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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Santa Brígida

Santa Brígida | Canção Nova
23 de julho

SANTA BRÍGIDA, RELIGIOSA, PADROEIRA DA EUROPA

Origens

Brígida, conhecida também como Brigite, nasceu em 1303, princesa do castelo de Finstad, filha do rei da Suécia. Sua família real era tão piedosa, que forneceu vários santos à Igreja. Além disso, sua família real também construiu mosteiros, hospitais e igrejas usando a própria fortuna. Seguindo o exemplo de sua família, Brígida ajudava em obras de caridade desde a infância. Além disso, ela tinha um dom de revelações. Essas revelações foram todas escritas por ela na língua sueca. Mais tarde elas foram traduzidas para o Latim, formando grandes volumes. Tais obras ainda hoje são consultadas por teólogos, historiadores e fiéis como fonte histórica.

Dama de companhia

Durante sua juventude, Brígida foi dama de companhia de uma rainha chamada Bianca, da região de Namur, na atual Bélgica. Por causa dessa função, ela estava sempre presente nas cortes cheias de luxo e riqueza. Contudo, ela não se deixou corromper nestes ambientes de cheios de frivolidades. Pelo contrário, manteve-se fiel à sua consciência cristã e preservou sua fé, nunca se afastando da caridade e da dignidade. 

Casamento

Com dezoito anos de idade, Brígida se casou com um nobre de nome Ulf Gudmarsson. Seu marido era também um cristão fervoroso. Brígida e Ulf tiveram oito filhos. Dentre eles destaca-se uma filha que também foi canonizada: Santa Catarina da Suécia. O casal, e especialmente Brígida, cuidava da educação moral, formal e religiosa dos filhos com toda a dedicação.

Morte de um filho

O casal Brígida e Ulf viveu um duro golpe: a morte de um de seus filhos. Depois disso, eles decidiram ir em peregrinação até o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. Quando voltavam, Ulf ficou gravemente doente. Quando isso aconteceu, Santa Brígida teve uma revelação, em sonho, por intermédio de são Dionísio. No sonho, ela ficou sabendo que seu marido não morreria. E, realmente, ele ficou curado. Logo depois, porém, decidiu ingressar no Mosteiro de Alvastra. Lá, um de seus filhos já vivia como monge. Em 1344 Ulf faleceu, deixando Santa Brígida viúva. 

Fundadora

Uma vez viúva, Santa Brígida retirou-se de uma vez por todas para a vida religiosa. Ela guardava em seu coração um antigo projeto, que era o de fundar um mosteiro duplo, tendo uma área para homens e outra para mulheres. Deste projeto nasceu a Ordem do Santo Salvador. Os religiosos seguiam as Regras de vida de são Agostinho. A própria Santa Brígida passou a viver neste mosteiro até que a Ordem fundada por ela foi aprovada oficialmente pela Igreja. Depois dessa aprovação, ela mudou-se para Roma. 

Influência nos rumos da Igreja

Santa Brígida viveu em Roma durante vinte e quatro anos. Lá, trabalhou pela moralização dos costumes. Também lutou para que o Papa que, na época, por divisões dentro da Igreja, estava em Avignon, na França, voltasse para Roma. Contando com total apoio do rei da Suécia, ela construiu nada menos que setenta e oito mosteiros espalhados pela Europa.

Morte

Santa Brígida faleceu em 23 de julho de 1373. Ela estava numa peregrinação à Terra Santa.  A partir de sua morte, a Ordem do Santo Salvador passou a ser dirigida por Santa Catarina da Suécia, sua filha. A Ordem tornou-se muito famosa alguns anos depois. Santa Brígida foi canonizada logo, apenas dezoito anos depois de sua morte. O culto a ela espalhou-se rapidamente por toda a Europa. O local onde ela morou na cidade de Roma foi transformado numa bela igreja dedicada a ela, situada na praça Farnese.

Orações

Santa Brígida deixou escritas 15 orações que se tornaram famosas entre o povo cristão. Cada uma dessas orações foi escrita para uma necessidade humana. Destacamos aqui a oração pelos doentes.

Oração pelos doentes - composta por Santa Brígida

Ó Jesus, médico celeste, que fostes elevado na Cruz afim de curar as nossas chagas por meio das Vossas, lembrai-Vos do abatimento em que Vos encontrastes e das contusões que Vos infligiram em Vossos Sagrados membros, dos quais nenhum permaneceu em seu lugar, de tal modo que dor alguma poderia ser comparada a Vossa. 

Da planta dos pés até o alto da cabeça, nenhuma parte do Vosso Corpo esteve isenta de tormentos, e entretanto esquecido dos Vossos sofrimentos, não Vos cansastes de suplicar a Vosso PAI pelos inimigos que Vos cercavam, dizendo-Lhe: 

“PAI, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” 

Por esta grande misericórdia e em memória desta dor, fazei com que a lembrança da Vossa Paixão, tão impregnada de amargura, opere em mim uma perfeita contrição e a remissão de todos os meus pecados. Assim seja!”

Pai Nosso... Ave Maria ...

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

quinta-feira, 22 de julho de 2021

“Coragem, filha! Tua fé te salvou.” (Mt, 9,22) | Palavra de Vida de Julho

Crédito: Focolares

Deus está sempre a caminho, vindo ao nosso encontro, mas espera também a nossa iniciativa, para não perdermos o encontro marcado com Ele.

por Letizia Magri   publicado em 02/07/2021

JESUS está a caminho, cercado pela multidão porque um pai desesperado lhe implorou que fosse socorrer sua filha que acabara de morrer. Enquanto Ele caminhava, ocorre outro encontro: uma mulher que havia muitos anos sofria de uma hemorragia abre caminho no meio do povo; era uma condição física com graves consequências, também porque a obrigava a limitar seus relacionamentos familiares e sociais. A mulher não chama Jesus, não fala; mas se aproxima por trás, e ousa tocar a franja de seu manto. Ela tem uma ideia muito clara: “Se eu conseguir ao menos tocar em seu manto, ficarei curada desse sofrimento que me atormenta”.

Mas então Jesus se volta, olha para ela e a tranquiliza: sua fé lhe alcançou a salvação. Não somente a saúde física, mas o encontro com o amor de Deus, através do olhar de Jesus.

“Coragem, filha! Tua fé te salvou.”

Esse episódio do Evangelho de Mateus abre também para nós uma perspectiva inesperada: Deus está sempre a caminho, vindo ao nosso encontro, mas espera também a nossa iniciativa, para não perdermos o encontro marcado com Ele; o nosso percurso de fé, embora acidentado e marcado por erros, fragilidades e decepções, tem um grande valor. Ele é o Senhor da verdadeira Vida e quer fazê-la transbordar sobre todos nós, seus filhos e filhas, nos quais vê a riqueza de uma dignidade que nenhuma circunstância pode eliminar. Por essa razão, Jesus diz hoje também a nós:

“Coragem, filha! Tua fé te salvou.”

Para vivermos essa Palavra, pode ser-nos útil o que Chiara Lubich escreveu, meditando justamente esse trecho do Evangelho: Pela fé o homem mostra claramente que não conta consigo mesmo, mas que se abandona a Alguém mais forte do que ele. [...] Jesus chama a mulher curada de “filha”, para lhe revelar aquilo que Ele realmente deseja lhe dar: não apenas um dom para seu corpo, mas a vida divina, que pode renová-la inteiramente. De fato, Jesus realiza os milagres para fazer que seja acolhida a salvação que Ele traz, o perdão, esse dom do Pai que é Ele mesmo e que, ao ser comunicado ao homem, o transforma. [...] Como, então, podemos viver essa Palavra? Manifestando a Deus, nas graves necessidades, toda a nossa confiança. Essa atitude certamente não nos exime das nossas responsabilidades, não nos dispensa de fazer toda a nossa parte. [...] Mas a nossa fé pode ser posta à prova. Vemos isso justamente nessa mulher sofredora, que sabe superar o obstáculo da multidão que se interpõe entre ela e o Mestre; [...] Portanto, devemos ter fé, mas uma fé que não titubeia diante da provação. E ainda, devemos mostrar a Jesus que compreendemos o imenso dom que Ele nos trouxe, o dom da vida divina. E devemos ser-lhe gratos. E corresponder a esse dom.

“Coragem, filha! Tua fé te salvou.”

Esta certeza também nos permite levar salvação, “tocando” com ternura aqueles que, por sua vez, estão no sofrimento, na necessidade, na escuridão, desnorteados.

Foi o que aconteceu com uma mãe de família na Venezuela, que encontrou a coragem de perdoar: Procurando desesperadamente por ajuda, participei de uma reunião sobre o Evangelho, onde foram comentadas as frases de Jesus: “Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus”2, “Amai os vossos inimigos”3. Como poderia eu perdoar a quem matou meu filho? Mas, a essa altura, uma semente já tinha entrado em mim, e por fim prevaleceu a decisão de perdoar. Agora eu posso realmente me chamar “filha de Deus”. Recentemente fui chamada para uma acareação com o assassino de meu filho, que havia sido preso. Foi muito difícil, mas a graça interveio. Em meu coração não havia ódio nem rancor, mas apenas uma grande pena e a intenção de confiá-lo à misericórdia de Deus.

*Letizia Magri

1) LUBICH, Chiara. Uma fé a toda prova, Palavra de Vida, julho de 1997

2) Cf. Mt 5,9

3) Cf. Lc 6,35

Fonte: https://www.cidadenova.org.b

De onde veio a Bíblia?

© Antoine Mekary / ALETEIA
Por Philip Kosloski

Não, ela não caiu pronta do céu!

O cristianismo sem a Bíblia parece inimaginável, mas o fato é que, durante os primeiros 300 anos da Igreja, a Bíblia como compilação única de todos os textos sagrados para o cristianismo não existia.

A Bíblia como a conhecemos hoje foi sendo composta num longo processo. Os líderes da Igreja primitiva estudaram numerosos manuscritos e discerniram o seu conteúdo sob a condução do Espírito Santo. O processo de estabelecimento do cânone foi diferente para o Antigo e o Novo Testamento.

A formação do Antigo Testamento

O Antigo Testamento é basicamente uma antiga compilação das Sagradas Escrituras judaicas. Esses textos sagrados, que se desenvolveram ao longo do tempo, eram passados oralmente de geração em geração até finalmente serem escritos.

Cerca de 200 anos antes do nascimento de Jesus, uma tradução grega dos textos hebraicos se tornou amplamente aceita como tradução legítima e até mesmo inspirada.

A tradição conta que o rei egípcio Ptolomeu II convidou anciãos judeus de Jerusalém para prepararem a tradução grega. Setenta e dois anciãos, seis de cada uma das 12 tribos, chegaram ao Egito para atender à ordem.

Segundo outro relato, os tradutores foram todos colocados em salas separadas e tiveram que providenciar sua própria versão dos originais.

Quando foi concluída a tarefa, os tradutores compararam os textos e descobriram que cada um era milagrosamente idêntico aos demais.

O resultado foi a “Septuaginta” ou “Bíblia dos 70”, especialmente popular entre os judeus de língua grega. A Septuaginta se tornou uma fonte primária para os evangelistas e para grande parte dos primeiros cristãos.

Ao formular o cânon oficial da Sagrada Escritura, a Igreja discerniu levando em conta a Septuaginta.

O cânon católico do Antigo Testamento incluiu alguns textos como os Livros de Judite, Tobias, Sabedoria e o Eclesiástico ou Sirácida, que não eram considerados parte das Escrituras judaicas, embora fossem respeitados e lidos pelos judeus.

A formação do Novo Testamento

Inspirados pelo Espírito Santo, vários escritores foram escrevendo, nos anos que se seguiram à morte de Jesus, as muitas histórias que circulavam sobre o Messias.

Esses escritores eram ou apóstolos ou amigos de apóstolos que tinham conhecido Jesus muito bem.

Eles testemunharam os eventos ou entrevistaram pessoas que os tinham testemunhado, procurando preservar a vida autêntica de Jesus Cristo e os Seus muitos ensinamentos.

Ao longo do tempo, as cópias desses escritos foram se espalhando e várias comunidades cristãs as reuniram para serem lidas durante a celebração dominical da Missa.

As cópias das cartas de São Paulo também eram divulgadas e reconhecidas como inspiradas pelo Espírito Santo.

Na época de Santo Irineu, no final do século II, menciona-se o Evangelho “quadriforme”, em referência aos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Durante o século IV, tornou-se maior a necessidade de codificar oficialmente a Bíblia. Alguns historiadores acreditam que parte da motivação para definir o cânone oficial veio do imperador Constantino, que encomendou do bispo de Constantinopla 50 cópias das Sagradas Escrituras.

A aprovação dos livros a serem incluídos começou com o Concílio de Laodiceia, em 363, continuou quando o Papa Dâmaso I confiou a São Jerônimo a tradução das Escrituras ao latim, em 382, e ficou definitivamente estabelecida durante os Sínodos de Hipona (393) e Cartago (397).

O objetivo era descartar todas as obras errôneas que circulavam na época e instruir as igrejas locais sobre os livros que podiam ser lidos na Missa.

A Igreja sempre acreditou que esse longo processo foi guiado pelo Espírito Santo.

O Catecismo explica que a Santa Mãe Igreja, confiando na fé da era apostólica, aceita como sagrados e canônicos os livros do Antigo e do Novo Testamento, inteiros e completos, com todas as suas partes, considerando que, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm a Deus como seu autor e foram por Ele entregues à Igreja como tais.

O Cânon das Escrituras

Diz o Catecismo da Igreja no n. 120:

Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deviam ser contados na lista dos livros sagrados (97). Esta lista integral é chamada «Cânon» das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se se contar Jeremias e as Lamentações como um só) escritos, e, para o Novo, 27 (98):

Para o Antigo Testamento: Génesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crónicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Job, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coelet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o livro de Ben-Sirá (ou Eclesiástico), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Nahum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;

Para o Novo Testamento: Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; os Actos dos Apóstolos; as epístolas de São Paulo: aos Romanos, primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, primeira e segunda aos Tessalonicenses, primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filémon: a Epístola aos Hebreus; a Epístola de Tiago, a primeira e segunda de Pedro, as três epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse.

Fonte: Aleteia 

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS" (Parte 7/10)

Papa Pio XII | Derradeiras Graças

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS"

DE SUA SANTIDADE

O PAPA PIO XII

 

SOBRE  OPINIÕES FALSAS QUE
 AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

 

A nossos veneráveis irmãos
os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos
 e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica.


4 . Erros subseqüentes

 

25. E não há que admirar terem essas novidades produzido frutos venenosos em quase todos os capítulos da teologia. Põe-se em dúvida que a razão humana, sem o auxílio da divina revelação e da graça divina, possa demonstrar a existência de Deus pessoal, com argumentos tirados das coisas criadas; nega-se que o mundo tenha tido princípio e afirma-se que a criação do mundo é necessária, pois procede da necessária liberalidade do amor divino; nega-se também a Deus a presciência eterna e infalível das ações livres dos homens; opiniões de todo contrárias às declarações do concílio Vaticano.(4)

 

26. Alguns também põem em discussão se os anjos são pessoas; e se a matéria difere essencialmente do espírito. Outros desvirtuam o conceito de gratuidade da ordem sobrenatural, sustentando que Deus não pode criar seres inteligentes sem ordená-los e chamá-los à visão beatífica. E não só isso, mas, ainda, passando por cima das definições do concílio de Trento, destrói-se o conceito de pecado original juntamente com o de pecado em geral, como ofensa a Deus, e também o da satisfação que Cristo ofereceu por nós. Nem faltam os que defendem que a doutrina da transubstanciação, baseada como está num conceito filosófico já antiquado de substância, deve ser corrigida; de maneira que a presença real de Cristo na santíssima eucaristia se reduza a um simbolismo, no qual as espécies consagradas não são mais do que sinais externos da presença espiritual de Cristo e de sua união íntima com os féis, membros seus no corpo místico.

 

27. Alguns não se consideram obrigados a abraçar a doutrina que há poucos anos expusemos numa encíclica e que está fundamentada nas fontes da revelação, segundo a qual o corpo místico de Cristo e a Igreja católica romana são uma mesma coisa.(5) Outros reduzem a uma fórmula vã a necessidade de pertencer à Igreja verdadeira para conseguir a salvação eterna. E outros, malmente, não admitem o caráter racional da credibilidade da fé cristã.

 

28. Sabemos que esses e outros erros semelhantes serpenteiam entre alguns filhos nossos, desviados pelo zelo imprudente ou pela falsa ciência; e nos vemos obrigado a repetir-lhes, com tristeza, verdades conhecidíssimas e erros manifestos, e a indicar-lhes, não sem ansiedade, os perigos de erro a que se expõem.


PIO PP. XII


Notas

4. Cf. Conc.Vat. I, Const. Dei Filius de fide cath., c. l, "De Deo rerum omnium creatore".

5. Cf. Carta. Enc. Mystici Corporis Christi, AAS 35(1943), p.193ss.


Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/

Catedral de Burgos completa 800 anos

Celebração pelos 800 anos da Catedral de Burgos.
Crédito: Arquiburgos.es

BURGOS, 21 jul. 21 / 03:26 pm (ACI).- O bispo Maurício (1213-1228) abençoou, em 20 de julho de 1221, a primeira pedra da construção de “um imponente edifício de fé” que permanece firme após oito séculos. Foi assim que dom Mario Iceta, arcebispo de Burgos, referiu-se à Santa Igreja Catedral na festa da sua Dedicação.

Construída segundo os parâmetros da arquitetura gótica daquele tempo, a catedral de Burgos é “uma morada do amor e da misericórdia”, um paradigma “cultural, econômico, social e de promoção de primeira ordem”, graças a pessoas e instituições que, há 800 anos, “cuidam dela e a mimam com carinho”.

O arcebispo enfatizou que o sentido último e teológico da catedral está representado no átrio de Santa Maria, que canta as excelências da Mãe de Deus: “Pulchra est et Decora” (“É pura e bela”). O rei Fernando III, o Santo, que impulsou a construção da catedral, confiou-se a Nossa Senhora com aquelas palavras. Agora, o atual arcebispo voltou a dirigir-se à Maria da mesma forma, para pedir o fim da pandemia.

Um concerto de sinos de toda a cidade de Burgos precedeu a missa celebrada na catedral, que começou depois de uma procissão de cruzes e pendões de todos os arciprestados, sem a presença do público, devido às restrições sanitárias que entraram em vigor no mesmo dia. A procissão percorreu as ruas vizinhas do templo até entrar pela Porta Santa, aberta para celebrar o Ano Jubilar. A arquidiocese também foi representada com terra proveniente de vários lugares da província de Burgos.

Representantes de todas as pastorais diocesanas, autoridades civis, militares e acadêmicas estiveram presentes na missa, além do cardeal arcebispo de Valladolid, Ricardo Blázquez, o porta-voz da Conferência Episcopal, Luis Argüello, o arcebispo de Pamplona, Francisco Pérez, o bispo de Santander, Manuel Sánchez, o de Astorga, Jesús Fernández, e os eméritos de Burgos, Fidel Herráez, e de Jaén, Ramón del Hoyo, bem como os abades de Silos e San Pedro de Cardeña. Entre eles estava também o bispo eleito de Mondoñedo-Ferrol, Fernando García Cadiñanos, a quem o arcebispo presenteou com suas próximas insígnias episcopais.

O canto litúrgico da missa foi dirigido pela Orquestra Sinfônica de Burgos e pelo coral Orfeón Burgalés. Depois da missa, foram feitas homenagens da sociedade burgalesa à catedral, com as danças dos Gigantillos e Gigantones, o valete castelhano e o hino da cidade.

Na sequência, os monges beneditinos de São Domingos de Silos cantaram as vésperas na catedral, que recebeu uma iluminação especial. A jornada terminou com o concerto da orquestra da RTVE, fogos de artifício e o concerto da artista Rozalén, no Coliseum de Burgos.

No dia seguinte, se apresentaram os Meninos Cantores de Viena. Uma torta gigante, com 800 velas, foi também instalada.

Há quatro anos, a fundação VIII Centenário da Catedral de Burgos 2021 deu início à organização dos atos comemorativos de tão singular aniversário, que ainda se prolongarão por mais um ano.

Fonte: ACI Digital

Angola. CPLP realiza cimeira em Luanda no dia em que celebra 25 anos de existência

CPLP - Emblema da CPLP,
Comunidade de Países de Língua Portuguesa

Desde sábado (17 de julho) que Angola preside, de forma rotativa, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), numa altura em que a Organização comemora 25 anos de existência. Um dos desafios da presidência, confirmam fontes locais, é a efetivação da mobilidade entre os países membros.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

Em plena pandemia da Covid-19, Angola assumiu a presidência rotativa da CPLP com o desejo de ver destacado o pilar económico e dar continuidade aos esforços conjuntos para tornar realidade a livre circulação de cidadãos e de bens na Comunidade.

“Somos uma força política e cultural a considerar, podemos ser também uma força económica relevante se trabalharmos para isso. No âmbito da busca de mecanismos de financiamento, deixamos aqui o desafio de se começar a pensar na pertinência e viabilidade, ainda que remota, da criação de um Banco de Investimentos da CPLP”, afirmou João Lourenço no discurso de encerramento da cimeira da comunidade lusófona.

O Presidente angolano ao falar sobre o acordo da mobilidade assinado nesta cimeira disse ser “decisiva para uma maior aproximação entre os nossos povos, para a cooperação económica, para o enriquecimento da língua portuguesa e para um maior intercâmbio cultural e turístico.  Isso permitirá que milhões de cidadãos dos nossos Países beneficiem de forma concreta dos ganhos e vantagens da pertença a uma Comunidade que se expande por Países de quatro Continentes, com formas próprias de vida e de expressão cultural e artística”, considerou.

Para António Costa, primeiro-ministro português presente na cimeira, o acordo de mobilidade vai proporcionar de uma vez por todas, criar um verdadeiro pilar de cidadania no quadro da CPLP, permitindo facilitar a circulação entre todos os Estados-membros, assim como o reconhecimento das formações académicas entre outras facilidades.

E o novo Secretário Executivo da CPLP, o timorense Zacarias Albano da Costa, disse que o seu mandato de dois anos será, o de assegurar que toda a atuação da Comunidade seja guiada pelo objetivo de criar impactos positivos, concretos e duradouros na vida dos cidadãos da CPLP.

A CPLP realizou a sua Cimeira, em Luanda no dia em que celebrou 25 anos de existência, e elegeu por dois anos o Chefe de Estado angolano João Lourenço como presidente da organização.  

Fonte: Vatican News

DOM PERUZZO FALA DA IMPORTÂNCIA DAS PARÓQUIAS TEREM PROGRAMAS EFETIVOS DE CUIDADO COM OS IDOSOS

CNBB

O arcebispo de Curitiba (PR), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo referencial da Pastoral da Pessoa Idosa concedeu, na segunda-feira, 19 de julho, uma entrevista à rádio da diocese de São Carlos sobre o 1º Dia Mundial dos Avós e dos idosos, convocado pelo Papa Francisco para o próximo domingo 25 de julho de 2021.

Na oportunidade, o arcebispo recomendou fazer visitas aos avós e às pessoas idosas sozinhas da comunidade, e nos lugares onde não seja possível efetuar uma visita presencialmente, a sugestão é fazer o contato por meio do telefone ou das redes sociais. De acordo com ele, a visita pode ser uma ocasião para oferecer um presente e dar aos idosos a possibilidade, principalmente aos que não saem de casa há muito tempo, de aproximar-se do sacramento da Reconciliação e da Eucaristia.

Dom Peruzzo lembrou que, há algum tempo, a Igreja vem fazendo reflexões pastorais sobre o mundo dos idosos. Mas ele reforça que o Papa Francisco tem dado um acento por que a questão dos idosos no mundo também se acentuado. “Este dia não é apenas para que os idosos sejam acariciados, mas para que os cristãos-católicos se reconheçam convidados e instigados a voltar a sua atenção para esta grande multidão que, de maneira particular neste tempo de pandemia, estão sofrendo muito mais que os outros”, disse.

Para ele, é muito significativo que o Papa tenha escolhido como lema do 1º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos a última frase do Evangelho de Mateus: “Eu estou contigo todos os dias”.  Dom Peruzzo defende que a sensibilidade e as experiências dos idosos podem enriquecer o modo da Igreja se compreender. O Papa enfatiza que na área da educação da fé e dos sonhos os avós têm uma grande força renovadora.

Os idosos têm o papel de conservar o sonho e perceber que seus sonhos de juventude não se concretizaram no presente como o sonho por justiça. “Nossos avós viram mais injustiças e mais dores e também contemplaram mais vivências de espiritualidade e solidariedade. Com os avós aprendemos que com as experiências de dor podemos sair fortalecidos a partir da intimidade com Deus”, disse.

Ações pastorais e indulgência plenária

O bispo referencial da Pastoral da Pessoa Idosa afirmou que seria excelente que em cada paróquia houvesse programas de aproximação com os idosos. O prelado sugeriu a organização de celebrações próprias para os idosos, inclusive envolvendo-os na organização da liturgia. Outra sugestão apresentada é organizar os jovens para visitar as pessoas na terceira idade que não conseguem se deslocar até as comunidades.

“Os nossos idosos não precisam só de cuidados ligados à alimentação e à saúde precisam também de afeto. Os afetos das pessoas que não podem se comunicar e ir são sempre os afetos mais puros. E isto rejuvenesce aqueles que ainda não são idosos porque a gratuidade renova os corações humanos”, disse.

Os idosos que participarem das missas celebradas em razão desse Dia Mundial ou àqueles que tomarem parte dela, pelo rádio ou pela internet, e a todos os que realizarem uma obra de misericórdia ao visitar uma pessoa idosa sozinha, será concedido a Indulgência Plenária.

Confira a programação da 1ª Jornada dos Avós e dos Idosos:

CNBB
Fonte: CNBB

Santa Maria Madalena

Crédito: Catedral São João Batista / Rio do Sul (SC)
22 de julho
SANTA MARIA MADALENA
Por Aloísio Parreiras

Nos últimos séculos, muitas inverdades foram ditas sobre Maria Madalena. Em livros que se transformaram em best-sellers, inúmeras sandices foram divulgadas sem nenhum critério. Em função disso, é importante que saibamos quem foi, de fato, Maria Madalena, a mulher que São Tomás de Aquino chamou de “apóstola dos apóstolos”, porque foi ela quem anunciou aos Apóstolos, atemorizados e trancados no cenáculo, a feliz ressurreição de Jesus Cristo.

Para evidenciar a real importância de Maria Madalena na história da Igreja, no ano de 2016, na vigência do Ano Santo da Misericórdia, o Papa Francisco, por meio da Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos, publicou um decreto com o qual definiu que a celebração de Santa Maria Madalena, que até aquele dia era Memória obrigatória, seria elevada no Calendário romano geral à categoria de Festa. O Papa justificou essa mudança afirmando: “A decisão inscreve-se no atual contexto eclesial, que exorta a refletir mais profundamente sobre a dignidade da mulher, a nova evangelização e a grandeza do mistério da misericórdia divina”.

Maria Madalena era originária de Magdala, pequena cidade da Galileia, e é seguramente uma das mulheres discípulas de maior destaque nos Evangelhos. O Evangelho, em nenhum momento, afirma que ela fosse uma prostituta ou que levasse uma vida leviana, e não existe nenhum fundamento bíblico para considerá-la como a prostituta arrependida que pediu perdão a Cristo pelos seus pecados.

O que Lucas nos diz em seu Evangelho é que Cristo “andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios”. (Lc 8, 1-2). Libertada do poder do maligno, Maria Madalena passou a integrar o grupo das santas mulheres que acompanharam Cristo no desenvolvimento de Sua missão.

Desde aquele primeiro encontro com o Cristo, “Madalena seguiu até ao Calvário Aquele que a curara. Esteve presente na crucifixão, morte e sepultura de Jesus. Juntamente com Maria Santíssima e o discípulo amado, acolheu o Seu último suspiro e o silencioso testemunho do lado trespassado: compreendeu que, naquela morte, naquele sacrifício, estava a sua salvação. E o Ressuscitado quis mostrar o Seu corpo glorioso antes de tudo a ela, que chorou intensamente a Sua morte”. (Papa João Paulo II, “Celebração Eucarística com os sacerdotes da Diocese de Aosta em julho de 2000”).

Após permitir que sua vida fosse transformada pela graça de Cristo, Santa Maria Madalena viveu uma vida de penitente e se tornou uma corajosa discípula missionária do Senhor. Sua fidelidade ao Cristo levou-O a afirmar: “Em verdade vos digo: em toda parte onde for pregado este Evangelho pelo mundo inteiro, será contado em sua memória o que ela fez”. (Mt 26, 13). Desse modo, Cristo deixa claro que Maria Madalena é um exemplo e modelo para todas as mulheres na Igreja.

Uma das lições que devemos aprender com Santa Maria Madalena é que devemos testemunhar, sem medo, o nosso encontro com o Cristo vivo e ressuscitado, pois ela foi uma das primeiras a ver o nosso Redentor ressuscitado. Com ela, devemos aprender a professar: “Vi o Senhor!” (Jo 20, 18). Em sua humildade, Maria Madalena nos ensina que devemos chorar profundas lágrimas de arrependimento todas as vezes que perdemos o contato com nosso Senhor. Ela também nos ensina que as raízes da nossa vocação missionária se solidificam na nossa experiência pessoal do encontro com nosso Redentor.

No Domingo da ressurreição, Maria Madalena, ainda de madrugada, foi a primeira a ver que o sepulcro do Senhor estava vazio. Sem perder tempo, ela foi correndo procurar os Apóstolos e disse a eles: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O colocaram”. (Jo 20,2). Maria Madalena retornou ao sepulcro e ficou do lado de fora do túmulo, chorando e afirmando: “Minha alma desfalece!” (Ct 5,6). Ou ainda: “Estou ferida de amor!” (Ct 5,8).

Chama a nossa atenção “a intensidade do amor que ardia no coração daquela mulher, que não se afastou do sepulcro do Senhor mesmo quando os discípulos se retiraram. Procurava Aquele a quem não tinha encontrado, procurava-O chorando e, inflamada pelo fogo do seu amor, ardia em desejos de encontrar Aquele que julgava terem tirado dali. E assim aconteceu que foi a única que o viu naquele momento; porque, na verdade, o que dá força às obras é a perseverança nelas”. (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos).

Após o encontro com o Cristo ressuscitado, Maria Madalena assumiu-se como uma autêntica e entusiástica testemunha da ressurreição do Senhor. Com júbilo e renovada alegria, ela saiu em disparada, anunciando em Jerusalém e nos arredores que Cristo venceu a morte e, n’Ele, o homem é chamado de modo admirável e real a participar da vida sobrenatural da graça.

Santa Maria Madalena nos convida a atravessar a triste noite sem Cristo e a ratificar a alegria pascal, que é consequência da comunhão com o Cristo. A ela, hoje, dirigimos um hino, dizendo: “Ó estrela feliz de Magdala, para ti nosso culto e louvor, Jesus Cristo te uniu a Si mesmo por estreita aliança de amor… Testemunha primeira, tu foste anunciar que Jesus ressurgiu. Guia o povo na Páscoa nascido, nos caminhos que Cristo seguiu!” Santa Maria Madalena, rogai por nós e ensinai-nos a permanecer juntos ao Cristo, testemunhando os sinais da divina misericórdia em nossas vidas!

Fonte: Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 21 de julho de 2021

A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL É FILHA DA IGREJA

Apologistas da Fé Católica

A Igreja deu início à cultura ocidental, foi a partir das ruínas do Império Romano, e chegou aos povos como a portadora de uma civilização superior. O direito civil centrado na autoridade de Roma, a filosofia grega e a Tradição judaica: “O colapso da organização política do Império Romano deixara um grande vácuo que nenhum rei bárbaro ou general poderia preencher. Foi preenchido, contudo, pela Igreja, que assumiu a função de tutora e legisladora dos novos povos. Os padres latinos – Ambrósio, Agostinho, Leão e Gregório – foram, concretamente, os pais fundadores da cultura do Ocidente, na medida em que, por meio do árduo trabalho desses homens, os distintos povos do Ocidente puderam ser incorporados à comunidade espiritual da cristandade, adquirindo, dessa forma, uma cultura comum. Acima de tudo, foi esse empenho evangelizador que distinguiu o desenvolvimento do Ocidente do de outras civilizações da história.

Os Padres ensinaram os nórdicos a ler e escrever, e foram eles os responsáveis por guardar todas as tradições desses povos: “Os povos do norte não possuíam conhecimento da escrita, desconheciam a vida urbana e não dominavam a arte da cantaria. Resumindo, eram “bárbaros”. Foi somente por meio do cristianismo e dos elementos que vieram de uma cultura superior, transmitidos pela ação da Igreja, que a Europa ocidental adquiriu sua unidade e forma.”

Seguindo com uma observação do Padre Rivaux:

“A história da Igreja, não pôde deixar de dizer Aimé Martin, é uma história à parte, uma história moral lançada através da história material dos povos e destinada a espiritualizá-la. No meio de todas as coisas que passam, de todas as crenças que morrem, de todos os deuses que desaparecem, admiramo-nos de encontrar uma sociedade que nunca morre, uma religião que se engrandece. É que a Igreja não nasceu da ignorância dos povos ou da ambição dos homens, como as outras religiões, mas das luzes do céu e das necessidades da humanidade.” Dos fatos e testemunhos precedentes, resulta claramente que a soberania temporal da Santa Sé se funda nos títulos mais justos e mais honrosos, isto é, no voto legítimo dos povos abandonados por seus antigos senhores, na justa conquista dos franceses e nos serviços inapreciáveis que os sumos pontífices prestaram à Itália durante mais de dois séculos e nas circunstâncias mais difíceis. Por isso esta transformação se operou sem intrigas sem violências, sem lutas sangrentas, sem ter custado uma lágrima à humanidade. Não se acha talvez na história soberania alguma cuja origem seja tão legítima e tão respeitável!

Trecho retirado da obra tratado de História eclesiástica, padre Rivaux

A obra do Históriador Christopher Dawson recebeu uma análise do prior da ordem Beneditina, Rembert G. Weakland,Arcebispo de Milwauke:
“Pesquisas recentes indicam que a religião ainda é uma força vital na cultura ocidental, embora de uma forma totalmente diferente do que ocorria nos períodos que Dawson analisa. Hoje em dia há uma enorme fragmentação no campo da cultura e a religião que se tornou um campo de batalha, dividido em compreensões diversas sobre a pessoa humana, Deus, o mundo e como eles se relacionam. Contudo, mesmo por baixo dessas diferenças, pode-se encontrar uma realidade humana comum, que revela uma sede espiritual que não pode ser eliminada da sociedade. Essas forças estão ressurgindo em países onde, por muitas gerações, poderosas forças contrárias tentaram suprimi-las. São indicações de que uma cultura totalmente secularizada não consegue se impor sobre nós; pelo contrário, uma nova forma de cultura religiosa parece estar se desenvolvendo.” (Rembert G. Weakland, O.S.B. (Prior da Ordem Beneditina Arcebispo de Milwaukee,12 de maio de 1991)

Os inimigos de Deus têm percebido que não existirá uma nova cultura sem uma Religião, Dawson e muitos outros nos indicaram que nossa cultura é viva por causa das nossas raízes cristãs: “A cultura do Ocidente é a atmosfera mental e emocional que há muito respiramos. Trata-se do ambiente que determina nosso modo de vida, assim como determinou o modo de vida de nossos antepassados. Portanto, não a conhecemos por meros meios documentais e arqueológicos, mas por causa de nossas próprias experiências.”

Por isso os inimigos de Deus têm percebido que é necessário desacreditar a Igreja: “Enquanto isso, fora do mundo acadêmico, novas forças sociais estão em operação, usando a história, ou uma versão particular da história, para alcançar fins político-sociais como meio para alterar a vida e as ações humanas. O surgimento dessas novas ideologias políticas e teorias ideológicas da história mostrou que o desenvolvi mento das especialidades científicas não abrandou, de forma alguma, a necessidade humana por uma fé histórica.”

Neste comentário fica bem definida tarefa e poder da civilização cristã ocidental: “No sentido moderno da expressão, uma ideologia é algo muito diferente da fé, embora se destine a cumprir as mesmas funções sociológicas. A primeira constitui-se como produto inteiramente humano, um instrumento por meio do qual a vontade política tenta moldar a tradição social para que dela possa se servir. Todavia, a fé aponta para além do mundo dos homens e de suas obras. Ela introduz a humanidade num campo de realidade muito mais alto e universal, em comparação ao mundo finito e temporal ao qual o Estado e a ordem econômica pertencem. Logo, a fé introduz na vida humana um elemento de liberdade espiritual que pode exercer uma imensa influência transformadora e criativa sobre a cultura social dos homens, durante sua trajetória histórica; assim como exerce influências igualmente transformadoras sobre a vida pessoal de cada um.”

Continua Dawson: “No Ocidente, o poder espiritual não foi imobilizado e cristalizado em uma ordem social sagrada, como ocorreu no Estado confuciano, na China, e no sistema de castas da Índia. Aqui, ele adquiriu liberdade e autonomia social e, consequentemente, sua atividade não ficou confinada à esfera religiosa e seus efeitos se disseminaram sobre todos os aspectos da vida social e intelectual.

“Esses efeitos secundários não ostentam necessariamente um valor religioso ou moral do ponto de vista cristão – mas eles não deixam
de ser secundários e dependem dessa força espiritual que os criou, sem
a qual eles seriam completamente diferentes ou nem sequer existiriam. “Isso é verdade para a cultura humanista apesar de todo o seu secularismo e naturalismo, tão característicos dela. Porém, quanto mais se estuda as origens do humanismo, mais se é obrigado a reconhecer a existência de um elemento que não é apenas espiritual, mas definitivamente cristão.

“As outras grandes culturas do mundo realizaram suas próprias sínteses entre religião e vida social, mantendo suas ordens sagradas imutáveis por séculos ou milênios. Mas a civilização ocidental foi esse grande fermento de mudança no mundo, justamente porque mudar o mundo tornou-se parte integral de seu ideal cultural. Séculos antes das grandes realizações da ciência e da tecnologia modernas, o homem ocidental já concebera a ideia de instauratio magna das ciências, que abriria novas formas de compreensão e alteraria os destinos da raça humana. Tampouco isso foi resultado da visão única de um gênio solitário. Hoje, sabemos que Francis Bacon, em seu pensamento, estava muito mais próximo da Idade Média que Macaulay e sua geração nos fizeram acreditar. De fato, em alguns aspectos, o pensamento de Francis Bacon se aproxima mais do universo mental de seu “xará”, Roger Bacon, do que do universo de Galileu. Foi Roger Bacon, afinal de contas, quem primeiro concebeu a ideia de uma síntese total entre o conhecimento científico e filosófico, um projeto destinado a alargar os laços da vida humana e dar à civilização cristã o poder de unir o mundo.”

“Uma vez apenas, na história da Europa ocidental, realmente observamos uma tentativa de criar uma unidade totalizadora da ordem sagrada, comparável ao modelo da cultura bizantina ou aos modelos orientais. Trata-se do Império Carolíngio, concebido como a sociedade de todos os povos cristãos sob o controle de uma monarquia teocrática que tentou regular cada detalhe da vida e do pensamento, abarcando inclusive os métodos dos cantos eclesiásticos e das regras monásticas por meio de decretos legislativos e inspeções governamentais. Mas esse foi um episódio breve e fracassado, que se destacou como grande contraste em relação ao curso principal do desenvolvimento do Ocidente. Mesmo assim, suas realizações culturais dependeram largamente das contribuições de elementos independentes que vieram de fora do império, como Alcuíno, da Inglaterra, João Escoto, da Irlanda, e Teodolfo da Espanha.”

Aqui nessa citação pode-se verificar que à ideia de uma Igreja que forçava um governo teocrático é totalmente desmentida: “Fora esse único caso excepcional, nunca houve nenhuma organização unitária da cultura do Ocidente, exceto, obviamente, a própria Igreja cristã, que forneceu um princípio eficiente de unidade social. E, mesmo durante a Idade Média, essa unidade religiosa imposta pela Igreja nunca se estruturou como uma verdadeira teocracia, semelhante aos modelos orientais, uma vez que envolvia um dualismo entre os poderes espiritual e temporal, o que acabou produzindo uma vital tensão interna nas sociedades do Ocidente, tornando-se o campo fértil para os movimentos de autocrítica e de mudança. Não obstante, por toda a história da Europa ocidental, até o século XIX, a ausência de uma organização unitária e de uma única fonte capaz de controlar toda cultura nunca pôs em risco a continuidade espiritual da tradição do Ocidente.”

“O surgimento da nova cultura europeia ocidental ficou condicionado a esse profundo dualismo entre duas culturas, duas tradições sociais e dois mundos espirituais – a sociedade guerreira dos reinos bárbaros com seus cultos heroicos e sua agressividade bélica em contraste
com a sociedade pacífica da Igreja cristã, com seus ideais de ascetismo e renúncia e sua vida teológica. Tampouco sua importância está confinada (à Idade das Trevas), [termo criado na renascença como forma de desmerecer mil anos de história] – de 500 a 1000 d.C. Em certo grau, esse traço permaneceu característico da cultura medieval como um todo e seus efeitos ainda são discerníveis sobre a história da Europa ocidental. De fato, acredito que ele tem de ser considerado como a principal fonte motora desse elemento dinâmico cuja importância foi tão decisiva para a cultura do Ocidente.”

Esse processo criativo de assimilação cultural que encontra expressão consciente na tradição literária também esteve em operação na profundidade da consciência individual e na formação e consolidação das novas instituições. Podemos vê-lo na vida dos santos, nas leis dos reis, nas cartas dos missionários e dos eruditos e nas canções dos poetas. Sem dúvida, toda evidência que possuímos derrama apenas uma pálida e incerta luz sobre essas realidades vitais do processo social medieval. No entanto, nosso conhecimento sobre as origens da cultura do Ocidente é muito mais autêntico e detalhado que qualquer outro conhecimento que possuímos sobre as origens das outras grandes culturas da Antiguidade clássica e do Oriente.

“Os historiadores e filósofos cujas mentes foram formadas pelo iluminismo liberal do século XVIII tinham pouco interesse e não sentiam nenhuma afeição pelo período medieval – para eles, uma época na qual a escuridão das culturas bárbaras teriam se tornado ainda mais negras devido às superstições religiosas e ao ascetismo monástico.”

“Por outro lado, durante o século XIX, uma época em que as tendências nacionalistas encontraram no campo da história, mais que em qualquer outro lugar, um terreno fértil para seus propósitos, vemos um movimento contrário em direção a uma idealização um tanto ingênua e perigosa das culturas dos povos bárbaros teutônicos e eslavônicos, em detrimento da unidade cultural do Ocidente, que foi ignorada ou depreciada pelos movimentos nacionalistas”.

Somos filhos da Igreja, existe uma diferença entre uma sociedade que se desenvolveu sob a influência decisiva do Cristianismo, comparada àquelas com predominância do Islã, e outras religiões, onde à vida humana e os valores morais não têm um valor em si. Nunca seremos herdeiros de revolução, seja ela Protestante ou iluminista; o humanismo não tem identidade com o Cristianismo! O único humanismo que observamos é amar o próximo como a nós mesmos. Este é o motivo de toda a cultura, todo o Ocidente terem se constituídos com a raiz cristã: Nada pôde e nem poderá superar o Cristianismo. Por isso somos odiados.

Fonte: Apologistas da Fé Católica

VELHICE

ArqRio

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

A partir de janeiro de 2022, a velhice será tratada como doença, pela Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Esta decisão, marcada por subjetivismo, é fator de discriminação de pessoas pela idade, com impacto sobre as políticas públicas.

Há de se considerar possíveis interesses de grupos econômicos, da indústria do antienvelhecimento, dos operadores de planos de saúde e do próprio mercado de trabalho.  Pode-se imaginar que não faltará quem se valerá de semelhante decisão para prescrever medicamentos, intervenções e supostos tratamentos com o pretexto de deter o avanço do envelhecimento.

O envelhecimento da pessoa acontece a cada dia, oportunizando proceder diferente e fazer a diferença, na medida em que vai integrando as mudanças fisiológicas que o tempo impõe ao próprio corpo. O envelhecer é parte integrante da existência humana.

“Nascer é uma possibilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio” (M. Quintana). A velhice é um tempo singular, vivido de modo singular. Os idosos “são o exemplo de conexão entre as gerações, uma riqueza para o bem-estar da família e de toda a sociedade (…). Eles constituem uma importante escola de vida, capaz de transmitir valores e tradições e favorecer o crescimento dos mais jovens, os quais desse modo aprendem a buscar não somente o próprio bem, mas também o de outrem” (CDSI, 222).

Na data de 26 de julho, comemora-se o Dia dos Avós, referência à memória de São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus Cristo. A comemoração é oportunidade para responder à intimação da poetisa: “convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo (…). Lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça, digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor” (C. Coralina).

Fonte: CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF