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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Os ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio (Parte 2/5)

Presbíteros
Os Ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio: uma resposta aos desafios de um mundo secularizado

1. «Todos os sacerdotes somos Cristo».

Eucaristia e identificação com Cristo.

Certamente são os leigos que, de modo capilar, fazem presente a Cristo nas encruzilhadas do mundo. Ao mesmo tempo, a vida de Cristo que se inicia no Batismo necessita do ministério sacerdotal para desenvolver-se. A grandeza do sacerdote consiste em que se lhe foi concedido o poder de vivificar, de cristificar. O sacerdote é “instrumento imediato e diário dessa graça salvadora que Cristo ganhou-nos”. O sacerdote traz a Cristo “a nossa terra, a nosso corpo e a nossa alma, todos os dias: Cristo vem para alimentar-nos, para vivificar-nos” (São Josemaría, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13.IV.1973).

Como pastor de almas e como dispensador dos mistérios de Deus (cf. 1Co 4, 1), o sacerdote, especialmente num mundo indiferente à fé, deve alentar a todos para que progridam em direção à santidade, sem rebaixar – por covardia ou por falta de fé – o horizonte do mandato divino: sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5, 48). O sacerdote orientará a outros nesse caminho à santidade se ele mesmo reconhece esse imperativo, e se é consciente de que Deus colocou em suas mãos os meios para alcança-lo. O grande desafio para o sacerdote consiste em identificar-se com Cristo no exercício do seu ministério sacerdotal, para que muitos outros também busquem esta configuração com o Senhor, no desempenho das suas tarefas habituais.

A identificação com Cristo sacerdote fundamenta-se no dom do sacramento da Ordem, e se desenvolve na medida em que o sacerdote põe nas mãos de Cristo tudo o que ele é. Isso acontece de modo paradigmático e excelente durante a celebração da Eucaristia. Na Missa, o sacerdote empresta seu ser a Cristo para trazer a Cristo. São Josemaría expressava esta verdade com uma força singular:

“Ao chegar ao altar a primeira coisa que pensa é: Josemaría, tu não é Josemaría Escrivá de Balaguer (…): és Cristo (…). É Ele quem diz: isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue, é Ele que consagra. Se não, eu não poderia fazê-lo. Ali se renova de modo incruento o divino Sacrifício do Calvário. De maneira que estou ali inpersona Christi, fazendo as vezes de Cristo” (São Josemaría, Anotações tomadas…, cit.).

Esta identificação com o Senhor é uma característica essencial da vida espiritual do sacerdote. Como dizia São Gregório Magno, “nós que celebramos os mistérios da paixão do Senhor, temos que imitar o que fazemos. E então a hóstia ocupará nosso lugar diante de Deus, se nos fazemos hóstias nós mesmos” (São Gregório Magno, Lib. Dialogorum, 4, 59, citado em São Josemaría Escrivá de Balaguer, Carta 8-VIII-1956, n. 17).

A inteira existência sacerdotal se orienta ao que o próprio eu diminua, para que cresça Cristo no presbítero: ocultar-se, sem buscar protagonismo, para que apareça somente a eficácia salvadora do Senhor; desparecer, para que Cristo se faça presente através do exercício abnegado e humilde do ministério. Ocultar-se e desaparecer (São Josemaría, Camino, edición crítico-histórica preparada por P. Rodríguez, 3ª edición, Rialp, Madrid 2004, p. 945) é uma fórmula que São Josemaría gostava muito. Convida especialmente ao sacerdotes a preferir o sacrifício escondido e silencioso (São Josemaría, Caminho, n. 185.) às manifestações ostentosas ou chamativas.

Paradoxalmente, para contrarrastar a ausência de Deus num mundo secularizado, São Josemaría propõe aos sacerdotes, não tanto uma forte atividade pública, com a sua correspondente ressonância mediática, senão, simplesmente, ocultar-se e desaparecer. Deste modo, ao desaparecer o “eu” do sacerdote, se propagará a presença de Cristo no mundo, segundo a lógica divina que se manifesta na celebração da Eucaristia.

“Parece-me que aos sacerdotes se nos pede a humildade de aprender a não estar de moda, de ser realmente servos dos servos de Deus – lembrando-nos daquele grito de João Batista: illum oportet crescere, me autem minui (Jn 3, 30); convém que Cristo cresça e que eu diminua –, para que os cristãos correntes, os leigos, façam presente, em todos os ambientes da sociedade, a Cristo (…). Quem pensa que, para que a voz de Cristo faça-se ouvir no mundo de hoje, é necessário que o clero fale ou se faça sempre presente, não entendeu muito bem a dignidade da vocação divina de todos e de cada um dos fiéis cristãos” (São Josemaría, Conversaciones, n. 59).

A existência sacerdotal consiste em colocar tudo o que é próprio a mercê de Deus: emprestar a voz ao Senhor, para que Ele fale; emprestar-lhe as mãos, para que Ele atue; emprestar-lhe o corpo e a alma, para que Ele cresça no sacerdote e, através do seu ministério, em cada um dos fiéis cristãos. Diante dos desafios do nosso mundo, São Josemaría, ensina aos sacerdotes humildade e abnegação: colocar inteiramente a disposição do Senhor o próprio eu.

+ Javier Echevarría / Prelado do Opus Dei

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 2/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

II

“Pai que estais no céu”

1. Começamos por um testemunho sobre Deus e pelo efeito da fé, quando dizemos: “Pai, que estás no céu”. De fato, aí não só oramos a Deus, mas também mostramos a nossa fé, que tem por consequência chamá-lo de Pai. Como está escrito, “Àqueles que creem em Deus, foi-lhes dado o poder de ser chamados filhos de Deus” (Jo 1,12).

2. Aliás, o Senhor, muitas vezes, nos faz saber que Deus é Pai. Até mesmo ordenou que a ninguém chamemos de Pai sobre a terra (cf. Mt 23,9), mas só Àquele que temos no céu. Portanto, ao orar desta forma, cumprimos também um preceito.

3. Felizes aqueles que reconhecem o Pai. Eis o que Deus censura a Israel, eis o que afirma, chamando por testemunhas o céu e a terra: “Gerei filhos, e eles não me reconheceram” (Is 1,2).

4. Dizendo, pois, Pai, damos a Deus o seu nome, termo que significa atitude filial e autoridade.

5. Dizendo Pai, invocamos também o Filho. O Senhor disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).

6. Nem mesmo a Mãe Igreja é preterida, pois no Filho e no Pai reconhecemos também a Mãe, que nos atesta o nome do Pai e do Filho.

7. Assim, por esta única relação de afinidade, adoramos a Deus, cumprimos o preceito e condenamos os que esquecem seu Pai.

III

Cristo nos revela o Pai

1. O nome de Deus como Pai, antes, a ninguém fora revelado. Mesmo a Moisés, que perguntara a Deus seu nome, um outro nome foi dito. Quem no-lo revelou foi o Filho. É preciso que haja o nome do Filho, para de novo termos o nome do Pai. O Senhor disse: “Eu vim em nome de meu Pai” (Jo 5,43). E ainda: “Pai, glorifica o teu nome” (Jo 12,28). E ainda mais claramente: “Eu manifestei o teu nome aos homens” (Jo 17,6).

“Santificado seja o teu nome”

2. Pedimos, pois, que esse nome seja santificado. Não que caiba aos homens desejar o bem a Deus, como se alguém lhe possa dar qualquer coisa. Ou que Deus passe necessidade, sem os nossos votos. Mas é muito conveniente que Deus seja bendito em todo tempo e lugar pelo homem. Com efeito, todos os homens devem se lembrar, sem cessar, dos benefícios divinos. Este pedido tem a função de bendizer a Deus.

3. Quando, aliás, deixa o nome de Deus de ser santo e santificado por si mesmo? Não é, acaso, por meio dele, que os outros são santificados? Os anjos em torno de Deus não cessam de dizer: Santo, Santo, Santo! Da mesma forma, também nós, destinados a viver em companhia dos anjos, se o merecermos, aprendemos desde já na terra, este louvor a Deus, assim como aprendemos o que faremos no futuro, na glória.

4. Eis o que se refere à glória de Deus. Mas, o que é que pedimos para nós, ao dizer: “Santificado seja o teu nome”? Pedimos, na realidade, que ele seja santificado em nós, que o ouvimos, e também naqueles que Deus ainda aguarda com a sua graça. Assim, orando por todos, observamos igualmente um outro preceito evangélico, que é de rezar por todos, mesmo os nossos inimigos (cf. Mt 5,44). Não dizendo que o nome de Deus seja santificado em nós, estamos dizendo que ele seja santificado em todos.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

A Igreja recorda hoje Santa Dulce dos Pobres

Santa Dulce dos Pobres | Vatican Media
13 de agosto
Santa Dulce dos Pobres

Irmã Dulce dos Pobres, também conhecida como “Anjo bom da Bahia”, tinha como lema “Amar e Servir”: fez da sua existência um instrumento vivo de fé, amor e serviço aos indigentes e enfermos.

Vatican News

Maria Rita nasceu em 26 de maio de 1914, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, Bahia, segunda filha do cirurgião dentista Augusto Lopes Pontes, professor de Odontologia, e Dona Dulce Maria de Souza. Foi batizada com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes.

A menina era muito alegre, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol. De fato, era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time da classe operária e excluídos da sociedade.

Em 1921, aos sete anos, ficou órfã de sua mãe, falecida com apenas 26 anos de idade. No ano seguinte, junto com seus irmãos, Augusto e Dulcinha, fez a Primeira Comunhão na igreja de Santo Antônio Além do Carmo.

Aos 13 anos, graças à influência da sua família e ao seu senso de justiça, a jovenzinha passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando-a em um pequeno “centro de atendimento”, que ficou conhecido como “Portaria de São Francisco”. Na época, ao visitar com sua tia, a periferia da cidade, bairros onde moravam os pobres e excluídos, Maria Rita começou a manifestar, pela primeira vez, o desejo de dedicar-se à vida religiosa.

Irmã Dulce e suas numerosas atividades

Em 8 de fevereiro de 1933, após sua formatura em Magistério, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, onde recebeu o hábito religioso, mudando seu nome para Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio, mantido pela sua Congregação, no bairro da Massaranduba, Cidade Baixa de Salvador. Mas, seu pensamento estava sempre voltado para o trabalho com os pobres.

Em 1935, começou a dar assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas no bairro de Itapagipe, onde moravam numerosos trabalhadores. Ali, deu início a um posto médico, que, em 1936, se tornou “União Operária São Francisco”, a primeira organização católica do estado, que, depois, se transformou em “Círculo Operário da Bahia”, fundado em 1937, com Frei Hildebrando Kruthaup. Dois anos depois, Irmã Dulce inaugurou o “Colégio Santo Antônio”, uma escola pública para operários e seus filhos, no bairro da Massaranduba.

Irmã Dulce encontra Irmã Teresa de Calcutá
Relíquias da “Madre Teresa do Brasil”

A causa da Canonização de Irmã Dulce teve início em janeiro de 2000. Seus restos mortais, que, desde 1992 - ano de seu falecimento – jaziam na igreja da Conceição da Praia, foram transladados para a Capela do Convento Santo Antônio, sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Salvador.

A Congregação das Causa dos Santos, após a Positio, documento canônico sobre os dados biográficos, virtudes e testemunhos do processo de canonização, definiu a santa “Madre Teresa do Brasil” como a “Madre Teresa de Calcutá”, “conforto para os pobres e exame de consciência para os ricos”.

No dia 9 de junho de 2010, deu-se a exumação e translado das relíquias da Irmã Dulce para a Capela definitiva, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, hoje, Santuário Santa Dulce dos Pobres, situado ao lado da sede da OSID (Obras Sociais Irmã Dulce), lugar onde a santa havia fundado o Círculo Operário da Bahia, na década de 40. Ali, se encontra o túmulo da Mãe dos Pobres, lugar de devoção e fé.

Em setembro de 2019, por ocasião da sua Canonização, presidida pelo Papa Francisco, o local foi reformado, ganhando um túmulo de vidro com uma efígie, em tamanho real, da Santa Dulce dos Pobres.

Fonte: Obras sociais “Irmã Dulce”.

Maria Rita Pontes, sobrinha da Irmã Dulce, escreveu uma biografia sobre sua tia, na qual destaca os exemplos de bondade, caridade e amor ao próximo da “Mãe dos Pobres”.

IRMÃ DULCE COMPARADA COM “MADRE TERESA”

(Congregação das Causas dos Santos)

Celebração em hora a Santa Dulce dos Pobres, Salvador, Bahia, 20/10/19
Fonte: Vatican News

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A ALEGRIA SACERDOTAL NO MUNDO

Aleteia

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

Entre os possíveis exemplos de alegria sacerdotal, um chamou a minha atenção nestes dias, São Filipe Néri. Chamou a minha atenção por sua capacidade de confundir o mundo com o seu jeito alegre de ser. Uma alegria que não se expressava em rituais contínuos de estado psicológico; sua alegria era Christiana Laetitia, tão profundamente marcada pela ambiguidade do mundo que foi capaz de perturbar dois gênios da humanidade.

Goethe, o poeta alemão, pensava em São Filipe Néri como um milagre de harmonia entre renuncia e alegria (Laetitia); uma existência marcada pela presença da simplicidade imediata de quem produz uma ação prontamente regulada pelo puro desejo de imitação do seu Senhor.

De outro lado, Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, também se deixou impressionar pela imagem sacerdotal de Filipe Néri, mas, desta vez, a imagem do santo se transfigurou em uma forma caricatural da tragédia da mente diante da estrutura comum da humanidade e da tragédia comum da santidade.

Para Schopenhauer, a santidade exprimida por São Filipe é a forma autentica de um sacerdote, uma espécie peculiar de intuição do mistério do mal, que induz ao desejo de viver e a acentuação solidária pela dor do outro, que se exprime particularmente através da com-paixão.

Examinando as duas vias podemos concluir que a imagem da alegria sacerdotal corresponde, com mais razão, a esta apresentada sob a luz de Schopenhauer, que não propriamente àquela de Goethe. De fato, a vida sacerdotal não é a de um homem sereno, assegurado de sua salvação, nem certeza de operar de maneira ética. Ou seja, é convicto de não corresponder à Graça recebida. Entretanto, essa descoberta não deve vir por doce humildade ascética, mas por humildade ética, que é a consciência da infinita responsabilidade pelo irmão. Situação que só é superada nos atos de com-paixão, consigo mesmo e com os outros.

É difícil para o hedonismo atual perceber o motivo profundo da alegria sacerdotal, especialmente depois de encontrar este humano profundamente imerso nos mais latentes problemas da sua existência, aqueles tocantes diretamente à falta de sentido da vida e das expectativas desiludidas de uma multidão incalculável de homens e mulheres.

Entretanto, uma coisa é certa, o ser sacerdote confunde a mentalidade moderna do mesmo modo que São Filipe Néri confundiu Goethe e Schopenhauer, que geraram imagens discrepantes e opostas sobre a mesma pessoa.

Pode se dizer do sacerdote como um homem profundamente marcado pelas pré-disposições de um mundo sofredor, e esta caricatura se encontra com a definição de Schopenhauer. Mas, de outro lado, o sacerdote é também a perfeita Laetitia apresentada por Goethe e São Francisco, vivendo uma existência compenetrada de quem crê profundamente no seu Senhor e tem a certeza de não ser desiludido.

Por isso, podemos afirmar: o sacerdote vive a sua felicidade, sem, contudo, deixar de perceber os sofrimentos do mundo. Sua alegria não é um modo de esquecimento ou o disfarce das angustias latentes – Alegres sim, mas daquela alegria cheia de com-paixão que se exprime perfeitamente no capítulo 25 de Mateus – Uma forma de vida operosa, segundo a qual todos serão julgados. A ele não importa a análise complexa de um tratado intelectual que ousa definir o que é e o que não é alegria (laetitia), do momento que já pôs no centro de sua vida o amor na ação restauradora do mundo.

Esta concordância existencial entre com-paixão e laetitia do homem diante de Deus me fez entender o fato pelo qual, dois gênios literários, como Goethe e Schopenhauer tanto se interessaram pela figura sacerdotal de São Filipe Néri.

Fonte: CNBB

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 1/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

I

Cristo ensina uma nova forma de oração

1. Jesus Cristo, nosso Senhor, que é tanto Espírito de Deus, como Palavra de Deus e Verbo de Deus, (Palavra do Verbo e Verbo da Palavra), instituiu para os novos discípulos do Novo Testamento uma nova forma de oração. Convinha, realmente, que também nesse plano se guardasse o vinho novo em odres novos e se costurasse um pano novo numa veste nova (cf. Mt 9,16-17Mc 2, 21-22Lc 5,36-39). De resto, tudo que viera antes, ou foi inteiramente abolido como a circuncisão, ou foi completado como o resto da Lei, ou cumprido como a profecia, ou levado à perfeição como a própria fé.

2. A nova graça de Deus renovou todas as coisas, fazendo-as passar de carnais a espirituais, mediante o Evangelho, que opera a revisão de todas as coisas antigas. Pelo Evangelho, nosso Senhor Jesus Cristo se fez reconhecer como Espírito de Deus, Palavra de Deus e Verbo de Deus: Espírito, por seu poder eficaz; Palavra, por seu ensinamento; Verbo, por sua vinda. Assim, pois, a oração instituída por Cristo reune três dimensões: a do Espírito, razão da sua grande eficácia; a da Palavra, em que ela se exprime; e do Verbo…[lacuna]

João já ensinara seus discípulos a orar

3. Também João Batista já ensinara seus discípulos a orar. Mas tudo em João era preparação à vinda de Cristo. Quando Cristo cresceu – e João já anunciara que era preciso que Cristo crescesse e ele mesmo diminuísse (cf. Jo 3,30) – toda a obra do precursor se transferiu para o Senhor, segundo o espírito de João. Por isso, nada nos resta das palavras com que João ensinou a orar, pois as coisas terrenas deram lugar às celestes. “Quem é da terra – diz João – fala o que é da terra, mas o que vem do céu fala daquilo que viu” (Jo 3,31-32). E o que não é celeste no Cristo Senhor, inclusive o seu ensinamento sobre a oração?

Como orar

4. Consideremos, pois, irmãos abençoados, a celeste sabedoria de Cristo, que se manifesta, em primeiro lugar, pelo preceito de orar em segredo (cf. Mt 6,6). Por aí Cristo induzia o homem a acreditar que o Deus Onipotente nos vê e nos escuta em toda parte, mesmo em casa e nos lugares mais escondidos. Ao mesmo tempo, ele queria que a nossa fé fosse discreta, de modo que, confiante na presença e no olhar de Deus em toda parte, reservasse o homem só a Deus a sua veneração.

5. Já no preceito seguinte (cf. Mt 6,7), se manifesta uma sabedoria que se refere tanto à fé, como ao discernimento da fé. Pois, certos de que Deus em sua providência olha pelos seus, não se deve pensar que para nos aproximarmos dele precisamos de muitas palavras.

Uma oração breve

6. Aqui chegamos, por assim dizer, ao terceiro grau da sabedoria. Com efeito, essa brevidade está apoiada na significação de palavras grandes e felizes, pois quanto mais curta, mais rica de sentido é esta oração. De fato, ela não compreende apenas a exigência própria da oração, isto é, a veneração de Deus e a súplica do homem, mas quase todas as palavras do Senhor. Constitui uma lembrança de todo o seu ensinamento, de tal modo que nela temos uma síntese de todo o Evangelho.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Música: banda faz um punk-rock clássico do “Salve Rainha”

iQuilibrio
Por J-P Mauro

A banda The Thirsting se mantém fiel ao hino mariano, mas lhe dá uma nova roupagem musical.

Às vezes você ouve uma música que muda completamente sua opinião sobre um gênero. Essa foi a nossa reação quando ouvimos a versão que a banda católica The Thirsting fez do “Salve Rainha”. Nunca fomos particularmente fãs do Green Day ou dos Ramones, mas esta versão nos surpreendeu.

A banda The Thirsting apresenta o hino mariano atemporal em uma roupagem completamente moderna. A música é tudo o que se poderia esperar do gênero punk-rock — as guitarras tocam power chords ousados, enquanto os vocais parecem uma mistura entre cantar e gritar. Ainda assim, a energia dinâmica da versão traz uma sensação de diversão alegre ao hino.

A versão fica ainda melhor quando de repente os músicos quebram a velocidade mais ou menos na metade da canção. Lá, a música quase começa a assumir um ar do hino original. O intervalo é de curta duração, e a banda retorna ao punk-rock no refrão final.

Músico católico

De acordo com a Diocese de Duluth, a força criativa por trás de The Thirsting é o vocalista/compositor Daniel Oberreuter. O músico é católico de berço e, ao longo da vida, disse que começou a fundir fé e música. Ele tem o hábito de rezar o Terço todo dia, e isso o levou a uma maior devoção.

Oberreuter explicou que quando chegou a hora de lançar sua carreira musical, ele a tratou como uma vocação. “Percebi que poderia juntar a música com a minha fé. Eu realmente me senti chamado a promover o Terço e a Eucaristia, essas duas coisas”, disse.

Clique aqui para ouvir mais do The Thirsting.

Fonte: Aleteia

Os ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio (Parte 1/5)

Presbíteros

Os Ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio: uma resposta aos desafios de um mundo secularizado

Índice:

  1. “Todos os sacerdotes somos Cristo”. Eucaristia e identificação com Cristo
  2. “Empresto ao Senhor minha voz”. Familiaridade com a Palavra e disponibilidade para as almas
  3. “Empresto ao Senhor minhas mãos”. Amor a liturgia e obediência à Igreja
  4. “Empresto ao Senhor meu corpo e minha alma: todo meu ser”. Sacerdote cem por cento

Fazer a Deus presente em todas as atividades humanas é o grande desafio dos cristãos num mundo secularizado, e é a tarefa que São Josemaría recordou a milhares de pessoas – sacerdotes e leigos – durante a sua vida. Sua mensagem pode resumir-se em poucas palavras: santidade pessoal no meio do mundo.

Jesus Cristo se fará presente e ativo no mundo quando: nas famílias, na fábrica, nos meios de comunicação, no campo…, na medida em que Cristo vive no pai e na mãe de família, no trabalhador, no jornalista, no camponês…, isto é, na medida em que o trabalhador, o jornalista, o esposo ou a esposa sejam santos. Como afirmou João Paulo II, “é necessário arautos do Evangelho expertos em humanidade, que conheçam a fundo o coração do homem de hoje, participem de suas alegrias e esperanças, de suas angústias e tristezas, e ao mesmo tempo sejam contemplativos, enamorados de Deus. Para isto são necessários novos santos. Os grandes evangelizadores (…) foram os santos. Devemos suplicar ao Senhor que aumente o espírito de santidade na Igreja e nos mande novos santos para evangelizar o mundo de hoje”. (Discurso ao Simpósio de Bispos europeus, 11.10.1985).

Este é o segredo diante da indeferença e do esquecimento de Deus: nosso mundo precisa de santos, qualquer outra “solução” é insuficiente. O mundo atual, com a sua instabilidade e suas profundas mudanças, reclama a presença de homens santos, apostólicos, em todas as atividades seculares: “Um segredo. Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos. Deus quer um punhado de homens ‘seus’ em cada atividade humana. – Depois… ‘pax Christi in regno Christi’ – a paz de Cristo no reino de Cristo” (São Josemaría. Caminho, n. 301).

A ausência de Deus na sociedade secularizada traduz-se na falta de paz, e, como consequência, prolifera-se as divisões: entre as nações, nas famílias, no lugar de trabalho, na convivência diária… para encher de paz e de alegria estes ambientes, “temos que ser, cada um de nós, alter Christus, ipse Christus, outro Cristo, o mesmo Cristo. Somente assim poderemos empreender essa grande empresa, imensa, interminável: santificar desde dentro todas as estruturas temporais, levando aí o fermento da Redenção” (São Josemaría, É Cristo que passa, n. 183). Todos nós estamos chamados a colaborar nesta tarefa apaixonante, com uma visão otimista diante do mundo em que vivemos: “Para ti, que desejas formar-te num mentalidade católica, universal, transcrevo algumas características: (…) uma atitude positiva e aberta ante a transformação atual das estruturas sociais e das formas de vida” (São Josemaría, Sulco, n. 428).

Nesta tarefa de transformação do mundo, percebe-se também o importante papel do sacerdote. Porém, quem é o sacerdote na sociedade de hoje? Como pode converter-se em fermento de santidade? A esta pergunta pode-se responder desgranando umas palavras de São Josemaría que definem a identidade do sacerdote, também no mundo secularizado: “Todos os sacerdotes somos Cristo. Empresto ao Senhor minha voz, minhas mãos, meu corpo, minha alma: dou-lhe tudo” (São Josemaría, Anotações de uma reunião familiar em 10.05.1974, citado por J. Echevarría, Por Cristo, con Él y en Él, Ed. Palabra, Madrid 2007, p. 167).

+ Javier Echevarría / Prelado do Opus Dei

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Dom Duffé: 4 anos de missão no Vaticano com experiência marcante em Brumadinho

A viagem do prelado em 2019, após rompimento da barragem |
Vatican News 

No final do seu mandato, o secretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, dom Bruno-Marie Duffé, volta a percorrer os pontos marcantes dos seus 4 anos de trabalho, entre eles, como enviado ao Brasil após o rompimento da barragem que matou mais de 270 pessoas. Em entrevista ao Vatican News, o convite a novas formas de se relacionar num mundo frenético e angustiado para dar espaço à esperança.

Hélène Destombes, Gabriella Ceraso e Andressa Collet – Vatican News

A viagem feita por dom Bruno-Marie Duffé em 2019 a Brumadinho/MG, como enviado ao Brasil do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, após o rompimento da barragem que causou a morte de mais de 270 pessoas, foi um dos marcos importantes na missão de 4 anos como secretário. Desde julho, dom Duffé, da diocese de Lyon, terminou o seu mandato no dicastério, liderado pelo cardeal Peter Turkson, um cargo ocupado em junho de 2017 com a nomeação do Papa Francisco.

Proximidade e reciprocidade, assim, são consideradas as palavras-chave da avaliação que dom Duffé faz destes anos, em entrevista concedida à redação francesa do Vatican News. Ele falou principalmente dos tempos modernos em que define como marcados pelo "grande desafio da convivência, do reconhecimento e do acolhimento recíproco" que nos coloca no cume, posicionados entre "violência e ruptura" ou "diálogo e encorajamento mútuo".

Convivência e acolhimento: desafios dos tempos modernos

Grande parte do trabalho do secretário do dicastério nos últimos anos foi relativo ao problema da "saúde", essencialmente por causa da pandemia e da decisão do Papa de criar uma Comissão Covid-19. Dom Duffé ressalta que essa experiência tem demostrado cada vez mais claramente como as questões de saúde, de ecologia e do social estejam profundamente ligadas e conduzam ao que Francisco pediu, ou seja, a uma "redescoberta da criação". E todos os atores, todas as esferas, todas as religiões, são importantes nesse sentido: todos podem contribuir para "construir, reconstruir e implantar um novo modo de relações entre nós e um novo modo de diálogo entre todos" em harmonia com a criação.

Memória dos valores, uma bússola para todos

Mas como implementá-la e por onde começar? Dom Duffé, também citando a experiência vivida na América Latina, enfatiza o conceito de "memória", de "revisitar a nossa memória". Ele afirma que, na nossa memória coletiva e pessoal, "temos um certo número de elementos que podem nos ajudar a pensar sobre esse novo modelo. Não se trata de voltar ao passado", explica ele, "mas de revisitar os valores e as referências que temos", começando por recuperar um sentido do ‘limite’ e do ‘ritmo’ em uma época que dom Duffé vê como ‘frenética’. Um dos desafios de hoje é justamente este. "Memória, esperança e solidariedade concreta", diz ele, "são como uma bússola que poderíamos oferecer a todos”.

Reforma do Vaticano: não só normas, mas identidade da Igreja

Finalmente, uma reflexão sobre a reforma iniciada pelo Papa, que, longe de ser puramente estrutural ou administrativa ou mesmo normativa, deve ser entendida em termos de "dinâmica da missão e da presença da Igreja no mundo contemporâneo". A imagem que o prelado adota é a do Pontífice abrindo "caminhos e perspectivas" para que todos os batizados possam ser atores na missão. "Somos uma Igreja”, diz ele, “em meio a um mundo ansioso, às vezes até angustiado. Somos uma Igreja que é chamada a oferecer presença, atenção, misericórdia e cuidado com as pessoas. E esse é o significado dessa reforma".

Fonte: Vatican News

Quem foi padre Olivier Maire, assassinado na França

Pe. Olivier Maire | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 10 ago. 21 / 03:33 pm (ACI).- O padre Olivier Maire, assassinado na França nesta segunda-feira, foi o primeiro superior provincial local dos Missionários Monfortianos, congregação religiosa fundada por são Luís Maria Grignion de Montfort.

O sacerdote foi assassinado em Saint-Laurent-sur-Sèvre, no departamento de Vendée, região oeste da França. No povoado, fica a basílica de são Luís Maria Grignion de Montfort, onde o fundador está sepultado e o papa são João Paulo II pregou em 1996.

O padre Maire nasceu em Besançon, no leste da França, em 1961. Aos 25 anos, em 1986, ele fez sua profissão solene nos Missionários Monfortianos. Foi ordenado sacerdote em 1990.

Aos 60 anos, o padre Maire era conhecido pela sua liderança em retiros.

Um participante de um retiro em 2011 escreveu sobre o sacerdote: “Apreciei sua disponibilidade, sua escuta atenta às sugestões e sua liberdade para expressar seus interesses em diferentes campos. Cada Eucaristia foi um momento intenso de oração e de ação de graças”.

Outro participante comentou: “Vivi uma semana de calma e renovação graças à beleza do lugar, à qualidade dos momentos de oração, à profundidade e simplicidade de Olivier Maire”.

Em 2016, o sacerdote foi entrevistado na KTO, canal católico francês, em Saint-Laurent-sur-Sèvre, em um programa dedicado aos 300 anos da morte de Monfort, ocorrida em 1716.

Em 11 de outubro de 2020, o padre Maire pregou numa missa pelos 300 anos da chegada da beata Marie Louise de Jesus a Saint-Laurent-sur-Sèvre. Junto com Monfort, ela fundou as Filhas da Sabedoria, uma congregação religiosa feminina.

Na ocasião, o padre disse que “isto é o que Marie Louise poderia ter dito a todos esta manhã: compartilhe a sua vida. Viva uma vida compartilhando com os outros, não desperdice sua vida vivendo sozinho, isolado, protegido do mundo, protegido de outros. Tem que se proteger do vírus, mas não dos outros”.

“A simbiose com o mundo em que vivemos, esse mundo de exclusão, como diria o papa Francisco, este mundo da periferia, é o que Marie Louise experimentou. A vida fraterna, a última encíclica do papa (Fratelli tutti), nas faz lembrar disto: viver a simbiose com o outro, a vida fraterna e a vida em simbiose com o próprio Deus”.

“Ousemos sentar-nos um momento em partilha fraterna, ousemos sentar-nos com os mais pobres, os excluídos, os rejeitados pela humanidade”.

Fonte: ACI Digital

Santa Joana Francisca de Chantal

Sta. Joana Francisca de Chantal | Canção Nova
12 de agosto
Santa Joana Francisca de Chantal

Neste dia, queremos lembrar a vida da santa Joana Francisca de Chantal, modelo de jovem, mãe, irmã e, por fim, religiosa. Nasceu em Dijon, centro da França, em 1572, e foi pelas provações modelada até a santidade.

A mãe tão amada faleceu quando Joana era criança; o pai, homem de caráter exemplar, era presidente da câmara dos vereadores e, por causa de maquinações políticas, chegou a sofrer pobreza e muitas humilhações. Joana, que recebeu da família a riqueza da fé, deu com 5 anos um exemplo marcante quanto à presença de Jesus no Santíssimo Sacramente, pois falou a um calvinista que questionava o pai: “O Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse. Se pretendeis não aceitar o que Ele falou, fazeis dele um mentiroso”.

Santa Joana Francisca, aos 20 anos, casou-se com um Barão (Barão de Chantal). Eles tiveram quatro filhos e, juntos, começaram a educá-los, principalmente com o exemplo. Joana era sempre humilde, caridosa para com o esposo, filhos e empregados; amava e era muito amada.

Tristemente perdeu seu esposo, que foi vítima de um tiro durante uma caça, e somente com a graça de Deus conseguiu perdoar os causadores, e corajosamente educar os filhos. Como santa viúva, Joana conheceu o Bispo Francisco de Sales, que a assumiu em direção espiritual e encontrou na santa a pessoa ideal para a fundação de uma ordem religiosa. Isso no ano de 1604. A partir disso, começou e se desenvolveu uma das mais belas amizades que se têm conhecido entre os santos da Igreja.

Santa Joana Francisca de Chantal, já com os filhos educados, encontrou resistência dos seus familiares, porém, diante do chamado de Cristo, tornou-se fundadora das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora. Seguindo o exemplo de Maria, a santa de hoje com suas irmãs fizeram um grande bem à sociedade e a toda Igreja. A longa vida religiosa da Senhora de Chantal foi cheia de trabalhos, sofrimentos e consolações. Faleceu em Moulins, no ano de 1641. Nessa época, já existiam na França noventa casas da sua Ordem.

São Francisco de Sales nunca abandonou a filha espiritual; sobreviveu-lhe ela dezenove anos e repousa a seu lado na capela da Visitação, em Annecy (local da fundação da primeira casa da Ordem das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora).

No dia 12 de agosto de 1767, santa Joana Francisca de Chantal foi canonizada para ser venerada como modelo de perfeição evangélica em todos os estados de vida.

Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!

Fonte: https://santo.cancaonova.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF