duração estabelecido foi de 2010 a 2020, a CNBB, a CRB e a Cáritas Brasileira mantiveram uma presença missionária e amorosa da Igreja no Brasil no Haiti.

As primeiras missionárias brasileiras partiram para o Haiti em 20 de setembro do mesmo ano do terremoto com a missão de atuar em duas vertentes, mediadas pela ação evangelizadora e ação social. As primeiras irmãs batizaram a experiência de Comunidade Intercongregacional Nazaré.

Seis religiosas desenvolveram, no início, atividades a partir eixos de geração de renda e economia solidária, formação e saúde/nutrição. Em cada eixo havia os projetos específicos. O eixo de Geração de renda e economia solidária, por exemplo, chegou a beneficiar cerca de 500 pessoas com os projetos das cozinhas comunitárias, fabricação de doces e salgados, horta comunitária, cursos de corte, costura e bordado e artesanato.

O eixo de formação compreendeu o trabalho na mudança de mentalidade das pessoas em relação aos traumas e conflitos que surgiram após a tragédia de 2010. Neste caso, foi dada atenção psicológica e psicopedagógica aos participantes dos projetos. Ainda no âmbito da formação, foi oferecido pelas irmãs aprendizado em arte e música. Um livro memória sobre a presença missionária da Igreja no Brasil está sendo escrito a partir das memórias das pessoas que vivenciaram a experiência.

O projeto foi assumido ao longo dos últimos 10 anos e meio por 19 congregações femininas que cederam irmãs de suas famílias religiosas para compor a comunidade Nazaré e atuar na missão. Segundo a irmã Maria de Fátima Kapp, assessora executiva da CRB, os 10 anos e meio desta primeira fase constituíram um período intenso de labuta missionária, um caminho fecundo de atividades vivas e expressões de compaixão com o povo haitiano.

Ela lembra que, num primeiro momento, as irmãs se colocaram em uma atitude de escuta e acolhida. “O grupo de religiosas sempre contou com uma religiosa psicóloga para prestar um atendimento humanitário capaz de ajudar as pessoas a superarem os traumas”, disse.

Inauguração do Centro Social de Evangelização no bairro Coral Cesselesse. Fotos: arquivos do projeto missionário intercongregacional Nazaré

O trabalho também aos poucos organizou grupos de mães, jovens, adolescentes e crianças em torno à iniciativas para combater a fome como a organização de uma horta comunitária e familiar, a criação de frangos, coelhos e organização de cozinhas comunitárias.

As irmãs conseguiram, por meio de inúmeras parcerias, construir um Centro Social de Evangelização no bairro Coral Cesselesse, onde concentram-se a maior parte das famílias atingidas pelo terremoto. Neste local, passou a desenvolver atividades educativas e de formação cristã e espiritual. Também são realizadas no local oficinas de arte (música e teatro) e artesanato como alternativa de geração de renda.

Fonte: CNBB

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros

Tomsickova Tatyana | Shutterstock
Por Dom Fernando Arêas Rifam
Administrador Apostólico de São João Maria Vianney

Assim como aqueles que seguem as normas e são corretos representam verdadeiramente uma empresa ou agremiação.

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros, convidou o bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Arêas Rifan, mediante um texto compartilhado em sua rede social.

Ele considera:

“​Quando se quer conhecer uma empresa ou uma agremiação, o melhor espelho dela são os seus bons membros, que compensam as fraquezas dos maus. Os bons, os que seguem as normas e são corretos, são os que verdadeiramente representam a empresa ou agremiação. Quem quiser conhecer os brasileiros, não deve ir ao presídio. Ali não estão os melhores cidadãos. Mas deve pesquisar as pessoas honradas e cumpridoras dos seus deveres.

O mesmo acontece com a Igreja. Quem quiser conhecê-la, e ela tem vinte séculos, deve olhar não os hereges ou os maus cristãos, mas os santos. Esses realmente a representam e são exemplos para todos. Esses são os verdadeiros cristãos, os que seguiram os seus ensinamentos”.

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros

Dom Fernando prossegue:

“‘A santidade é o rosto mais belo da Igreja’ (Papa Francisco – Gaudete et Exsultate, 9). E a Igreja tem santos de todas as condições e classes sociais, a nos ensinar que qualquer um, de qualquer posição ou profissão, pode vir a ser santo. São os modelos de cristãos.

No último dia 3 [de julho], foi-nos proposta a veneração de São Tomé, apóstolo, muito conhecido pela recusa em acreditar na ressurreição de Jesus a menos que o visse com seus próprios olhos e tocasse nas cicatrizes de suas chagas.

São Gregório Magno comenta que ‘mais serviu para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos fiéis’, pois, tendo Jesus lhe aparecido, o fez tocar nas suas chagas, recebendo dele a firme profissão de fé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’. São João afirma o que São Tomé corrobora: ‘O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam… nós vos anunciamos’ (1Jo 1, 1). Ele pregou o Evangelho na Pérsia, onde foi martirizado pela sua Fé, apagando com o seu sangue o seu pecado de incredulidade”.

O bispo acrescenta em seguida mais exemplos sobre quem representa a Igreja de verdade:

“No domingo, 4, transferido do dia 29 de junho, tivemos a solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro, escolhido de propósito por Jesus para chefe e fundamento da sua Igreja, engloba a fraqueza humana e a força divina que o sustentava e sustenta em seus sucessores, vigários de Cristo na terra. Paulo, fariseu fanático, convertido no encontro com Jesus ressuscitado, tornou-se o grande propagador do cristianismo no mundo pagão greco-romano.

No dia 6, festejamos Santa Maria Goretti, denominada a Santa Inês do século XX, assassinada em 6 de julho de 1902, com 12 anos de idade, porque preferiu morrer a ofender a Deus pecando contra a castidade, como a queria forçar seu assassino. Era uma menina de família católica, de boa formação. Exemplo de resistência às seduções e assédios. Dela disse o Papa Pio XII: ‘Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das virgens e não quis perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do seu corpo. E isso não porque lhe atribuísse um valor supremo, e sim porque, como templo da alma, é também templo do Espírito Santo. Ela é um fruto maduro do lar cristão, onde se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na obediência aos pais. Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a invencível fortaleza desta jovem virgem'”.

Fonte: Aleteia 

Nunca nos relacionamos tanto; Nunca nos sentimos tão sozinhos

Guadium Press
Relacionados como nunca na história dos homens, somos manipulados por um “cardápio” prático, atraente, avassalador, que nos estimula a estar hiperconectados, vivendo um presente fictício.

Redação (12/07/2021 15:37, Gaudium Press) “Menino, pare imediatamente de jogar videogame, já pedi três vezes!”, “Vamos tirar uma selfie!”, “Cuidado que vai dar de cara com alguém por ficar olhando o celular!”, “Vamos filmar o acidente!”,“ Pai, deixa o celular e olha para mim, por favor! ”, expressões comuns em casas, escritórios ou nas ruas.

Nunca estivemos tão intimamente relacionados um com os outros, as notificações nos oprimem, somos perseguidos pelo som do aviso de chegada de mensagens o tempo todo, estamos ansiosos para saber o que está acontecendo ou animados para comunicar aos outros o que estamos fazendo. Já não sabemos mais viver o momento… apenas o registramos.

Se a internet ou o WhatsApp ficam suspensos, deixando as redes em “silêncio”, diante da desconexão, sentem uma terrível solidão… É difícil ficar quieto, sem fazer nada. Já não se divaga mais, não se observa o mundo que nos rodeia, não se interage. Desconfia-se do tédio, pensando que ele nos oprimirá, o que não é real, porque muitas vezes surgem daí pensamentos e ideias de supremo interesse. Muitos criativos surgem disso.

Guadium Press

Mundo do espontâneo, a imediatez, a resposta rápida

Nos encontramos no mundo do espontâneo, do imediatismo, da resposta rápida, de tirar a foto em vez de apreciar o panorama, de filmar um acidente antes de tomar a atitude de socorro, de estar colado a uma tela e não olhar para os olhos, de falar com meras interjeições, deixamos de escrever algumas linhas optando por ‘emoticons’ ou figuras que representem a resposta.

Até onde chegará isso? Nosso relacionamento está tomado por meios tecnológicos, já não nos socializamos mais. Até mesmo crianças de dois anos – com pais pouco avisados ​​e nada vigilantes – recebem a “chupeta eletrônica” para que possam passar o dedo sobre uma tela a qualquer momento, estáticos diante dela.

Pareceria que o objetivo seria criar um vínculo artificial entre o indivíduo e o aparelho. Já existem celulares ou ‘smartphones’ que interpretam as sensações de quem os possui, classificam seus ritmos de comportamento habituais. Eles capturam gestos faciais ou entonações de voz, catalogando os momentos emocionais do usuário ao longo do dia. Com o tempo, se tornariam uma espécie de extensão artificial do proprietário do dispositivo.

Outro aspecto da vinculação “homem-máquina” – para dar um deles -, já está em muitas empresas ou negócios, a assistência virtual. Solicitando algo a uma empresa ou restaurante, não é possível identificar se quem responde é um ser humano. Tudo automatizado, robotizado, des… humanizado.

Guadium Press

Estão os resistentes, mas também os angustiados

Há quem resista a uma relação de dependência da tecnologia, mas também há quem se sinta angustiado, submetido às redes sociais, o que acaba sendo um ansiolítico para eles.

Estamos entrando em outra era? Boa pergunta. Anteriormente, a natureza era considerada possuidora de efeitos terapêuticos. Um projeto sobre a felicidade mediu emocionalmente alguns voluntários durante anos, concluindo que os homens se sentem mais felizes ao ar livre. Entretanto, uma porcentagem mínima tira vantagem disso.

Hoje, com o celular nas mãos, a pessoa se comunica, estuda, trabalha, se diverte. O sinal está em cima de você em todos os lugares, há wi-fi até nos parques. Se vive um presente que elegantemente chamam de “virtual”, interagimos apenas com os gadgets, através de uma tela. Quase perdemos o uso da palavra e do visual, mudamos para um rápido clique.

De expressar-nos através de uma frase, falada ou escrita, passamos a meras interjeições, emoticons ou um mero desenho. Clico e aí está minha: “resposta comunicativa”.

Imediatez, vivemos o imediato. Tudo rápido, não há tempo para pensar. Já os “donos” das redes lutam para reter mais tempo do “cliente” no YouTube, Facebook, Instagram ou outra rede. Eles causam efeitos nas pessoas que provocam uma experiência sensível, no “produto”, que é você mesmo. Há um dinamismo em que sempre é necessário estar conectado, os “clientes” ficam presos em uma engrenagem. O tempo real de retenção teve de ser reduzido. Chegamos ao “TikTok” (15 segundos prolongados para 3 minutos), ou ao “Short” (45 segundos) ou aos “Reels” (15 segundos). Curtos e com um conteúdo vazio, e… milhões de pessoas entrando neles.

Guadium Press

A calma vai se tornando rara

Não há espaço para as pessoas verem algo com calma, em casa ou no escritório, tudo tem que ser rápido, pois… já vem outra coisa, soa outra notificação, entra outra foto ou mini vídeo.

A indústria tecnológica nos prometeu, comunicação instantânea, ampla informação, simplificar trabalhos, se divertir, viver mais e melhor, um futuro todo especial e novo para a humanidade. Ocorreu o contrário. Relacionados como nunca na história dos homens, somos manipulados por um “cardápio” prático, atraente, avassalador, que nos estimula a estar hiperconectados, vivendo um presente fictício. Corremos o risco de perder – se é que muitos já não perderam – o olhar nos olhos um do outro, trocar palavras, receber o carinho da mãe, o abraço entre cônjuges ou de um amigo.

Diminuiu a proximidade, o calor do relacionamento, estamos nos desumanizando, tornando-nos mais homogêneos, nos robotizando, o artificial está dominando – passo a passo – nos transformando em “zumbis”.

Guadium Press

Algumas atitudes a tomar que nos ajudarão: 1) Dominar a tecnologia e não deixar-se escravizar por ela. 2) Saber priorizar os momentos que dedicamos a ela (fora dos horários de trabalho ou estudo obrigatório). 3) Recuperar o convívio com quem nos rodeia pessoalmente, e não “virtualmente”, conversando cara a cara. 4) Monitorar o uso em crianças e adolescentes.

Um hino da liturgia das horas diz: “Saí pela manhã entre os homens e encontrei tantos ricos que eram pobres; tantos homens maltratados sem ilusões ”. Parafraseando poderíamos dizer: “Encontrei tantos homens e mulheres, olhando para uma tela, ansiosos e maltratados, sem relações humanas”.

Queira Deus, como dizia São João Paulo II face à crescente dificuldade de comunicação, no ano de 2002, dado que: “não se consegue estar juntos, e os raros momentos para isso acabam infelizmente absorvidos pelas imagens duma televisão”, se “introduzam na vida cotidiana outras imagens muito diferentes, as do mistério que salva: a imagem do Redentor, a de sua Mãe Santíssima”, através da recitação do rosário em família. Estando com Jesus no centro, se compartilham “as alegrias e as dores, se colocam em suas mãos as necessidades e projetos, se obtém a esperança e a força para o caminho” (Rosarium Virginis Mariae, 41).

(Publicado originalmente em La Prensa Gráfica de El Salvador, 11-7-2021)

Por Padre Fernando Gioia, EP

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

www.reflexionando.org

https://gaudiumpress.org/

Papa Francisco não tem alta prevista

Papa Francisco cumprimenta pessoal médico do hospital Gemelli.
Foto: Vatican Media

Vaticano, 13 jul. 21 / 10:15 am (ACI).-

O papa Francisco não tem previsão de alta do Hospital Policlínico Gemelli onde está internado desde o domingo 4 de julho por causa de uma cirurgia intestinal. "O Santo Padre continua o seu tratamento e reabilitação planejados, o que lhe permitirá regressar ao Vaticano o mais depressa possível", é o que diz o comunicado assinado por Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, hoje 13 de julho.

O papa foi submetido a uma operação intestinal. Depois da cirurgia, no dia 4 de julho, Bruni anunciou que o papa passaria cerca de sete dias hospitalizado, "a não ser que haja complicações".

Fonte: ACI Digital

O BARULHO DO SUICÍDIO

Crédito: CVV

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (MG)

Vivemos numa sociedade onde diariamente nos chegam notícias de suicídios de adolescentes, jovens, adultos, idosos, religiosos e sem religião. Ficamos espantados. Muitas vezes até se chegar ao suicídio se percorre um caminho silencioso, mas depois de sua concretização se faz muito barulho.

O recente auto extermínio de um sacerdote suscitou uma  série de reflexões.  Muitas pessoas  escreveram textos apontando causas e quase todas as reflexões   procuravam, ou indicavam  um culpado pelo suicídio. A transferência de culpa é um problema muito antigo na história da humanidade, pois  remonta a fraqueza humana no Jardim do Éden. Enquanto se busca um culpado nunca se olha para si mesmo, nem para dor da vítima e de quem sofre com a perda. Na maioria dos casos de suicídio de sacerdotes a culpa tem recaído sobre, a entidade, o modo de vida, o presbitério, o bispo e sobre a formação. É verdade que nestes casos, ninguém pode lavar as mãos. O que me parece  estranho é que a acusação tem caminhado como se ninguém não se importasse com os  padres, fosse insensível, não sofresse com a dor dos irmãos. Creio que nenhum bispo, gostaria de ficar alheio a dor de  um filho  sacerdote, ou de outra pessoa. É verdade que o bispo não resolve todos os problemas da sociedade, da Igreja e de seu presbitério. Nem mesmo Jesus resolveu todos os problemas do mundo.

 O suicídio é uma decisão pessoal, interna e sofrida, muitas vezes sem a coragem de pedir socorro. Ele é diferente do assassinato, onde  a decisão de eliminar a vida vem de outra pessoa. O bispo não seria feliz se não se preocupasse com os seus padres e com as outras ovelhas. Toda dor clama por cuidado, mas quando não a percebe, muitas vezes não se pode fazer nada. Todo ser humano é sempre um ser dolorido. Não existe vida sem dor. Até o nascimento é um ato doloroso. O ser humano nasce, vive e morre no meio da dor. É preciso viver as conquistas trazidas pela dor. A alegria da Cruz deve ser um caminho místico. Mãos  estendidas podem portar o bálsamo do alívio. As mãos do bispo são mãos de pai para  afagar, abençoar, socorrer, curar  e corrigir  seus filhos.  Bispos sofrem quando não se  consegue fazer mais nada.

É preciso que, como o cego no caminho de Jesus, aprendamos  a pedir socorro. Ao ouvir um grito de dor, alguém vai ter compaixão e oferecerá ajuda. Além do incentivo para abrir o coração, é necessário que o presbitério, além do bispo, esteja disposto a ouvir e a perceber os sinais da dor expressos no olhar e no semblante do irmão.

O fenômeno do suicídio tem sido crescente entre adolescentes, jovens e idosos. Os primeiros estão na construção da sua identidade. Os  idosos estão no exame de consciência do que fizeram com a vida que Deus lhes deu. Muitas vezes percebe-se que a vida está vazia e vem o espanto e a angústia. A vivência nestes dois estágios pensantes da vida quase sempre se dá no silêncio, pois se trata de um processo interno e é justamente aí que muita gente se vai,  sem avisar, deixando muitas dores e perguntas abertas. Muitos dos sacerdotes que se foram estavam na adolescência, ou início da juventude do ministério. Esse quase sempre é um estágio de insegurança. O que sou? O que estou sendo? que virá ser a minha vida futura? São perguntas que desafiam o romper do amanhã para firmar a identidade.

As perguntas abrem caminhos. Certa vez encontrei um padre angustiado porque dizia que não estava conseguindo ser resposta para o mundo. Eu lhe respondi que mais importante do que ser resposta é ser uma pergunta. As  respostas são sempre  insuficientes, mas as perguntas abrem caminhos. Fazer perguntas é necessário, mas é preciso ter habilidade para perguntar sem arranhar o interior. Somente rezando a vida de quem está diante de nós conseguiremos  questionar não o seu corpo, mas a sua alma. Muitas perguntas não chegam a alma, pois apenas ferem o corpo aumentando a dor. É preciso prestar mais atenção às perguntas. Muitas vezes o silêncio é uma pergunta. É preciso ouvir o silêncio e para ouvi-lo é preciso silenciar. No encontro dos silêncios obscuros nascem luzes. Deus cuide dos corações que sofrem, iluminando-os  e os curando.

Fonte: CNBB

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Sta. Teresa de Jesus dos Andes | ArquiSP
13 de julho

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Joana Fernandez Solar nasceu no dia 13 de julho de 1900, no berço de uma família profundamente cristã, na cidade de Santiago do Chile, capital do país. Seus pais chamavam-se Miguel e Lúcia.

A partir dos seis anos de idade, assistia com a mãe, quase diariamente, à santa missa e ansiava poder receber a primeira comunhão, o que aconteceu em setembro de 1910. Desde então, procurava comungar diariamente e passar longos momentos mantendo um diálogo íntimo com Jesus. Teve a infância marcada por uma intensa vida mariana, que foi um dos sólidos alicerces da sua vida cristã.

Joana estudou durante onze anos no Colégio do Sagrado Coração, até 1918. Foi muito dedicada à família e julgava-se incapaz de viver separada dos seus. No entanto, assumiu com resignação o distanciamento nos últimos três anos dos estudos em regime de internato.

Sua vocação religiosa confirmou-se aos quatorze anos. Na época, ela se correspondia com a superiora das carmelitas dos Andes, e lia muito sobre a trajetória da vida dos santos. Assim, Joana foi se preparando de tal modo que, desde os dezessete anos, já externava o ideal de ser carmelita, e com ardor defendia a sua vivência contemplativa, que todos julgavam "inútil".

A separação definitiva da família e do mundo deu-se em maio de 1919, aos dezenove anos de idade. Entrou para as carmelitas dos Andes e tomou o nome de Teresa de Jesus. Lá viveu apenas onze meses, pois contraiu a febre tifóide e logo morreu, no dia 12 de abril de 1920, na sua cidade natal.

Teresa de Jesus tinha tamanha liberdade para expressar-se com o Senhor que costumava dizer: "Cristo, esse louco de amor, me fez louca também". A sua aspiração e constante empenho centraram-se em se assemelhar a ele, em comungar com Cristo. Foi beatificada pelo papa João Paulo II quando este visitou o Chile em 1987. Depois, foi canonizada pelo mesmo sumo pontífice em 1993, em Roma. Na ocasião, ele a chamou de santa Teresa de Jesus "dos Andes", e declarou que era a primeira chilena e a primeira carmelita latino-americana a ser elevada à honra dos altares da Igreja, para ser festejada no dia 13 de julho.

O santuário de Santa Teresa dos Andes, como ficou popularmente conhecida, tornou-se um centro espiritual no Chile, visitado por milhares de peregrinos anualmente. Sua fama de intercessora pelas graças e milagres concedidos correu logo, principalmente entre os jovens católicos. Santa Teresa dos Andes continua, assim, cumprindo a missão reconhecida como sua: despertar fome e sede de Deus nos jovens deste nosso mundo moderno tão materializado.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Santo Henrique II: o único imperador declarado santo pela Igreja

Creative Commons
13 de julho
Santo Henrique e Santa Cunegundes

Poucos reis tiveram em vida a ótima fama e o amor dos súditos de que Santo Henrique pôde desfrutar.

O alemão Santo Henrique II comandou o Sacro Império Romano Germânico de 1014 até 1024 e é o único imperador em toda a história a ter sido declarado santo pela Igreja. Há outros reis canonizados; imperador, mais nenhum.

Neto de Carlos Magno e último imperador da linhagem de Oto I e da dinastia saxônica, Santo Henrique II nasceu em 6 de maio de 973, filho de Henrique I, duque da Baviera, e Gisela, filha do duque Conrado de Borgonha.

A mãe confiou a formação do pequeno ao bispo de Ratisbona, São Wolfgang, que educou com solidez a sua inteligência e a sua vontade. A propósito: o próprio São Wolfgang é considerado um dos três grandes santos da Alemanha do século X, sendo os outros Santo Ulrico e São Conrado.

Após a morte do pai, em 995, Henrique herdou o ducado. Quando seu primo, o imperador Oto III, morreu sem deixar herdeiros, os príncipes eleitores julgaram que ninguém tinha melhor preparo para reinar na Alemanha do que ele. E Henrique II foi assim eleito soberano em 1002.

Doze anos mais tarde, o rei Henrique II foi coroado imperador do Sacro Império Romano Germânico junto com a esposa, Santa Cunegundes, na Basílica de São Pedro, em Roma.

Santo Henrique e Santa Cunegundes
Creative Commons

Ele é reconhecido como o maior Apóstolo da Paz do início do século XI e um dos mais destacados promotores da civilização cristã ocidental, em parceria com o Papado e com os monges da histórica abadia de Cluny. Erguia igrejas, construía conventos e apoiava os missionários. Pela dedicação à fé cristã e ao amor por Cristo, foi chamado “O Piedoso”.

Santo Henrique II não era o único cristão fervoroso da família: seu irmão Bruno foi bispo; sua irmã Brígida foi religiosa; outra irmã, Gisela, foi esposa de Santo Estêvão, rei da Hungria. Aliás, para conceder sua irmã Gisela como esposa ao rei Estêvão, Henrique impôs a condição de que o rei húngaro propagasse o catolicismo por todo o seu território.

Henrique morreu em 13 de julho de 1024, aos 51 anos, e foi canonizado em 1146 pelo Papa Eugênio III. Poucos reis tiveram em vida a ótima fama e o amor dos súditos de que Santo Henrique pôde desfrutar. Menos reis ainda foram canonizados – e mais nenhum que tivesse sido imperador.

Fonte: Aleteia Brasil

segunda-feira, 12 de julho de 2021

O milagre para a canonização de Foucauld confirma o seu carisma

EAST NEWS
Por Vanderlei de Lima

Charles de Foucauld primou por dois grandes pontos: ser um irmão universal e sempre valorizar a possibilidade de estar em terras de missão.

A rápida recuperação, sem sequelas, do jovem Charle, que, de uma altura de 16 metros, caiu sobre um banco de madeira e teve o corpo atravessado por um pedaço desse banco é o milagre de Deus que confirma, com a assinatura divina, a santidade de Charles de Foucauld, como vimos no artigo anterior.

Pois bem, o milagre para a canonização de Foucauld confirma o seu carisma, pois se deu em favor de um não cristão que se julga “sem fé”. Por que destacar isso? – Porque Charles de Foucauld primou por dois grandes pontos: ser um irmão universal e sempre valorizar a possibilidade de estar em terras de missão, especialmente entre os muçulmanos. Sim, é ele mesmo quem, em Bênni Abbês, escreve sobre como se sente enquanto irmão universal: “Eu quero acostumar todos os habitantes, cristãos, muçulmanos, judeus e idólatras, a me perceberem como seu irmão, como um irmão universal. Eles começaram a chamar a casa [de Charles de Foucauld – nota nossa] ‘a fraternidade’ (khauja, em árabe) e isto me deixa muito contente” (Jean-François Six. Charles de Foucauld: o irmãozinho de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2008, p. 66). 

O interessante é que o amor de Foucauld não é excludente, pois ama os soldados franceses que dominam a região e também os nativos locais dominados. Se excluísse um dos dois grupos, seu amor universal se tornaria mera hipocrisia ou luta de classes marxista. E isso é o que, anos mais tarde, a Irmãzinha Madalena de Jesus, uma de suas grandes seguidoras e fundadora das Irmãzinhas de Jesus, afirmará em vários de seus escritos: “Gostaria de amar a todos os seres humanos do mundo inteiro. Gostaria de colocar uma centelha de amor em cada recanto do mundo” (Irmãzinha Annie de Jesus. Irmãzinha Madalena de Jesus: a experiência de Belém até os confins do mundo. São Paulo: Cidade Nova, 2012, p. 51). Daí sai uma consequência prática para as irmãzinhas e para cada um de nós: “Há um obstáculo a evitar: o de dar todo o nosso amor aos pequenos, aos pobres, aos oprimidos, e ter pelos grandes e pelos ricos um olhar duro e indiferente. No Marrocos, se o amor de vocês se destina aos marroquinos, sem saber que, ao seu lado, alguns franceses sofrem, seu amor será parcial e incompleto […]. É difícil ter o coração aberto a todos os seres humanos. Vocês não têm mais o direito de excluir sequer uma só pessoa, senão o amor de vocês destrói-se em sua base de universalidade e o mal penetra em seus corações. Ele destruirá tudo” (ibidem, p. 97; cf. p. 141).

A respeito dos muçulmanos, nosso eremita – confirmando, uma vez mais, o seu desejo de fraternidade universal, sem renunciar à fé católica –, afirma: “Vou para o sul da província de Oran, até a fronteira do Marrocos, para uma das guarnições francesas sem sacerdote, viver lá como monge, em silêncio e retraído do mundo exterior, sem título de pároco ou capelão; como monge, em oração, e administrando os sacramentos. O objetivo é duplo: primeiro, impedir que os nossos soldados morram sem os sacramentos, nesses lugares onde a febre mata muitos e onde não há sacerdote perto. Segundo, sobretudo fazer o máximo possível de bem à população muçulmana tão numerosa e tão abandonada, levando até ela Jesus na Eucaristia, assim como Maria foi uma bênção para João Batista, levando Jesus até ele” (Charles de Foucauld: o irmãozinho de Jesus, p. 62-63). A Irmãzinha Madalena de Jesus, cinco anos após a morte de Foucauld, também desejava partir para a terra do Islã (cf. Irmãzinha Madalena de Jesus: a experiência de Belém…, p. 19). Seu desejo se realizou em 1939, quando, com outra irmãzinha, conseguiu chegar ao Saara “com uma roupa parecida com a das mulheres árabes, sobre a qual colocaram o coração e a cruz de padre de Foucauld, querendo mostrar assim que iam simplesmente para amar” (idem, p. 29). Para ela a caridade está acima de todas as regras (cf. ibidem, p. 37).

Eis a verdadeira fraternidade universal (que é católica, de kat’holon, pois abraça todo o universo) confirmada no milagre de Deus, por intercessão de Charles de Foucauld, em favor de Charle, o jovem gravemente acidentado, mas que se recuperou rapidamente e sem sequela alguma.

Fonte: Aleteia

Adaptar ou desviar?

Guadium Press
Vivemos em um mundo pervadido de mudanças e inovações que são tanto mais bem aceitas quanto mais cômodas a nós. A liturgia deste XV Domingo do Tempo Comum, entretanto, nos adverte: há coisas que não podem mudar.

Redação (9:22 Gaudium Press)“Jesus chamou os doze e começou a enviá-los” (Mc 6, 7). Tendo recebido tal encargo, os Apóstolos deveriam desempenhar de forma exemplar a missão própria da Igreja docente, a qual consiste em ensinar, santificar e governar (cf. CCE 872). Mas, como e o quê ensinar? De que forma auxiliariam na santificação das almas? E como governariam, depois de fundadas, as comunidades? Sem dúvida, aqueles que, “de antemão colocaram sua esperança em Cristo, nele ouviram a Palavra da verdade, o Evangelho que nos salva”, (cf. Ef 1, 12-13), desenvolveriam seu apostolado e pregação segundo esta verdade. Assim, somente pela proclamação da verdade é que os Apóstolos estariam realmente propagando o reino de Deus; sem ela, espalhariam o erro, conduziriam os homens ao vício e ao pecado, e, ainda que não o percebessem, governariam em benefício do demônio e de seus planos de perdição.

E que lições podemos tirar, para nossos dias, da liturgia deste XV Domingo do Tempo Comum?

A verdade, imutável

Ora, a Igreja Católica deve santificar, ensinar e governar, através da verdade, o povo de Deus disperso por um mundo que não está em posse da verdade. Assim, se a Igreja deseja salvar as almas, instruindo-as nas verdades da Religião, não deve adaptar-se aos erros do mundo, mas sim esforçar-se por reconduzi-lo à verdade uma vez que qualquer adaptação ao espírito do mundo facilmente resulta em desvios.

Um exemplo disso temos na primeira leitura: o que aconteceria se Amós se adaptasse à vontade da Amasias – sacerdote já entregue aos princípios errôneos que regiam a sociedade de então – e deixasse de profetizar para não entrar em conflito com o rei e a corte? (II Leitura) Não seria isso uma rejeição à missão que Deus lhe confiara? Bem sabia Amós que mais vale seguir a verdade do chamado Divino do que os conselhos cômodos deste mundo.

E, no Evangelho, o Divino Mestre – prevendo a rejeição de que seriam vítimas seus apóstolos – não lhes disse que: Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, tentai adaptar um pouco vossas palavras para assim obterdes a aceitação. Mas sim: “Sacudi a poeira dos pés como testemunho contra eles” (Mc 6, 11).

Uma dupla lição

Assim, a liturgia nos apresenta duas lições, uma para os ouvintes, outra para os pregadores. A estes, adverte que não lhes é permitido modificar e adaptar a Palavra de Deus ao espírito do mundo com vistas a evitar o choque com este. Àqueles, exorta a serem dóceis às palavras da verdade e nunca lhe fazerem ouvidos moucos.

Porém, a ambos manifesta a bondade de Deus, que não é de forma alguma antagônica às duras verdades da Religião que, por vezes, contradizem nossas comodidades. Por isso, ela propõe que hoje cantemos: “Mostrai-nos ó senhor vossa bondade e a vossa salvação nos concedei”.

Por Afonso Costa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF