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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 9/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

XXI

O uso de um véu

1. Mas não podemos deixar de tratar de um assunto observado de modo variável nas igrejas, como se não fosse questão definida: devem ou não as virgens usar véu?

2. Aqueles que permitem às virgens andar com a cabeça descoberta, parecem basear-se no fato de que o Apóstolo, ao prescrever a obrigatoriedade do véu, designa as mulheres em geral, não as virgens nomeadamente. Paulo, dizendo mulheres, não se teria referido ao sexo feminino em geral, mas a uma categoria de pessoas, as mulheres casadas (cf. 1Cor 11,6-15).

3. Se, com efeito, nomeasse o sexo feminino em geral, suas prescrições abrangeriam toda mulher, sem exceção. Mas, como se refere só a uma categoria, a omissão exclui a outra.

4. Podia, com efeito – dizem alguns – ou referir-se às virgens, de modo especial ou, senão, falar de mulheres em geral, como um todo.

XXII

O véu é prescrito por São Paulo

1. Os que fazem tal concessão, devem repensar o sentido da própria palavra. Que significa o termo mulher, desde as primeira letras da Sagrada Escritura? É o nome genérico do sexo feminino, e não de uma categoria especial. Assim é que Deus chamou Eva de mulher, já antes que ela se unisse ao homem (cf. Gn 2,21-25; 5,2). Mulher para o gênero globalmente, e esposa para determinada categoria, de modo especial. Se, pois, ele dá o nome de mulher a Eva, mesmo ainda inupta, o termo mulher se tornou aplicável também à virgem. Não é, pois, de se admirar que o Apóstolo, movido pelo Espirito que inspira toda a Sagrada Escritura, inclusive no livro do Gênesis, tenha usado a mesma palavra, isto é, mulher, que, a exemplo de Eva, convém igualmente a uma virgem.

2. O restante, aliás, concorda com isso. Pelo fato de não nomear as virgens, ao contrário do que faz ao ensinar sobre o matrimônio (cf. 1Cor 7,34), Paulo indica suficientemente que se refere a todas as mulheres e ao sexo feminino em geral, sem fazer distinção entre mulher e virgem, que de todo não cita. Aquele que em outro lugar se lembrou de distinguir, quando a diferença o exigia (e ele usou dois vocábulos diferentes para distinguir as duas categorias), não quer que se veja diferença, quando ele não distingue nem se refere a duas categorias.

3. Que dizer do fato de que na língua grega, em que Paulo escreve suas cartas, é costume usar o termo gynaikas (mulheres) em vez de theleías, em latim feminas? Se, deste modo, aquele termo é habitualmente usado para indicar todo o sexo feminino, e pode ser traduzido em latim por femina, é claro que, dizendo gynaika (mulher), quis nomear todo o sexo feminino, no qual estão compreendidas igualmente as virgens.

4. Mas há um pronunciamento de Paulo bem evidente: “Toda mulher que estiver em oração e profetizar com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça” (1Cor 11,5). Que significa “toda mulher”, senão mulher de qualquer idade, de qualquer ordem, de qualquer condição? Dizendo “toda” , ele não exclui qualquer categoria de mulher, como não exclui qualquer homem da proibição de velar a cabeça. Por isso, com efeito, diz: “Todo homem” (1Cor 11,4). Como, pois, relativamente ao sexo masculino, com a expressão “todo homem”, Paulo proíbe até aos mais jovens usar véu, igualmente, para o sexo feminino, com o termo mulher, obriga até a virgem a cobrir-se com o véu. Em ambos os sexos, os de menor idade devem seguir a disciplina dos maiores. Do contrário, obrigaríamos os rapazes ainda virgens do sexo masculino a usar véu, se não são as mulheres virgens obrigadas a isso, visto que os rapazes não são nominalmente citados. Se há distinção entre mulher e virgem, também existe entre homem e rapaz.

5. Com certeza, diz Paulo que as mulheres devem usar véu por causa dos anjos (cf. lCor 11,10), porque os anjos se afastaram de Deus por causa das filhas dos homens (cf Gn 6,2). Quem poderá responsabilizar só as mulheres adultas, já casadas e privadas da virgindade, de excitarem a concupiscência, a não ser que se negue que as virgens são mais belas e atraem enamorados? Vejamos mesmo se os anjos não desejaram senão as virgens, já que a Escritura diz “filhas dos homens”, quando podia nomear indiferentemente as esposas dos homens ou as mulheres.

6. Igualmente, ao dizer: “E as tomaram por esposas” (Gn 6,2), a Escritura quer dizer que são recebidas como esposas as mulheres ainda não casadas. Se não fossem mulheres núbeis, usaria de expressão diferente. Uma mulher é disponível para contrair casamento se é viúva ou virgem. Assim, usando o termo “filhas” inclui nessa expressão genérica uma categoria especial.

7. Quando diz o Apóstolo que a própria natureza ensina que as mulheres devem usar véu, pois a sua cabeleira lhes serve de cobertura e ornamento, não podemos, acaso, concluir que também às virgens foi determinada semelhante cobertura e ornamento? Se é vergonhoso para uma mulher raspar a cabeça, o mesmo é para a virgem.

8. Se existe uma única condição para a cabeça da mulher, há uma única disciplina, inclusive para aquelas virgens que ainda têm a proteção da infância. Já desde pequenina, a menina é chamada de mulher. Foi assim, de resto, a observância do povo de Israel. Mas mesmo que nele não se observasse esse costume, a nossa lei, que amplia e completa a dele, exigiria para si esse acréscimo, impondo às virgens o uso do véu. Escuse-se dessa norma aquela idade que ainda ignora o sexo. Que ela goze do privilégio da simplicidade infantil. Todavia, Eva e Adão, logo que começaram a conhecer o bem e o mal, ocultaram sem demora o que descobriram (cf. Gn 3,7). Assim também, as meninas que passaram da infância, do mesmo modo que obedecem à natureza, obedeçam também à disciplina. Ao se desenvolver o corpo, começam também as funções da mulher. Nenhuma menina é mais virgem, desde que se pode casar, porque então a idade a desposou a um varão, isto é, ao tempo [da puberdade].

9. Mas pode alguém objetar: Uma jovem se consagrou a Deus. Apesar disto, à medida que cresce, ela muda de penteado e todos os seus vestidos, à maneira feminina. Fale com toda gravidade e mostre-se à altura de uma virgem. Se algo esconde por causa de Deus, proteja-o completamente. Se vivemos sob o olhar complacente de Deus, interessa-nos que só a ele nos confiemos, de modo somente dele conhecido, a fim de não recebermos do homem o que só de Deus esperamos. Por que, então, descobrir diante de Deus o que velas diante dos homens? Serás, por acaso, mais recatada na rua do que na igreja? Se é graça de Deus [a tua virgindade] e, como diz Paulo, a “recebeste, por que te glorias, como se não tivesses recebido”? (1Cor 4,7). Por que te mostras ostensivamente e julgas assim as outras? Ou, acaso, pensas que com a tua vaidade, convidas as outras para o bem? Na realidade, se te glorias, corres o risco de te perderes, e forças as outras a correrem o mesmo perigo. Facilmente se destrói o que se assume com desejo de glória. Cobre-te do véu, ó virgem, se és virgem; deves enrubescer-te. Se és virgem, não suportes o olhar de muitos. Ninguém possa olhar com admiração a tua face; ninguém perceba em ti uma farsa. Se velas a tua cabeça, finges ser casada. Mas, a bem dizer, não estás mentindo, pois és esposa de Cristo. A ele consagraste a tua carne; vive, pois, segundo a disciplina do teu esposo. Se ele ordena que usem véu as esposas alheias, quanto mais as suas!

10. Mas objetam: Ninguém deve mudar o que foi instituído por seu antecessor. Muitos aprovam com sua prudência um costume instituído por outro e reconhecem essa tradição. Mas, admita-se que as jovens não sejam obrigadas a trazer o véu; não se deve, contudo, impedir que o ponham aquelas que o quiserem. E se também as virgens não podem negar o que são, contentem-se em gozar da certeza de que Deus está ciente da sua virtude. Quanto àquelas que se desposarem, posso declarar com certeza, a meu critério, que elas devem usar o véu, desde o dia em que pela primeira vez tocaram o corpo do seu esposo e tremeram pelo beijo e pelo aperto da mão direita. Para tais mulheres, tudo já é matrimônio: a idade, porque já são maduras; a carne, porque já têm idade de casar-se; pelo espírito, porque conscientes de tudo; pelo pudor, porque experimentaram o beijo; a esperança, porque estão na expectativa das núpcias; a mente, porque querem o casamento. Baste-nos o exemplo de Rebeca: apenas indicado o seu futuro esposo, já se toma esposa à notícia de sua chegada e logo se cobre do véu (cf. Gn 24,65).

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

O Papa: a liturgia em risco de ser marginalizada, retorno ao centro da fé

Papa Francisco durante Celebração Eucarística na Basílica de São Pedro | Vatican News

Mensagem de Francisco a dom Maniago, presidente do Centro de Ação Litúrgica, para a 71ª Semana Litúrgica Nacional, em Cremona: a suspensão das liturgias no ano passado por causa da pandemia foi uma "triste experiência".

Salvatore Cernuzio/Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem ao presidente do Centro de Ação Litúrgica, dom Claudio Maniago, por ocasião da 71ª Semana Litúrgica Nacional que tem início nesta segunda-feira (23/08), em Cremona, na Itália, e prossegue até o próximo dia 26.

O Pontífice recorda no texto a "triste experiência do 'jejum' litúrgico" durante o período de confinamento do ano passado por causa da pandemia da Covid-19 e os vários problemas que emergiram, e deseja novas "linhas de pastoral litúrgica" para as paróquias, a fim de enfrentar a "marginalidade" na qual parecem "cair inexoravelmente" o domingo, a assembleia eucarística, os ministérios e o rito. A esperança é de que recuperem "a centralidade na fé e na espiritualidade dos fiéis", escreve o Pontífice na mensagem a dom Maniago, assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

Celebrações colocadas à prova pela Covid

No texto, lido no início dos trabalhos, o Papa diz estar grato a Deus pelo fato de que a Semana finalmente possa se realizar depois "do triste momento do ano passado", quando foi adiada, por causa da pandemia. Um adiamento útil para encontrar novas ideias para o tema escolhido, "Onde estão dois ou três reunidos em meu nome. Comunidades, liturgias e território", e também para "aprofundar aspectos e situações da celebração, colocados à prova pela difusão da Covid-19 e pelas limitações necessárias para contê-la".

Segundo o Papa, a suspensão dos serviços religiosos no ano passado, embora tenha sido uma "triste experiência", "evidenciou a bondade do caminho percorrido desde o Concílio Vaticano II", na estrada traçada pela Sacrosanctum Concilium. De fato, o tempo de privação "mostrou a importância da liturgia divina para a vida dos cristãos".

A criatividade pastoral de sacerdotes e leigos

"O encontro semanal em 'nome do Senhor', que desde as origens foi vivido pelos cristãos como uma realidade indispensável e indissoluvelmente ligada à sua identidade, foi severamente afetado durante a fase mais aguda da propagação da pandemia", assinala Francisco. "Mas o amor pelo Senhor e a criatividade pastoral impeliram pastores e fiéis leigos a explorarem outras formas de nutrir a comunhão de fé e amor com o Senhor e com irmãos, na esperança de poder voltar à plenitude da celebração eucarística em tranquilidade e segurança". "Foi uma espera dura e dolorosa", ressalta o Papa, "iluminada pelo mistério da Cruz do Senhor e fecunda com muitas obras de cuidado, amor fraterno e serviço às pessoas que mais sofreram com as consequências da emergência sanitária".

A liturgia "suspensa" e seus problemas

A liturgia "suspensa" durante o confinamento e as dificuldades da retomada sucessiva confirmam o que já se via nas assembleias dominicais na Itália: uma "indicação alarmante da fase avançada da mudança de época". É que "na vida real das pessoas mudou a percepção do tempo e, consequentemente, do domingo, do espaço, com repercussões no modo de ser e sentir-se comunidade, povo, família e da relação com um território".

"A assembleia dominical", observa o Papa, "encontra-se assim desequilibrada em termos de presença geracional, falta de homogeneidade cultural, como também pela dificuldade de encontrar uma integração harmoniosa na vida paroquial, para ser o verdadeiro cume de todas as suas atividades e a fonte de dinamismo missionário para levar o Evangelho da misericórdia às periferias geográficas e existenciais".

Novas linhas de pastoral litúrgica

O Papa espera que a Semana Litúrgica Nacional, com suas propostas de reflexão e momentos de celebração, presencial e on-line, “possa identificar e sugerir algumas linhas de pastoral litúrgica” para propor às paróquias. Francisco abençoa os diáconos, sacerdotes, consagrados e leigos que participam da Semana Litúrgica Nacional e diz que se consola com o fato de que este evento se realize "num território que sofreu muito por causa da pandemia", mas que, ao mesmo tempo, "viu florescer o bem para aliviar um imenso sofrimento".

Fonte: Vatican News

Santa Rosa de Lima

Sta. Rosa de Lima | ALETEIA
23 de agosto

Santa Rosa de Lima

A Ásia, a Europa e a África foram regadas pelo sangue de muitos mártires e adornadas durante muitos séculos com o exemplo esplêndido de um sem-número de santos, ao passo que as vastas regiões da América ficaram desertas até que a fé de Cristo começou a iluminá-las a partir do século XVI, e esta jovem surgiu nesta terra qual rosa entre espinhos, como um dos primeiros frutos dos seus santos canonizados. Ela era de descendência espanhola, nasceu em Lima, capital do Peru, em 20 de abril de 1586. Era a décima dos treze filhos de Gaspar Flores e Maria de Oliva. À medida que crescia com o rosto rosado e belo, recebeu dos familiares o apelido de Rosa, como ficou conhecida. Seus pais eram ricos espanhóis que se haviam mudado para a próspera colônia do Peru, mas os negócios declinaram e eles ficaram na miséria.

Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo. Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, tomando como exemplo de vida santa Catarina de Sena. Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.

Aos vinte anos, pediu e obteve licença para emitir os votos religiosos em casa e não no convento, como terciária dominicana. Quando vestiu o hábito e se consagrou, mudou o nome para Rosa e acrescentou Santa Maria, por causa de sua grande devoção à Virgem Maria, passando a ser chamada Rosa de Santa Maria.

Construiu uma pequena cela no fundo do quintal da casa de seus pais, levando uma vida de austeridade, de mortificação e de abandono à vontade de Deus. A partir do hábito, ela imprimiu ainda mais rigor às penitências. Começou a usar, na cabeça, uma coroa de metal espinhento, disfarçada com botões de rosas. Aumentou os dias de jejum e dormia sobre uma tábua com pregos. Passou a sustentar a família com as rendas e bordados que fazia, pois seu confessor consentiu que ela não saísse mais de sua cela, exceto para receber a eucaristia. Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo em profundidade o mistério da Paixão e Morte de Jesus.

Rosa cumpriu sua vocação, devotando-se à eucaristia e à Virgem Maria, cuidando para afastar o pecado do seu coração, conforme a espiritualidade da época. Aos trinta e um anos de idade, foi acometida por uma grave doença, que lhe causou sofrimentos e danos físicos. Assim, retirou-se para a casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, agora Mosteiro de Santa Rosa, para cumprir a profecia de sua morte. Todo ano, ela passava o Dia de São Bartolomeu em oração, pois, dizia: “este é o dia das minhas núpcias eternas”. E assim foi, até morrer no dia 24 de agosto de 1617. O seu sepultamento parou toda a cidade de Lima.

Muitos milagres aconteceram por sua intercessão após sua morte. Rosa foi beatificada em 1667 e tornou-se a primeira santa da América Latina ao ser canonizada, em 1671, pelo papa Clemente X. Dois anos depois, foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais, com a festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas.

Fonte: https://franciscanos.org.br/

domingo, 22 de agosto de 2021

Como posso ajudar os católicos no Haiti e no Afeganistão para que meu apoio chegue efetivamente aos que precisam?

As ONGs Católicas Efetivamente Entregam Ajuda Aos Necessitados. Foto: Arquivo

Por: Joachin Meisner Hertz

O terremoto que abalou o Haiti no último sábado, 14 de agosto e a tomada do Afeganistão pelo Taleban no domingo, 15 de agosto colocaram esses dois países na mira do mundo: o primeiro devido à crise de infraestrutura de saúde que permite enfrentar de forma adequada os afetados (até terça-feira, 17 de agosto, ocorreram mais de 1.500 mortes); a segunda devido à crise migratória e de direitos humanos que supõe a chegada de um regime islâmico radical. Em ambos os casos, a crise humanitária é agravada pela escassez de alimentos.

Os católicos de boa vontade se perguntam se é possível fazer algo, mas com a garantia de que essa ajuda chegue realmente aos afetados.

A Igreja Católica tem duas instituições de renome mundial que ajudam em situações como estas: Cáritas ( https://www.caritas.es/ ) e Ajuda à Igreja que Sofre ( https://www.ayudaalaiglesianecesitales.org/ ). Se você deseja apoiar, sugerimos que entre nesses sites e procure a parte de doações. Essas ONGs católicas efetivamente entregam ajuda àqueles que dela precisam.

Fonte: https://es.zenit.org/

“Papa Francisco, salve uma família católica presa em Cabul”

Guadium Press

A família afegã católica ainda está esperando no aeroporto de Cabul.

Redação (21/08/2021 13:52, Gaudium Press) Um refugiado cristão afegão, cujos pais foram mortos pelo Talibã na década de 1990, apela ao Papa Francisco para ajudar uma família católica que ainda está no aeroporto de Cabul.

“Peço, por favor, tanto à Santa Sé quanto às autoridades italianas, que salvem imediatamente esta família cristã, que ainda está no aeroporto”, disse Ali Ehsani à CNA, em 19 de agosto.

“Como cristão, eu sofri no Afeganistão. Eu sei como é difícil o sofrimento”, ressaltou. “Meus pais foram mortos pelo Talibã”.

Ehsani, que mora atualmente em Roma, espera se encontrar com o Papa e fazer seu apelo pessoalmente.

Ser cristão no Afeganistão

Esta família católica, que precisa de ajuda, é composta por cinco filhos e sua mãe. O pai desapareceu na semana passada. A família teme que seu desaparecimento esteja ligado à sua identidade cristã em meio a relatos de que os talibãs têm ido de porta em porta para encontrar cristãos.

Viver em uma comunidade cristã tem sido particularmente difícil no Afeganistão porque a maioria das famílias é forçada a manter sigilo sobre sua religião para não colocar em risco suas vidas.

Apesar das precauções do pai de Ehsani, o Talibã descobriu a identidade da família. “Quando descobriram que éramos cristãos, infelizmente, meus pais foram mortos”, disse ele.

O Afeganistão é um país com 99% da população muçulmana, sendo a maioria sunita. Há pequenos grupos de cristãos, incluindo cerca de 200 católicos, bem como budistas, hindus e Baháʼís.

A comunidade cristã do Afeganistão é composta principalmente por convertidos do Islã e é o maior grupo minoritário religioso do país.

Devido à perseguição, a comunidade cristã permanece em grande parte fechada e escondida do público.

Desde 20 de agosto, a família católica, com a qual Ehsani está em contato, está esperando no aeroporto de Cabul.

As autoridades italianas aconselharam-no a manter a identidade da família anônima na mídia para sua própria segurança.

Com informações CNA.

Charles de Foucauld e o desejo do penúltimo lugar

Shutterstock/Motortion Films
Por Vanderlei de Lima

Três propósitos de sua rica espiritualidade: ficar sempre no penúltimo lugar, cultivar a humildade e ser menosprezado pelos demais (= abjeção).

Charles de Foucauld (1858-1916) teve, após a sua conversão, três propósitos muito fortes e interligados: ficar sempre no penúltimo lugar, cultivar a humildade e ser menosprezado pelos demais (= abjeção). Vejamos, de modo breve, cada um destes importantes pontos de sua rica espiritualidade.

Penúltimo

Comecemos por esta sentença marcante: “Cristo escolheu o último lugar de tal maneira que ninguém conseguiu tirar-lhe” (Enzo Santangelo. Charles de Foucauld, o irmão universal. São Paulo: Loyola, 1983, p. 52). Alguns pensam que esta afirmação é do nosso eremita, mas não; ele a ouviu do Padre Huvelin – o responsável humano por sua conversão e seu diretor espiritual por longos anos – e fez dela um de seus grandes propósitos de vida. Contudo, viver isso, no dia a dia, é difícil, pois a nossa natureza é inclinada “ao primeiro lugar” e não “ao último” (cf. Lc 14,7-11). Mas, escreve Foucauld, “não nos é possível amá-Lo e, ao mesmo tempo, desejarmos ser coroados de rosas, quando Ele foi coroado de espinhos…” (Meditações sobre a Paixão do Senhor. São Paulo: Paulus, 2016, p. 43). Daí o nosso propósito de, longe das glórias passageiras deste mundo, buscar o último lugar, como nos aconselha o eremita do Saara: “Procurar sempre o último dos últimos lugares para ser tão pequeno quanto meu Mestre, para estar com Ele, segui-Lo passo a passo… Dispor minha vida de modo a ser o último e o mais desprezado dos homens, viver na abjeção, na pobreza, no sofrimento” (Irmãzinhas de Jesus. Você tem um Único Modelo: Jesus. Não procure outro, s/d, p. 21).

Humildade

Eis como melhor entender a humildade, que já é uma das grandes qualidades humanas, mas alicerçada na graça de Deus leva-nos à santidade. Olhando para a vida e os ensinamentos de Cristo, Nosso Senhor, escreve nosso eremita: “Meu Deus, tu que pelas tuas palavras e pelos teus exemplos, sempre foste humilde a ponto de fazer da humildade o apanágio do teu caráter; tu, que és tão grande, ensina-me a ser humilde, a mim que sou tão pequeno. Para ti, a humildade era um exemplo dado aos homens; para ti, que medes perfeitamente a diferença que há entre o Criador e as criaturas; para ti que quiseste que a tua natureza humana se fizesse apenas uma pessoa com a natureza divina qual homenagem de uma infinita humildade à divindade que vias tão claramente, da qual compreendias perfeitamente e sem sombras, a grandeza ilimitada. Mas, se tu quiseste ser humilde, quanto mais humilde não devo ser eu, para quem, como disse Santo Agostinho, ‘a humildade é a verdade’” (Luz no deserto: retiros, notas e correspondências de Charles de Foucauld. São Paulo: Cultor de Livros, 2018, p. 78).

Perseguições

Meditando sobre diversas passagens do Evangelho, em 1897, Foucauld elenca as perseguições físicas e morais que Cristo sofreu e tira sábias conclusões para a sua vida diária. Como se fosse o próprio Nosso Senhor a falar, o irmão universal assim aconselha: “Passa pelo que eu passei, meu filho; por ignorante, pobre e sem pergaminhos; por seres, e és na realidade, pouco inteligente, falho de talento e de virtudes; procura em tudo as ocupações mais humildes, mas cultiva a tua inteligência na medida em que o teu confessor te ordene, mas fá-lo em segredo e às ocultas do Mundo. Eu era infinitamente sábio, mas ninguém sabia; não temas instruir-te, porque é bom para a tua alma; instrui-te com zelo para te tornares melhor, para melhor me amares, para conheceres a minha vontade e melhor executá-la, e também para me imitares, a mim que sou a ciência perfeita: sê muito ignorante aos olhos dos homens e muito sábio na ciência divina, aos pés do meu tabernáculo […]. Esconde dos olhos do próximo tudo quanto pode elevar-te. Mas, diante de mim, na solidão e no silêncio do santuário, estuda e lê. Tu estás só comigo, com os meus santos pais e Madalena, estende-te a meus pés e faz tudo quanto o teu diretor te disse para te tornares melhor e mais santo, para melhor consolares o meu coração” (idem, p. 87).

Eis como podemos, por graça de Deus, ficar sempre no penúltimo lugar, cultivar a humildade e, sem hipocrisia, deixar-se menosprezar pelos demais.

Fonte: Aleteia

XXI DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Dom Paulo Cezar | Arcebispo de Brasília

Por Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Tu tens palavras de vida eterna

Estamos lendo o final do capítulo VI do Evangelho de São João. É preciso entrar no contexto das afirmações duras que Jesus faz no Evangelho de hoje. Jesus havia dito que é preciso comer a carne do Filho do Homem e beber do Seu sangue para se ter a vida (Jo 6, 53). Havia afirmado que a Sua carne é verdadeira comida e o Seu sangue verdadeira bebida. Os discípulos de Jesus reagem dizendo que esta palavra é dura. Jesus compreende que Seus discípulos murmuram. Então, encontramos as palavras duras de Jesus neste trecho do Evangelho.

A reação negativa contra Jesus não vem somente da multidão e dos judeus, mas, agora, gente de dentro da comunidade de Jesus, e alguns de Seus discípulos murmuram. A murmuração se encontra dentro da comunidade dos discípulos. Ela vem da incapacidade de entrar no projeto de Deus, vem de uma visão superficial. Jesus remete agora a um sinal mais profundo, à sua glorificação. Ele será elevado ao céu, de onde veio, passando antes pela humilhação suprema da morte de cruz, e pela exaltação na ressurreição: “E quando virdes o Filho do Homem subir onde estava antes?” (Jo 6, 62).   Jesus mostra que é preciso entrar na lógica do Espírito. A carne é o princípio natural incapaz de compreender as profundezas de Deus. Só o Espírito é capaz de conduzir o homem à compreensão da vida oferecida por Jesus. As palavras de Jesus são espírito e vida, mas, é claro, aqui o Evangelista se refere àquelas que ele tinha pronunciado no discurso sobre o Pão da Vida. Suas Palavras são revelação da vida que Jesus oferece, pois Ele é o Pão da Vida.

Jesus afirma a incredulidade de alguns dos discípulos: “alguns de vós, porém, não creem” (Jo 6, 64). A incredulidade permanece, para o Evangelista, um mistério. Mas algo o Evangelho afirma: vem a Jesus quem o Pai concede. A notícia do abandono de muitos dos Seus discípulos leva Jesus a questionar os doze: “Não quereis também vós partir? (Jo 6, 67). Jesus coloca os doze – que estavam com Ele, que viam Seus sinais, escutavam os Seus discursos – diante de uma decisão fundamental. Simão Pedro faz a bela profissão de fé do Evangelho de hoje: “Senhor, para quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6, 68-69). A resposta de Simão Pedro é uma bela alternativa à leitura meramente humana, carnal. É uma resposta dada no espírito.  A expressão “Eu Sou” é muito forte no Evangelho de São João. Em diversos momentos, Jesus afirma “Eu Sou”. Agora, Pedro afirma “Tu és”. A vida de fé se desenvolve neste profundo relacionamento entre: Eu Sou e “Tu és”. Este “Tu és” é o reconhecimento do discípulo de que o mestre é Deus, é o Filho de Deus, e que vale a pena empenhar a vida no Seu seguimento. Os verbos “crer” e “saber” indicam esta relação de intimidade para com Jesus, mostrando que vale a pena tomar toda a existência no seguimento a Jesus, o Santo de Deus. Esta afirmação expressa a profunda união de Jesus com o Pai. Unido a Jesus, o cristão encontra a sua estabilidade, o sentido da sua vida.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

Padre sequestrado por talibãs se diz preocupado com o Afeganistão

Padre Alexis Premkumar Antonysamy.
Foto cortesia Serviço Jesuíta para Refugiado
Por Blanca Ruiz | ACI Prensa

REDAÇÃO CENTRAL, 20 ago. 21 / 03:40 pm (ACI).- O padre Alexis Prem Kumar, que em 2014 esteve sequestrado por 8 meses pelos talibãs, disse estar “muito preocupado com a súbita tomada do Afeganistão pelos talibãs”.

O sacerdote jesuíta foi sequestrado em 2 de junho de 2014 e libertado em 22 de fevereiro de 2015 por intervenção do governo da Índia. Ele foi diretor do Serviço Jesuíta de Refugiados (JRS) no Afeganistão durante 5 anos. Atualmente, o padre Alexis trabalha para o JRS no Sri Lanka.

“Estou preocupado com os trabalhadores, que têm que enfrentar terríveis consequências, e pelos dois jesuítas indianos do JRS que ainda não puderam regressar à Índia devido aos acontecimentos repentinos”, disse o padre Alexis ao jornal indiano Matters India. O padre disse temer pelos “estudantes, especialmente pelas estudantes e seu futuro, seus sonhos” e em geral “por todo o povo do Afeganistão, que é conhecido por sua grande cultura e tradição e que enfrenta agora assassinatos brutais, sofrimento, pobreza, analfabetismo e fundamentalismo”.

“Ouvi o porta-voz talibã Suhail Shaheen. Ele afirmou que os talibãs já anunciaram a anistia para as pessoas do país: as mulheres terão acesso à educação, incluindo a universidade, podem usar qualquer tipo de hijabe, não necessariamente burca, e os talibãs terão um governo inclusivo e se aproximarão da comunidade internacional para reconstruir a nação. Sua entrevista me dá esperança, mas dada a sua visão do mundo fundamentalista, a mudança não terá lugar imediatamente. Existe suspeita e temor entre as pessoas de que a democracia, a liberdade e a igualdade das mulheres não fazem parte da ideologia dos talibãs”, disse o sacerdote.

Ele também disse que espera “contra a esperança” e que sua esperança está “evoluindo” após o seu próprio cativeiro e libertação.

“Se eu pude ser libertado depois de oito meses e 20 dias de cativeiro talibã, então existe a possibilidade de paz no Afeganistão. Minha experiência de vida com o povo afegão durante três anos também me faz acreditar que, se os talibãs permitem uma maior participação das mulheres na vida pública, existe a possibilidade de paz”, afirmou.

“O Afeganistão tem mais de 30 milhões de habitantes. Mas tem uma vasta terra com muitos minerais, gente trabalhadora e uma crescente população educada.”

Você pode ler a entrevista inteira em inglês AQUI.

Fonte: ACI Digital

O Papa no Angelus: deixemos que Cristo nos coloque em crise

Papa Francisco no Ângelus | Vatican News

"Não nos surpreendamos se Jesus Cristo nos coloca em crise. Aliás, nos preocupemos se não nos coloca em crise, porque talvez tenhamos diluído sua mensagem! E peçamos a graça de nos deixar provocar e converter por suas ‘palavras de vida eterna’", disse Francisco no Angelus deste domingo, 22 de agosto, XXI Domingo do Tempo Comum. "Que Maria Santíssima, que carregou seu Filho Jesus na carne e se uniu a seu sacrifício, nos ajude a dar sempre testemunho de nossa fé com a vida concreta", rezou o Papa.

Raimundo de Lima - Vatican News

“Não devemos buscar Deus em sonhos e imagens de grandeza e poder, mas devemos reconhecê-lo na humanidade de Jesus e, consequentemente, na dos irmãos e irmãs que encontramos no caminho da vida.”

Foi o que disse o Papa na alocução que precedeu o Angelus, ao meio-dia deste XXI Domingo do Tempo Comum, este 22 de agosto, rezando a oração mariana com os fiéis e peregrinos presentes na Praça são Pedro.

Jesus, o verdadeiro pão descido do céu, o pão da vida

Explicando a Liturgia do dia, Francisco destacou que o Evangelho (Jo 6, 60-69) nos mostra a reação da multidão e dos discípulos ao discurso de Jesus após o milagre dos pães. Jesus convidou a interpretar esse sinal e a acreditar n’Ele, que é o verdadeiro pão descido do céu, o pão da vida; e revelou que o pão que Ele dará é sua a carne e o seu sangue.

Estas palavras, disse o Santo Padre, soam duras e incompreensíveis aos ouvidos do povo, tanto que, a partir daquele momento, muitos de seus discípulos voltam atrás, ou seja, deixam de seguir o Mestre. Então Jesus pergunta aos Doze: "Não quereis também vós partir?", e Pedro, em nome de todo o grupo, confirma a decisão de ficar com Ele: "Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus".

O Pontífice deteve-se brevemente na atitude daqueles que se retiram e voltam para trás, decidindo não seguir mais Jesus. De onde nasce essa descrença? Qual é o motivo desta recusa? – perguntou Francisco.

O escândalo da encarnação de Deus

“As palavras de Jesus causam grande escândalo: Ele está dizendo que Deus escolheu manifestar-se e trazer a salvação na fraqueza da carne humana. A encarnação de Deus é o que suscita escândalo e que representa para estas pessoas - mas muitas vezes também para nós - um obstáculo. De fato, Jesus afirma que o verdadeiro pão da salvação, que transmite a vida eterna, é sua própria carne; que para entrar em comunhão com Deus, antes de observar as leis ou cumprir os preceitos religiosos, é preciso viver uma relação real e concreta com Ele.”

O Santo Padre prosseguiu ressaltando que Deus se fez carne e sangue: abaixou-se ao ponto se tornar homem como nós, humilhou-se a ponto de assumir nosso sofrimento e nosso pecado, e nos pede para procurá-lo, portanto, não fora da vida e da história, mas no relacionamento com Cristo e com os irmãos e irmãs.

"Loucura" do Evangelho

Ainda hoje, a revelação de Deus na humanidade de Jesus pode causar escândalo e não é fácil de aceitar. É o que São Paulo chama de "loucura" do Evangelho diante daqueles que buscam os milagres ou a sabedoria do mundo (cf. 1 Cor 1, 18-25).

E este "escândalo" é bem representado pelo sacramento da Eucaristia: que sentido pode haver, aos olhos do mundo, ajoelhar-se diante de um pedaço de pão? Por qual motivo se alimentar assiduamente deste pão?

“Diante do gesto prodigioso de Jesus que alimenta milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes, todos o aclamam e querem levá-lo em triunfo. Mas quando Ele mesmo explica que esse gesto é sinal de seu sacrifício, ou seja, do dom de sua vida, de sua carne e de seu sangue, e que aqueles que querem segui-lo devem assimilá-lo, sua humanidade dada por Deus e pelos outros, então não, esse Jesus não agrada mais”, observou o Papa.

Deixemo-nos colocar em crise

"Não nos surpreendamos se Jesus Cristo nos coloca em crise. Aliás, nos preocupemos se não nos coloca em crise, porque talvez tenhamos diluído sua mensagem! E peçamos a graça de nos deixar provocar e converter por suas 'palavras de vida eterna'", frisou Francisco.

Após a oração mariana, o Pontífice saudou os fiéis presentes na praça provenientes de vários países e de diferentes regiões da Itália. Havia também numerosos grupos de jovens aos quais o Papa dirigiu seu encorajamento para trilhar no caminho do Evangelho.

Fonte: Vatican News

São Filipe Benício

S. Felipe Benício | ArquiSP
22 de agosto

São Filipe Benício

Filipe Benício nasceu no dia 15 de agosto de 1233, no seio de uma rica família da nobreza, em Florença, Itália. Aos treze anos, foi enviado, com seu preceptor, a Paris para estudar medicina. Voltou e foi para a Universidade de Pádua, onde, aos dezenove anos, formou-se em filosofia e medicina. Depois, durante um ano, exerceu a profissão na sua cidade natal.

Devoto de Maria e muito religioso, possuía, também, sólida formação religiosa. Nesse período de estabelecimento profissional, passou a freqüentar a igreja do mosteiro e com os religiosos aprofundou o estudo das Sagradas Escrituras. Logo suas orações frutificaram e recebeu o chamado para a vida religiosa. Filipe contou que tudo aconteceu diante do crucifixo de Jesus: uma luz veio do céu e uma voz mandou-o servir ao Senhor, na Ordem dos Servitas.

Foi a Monte Senário, pediu admissão nos Servos de Maria, onde ingressou, em 1254, como irmão leigo, destacando-se logo pela retórica. Certo dia do ano 1258, estava em companhia de um sacerdote e o prior quando encontraram dois dominicanos no caminho. Conversaram um bom tempo e Filipe discursou com tanta desenvoltura, sabedoria e eloqüência que nesse mesmo ano foi ordenado sacerdote.

Em 1262, foi nomeado professor de noviços e vigário assistente do prior-geral. Por voto unânime, em 1267, foi eleito prior-geral da Ordem dos Servitas. Quando o papa Clemente IV morreu, no ano seguinte, Filipe foi proposto como candidato à cátedra de Pedro, mas retirou-se para as montanhas, onde ficou por algum tempo.

Sob sua direção os frades servitas expandiram-se rapidamente e com sucesso. Participou do Concílio Ecumênico de Lyon, em 1274, na França. Era um conciliador, sua pregação talentosa e eficiente trouxe frutos benéficos para a Ordem e para a Igreja.

Atuou, a pedido de Roma, para promover a paz na acirrada disputa entre duas famílias dominantes de Forli, cidade do norte da Itália, em 1283. Eram os guelfos apoiando os pontífices e os guibelinos, os imperadores germânicos. Lá, Felipe recebeu um tapa no rosto, do jovem guibelino Peregrino Laziosi. Filipe aceitou o golpe. O jovem, mais tarde, arrependeu-se. Foi ao seu encontro, pediu desculpas e ingressou na Ordem. Peregrino tornou-se tão humilde e caridoso para com o povo que se tornou um dos santos da Igreja.

Segundo os registros da Ordem e a tradição, Filipe gozava da fama de santidade em vida. Morreu em 22 de agosto de 1285 na cidade de Todi, quando voltava para Roma. Foi canonizado pelo papa Clemente X em 1617. Suas relíquias estão sob a guarda da igreja Santa Maria das Graças, em Florença, sua cidade natal. A memória de são Filipe Benício é celebrada no dia 22 de agosto. Algumas localidades comemoram no dia seguinte, devido à festa da Santa Virgem Maria Rainha.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF