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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Mais de 1.400 vítimas no Haiti. Aproxima-se o tufão 'Grace'

Busca de sobreviventes do terremoto no Haiti | Vatican News

Um alerta amarelo foi emitido na ilha caribenha para a chegada de uma tempestade tropical que poderia complicar muito as operações de resgate no sul da ilha, onde as pessoas estão incessantemente cavando nos escombros para encontrar sobreviventes do terremoto do último sábado. A máquina da solidariedade, para a qual o Papa apelou durante o Angelus, está sendo posta em marcha. A Cáritas internationalis lançou uma grande campanha de arrecadação de fundos.

Silvonei José, Gabriella Ceraso – Vatican News

O número de vítimas no Haiti aumentou dramaticamente, três dias após o violento terremoto de 7,2 graus na escala Richter que, na manhã de sábado, causou pânico, especialmente no sudoeste do país. Enquanto a terra continua a tremer em réplicas, relatos até agora falam de mais de 1.400 mortos e mais de 6.000 feridos, com um número desconhecido de pessoas desaparecidas. Estamos, portanto, atingindo os números terríveis - que o povo da ilha tem claro em suas memórias - do terremoto de onze anos atrás.

Terremoto no Haiti | Vatican News
Ainda está viva a oração coral e depois o apelo de domingo do Papa, que se uniu à Igreja em todo o continente para pedir solidariedade e compromisso em todos os níveis para "aliviar as consequências desta tragédia". Por isso, a Cáritas Internationalis está iniciando uma enorme campanha de captação de recursos, com um fundo de 50.000 euros, que pode ser acessado em www.caritas.org/donate-now/haiti-earthquake-2021/: alimentos, água, barracas, kits de higiene e primeiros socorros são necessários. A situação no país é "caótica, a extensão do desastre ainda não é previsível".

O apelo do Papa Francisco:

"Eu gostaria de expressar minha proximidade àquelas queridas populações que foram duramente atingidas pelo terremoto. Ao elevar minhas orações ao Senhor pelas vítimas, dirijo minha palavra de encorajamento aos sobreviventes, fazendo votos de que se mova na direção deles o interesse partícipe da comunidade internacional: a solidariedade de todos pode aliviar as consequências da tragédia. Rezemos juntos a Nossa Senhora pelo Haiti: Ave Maria...".

A ajuda chega sob ameaça de quadrilhas armadas

A solidariedade começa a se manifestar com a chegada dos primeiros aviões com ajuda humanitária na capital Port-au-Prince. A transferência para a população, no entanto, está se mostrando mais difícil do que o esperado, devido à ação de quadrilhas armadas que controlam a passagem ao longo da única estrada estatal em Martissant. O Unicef, que está na linha de frente, também está ciente do problema. Em uma declaração delineando a dramática situação no Haiti, a diretora geral Henrietta Fore disse que o UNICEF está fazendo o máximo para ajudar as crianças e as famílias. Kits médicos para apoiar 30.000 pessoas já foram entregues a Les Cayes, com mais ajuda em saúde, água e saneamento que estão chegando. Vamos continuar", disse ela, "a priorizar a recuperação dos serviços essenciais - incluindo água e saneamento, saúde, nutrição e abrigo - para a população afetada".

"Entretanto, a insegurança relacionada à violência das gangues na estrada principal que liga a capital ao sudoeste e ao seu redor pode minar a resposta geral. Exortamos os grupos armados nestas áreas a proporcionar acesso irrestrito para que as organizações humanitárias ofereçam aos sobreviventes, com segurança, apoio e serviços que salvam vidas em tempo hábil", disse Fore.

Terremoto no Haiti | Vatican News
O terremoto e a tempestade: pessoas aterrorizadas

Enquanto isso, as pessoas estão cavando dia e noite em busca de sobreviventes entre as toneladas de concreto de casas, edifícios e escolas, uma tarefa perigosa e delicada porque os tremores secundários continuam se repetindo, arriscando o colapso de edifícios já enfraquecidos. E há uma corrida contra o tempo. Ainda ontem à noite, de fato, o governo, que declarou estado de emergência por um mês, também teve que emitir um "alerta amarelo" para a iminente passagem do Tufão Grace, rebaixado para uma tempestade tropical e atualmente em trânsito sobre Porto Rico. Sua passagem sobre as províncias do norte do Haiti, de acordo com o último boletim dos EUA, ocorrerá no final do dia de hoje e o medo é de rios transbordando, enchentes e deslizamentos de terra.

As condições no Haiti já são frágeis deste ponto de vista. Padre Massimo Miraglio, um camiliano da região italiana de Cuneo que está em Jeremie há 17 anos, falou sobre isso com Vatican News. Ele e seus irmãos estão envolvidos na construção de um hospital que pretende ser um ponto de referência importante na região, um dos mais duramente atingidos pelo terremoto. O terremoto", explica ele, "nos pegou de surpresa e nós não estávamos prontos. As pessoas aqui estão acostumadas a lidar com furacões e enchentes, por isso reagiram com muito pânico". Segundo o padre, o maior problema está na parte baixa e histórica da cidade, que entrou em colapso, mas especialmente na área montanhosa ao redor de Jeremie.

Terremoto no Haiti | Vatican News
As pessoas nas montanhas não têm mais nada

“Avisaram-me", disse Padre Massimo, "que as casas nas montanhas, que já eram precárias, desabaram, deixando muitos feridos e mortos em lugares onde não há acesso aos centros de saúde, que, quando estão presentes, carecem de qualquer tipo de material para permitir o resgate". Além disso, o terremoto gerou deslizamentos de terra que derrubaram casas. A causa", explica ele, "é o desmatamento descontrolado que vem ocorrendo na ilha há anos". O quadro é dramático: "a situação geral", disse, "é frágil e a vida das pessoas ainda é precária por causa da pobreza, danos ambientais devido ao desmatamento ligado à busca de carvão, que é uma fonte de renda aqui, e a dificuldade de contornar a área". As já difíceis vias de comunicação foram ainda mais danificadas pelas avalanches e pelo terremoto, e temos muitas áreas que estão totalmente isoladas.

Ajuda imediata necessária

Os poucos hospitais nas regiões afetadas estão lutando para fornecer cuidados de emergência. As salas de emergência estão saturadas e já carecem de muito material. É por isso que padre Massimo lançou um apelo: são necessários medicamentos e sobretudo material de primeiros socorros, gaze, curativos e desinfetantes. Deve-se lembrar que este país muito pobre é afligido pela pandemia que criou o caos nas estruturas hospitalares com cerca de 20.000 casos de contágio. Esta catástrofe", concluiu padre Massimo, "tornará ainda mais incontrolável o afluxo de pessoas doentes, que aqui chegam de toda a província". Basta pensar que na área de Jeremie existe apenas um hospital para 800.000 pessoas.

Fonte: Vatican News

Marcos Mion: “Vale a pena acreditar em Deus e correr atrás dos sonhos”

Reprodução/Youtube

Aos 42 anos, apresentador diz que está realizando um sonho profissional e revela que há anos rezava todas as noites com a família para que isso acontecesse.

O apresentador Marcos Mion, de 42 anos, tem uma trajetória de 21 anos de sucesso na TV brasileira. Passou por emissoras como: MTV, Bandeirantes e Record. Mas, segundo ele, faltava realizar um sonho profissional: ser funcionário da Rede Globo.

Sonho que, recentemente, foi realizado. O apresentador vai substituir temporariamente Luciano Huck no programa Caldeirão, que vai ao ar nas tardes de sábado. Além disso, terá projetos especiais no canal Multishow.

Com seu jeitão sincero e irreverente, o apresentador fez questão de demonstrar sua alegria e gratidão ao conquistar aquilo que ele tanto queria.

“Eu não tenho vergonha de assumir minha alegria… Era mais que meta, era um sonho… Sonho tem história. O sonho a gente alimenta e trabalha constantemente no nosso coração… Várias vezes eu achei que não ia dar [para realizar]… E você tem que entender que a vida vai seguir, que o sonho não vai se realizar. A maioria das pessoas não consegue viver a bênção de realizar um sonho. Então eu estou aproveitando cada segundo do que eu estou vivendo agora”, disse Marcos Mion no programa Encontro, da Rede Globo.

Pedindo a Deus todos os dias

Católico e devoto de Nossa Senhora, o apresentador Marcos Mion falou também da angústia que viveu todos esses anos, só pensando neste sonho e trabalhando para que ele se realizasse.

Em entrevista ao Fantástico, Mion revelou que, há anos, ele, a mulher e os três filhos rezavam todas as noites, pedindo a Deus que ele fosse contratado pela Globo:

“Qual que é a única coisa que a gente reza todo dia, sem ser pra nossa família, pra nossa saúde? Aí eles: que o papai vá pra Globo. Por que é o seguinte: reza de criança vai direto [para Deus), né?”

Marcos Mion: “Vale a pena acreditar em Deus”

Agora, o pedido diário da família virou agradecimento e reconhecimento a Deus pela bênção.

Mion, inclusive, serve de exemplo a todos os que ainda aguardam para realizar um sonho. E o segredo está ao alcance de todos:

“Você olha para trás e fala: ‘Vale a pena ser um cara honesto, ser um cara do bem, não passar a perna em ninguém, você acreditar em Deus, Nossa Senhora, ter fé e correr atrás de seus sonhos… Vale a pena você trabalhar, acreditar em você e em Deus, lutar pela sua família, que você realiza os seus sonhos”.

Fonte: Aleteia 

Os ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio (Parte 4/5)

Presbíteros
Os Ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio: uma resposta aos desafios de um mundo secularizado.

3. «Empresto ao Senhor minhas mãos».

Amor a liturgia e obediência a Igreja.

Na Santa Missa, é Cristo aquele que, através do sacerdote, oferece-se ao Pai pelo Espírito Santo. As mãos do presbítero, ungidas durante a cerimônia de ordenação, sempre foram veneradas pelos cristãos, porque trazem a Cristo, porque são dispensadoras dos tesouros da redenção.

São Josemaría tinha uma via consciência de que a liturgia é ação divina, sagrada, e não ação humana. Se um mundo descristianizado caracteriza-se, em boa parte, pela ausência do sagrado, o sacerdote tem hoje um grande desafio de esmerar-se no cuidado da liturgia, “emprestando a Deus suas mães” e seu ser por inteiro.

Isto significa evitar protagonismos que podem obscurecer a ação divina. Também no serviço litúrgico é válida a fórmula de São Josemaría: “Ocultar-se e desaparecer é comigo mesmo, que somente Jesus brilhe” (São Josemaría, Carta com motivo das bodas de ouro sacerdotais, 28-I-1975). Este princípio corresponde a lógica da fé e da visão sobrenatural. Somente desde a fé se pode entender em profundidade a eficácia sobrenatural que encerra o princípio de “emprestar ao Senhor minhas mãos”; e se aceitam com gosto as consequências práticas as quais conduz: fidelidade à fé e à doutrina católica, e obediência delicada às normas litúrgicas:

“Que coloqueis sempre um particular empenho em seguir com toda docilidade o Magistério da Santa Igreja; e, como consequência, que também cumpris, com delicada obediência, todas as indicações da Santa Sé em matéria litúrgica, adaptando-os com generosidade as possíveis modificações – que sempre serão acidentais – que o Romano Pontífice possa introduzir na lex orandi” (São Josemaría, Carta 8-VIII-1956, n. 22).

As mãos do sacerdote devem ser as mãos de uma pessoa enamorada, que sabe tratar com delicadeza as coisas do Senhor e, muito especialmente, tudo o que se relaciona com o culto divino. O descuido de igrejas, altares e objetos de culto transmite inevitavelmente certa sensação de ausência de Deus ou de indiferença. Para fazer frente ao mundo materialista, é necessário um cuidado atento de tudo aquilo relacionado com a presença sacramental do Senhor na Eucaristia. Numa celebração litúrgica imbuída de espírito de adoração encerra-se uma sóbria beleza, que eleva o espírito a Deus e comunica a presença do Sagrado. São Josemaría viveu sempre com a preocupação de que nunca é demais a dignidade do culto.

“Tratai bem os objetos de culto: é manifestação de fé, de piedade e dessa nossa bendita pobreza que, se nos leva a destinar ao culto o melhor daquilo que podemos dispor, nos obriga por isso mesmo a trata-lo com a mais sensível delicadeza: sancta sancte tractanda! São joias de Deus. Os cálices sagrados e as alfaias santas e o demais que pertence a Paixão do Senhor… por seu consorcio com o Corpo e o Sangue do Senhor devem ser venerados com a mesma reverência que seu Corpo e seu Sangue (S. Jerônimo, Epist. 114, 2)” (Ibid., n. 23).

+ Javier Echevarría / Prelado do Opus Dei

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 4/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

VI

“Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano”

1. Com que arte a sabedoria divina dispõe as partes desta oração! Depois das coisas do céu, isto é, depois do nome de Deus, da vontade de Deus e do Reino de Deus, podemos pedir por nossas necessidades terrestres. O Senhor, com efeito, já havia declarado: “Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus, e recebereis a mais as outras coisas por acréscimo” (Mt 6,33).

2. Na verdade, devemos entender, antes, em sentido espiritual o pedido: “Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano”. O Cristo, com efeito, é nosso pão, porque o Cristo é vida, e o pão também é vida. Aliás, ele disse: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,35), e um pouco antes: “O pão é a Palavra do Deus vivo, que desceu do céu” (cf. Jo 6,32). Ademais, como ele disse: “Isto é o meu corpo” (Lc 22,19), cremos que o seu corpo está presente no pão. Assim, pedindo o pão cotidiano, rogamos a Deus viver sempre em Cristo e inseparáveis do seu corpo.

3. Mas, se compreendermos em sentido literal estas palavras, não poderia ser à custa do seu caráter religioso e do ensino espiritual dado pelo Senhor. Com efeito, ele manda que peçamos o pão, como a única coisa necessária aos que têm fé. Dos outros bens, são os pagãos que vão em busca (cf Mt 6,32-33). Para nos fazer compreender isto, o Senhor usa exemplos e emprega parábolas, como, por exemplo, quando pergunta: “Acaso tira o pai o pão dos seus filhos e o atira aos cães?” (Mt 15,26Mc 7,27). E ainda: “Acaso ele dá uma pedra ao filho que pede pão?” (Mt 7,9). Ele mostra, assim, o que devem os filhos esperar do pai. E o homem que bate à porta do seu amigo em plena noite, ele o faz para obter pão (cf. Lc 11,5-8).

4. Com razão, o Senhor acrescenta: “Dá-nos hoje”. Porque já antes prevenira: “Não vos preocupeis com o que havereis de comer amanhã” (cf. Mt 6,34). No mesmo sentido, ele utiliza aquela parábola do homem preocupado em ampliar seus celeiros para reservar as colheitas abundantes e, assim, gozar de segurança por muito tempo. Mas nessa mesma noite ele morreu! (cf. Lc 12,l6ss).

VII

“Perdoa-nos as nossas dívidas”

1. É óbvio que, depois de venerar a generosidade de Deus, roguemos também a sua clemência. De que nos serviria o alimento, se aos olhos de Deus não fôssemos senão como um touro a engordar para ser sacrificado? O Senhor sabe que só ele é sem pecado. É por isso que ele nos ensina a pedir: “Perdoa-nos as nossas dívidas”. Pedir perdão já é uma confissão, pois quem pede perdão, confessa ter pecado. Assim, a penitência se revela agradável a Deus, porque ele a prefere à morte do pecador (cf. Ez 18,21-23).

2. Na Escritura, a palavra “dívida” significa pecado, no sentido de se faltar ao dever. Ao juiz submete-se esta dívida, cujo pagamento é exigido por ele. Só se pode escapar ao pagamento da divida, se o juiz a perdoar. Como o caso daquele servo a quem o patrão perdoou sua dívida (cf. Mt 18,23-35). A parábola inteira é um exemplo do que dizemos. O senhor liberta o servo da sua dívida, mas este, por sua vez, não perdoa ao seu devedor. Acusado junto do seu patrão é entregue ao algoz até que pague o último centavo, isto é, até mesmo pela falta mais leve (cf. Mt 5,25ss). Tudo isso tem o mesmo sentido daquilo que afirmamos: “Perdoamos aos nossos devedores”.

3. Em outro lugar, o Senhor diz, empregando as mesmas palavras desta oração: “Perdoai, e vos será perdoado” (Lc 6,37). E quando Pedro perguntou se devia perdoar sete vezes ao irmão, o Senhor respondeu: “Mais ainda, setenta e sete vezes” (Mt 18,21-22). Deste modo, o Senhor aperfeiçoava a Lei, visto que no livro do Génesis se declara que Caim será vingado sete vezes e Lamec setenta e sete (cf. Gn 4,15.24).

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Padres e religiosos se preparam para deixar o Afeganistão

Talibãs no Afeganistão / Crédito: EWTN Notícias

REDAÇÃO CENTRAL, 17 ago. 21 / 10:57 am (ACI).- A Caritas italiana informou que os poucos sacerdotes e religiosos que estão em Cabul, capital do Afeganistão, se preparam para deixar o país que foi retomado pelos radicais muçulmanos do Talebã depois que os EUA retiraram suas tropas do país.

“Junto com o pessoal das embaixadas, também os pouquíssimos sacerdotes, religiosos e religiosas que estão em Cabul estão se preparando para um inevitável retorno”, informou a Caritas italiana, presente no país de maioria muçulmana desde a década de 90, antes de que os talibãs assumissem o poder pela primeira vez, em 1996.

Os talibãs foram derrubados anos depois, pelos rebeldes da Aliança do Norte e com o apoio dos Estados Unidos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

“Depois de uma guerra de 20 anos, com custos humanos incalculáveis e com milhares de euros gastos, a retirada das forças armadas norte-americanas está deixando o país em um trágico abismo”, afirmou Caritas em um comunicado.

“Como sempre, os mais fracos pagarão o preço mais caro, com dezenas de milhares fugindo das zonas de combate, enquanto os talibãs agora estão na capital, Cabul”, diz a nota.

Em 8 de julho de 2021, o presidente americano Joe Biden afirmou que a retirada de seus militares, iniciada em maio, será “concluída em 31 de agosto”.

Os talibãs, extremistas muçulmanos da etnia Pashtun, chegaram às portas de Cabul no domingo, 15 de agosto, depois de terem controlado quase todo o país. Tomaram o palácio presidencial, após a saída do presidente Ashraf Ghani.

Em seu comunicado, a Caritas lembrou o chamado do papa Francisco no Angelus do domingo, 15 de agosto, e lembrou que “a comunidade cristã é uma pequena, mas significativa comunidade que, nos últimos anos, deu testemunho com sua atenção aos mais pobres e frágeis”.

No Afeganistão só há uma igreja, que fica dentro da embaixada italiana. Foi construída em 1921 e confiada aos missionários barnabitas pelo papa Pio XI, em 1932. A atual capela foi construída em 1960.

Nos primeiros séculos da cristandade, o cristianismo esteve presente no território afegão, mas foi eliminado pelo Império Otomano. Em 1919, a Itália foi o primeiro país a reconhecer a independência do Afeganistão, que perguntou o que poderia dar em troca. A Itália não pediu favores comerciais ou privilégios particulares, mas a possibilidade de construir um local de culto, ampliando de forma eficaz a liberdade religiosa.

A capela foi confiada à missão “sui iuris” do Afeganistão, liderada pelos padres barnabitas que estão no país desde 1934. Em 1992, após o fim da dominação soviética, os barnabitas apresentaram um projeto para a construção de uma igreja no país, que não prosperou por causa da guerra civil e da sucessiva tomada do poder dos talibãs. Na Igreja, uma missão “sui iuris” é uma presença católica num território onde a fé católica não é reconhecida. Diversos missionários atuam no Afeganistão.

Desde a década de 1990, a Caritas Italiana iniciou seu trabalho no Afeganistão. Nos “primeiros anos do ano 2000, sustentou um amplo programa de ajuda de urgência, reabilitação e desenvolvimento, a construção de quatro escolas no vale do Ghor, o regresso de 483 famílias de refugiados no vale do Panshir com a construção de 100 alojamentos tradicionais para as famílias mais pobres e a assistência às pessoas com deficiência”.

Entre junho de 2004 e dezembro de 2007, dois agentes da Caritas Italiana se alternaram no país para coordenar e facilitar as atividades no local.

Segundo a Caritas, com a atual instabilidade “crescem os temores sobre a possibilidade de manter uma presença também no futuro, além da segurança dos poucos afegãos de confissão cristã”.

A Caritas disse que “nessas horas uma massa crescente de refugiados está fugindo das zonas de guerra, aumentando a pressão nos países vizinhos. No Paquistão, a Caritas fará uma avaliação, a partir desta segunda-feira, da situação na região de Quetta, na fronteira com o Afeganistão”.

Fonte: ACI Digital

Lesbos, irmãs scalabrinianas ao lado de migrantes e refugiados

Campo de refugiados na ilha grega de Lesbos | Vatican News

Acaba de partir para a ilha grega, pelo segundo ano consecutivo, a missão itinerante de um grupo de religiosas, em colaboração com a Comunidade romana de Santo Egídio, para apoiar milhares de pessoas que buscam a salvação na Europa.

Francesca Sabatinelli – Vatican News

Entre as muitas mãos estendidas àqueles que se refugiam na área de fronteira da ilha grega de Lesbos, à qual chegam migrantes e refugiados após viagens intermináveis, exaustivas e perigosas, estão as das irmãs scalabrinianas. Para elas, cujo carisma é o serviço evangélico e missionário aos migrantes, estar em Lesbos significa "servir o Cristo Peregrino, o Cristo migrante". Sua presença faz parte da atividade solidária de verão, até 31 de agosto, realizada pela Comunidade romana de Sant'Egidio ao lado dos refugiados no campo denominado Moria 2, após o incêndio que em setembro do ano passado destruiu o campo de Moria e que, até hoje, abriga cerca de 4.500 pessoas, que vivem em tendas e contêineres colocados ao longo do mar.

Campo de refugiados na Grécia | Vatican News
Sete scalabrinianas a serviço dos refugiados de Lesbos

Sete irmãs scalabrinianas no total estão trabalhando em Lesbos durante os meses de verão, incluindo uma italiana, Irmã Patrizia Bongo, nascida em 1975, enfermeira e missionária na Suíça. Ela disse ao Vatican News que conhece a migração em primeira pessoa, porque viveu a maior parte de sua vida na Alemanha, para onde seu avô emigrou muitos anos antes.

Sou a filha de uma emigração rica", ressalta a religiosa, "fui para a Alemanha de carro, não tenho a experiência do meu avô que, pobre homem, não sabia onde ele iria parar". Ele entrou no trem na Puglia (região do sul da Itália, ndr) e desceu em uma estação alemã sem saber onde estava".

“Experimentei a emigração do não ser compreendida por causa das dificuldades linguísticas, posso me identificar com as condições de um emigrante, mas não com as de um refugiado, de uma pessoa deslocada, porque não as experimentei, e ver estas situações aqui é realmente de partir o coração.”

Lesbos, a tragédia sem fim | Vatican News
Barricadas, arame farpado e polícia

Em Lesbos, há um alarme constante ao qual todos devem responder, explicam as scalabrinianas, chamadas a ajudar todos aqueles que continuam lotando as rotas do Mediterrâneo e cuja atividade missionária, na ilha grega, não é somente em resposta a necessidades concretas, mas também à busca de conforto daqueles que perderam tudo, sobretudo as pessoas mais queridas.

"Como irmãs scalabrinianas - diz a Irmã Patrizia - aqui em Lesbos somos uma gota de água muito simples no vasto oceano, nosso papel é dar um sorriso, nossa amizade, dar amor". Antes de chegar a Lesbos, Patrizia estava entusiasmada, ela havia se informado através da Comunidade de Santo Egídio, havia olhado algumas fotos, mas nunca teria imaginado o que encontrou.  "Quando cheguei aqui à ilha e me aproximei do campo, vendo aquelas barricadas, o arame farpado, vendo a polícia nos controles, isso me fez lembrar muito do campo de Auschwitz. Tive um sentimento de tristeza porque vejo que a situação aqui é muito complicada. Embora os migrantes, refugiados, estejam localizados na orla marítima, deve-se dizer que é uma área muito quente, com mais de 45 graus, um calor muito sufocante, é cansativo viver nesses contêineres que são pequenos e nos quais há 8/9 pessoas".

Sobrevivência diária

As palavras das irmãs são dramáticas, mas além de contar o sofrimento das milhares de pessoas confinadas no campo, elas também revelam a tenacidade dos muitos voluntários provenientes de toda a Europa para ajudar. A Irmã Patrizia continua: "Vejo o empenho que é dado na tentativa de ensinar os migrantes a lavar as mãos, a higienizá-las, existe uma associação que também distribui máscaras.... Mas o que está faltando, por exemplo, é água corrente, não há um poço, eles vivem de baldes, pequenas latas de água para escovar os dentes ou lavar a louça". E, entre os mais vulneráveis, há também pessoas paralisadas, vivendo em cadeiras de rodas, cujo caminho é inviabilizado pelo chão não pavimentado.

Visita do Papa Francisco a Lesbos, na Grécia | Vatican News
As orações e a indiferença da Europa

Onde os coletes salva-vidas são jogados, as irmãs prepararam um canto para a oração, e é ali que elas pedem a Deus para ajudar a todos aqueles que são forçados a migrar. A religiosa scalabriniana acrescenta: "Só podemos oferecer nosso sorriso, apesar das máscaras", porque são os olhos que falam de um futuro de esperança. E tudo isso também a fim de responder ao pedido do Papa Francisco, que foi a Moria cinco anos atrás, para ir em direção às periferias humanas, para ser a Igreja em saída. "Nosso carisma se compromete a seguir o que o Papa também deseja e nos indica para acolher, promover, integrar e proteger", quatro verbos que as religiosas carregam no coração, comprometendo-se a implementá-los em sua vida cotidiana, mas que não impedem a Irmã Patrizia que ela faça uma pergunta dramática: "Pergunto-me por que, hoje, no primeiro mundo que é a Europa, ainda existe toda esta dificuldade, esta situação complicada, desastrosa e pouco humana, que a Europa não considera".

Fonte: Vatican News

Santa Clara de Montefalco

Sta. Clara de Montefalco | ACI Digital
17 de agosto

SANTA CLARA DA CRUZ, DE MONTEFALCO, ABADESSA AGOSTINIANA

Santa Clara de Montefalco nasceu em Montefalco, em 1268. O nome de seus pais eram, Damiano e Iacopa Vengente, que tiveram 4 filhos no total. Sua irmã mais velha, Giovanna de 20 anos e sua amiga Andreola, estabeleceram uma Ermida, aonde se dedicaram a uma vida de oração e de sacrifício.

No ano 1274 recebeu aprovação das autoridades eclesiásticas e foi então que, Giovanna pôde receber mais irmãs à Ordem. A primeira candidata foi sua irmã Clara, de 6 anos de idade.

O exemplo de seus pais, que tinham uma grande devoção ao Senhor e a sua Mãe, e o de sua Irmã e sua companheira, contribuíram para que se desenvolvesse em Clara o desejo de amar e eservir o Senhor através de uma vida de oração. Ela era uma menina muito viva a que todos viam que ultrapassava às meninas de sua idade. Era além disso, extremamente amorosa.

Desde que entrou para o convento mesmo sendo mais mais jovem que as demais, mantinha-se ao mesmo nível que suas duas companheiras, tanto na oração como na penitência.

Desde muito pequena, teve um ardente amor pelo Senhor, especialmente por sua Paixão. Este fogo interior foi o que lhe deu a energia, o zelo e a força, para viver uma vida que para muitos seria impossível. Desde pequena teve grande apetite, e tinha que lutar contra seus desejos de comer os pratos que mais gostava, jejuando constantemente, especialmente durante a Quaresma.

Ainda quando nenhuma Regra Religiosa se estabeleceu, Clara praticou uma estrita obediência a sua irmã Giovanna, que era a líder do grupo. Uma vez, que Clara quebrou a Regra do silêncio dada por sua irmã, impôs-se a penitência de ficar sobre um cubo gelo, com os braços para cima rezando 100 vezes o Pai Nosso.

Em 1278 e dois anos depois de ter entrado para o Convento entrou Marina, amiga de Clara, e foi seguida de muitas outras pelo que tiveram que mudar-se a uma montanha perto da cidade, onde construíram outra Ermida.

Levantou-se uma grande perseguição contra elas, não só por parte de leigos da cidade, mas também pelos Franciscanos do lugar que diziam que a cidade era muito pequena para ter outra comunidade pedindo esmola. Mas o Senhor que é justo, moveu o oficial do Ducado a votar para que elas ficassem. Com a Ermida tendo o teto pela metade, passando frio e fome, a pequena comunidade era sustentada por sua fé e chamado, que era mais forte que a perseguição das pessoas da cidade.

Durante esta época poucas pessoas lhes davam algo para comer, e se sustentaram de ervas silvestres. Clara que tinha um dom para cozinhar, fazia bolos de plantas com tanto amor, que as irmãs recordavam estes tempos como tempos de fartura em vez de miséria...

Finalmente Giovanna obteve permissão para enviar algumas irmãs para pedir esmola. Clara que tinha 15 anos, insistiu tanto em ir que, venceu as objeções de sua irmã, e ela junto com Marina, saíram durante 40 dias em busca de esmolas; nunca retornavam sem ter completado seu encargo. Sua irmã Giovanna, pensando em proteger Clara, não lhe permitiu sair mas, e Clara esteve no convento pelo resto de seus anos.

Clara passava de oito a dez horas diárias em oração, e pelas noites caía de joelhos rezando o Pai Nosso.

Praticava atos tão severos de mortificação, que sua irmã Giovanna teve que pôr restrições em suas práticas. Sempre estava procurando uma forma mais ascética de oração.

No ano de 1288, quando Clara tinha 20 anos. Parecia que estava chegando a alcançar a completa união com Jesus, quando o Senhor a provou adentrando-a em um deserto. Foi uma prova dada pelo Senhor para castigar seu orgulho e para que ela visse que sem Ele não podia fazer nada. Clara entrou no deserto. Perseguida por todo tipo de tentações, vítima das emoções. Sentia que Deus a tinha abandonado. Esta tortura durou onze anos de sua vida, através da qual esteve sem a assistência espiritual que ela desesperadamente ansiava. Clara carregava o peso de seus sentimentos de insegurança em seu coração.

Como não recebia as penitências desejadas, começou a impor-lhe ela mesma, causando tanto dano físico que sua irmã teve que detê-la outra vez.

Em 22 de novembro de 1291, morre sua irmã Giovanna. Foi um golpe muito duro para Clara pois via em sua irmã o exemplo a seguir e a pessoa que a formava em sua vida espiritual.

O representante do Bispo chegou para a eleição da nova Abadessa. As monjas unanimemente escolheram Clara. Sentindo-se totalmente indigna, rogou-lhes que escolhessem a alguma mais, que fora Santa e sábia, dizendo que ela não era nenhuma das duas coisas; mas sua petição não foi escutada.

Aceitou sua responsabilidade, embora se sentisse indigna, e se converteu em Madre, Mestra, e Diretora Espiritual. Ensinava a suas irmãs a oferecer ao Senhor todas suas necessidades individuais, para que fossem moldadas nas necessidades da comunidade, formando assim nelas um verdadeiro corpo, com uma vida em comum.

Balançando a oração e o trabalho necessário do mosteiro, trazia para a comunidade alegria e amor. Sensível àquelas que sentiam o chamado a mais oração, permitia-lhes fazê-lo, mas com a condição de que todo mundo teria que fazer trabalho manual.

Ela dirigia, pessoalmente, e incesantemente as irmãs em suas necessidades espirituais e corporais. Dizia: "Quem ensina à alma, a não ser Deus? Não há melhor instrução para o mundo que a que vem de Deus". Ajudava-as e instruía a reconhecer a voz do Espírito e a discernir Quem era o poder em suas vidas. Mas, quando era necessário, corrigia e admoestava as irmãs, fazendo-as conscientes dos perigos a suas almas. Velava por todas, até às custas de sua saúde.

A irmã Tomasa dizia: "Ela permanecia acordada até tarde da noite, mas sempre estava acordada desde muito cedo.

Como Clara foi tão provada e sofreu tantas lutas e dúvidas, podia falar com autoridade a outros. Através de sua experiência podia relacionar-se com a batalha espiritual sofrida por outros. Podia ministrar às pessoas fora da comunidade, que vinham avê-la, contando com os dons de conhecimento e sabedoria que lhe tinha dado o Senhor.

Por seu amor e cuidado genuíno, Clara atraía ao mosteiro sacerdotes, teólogos, bispos, juízes, Santos e pecadores. Nunca descuidou suas responsabilidades para suas irmãs dentro do mosteiro por seu apostolado com aqueles de fora do claustro.

Clara tinha um amor muito grande pelos pobres e perseguidos. Enviava as irmãs externas com comida e medicamentos para os necessitados. Dava a amigos e inimigos igualmente, e às vezes mais aos inimigos. Assim como era amorosa, generosa e entregue, mais ainda era firme. Enfrentava a todos seus perseguidores com estas qualidades, nunca retrocedendo diante deles. Ela se atreveu a ser impopular, enfrentando o pensamento popular do mundo, assim como ao de suas próprias freiras, se ela pensava que estava incorreto. Testemunhas afirmam que ela tinha o dom de bilocação.

Embora ela era uma mística, geralmente em contemplação de seu Amado Senhor Jesus Cristo (especialmente em sua paixão), e em adoração estática a Deus Pai, ao Filho e o Espírito Santo na Santíssima Trindade, estava consciente do mundo a seu redor. Ela não estava afastada dele, mas envolta nele, orando e fazendo penitência por sua salvação.

O ano 1294 foi um ano decisivo na vida de Clara. Na festa da Epifania, depois de ter feito uma confissão geral diante de todas as irmãs, caiu em êxtase e permaneceu assim por várias semanas. As irmãs a mantinham com vida dando-lhe água e açúcar. Durante este tempo, Clara teve uma visão, em que se viu sendo julgada diante de Deus,"viu o inferno com todas as almas perdidas sem esperança e o céu com os Santos, gozando perfeita felicidade na presença de Deus. Viu Deus em toda sua majestade. Revelou-lhe quão incondicionalmente fiel uma alma deve ser a ele para viver de verdade nele e com Ele. Ao recuperar-se, resolveu "nunca pensar ou dizer algo que a separasse de Deus". Também dizia: Se Deus não me protegesse, seria a pior mulher no mundo".

No ano de 1303 conseguiu construir a Igreja que tanto sonhou, que não somente serviria ao convento, mas também à comunidade do povo. A primeira pedra foi abemçoada em 24 Junho de 1303 pelo Bispo de Espoleto e nesse dia a Igreja foi dedicada à Santa Cruz. Clara teve também a visão de Jesus vestido como um peregrino pobre. Seu rosto arrasado pelo peso da cruz e seu corpo mostrando os sinais de um caminho duro carregando a cruz. Clara estava de joelhos tratando de evitar que Ele continuasse caminhando, e lhe perguntando Senhor, aonde vai?"; Jesus lhe respondeu:" procurei no mundo inteiro por um lugar forte onde plantar firmemente esta Cruz, e não encontrei nenhum". Clara o olha e toca a cruz, mostrando ao Senhor o desejo de tantos anos de compartilhar sua cruz. O rosto de Jesus já não estava exausto, mas brilhando de amor e de gozo. Sua viagem tinha terminado. Ele lhe diz: "Sim Clara, aqui encontrei um lugar para minha cruz; ao fim encontro alguém a quem posso confiar minha cruz", e a implantou em seu coração. A intensa dor que sentiu em todo seu corpo, ao receber a Cruz de Jesus em seu coração, permaneceu com ela. Desde esse primeiro momento, sempre esteve consciente da cruz, que não somente sentia mas sim a sentia com cada fibra de seu ser. Era parte dela, seu Amor Jesus e ela era um em sua Cruz.

"A vida de uma alma é o amor a Deus", dizia Clara. Ela orava para que todo aquele que ela conhecesse experimentasse a Nosso Senhor Jesus Cristo, profundamente em seu coração. Ela orava, sofria e ardia de paixão, como o fez nosso Senhor, porque lhe tinha entregue totalmente ao seu coração. devido a suas penitências de tantos anos, seu corpo começou a debilitar-se e em Julho de 1308 já não pôde levantar-se mas de sua cama. O demônio a atacava incansavelmente, tratando de fazê-la sentir que ela era indigna de Deus; que Deus não a encontrava agradável, que se tinha equivocado em tudo o que ela havia dito e feito; levando assim muitas almas à perdição. Mas com a fortaleza do Senhor e sua fé não cedeu às insinuações do demônio.

Na noite de 15 de Agosto, chamou as freiras e lhes deixou seu último testamento espiritual:

"Eu ofereço minha alma por todas voces e pela morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sejam abençoadas por Deus e por mim. E oro, minhas filhas, que vocês se comportem bem e que todo o trabalho que Deus me tem feito fazer por vocês seja abençoado. Sejam humildes, obedientes; sejam tais mulheres, que Deus seja louvado sempre através de vocês".

Depois de falar, pediu o Sacramento de Extrema Unção. Quando uma irmã estava morrendo era o costume que cada irmã fosse e fizesse o sinal da cruz na testa. Quando estavam fazendo nela, disse-lhes: "Porque me fazem o sinal da Cruz?. Eu tenho Jesus crucificado em meu coração".

Na sexta-feira 16 de Agosto, à tarde, Clara pediu que viesse seu irmão Francisco. Nessa noite chegou e a encontrou muito cansada; mas na manhã seguinte, Clara parecia estar se recuperando. Francisco partia quando duas irmãs o chamaram e levaram a ver cCara, que sentada na cama, com a cor do rosto aceso e sorrindo, parecia completamente recuperada. Deu a seu irmão aconselhamento espiritual, já que ela era sua diretora espiritual e mestra, falando longamente com ele. Um ambiente de alegria e celebração começou a se espalhar pelo convento, quando Clara chamou frei Tomaso, o capelão do convento, e lhe disse: "Eu confesso ao Senhor e a você todas minhas faltas e ofensas", e mais tarde, dizia a suas freiras: "Agora já não tenho nada mais que lhes dizer. Vocês estão com Deus porque eu vou com Ele. E se manteve assim, sentada na cama, seus olhos olhando o céu, sem mover-se. Passaram vários minutos e Francisco tomou o pulso; olhando às irmãs, chorando anunciou-lhe que Clara tinha morrido.

Morreu no sábado 17 de Agosto, de 1308, às nove da manhã. As freiras imediatamente prepararam o corpo de Clara para que todos pudessem vê-la. Primeiro lhe tiraram o coração e o puseram em um caixa florida de madeira. A Missa funeral foi celebrada em 18 de Agosto. Nessa noite, as irmãs abriram o coração de Clara para prepará-lo e pô-lo em um relicário, para seu assombro, as palavras de Clara se fizeram vida; diante delas estavam as marcas da Paixão de Jesus.

Dentro do coração estava a forma perfeita de Jesus Crucificado, ainda a coroa de espinhos na cabeça e a ferida da lança no lado. Além disso, feitos de ligamentos ou tendões, os flagelos usados na flagelação, com as pontas mostrando as bolas de metal com os ossos para rasgar a carne e os ossos do Senhor. A notícia deste milagre se propagou imediatamente.

Outro achado foi o de 3 pedras dentro de sua bexiga. Quando as freiras investigaram mais, descobriram que as 3 pedras, do tamanho de uma noz, eram perfeitamente iguais em tamanho, forma e peso. Todas pesavam o mesmo, uma pesava tanto como dois, dois como três e uma como três. As irmãs interpretaram isto como um sinal do amor tão grande que Clara tinha para a Santíssima Trindade.

O corpo de Clara produzia tal fragrância, que não puderam enterrá-la. Seu corpo, depois de 700 anos, nunca se decompôs.

O processo ordinário da vida da Santa Clara, suas virtudes, suas revelações e milagres testemunhados graças a sua intercessão depois de sua morte, começou em 1309. O processo Apostólico chegou ao Papa em 1328, mas sua canonização em São Pedro, ocorreu em oito de Dezembro de 1881, Festa da Imaculada Conceição.

Na Igreja da Santa Cruz em Montefalco se conserva até hoje o corpo incorrupto da Santa Clara de Montefalco. Podem-se contemplar as relíquias de seu coração com as marcas da paixão e as três pedrinhas da bexiga.

No jardim do mosteiro (junto à Igreja), encontram-se umas árvores muito valiosas. Resulta que Jesus se apareceu a Santa Clara no jardim com um cajado, que pediu a Sta. Clara que o plantasse. Perguntou-lhe como fazer já que não era uma planta. Jesus lhe disse que igual como se fosse uma planta. Em obediência, Sta. Clara planta o cajado e de repente se torna uma árvore milagrosa que deu frutos. A Santa utilizava suas sementes para fazer rosários com os que orava pelos doentes e que se curavam.

Os descendentes da árvore milagrosa até estão no jardim do convento de Montefalco. As irmãs do convento, continuam até hoje, fazendo estes rosários. Podem ser adquiridos na lojinha da igreja.

Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF