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sábado, 31 de julho de 2021

Como construir uma família baseada no valor e no diálogo?

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com
Por Ângela Abdo

É importante definir o conceito de família a partir de um todo organizado, onde cada parte tem suas características pessoais, mas adquirem uma identidade própria pela convivência. Essa identidade é construída a partir dos valores disseminados durante a criação dos filhos.

Sabemos que alguns membros podem adquirir comportamentos individualistas que acarretam problemas no relacionamento familiar e interpessoal futuro dos seus membros.

A cultura é formada por missão, crenças, valores e princípios. No caso de uma família cristã, a missão dos pais é educar os filhos para buscar a salvação, baseados nas crenças de que a verdadeira pátria do cristão não é neste mundo, mas no céu, com valores e princípios pautados no Evangelho e na Doutrina Católica. Simples e claro, entretanto nem sempre de fácil aplicação.

A família é pautada no diálogo e no exemplo

A cultura contemporânea percorre um caminho inverso, e isso dificulta as famílias a transmitir aquilo que aprenderam e querem repassar. A dificuldade de percepção do impacto das consequências dos valores do mundo nos filhos e a necessidade de transmissão de valores cristãos cria um angústia em muitos pais, e essa angústia os leva à busca de respostas de “como fazer”. Não existe fórmula mágica, mas diálogo e exemplo são ferramentas poderosas para ajudar nessa luta insana, e para quem acredita, a oração é a maior arma contra o mal que assola pais e filhos.

Comecemos pelo exemplo: existe uma dicotomia nos comportamentos dos pais que refletem diretamente no comportamento dos filhos. Muitos pais dizem que os filhos precisam ir à igreja, mas ficam em casa assistindo à televisão, e assim passam um mensagem dúbia para os filhos. Provavelmente, estes pensam: “Se ir à igreja é tão bom, por que eles não vão?”. Ao contrário, quando os pais sempre frequentam a igreja, mesmo que o filho adolescente se recuse, se os pais voltam e têm comportamentos agradáveis, no momento propício os filhos retornam aos valores disseminados. Portanto, discurso e ação precisam estar alinhados.

Transmissão de valores

Considerando a responsabilidade dos pais na formação dos filhos, o diálogo é o caminho para transmissão de valores, porque as percepções diferentes são trabalhadas no processo de educação dos filhos. A absorção desses valores forma a matriz da identidade dos filhos, portanto, quando os pais conseguem que os filhos percebam a realidade no decorrer das experiências da vida, e que, através do diálogo, deem significados corretos e não deturpados com a visão do mundo, a possibilidade de harmonia é muito maior. Os processos com que cada família faz isso é individual, mas deve ser baseado na verdade e no entendimento dos sentimentos dos filhos.

Os aspectos relacionais devem sem baseados no respeito e na empatia, porque não existe diálogo sem cada um se colocar no lugar do outro e respeitar as diferenças de seus membros. Outro fator importante é que o diálogo não pode estar desconectado dos aspectos contextuais; os pais precisam estar conectados com o mundo atual para contrapor com uma linguagem que garanta a contínua interação, porque as mudanças são muitas rápidas e drásticas, e afetam a organização familiar.

Diálogo e exemplo não são dados poucas vezes, mas precisam ser exercitados durante toda a vida para dar frutos, pois mesmo os filhos adultos são impactados pelos processos familiares e relações parenterais leais, humanas e próximas, recheadas de muito amor.

Fonte: https://formacao.cancaonova.com/

De tênis e jeans: o primeiro vitral de Carlo Acutis

Facebook-oratoriodonboscomolfetta
Por Violeta Tejera

A representação de Carlo Acutis em uma igreja italiana nos lembra que a santidade está mais perto do que pensamos.

A igreja de San Giussepe, em Molfetta, na Itália, já exibe o primeiro vitral que representa o beato Carlo Acutis. Em 10 de outubro de 2020, o Papa Francisco beatificou o adolescente de 15 anos.

A imagem, em que o beato aparece de jeans e tênis, esbarra nos tradicionais vitrais a que estamos acostumados e representa que a santidade está mais perto do que pensamos.

O vitral de Carlo Acutis

Um menino de 15 anos de jeans, tênis, blusão vermelho e mochila. Ele sorri e sua expressão mostra alegria e proximidade. É a imagem que encontramos neste vitral da igreja italiana. 

De fato, é impressionante ver tal imagem decorando uma das paredes do templo, já que estamos acostumados a ver vitrais com formas coloridas antigas, animais, a imagem da Virgem, dos evangelistas e do próprio Jesus Cristo.

Nunca tínhamos visto nada igual: o de um adolescente de nossa época. A de um beato que transmitiu o Evangelho nas redes sociais. Certamente, a representação de Carlo Acutis nos lembra que a santidade está mais perto do que pensamos.

Carlo Acutis cercado por grandes santos

A Igreja de Giusseppe de Molfetta é um templo de planta em forma de cruz romana e nave de cada lado. Possui quatro capelas. Nela estão imagens de santos e beatos que encarnaram a mensagem salesiana. 

As janelas das capelas à esquerda representam três santos: São Felipe Neri, São Francisco de Sales e São João Bosco. As capelas à direita dedicam-se a três beatos: Carlo Acutis, Chiara Badan e Piergiorgo Frassati.

O desenho escolhido para Acutis o mostra percorrendo um caminho de curvas que indicam sua dolorosa trajetória com uma mochila na qual carrega um computador, sua ferramenta de testemunho. A Eucaristia o ilumina, guiando-o como um sol.

Um santo contemporâneo

Este jovem italiano morreu em 2006 de leucemia. Durante sua vida, Carlo Acutis foi um grande fã de videogames e criou um site, em que divulgava os milagres eucarísticos. 

Atribui-se a ele a cura milagrosa de um menino brasileiro que sofria de uma malformação congênita do pâncreas.

O Papa Francisco lembrou-se dele no dia 25 de março e garantiu que “as redes sociais podem servir para nos deixar sonolentos, dependentes do consumo e das notícias. Mas Acutis foi capaz de usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho e comunicar valores e beleza através delas.”

O ‘influenciador de Deus’

Assim, como mostra o vitral de Carlo Acutis, o beato também deixa uma mensagem para os jovens. Em meio a uma corrente de pensamento que nos convida a nos preocuparmos apenas com nós mesmos e nos encoraja a satisfazer todos os nossos desejos, Acutis assegurou que “ felicidade é olhar para Deus e a tristeza é apenas olhar para si mesmo”.

O ‘influenciador de Deus’, como era conhecido, deixou pelas redes sociais uma mensagem completamente diferente daquela que circula justamente por elas. “Por que os homens se importam tanto com a beleza de seu corpo e por que se preocupam com a beleza de sua alma? Uma vida só é verdadeiramente bela se passamos a amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos ”.

Fonte: Aleteia

Santa Dulce dos Pobres é celebrada com treze dias de festa em Salvador

Santa Dulce dos Pobres / Foto: Obras Sociais Irmã Dulce

SALVADOR, 31 jul. 21 / 10:00 am (ACI).- O Santuário de Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA), fará treze dias de festa para celebrar Santa Dulce dos Pobres, o Anjo Bom do Brasil, primeira santa nascida no Brasil. As comemorações começam no domingo, 1º de agosto, com o tema “Vinde, benditos de meu Pai”. A programação será presencial e on-line e contará com trezena, drive-thru, curta metragem, bênção das famílias, terço em honra à santa brasileira, bênção do Santíssimo Sacramento.

“Esse é um período que nós do santuário passamos o ano todo nos preparando para celebrar o dia 13 de agosto, que é a festa litúrgica de Santa Dulce dos Pobres. Neste tempo de tanta dificuldade, de aflições, estaremos em comunhão rezando por todos aqueles que aflitos pedem a intercessão de Santa Dulce, mas também celebrando este tempo de festa, que é um tempo de graça na vida de todos os devotos, peregrinos, romeiros, do povo fiel, dos admiradores de Santa Dulce”, disse o reitor do santuário de Santa Dulce dos Pobres, frei Giovanni Messias. Para ele, este “será um tempo festivo, de alegria, de celebração da vida, desta primeira santa brasileira dos nossos tempos”.

A programação começa no domingo com a trezena do Anjo Bom do Brasil. De 1º a 12 de agosto, haverá missas diárias, às 7h, 8h30, 12h e 16h. No dia 13 de agosto, festa litúrgica de Santa Dulce dos Pobres, haverá missas às 7h, 8h30, 10h, 12h, 14h e 16h.  A missa das 8h30 será presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Sérgio da Rocha.

Como parte da programação, será exibido o curta-metragem “A vida interior de Santa Dulce dos Pobres”, no dia 7 de agosto, às 15h, com transmissão pelo canal do santuário no YouTube. Às 19h, será transmitido o Sarau Santa Dulce, com a participação de artistas. O canal também apresentará quadros sobre a trajetória de Irmã Dulce, que serão exibidos logo após as celebrações. Entre os temas dos vídeos estão “Santa Dulce mudou minha vida”, “Sementes de amor”, “Contos e causos”, “Trezena kids”.

No dia 8 de agosto, acontecerá o “Dia da Providência”. Será montado um drive-thru no estacionamento do Santuário, das 10h às 16h, e os motoristas e passageiros que chegarem ao local receberão uma bênção dos frades capuchinhos. Na ocasião, também será entregue a feijoada, vendida antecipadamente na secretaria da igreja.

Ainda no Dia da Providência, os fiéis poderão contribuir com a manutenção e com as ações sociais do Santuário, através de doações de alimentos não perecíveis, materiais de higiene e limpeza ou recurso financeiro. Em paralelo ao drive-thru, uma série de apresentações musicais estará acontecendo no interior da igreja, para as pessoas que vão acompanhar o evento on-line.

A programação completa da festa de Santa Dulce dos Pobres pode ser acessada AQUI.

Fonte: ACI Digital

Bispos espanhóis anunciam Ano Jubilar Inaciano

S. Inácio de Loyola | Guadium Press
O objetivo da iniciativa é comemorar os 500 anos da conversão de Santo Inácio de Loyola, ocorrida durante sua convalescença e recuperação, após ferir uma perna na defesa do castelo de Pamplona.

Redação (30/07/2021 17:09, Gaudium Press) Por ocasião dos 500 anos da conversão de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, também conhecidos como jesuítas, quinze Bispos espanhóis publicaram uma carta pastoral na qual anunciam um Ano de comemoração jubilar entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

Na mensagem, intitulada ‘Faço novas todas as coisas’, os prelados afirmam que querem fazer eco à celebração que está sendo realizada pela Companhia de Jesus desde o dia 20 de maio, data na qual se iniciou o Ano Inaciano, que se prolongará até o dia 31 de julho de 2022.

Guadium Press

Momento decisivo da vida de Santo Inácio de Loyola

Segundo os Bispos, o objetivo é “comemorar os 500 anos de um momento decisivo da vida de Santo Inácio de Loyola: sua conversão ocorrida durante sua convalescença e recuperação, após ferir uma perna na defesa do castelo de Pamplona”.

“Recordar a conversão de Santo Inácio pode ser uma oportunidade para aproximar-nos de Deus”, sublinham os bispos, que também asseguram que a ferida que o santo tinha na perna abriu os seus olhos para perceber outra ferida ainda mais profunda, “a ferida que o pecado gerou no coração do homem e que só pode ser queimada pelo fogo do Espírito Santo”.

Guadium Press

Deus nos convida a conversões diversas

A carta pastoral destaca ainda que “no momento mais humanamente difícil de sua vida é quando, pela primeira vez com plena consciência, Santo Inácio descobre Cristo. Um Cristo que lhe ajudará a discernir o valor e o sentido de sua vida e a trocar a espada pela Palavra, o ardor na luta pelo amor ao próximo, a armadura pela força da Fé, o brilho fugaz da fama, pela chama viva do amor”.

“A conversão de Santo Inácio nos recorda que Deus quer nos convidar a conversões diversas, tocados pela surpresa e pelo inesperado. Tem feito isso até agora e continuará fazendo. Deus nasce como o sol todas as manhãs para nos mostrar a vida que se abre à medida que seu amor se abre. Como podemos negar um amor como este?”, perguntam.

Guadium Press

Ano Jubilar Inaciano

Por fim, em união com o espírito que anima a celebração do Ano Inaciano entre os dias 20 de maio de 2021 e 31 de julho de 2022, os Bispos anunciaram um Ano Jubilar ao longo de 2022.

“Para sublinhar vivencialmente esta dimensão do Santo Inácio peregrino, organizamos um Ano de Comemoração Jubilar a ser celebrado em 2022 ao longo do Caminho Inácio, entendido como uma experiência continuada dos Exercícios Espirituais, que serão realizados a partir do dia 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022″, concluem. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Viúvo, pai de três filhos, avô de cinco netos será ordenado padre

O diácono João Tozzi Sobrinho, que será ordenado sacerdote /
Foto: Diácono João Tozzi

VITORIA, 28 jul. 21 / 02:26 pm (ACI).- O diácono João Tozzi Sobrinho será ordenado sacerdote na arquidiocese de Vitória (ES), na presença de seus três filhos e cinco netos, no próximo sábado, 31 de julho. Tozzi é diácono permanente e, depois de ficar viúvo, recebeu autorização de seu bispo para se tornar padre. “Estamos todos muito felizes, minha família está junto comigo e isso me dá tranquilidade”, disse à ACI Digital.

“Quando era criança, comecei a sentir a vontade de ser padre”, contou Tozzi, que tem 77 anos. “Eu participava na igreja em Jucutuquara (bairro de Vitória) quando chegou o monsenhor Raimundo Pereira de Barros, capelão da Polícia Militar. Eu gostava muito das homilias dele, que eram maravilhosas, e queria ser igual a ele”, contou.

Mais tarde, o futuro padre fez a catequese na capela do colégio salesiano. “Um dia, o padre me perguntou se eu queria ir para o seminário. Ele foi conversar com minha mãe, que na época já era viúva, e ela não aceitou”.

O tempo passou e João Tozzi conheceu Nélida, com quem namorou por três anos e se casou. Os dois viveram 41 anos de matrimônio e tiveram três filhos. “Tanto minha esposa como meus filhos sabiam do meu desejo de ser padre”, disse. Segundo o diácono, após o casamento, ele e Nélida sempre serviram à Igreja, “atuando nas pastorais, e os filhos acompanhavam”.

Um dia, João Tozzi recebeu o convite para se tornar diácono permanente. Na época, Nélida já estava com câncer de útero e fazendo quimioterapia. Como a esposa precisa dar a autorização para que o marido se torne diácono permanente, assim Nélida fez e João Tozzi foi para a escola diaconal. Um ano depois, em 4 de fevereiro de 2011, ela morreu.

“Quando terminei minha formação, procurei dom Dario (Campos, arcebispo de Vitória), falei do meu desejo de ser padre e ele me acolheu. Agora, serei ordenado sacerdote”, disse o diácono que, aos 77 anos, se sente “jovem ainda” e espera “estar a serviço da Igreja, com a graça de Deus, até quando Ele quiser”.

Nessa nova fase de sua vida, o diácono João Tozzi disse que sua família “está junto” com ele, o que lhe “dá tranquilidade” para seguir em frente. “Meus filhos e netos estão felizes, pois veem a alegria do pai e avô”, afirmou.

A ordenação sacerdote do diácono Tozzi será no sábado, às 9h, no Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES). No mesmo dia também será ordenado o diácono transitório Vitor César Zille Noronha, que desde a adolescência conhece o diácono Tozzi e tem uma relação próxima com ele.

“A minha relação é de amizade e admiração por que de alguma forma o diácono João Tozzi participou da minha caminhada como cristão”, disse o diácono Vitor ao site da arquidiocese de Vitória. “E eu me recordo da minha juventude de vários momentos em que ele me apoiou e orientou. Durante minha caminhada, quando entrei no seminário ele sempre rezou por mim e me deu palavras de incentivo”, disse.

Segundo ele, “quando teve essa possibilidade de ele ser ordenado padre e eu também quase como comunhão decidimos que gostaríamos de ser ordenados juntos e fizemos o pedido ao arcebispo, que com alegria disse sim”.

Fonte: ACI Digital

Santo Inácio de Loyola: o jesuíta apaixonado por Deus

S. Inácio de Loyola | Vatican News
31 de julho
Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus 

Na celebração da memória do fundador da Companhia de Jesus, recordaremos a figura de Santo Inácio, o seu carisma e a grande atualidade dos Exercícios Espirituais.

Vatican News

“Como Santo Inácio de Loyola, coloquemo-nos ao serviço do próximo”, esta é a essência da mensagem que Papa Francisco, o primeiro Pontífice jesuíta, escreveu no seu twitter, um ano atrás. O fundador da Companhia de Jesus era um homem que, antes do encontro com Jesus, amava o poder e a mundanidade, mas depois, com dedicação, estudo e ouvindo a Palavra de Deus entregou-se à sua vontade.

Obediência, liberdade do coração

Em Roma, na Igreja de Jesus, onde se encontra o túmulo de Santo Inácio, o padre Jean Paul Hernandez o descreve como “um homem que dá preferência ao processo e a dinâmica”, “em saída” como Papa Francisco gosta de afirmar. “O centro do carisma do jesuíta – afirma – é a obediência que é a liberdade do coração. O jesuíta é um homem entregue a Deus que aplica um estilo: analisa a realidade na qual se encontra, aprofunda-a, reza e faz o discernimento”. Neste processo são fundamentais os Exercícios Espirituais, codificados na metade do século XVI, ainda hoje de grande atualidade. “Praticado não só pelos religiosos – explica padre Hernandez – mas também pelos leigos que se inspiram na espiritualidade inaciana e pelos irmãos ortodoxos”.

Estilo jesuíta

“O estilo do jesuíta faz com que cada um se especialize no âmbito ao qual é chamado – acrescenta o religioso – por isso nos dedicamos à nova evangelização, aos desafios do saber atual, mas também aos migrantes que representam a emergência dos nossos tempos”.

O Centro Astalli (Serviço dos Jesuítas para os Refugiados) que se encontra próximo da Igreja de Jesus em Roma, é uma das muitas respostas colocadas em campo pelos jesuítas, cerca de 17 mil presenças em 100 nações do mundo.

Santo Inácio

Nasceu em Azpeitia, região basca ao norte da Espanha, em 1491 e faleceu em Roma em 1556. Caçula de 13 irmãos, era destinado à vida sacerdotal, mas o seu desejo era a carreira militar. Foi a Castilha onde recebeu esmerada formação tornando-se exímio cavaleiro na corte do ministro do rei Fernando II de Aragão, o Católico. Ferido em batalha em 1520, foi obrigado a uma longa convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias – seus preferidos – Inácio começou a ler, com relutância, textos religiosos que o fizeram encontrar Deus.

Um momento que mudou a sua vida, levando-o mais tarde a fundar a Companhia de Jesus aprovada pelo Papa Paulo III em 1538. Por obediência ao Pontífice, Inácio permaneceu em Roma para coordenar as atividades da Companhia e para se dedicar aos pobres, aos órfãos e os doentes, a ponto de ser chamado de “apóstolo de Roma”. Seus restos mortais estão conservados na Igreja de Jesus.

Fonte: Vatican News

sexta-feira, 30 de julho de 2021

De Ateu a Católico – O Testemunho de Conversão de João Victor Deboni

João Victor | Veritatis Splendor

Por João Victor Deboni

“Parece-me que se uma florzinha pudesse falar, contaria simplesmente o que Deus fez para ela, sem procurar esconder os presentes por ele concedidos. Não diria, a pretexto de falsa humildade, que é feia e sem perfume, que o sol roubou-lhe o esplendor e que as tempestades quebraram-lhe o talo, quando está intimamente convencida do contrário. A flor que vai contar sua história se alegra em poder apregoar as delicadezas totalmente gratuitas de Jesus. Reconhece que nada havia nela capaz de atrair seus olhares divinos, e que somente sua misericórdia fez tudo que de bom há nela.” Santa Teresa de Lisieux
Essa é mais uma história real de uma conversão comum, mas de inefável significado particular. Quem viveu o encontro com nosso Senhor Jesus Cristo sabe exatamente o tamanho dessa importância. Com um mês e cinco dias de vida fui batizado na paróquia da cidade de São Sebastião do Caí, interior do estado do Rio Grande do Sul, em 4 de abril de 1982. Verdade seja dita, a celebração não passou de mera tradição popular, ainda que tenha operado as graças próprias do sacramento. Nossa família nunca frequentou a comunidade paroquial, tampouco participava das missas. Meus amados pais careceram de uma boa catequese, e nós sentimos muito por isso ao longo do tempo. Quando eu tinha nove anos de idade, nos mudamos para Porto Alegre.
Na adolescência, ao deparar-me com as questões existenciais, minha cosmovisão encontrou e aceitou o ateísmo – é muito mais fácil duvidar do que acreditar -, dando lugar a um agnosticismo frágil e irrefletido logo no início da fase adulta. Me tornei um convicto teísta aos 29 anos de idade, passando a crer e a meditar na existência de Deus após minha primeira experiência mística: uma fervorosa oração atendida. Tal crença avançou para a fé no Senhor Jesus Cristo quando de meus 33 anos, após a leitura do Novo Testamento e do livro do Profeta Isaías. Isso ocorreu no ano de 2015, quando me tornei adventista do sétimo dia, ingressando na denominação protestante onde permaneci até o ano de 2019.
Ser uma pessoa melhor sempre foi um objetivo sincero. A despeito de ter vivido uma juventude intensa e turbulenta, permeada por escolhas erradas, a vontade de me tornar alguém digno sempre esteve presente em meus pensamentos, ainda que eu não entendesse o que de fato era a dignidade. O senso de integridade importunava minhas reflexões, mostrando-me que eu era um homem errático, de valores relativos e inconstantes, marcado pela tibieza. O brado de minha consciência era eloquente, e pugnava para que eu mudasse de rota. Eu me sentia impelido, desejava reformar meus valores e modificar minhas condutas, de alguma forma. Isso era necessário, tanto para o meu próprio bem, quanto para o bem das pessoas que me cercavam, especialmente de minha esposa. Mas, eu me via fraco e impotente, sem saber por onde começar o que parecia ser uma verdadeira revolução interior. O tempo foi passando, e os valores foram se tornando mais claros. A voz das virtudes clamava em meu íntimo. Os vícios foram sendo desnudados, bem como as desordens todas, contra as quais passei a militar ainda que de modo incipiente e fraco. No mais das vezes, me via vencido pelas paixões.
Me tornei pai bastante cedo, aos 19 anos de idade. Orgulho-me muito de minha filha Laura, hoje uma mulher com 20 anos de idade, honrosa por sua retidão de caráter e pela caridade genuína que lhe é própria. Apesar desse extraordinário presente divino, que também foi-me providencial já que ajudou a endireitar em parte as veredas pelas quais eu andava, minha mente juvenil ainda cedia ao convite dos vícios e, não demorava, estava eu novamente coberto pela lama imunda do pecado, não obstante já ser um pai de família.
Olhando pelo retrovisor da vida, me vem à lembrança o exato momento em que foi lançada a semente do Evangelho em meu coração, bem como o chamado para compor o Corpo da Santa Igreja Católica – ainda que o tenha compreendido tardiamente.
Ingressei na faculdade de Direito no ano de 2004, pela PUCRS de Porto Alegre. No segundo semestre de 2007 iniciei a disciplina de Filosofia Jurídica, brilhantemente ministrada pelo digníssimo professor Elton, que viria a se tornar meu orientador por ocasião da conclusão do curso, em 2010. A disciplina foi pautada pelo tema central em torno do agir humano, tendo como escopo principal a teoria realista, de cunho aristotélico-tomista. Me lembro de jamais ter me dedicado a nenhuma outra matéria como me dediquei àquela. Durante as aulas, eu rascunhava tudo o que era dito pelo professor. Ao chegar em casa, tarde da noite, adentrava às madrugadas passando a matéria a limpo e lendo a bibliografia recomendada. Guardo até hoje o caderno que, por muito tempo, foi como que a minha “Bíblia”. Estava eu diante de uma exposição primorosa acerca da conduta humana, que parecia ser o norte que eu tanto anelava.
Concluída a cadeira, concordei com a quase totalidade do que me fora ensinado. Aprendi que o agir bom, aquele que nos leva à realização humana, é sempre pautado por princípios cardeais. Conforme assevera John Finnis, jusfilósofo tomista do qual o professor se valera, tais princípios são sete: 1) vida (saúde): 2) família (procriação, relacionamento e educação dos filhos); 3) conhecimento e excelência na realização de qualquer tarefa, 4) prudência; 5) amizade (no sentido de alteridade, de buscar a si no outro, sendo esse todo e qualquer semelhante); 6) justiça e 7) religião (ideia de religar-se à origem de tudo). Esses postulados não guardam nenhum tipo de ordem, ou valor maior ou menor entre si. São incomensuráveis, universais e atemporais.
Fui arrebatado e encantado pela forma lógica e simples com que matéria tão complexa fora exposta. Percebi que havia um caminho pelo qual trilhar em meu afã de tornar-me melhor; bastava exercitar o que aprendi em meu dia a dia, até que se tornasse hábito e, por conseguinte, virtude. Mas havia algo em meio a tudo o que se apresentava que não me era de fácil aceitação. O princípio que exortava para a religiosidade não me era familiar, ao passo que tive dificuldade para concebê-lo como algo que fizesse sentido. Diferentemente dos outros seis princípios, os quais prescindem da crença para dar-lhes suporte, a religião se consolida através da fé (que me faltava). Eis que surge a indagação: como posso alcançar a pretensa integridade sem observar esse princípio? Como ser íntegro e autêntico, moralmente, sem estar situado espiritualmente?
Tentei seguir em frente, sem a religião, guiado pela concepção particular e agnóstica acerca das questões transcendentais, tendo em vista apenas os outros seis princípios como balizadores morais. Acreditei que seria possível, então me esforcei para praticar o amor e a justiça guiado por minhas próprias experiências e pelos princípios cardeais que passaram a dar direção as minhas ações. Não tardou para que eu concluísse que a busca individual pelo aprimoramento pessoal não se limita a uma luta no âmbito interno. É preciso entender a realidade, que é dura. As relações humanas são difíceis. De fato o mundo é um vale de lágrimas. O mal e o pecado permeiam boa parte dos instantes de nossas vidas e as tentações estão em praticamente todos os lugares e ocasiões. Se o meu pecado está diante dos meus olhos, como bem referiu São Paulo, e isso nos é evidente, o pecado que está presente nas reuniões de grupos, nos coletivos, nas subcomunidades, bem como na comunidade universal, nos é igualmente claro e se estampa no noticiário, nas manchetes, restando escancarado nas janelas da vida. Quantas vezes me vi inclinado a desistir, levado a crer que não valia a pena a pretendida evolução. Meu estado miserável refletia uma pequeníssima parte de um mosaico borrado e sujo composto por todos os homens e mulheres da terra. Eis que logo estava eu diante de outra pergunta importante: mas o que pode sarar a humanidade?
Refletindo sobre o problema, percebi que o princípio aquele que eu renunciava dentre todos os sete que me foram ensinados naquela cadeira de filosofia talvez fosse a solução contra a degradação moral dos homens. A partir de então, tendo refletido acerca da religião, a religiosidade passou a fazer sentido quando a coloquei perante o problema da maldade e da imoralidade na perspectiva coletiva, compreendendo que o único remédio para as comunidades só pode ser a doutrina cristã, a anunciação do Reino de Deus, sem o que não teremos a menor chance de triunfar sobre os males de nossos tempos.
Minha segunda experiência mística foi vivenciada quando meu irmão procurou-me para contar que havia recebido uma revelação a meu respeito. Em setembro de 2014, meu querido irmão anunciou-me em um encontro familiar que algo importante estava por acontecer em minha carreira profissional. Cético, não atribuí relevância aquela conversa. Dois meses após, eu estava promovido. Tal acontecimento promoveu-me também na fé.
Tive que assentar residência em Miraguaí, cidade do interior do estado, onde fui carinhosamente acolhido pela comunidade local. Por lá laborei pelo tempo de dezesseis meses. Minha esposa e filhas permaneceram na Capital, nossa pequena Sofia já tinha três anos de idade. Ao longo desse período, passei a me dedicar à leitura da Bíblia e a frequentar estudos direcionados por um querido amigo adventista do sétimo dia, vindo a me batizar naquela denominação religiosa em outubro de 2015.
A leitura dos Evangelhos me colocou em contato direto com o Senhor Jesus Cristo. Passei a admira-Lo, a tentar imita-Lo, tanto quanto me era possível. Durante as noites solitárias, pranteava aos Seus pés todas as minhas culpas, expostas uma a uma diante de mim. Sua excelsa Luz iluminou minhas trevas, lançando clareza sobre os escombros do meu maculado passado e apontando para o caminho de saída, me concedendo a oportunidade de novidade de vida. Vida nova! A revolução que se iniciava em minha alma tornou-se latente. Eu estava cheio de amor por meu mais novo Amigo! O Arqueiro dos arqueiros atingira novamente o alvo, como tem feito ao longo de mais dois mil anos com todos aqueles que lhe abrem os ouvidos. Meu coração havia sido alcançado.
Após quatro anos vinculado à denominação protestante dos adventistas do sétimo dia, sustentei minha permanência naquela instituição, contrariamente a minha consciência, durante os últimos dez meses enquanto lá permaneci. O apreço pela leitura da Bíblia me levou a estudá-la, avidamente. Resultado disso foi a descoberta de uma quantidade enorme de incongruências entre o texto das Sagradas Escrituras e as doutrinas da denominação. Convencido de que o adventismo do sétimo dia é um sistema equivocado, não restou-me outra alternativa a não ser, em respeito à verdade e a minha consciência, despedir-me, o que oficializei através de carta datada do dia 31 de outubro de 2019, endereçada aos mais íntimos amigos adventistas e ao querido pastor que me batizou.
Ainda sem saber para onde Deus estava a me conduzir, voltei a estudar a filosofia tomista, chegando ao tema sublime da Teologia Católica. Nessa senda, fiz inúmeros amigos através dos meios virtuais, os quais tornaram-se como que meus novos pastores, sobretudo meus dóceis e caridosos professores. Sérgio e todos os demais, Deo Gratias por suas vidas!
Tendo passado em revista os assuntos que me afastaram da doutrina adventista, porém na perspectiva católica, percebia-me maravilhado a cada ponto, especialmente quanto ao Dia do Senhor. Os cinco princípios da revolta protestante, conhecidos como os cinco solas, foram tombando rapidamente, um a um. Além disso, deslumbrava-me compreender a virtude enquanto método prático para que os indivíduos ordenem-se a uma vida de santidade, moralmente boa e de combate aos vícios; o juízo particular e o juízo final; a história da Igreja a forjar a história da humanidade em torno dos ensinamentos apostólicos e evangélicos desde a era cristã; os sacramentos; as aparições de Nossa Senhora; os milagres eucarísticos, o poder do Santo Rosário, o paradigma da vida do santos; as histórias de conversão; o significado da Santa Missa e do Santíssimo Sacramento. Ó, que maravilha!
Ainda no ano de 2019, passei a frequentar a Missa. No momento da comunhão, eu me prostrava e desejava de todo o meu coração participar daquele Banquete. Eu queria demais receber Jesus Eucarístico. Pela graça de Deus, no ano seguinte passei a frequentar a catequese de adultos na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Porto Alegre, preparatória para a Crisma. Cada aula era um encontro agradabilíssimo de aprendizado e irmandade com as professoras e meus colegas. Para a minha alegria, descobri que o professor Elton, meu orientador tomista, também frequentava aquela paróquia. Enquanto escrevo, não consigo conter o agradável riso que me vem ao rosto. Esse grande detalhe da providência divina me faz pensar que, se eu citasse nesse breve relato todos os sinais de Deus ocorridos ao longo de cada capítulo dessa história, ele deixaria de ser breve e passaria a exigir, quiçá, pelo menos mais uma dezena de páginas.
O único sacramento que eu tinha até então era o do Batismo. Ao final do ano de 2020, em um intervalo de cerca de sessenta dias, recebi os quatro sacramentos que me faltavam. Confessei-me, crismei, fiz minha tão desejada primeira comunhão… E em 12 de dezembro, dia de nossa Senhora de Guadalupe, após à Missa das 18h de sábado, casei-me sob a benção sacerdotal, após 21 anos de união com minha querida esposa, a mãe de nossas duas lindas filhas, heranças de Nosso Senhor. Para minha grata surpresa, na missa daquela tarde de sábado, antes da nossa cerimônia, avistei o professor Elton em um dos bancos. Não pensei duas vezes e fui ao seu encontro. Ao convidá-lo para que permanecesse para o casório, sua gentileza e simpatia se fizerem presente novamente diante de mim. Honrado, aceitou prontamente ao convite. Bem podem imaginar os caros leitores deste pequeno e singelo testemunho o quanto me senti agraciado por aquele momento, o qual sinalizou para mim, sem a menor sombra de dúvida, que Deus está a conduzir-me na minha sincera pretensão de trilhar caminhos de santidade. Sigo lutando contra minhas tendências, indigno e miserável que sou, no entanto, hoje sei com Quem e por onde devo andar.
Encontrei o Caminho. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Maria: Vencedora de Satanás e das heresias

Nossa Senhora das Graças | Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

Maria é a vitória de Deus sobre o Mal

Desde os primórdios da humanidade Maria recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça da serpente maligna. Disse Deus a ela no paraíso:

“Porei inimizade entre ti e a mulher entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).

Os Santos Padres afirmam que assim como o pecado entrou no mundo por meio da mulher, assim também a salvação haveria de chegar à humanidade pela mulher. E esta mulher, a nova Eva, a nova Virgem, desde toda a eternidade Deus escolheu que fosse Maria.

Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez de chamá-la de mãe, em Caná da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta “Mulher” é Sua Mãe. Assim, nas bodas de Caná, Jesus lhe diz: “Mulher, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou (Jo 2,4). E depois, na cruz, momentos antes de morrer, quando Jesus nos dá Sua Mãe para nossa Mãe, Ele diz a ela: Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26).

Fica assim, muito claro, que a “mulher” do Gênesis que esmagaria a cabeça da serpente maligna é Maria. Como nos ensina São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja no século V, Deus usou Maria para ludibriar a sagacidade da serpente, como já dissemos. Por sua virgindade e por sua concepção imaculada desconhecidas do tentador, Deus fez com que Maria concebesse Jesus, Deus e homem, por obra do Espírito Santo, livre das garras do pecado e do demônio. Assim Jesus, livre e soberano, homem e Deus, pôde destruir o império do Mal. É o que São João nos garante:

“Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio” (1Jo 3,8).

Mesmo com essa afirmação categórica de São João, ainda há infelizmente muitos que, em total desobediência à Palavra de Deus, ao Magistério da Igreja e à Sagrada Tradição, teimam em afirmar que o demônio não existe, ou, o que é pior ainda, menosprezam sua ação sobre as pessoas.

Na verdade, esta é sua maior cilada, fazer-se desacreditado pelos homens, como se não existisse ou não agisse com sagacidade. Seu intuito é que as pessoas não se defendam contra suas tentações com a ordem expressa de Jesus: “Vigiai e orai”.

São Paulo nos adverte sobre isto: “Não quero que sejamos vencidos por Satanás, pois não ignoramos suas maquinações” (2Cor 2,11).

Em outra passagem, mais clara ainda, São Paulo nos alerta para o fato de que ele se transfigura em “anjo de luz”, isto é, lobo disfarçado de cordeiro. E é então que ele faz muito estrago na vida das pessoas e no reino de Deus. Falando dos falsos profetas que se disfarçam em apóstolos de Cristo, São Paulo diz:

“O que não é de se espantar: pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, parece bem normal que seus ministros se disfarcem em ministros da justiça…” (2Cor 11,14-15).

Os Santos Padres ensinavam que no Gênesis o demônio é identificado com a serpente porque age como ela; isto é, às escondidas, esperando a hora certa para dar o bote sobre os desprevenidos e neles injetar todo seu veneno mortífero. Ninguém tem medo de uma cobra num pátio limpo; ela é perigosa quando está escondida no meio do mato.

Também São Pedro, a quem o Senhor confiou o encargo de “confirmar os irmãos na fé” (Lc 22,32), fala muito claro sobre isto:

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem possa devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pd 5,8-9).

Estas são palavras que não deixam margem à dúbia interpretação.

Também os outros Vigários de Cristo na terra, sucessores de São Pedro, falaram do assunto. Por exemplo, o Papa Paulo VI, na alocução Livrai-nos do Mal, explicando este último pedido que Jesus nos ensinou a fazer ao Pai na oração do Pai-Nosso, em 15 de novembro de 1972 disse:

“O Demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade: foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original. Com a falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a Redenção de Cristo nos pode libertar… Sabemos, portanto, que este ser mesquinho e perturbador existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história dos homens”.

É preciso, portanto, lembrar uma vez mais o que São João nos ensina: “Cristo veio para destruir as obras do demônio”.

Mas isto Deus tornou-se possível por Maria; por isso ela é odiada por Satanás, porque trouxe no seio Aquele que seria o Salvador da humanidade, o Vencedor de Satanás.

O demônio já não tem mais poder sobre aqueles que creem em Jesus e lhe entregaram sua vida, mediante a fé e o Batismo. Neste sacramento, afirma São Paulo, nós morremos com Cristo para o pecado e o demônio, e ressuscitamos para Deus. Pelo Batismo aplica-se a cada um a salvação que Cristo nos conquistou por Sua Cruz. Ouçamos o Apóstolo:

“Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados com Ele em Sua morte pelo Batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim também vivamos uma vida nova (…) Sabemos que nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado. Pois quem morreu, libertado está do pecado… O pecado já não vos dominará” (Rm 6,4-14).

Para São Paulo, ser liberto do pecado é ser liberto da morte e do demônio; e isto, só o Cristo nos pode conceder. E Cristo veio por Maria.

Certa vez uma criança pequena entrou num quarto escuro e sem perceber pisou a cabeça de uma serpente venenosa. Tentou esmagar a cabeça da cobra que lhe queria dar o golpe mortal, mas era fraca e impotente para vencer a batalha. Que fez ao ver-se perdida? Gritou por sua mãe. Esta, ao ver o perigo em que se encontra a sua filhinha, colocou seu pé sobre o da pequenina e ambas, então esmagam a cabeça da serpente. A filha estava salva.

É assim que nossa Mãe Santíssima faz para conosco nas horas de tentações. Nesses horas é preciso rogar a Ela: “A vós bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos gemendo neste vale de lágrimas… Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei…”. Não tenha dúvidas de que a Imaculada virá em nosso socorro e esmagará a cabeça da serpente.

Fonte: https://cleofas.com.br/

DIOCESES NO PAÍS QUE ENCONTRAM-SE VACANTES, À ESPERA DE UM NOVO PASTOR

CNBB

SAIBA QUANTAS CIRCUNSCRIÇÕES RELIGIOSAS TEM NO BRASIL E QUAIS AS DIOCESES NO PAÍS ENCONTRAM-SE VACANTES, À ESPERA DE UM NOVO PASTOR.

A Igreja no Brasil possui 278 circunscrições eclesiásticas, ou seja, territórios ou “Igrejas Particulares” confiada aos cuidados de um bispo. A circunscrição eclesiástica pode ser uma prelazia, uma diocese, arquidiocese, eparquia ou exarcado para fiéis de ritos específicos, e também circunscrições que não tem uma limitação territorial, como a administração apostólica pessoal.

De acordo com as informações sistematizadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as circunscrições eclesiásticas estão divididas assim: 217 são dioceses, 45 arquidioceses, 8 prelazias, 3 eparquias, 1 exarcado, 1 rito próprio, 1 ordinariado militar, 1 administração apostólica pessoal e 1 arquieparquia. Cada uma delas conta com um bispo eleito pelo Papa para administrar o governo pastoral.

Esse levantamento mostra também que, até esta quinta-feira, 29 de julho, nove dioceses brasileiras estão vacantes, ou seja, sem o bispo titular à frente do governo. Renúncia, transferência, falecimento ou perda de ofício são alguns dos motivos que podem tornar uma sede vacante, expressão oriunda do latim que significa trono vazio e que é usada pela Igreja para dizer que uma Sede Episcopal está sem o seu ocupante no governo pastoral.

Neste período, a Igreja Particular fica aos cuidados de um administrador diocesano, eleito pelo Colégio de Consultores, que pode desempenhar algumas funções limitadas pelo Código de Direito Canônico; ou por um administrador apostólico, um bispo nomeado pelo papa.

Confira no quadro abaixo as 9 dioceses vacantes:

  1. Arquidiocese de Cascavel (PR): vacante desde 11 de março de 2021. Administrador diocesano: padre Reginei José Modolo
  2. Diocese de Crato (CE): vacante desde 02 de junho de 2021. Administrador diocesano: padre José Vicente Pinto de Alencar da Silva
  3. Diocese de Alagoinhas (BA): vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano: padre Antônio Ederaldo de Santana
  4. Diocese de Colatina (ES): vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano: padre Antônio Wilson Almança
  5. Diocese de Iguatu (CE): vacante desde 24 de fevereiro de 2021. Administrador diocesano: João Batista Moreira Gonçalves
  6. Prelazia de Tefé (AM):  vacante a partir de 22 de agosto de 2021. Administrador diocesano será escolhido dia 25 de agosto.
  7. Diocese de Penedo (AL): Vacante desde 16 de junho de 2020. Administrador diocesano: padre Daniel do Nascimento Santos.
  8. Diocese de Rondonopolis-Guiratinga (MT): vacante desde 28 de março de 2021. Administrador: padre José Eder Ribeiro Lima
  9. Diocese de São Carlos (SP): vacante desde 21 de outubro de 2020. Administrador diocesano: dom Eduardo Malaspina.

De acordo com o professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que realiza há mais de 20 anos um trabalho de atualização de estatísticas e nomes do episcopado brasileiro, das 278 circunscrições eclesiásticas, a mais nova é a diocese de Xingu-Altamira (PA), erigida em 2019. Já mais antiga é a arquidiocese de São Salvador da Bahia, erigida em 25 fevereiro 1551. A Sé Primacial da Igreja no Brasil completou, em 2021, 470 anos de criação.

Fonte: CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF