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quarta-feira, 21 de julho de 2021

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS" (Parte 6/10)

Papa Pio XII | Derradeiras Graças

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS"

DE SUA SANTIDADE

O PAPA PIO XII

 

SOBRE  OPINIÕES FALSAS QUE
 AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

 

A nossos veneráveis irmãos
os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos
 e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica.


3. Desprezo das Sagradas Escrituras

 

 

22. Voltando às novas teorias de que acima tratamos, alguns há que propõem ou insinuam nos ânimos muitas opiniões que diminuem a autoridade divina da Sagrada Escritura. Pois atrevem-se a adulterar o sentido das palavras com que o concílio Vaticano define que Deus é o autor da Sagrada Escritura, e renovam uma teoria já muitas vezes condenada, segundo a qual a inerrância da Sagrada Escritura se estende unicamente aos textos que tratam de Deus mesmo, ou da religião, ou da moral. Ainda mais, sem razão falam de um sentido humano da Bíblia, sob o qual se oculta o sentido divino, que é, segundo eles, o único infalível. Na interpretação da Sagrada Escritura não querem levar em consideração a analogia da fé nem a tradição da Igreja; de modo que a doutrina dos santos Padres e do Sagrado magistério deveria ser aferida por aquela das Sagradas Escrituras explicadas pelos exegetas de modo puramente humano; o que seria preferível a expor a sagrada Escritura conforme a mente da Igreja, que foi constituída por nosso Senhor Jesus Cristo guarda e intérprete de todo o depósito das verdades reveladas.

 

23. Além disso, o sentido literal da Sagrada Escritura e sua exposição, que tantos e tão exímios exegetas, sob a vigilância da Igreja, elaboraram, deve ceder lugar, segundo essas falsas opiniões, a uma nova exegese a que chamam simbólica ou espiritual; por meio dela, os livros do Antigo Testamento, que seriam atualmente na Igreja uma fonte fechada e oculta, se abririam finalmente para todos. Dessa maneira, afirmam, desaparecerão todas as dificuldades que somente encontram os que se atêm ao sentido literal das Escrituras.

 

24. Todos vêem quanto se afastam essas opiniões dos princípios e normas de hermenêutica justamente estabelecidos por nossos predecessores de feliz memória, Leão XIII, na encíclica Providentissimus, e Bento XV, na encíclica Spiritus Paraclitus, e também por nós mesmo, na encíclica Divino Afflante Spiritu.


PIO PP. XII


Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/

Postulador pede abertura de processo de beatificação de iniciadora do Caminho Neocatecumenal

Carlos Metola, postulador da causa de Carmen Hernández,
entrega o "suplex libelus" ao cardeal Carlos Osoro.
Por Blanca Ruiz

MADRI, 20 jul. 21 / 03:35 pm (ACI).- Uma missa foi celebrada na Catedral da Almudena, em Madri, na Espanha, pelo quinto ano da morte de Carmen Hernández, iniciadora do Caminho Neocatecumenal. Ao final da celebração, Carlos Metola, postulador da causa de beatificação de Carmen Hernández na fase diocesana do processo, entregou ao cardeal Carlos Osoro, arcebispo de Madri, o pedido formal do início da causa.

Durante a homilia, o cardeal Osoro disse que a cerimônia era um momento de “dar graças a Deus e pedir pela Carmen”, que foi “uma incansável catequista e trabalhadora pelo anúncio de Cristo como o único Caminho, Verdade e Vida” e que ela manifestou isso “com uma entrega incondicional de sua vida”.

“Que profundidade a vida humana atinge quando a colocamos em segurança com Cristo”, afirmou o arcebispo de Madri. Ele lembrou o chamado que Carmen Hernández fez a “ser porta-vozes, no século XXI, do grito mais necessário para os homens da parte de Deus: Cristo ressuscitou. Amai-vos uns aos outros”.

“Carmen quis ser portadora de Jesus Cristo. Quantas vezes ouvimos, de seus próprios lábios, que o que o homem mais precisa é amar com o amor de Cristo e experimentar o amor do Senhor”, afirmou.

O cardeal Osoro recordou que “Carmen nos gritava e nos dizia de formas sugestivas: ´Mostrai-vos a Cristo com a vossa vida´”.

“Carmen pronunciava palavras de esperança, dava uma saída para aqueles que pediam luz e sentido para suas vidas. Dizia-lhes que não vivessem para si mesmos e que percebessem o amor de Deus”, frisou o cardeal. Ele recordou que a iniciadora do Caminho Neocatecumenal dizia que “as fronteiras, a divisão, os conflitos, são causados pelo homem que esquece de Deus, que abandona um Deus que o ama”.

“Estamos rezando pela Carmen, por essa mulher que, acolhendo Jesus Cristo, foi capaz de anunciá-lo abrindo horizontes de alegria e esperança. Mostrando o amor misericordioso de Deus, mostrando a vida nova que surge em Cristo”, afirmou.

Pedido de início da causa de beatificação

O postulador diocesano da causa de Carmen Hernández, Carlos Metola, entregou no final da missa o “suplex libelus”, ou seja, o pedido formal para a abertura da causa de canonização da iniciadora do Caminho Neocatecumenal.

Este pedido formal inclui um dossiê com escritos, documentos e testemunhos que atestam que Hernández viveu as virtudes heróicas necessárias para declarar sua santidade de vida. No pedido, estão anexados mais de 1.500 testemunhos de graças e favores recebidos pela intercessão de Carmen.

Embora este procedimento geralmente seja privado, neste caso, o cardeal Carlos Osoro pediu que fosse feito em público.

Kiko Argüello, cofundador do Caminho Neocatecumenal, não compareceu à missa, mas enviou uma mensagem que foi lida no final da Eucaristia. Ele afirmou que Carmen Hernández foi “uma mulher excepcional, apaixonada por Cristo, pela Escritura e pela Eucaristia” e uma “mulher importantíssima para a Igreja”.  “Dou graças a Deus pela Carmen, uma mulher profunda, autêntica e livre na sua relação com todos. Amava Cristo, a Igreja e o papa acima de tudo”, disse Kiko. “Cremos que Carmen está com o Senhor, que ela já está ´na festa´”, afirmou.

Kiko pediu ao postulador da causa, Carlos Matola, que “todas as diligências necessárias” fossem feitas para pedir o início da causa de beatificação da iniciadora do Caminho Neocatecumenal. Sendo assim, Metola entregou ao cardeal Osoro o pedido de abertura do processo de canonização da iniciadora do Caminho Neocatecumenal.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Realidade dos seminaristas no Brasil durante a pandemia é tema de pesquisa

Guadium Press
Segundo os pesquisadores, a pandemia está oferecendo, sobretudo aos formandos, a possibilidade de uma relação mais profunda, favorecendo o autoconhecimento.

Redação (20/07/2021 11:58, Gaudium Press) Com o objetivo de compreender como a pandemia tem afetado a formação sacerdotal no Brasil, a psicóloga, Luciana Campos, e o padre Douglas Alves Fontes, reitor do Seminário São José da Arquidiocese de Niterói, decidiram realizar uma pesquisa que contou com a participação de dois mil seminaristas de todo o país.

Um primeiro artigo foi publicado com as respostas recebidas. Nele, os pesquisadores se propõem “a refletir sobre a missão formativa em tempos de pandemia”. Entretanto, a publicação é considerada por seus autores, uma síntese do que pretendem refletir. “Em breve, um novo artigo será publicado, com um viés mais acadêmico. Contudo, achamos por bem publicar esta síntese, antecipando o que falaremos e já apresentando um primeiro fruto da pesquisa!”, diz o Padre Douglas.

Resposta de dois mil seminaristas

A quantidade de respostas surpreendeu os pesquisadores, que em pouco mais de duas semanas já haviam recebido o retorno de dois mil seminaristas de todo o Brasil. Segundo a doutora Luciana, o questionário “teve um retorno de respostas com percentual muito significativo. Talvez compreenda perto de 50% dos seminaristas do Brasil”.

“Dos que responderam, a maior parte veio dos formandos para o clero diocesano (92,1%), residentes nas regiões Sudeste (38,9%), Nordeste (30,2%), Sul(15,9%) e Centro-oeste (8%) do país. O maior grupo faz parte da etapa do discipulado (42,8%), seguindo-se os da etapa da configuração (34,9%) e do propedêutico (20%)”, explicou a psicóloga.

Guadium Press

A maioria dos seminaristas voltou para a casa durante a pandemia

De acordo com a pesquisa, durante a pandemia, a maioria dos seminaristas (62,2%) voltou para a casa de seus familiares. Somente 25,6% permaneceu nos seminários. O restante se dividiu entre casas paroquiais, conventos e alternando casa e seminário. Um dos desafios enfrentados pelos seminaristas que voltaram para suas casas foi o enfrentamento dos conflitos familiares, dos quais 42,6% tiveram que passar.

Acompanhamento espiritual fora do seminário

A maioria dos seminaristas (67,2%) admitiu ter repensado sua vocação durante a pandemia, sendo que apenas 30,8% continuou contando com o acompanhamento espiritual on-line. 69,2% não puderam contar com essa possibilidade, número muito próximo dos que admitiram questionar sua própria vocação. Por outro lado, 89% informaram que foram contatados pelos formadores.

Maiores dificuldades

Dentre as maiores dificuldades apresentadas pelos seminaristas ao longo desse período estão: dificuldades para manter a rotina de orações (32,5%); dificuldades pela falta de contatos sociais (22,1%); de manutenção da castidade (11,1%); por falta de direção espiritual (10,5%); e dificuldades de assistir à missa on-line (7%)

Guadium Press

Conclusão

Os pesquisadores concluem, ressaltando que a pandemia convidou a todos a enxergar e assumir algumas luzes. A primeira é uma experiência de maturidade que a pandemia pediu. “Um contexto, como este, pede presbíteros maduros e, por consequência, formandos que se empenham por uma maturidade humana e também espiritual”, destacam.

Outra luz que a pandemia está oferecendo, sobretudo aos formandos, é a possibilidade de uma relação mais profunda, favorecendo o autoconhecimento, de tal maneira que o formando alcance “um satisfatório conhecimento das próprias fraquezas, sempre presentes em sua personalidade, tendo em vista a capacidade de autodeterminação e de uma vivência responsável”, concluem. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Dublin preserva igreja católica fundada pelos vikings

Tomasz Wozniak / Shutterstock.com
Por Octavio Messias

Aventureiros escandinavos foram responsáveis pelo início da construção da capital da Irlanda.

Uma das principais atrações turísticas de Dublin, capital da República da Irlanda – ou ao menos era antes da pandemia –, a Catedral da Santíssima Trindade (conhecida informalmente como Christ Church) nos conecta diretamente a um capítulo curioso na história da fundação das capitais europeias, o de uma das mais antigas cidades do continente, à parte as que integraram o Império Romano.

Invasão bárbara

Em um movimento de êxodo da Escandinávia, vikings dinamarqueses, noruegueses e suecos invadiram o então vilarejo medieval de Dublin, assentado pelos celtas, no final do século VIII, começo do IX. Depois de quase cinco décadas de saqueamentos dos monastérios e escravização dos locais, que eram enviados de navio para trabalho forçado na Escandinávia, os vikings finalmente se misturaram com os locais e passaram a desenvolver atividades voltadas para a comunidade, como artesanato e comércio. Com isso uma cidade começou a ser fundada. E a Christ Church permanece como uma reminiscência dessa época, a mais antiga catedral medieval da cidade – a outra sendo a Catedral de São Patrício, a igreja nacional do país, fundada em 1191 em homenagem ao padroeiro irlandês. 

Cidade Viking

Trinta anos antes, a igreja celta St. Martin of Tours – uma das quatro ainda remanescentes na cidade – ficava na chamada Cidade Viking, região de assentamento dos escandinavos, à encosta do rio Liffey, que corta a cidade, chamada Wood Quay. Pela ameaça e pelos danos que eles tinham causado à St. Martin, a Christ Church foi construída de costas para ela, do outro lado do rio, em um platô, de modo a poder ser vista de toda a cidade, o que dificultava saqueamentos. 

Arquitetura gótica

Embora tenha sido reconstruída, ainda no século 12, e expandido nos séculos seguintes, parece uma fortaleza de estilo gótico, o que impressiona até os dias de hoje. Possui a maior cripta de uma catedral no Reino Unido e nas Irlandas (considerando Irlanda do Norte). Na nave está enterrado o corpo de Strongbow (1130-1196), um nobre gaélico que liderou a Invasão Anglo-Normanda da Irlanda.  Quatro séculos depois o teto da nave dsobre seus restos mortais.

Memorial

A Christ Church hoje funciona nos moldes de uma atração turística na Europa, com visitas guiadas e loja de presentes. A herança viking se faz presente em um memorial de bronze, localizado em uma das esquinas da catedral, que conta a história da fundação de Dublin e de construção da igreja. 

Fonte: Aleteia

Os verdadeiros e os falsos: quem são eles?

Aleteia
Quem são os que vestem o mal de bem, e chamam o erro de verdade?

Redação (20/07/2021 11:11, Gaudium Press) “A sabedoria deste mundo está em esconder as maquinações do coração, velar o sentido das palavras, mostrar como verdadeiro o que é falso, demonstrar ser errado aquilo que é verdadeiro. Pelo contrário, a sabedoria dos justos consiste em nada fingir por ostentação; declarar o sentido das palavras; amar as coisas verdadeiras tais como são; evitar as falsas; fazer o bem gratuitamente; preferir tolerar de bom grado o mal a fazê-lo; não procurar vingança contra a injúria; reputar lucro a afronta, em bem da verdade. Zomba-se, porém, desta simplicidade dos justos porque para os prudentes deste mundo a virtude da pureza de coração é tida por loucura. Tudo quanto se faz com inocência, eles reputam tolice e aquilo que a verdade aprova nas ações, soa falso à sabedoria humana.

São Gregório Magno, “Moralia”. (Lib. 10, 47-48: PL 75, 946-947).

Por Cícero Leite

Fonte: https://gaudiumpress.org/

S. EZEQUIEL, PROFETA

S. Ezequiel, Duccio 
21 de julho
SANTO EZEQUIEL, PROFETA

«A mão do Senhor desceu sobre mim. Ele me arrebatou em espírito e me colocou no meio de uma planície, que estava coberta de ossos; fez-me circular em todos os sentidos no meio desses ossos numerosos que jaziam na superfície. Vi que estavam inteiramente secos. Disse-me o Senhor: “Filho do homem, poderiam esses ossos retornar à vida?”. “Senhor Javé – respondi –, só vós o sabeis.” Ele disse-me então: “Profere um oráculo sobre esses ossos. Ossos dessecados, lhes dirás, escutem a palavra do Senhor"» (Ez 37, 1-4).

Segundo a cultura judaica, o termo "profeta" não significa somente quem tem o poder de prever o futuro, mas ainda mais quem tem um profundo conhecimento da vontade divina e da sua presença no mundo: uma pessoa de moral e retidão cristalinas. Ezequiel, um dos quatro Profetas, definidos "maiores" no Antigo Testamento, não era uma exceção: foi o mais difícil na linguagem e o mais eficaz nos simbolismos.

Exilado entre os exilados

Ezequiel nasceu em meados do ano 600 a.C., em Sarara, Palestina, na tribo de Levi: logo, era um sacerdote. Na época, em Roma ainda reinava Tarquínio Prisco, enquanto, na Babilônia, Nabucodonosor. Não era um período tranquilo para os judeus, submetidos à tirania dos filhos de Assur.
Em 597, Ezequiel foi deportado para a Babilônia, junto com outros dez mil, onde seriam obrigados a trabalhar na lavoura. Naquele momento, Deus manifestou-se a ele, com visões proféticas, que o acompanharam até ao fim da sua vida. No entanto, Ezequiel revelava tais visões ao seu povo, encorajando-o com as palavras que vinham de Javé. Por isso, em pouco tempo, conseguiu obter certa autoridade entre o Povo de Israel; não deixou de realizar prodígios e milagres e todos os seus gestos tinham um objetivo bem preciso: ao profetizar a queda de Jerusalém, exortava o povo à penitência; depois, o consolou com a promessa da libertação e do retorno à sua amada pátria.
Ezequiel foi martirizado por um chefe do povo, por ter sido repreendido por idolatria.

Linguagem difícil, mas eficaz

Na Bíblia, o livro de Ezequiel, depois de Jeremias, encontra-se entre os profetas “maiores”: em 48 capítulos, ele narra as profecias e as revelações, que Javé lhe havia feito, durante o cativeiro babilônico.
Entre as suas visões mais poderosas, destaca-se a do capítulo 37, em que Deus mostra a Ezequiel uma planície extensa de ossos secos, que, com Seu sopro, retornam à vida, revestindo-se de carne. Trata-se de uma imagem muito forte e, também, enigmática para os contemporâneos, que a interpretaram como a profecia da restauração do poder de Israel e da reconstrução do Templo, na glória de Deus. Para os católicos, ao invés, simboliza a Ressurreição de Cristo e, portanto, a construção do verdadeiro Reino no céu.
Historicamente, Ezequiel representa uma ponte entre duas épocas da história de Israel: antes e depois do exílio. Do ponto de vista das Escrituras, enfim, uma ponte entre Jeremias e Daniel.
A linguagem deste profeta era difícil, repleta de simbolismos, às vezes, até dura, mas com um poder evocativo poderoso e, sobretudo, eficaz.
A veneração de Santo Ezequiel foi transmitida, muito cedo, à Igreja Latina.

Fonte: Vatican News

São Lourenço de Brindisi

S. Lourenço de Brindisi | ArquiSP
21 de julho

São Lourenço de Brindisi

Geralmente, as chamadas "crianças superdotadas", aquelas que demonstram um dom excepcional para alguma especialidade, quando crescem, parecem "perder os poderes" e nivelam-se com as demais pessoas. São poucas as exceções que merecem ser recordadas. Mas, com certeza, uma delas foi Júlio César Russo, que nasceu no dia 22 de julho de 1559, em Brindisi, na Itália.

Seu nome de batismo mostrava, claramente, a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante, como o do grande general romano. Realmente, anos depois, lá estava ele à frente das forças cristãs lutando contra a invasão dos turcos muçulmanos, que ameaçava chegar ao coração da Europa depois de ter dominado a Hungria. Só que não empunhava uma espada, mas sim uma cruz de madeira. Nessa ocasião, já vestia o hábito franciscano, respondia pelo nome de Lourenço e era o capelão da tropa, além de conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena.

Vejamos como tudo aconteceu. Aos seis anos de idade, o então menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de memorizar as páginas de livros, em poucos minutos, para depois declamá-las em público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão, aos quatorze anos de idade, foi acolhido por um tio, que residia em Veneza. Nessa megalópole, pôde desenvolver muito mais os seus talentos para os estudos.

Mas a religião o atraia de forma irresistível. Dois anos após chegar a Veneza, ele atendeu ao chamado e ingressou na Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis. Em seguida, juntou-se aos capuchinhos de Verona, onde recebeu a ordenação e assumiu o novo nome, em 1582. Depois, completou sua formação na Universidade de Pádua. Voltou para Veneza em 1586, como professor dos noviços da Ordem, sempre evidenciando os mesmos dotes da infância.

Tornou-se especialista em línguas e sua erudição levou-o a ocupar altos postos em sua Ordem e também a serviço do sumo pontífice. Foi provincial em Toscana, Veneza, Gênova e Suíça e comissário no Tirol e na Baviera, pregando firmemente a ortodoxia católica contra a Reforma Protestante, além de animar as autoridades e o povo na luta contra a dominação dos turcos muçulmanos. Lourenço foi, mesmo, o superior-geral da sua própria Ordem e embaixador do papa Paulo V, com a missão de intermediar príncipes e reis em conflito.

Lourenço de Brindisi morreu no dia do seu aniversário, em 1619, durante sua segunda viagem à Península Ibérica, na cidade de Lisboa, em Portugal. Foi canonizado em 1881 e recebeu o título de doutor da Igreja em 1959, outorgado pelo papa João XXIII. A sua festa é celebrada um dia antes do aniversário de sua morte, dia 21 de julho.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: Arquidiocese de São Paulo

terça-feira, 20 de julho de 2021

DOM RICARDO HOEPERS: “UM AMIGO É FRUTO DO MAIS SINCERO SENTIMENTO DA ALMA”

CNBB

“Um amigo é fruto do mais sincero sentimento da alma. É uma benção de Deus, um toque especial do Criador que desejou compartilhar conosco o que há de mais puro e verdadeiro no seu coração misericordioso”, destaca Ricardo Hoepers.

É com essa definição de amizade que o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers convida os cristãos a celebrar o dia 20 de julho – Dia do Amigo.

Segundo Dom Ricardo, “toda vez que cultivamos a amizade, trazemos à tona um toque divino nas nossas relações humanas e isso é um equilíbrio para a vida, é um bálsamo para a alma, e uma paz para o coração”.

Ser amigo é ter um tesouro inestimável, frase que virou senso comum quando o assunto é a amizade. O Papa Francisco trouxe na “Fratelli tutti”, a Encíclica social do Papa Francisco que fraternidade e amizade social são os caminhos para construir um mundo melhor, mais justo e pacífico, com o compromisso de todos: pessoas e instituições.

Neste 20 de julho, nada melhor do que recordar a essência dessa fraternidade e amizade social que esteve presente entre as preocupações de Francisco e estão registradas nas páginas da Fratelli Tutti.

“Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras. Embora a tenha escrito a partir das minhas convicções cristãs, que me animam e nutrem, procurei fazê-lo de tal maneira que a reflexão se abra ao diálogo com todas as pessoas de boa vontade”, afirma o Sumo Pontífice, na apresentação da Carta.

Foto: UNSPLASH

O arcebispo de Natal (RN), dom Jaime Vieira Rocha escreveu em recente artigo ‘Teologia da Amizade’, publicado no portal da CNBB, no ultimo dia 15 de julho, que na publicação de um teólogo português, José Tolentino Mendonça, intitulada “Nenhum caminho será longo. Teologia da amizade”, o autor destaca que a amizade é caminhar lado a lado e ressalta a definição do teólogo português.


 

“Um amigo, por definição, é alguém que caminha a nosso lado, mesmo se separado por milhares de quilômetros ou por dezenas de anos. Um amigo reúne estas condições que parecem paradoxais: ele é ao mesmo tempo a pessoa a quem podemos contar tudo e é aquela junto de quem podemos estar longamente em silêncio, sem sentir por isso qualquer constrangimento. Temos certamente amigos dos dois tipos. Com alguns, a nossa amizade cimenta-se na capacidade de fazer circular o relato da vida, a partilha das pequenas histórias, a nomeação verbal do lume que nos alumia. Com outros, a amizade é fundamentalmente uma grande disponibilidade para a escuta, como se aquilo que dizemos fosse sempre apenas a ponta visível de um maravilhoso mundo interior e escondido, que não serão as palavras a expressar”, escreveu José Tolentino Mendonça.

Dom Ricardo Hoepers destaca que na vida cristã é possível ver o quanto Jesus deu importância a amizade. “Chamou os apóstolos de amigos, chorou sobre o túmulo de Lázaro, cultivou boas conversas e encontros que suscitaram vida nova aos novos amigos e amigas”, apontou.

O presidente da Comissão papa a Vida e a Família da CNBB aponta também que Cristo, de fato, se apresentou como Filho, como Irmão e como Amigo de toda humanidade, sem preconceitos e sem discriminação de ninguém.

“Ele nos ensinou que o olhar de Deus não é o da aparência, mas Deus conhece o homem por dentro. Esse é o olhar da verdadeira amizade, quando reconhece a grandeza por dentro, grandeza da alma. Por isso a Sagrada Escritura diz que quem encontrou um amigo encontrou um tesouro”, ressaltou.

“Amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor orienta bem sua amizade: como ele é, tal será seu amigo” (Sr 6,14-17).

Por Dom Ricardo Hoepers

Bispo de Rio Grande

Fonte: CNBB

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS" (Parte 5/10)

Papa Pio XII | Derradeiras Graças

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS"

DE SUA SANTIDADE

O PAPA PIO XII

 

SOBRE  OPINIÕES FALSAS QUE
 AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

 

A nossos veneráveis irmãos
os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos
 e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica.


2. Desprezo do magistério da Igreja

 

 

18. Desgraçamente, esses amigos de novidades facilmente passam do desprezo da teologia escolástica ao pouco caso e até mesmo ao desprezo do próprio magistério da Igreja, que tanto prestígio tem dado com a sua autoridade àquela teologia. Apresentam este magistério como empecilho ao progresso e obstáculo à ciência; e já existem acatólicos que o consideram como freio injusto, que impede alguns teólogos mais cultos de renovar a teologia. Embora este sagrado magistério, em questões de fé e moral, deva ser para todo teólogo a norma próxima e universal da verdade (visto que a ele confiou nosso Senhor Jesus Cristo a guarda, a defesa e a interpretação do depósito da fé, ou seja, das Sagradas Escrituras e da Tradição divina), contudo, por vezes se ignora, como se não existisse, a obrigação que têm todos os fiéis de fugir mesmo daqueles erros que se aproximam mais ou menos da heresia e, portanto, de observar também as constituições e decretos em que a Santa Sé proscreveu e proibiu tais falsas opiniões. (2) Alguns há que de propósito desconhecem tudo quanto os sumos pontífices expuseram nas encíclicas sobre o caráter e a constituição da Igreja, a fim de fazer prevalecer um conceito vago, que eles professam e dizem ter tirado dos antigos Padres, principalmente dos gregos. Os sumos pontífices, dizem eles, não querem dirimir questões disputadas entre os teólogos; e, assim, cumpre voltar às fontes primitivas e explicar com os escritos dos antigos as modernas constituições e decretos do magistério.

 

19. Esse modo de falar pode parecer eloqüente, mas não carece de falácia. Pois é verdade que os romanos pontífices em geral concedem liberdade aos teólogos nas questões controvertidas entre os mais acreditados doutores; porém, a história ensina que muitas questões que antes eram objeto de livre discussão já não podem ser discutidas.

 

20. Nem se deve crer que os ensinamentos das encíclicas não exijam, por si, assentimento, sob alegação de que os sumos pontífices não exercem nelas o supremo poder de seu magistério. Entretanto, tais ensinamentos provêm do magistério ordinário, para o qual valem também aquelas palavras: "Quem vos ouve a mim ouve" (Lc 10,16); e, na maioria das vezes, o que é proposto e inculcado nas encíclicas, já por outras razões pertence ao patrimônio da doutrina católica. E, se os romanos pontífices em suas constituições pronunciam de caso pensado uma sentença em matéria controvertida, é evidente que, segundo a intenção e vontade dos mesmos pontífices, essa questão já não pode ser tida como objeto de livre discussão entre os teólogos.

 

21. Também é verdade que os teólogos devem sempre voltar às fontes da revelação; pois, a eles cabe indicar de que maneira "se encontra, explícita ou implicitamente" na Sagrada Escritura e na divina Tradição o que ensina o magistério vivo. Ademais, ambas as fontes da doutrina revelada contêm tantos e tão sublimes tesouros de verdade que nunca realmente se esgotarão. Por isso, com o estudo das fontes sagradas rejuvenescem continuamente as sagradas ciências; ao passo que, pelo contrário, a especulação que deixa de investigar o depósito da fé se torna estéril, como vemos pela experiência. Entretanto, isto não autoriza a fazer da teologia, mesmo da chamada positiva, uma ciência meramente histórica. Pois, junto com as sagradas fontes, Deus deu à sua Igreja o magistério vivo para esclarecer também e salientar o que no depósito da fé não se acha senão obscura e como que implicitamente. E o divino Redentor não confiou a interpretação autêntica desse depósito a cada um dos fiéis, nem mesmo aos teólogos, mas exclusivamente ao magistério da Igreja. Se a Igreja exerce esse múnus (como o tem feito com freqüência no decurso dos séculos pelo exercício, quer ordinário, quer extraordinário desse mesmo ofício), é evidentemente falso o método que pretende explicar o claro pelo obscuro; antes, pelo contrário, faz-se mister que todos sigam a ordem inversa. Eis porque nosso predecessor de imortal memória, Pio IX, ao ensinar que é dever nobilíssimo da teologia mostrar como uma doutrina definida pela Igreja está contida nas fontes, não sem grave motivo acrescentou aquelas palavras; "com o mesmo sentido com o qual foi definida pela Igreja".(3)


PIO PP. XII


Notas

2. CIC, cân.1324; cf. Conc. Vat. I, Const. Dei Filius, de Fide cath., c. 4, "De fide et ratione", post canones.

3. Pio IX, Inter gravissimas, de 28 de outubro de 1870, Pio IX P.M. Acta, vol. V, p. 260.


Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/

Até que idade é saudável morar na casa dos pais?

Elnur
Por Orfa Astorga

O problema é quando eles não saem de casa porque não foram educados na força de vontade necessária para enfrentar o mundo.

Ensinarás a voar, mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão o teu sonho. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Ensinarás a cantar, mas não cantarão a tua canção. Ensinarás a pensar, mas não pensarão como tu. Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem… Estará a semente do caminho ensinado e aprendido! Madre Teresa de Calcutá

No reino animal, os pais encerram o ciclo de dependência dos filhotes. No caso das aves de rapina, por exemplo, no início elas alimentam os filhotes diretamente no bico. Depois, trazem-lhes presas mortas. Mais tarde, presas vivas e até perigosas, para os filhotes mesmos matarem. Finalmente, elas param de alimentá-los, forçando-os a deixar o ninho em busca de comida e de sua própria liberdade.

Na sociedade humana, o casamento traz dois propósitos nobres: gerar e educar os filhos. Trata-se de ensiná-los a “voar” como pessoas.

Então, quando chega a hora, por que eles não “voam”?

Pode haver várias razões, dependendo dos usos e costumes de uma determinada sociedade, bem como das circunstâncias de cada pessoa.

Mas o problema ocorre quando eles não saem de casa porque não foram educados em sua vontade de encarar o fato de que são eles mesmos que devem terminar seu processo de amadurecimento.

Porque, goste-se ou não, é uma tarefa de cada um: tornar-se homens e mulheres.

Voltemos ao exemplo dos pássaros:

Primeira etapa

Comida macia no bico à medida que cresce, ganha plumagem e se fortalece. Ele tem que comer o que os pais lhe trazem, e não há mais.

Já com a criança, nos primeiros anos de vida, ela foi provida em tudo nas suas necessidades básicas e afetivas. Mas quando ela desejava algo ao seu bel-prazer, e o conseguia gritando e fazendo birra, descobriu cedo que seus gostos podiam ser satisfeitos com a manipulação.

Segunda etapa

Os pais levam a presa morta para que o filhote bique ele mesmo e aprenda a comer sem engasgar; caso contrário, morrerá de fome, pois os pais não farão mais o que o filhote deve fazer por si. Ele começa a bater as asas para fortalecê-las e sentir o ar sob elas, descobrindo que elas conseguem suportar o seu peso.

Já com a criança, o filho foi autorizado a dormir até tarde, sem ter obrigações domésticas, a faltar às aulas sem consequências; foi autorizado a parar de comer porque não gostava da comida, e trocavam o prato. Para evitar conflitos, os pais adotam a atitude de deixar passar. Em tal situação, a criança não apenas manipula, mas permanece à mercê de seus caprichos, sem exercitar a vontade para o autocontrole e o autodomínio. Isso porque ela consegue tudo o que quer sem nenhum esforço.

Quando a vontade não é educada, há apatia, dispersão, confusão, abulia, ansiedade e comportamento baseado no capricho.

Terceira etapa

Os pais trazem para o filhote uma presa viva e perigosa que pode escapar dele ou até matá-lo; o filhote precisa superar o medo, matar a presa e bicá-la para poder comer, pois, caso contrário, morrerá de fome.

A faculdade que o filho escolheu está difícil? Pois bem, que escolha outra, mesmo que perca o dinheiro investido, e que não se sinta culpado. Trabalhar? Pobre bebê! Seu chefe grita com ele(a), exige resultados e, ainda por cima, descontou o dia em que se ausentou. Deixe que ele(a) largue o trabalho, pois não morrerá de fome, já que tem pais. Um(a) namorado(a) exigente? Ah! Mas que pressa de se casar…

Um filho ou filha assim não está em posição de enfrentar problemas, desenvolver projetos e assumir compromissos. Ele(a) vive apenas o momento presente, evitando tudo o que pode complicar sua vida.

Quarta etapa

Com fome e sob ligeiros empurrões dos pais, o filhote salta do ninho, batendo as asas fortemente para logo pousar cansado e assustado no primeiro galho; depois, faz voos curtos de galho em galho, até que decida voar rápido e alto.

O filhote conseguirá sua própria comida, se protegerá de predadores, depois fará seu ninho, reproduzirá e renovará o ciclo de vida.

Já o filho(a) permanece material, afetiva e emocionalmente dependente de seus pais, recusando-se a deixar o ninho. Ele(a) é uma pessoa de vontade fraca, incapaz de tomar decisões pessoais (com estados de indecisão e dúvida permanente); incapaz de agir; incapaz de continuar uma tarefa iniciada e de realizar um projeto de vida.

Este(a) filho(a) não teve uma educação da vontade que lhe permitisse captar o senso de sua dignidade na medida em que descobre que é livre e que ele(a) pode exercer essa liberdade e fazê-la crescer, assumindo compromissos por amor no trabalho, na família, na sociedade. Pois para isso é necessário deixar o ninho para voar pelos céus, vencendo os medos, com uma vontade forte, determinada e tenaz.

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF