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quinta-feira, 15 de julho de 2021

S. BOAVENTURA DE BAGNOREGIO, CARDEAL, BISPO DE ALBANO E DOUTOR DA IGREJA, FRANCISCANO

S. Bonaventura, Vittore Crivelli | Vatican News
15 de julho
São Boaventura, bispo e doutor da Igreja

“O ódio à falsidade é inerente à alma; mas todo ódio surge do amor; portanto, o amor à verdade e, principalmente, à verdade pela qual a alma foi feita, está muito mais arraigado na alma”.
Natural de Bagnoregio, "cidade onde também morreu", nas proximidades de Viterbo, João Fidanza era filho de um médico. Percebeu logo que não queria seguir a profissão do pai. Segundo uma lenda, que também explicaria a adoção do seu nome religioso, o encontro com São Francisco de Assis teria sido decisivo em sua vida. De fato, quando era criança, o Santo o curou de uma doença grave: fazendo o sinal da cruz em sua testa, exclamou: “Oh! boa ventura!" Aos 18 anos, foi estudar em Paris, onde entrou para a Ordem dos Frades Menores. Ao concluir seus estudos, em 1253, tornou-se magister. Assim, conseguiu a licença para ensinar teologia.

Hostilidade com as Ordens mendicantes

Na época, explodiu uma luta interna terrível entre os professores seculares e os pertencentes às Ordens mendicantes, que, por certo tempo, não eram reconhecidas pelas universidades. A rivalidade surgiu no início da Idade Média, quando, no século XII, a Igreja havia condenado os movimentos religiosos do pauperismo como hereges, até que o Papa Inocêncio III os incluiu no corpo eclesial, sob a dependência direta do Papado. Porém, em 1254, a tensão voltou à gala, com a publicação de uma obra, que profetizava o advento de uma nova Igreja, fundada única e exclusivamente na pobreza, que deveria se concretizar em 1260.

Cardeal franciscano

No entanto, em 1257, Frei Boaventura tornou-se Ministro Geral dos Frades Menores, cargo que o obrigou a deixar o ensino e fazer viagens por toda a Europa. Em 1260, escreveu uma nova biografia de São Francisco, intitulada a Legenda Maior, que substituía todas as biografias existentes e tinha como objetivo fortalecer a unidade da Ordem, - que já contava 30 mil frades, - ameaçada tanto pela corrente espiritual quanto pelas tendências mundanas. Giotto inspirou-se nesta obra para pintar a série de Histórias de São Francisco. Em 1271, ao voltar para Viterbo, ofereceu sua contribuição para a resolução do famoso Conclave, o mais longo da história, que elegeu seu amigo, Gregório X. Este Papa, dois anos depois, o consagrou Bispo de Albano e Cardeal, confiando-lhe a tarefa de organizar, em Lyon, um Concílio para a unidade entre a Igreja latina e a grega. Precisamente durante este Concílio, após fazer duas intervenções, Boaventura faleceu em 1274.

A Filosofia a serviço da Teologia

Em 1588, o Papa Sisto V o incluiu entre os Doutores da Igreja – que, na época, eram seis – junto com São Tomás de Aquino: Boaventura com o título de Doutor seráfico e Tomás com o de Doutor angélico. Sua contribuição para a doutrina teológica foi muito importante: partindo, antes de tudo, do pensamento de Santo Agostinho, expressou a necessidade de submeter a filosofia à teologia, uma vez que o objetivo desta última é Deus. Assim, a filosofia poderia apenas ajudar na busca humana de Deus, levando o homem de volta à sua dimensão interior - a alma – para reconduzir a Deus. São Boaventura afirmava ainda que Cristo é o caminho de todas as ciências e que, somente a Verdade revelada, podia potenciá-las e uni-las em vista da meta perfeita e única, que é sempre o conhecimento de Deus. Por isso, o Santo, que defendia a tradição patrística e combatia o aristotelismo, chegou à conclusão de que o único conhecimento possível só era possível através da contemplação.

A expressão da SS. Trindade no mundo

Ainda de origem agostiniana, também a elaboração da teologia trinitária de São Boaventura foi muito importante. Na prática, ele afirmava que o mundo era uma espécie de livro, no qual emerge a Trindade, da qual fora criado. Logo, Deus, Uno e Trino, está presente como "vestígio" ou marca em todos os seres animados e inanimados: como "imagem", nas criaturas dotadas de inteligência, como o homem; como "semelhança", nas criaturas justas e santas, tocadas pela Graça e animadas pelas virtudes da fé, esperança e caridade, que as tornam filhas de Deus.

Fonte: Vatican News

quarta-feira, 14 de julho de 2021

A família é o motor da sociedade

L'Osservatore Romano

«As famílias desempenham uma tarefa determinante para a sociedade. Podemos dizer que literalmente a mantêm viva. Por isso, há três anos decidimos fundar um Observatório internacional, seguindo a inspiração do Papa Francisco que nos exortou a alargar e integrar o nosso olhar sobre as famílias».

O arcebispo Vincenzo Paglia, grão-chanceler do Pontifício Instituto João Paulo ii, desde dezembro de 2018 é também presidente do “Family International Monitor”, criado pelo Instituto Jp2 juntamente com a Universidade católica de Múrcia (Espanha) e o Centro internacional de estudos sobre a família, de Milão (Itália), que a 5 de julho apresentou o seu primeiro relatório — intitulado «Família e pobreza relacional» — durante uma reunião na qual, com o arcebispo Paglia, o chefe da investigação Francesco Belletti, o vice-presidente Pierangelo Sequeri, participaram o presidente do Istat, Gian Carlo Blangiardo; Matteo Rizzolli, professor de economia política no Jp2; e Moira Monacelli, da “Caritas Internationalis”. «As famílias — em todas as suas diferentes articulações — são a espinha dorsal de cada sociedade, e do seu estado de saúde é possível deduzir o grau de bem-estar e prosperidade económica, social e existencial nela presente».

Qual é a tarefa do Family International Monitor?

O objetivo era dotar-nos de um instrumento de investigação científica permanente sobre a realidade concreta que as famílias vivem nas várias partes do mundo. Como todos nós sabemos, a política nem sempre está atenta ao extraordinário recurso que a família representa para a sociedade. Com este Observatório — através dos instrumentos da pesquisa social — gostaríamos de salientar alguns dos seus aspetos, para que possam ser objeto de uma consideração mais atenta.

Os dados para a investigação, provenientes de 12 países, indicam que algumas formas de família são estruturalmente mais frágeis, tais como as famílias monoparentais. O casal é, portanto, o principal recurso de qualidade da família.

Da investigação emerge o papel crucial da família, que na riqueza da constelação das suas relações e afetos, deve ser reconhecida como motor da história. Se as coisas correrem bem entre o homem e a mulher, também as nossas sociedades funcionarão. E, obviamente, também o contrário é verdade.

A Covid-19 chegou inclusive para reescrever as relações na sociedade.

A experiência da pandemia, repentina e dramaticamente abalou a nossa vida pessoal, assim como a das nossas sociedades, economias e políticas. Observar as famílias, as suas histórias, vulnerabilidades e oportunidades ajuda-nos a conhecer a qualidade da civilização de um povo, a estabilidade e a força de um país, e ao mesmo tempo oferece-nos uma certa luz para construir um futuro mais humano para todos.

O inquérito do Observatório sobre a família começou com a pobreza relacional, e no próximo ano concentrar-se-á na pobreza económica.

A decisão de iniciar o nosso inquérito com um profundo exame da dimensão relacional não foi casual; pelo contrário, reflete o pressuposto antropológico de que o primeiro recurso indispensável do ser humano, sem o qual cada pessoa corre o risco de se perder a si própria e a sua identidade, é constituído pelas relações que encontram a sua primeira expressão concreta na família. Queríamos perguntar-nos em que medida a carência ou a prosperidade da dimensão relacional influencia a experiência e as histórias das famílias individuais e o próprio “funcionamento” das sociedades de que fazem parte, e em que medida o desenvolvimento e o crescimento económico também dependem dela. Estou convencido que procurar responder a estas questões de modo rigorosamente científico, ativando uma sinergia virtuosa entre universidades e centros de investigação em todo o mundo, dá-nos a possibilidade de ouvir e ler a realidade tal como ela é, procurando interpretá-la e esperando orientá-la com sabedoria e consciência.

Arnaldo Casali

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS" (Parte 1/10)

Papa Pio XII | Derradeiras Graças

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS"

DE SUA SANTIDADE

O PAPA PIO XII

 

SOBRE  OPINIÕES FALSAS QUE
 AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

 

A nossos veneráveis irmãos
os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos
 e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica.


INTRODUÇÃO

 

1. As dissensões e erros do gênero humano em questões religiosas e morais têm sido sempre fonte e causa de intensa dor para todas as pessoas de boa vontade e, principalmente, para os filhos fiéis e sinceros da Igreja; mas, de maneira especial, o continuam sendo hoje em dia, quando vemos combatidos até os próprios princípios da cultura cristã.

 

2. Não é de admirar que haja constantemente discórdias e erros fora do redil de Cristo. Pois, embora possa realmente a razão humana com suas forças e sua luz natural chegar de forma absoluta ao conhecimento verdadeiro e certo de Deus, único e pessoal, que sustém e governa o mundo com sua providência, bem como ao conhecimento da lei natural, impressa pelo Criador em nossas almas, entretanto, não são poucos os obstáculos que impedem a razão de fazer uso eficaz e frutuoso dessa sua capacidade natural. De fato, as verdades que se referem a Deus e às relações entre os homens e Deus transcendem por completo a ordem dos seres sensíveis e, quando entram na prática da vida e a enformam, exigem o sacrifício e a abnegação própria. Ora, o entendimento humano encontra dificuldades na aquisição de tais verdades, já pela ação dos sentidos e da imaginação, já pelas más inclinações, nascidas do pecado original. Isso faz com que os homens, em semelhantes questões, facilmente se persuadam de ser falso e duvidoso o que não querem que seja verdadeiro.

 

3. Por isso deve-se defender que a revelação divina é moralmente necessária para que, mesmo no estado atual do gênero humano, todos possam conhecer com facilidade, com firme certeza e sem nenhum erro, as verdades religiosas e morais que não são por si inacessíveis à razão.(1)

 

4. Ademais, por vezes, pode a mente humana encontrar dificuldade mesmo para formar juízo certo sobre a credibilidade da fé católica, não obstante os múltiplos e admiráveis indícios externos ordenados por Deus para se poder provar certamente, por meio deles, a origem divina da religião cristã, exclusivamente com a luz da razão. Isso ocorre porque o homem, levado por preconceitos, ou instigado pelas paixões e pela má vontade, não só pode negar a evidência desses sinais externos, mas também resistir às inspirações sobrenaturais que Deus infunde em nossas almas.


PIO PP. XII


Notas

1. Conc. Vat. I, Const. Dei Filius de Fide Cath., c. 2, "De revelatione".


Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/

Quem substitui o Papa quando ele se ausenta ou não é mais capaz de liderar a Igreja?

Antoine Mekary / ALETEIA

Sobre esta questão, existe uma espécie de vazio jurídico no Direito Canônico.

Visto que o Vaticano é uma monarquia governada por um soberano eleito vitaliciamente, a questão da saúde do soberano é particularmente sensível. O Papa Francisco está se recuperando serenamente de uma operação no intestino e deve retomar completamente seu trabalho em breve. 

Embora a vida do atual Pontífice não esteja em perigo, esse episódio traz à tona uma questão recorrente nos últimos anos e ainda sem solução: quem substitui o Papa e governa a Santa Sé quando o Pontífice se ausenta ou não pode mais governar?

Quando um Papa morre, as coisas ficam muito claras do ponto de vista canônico: o poder é confiado, durante o período de vacância, ao camerlengo. Essa pessoa, um cardeal escolhido de antemão pelo pontífice, então assume o comando dos assuntos em andamento até a eleição do novo papa. Hoje, se o Papa Francisco morresse, seria o cardeal americano Kevin Farrell, o atual camerlengo, que seguraria as rédeas do menor estado do mundo por alguns dias.

Mas o direito canônico não prevê tudo. Existe uma área cinzenta a partir do momento em que o Papa dá entrada no hospital. Neste caso, o Pontífice teve plena consciência e nada mudou na questão do governo. “O Papa continua sendo Papa mesmo no hospital”, disse à agência I.MEDIA um canonista que trabalhou o assunto no mais alto nível e prefere permanecer anônimo.

O impossível “impedimento” de um Papa

Mas o que aconteceria se um Pontífice acabasse em coma, por exemplo, ou sofresse de uma incapacidade mental crônica para governar? E se o Papa se tornasse física ou mentalmente incapaz de governar, mas também incapaz de renunciar? O Papa “é o único que pode renunciar livremente ao seu poder”, diz o canonista.

Como o site America nos lembra, a lei canônica tem disposições para quando os bispos são “impedidos”, o que permite que eles sejam removidos da responsabilidade por sua diocese em caso de “cativeiro, banimento, exílio ou incapacidade”. 

O bispo auxiliar ou vigário geral assume, então, a diocese até que a nomeação do sucessor aconteça. Aplicando esse cânone ao caso do Papa, considerando que ele é bispo de Roma, isso significaria que seu vigário para a diocese, o cardeal Angelo De Donatis, teria que assumir. 

No entanto, o bispo de Roma não é um bispo como outro qualquer, como indica o cânon 335. Ele prevê o caso em que a Santa Sé fica “vaga ou totalmente impedida”. No entanto, em tal situação, “nada se pode alterar no governo da Igreja” durante tal período.

A incapacidade de um Papa de comandar a Igreja

A questão da incapacidade de um Papa de governar é, de fato, uma verdadeira “lacuna” no direito canônico, reconhece o canonista. “Teoricamente, não temos os critérios para impedir um Papa que é incapaz de governar”. Como resultado, se a situação surgisse, os juristas teriam que “interpretar” os poucos elementos existentes para encontrar uma solução. 

Este enigma tem sido uma preocupação para muitos dos predecessores do Papa Francisco, especialmente os Papas que vieram após a Segunda Guerra Mundial. O principal motivo foi o aumento significativo em sua expectativa de vida devido aos avanços médicos durante aqueles anos. No entanto, a incapacidade médica não foi a única possibilidade considerada por um Pontífice.

Pio XII: “Eles levarão o Cardeal Pacelli, não o Papa”

Sem dúvida, lembrando-se dos dramáticos sequestros dos papas Pio VI e Pio VII durante a Revolução Francesa, Pio XII considerou a questão da incapacidade de governar. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Pontífice levou muito a sério o risco que correria diante da ameaça nazista. 

De acordo com seu secretário de Estado, cardeal Domenico Tardini, o Papa havia posto em prática contramedidas precisas no caso de o Terceiro Reich vir a alvejá-lo diretamente. Em particular, ele supostamente preparou uma carta na qual declarava sua renúncia, dando instruções para os cardeais elegerem seu sucessor. “Se eles me sequestrarem”, teria declarado o papa, “eles levarão o Cardeal Pacelli, não o Papa”.

As precauções de Pio XII estavam longe de ser supérfluas. De fato, quando Mussolini, sob pressão dos Aliados, foi derrubado pela população italiana em 1943, os alemães tramaram por algum tempo um plano de represália para sequestrar e assassinar o chefe da Igreja Católica.

A carta de Paulo VI

O historiador Roberto Rusconi relata que o sucessor de Pio XII, João XXIII também considerou a questão da incapacidade de governar. O “bom Papa” se perguntou durante seu pontificado sobre a possibilidade de renunciar por causa de seu precário estado de saúde, agravado pela pesada tarefa do Concílio Vaticano II. 

O próximo Papa, Paulo VI, havia descartado publicamente a possibilidade de uma renúncia. No entanto, em 1965 escreveu várias cartas ao reitor do Colégio dos Cardeais nas quais levantava a possibilidade de que, se entrasse em coma ou sofresse de demência, seria impedido de renunciar e substituído, após um novo conclave, por outro Papa. 

Essas cartas não têm valor jurídico, embora façam parte do “magistério informal” do ex-Pontífice, explica o canonista entrevistado pela I.MEDIA. A correspondência foi desenterrada muito depois de sua morte, mas não há razão para acreditar que teria gerado uma vaga se o Papa italiano tivesse sido incapacitado.

Projeto canônico de Bento XVI

O Papa que mais trabalhou nessa possibilidade foi Bento XVI. Em 2005, o Pontífice alemão foi profundamente afetado pela longa agonia de João Paulo II durante os últimos anos de seu pontificado. Perto do poder, ele testemunhou este período de instabilidade, especialmente do ponto de vista do governo da Igreja, o que o levou a pensar em soluções.

Ele teria pedido ao cardeal Julian Herranz, então presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, que redigisse um cânone para preencher a lacuna jurídica. O texto previa que o Colégio de Cardeais pudesse decidir sobre o estado de impedimento. Segundo este projeto, depois de realizar uma investigação e consultar médicos especialistas, entre outros, os cardeais teriam o direito de encerrar solenemente o pontificado e abrir o tradicional período de vacância do poder para um conclave. No entanto, o cânon nunca obteve a promulgação.

Bento XVI, de fato, não precisou dele disso, pois encontrou outra solução para o problema que estava considerando.

Renúncia preventiva

Por temer que não pudesse governar devido à sua saúde frágil, o 265.º Papa finalmente decidiu, para espanto de todos, renunciar preventivamente ao ministério petrino em 2013.

Ainda vivo oito anos depois, o Papa Emérito admitiu recentemente que não esperava viver tanto tempo na época de sua renúncia. Em uma entrevista recente ao seu biógrafo Peter Seewald, ele confirmou que foi realmente a questão de sua saúde – incluindo sua incapacidade de fazer longas viagens – especialmente a Jornada Mundial da Juventude do Brasil em 2013 – que o fez decidir encerrar o cargo petrino.

A “renúncia preventiva” de Bento XVI é uma forma indireta de responder ao dilema jurídico que uma situação de incapacidade representa para um Pontífice.

O “vazio jurídico” continua sem solução, confirma o professor de direito canônico. “Se tal situação ocorresse, estaríamos em águas desconhecidas”, conclui.

Fonte: Aleteia

França aprova ‘passe sanitário’ para locais de “cultura” mas não abrange as igrejas

Guadium Press
Esse passe será exigido em “locais de lazer e cultura” que reúnam mais de 50 pessoas, a partir dos 12 anos.

Redação (13/07/2021 15:16Gaudium Press) A França avança um passo na linha de controle da população, implementando o chamado pass sanitaire, ou passe sanitário, um teste negativo para Covid ou comprovante de vacinação, a partir do próximo 21 de julho.

Le Figaro informa que tal passe será exigido em “locais de lazer e cultura” que reúnam mais de 50 pessoas, a partir dos 12 anos de idade, segundo a declaração do presidente Macron ontem.

Muitos se perguntaram se entre os lugares da ‘cultura’ para cuja entrada seria exigido o ‘passe de saúde’, estariam incluídos os locais de culto: “Locais de culto que se beneficiam da proteção constitucional, não serão afetados pelo passe sanitário”, declarou hoje o gabinete do primeiro-ministro ao Le Figaro.

A Conferência dos Bispos Franceses reage

A conferência dos bispos franceses reagiu ao anúncio do presidente francês por meio de um comunicado, observando que “os cultos e suas práticas não foram mencionados na lista dos lugares que precisarão do passe sanitário”.

Os bispos foram convidados a manter o distanciamento social e assumir “sua própria responsabilidade” em relação à vacina. Esta última declaração foi interpretada como uma posição neutra dos bispos da França em relação à vacinação, certamente sabendo do bom número de “céticos da vacina” que existem entre os católicos de seu país.

Sobre a proteção constitucional à qual o gabinete do primeiro-ministro se refere, Le Figaro lembra que, em novembro do ano passado, a Igreja ganhou uma causa em que se pleiteava, no Conselho de Estado, a abolição de um decreto governamental que limitava o número de fiéis (somente 30) nas missas católicas.

Na ocasião, o Conselho de Estado afirmou que as atividades realizadas nas igrejas não eram “da mesma natureza” das que ocorriam em outros lugares que acolhem público, como cinemas ou teatros, e que “as liberdades fundamentais em jogo [em uma igreja] não são as mesmas”. Em outras palavras, a liberdade de culto dispõe de um estatuto à parte e exige uma proteção mais exigente que as outras liberdades de expressão.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa deixa o hospital. A oração na Basílica de Santa Maria Maior

Papa deixou o Hospital na manhã desta quarta-feira 

Francisco ficou dez dias internados para se submter a uma cirurgia no cólon. Diante do ícone mariano, rezou por todos os doentes, em especial por aqueles que encontrou durante sua internação.

Vatican News

O Papa Francisco recebeu alta do Hospital Agostino Gemelli, assim confirmou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, respondendo a perguntas dos jornalistas.

O Pontífice deixou a Policlínica pouco depois das 10h30 locais e antes de regressar para a Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa foi até à Basílica de Santa Maria Maior. Ali, de acordo com o comunicado da Sala de Imprensa, diante da Virgem "Salus Populi Romani" Francisco agradeceu pelo bom êxito da sua cirurgia e dirigiu a Nossa Senhora uma oração por todos os doentes, especialmente por aqueles que o Papa encontrou durante os dias de sua internação. 

Pouco antes das 12h, voltou para a Casa Santa Marta.

Fonte: Vatican News

7 curiosidades sobre São Camilo de Léllis

 

Êxtase de S. Camilo de Léllis | ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 14 jul. 21 / 06:00 am (ACI).- No marco da festa de São Camilo do Léllis, celebrada hoje, 14 de julho, apresentamos 7 coisas que talvez não conhecia sobre este grande santo padroeiro dos enfermos.

1. Seu nascimento foi considerado um milagre

A mãe de Camilo, quando estava grávida, sonhou que seu filho encabeçava um grupo em que todos levavam uma cruz vermelha no peito. Quando São Camilo nasceu, sua mãe tinha quase 60 anos e este fato foi considerado um milagre.

2. Seu pai foi mercenário

Seu pai era mercenário ao serviço da Espanha ou de Veneza e levou Camilo aos 18 anos para as batalhas.

3. Iniciou seus estudos aos 32 anos

Com 32 anos ingressou no Colégio Romano dos jesuítas, onde progrediu rapidamente nos estudos. Foi ordenado sacerdote em 26 de maio de 1584 na Basílica de São João de Latrão.

4. Conheceu São Felipe Neri

Diz-se que com o acompanhamento de São Felipe Neri, passou a suavizar seu caráter rude. Com os franciscanos capuchinhos, aprendeu a humildade e o amor ao sacrifício e, com os jesuítas, compreendeu a forte exigência da vida espiritual.

5. Rezava o Terço todos os dias

Não só rezava o Terço diariamente, como também incentivavam os outros a fazerem o mesmo. Celebrava a Missa todos os dias (algo que não era costume naquele tempo) e tinha uma grande piedade Eucarística.

6. Foi precursor da Cruz Vermelha

O santo fundou os Servos ou Ministros dos Enfermos e os enviou aos campos de batalha. Assim, 250 anos antes do nascimento da Cruz Vermelha Internacional, a “cruz vermelha” estampada nos hábitos dos filhos de São Camilo já brilhava nos campos de batalha como sinal de fraternidade.

7. Profetizou a sua morte

Profetizou que morreria em Roma na festa de São Boaventura (14 de julho, segundo o antigo calendário litúrgico) e assim aconteceu. Seu corpo foi embalsamado e retiraram o seu coração, o qual ainda hoje se encontra em um relicário.

Fonte: ACI Digital

S. CAMILO DE LÉLIS, SACERDOTE, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS REGULARES MINISTROS DOS ENFERMOS

S. Camilo de Lélis | Vatican News
14 de julho

SÃO CAMILO DE LÉLLIS

Primazia da Caridade

São Camilo de Lellis propõe uma mensagem bastante oportuna, porque nos estimula a viver a primazia da caridade.
Na Encíclica "Deus caritas est", Bento XVI o insere entre os "célebres modelos da caridade social", apresentando-o como exemplo para todos os homens de boa vontade. No decreto de Canonização, Bento XIV o define como “fundador de uma nova escola de caridade”.


A cruz vermelha

Camilo nasceu em Bucchianico, província italiana de Chieti, em 25 de maio de 1550, e faleceu em Roma, em 14 de julho de 1614.
Sua figura é, emblematicamente, ligada a uma cruz vermelha, que o Papa Sisto V o deixou bordar em seu hábito religioso, em 20 de junho de 1586.
Padre Sânzio Cicatelli, primeiro biógrafo do santo, narra, em 1620: “Nosso pai quis que usássemos a Cruz em nosso hábito religioso, como nossa insígnia e missão, por três motivos: primeiro, para se distinguir do hábito da Companhia de Jesus; segundo, para que o mundo saiba que todos nós, marcados por este sinal da Cruz, somos escravos ‘vendidos e dedicados’ ao serviço dos pobres enfermos; terceiro, para mostrar que esta é a religião da cruz, ou seja, da morte, do sofrimento e da lida. Assim, todos os que quiserem seguir o nosso modo de vida devem, de consequência, abraçar a cruz, negar a si mesmos e seguir Jesus Cristo até à morte”.


Ministros dos enfermos

Camilo foi tocado pela graça de Deus em 1575. Durante uma viagem ao convento de San Giovanni Rotondo, encontrou um frade que o deteve e lhe disse: “Deus é tudo! O resto é resto! Devemos salvar a alma, que não morre...”.
Ao chegar ao convento, pediu para se tornar Capuchinho. Mas, por duas vezes, foi demitido por causa de uma chaga, que se abriu em sua perna no período das suas incursões militares. Por isso, foi internado no hospital romano de São Tiago, onde teve uma intuição: unir a disciplina pregressa de soldado com a caridade cristã, fundando os “Ministros dos Enfermos”. Para fazer parte desta Congregação era preciso fazer quatro votos: obediência, pobreza, castidade, serviço aos doentes.


Grande reformador

São Camilo de Lellis é considerado o primeiro grande reformador da profissão de enfermagem e da organização assistencial nos hospitais.
Quem assistia a um paciente, além de cuidar do corpo, - segundo São Camilo, - também deveria cuidar do espírito. Uma coisa completamente diferente do que acontecia nos hospitais da época, onde os doentes eram abandonados a próprio destino.
Como homem, eminentemente prático e simples, certamente não sem cultura e interesses, em seu apostolado educacional Camilo não buscava perfeições teóricas. Eram suficientes poucas diretrizes. Enfim, era excepcionalmente dotado de um profundo discernimento dos corações, de grande bom senso além de uma paterna doçura.

Fonte: Vatican News

terça-feira, 13 de julho de 2021

CONHEÇA OS FRUTOS DA PRESENÇA MISSIONÁRIA DA IGREJA NO BRASIL NO HAITI DESDE 2010

CNBB

Ao longo desta semana o Portal da CNBB vai publicar uma série de reportagens e matérias sobre o projeto missionário intercongregacional Nazaré, desenvolvido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Cáritas Brasileira no Haiti desde setembro de 2010, sete meses após o país ser abalado por um terremoto que atingiu 7 pontos na escala Richter e deixou cerca de 300 mil mortos.

CNBB

No próximo sábado,  dia 17 de julho, às 11h, na capela Nossa Senhora Aparecida (sede da CNBB), uma Celebração Eucarística em Ação de Graças pela Missão no Haiti vai marcar a nova fase da presença da Igreja no Brasil naquele país. A celebração, a ser presidente pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portela Amado, será transmitida pelas redes sociais da CNBB, CRB e demais parceiros.

Presença missionária da Igreja do Brasil no Haiti

Primeiro grupo de missionárias no Haiti: Irmã Maria Aparecida dos Santos, da Congregação Pequenas Irmãs da Divina Providência; irmã Maria Aparecida da Silva Viana, da Providência de Gap.; e Maria Marcelina Xavier, do Instituto Pias Mestras Vinerini

 

Do período que imediatamente se seguiu ao terremoto de 2010, no Haiti, a CNBB e a CRB estabeleceram uma parceria para a criação do projeto missionário intercongregacional Nazaré.

Desde a origem, a missão foi conduzida e animada por congregações femininas. Nesse tempo, 19 congregações femininas colaboram com presença de suas religiosas e animação missionária brasileira no Haiti. A parceria foi prevista para a duração de 10 anos, tendo, portanto, terminado em 2020.

Em substituição a esta parceria e para não interromper o trabalho das religiosas brasileiras no Haiti, as congregações femininas firmaram uma nova parceria, agora entre si, sem a gestão direta da CNBB e da CRB, as quais, porém, permanecerão acompanhando e ajudando. Agora, na nova fase, a gestão será feita por uma Comissão Intercongregacional constituída por 5 religiosas de diferentes congregações.

Elas vão contar com o apoio da Rede Missionária Intercongregacional Ad Gentes, constituída inicialmente com a adesão de cerca de 90 congregações religiosas, após a aprovação na 25ª Assembleia Eletiva da CRB Nacional realizada em Brasília (DF), de 10 a 14 de julho de 2019. A missa do dia 17 de julho será o momento oficial de bênção da nova parceria e início oficial da missão, embora as religiosas já estejam por lá.

Frutos da Missão

Oficina de panificação com mulheres haitianas.

Por meio de um convênio firmado com a arquidiocese de Porto Príncipe, cujo prazo de duração estabelecido foi de 2010 a 2020, a CNBB, a CRB e a Cáritas Brasileira mantiveram uma presença missionária e amorosa da Igreja no Brasil no Haiti.

As primeiras missionárias brasileiras partiram para o Haiti em 20 de setembro do mesmo ano do terremoto com a missão de atuar em duas vertentes, mediadas pela ação evangelizadora e ação social. As primeiras irmãs batizaram a experiência de Comunidade Intercongregacional Nazaré.

Seis religiosas desenvolveram, no início, atividades a partir eixos de geração de renda e economia solidária, formação e saúde/nutrição. Em cada eixo havia os projetos específicos. O eixo de Geração de renda e economia solidária, por exemplo, chegou a beneficiar cerca de 500 pessoas com os projetos das cozinhas comunitárias, fabricação de doces e salgados, horta comunitária, cursos de corte, costura e bordado e artesanato.

O eixo de formação compreendeu o trabalho na mudança de mentalidade das pessoas em relação aos traumas e conflitos que surgiram após a tragédia de 2010. Neste caso, foi dada atenção psicológica e psicopedagógica aos participantes dos projetos. Ainda no âmbito da formação, foi oferecido pelas irmãs aprendizado em arte e música. Um livro memória sobre a presença missionária da Igreja no Brasil está sendo escrito a partir das memórias das pessoas que vivenciaram a experiência.

O projeto foi assumido ao longo dos últimos 10 anos e meio por 19 congregações femininas que cederam irmãs de suas famílias religiosas para compor a comunidade Nazaré e atuar na missão. Segundo a irmã Maria de Fátima Kapp, assessora executiva da CRB, os 10 anos e meio desta primeira fase constituíram um período intenso de labuta missionária, um caminho fecundo de atividades vivas e expressões de compaixão com o povo haitiano.

Ela lembra que, num primeiro momento, as irmãs se colocaram em uma atitude de escuta e acolhida. “O grupo de religiosas sempre contou com uma religiosa psicóloga para prestar um atendimento humanitário capaz de ajudar as pessoas a superarem os traumas”, disse.

Inauguração do Centro Social de Evangelização no bairro Coral Cesselesse. Fotos: arquivos do projeto missionário intercongregacional Nazaré

O trabalho também aos poucos organizou grupos de mães, jovens, adolescentes e crianças em torno à iniciativas para combater a fome como a organização de uma horta comunitária e familiar, a criação de frangos, coelhos e organização de cozinhas comunitárias.

As irmãs conseguiram, por meio de inúmeras parcerias, construir um Centro Social de Evangelização no bairro Coral Cesselesse, onde concentram-se a maior parte das famílias atingidas pelo terremoto. Neste local, passou a desenvolver atividades educativas e de formação cristã e espiritual. Também são realizadas no local oficinas de arte (música e teatro) e artesanato como alternativa de geração de renda.

Fonte: CNBB

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros

Tomsickova Tatyana | Shutterstock
Por Dom Fernando Arêas Rifam
Administrador Apostólico de São João Maria Vianney

Assim como aqueles que seguem as normas e são corretos representam verdadeiramente uma empresa ou agremiação.

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros, convidou o bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Arêas Rifan, mediante um texto compartilhado em sua rede social.

Ele considera:

“​Quando se quer conhecer uma empresa ou uma agremiação, o melhor espelho dela são os seus bons membros, que compensam as fraquezas dos maus. Os bons, os que seguem as normas e são corretos, são os que verdadeiramente representam a empresa ou agremiação. Quem quiser conhecer os brasileiros, não deve ir ao presídio. Ali não estão os melhores cidadãos. Mas deve pesquisar as pessoas honradas e cumpridoras dos seus deveres.

O mesmo acontece com a Igreja. Quem quiser conhecê-la, e ela tem vinte séculos, deve olhar não os hereges ou os maus cristãos, mas os santos. Esses realmente a representam e são exemplos para todos. Esses são os verdadeiros cristãos, os que seguiram os seus ensinamentos”.

Quem quiser conhecer a Igreja de verdade, olhe para os seus bons membros

Dom Fernando prossegue:

“‘A santidade é o rosto mais belo da Igreja’ (Papa Francisco – Gaudete et Exsultate, 9). E a Igreja tem santos de todas as condições e classes sociais, a nos ensinar que qualquer um, de qualquer posição ou profissão, pode vir a ser santo. São os modelos de cristãos.

No último dia 3 [de julho], foi-nos proposta a veneração de São Tomé, apóstolo, muito conhecido pela recusa em acreditar na ressurreição de Jesus a menos que o visse com seus próprios olhos e tocasse nas cicatrizes de suas chagas.

São Gregório Magno comenta que ‘mais serviu para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos fiéis’, pois, tendo Jesus lhe aparecido, o fez tocar nas suas chagas, recebendo dele a firme profissão de fé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’. São João afirma o que São Tomé corrobora: ‘O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam… nós vos anunciamos’ (1Jo 1, 1). Ele pregou o Evangelho na Pérsia, onde foi martirizado pela sua Fé, apagando com o seu sangue o seu pecado de incredulidade”.

O bispo acrescenta em seguida mais exemplos sobre quem representa a Igreja de verdade:

“No domingo, 4, transferido do dia 29 de junho, tivemos a solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro, escolhido de propósito por Jesus para chefe e fundamento da sua Igreja, engloba a fraqueza humana e a força divina que o sustentava e sustenta em seus sucessores, vigários de Cristo na terra. Paulo, fariseu fanático, convertido no encontro com Jesus ressuscitado, tornou-se o grande propagador do cristianismo no mundo pagão greco-romano.

No dia 6, festejamos Santa Maria Goretti, denominada a Santa Inês do século XX, assassinada em 6 de julho de 1902, com 12 anos de idade, porque preferiu morrer a ofender a Deus pecando contra a castidade, como a queria forçar seu assassino. Era uma menina de família católica, de boa formação. Exemplo de resistência às seduções e assédios. Dela disse o Papa Pio XII: ‘Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das virgens e não quis perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do seu corpo. E isso não porque lhe atribuísse um valor supremo, e sim porque, como templo da alma, é também templo do Espírito Santo. Ela é um fruto maduro do lar cristão, onde se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na obediência aos pais. Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a invencível fortaleza desta jovem virgem'”.

Fonte: Aleteia 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF