Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com |
É importante definir o conceito de família a partir de um todo organizado, onde cada parte tem suas características pessoais, mas adquirem uma identidade própria pela convivência. Essa identidade é construída a partir dos valores disseminados durante a criação dos filhos.
Sabemos que alguns membros podem adquirir comportamentos individualistas que acarretam problemas no relacionamento familiar e interpessoal futuro dos seus membros.
A cultura é formada por missão, crenças, valores e princípios. No caso de uma família cristã, a missão dos pais é educar os filhos para buscar a salvação, baseados nas crenças de que a verdadeira pátria do cristão não é neste mundo, mas no céu, com valores e princípios pautados no Evangelho e na Doutrina Católica. Simples e claro, entretanto nem sempre de fácil aplicação.
A família é pautada no diálogo e no exemplo
A cultura contemporânea percorre um caminho inverso, e isso dificulta as famílias a transmitir aquilo que aprenderam e querem repassar. A dificuldade de percepção do impacto das consequências dos valores do mundo nos filhos e a necessidade de transmissão de valores cristãos cria um angústia em muitos pais, e essa angústia os leva à busca de respostas de “como fazer”. Não existe fórmula mágica, mas diálogo e exemplo são ferramentas poderosas para ajudar nessa luta insana, e para quem acredita, a oração é a maior arma contra o mal que assola pais e filhos.
Comecemos pelo exemplo: existe uma dicotomia nos comportamentos dos pais que refletem diretamente no comportamento dos filhos. Muitos pais dizem que os filhos precisam ir à igreja, mas ficam em casa assistindo à televisão, e assim passam um mensagem dúbia para os filhos. Provavelmente, estes pensam: “Se ir à igreja é tão bom, por que eles não vão?”. Ao contrário, quando os pais sempre frequentam a igreja, mesmo que o filho adolescente se recuse, se os pais voltam e têm comportamentos agradáveis, no momento propício os filhos retornam aos valores disseminados. Portanto, discurso e ação precisam estar alinhados.
Transmissão de valores
Considerando a responsabilidade dos pais na formação dos filhos, o diálogo é o caminho para transmissão de valores, porque as percepções diferentes são trabalhadas no processo de educação dos filhos. A absorção desses valores forma a matriz da identidade dos filhos, portanto, quando os pais conseguem que os filhos percebam a realidade no decorrer das experiências da vida, e que, através do diálogo, deem significados corretos e não deturpados com a visão do mundo, a possibilidade de harmonia é muito maior. Os processos com que cada família faz isso é individual, mas deve ser baseado na verdade e no entendimento dos sentimentos dos filhos.
Os aspectos relacionais devem sem baseados no respeito e na empatia, porque não existe diálogo sem cada um se colocar no lugar do outro e respeitar as diferenças de seus membros. Outro fator importante é que o diálogo não pode estar desconectado dos aspectos contextuais; os pais precisam estar conectados com o mundo atual para contrapor com uma linguagem que garanta a contínua interação, porque as mudanças são muitas rápidas e drásticas, e afetam a organização familiar.
Diálogo e exemplo não são dados poucas vezes, mas precisam ser exercitados durante toda a vida para dar frutos, pois mesmo os filhos adultos são impactados pelos processos familiares e relações parenterais leais, humanas e próximas, recheadas de muito amor.