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sábado, 14 de agosto de 2021

O que se sabe sobre o Anticristo? Cardeal Newman responde com 4 sermões proféticos

Luca Signorelli, “Sermão e atos do Anticristo” (c. 1500) /
Crédito: Domínio Público

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 11:06 am (ACI).- O que se sabe sobre o anticristo? O santo cardeal John Henry Newman abordou o tema em quatro sermões, baseado nos ensinamentos da Bíblia e dos padres da Igreja.

“Ele entregou esse olhar a um futuro não muito distante há mais de 180 anos, mas suas ideias soam como se tivessem sido escritas e pregadas nos tempos de hoje”, escreve Joseph Pronechen, autor do artigo publicado para o National Catholic Register.

Em cada um dos sermões, o cardeal Newman se refere ao que disse Jesus em várias passagens da Bíblia, que entrelaçam as profecias do fim dos tempos nas visões dos livros de Daniel e Apocalipse, além de algumas passagens das epístolas.

Ele também esclareceu que nenhuma das interpretações é sua.

Primeiro sermão: “Tempos do Anticristo”

Neste primeiro sermão, o cardeal começa descrevendo os sinais do segundo advento de Cristo. Ele diz que haverá “uma terrível apostasia e a manifestação do homem do pecado, o filho da perdição, ou seja, como é comumente chamado, o Anticristo”.

“Nosso Salvador parece acrescentar que esse sinal o precederá imediatamente, ou que Sua vinda a seguirá de perto; porque depois de falar de ´falsos profetas` e de ´falsos cristos`, ´fazendo sinais e prodígios`, ´abundância de iniquidade` e ´amor esfriando`, e coisas do tipo, acrescenta: ´Quando virdes todas estas coisas, sabei que está perto, às portas”, escreveu.

São Paulo, no capítulo 2 da sua segunda carta aos tessalonicenses, explica que há um poder restritivo que impede que o “adversário” seja revelado, mas que se manifestará no devido tempo.

Newman diz que os antigos consideravam que o Império Romano era o adversário, mas embora o império tenha sido aparentemente destruído ou desmantelado, pela profecia em tessalonicenses, o santo acreditava que o Império Romano ainda existia de alguma forma em seus tempos.

O seu sermão centra-se também numa dessas formas ligeiramente afastadas da sua época: a Revolução Francesa, que perseguiu a religião e consagrou e adorou a liberdade e o homem.

Mas o cardeal Newman disse que o anticristo será uma só pessoa.

“Diz-se que virá uma apostasia, e o homem do pecado será revelado. Em outras palavras, o Homem do Pecado nasce de uma apostasia, ou pelo menos chega ao poder através de uma apostasia, ou é precedido por uma apostasia, ou não o seria se não fosse por uma apostasia. Assim diz o texto inspirado: agora observe, como a explicação da Providência, como se vê na história, notavelmente comentou esta predição”, escreveu.

O cardeal Newman reconhece um afastamento da religião nas partes mais civilizadas do mundo, inclusive em sua própria época: “Não há uma opinião reconhecida e crescente de que uma nação não tem nada a ver com a religião; que é um assunto meramente da consciência de cada um? Certamente soa como o relativismo de nossos días”.

Newman continua: “Não há um movimento vigoroso e unido em todos os países para derrubar a Igreja de Cristo do poder e do lugar? Não há um esforço febril e sempre atarefado para se livrar da necessidade da religião nos negócios públicos? Uma tentativa de educar sem religião? ... uma tentativa de substituir a religião completamente?”

O cardeal Newman diz que não nos deixemos enganar pelas iscas de Satanás: “Crês que ele é tão desajeitado em seu ofício para te pedir aberta e claramente que te unas a ele em sua guerra contra a Verdade? Não, ele está oferecendo-te uma isca, para te tentares. Te promete liberdade civil; te promete igualdade; te promete comércio e riqueza; te promete um perdão de impostos; te promete reforma... te promete iluminação -te oferece conhecimento, ciência, filosofia, ampliação da mente-. Zomba dos tempos passados; zomba de toda instituição que os venera”.

Finalmente, nos adverte sobre as Escrituras: “Que comunhão tem a justiça com a injustiça? E que comunhão a luz com as trevas? Saí, pois, do meio deles, e apartai-vos”... para que não sejais obreiros juntamente com os inimigos de Deus, e abram caminho ao Homem do Pecado, o filho da perdição”.

Segundo sermão: “A religião do Anticristo”

No seguinte sermão, o cardeal Newman afirma que tanto são João como são Paulo descrevem o inimigo como caracterizado pelo mesmo pecado: negar a Deus (1 Jo 2, 22-23) e estabelecer-se a si mesmo como um deus.

Também diz que, tanto Irineu como Hipólito interpretam o número da besta como a palavra ´latinus`, ou o rei latino, e cita que o veem como o chefe do Império Romano restaurado.

Embora todas as expectativas detalhadas até agora possam ser corretas ou incorretas, diz o cardeal Newman, ainda é muito útil falar sobre essas coisas à luz do que estava acontecendo nos seus dias e, obviamente, têm piorado enormemente.

Suas palavras se adaptam aos dias de hoje: “No estado atual das coisas, quando se supõe que o grande objetivo da educação é desfazer-se das coisas sobrenaturais, quando se nos pede rir e zombar de acreditar em tudo o que não vemos, e que avaliem cada declaração com a pedra de toque da experiência, devo pensar que esta visão do Anticristo, como um poder sobrenatural por vir, é um grande lucro providencial, já que um contrapeso às más tendências da época”.

Terceiro sermão: “A cidade do Anticristo”

No terceiro sermão, o cardeal Newman analisa o que nas profecias se cumpriu e o que ainda falta cumprir-se. Ele mostra como o Império Romano se dissolveu, mas é difícil dizer se se foi totalmente, porque ainda poderia existir “em um estado mutilado e decaído... se assim for, algum dia deve reviver”.

Com riqueza de detalhes, além de referências bíblicas, o cardeal Newman mostra como o Império Romano foi muito punido através da espada bíblica, da fome e das pragas, mas ainda não foi totalmente demolido, apesar de todas as pragas, a devastação dos bárbaros e a divisão em outras nações.

Por que ainda não?, pergunta o cardeal. E responde: porque a “Igreja habitava em Roma, e enquanto seus filhos sofriam na cidade pagã pelos bárbaros, voltaram a ser a vida e o sal dessa cidade onde sofreram... Que maravilhosa regra da providência de Deus aqui se manifesta! A Igreja santifica, mas sofre com o mundo, partilhando os seus sofrimentos, mas aliviando-os”.

O cardeal Newman também afirma que a Roma pagã pode ser figura de alguma outra grande cidade, ou talvez de um mundo orgulhoso e enganador, ou de todas as grandes cidades do mundo juntas, com seu governante de “espírito avarento, luxuoso, auto-suficiente e irreligioso”.

Quarto sermão: “A perseguição do Anticristo”

No sermão final, o cardeal Newman olha para as Escrituras para nos lembrar das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”, dando a entender que a Igreja começa e provavelmente terminará em perseguição.

“Ele a reconhece como sua, a emoldurou, e a pedirá de volta, como uma Igreja perseguida, que leva Sua cruz”, diz o cardeal Newman ao recordar Mateus 24, 21, 2 Tessalonicenses 2, 9-11 e Apocalipse 13, 13-14, dizendo que será bom para os cristãos, porque os dias se encurtarão.

“Talvez não seja uma perseguição de sangue e morte, mas unicamente de arte e sutileza, não de milagres, mas de maravilhas naturais e poderes de habilidade humana, aquisições humanas nas mãos do diabo. Satanás pode adotar as armas de engano mais alarmantes -pode esconder-se- pode tentar nos seduzir em pequenas coisas, e assim mover os cristãos, não todos de uma vez, mas pouco a pouco, de sua verdadeira posição”, continuou.

Depois disse: “Sabemos que ele obrou muito dessa maneira ao longo dos últimos séculos. Sua política é dividir-nos e dividir-nos, para desalojar-nos gradualmente da nossa rocha. E se vai haver uma perseguição, talvez seja, então, quando todos estivermos em toda parte da cristandade tão divididos e tão reduzidos, tão cheios de cisma, tão perto da heresia. Quando nos tivermos lançado sobre o mundo e dependermos dele para nossa proteção, e tivermos renunciado a nossa independência e nossa força, então ele pode explodir sobre nós com fúria, até onde Deus o permita”.

“Então, de repente, o Império Romano [que parece arder de várias maneiras em algum lugar] pode ser quebrado, e o Anticristo aparece como um perseguidor, e as nações bárbaras ao redor irrompem. Mas todas estas coisas estão na mão de Deus e no conhecimento de Deus, e as deixemos ali”, acrescentou.

“É nosso dever, como o Senhor nos mostra no Pai Nosso, orar: Venha o Vosso Reino. Faça-se na terra como no céu”, conclui o cardeal Newman.

Fonte: ACI Digital

Padre Scalese: "Rezem, rezem, rezem pelo Afeganistão"

Afegãos em fuga do país  (AFP or licensors)

O avanço dos Talibãs continua. Depois de conquistar as principais cidades do país, eles estão a apenas 50 quilômetros da capital Cabul. Até agora, o pedido da ONU para iniciar conversações de paz com o governo tem sido em vão. Nos microfones da Rádio Vaticano o apelo do barnabita responsável pela Missio sui iuris no Afeganistão.

Giancarlo La Vella e Fausta Speranza – Vatican News

Cabul, a capital do Afeganistão e centro do poder institucional parece ter suas horas contadas. O avanço inexorável dos Talibãs poderia a qualquer momento trazer de volta ao poder o movimento fundamentalista que já governou o país de 1996 a 2001. Um regime que infelizmente entrou para a história, caracterizado por uma visão fortemente conservadora do Islã. Desde a invasão soviética em 1979, o Afeganistão não conhece a paz e agora o país sofre mais uma vez com a guerra, o exílio forçado e a fome. Uma situação, especialmente olhando para o drama dos civis, na qual o padre barnabita Giovanni Scalese, à frente da Missio sui iuris, presença católica no país asiático, exorta à proximidade através da invocação ao Senhor para salvar o Afeganistão da dor da guerra: "Rezem, rezem, rezem pelo Afeganistão".

ONU: espaço para negociação

Enquanto isso, nas Nações Unidas, o secretário geral Antonio Guterres pediu a suspensão da ofensiva, que está tendo um forte impacto humanitário sobre a população civil, com 250.000 pessoas - 80% mulheres e crianças - já forçadas a deixar seus lares, e o início de colóquios de paz. Guterres também se diz horrorizado com as denúncias de abuso de mulheres. Tomar o país pela força, enfatizou, é uma escolha que corre o risco de levar a uma guerra civil e ao completo isolamento do Afeganistão do contexto internacional. A situação humanitária e sanitária está piorando a cada hora, disse ainda Guterres, salientando que "os conflitos nas áreas urbanas resultam em contínua carnificina, com os civis pagando o preço mais alto" da violência.

Fechamento iminente das embaixadas

Portanto, de um dia para o outro poderíamos estar testemunhando a batalha decisiva por Cabul e muitos se perguntam que envolvimento terão os 3.000 soldados estadunidenses enviados oficialmente para a capital em apoio ao pessoal diplomático dos EUA, que planejam evacuar a embaixada. Enquanto isso, Cabul está se tornando uma cidade fantasma com civis fugindo e escritórios diplomáticos sendo esvaziados. Em resumo, o medo é que se está prestes a presenciar outro capítulo na dramática história afegã das últimas décadas.

Depois de uma guerra de 20 anos

A história nos diz que o movimento Talibã controlou o País, como já mencionado, entre 1996 e 2001, até a invasão estadunidense decidida após os ataques terroristas em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001. O objetivo era encontrar os líderes da Al Qaeda, um grupo considerado responsável pelos ataques, aos quais os Talibãs ofereciam proteção. No Afeganistão, portanto, os Estados Unidos vêm travando uma guerra há 20 anos que começou com a derrubada do regime Talibã em outubro de 2001. No ano passado, depois que Washington anunciou a retirada de suas tropas do país, os Talibãs conseguiram tomar o controle de cerca da metade dos 400 distritos em que o Afeganistão está dividido, consolidando sua presença sobretudo nas áreas rurais. Nas últimas semanas, eles também começaram a visar as cidades mais importantes e agora estão ameaçando Cabul. Daniele De Luca, professor de Relações Internacionais na Universidade de Salento, fala da iminente instabilidade e deriva no Afeganistão.

Os fracassos da missão da OTAN

O estudioso sublinha como praticamente tudo já havia sido previsto: no momento da notícia da retirada das forças internacionais, era imaginável que os Talibãs voltassem a campo. O Afeganistão é um país complexo - explica ele - com uma história de derrota contínua para qualquer um que tenha tentado penetrá-lo de fora. Sobre estes 20 anos de presença, não se pode falar - disse -, de fracasso do Ocidente, mas certamente de fracasso da ideia de exportar democracia. Em particular, De Luca destaca um aspecto decepcionante: é evidente quantas pessoas estão desesperadas diante do retorno do regime Talibã e como milhares e milhares já estão tentando escapar, mas também é claro como os combatentes estão avançando praticamente sem encontrar resistência. Isto significa - afirma De Luca - que, infelizmente, a missão específica da OTAN, que era a de treinar as forças locais da lei e da ordem, tornando-as operacionalmente autônomas, não deu frutos.

A identidade Talibã

De Luca lembra, traçando o perfil dos Talibãs, que eles são os chamados estudantes de teologia das escolas corânicas, que desde os anos 90 se distinguem por suas posições extremistas. Na verdade, eles têm uma ligação muito forte com Al Qaeda desde os tempos em que Bin Laden estava escondido no Afeganistão e abraçaram a violência jihadista. Para entender algo mais, De Luca sugere olhar para o equilíbrio muito difícil entre xiitas e sunitas, para a história regional destas expressões do Islã. Sabendo exatamente quem eram os Talibãs em 2001 e quem são hoje, De Luca afirma que é muito difícil imaginar qualquer espaço para negociação ou diplomacia, mesmo que nas negociações de Doha, os estadunidenses estejam tentando mobilizar a comunidade internacional, incluindo a União Europeia, China, Rússia e Irã, para convencer os Talibãs a pararem e negociarem uma solução política, de acordo com o que a ONU pediu. De Luca também acredita que a posição do Afeganistão não permite qualquer intervenção ou envolvimento externo direto por parte do Irã, da Rússia e da Turquia, que têm sido ativos na Síria. Em segundo plano, está a retirada dos Estados Unidos. As forças internacionais estão completando sua desmobilização após 20 anos de guerra. O acordo sobre a partida foi alcançado em fevereiro do ano passado, após duras negociações entre os Talibãs e a administração estadunidense do então presidente Trump, mas o governo afegão não estava envolvido nessas conversações. Então o sucessor da Casa Branca, Joe Biden, anunciou que as tropas dos EUA deixariam o Afeganistão até 11 de setembro de 2021.

Fonte: Vatican News

São Maximiliano Maria Kolbe

S. Maximiliano Maria Kolbe | POM
14 de agosto

Fundador do apostolado mariano conhecido como "Milícia da Imaculada"

Padroeiro do Século XX

Origens

Seu nome de batismo era Raimundo Kolbe. Nascido em 8 de janeiro de 1894, na Polônia, era filho de família pobre. Seus pais eram operários humildes e simples, porém, ricos de fé e religião. No lar ele recebeu os princípios da fé e do amor cristãos. Por isso, com apenas treze anos Raimundo Ingressou no Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos. Ali, vivendo entre os confrades, ele demonstrou logo a força de sua vocação religiosa.

Caminhada e fé

Durante o tempo de estudos, Raimundo foi um estudante que deixou marcas pela mente brilhante e por ser muito atuante, apesar da pouca idade. Ainda estudante, manifestou sua profunda devoção à Virgem Maria quando fundou um apostolado mariano ao qual deu o nome de "Milícia da Imaculada". Terminou seus estudos na cidade de Roma. Lá, recebeu o sacramento da ordem em 1918. Nessa ocasião, assumiu o nome religioso de Maximiliano Maria, em homenagem a São Maximiliano e a Nossa Senhora. Depois de ordenado, voltou para a Polônia, e passou a lecionar no Seminário franciscano de Cracóvia.

Carisma da comunicação

Padre Maximiliano Maria Kolbe destacou-se na Igreja pelo grande amor a Nossa Senhora e pelo seu incrível espírito empreendedor na área da comunicação social. Quatro anos após sua ordenação, em 1922, quase sem dinheiro, ele fundou uma tipografia. Ali fez proezas. Criou e editou uma revista dedicada a Nossa Senhora. Depois, criou um periódico semanal, uma revista para crianças e outra para sacerdotes. As tiragens começaram pequenas e, em pouco tempo, eram milhares. Seu espírito evangelizador, porém, não se contentava apenas com a palavra escrita. Por isso, criou uma emissora católica de rádio. Sua ação apostólica pelos meios de comunicação chegou até o Japão! E sua meta era estender a obra ao mundo inteiro, conquistando almas para Jesus através da Virgem Maria.

Preso no campo de concentração de Auschwitz

No início da Segunda Guerra Mundial São Maximiliano Maria Kolbe voltou à Polônia para dirigir a formação dos novos franciscanos. Pouco tempo depois, em 1939, os nazistas invadiram sua terra e prenderam Padre Kolbe pela primeira vez. Soltaram-no e voltaram a prendê-lo uma segunda vez em 1941. Dali, transferiram-no para o temível campo de concentração de Auschwitz, onde ele conheceu os horrores da guerra provocados pelos nazistas.

Não há maior amor do que entregar a própria vida

Em agosto do mesmo ano, 1941, um prisioneiro conseguiu fugir de Auschwitz. Por causa disso, os soldados alemães, furiosos, impingiram uma punição terrível aos outros prisioneiros: sortearam dez presos para serem mortos de maneira cruel. Um dos dez sorteados era Francisco Gajowniczek. Quando soube de sua triste sorte, começou a chorar e clamar em voz alta, afirmando ter esposa e filhos para criar. Nesse momento, São Maximiliano Maria Kolbe pediu ao comandante alemão para ir no lugar de Francisco. O comandante concordou.

Morte lenta e cruel

Os soldados alemães despiram, então, São Maximiliano Maria Kolbe e os outros nove. Depois, prenderam-nos numa cela escura, húmida e pequena. Ali os dez prisioneiros ficaram sem água e sem alimentos, para morrerem aos poucos. Duas semana depois, Padre Kolbe, acostumado aos jejuns e pela força da oração, ainda sobrevivia e, com ele, outros dois com privilegiado porte físico. Então, os soldados aplicaram-lhes injeções mortais para desocuparem a cela. Aconteceu em 14 de agosto de 1941.

Padroeiro do difícil Século XX

Em 1971 o Papa João Paulo II celebrou a beatificação de São Maximiliano Maria Kolbe e em 1982 o mesmo Papa celebrou sua canonização. Nessa ocasião, João Paulo II deu a ele o título de "Padroeiro do nosso difícil século XX". Na cerimônia em que Padre Kolbe foi canonizado, Francisco Gajowniczek estava presente e testemunhou a coragem e o amor daquele Padre franciscano que se ofereceu para sofrer e morrer em seu lugar, dando a Francisco a chance de cuidar de sua família.

Oração a São Maximiliano Maria Kolbe

Ó São Maximiliano, seguidor fidelíssimo do Pobrezinho de Assis, que inflamado de amor a Deus transcorreste a vida na prática assídua das virtudes heróicas e na obras santas do apostolado, volta o teu olhar a mim, teus devoto, que confio na tua intercessão.

Tu que, irradiado da luz da Virgem Imaculada, atraístes inúmeras pessoas aos ideais de santidade, chamando-as em diversas formas de apostolado para o triunfo do bem e da dilatação do Reino de Deus, obtenha a mim a luz e força para operar o bem e atrair muitas pessoas ao amor de Cristo.

Tu que, na perfeita conformidade ao divino Salvador, alcançaste alto grau de caridade para oferecer, em sublime sacrifício de amor, a tua vida para salvar a um irmão prisioneiro, suplique do Senhor a graça que ardentemente te peço... (coloca-se a intenção)

E, animado pelo mesmo ardor de caridade, possa também eu com a fé e com obras testemunhar Cristo aos irmãos, para alcançar contigo a beatificante possessão de Deus na luz da glória. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Seis conselhos para ajudá-lo a perseverar na fé na universidade

Imagem ilustrativa / Crédito: Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 12:50 pm (ACI).- O escritor e professor de física em Nova Jersey, nos Estados Unidos, Matt D'Antuono, selecionou algumas recomendações para manter a fé viva apesar das dificuldades que aparecem na universidade.

Em um artigo publicado no jornal National Catholic Register, D' Antuono deu seis chaves para fortalecer a fé e “permanecer católico”, à medida que os estudantes regressam às aulas presenciais.

1. Conheça a sua fé

O escritor disse que, apesar de ter crescido frequentando a igreja, ele era alvo fácil “para que as pessoas viessem e me explicassem o que estava errado com o catolicismo”.

“O problema era que o quadro que pintavam era uma caricatura, o que em lógica se conhece como ´espantalho `. Se tivesse sabido o que a Igreja realmente ensinou, eu teria podido responder a qualquer objeção que fosse feita contra ela”, acrescentou.

D' Antuono disse que nunca encontrou um ex-católico que possa explicar adequadamente a fé católica e recordou a frase do venerável arcebispo Fulton J. Sheen: “Não há mais de 100 pessoas no mundo que realmente odeiem a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que eles acreditam ser a Igreja Católica”.

Por isso, animou a estudar diligentemente as escrituras e o catecismo, e lembrou que o catecismo para jovens YouCat também é um resumo muito útil “e está escrito em uma linguagem mais contemporânea”.

“Há beleza e genialidade no ensinamento da Igreja, mas é preciso trabalho para poder vê-lo”, afirmou.

2. Não se deixe enganar pelos maus argumentos ateus

Há muitas versões caricaturadas de Deus que são fáceis de derrubar, diz D' Antuono. “O deus descrito e rejeitado pelos ateus militantes simplesmente não é o Deus do catolicismo”.

“Se você conhece alguém que diz que compreende Deus, pode ter certeza de que não compreende. Santo Agostinho escreveu: ´se você entende, não é Deus`. Inclusive a maioria dos professores de filosofia não conhecem a ideia de Deus a Igreja que ensina”, acrescentou.

3. Aprenda os argumentos a favor da existência de Deus

“Podemos saber que Deus existe; esse ponto não é uma mera questão de fé”, disse D' Antuono.

Para o escritor, aprender os argumentos a favor da existência de Deus pode ajudar a “compreender o Deus que a teologia católica descreve”.

4. Procure católicos com ideias parecidas

“As pessoas com quem você passa o tempo terão um impacto dramático no que você faz e no que você se tornará”, recomendou o escritor.

D' Antuono disse que “não existe uma coisa como um cristão ´cavaleiro solitário´” e falou sobre a importância de passar tempo com os santos, lendo sobre eles.

“Você aprenderá muito. Será inspirado. Inclusive, você pode falar com eles durante a leitura. São a comunidade católica por excelência. E, claro, não se esqueça de ´chamar` a sua mãe, Maria, a rainha dos santos”, acrescentou.

5. Não se sinta mal por ir contra a corrente

Na sociedade atual, diz D’Antuono, “muitas vezes acontece que você se sente como um vilão se não se comprometer com as ideologias dominantes e as agendas associadas com a moralidade liberal”.

“Em primeiro lugar, o pensamento racional sólido leva às mesmas conclusões que a Igreja em questões morais. Não é necessário ser cristão para estar de acordo com a Igreja. Basta conhecer a base filosófica da moral, uma teoria conhecida como lei natural”, afirmou.

Além disso, ele disse que o “amor real, duro como as unhas e abnegado, é a fonte dos preceitos de Deus” e por isso, se não parece ter sentido, é porque “você não compreende o amor real, a natureza humana real ou o coração de seu Pai amoroso”.

6. Coloque sua relação com Jesus em primeiro lugar

D' Antuono disse que “nada na vida, absolutamente nada, é mais importante que uma relação pessoal com Jesus Cristo”, e afirmou que esta deve ser formada “mediante a oração e os sacramentos”.

“Vá regularmente à missa e à confissão. Estabeleça um bom horário cedo e não se dê por vencido, inclusive quando falhar (e o fará!). Entregue-se à misericórdia de Deus. Quando cometer um erro, volte a Deus uma e outra vez, se for necessário”, afirmou.

Para o escritor, o catolicismo “não é um conjunto de crenças ou práticas, mas uma Pessoa, Jesus Cristo”, e afirmou que o encontro com Ele é o propósito real que tudo o que fizermos deve ter.

Fonte: ACI Digital

TRAZENDO LUZ PARA A IDADE MÉDIA

Sta. Catarina de Sena | Apologistas da Fé Católica
Inquisição, Heresias e disputas políticas

• Há poucos dias, uma professora em aula, afirmou que, Galileu foi preso porque a igreja o condenou por dizer que a Terra era redonda, e a igreja achava que a Terra era Quadrada, Pode parecer piada mas não é, ainda bem que ela não disse que ele foi queimado vivo, como Já ouvi algumas afirmações desse tipo, na verdade a igreja já sabia que a Terra era Redonda há mais de quatro séculos antes de aparecer Galileu. O que Galileu descobriu foi que a terra girava em torno do sol, um outro erro é colocar do julgamento de Galileu na Idade Média, isto aconteceu em 1633. O problema da igreja com Galileu foi teológico, ele queria forçar a igreja a retirar alguns textos bíblicos que são esses (Josué 10 12 Josué falou ao Senhor no dia em que ele entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse em presença dos israelitas: Sol, detém-te sobre Gabaon, e tu, ó lua, sobre o vale de Ajalon.
• 13 E o sol parou, e a lua não se moveu até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto acha-se escrito no Livro do Justo. O sol parou no meio do céu, e não se apressou a pôr-se pelo espaço de quase um dia inteiro.).

• O caso de Galileu é contemporâneo dos processos de feitiçaria. Na verdade, sabe-se mal e pouco, o que sabemos é que sempre houveram feiticeiros, Feiticeiras e mais ainda história de Feiticeiros e feiticeiras, os primeiros processos em que eles foram mencionados nos textos em detalhes não ocorreram senão no século XIV, na região de Toulouse; Conhece-se, em seguida, em 1440, o célebre de Gilles de Rais (colega de armas de Joana D’Arc, acusado mais de magia que de feitiçaria). Na segunda metade do século XV, estes processos tornaram-se habituais, a começar pelo que, em 1456, na região de Lorraine, deveria fazer oito vítimas. O interesse pela feitiçaria cresce sensivelmente, no século XVI, em que personagens sérios com Jean Bodin (1530-1596, crítico da autoridade papal — apesar de católico, era simpático ao Calvinismo, é também conhecido como um grande perseguidor de Bruxas defende os procedimentos processuais mais extremos, Inclusive a tortura, era jurista, político e filósofo).
• De resto os Mais célebres casos de feitiçaria ocorreram na própria corte de Luís XIV. Nenhuma região da Europa foi poupada, tanto Protestantes (na Inglaterra, onde as primeiras execuções ocorreram sobre o reinado de Elizabeth I, no século XVI; na Alemanha e até na Suécia, e na América do Norte).

• Em relação aos católicos, a reação não foi senão na primeira metade do século XVII, com obras de algum Jesuítas, em particular do padre Friedrich Spee (1591-1635, Jesuíta, poeta e forte crítico do julgamento de bruxaria,um dos primeiros a apresentar argumentos sólidos contra a utilização da Tortura para a obtenção da Verdade em processos legais), cuja a obra, Cautio criminalis, publicada 1633, ano do processo de Galileu, não deixou de influenciar os juízes de sua região. O Papa Urbano VIII recomendava, por sua vez, em 1637, prudência na perseguição aos Feiticeiros e Feiticeiras. Isto não impede quê, ainda em Bordeaux, em 1718, ocorra O Último dos processos de feitiçaria de que se tem conhecimento e que este termine, como os precedentes, na fogueira.

• A estes exageros de superstição basta opor, realmente, a mentalidade dos tempos feudais, tais como ela se exprime, por exemplo, em João de Salisbury (Bispo de Chartres, escritor, Diplomata e humanista do século XII, é autor da primeira obra de filosofia política do ocidente o políticraticus 1150) dizia: “O melhor remédio contra esta doença (trata-se, certamente, de feitiçaria e o emprego deste termo por um grande Pensador o aproxima curiosamente dos psiquiatras atuais) é ligar-se firmemente na fé, não prestar ouvidos a Essas mentiras e jamais prestar atenção a tão lamentáveis loucuras.

• INQUISIÇÃO

• Para quem vive no século 20 a Inquisição tem traço chocante que marca toda a idade média (também por certos manuais, passamos pelo movimento dos batismos forçados impostos por Carlos Magno houve a conquista de saxe — até a instituição da Inquisição. Que entre os dois se tenham um espaço de meio Milênio [450 anos] não perturba nenhum pouco os redatores não se compreende por que eles se incomodariam se a Idade Média, a seus olhos, formava um bloco uniforme, definitivamente). O estudo deste assunto requer uma biblioteca. Podemos dizer que esta biblioteca já existe, temos uma quantidade bem grande de escritores honestos que descrevem sobre o assunto de maneira honesta e imparcial, mas ainda temos muita coisa por fazer para esclarecer um grande público.

• O termo inquisição significa inquérito (interrogatório); no século XII, Abelardo proclama que a vida de pesquisador, do lógico, passasse em “inquisição permanente” e seu propósito não tem nada que possa lembrar a heresia ou evocar a repressão. A palavra toma um sentido jurídico quando, em 1184, o Papa Lúcio III, em Verona, exorta os bispos a procurar com afinco os heréticos para avaliar a propagação do mal em suas dioceses. Mas isto não é mais do que uma recomendação precisa, referente ao exercício de um direito que sempre lhe Fora outorgado, o direito excomungar o herético; ou seja, ver o “exterminar” (está é uma palavra que os inimigos da Igreja usam para dizer que neste momento o Papa mandou exterminar todos os hereges, vejamos o verdadeiro significado, banir, persegui-lo, ex-terminis, colocar além das fronteiras), Vimos que com um pouco de pesquisas conseguimos identificar realmente o significado das palavras e das atividades, sem precisar recorrer às paixões ideológicas. Estes, os heréticos, existe um grande número Principalmente ao sul da França e da Itália. Os mais numerosos, sabemos, são os que se designavam a si próprio de catharoi ou cátaros, os puros; pode-se resumir a doutrina cátara, dizendo que ela repousa sobre um dualismo absoluto: o universo material é a obra de um deus mau, apenas as almas foram criadas por um deus bom; de onde se conclui que tudo que tende à procriação é condenável, o casamento em particular; os mais puros adeptos da doutrina vem no suicídio a perfeição Suprema (muitos escritos dos cátaros foram destruídos pelos tribunais da Inquisição no século XII, o mais importante, entre os que subsistiram, é um tratado polêmico, atribuído a um cátaro, contra outros cátaros. Trata-se do Liber de duobos principiis, por um discípulo do cátaro Jean de Lugio, dissidente da seita de Desenzano, na Itália, que teve grande importância no século XIII.

• Por mais estranho que pareça, é o conde de Toulouse, Raimundo V, quem primeiro sonhou em combater militarmente os heréticos, que eram números em seu domínio. Em uma carta ao Abade de Citeaux, faz a mais Negra descrição da extensão da heresia: “O flagelo pútrido da heresia se espalhou a tal ponto que a maior parte dos que a seguem acreditam prestar homenagem a Deus… Aqueles que se destinaram ao sacerdócio são corrompidos pela Peste da heresia; os lugares sagrados, sempre venerados das igrejas, tornaram-se negligenciados, caem em ruínas; nega-se o batismo, abomina-se a Eucaristia, despreza-se a Penitência, recusa-se a criação do homem e a ressurreição da Carne, anulam-se todos os sacramentos da Igreja. Por penoso que seja admiti-lo, vai-se até a introduzir os dois princípios.” de fato, como todas as heresias, a dos cátaros nega a Encarnação, mas leva essa negação ao ponto de professar horror à cruz.

• Mas quando Raimundo V, de Toulouse, sucede Raimundo VI (Raimundo VI, Conde de Toulouse e Marquês de Provença, foi excomungado em 1208 por seu envolvimento no assassinato do legado papal Pierre de castelnau 1170-1208, enviado para investigar a heresia cátara que se propagava rapidamente na região do Languedoc. Perdoado 1209, foi novamente excomungado 1211 Por ter mudado de lado na cruzada contra o catarismo recuperou Tolosa 1217; Pierre Castelnau 1170-1208, sacerdote cisterciense, pregador delegado enviado ao Languedoc para conter a heresia cátara, foi assassinado por um enviado de Raimundo VI de Toulouse, acontecimento que desencadeou a cruzada albigense 1209-1229). Este considera os heréticos de outra maneira; numerosos são mesmo seus súditos que o acusam de favorecê-los. Quando em 1208, o papa lhe envia um emissário, Pierre de castelnau, ele o devolve com ameaças que encontram eco, porque o emissário é assassinado dois dias mais tarde. É Então que o Papa Inocêncio III vai pregar A Cruzada exortando aos Barões de França e de outros lugares a pegar em armas contra o de Toulouse e os outros heréticos do Sul.

• Declara-se a luta, mas contrariamente ao que com frequência se diz e escreve, tanto perfeitos (perfeitos são os cátaros com altos cargos na seita), como simples crentes, os hereges não vivem de modo nenhum na clandestinidade. É as claras que circulam, que pregam, que se multiplicam Colóquios e encontros com aqueles que os tentam reconduzir à ortodoxia, em particular, Com estes frades mendicantes aqui em Domingos de Gusmão (1170 1221, influente Presbítero espanhol e fundador da ordem dos pregadores dominicanos) Domingos de Gusmão chama à prédica da Santa doutrina e à prática de uma pobreza integral e que se tornarão, em 1215, os frades pregadores. As reuniões para que ele Convida os heréticos, as discussões públicas, como em Fanjeaux — em pleno coração do Sul albigense — e que se tornaram célebres, atestam que, Apesar dos inquéritos episcopais, que haviam sido ordenados em vários lugares, os hereges não sentiam nenhuma necessidade de se esconder, e sobretudo nas regiões do Languedoc, onde gozavam de uma proteção eficaz por parte dos Senhores meridionais. Tudo muda depois que a Guerra é declarada; a mudança será mais sensível ainda quando for instaurada, uns vinte anos mais tarde, em 1231, a Inquisição pontifical.

• É ao Papa Gregório IX que devemos a iniciativa da Inquisição e não a São Domingos, como de forma imprudente alguns afirmam. Este último morreu há 10 anos quando o Gregório IX projetou a instituição de um tribunal Eclesiástico destinado especialmente à busca e julgamento dos hereges.

• A Associação dos dominicanos à Inquisição ocorreu porque o próprio Gregório IX confiou aos padres pregadores, muito populares, o encargo da Inquisição, logo que a instituiu em 1231; mas, desde 1233, ele lhes acrescentou a principal das outras ordens mendicantes, a dos Frades menores. Os franciscanos exerceram as funções inquisitoriais principalmente na Itália, alguns também na França, como Etienne de Saint-Thiebéry, que foi massacrado em Avignonnet, no ano de 1242, junto com seu colega dominicano Guilherme Arnaud (ele dirigiu um Tribunal do Santo Ofício na vila de avignonet-Lauragais que foi massacrado por cada luz em 1242).

• É inútil insistirmos aqui sobre os exageros a propósito da Inquisição nas obras de escritores imaginativos mas pouco respeitadores das Fontes documentais. As penas aplicadas, em geral, são o empaderamento, isto é, a prisão (distingue- se o “muro Estreito”, que é a prisão propriamente dita, e o “muro Largo”, a prisão domiciliar), ou, com mais frequência ainda, A Condenação á peregrinações ou ao uso de uma cruz de fazenda pregada na roupa. Nos lugares onde os registros sobreviveram, como em Toulouse, em 1245-46, constata-se que os inquisidores uma Condenação à prisão numa relação de um para nove, à pena de fogo, Condenação à fogueira, de um para quinze; os outros acusados tendo sido ou libertados ou condenados a Penas mais leves.

• A grande questão é, que, a reprovação que encontramos contra a inquisição, a partir do século XVIII, constituiu um desses Progressos que o historiador não pode deixar de destacar, Pois ela se eleva contra o próprio princípio do julgamento realizados em nome da Fé; esta nos aparece em sua essência, como devendo escapar a toda pressão, a toda coleção de ordem exterior e jurídica.

• E todo aquele homem da fé cristã, em sua grande maioria, no período inquisitorial e, até nos dias de hoje, acreditava e acredita que igreja está perfeitamente em seu direito quando exerce o poder de jurisdição: enquanto que guardiã da fé, esse direito de foi sempre reconhecido pelos que, pelo batismo, pertenciam à Igreja. Daí, a aceitação geral de sanções tais como a excomunhão ou a interdição. excomungar é colocar fora da comunidade de fiéis quem não se conforma com as regras instituídas pela Igreja enquanto sociedade; é colocar fora do jogo, como se pratica em toda parte com quem trapaceia, quem trai, quem não aceita as regras de uma sociedade, de um clube, de um partido, de uma associação qualquer à qual, anteriormente pretendia pertencer. Na mesma linha das sanções eclesiásticas, a interdição condenava a uma espécie de excomunhão geral um território inteiro, toda uma cidade, para levar à obediência seu responsável: senhor, rei, até abades etc. esta espécie de banimento da Comunidade dos fiéis era o meio mais eficaz de obter o arrependimento do culpado, porque a interdição compreendia a supertição de todas as cerimônias religiosas; os sinos deixavam de tocar, os ofícios religiosos [casamentos enterros etc] não eram mais celebrados, o que tornava por demais intolerável a vida das populações.

• No entanto, a guerra contra os hereges ele jornais e a instituição da Inquisição modificam de forma categórica as sanções eclesiásticas, no que implicam no recorrer à força, ao poder temporal, ao braço circular. Na Igreja, era um fato inusitado, uma nova tendência que os canonistas do século XIV e XV procuraram justificar e colocar Como regra do direito e que terá consequências graves no século XVI. Os Papas a que se devem estas medidas são os que se encontram nos manuais de história como grandes Papas da idade média: Inocêncio III e Gregório IX.

• O Evangelho é bem claro quanto à separação dos poderes. Inocêncio III e Gregório IX recorreram ao temporal para preservar o espiritual. Ou seja, ambos optaram pela facilidade: e jamais, talvez, ao longo da história, a solução fácil apresentou também sua verdadeira expressão; não uma solução, mas uma porta aberta para novos e temíveis problemas.

• Por certo não poderiam avaliar as consequências de suas decisões, ditadas pela impaciência, por uma busca de eficácia imediata — O que é não deixa de ser contrária ao Espírito do Evangelho, mas também mais Sutil, por esta tendência ao autoritarismo que o Direito Romano desenvolve inevitavelmente. Se um e outro foram, aliás, personalidades fortes, a sinceridade de Seu Zelo religioso não é menos indubitável: Inocêncio III é o que soube discernir, no meio de uma infinidade de tendências muito diferentes, o selo autêntico de Domingos de Gusmão e de Francisco de Assis, pretendendo reconduzir à pobreza evangélica uma igreja que dela tinha a mais premente necessidade. Quanto a Gregório IX, não seria exagerado ver nele um verdadeiro campeão da liberdade de espírito: o ano de 1231, que é o da instituição da Inquisição, é também o da bula Parens scientiarum, pela qual ele confirma e fórmula os privilégios da Universidade de Paris e assegura a sua independência junto ao rei, e também aos bispos ou seus chanceleres; em resumo, ele define e reconhece a liberdade de pesquisa filosófica e científica. Põe fim, deste modo, há dois anos de perturbações e greves que opuseram os mestres e estudantes à Rainha Branca de Castela e a seu jovem filho, Luís IX, obrigando-os a restabelecer integralmente os privilégios que subtraíam os universitários à própria justiça do rei.

• A própria Instituição da Inquisição não deixando de apresentar um lado positivo no concreto da vida. Substituiria o processo de acusação pelo de inquérito. Mas além de tudo, em um tempo onde o povo não está disposto a brincar com o herético, ela introduz a justiça regular. Por quê, antes, era em muitos casos uma Justiça leiga ou mesmo uma revolta popular que infringe aos hereges os piores castigos. Para quem tem honestidade e quer se convencer da Verdade vamos recordar o Rei Roberto, o piedoso, em 1022, queimará em Orléans, quatorze hereges, clérigos e leigos. Por outro lado, em diversas ocasiões os bispos precisaram intervir para subtrair às violências da multidão os que ela considerava hereges. Pedro Abelardo tinha feito a experiência, pois ele mesmo, em Soissons, em 1121, foi acolhido com pedradas, uma multidão indignada. Alguns anos antes, hereges que o bispo da mesma cidade tinha condenado à prisão, dela foram retirados e conduzidos à fogueira por amotinados que reprovavam no Bispo “sua fraqueza sacerdotal”. Em diversas ocasiões, atos de violência foram assim cometidos e sabe-se como, sob Filipe Augusto (1165-1223), Rei da França. Vencedor de uma coalizão de reinos rivais alemão, Flamengo e inglês na batalha de Bouvines 1214, Vitória que tornou sua autoridade incontestável — enquanto o rei João sem terra 1166-1216, foi forçado por seus Barões a assinar a Magna Carta 1215, enfrentar uma rebelião conhecida como a primeira guerra dos Barões 1215-1217. As ações militares da cruzada albigense prepararam a expansão da França para o sul. Assim, Felipe transformou a França no mais Próspero e Poderoso Reino de sua época. enfrentou o poder dos Nobres e ajudou as cidades A libertarem-se da autoridade senhorial ao garantir privilégios e liberdade à emergente burguesia. Construiu uma grande muralha ao redor de Paris, reorganizou o governo e estabilizou financeiramente a coroa.), 8 cátaros foram Queimados, em Troyes no ano 1200, enquanto, um pouco mais tarde em 1209 o rei infeliz o mesmo suplício alguns discípulos de Amauri de Bené (1200 e 4207 foi teólogo, filósofo e líder de uma seita panteísta [Deus é tudo, pois o universo e Deus são a mesma coisa] formalmente condenada no quarto Concílio de latrão em 1215, cujos seguidores ficaram conhecidos como Amalricanos.). No sul, em Saint-Gilles-du-Gard, o herege Pedro de bruys 1117-1131, mestre heresiarca, criticou o batismo infantil, a edificação de novas igrejas e a veneração de Cruzes, além de se opor à doutrina da transubstanciação e negar a eficácia das orações pelos mortos. Uma multidão enfurecida o matou.), Ele havia queimado publicamente um crucifixo, viu-se vítima do mesmo suplício, por uma multidão furiosa.

• Podemos verificar diante desses acontecimentos, que em qualquer momento fossem instituídos tribunais regulares, mas esses tribunais foram marcados por uma dureza particular, em razão do renascimento do Direito Romano: as constituições de Justiniano, realmente mandar vamos condenar os hereges à morte. E é para fazer o reviver que Frederico II (um dos principais opositores do Poder papal, duas vezes excomungado, destituído do Concílio de Lyon 1245, chamado de O Anticristo pelo Papa Gregório IX 114-1241.), Tornado Imperador da Alemanha, promulga em 1224, novas constituições imperiais que, pela primeira vez, estipulam expressamente a pena da fogueira contra hereges empedernidos. Assim se vê que a Inquisição, no que ela tem de mais odioso, é fruto de disposições tomadas, de início, por um Imperador em quem se pode encontrar o protótipo do monarca esclarecido, apesar de ter sido, ele próprio, cético e logo excomungado.

• Cham à atenção para que notem que adotando a pena de Fogo, instituído como o procedimento legal o recurso ao braço secular para os relapsos (o relapso é o herege empedernido, aquele que, tendo uma vez abjurado, recai em erro; só o relógio pode ser enviado ao “braço circular” — expressão pudica, para significar que se encarregava à autoridade temporal de envia-lo à fogueira. o Papa acentuava ainda o efeito da legislação Imperial e reconhecia oficialmente os direitos do poder temporal na perseguição às heresias. Sempre sob a influência da legislação Imperial, a tortura seria autorizada oficialmente no começo do século XIII — desde que houvesse o aparecimento de provas.

• Em pouco tempo esse aparelhamento de legislação contra heresia seria dirigido pelo próprio poder temporal contra o poder espiritual do Papa. Sob Filipe, o Belo, as acusações; contra Bonifácio VIII, contra Bernard Saisset Bispo de Pamiers, opositor do Rei Filipe, o Belo, desde que foi enviado como legado papal ao Rei para protestar contra as medidas anticlericais reais. Acusado de alta traição, foi posto sob guarda vigiada. A disputa entre o rei e o Papa Bonifácio VIII fez com que Saisset fosse esquecido. Em 1302 foi obrigado a deixar o reino da França e viver em Roma. Perdoado em 1308, voltou para falecer em Pamiers, como Bispo. Também contra os templários, contra Guichard de Troyes apoiando-se neste poder reconhecido no Rei para perseguir os hereges. Mais do que nunca, a confusão entre espiritual e temporal joga a favor deste último. Só precisamos Recordar aqui as consequências mais graves: A Inquisição do século XVI, a partir deste momento só nas mãos dos Reis e imperadores, iria fazer o número de vítimas em comparação com as do século XIII. Na Espanha, chegou-se à utilização da Inquisição contra Judeus ou mouros, O que foi um desvio por completo dos seus objetivos. Foi criada para o uso interno: destinada a detectar os heréticos, isto é, aqueles que pertencendo à igreja se voltavam contra ela. Foi assim que no século XIII, Fernando III, rei de Espanha (primo de São Luís e que, como ele será canonizado), tinha recusado a Inquisição: não havia hereges em seu reino e ele mesmo se proclamava “Rei das três religiões” [Cristã, Judaica e muçulmana] o que importa em toda uma outra perspectiva, diferença da época de Carlos V e de Filipe II.

• Quando se fala em confusão entre o espiritual e o temporal, precisa se prestar atenção a datas e a épocas. Quando, no século XII, se dá um benefício — posse de uma terra — a um padre ou a qualquer prelado, trata-se de assegurar sua vida material por ser na época, a terra era a única fonte de riqueza. O próprio domínio pontifical Não tem outro objetivos e não sustentar o Bispo de Roma e seus conselheiros, os cardeais que o rodeiam. No decorrer do século XIII, sob a influência do Direito Romano e em grande parte por ocasião dos conflitos com o Imperador, o pontífice se torna chefe de estado; esta evolução sempre nas intenções, senão nos fatos, quando Bonifácio VIII junta uma terceira coroa à sua tiara, a que simboliza precisamente o poder temporal (sabe-se que a Tiara pontifical não aparece senão no decorrer do século XIII; ela apresenta uma coroa, depois duas coroas que, como as duas chaves, significam o duplo poder de ordem e jurisdição que todo Bispo possui).

• Na época precedente (7 séculos e meio em dez séculos da idade média), os que imaginam uma igreja monolítica, dispondo de um poder absoluto da pessoa do Papa, são radicalmente defendidos pelos fatos: recordamos que, nos séculos XII e XIII (portanto, em 200 anos), os Papas tiveram que permanecer 122 anos fora de Roma, vivendo a situação de proscritos e de exilados, bandidos por partidos e revoltas que continuamente conturbaram a história de Roma.

• Referência bibliográfica: IDADE MÉDIA, o que não nos ensinaram; Régine Pernoud

Fonte: Apologistas da Fé Católica

Inspirados por Carlo Acutis, produtor de Hollywood e youtuber fazem filme sobre milagres eucarísticos

Angelo Libutti e Ray Grijalba em entrevista para o filme com
o cardeal nigeriano Francis Arinze / Crédito: Angelo Libutti

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 12:00 pm (ACI).- Um produtor de Hollywood veterano se juntou a um youtuber católico para criar um filme sobre milagres eucarísticos.

Ray Grijalba, do canal de YouTube The Joy of Fate (A alegria da fé), está produzindo o filme junto com Angelo Libutti, que trabalhou em filmes de sucesso como Avengers, Rei Leão 3-D, Alvin e os Esquilos e Homem-aranha. Os dois dizem ter se inspirado no beato Carlo Acutis, um adolescente italiano que morreu em 2006 e foi o primeiro millennial a ser beatificado.

“Acho que os espectadores precisam saber que a mãe do beato Carlo Acutis está no filme e é uma grande fã do filme”, disse Grijalba à CNA. O vídeo de Grijalba no YouTube sobre milagres eucarísticos teve meio milhão de views.

Libutti disse à CNA que o objetivo do filme é evangelizar aqueles que foram afastados da realidade da Eucaristia.

Os produtores estão animados com o formato do filme, porque acreditam que muita gente, tanto crentes quanto não-crentes, vai querer se sentar para assistir um filme de qualidade. Libutti disse que muitos documentários eucarísticos já foram feitos, mas ele se pregunta se o formato desses documentários tem a capacidade de captar a atenção das pessoas por longos períodos de tempo. “O que tento fazer é achar a sinergia entre os que falam no filme e as cenas encenadas”, disse Libutti. “Assim, quando começamos a achar que a fala está se tornando entediante, que já está um pouco demais para as pessoas, aí é quando vamos pôr as cenas encenadas de forma que elas interajam perfeitamente.”

O filme inclui figuras católicas como o bispo de Tyler, Joseph Strickland, o cardeal Francis Arinze, ex-prefeito da Congregação do Culto Divino, padre Donald Calloway, autor de uma consagração a São José, o teólogo Scott Hahn, ente outros. O filme também apresenta entrevistas com cientistas sobre os milagres.

Até agora, foram levantados mais de US$ 300 mil para o filme, mas os produtores querem dobrar essa quantia.

Os produtores disseram à CNA que a realização do filme foi possível graças a muitas noites sem dormir e às conexões de Libutti em Hollywood. Libutti disse que muitos de seus conhecidos no ramo dos filmes doou tempo livre para o filme por causa de sua amizade de longa data.

O papel de Jesus está sendo representado pelo ator Robert Renzi, que disse à CNA que a descrença na Eucaristia é causada pela “igreja do relativismo, sujeição da verdade e essa teologia ‘sentir-se bem’ que se infiltrou e espalhou pela Igreja”. Renzi acredita que todo ser humano tem um desejo objetivo de “verdade, bem, e beleza que só pode ser satisfeito pelo verdadeiro pão da vida, a Eucaristia.”

Ele disse à CNA que está honrado por fazer o papel de Jesus e que o filme tem o objetivo de levar a plateia a uma “jornada cinemática ao coração desses milagres”.

Fonte: ACI Digital

Aumentam abortos e diminuem casamentos no Reino Unido

Shutterstock | Di HENADZI KlLENT
Por Francisco Vêneto

Enquanto 25% das gestações terminam em aborto, apenas 21,1% das uniões registradas foram seladas em cerimônias religiosas.

Aumentam abortos e diminuem casamentos no Reino Unido, conforme dados publicados pelo Office for National Statistics (ONS) referentes ao ano de 2019. Os dados sobre 2020 ainda não foram consolidados. Os aumentos, além do mais, são alarmantes, como observa a porta-voz da organização Right to Life UK, Catherine Robinson:

“É uma tragédia. Cada aborto representa uma falha da nossa sociedade em proteger a vida dos bebês e em prestar apoio total às mulheres grávidas. Essas estatísticas serão piores ainda em relação a 2020 por causa do sistema de aborto domiciliar, que permitiu uma série de abortos ilegais, colocando muitas mulheres em risco”.

O governo britânico, de fato, autorizou as gestantes a realizarem abortos por si próprias, em casa, durante a pandemia. A esse mesmo governo, Catherine Robinson lançou um apelo: “Acabem com este esquema de abortos em casa imediatamente”. A perspectiva de que o governo leve este apelo em conta, porém, parece remota.

Aumentam abortos e diminuem casamentos

Em 2019, nada menos que 25% de todas as gestações, considerando todas as faixas etárias, terminou em aborto. É o porcentual mais alto desde o início dos registros históricos.

Em paralelo ao crescimento dos casos de extermínio de bebês em gestação, decrescem notavelmente os números de matrimônios na Inglaterra e no País de Gales: dos casais que passaram a viver juntos, apenas 21,1% optou por uma cerimônia religiosa de casamento.

Os dados do Office for National Statistics ilustram o tamanho da queda: em 1900, 84,7% das uniões no Reino Unido eram seladas em cerimônias religiosas de matrimônio. O número caiu para 50,4% em 1980 e, de 1992 para cá, o número de casamentos civis supera crescentemente a cada ano o total de casamentos religiosos.

Harry Benson, da Fundação para o Casamento, qualifica este cenário como “desolador” e atribui responsabilidade também às autoridades:

“O governo deveria ter vergonha deste escândalo nacional e transformar em prioridade a inversão dessa tendência”.

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF