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terça-feira, 24 de agosto de 2021

Exame de Consciência para Sacerdotes

ACI Digital

Exame de Consciência para Sacerdotes

1. «Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade» (Jo. 17,19)

Proponho-me seriamente à santidade em meu ministério? Estou convencido de que a fecundidade do meu ministério sacerdotal vem de Deus e que, com a graça do Espírito Santo, devo identificar-me com Cristo e dar a minha vida pela salvação do mundo?

2. «Isto é o meu Corpo» (Mt. 26,26)

O Santo Sacrifício da Missa é o centro da minha vida interior? Preparo-me bem, celebro devotamente e, depois, me recolho em ação de graças? A Missa constitui o ponto de referência habitual em minha jornada para louvar a Deus, agradecê-lo pelos seus benefícios, recorrer à sua benevolência e reparar pelos meus pecados e pelos de todos os homens?

3. «O zelo pela tua casa me devora» (Jo. 2,17)

Celebro a Missa segundo os ritos e as normas estabelecidas, com autêntica motivação, com os livros litúrgicos aprovados? Estou atento às sagradas espécies conservadas no Sacrário, renovando-as periodicamente? Conservo os vasos sagrados com atenção? Uso dignamente todas as vestes sagradas previstas pela Igreja, tendo presente que atuo in persona Christi Capitis?

4. «Permanecei em meu amor» (Jo. 15,9)

Causa-me alegria permanecer diante de Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento, em minha meditação e silenciosa adoração? Sou fiel à visita diária ao Santíssimo Sacramento? O meu tesouro é o Sacrário?

5. «Explica-nos a parábola» (Mt. 13,36)

Faço diariamente a minha meditação, com atenção e procurando superar qualquer tipo de distração que me separe de Deus, buscando a luz do Senhor, a quem sirvo? Medito assiduamente a Sagrada Escritura? Recito atentamente as minhas orações habituais?

6. É necessário «orar sempre, sem desfalecer» (Lc. 18,1)

Celebro quotidianamente a Liturgia das Horas integralmente, dignamente, atentamente e devotamente? Sou fi el ao meu compromisso com Cristo nesta dimensão importante do meu ministério, orando em nome de toda a Igreja?

7. «Vem e segue-me» (Mt. 19,21)

Nosso Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro amor da minha vida? Observo com alegria meu compromisso de amor a Deus na continência celibatária? Detive-me conscientemente em pensamentos, desejos ou atos impuros; tive conversas inconvenientes? Coloquei-me em ocasião próxima de pecado contra a castidade? Procuro guardar a vista? Fui imprudente ao tratar as diversas categorias de pessoas? A minha vida representa, para os fiéis, um testemunho do fato de que a pureza é possível, fecunda e alegre?

8. «Quem tu és?» (Jo. 1,20)

Encontro elementos de fraqueza, preguiça e fragilidade em minha conduta habitual? As minhas conversas estão de acordo com o sentido humano e sobrenatural que um sacerdote deve ter? Estou atento para que não se introduzam em minha vida elementos superfi ciais ou frívolos? Sou coerente, em todas as minhas ações, com a minha condição de sacerdote?

9. «O Filho do homem não há onde repousar a cabeça» (Mt. 8,20)

Amo a pobreza cristã? Coloco meu coração em Deus e sou desapegado, interiormente, de todo o resto? Estou disposto a renunciar, para melhor servir a Deus, às minhas comodidades atuais, aos meus projetos pessoais, aos meus afetos legítimos? Possuo coisas supérfl uas, fiz gastos desnecessários ou me deixo levar pela ânsia do comodismo? Faço o possível para viver os momentos de repouso e de férias na presença de Deus, recordando que sou sacerdote sempre e em todo lugar, também nestes momentos?

10. «Escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos» (Mt. 11,25)

Existem em minha vida pecados de soberba: dificuldades interiores, suscetibilidade, irritação, resistência a perdoar, tendência ao desencorajamento, etc.? Peço a Deus a virtude da humildade?

11. «Imediatamente, saiu sangue e água» (Jo. 19, 34)

Tenho a convicção de que, ao agir « na pessoa de Cristo », sou diretamente envolvido no próprio Corpo de Cristo, a Igreja? Posso dizer sinceramente que amo a Igreja e que sirvo com alegria ao seu crescimento, as suas causas, cada um de seus membros e toda a humanidade?

12. «Tu és Pedro» (Mt. 16,18)

Nihil sine episcopo – nada sem o bispo – dizia Santo Inácio de Antioquia: estas palavras são a base do meu ministério sacerdotal? Recebi docilmente as indicações, conselhos ou correções do meu Ordinário? Rezo especialmente pelo Santo Padre, em plena união com os seus ensinamentos e intenções?

13. «Amai-vos uns aos outros» (Jo. 13,34)

Tenho vivido com diligência a caridade ao tratar com os meus irmãos sacerdotes ou, ao contrário, desinteresso-me deles por egoísmo, apatia ou frieza? Tenho criticado os meus irmãos no sacerdócio? Tenho estado junto daqueles que sofrem pela enfermidade física ou pelas dores morais? Vivo a fraternidade afi m de que ninguém esteja só? Trato todos os meus irmãos sacerdotes e também aos fi éis leigos com a mesma caridade e paciência de Cristo?

14. «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo. 14,6)

Conheço profundamente os ensinamentos da Igreja? Os assimilo e transmito fielmente? Sou consciente de que ensinar o que não corresponde ao Magistério, solene ou ordinário, é um grave abuso, que causa dano às almas?

15. «Vai e não tornes a pecar» (Jo. 8,11)

O anúncio da Palavra de Deus leva os fi éis aos sacramentos. Confessome com regularidade e com freqüência, de acordo com o meu estado e com as coisas santas que trato? Celebro generosamente o sacramento da reconciliação? Sou amplamente disponível à direção espiritual dos fiéis, dedicando a isto um tempo específi co? Preparo com desvelo a minha pregação e a minha catequese? Prego com zelo e com amor de Deus?

16. «Chamou os que ele quis. E foram a ele.» (Mc. 3,13)

Estou atento a descobrir os sinais das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada? Preocupo-me em difundir entre todos os fi éis uma maior consciência da chamada universal à santidade? Peço aos fi éis para que rezem pelas vocações e pela santificação do clero?

17. «O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir» (Mt. 20,28)

Tenho procurado doar-me aos outros na vida de cada dia, servindo evangelicamente? Manifesto a caridade do Senhor através de minhas obras? Na Cruz , vejo a presença de Jesus Cristo e o triunfo do amor? Dou ao meu dia-a-dia a marca do espírito de serviço? Considero o exercício da autoridade ligada ao ofício uma forma imprescindível de serviço?

18. «Tenho sede» (Jo. 19,28)

Tenho efetivamente rezado e me sacrifi cado com generosidade pelas almas que Deus me confiou? Cumpro os meus deveres pastorais? Tenho solicitude pelas almas dos fiéis defuntos?

19. «Eis o teu filho. Eis a tua mãe» (Jo. 19,26-27)

Acudo cheio de esperança à Santíssima Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes, para amar e fazer com que amem mais ao seu Filho Jesus? Cultivo a piedade mariana? Reservo um espaço a cada dia para o Santo Rosário? Recorro à sua materna intercessão na luta contra o demônio, a concupiscência e o mundanismo?

20. «Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito» (Lc. 23,44)

Sou solícito em assistir e administrar os sacramentos aos moribundos? Considero a doutrina da Igreja sobre os Novíssimos em minha meditação pessoal, na catequese e na pregação ordinária? Peço a graça da perseverança final e convido os fiéis a fazerem o mesmo? Sufrago freqüente e devotamente as almas dos fiéis defuntos?


Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Como nos tornamos escravos da produtividade

Shutterstock | MilanMarkovic78.jpg
Por Octávio Messias

Filósofo sul-coreano classifica a sociedade do cansaço e defende a importância do ócio criativo.

Passamos o dia afogados no trabalho e costumamos preencher nosso tempo livre com estudo, academia, tarefas domésticas, hobbies etc. Quando tiramos férias ou uma folga, nada de ficar à toa descansando ou contemplando um novo cenário, mas, sim, nos enchemos de atividades (museus, espetáculos, praia, cachoeiras trilhas etc.) a fim de preencher o tempo. Para o filósofo sul-coreano Byung-chul Han, autor do livro A Sociedade do Cansaço (editora Vozes),isso é reflexo do excesso de positividade dos tempos atuais.

Por positividade ele não quer dizer que esse tipo de comportamento seja saudável ou fazer bem, mas sim que tem em sua raiz o positivismo, uma corrente filosófica do século 19 que defendia o progresso contínuo da sociedade. A questão, no entanto, fica: estamos progredindo em direção ao quê?

No livro o autor questiona se tais ideais de produtividade que cultivamos são de fato possíveis e, principalmente, se eles nos fazem bem.  Uma pesquisa do Ibope de 2013, por exemplo, revelou que 98% dos brasileiros se sentem cansados física e mentalmente. Não seria isso resultado do excesso de cobranças que nos fazemos?

Padrões inatingíveis

No livro ele cita slogans como “Sim, podemos”, da campanha presidencial de Barack Obama, e “Apenas Faça”, da Nike, para mostrar como esses padrões inatingíveis de produtividade estão embrenhados na cultura ocidental do século 21. E com eles ideais bem difundidos, embora pouco realistas, de que tudo é possível e depende apenas do esforço individual. 

Ao crer nessa possibilidade, o homem se torna seu próprio capataz, e assim, além de glorificar o cansaço e o estar ocupado, ele passa a se cercar de uma série de estímulos para fugir de si mesmo, o que torna sua atenção mais rasa e intermitente. E ele passa a sentir angústia e a não saber como se portar diante do tédio – o que pode ajudar a explicar como smartphones tornaram-se tão populares. Afinal, basta sacar o aparelho do bolso para se ter a impressão que está fazendo alguma coisa.    

Essa perspectiva é complicada por vários motivos. Em primeiro, ela costuma de vir acompanhada de uma série de distúrbios como depressão, ansiedade, insônia e alcoolismo, uma vez que é impossível não se frustrar ao acreditar que se é capaz de tudo e que tudo depende do esforço individual. Em segundo, não deixa de ser uma postura inocente, uma vez que sabemos das nossas limitações e muitas metas são inatingíveis.

Ócio criativo

Também sabemos que a qualidade do nosso trabalho tende a ser inversamente proporcional ao cansaço. Quanto mais cansados, mais comprometida fica a nossa produção e certas tarefas dependem justamente de uma clareza e de um bem-estar mental que só são possíveis quando diminuímos a quantidade de estímulos aos quais nos expomos. Pois, como aponta Byung-chul Han, o ócio criativo é fundamental para a evolução da humanidade. “Se o sono perfaz o ponto alto do descanso físico, o tédio profundo constitui o ponto alto do descanso espiritual.”

Fonte: Aleteia

“Quando roubaram tudo de nós, não roubaram nossa fé”, diz bispo missionário na África

Dom Juan José Aguirre em missa na diocese de Bangassou.
Imagem: captura de tela - YouTube.| ACI Digital

BARCELONA, 24 ago. 21 / 10:40 am (ACI).- Dom Juan José Aguirre, bispo de Bangassou, na República Centro-Africana, é missionário comboniano e está há mais de 40 anos no país lutando para levar o Evangelho a todas as pessoas que sofrem com o horror da guerra e da pobreza. “As pessoas estão aqui porque nós ficamos. Muitas ONGs foram embora. Nós, religiosos e católicos, ficamos. Quando nos roubaram tudo, não nos roubaram a fé e isso fez com que as pessoas viessem às paróquias, aos cursos de crisma, participando neles com dedicação. Depois da crisma elas se engajam nos grupos paroquiais para crescer na fé”, disse dom Juan José em um testemunho publicado pela arquidiocese de Barcelona, Espanha.

Em mensagem de vídeo, o bispo, nascido em Córdoba, Espanha, em 1954, disse que o povo da República Centro-Africana é muito religioso, “vêm muito à igreja. Nos domingos, se alguém não chegar a tempo, fica sem lugar”.

O povo da diocese vem sofrendo com a guerra há mais de cinco anos sem tréguas. Segundo a arquidiocese de Barcelona, o principal motivo para tanta vitalidade na diocese é a consciência de serem queridos e protegidos pela Igreja e seus sacerdotes.

Essa igreja simples e humilde nunca deixa de confiar e crer num Deus que é Pai e os ama, afirmou a arquidiocese de Barcelona. Para eles, a resposta de Deus às orações pelos sofrimentos são “todas estas pessoas que vêm de outros países para ajudar-nos e consolar-nos em nossa situação”.

“Não perdemos a fé porque temos pessoas ao nosso lado que, apesar das desgraças e horrores que lhes tocou viver, não deixam de ir à paróquia para rezar e pedir ajuda. Nós nos ajudamos entre todos, para seguir confiando e crendo que o Amor triunfará ao final”, disse o bispo.

Os fiéis de Bangassou dizem: “católico nasci e católico morrerei”, afirmou dom Aguirre. “Assim é a Igreja em Bangassou, que vai crescendo pouco a pouco com a graça de Deus”, concluiu.

Fonte: ACI Digital

São Bartolomeu - Apóstolo

São Bartolomeu | Jornal O São Paulo
24 de agosto
São Bartolomeu, apóstolo

São Bartolomeu foi um dos doze discípulos de Jesus Cristo. Seu nome vem da língua aramaica e faz uma referência ao nome de seu pai. Bartolomeu vem de “Bar Talmay” e significa “filho de Talmay”.

São Bartolomeu é Natanael

As narrações bíblicas não enfocam São Bartolomeu de maneira especial. A não ser numa passagem do Evangelho de João, as passagens bíblicas limitam-se a citar seu nome entre os doze escolhidos por Jesus. Sabe-se, porém, através dos Evangelhos, que Bartolomeu é o mesmo apóstolo Natanael, citado em outros trechos evangélicos. Isso fica bastante claro quando se faz uma comparação entre os Evangelhos Canônicos.

Desdenha Nazaré

Natanael é um nome que quer dizer "Deus deu". Este nome ganha um novo sentido se observarmos que Natanael veio de Caná da Galiléia. Lá, ele presenciou o primeiro milagre de Jesus, nas famosas “Bodas de Caná”. Conferir o Evangelho de João 2, 1-11. Como São João evangelista nos conta, o discípulo Filipe contou a Natanael (ou Bartolomeu) que tinha acabado de encontrar o Messias.

E disse-lhe ainda que o salvador vinha de Nazaré. Natanael imediatamente respondeu conforme o conhecimento da época. Ele disse: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (Jo 1, 46). Essa pergunta de São Bartolomeu mostra claramente que o Messias, ou o Salvador, era esperado como um grande general, vindo de lugares importantes de Israel, e não de um vilarejo perdido na Galileia chamado Nazaré.

O Encontro pessoal com Jesus

Quando São Bartolomeu se encontrou com Jesus, aquele “Messias vindo de Nazaré”, recebeu do Mestre um elogio inesperado. Jesus disse a ele "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo  1, 47). São Bartolomeu, surpreso, respondeu: "De onde me conheces?" Jesus respondeu revelando a ele sua messianidade: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira".

Sem dúvida, Jesus faz menção a um momento importante na vida de Bartolomeu. Sentindo o olhar do mestre, Bartolomeu percebe que aquele Mestre realmente o conhece. Depois desse momento, Bartolomeu decide seguir o Mestre e faz a sua profissão de fé em Jesus. Ele diz: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel".

São Bartolomeu, discípulo e apóstolo

São Bartolomeu seguiu a Jesus nos três anos de vida pública do Mestre em Israel. Ele presenciou os ensinamentos, as ações, os milagres, a morte e a ressurreição de Jesus. Ele estava em Pentecostes, no nascimento da Igreja, quando o Espírito Santo veio sobre todos e todos se tornaram missionários corajosos da Boa Nova pelo mundo.

Bartolomeu conheceu pessoalmente Nossa Senhora, e dela certamente aprendeu mais sobre os ensinamentos do Mestre. Assim, cheio do Espírito de Deus, depois de ter sido discípulo de Jesus, ele passou a ser Apóstolo, palavra grega que quer dizer “Enviado”. Ele foi enviado, Apóstolo, em nome de Jesus. E fez maravilhas pelo Reino de Deus em terras longínquas.

Missão de São Bartolomeu

A Tradição da igreja e fontes históricas nos dizem que São Bartolomeu foi anunciar Reino de Deus até ao distante país da Índia. Há outra tradição, ela afirma que São Bartolomeu foi pregar o Evangelho onde é hoje a Europa Oriental. Lá, ele realizou uma maravilhosa missão acompanhada de conversões sinceras que confirmavam a pregação da Palavra de Deus.

Martírio

Depois dessa frutuosa missão em que muitos se converteram a Jesus Cristo e onde várias comunidades cristãs foram criadas, São Bartolomeu foi martirizado, vítima de esfolamento de toda a sua pele. Foi na cidade de Albanópolis, hoje Derbent, na região russa do Daguestão, às margens do mar Cáucaso. Ele teria sido morto por ordem do governador local, que não aceitou a pregação do cristianismo em suas terras.

Iconografia (Representação artística)

Essa tradição é tão forte que São Bartolomeu foi pintado na Capela Sistina segurando a pele de seu corpo em sua mão esquerda e, na mão direita, uma adaga, tipo de uma espada afiada, instrumento do martírio que ele sofreu. Séculos depois, as relíquias de São Bartolomeu foram transportadas para Roma e estão hoje na igreja dedicada a ele.

Devoção a São Bartolomeu

A festa litúrgica de São Bartolomeu é celebrada no dia 24 de agosto, provável dia de sua morte. As igrejas da Europa oriental devem sua fé, em última instância, à pregação corajosa de São Bartolomeu, cujos frutos permanecem até hoje.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

A vocação dos leigos

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

A vocação dos leigos

Os leigos são todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.

Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem” Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com eles. Eles são a Igreja.

O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo”. O leigo chega aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, etc. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura. Torna-se co-criador com Deus.

O Concílio Vaticano II resgatou a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social” (CIC §906).

Sendo assim, todos os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, “eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito” (CIC §900).

“Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles” (CIC §910).

Os leigos podem cooperar juridicamente no exercício do poder de governo da Igreja, participando nos concílios particulares, nos sínodos diocesanos nos conselhos pastorais; do exercício do encargo pastoral de uma paróquia; da colaboração nos conselhos de assuntos econômicos; da participação nos tribunais eclesiásticos etc. (cf. CIC §911)

O Código de Direito Canônico dá ao leigo o direito e o dever de dar a sua opinião aos pastores: “De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis” (CIC §907; Cânon 212,3). Assim, os leigos devem se manifestar aos outros e aos pastores, quando observa que algo errado se passa na Igreja: ensinamentos errados discordantes com o Magistério da Igreja, conduta incorreta de pessoas do clero, etc.

Os leigos devem impregnar as realidades sociais, políticas, econômicas, com as exigências da doutrina e da vida cristãs. Os papas têm chamado os leigos a atuar especialmente na política, que é boa, a arte do bem comum. O que não presta é a politicagem e o politiqueiro.

O Papa Francisco disse que a política anda suja porque os cristãos se afastaram dela. E pede para que dela participem. Vimos o povo nas ruas do Brasil, reclamando de tanta sujeira na vida pública, tanta corrupção, imoralidade e malversação do dinheiro público. Isso ocorre porque os cristãos leigos pecam por omissão política. Quantos cristãos dão seu voto a pessoas que não são idôneas, que não comungam com os valores cristãos! Muitos leigos ainda “vendem” o seu voto e a sua consciência, por um favor recebido.

João Paulo II, na “Christifidelis laici”, disse que “os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum… a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o cepticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública” (n.42).

O Papa Bento XVI pediu: “Reitero a necessidade e urgência de formação evangélica e acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos envolvidos na política, que sejam coerentes com a fé professada, que tenham firmeza moral, capacidade de julgar, competência profissional e paixão pelo serviço ao bem comum” (Discurso ao CPL, Vaticano, 15 de novembro de 2008).

Mas, para que o leigo realize esta missão tão importante na Igreja, ele tem de ser bem formado em sua fé, conhecendo bem a doutrina ensinada pelo Magistério da Igreja, especialmente o Catecismo, e viva uma vida espiritual sadia, com participação nos sacramentos, meditação da Palavra de Deus, vida de oração, meditação, participação na pastoral, penitência e caridade. Enfim, uma vida de santidade.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Afeganistão: o que está acontecendo e como vivem os cristãos?

O Governo Afegão Declarou A Primazia Do Islã Sobre Outras Religiões. 
Foto: Arquivo | ZENIT
O país é um conglomerado de diferentes grupos étnicos que se enfrentam há décadas.

Por ZENIT

(Ajuda à Igreja que Sofre - ZENIT News Agency / 23.08.2021) .- O Afeganistão é uma república islâmica que faz fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão ao norte, China ao nordeste, Paquistão ao leste e sul e Irã ao norte, oeste. O país é um conglomerado de diferentes grupos étnicos em conflito entre si por décadas antes de finalmente se unir em um único país com a queda do regime do Taleban em 2001.

Os grupos étnicos mais importantes são os pashtuns (42%), os tadjiques (27%), os hazaras (9%), os uzbeques (9%) e os turquemenos (3%) 2. Aproximadamente 99% da população é muçulmana, principalmente sunita (80%), nos quais os xiitas representam 19% e pertencem principalmente aos grupos étnicos hazara e tadjique.

A Constituição de 2004 foi promulgada após a queda do regime do Taleban (1997-2001) e declara o país uma república presidencial islâmica.

O caráter religioso do Estado é um dos elementos-chave da nova Constituição, embora seja mitigado por um conjunto de medidas, fruto de intenso debate, destinadas a evitar a possibilidade de o país cair em uma interpretação fundamentalista da sharia. A sharia continua sendo uma das principais fontes de direito na sociedade, especialmente nas áreas rurais.

O artigo 2º da Constituição afirma que “o Islã é a religião oficial do Estado”, porém, o segundo parágrafo do mesmo artigo proclama a liberdade religiosa. O Artigo 3 estipula “a conformidade das leis” com os princípios e normas da religião islâmica; portanto, torna a sharia, embora sem nomeá-la, a primeira fonte da lei.

Assim, na prática, em nome do respeito à lei islâmica no país, é impossível converter-se a outra religião, professar livremente outra fé, exibir símbolos religiosos ou dedicar-se à tarefa da missão.

Situação dos Cristãos 

Além das restrições impostas pelo Estado e por esta sociedade tradicionalmente fortemente muçulmana, existe um clima de desconfiança em relação aos cristãos.

A principal razão para isso são os 10 anos de controle militar pelas forças internacionais. Esta década de guerra contra o Taleban forçou 2,7 milhões de pessoas a viver no exílio em países vizinhos. Eles buscaram refúgio principalmente no Paquistão e no Irã. Em 2012 - pelo 32º ano consecutivo - o Afeganistão ficou em primeiro lugar na lista anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Além do radicalismo do Taleban, que tem aumentado nos últimos anos com contínuos ataques e atrocidades, especialmente contra civis, um fator que em certos casos tem fomentado o ódio aos cristãos e outras religiões consideradas estrangeiras tem sido a presença contínua de militares internacionais forças. Exemplo disso foi a queima de cópias do Alcorão por soldados norte-americanos na base militar norte-americana de Bagram, no norte do país, em 20 de fevereiro de 2012.

O incidente gerou protestos violentos em todo o Afeganistão, custou dezenas de vidas e gerou grandes manifestações nas quais os manifestantes queimaram cruzes e outros símbolos religiosos, bem como grandes fotografias do presidente dos EUA, Barack Obama.

O governo afegão declarou a primazia do Islã sobre outras religiões. Em um discurso proferido no Parlamento em setembro de 2013, o membro do parlamento Nazir Ahmad Hanafi emprestou sua voz aos rumores de que muçulmanos afegãos estavam se convertendo ao cristianismo na Índia. “O povo afegão”, declarou ele, “continua a se converter ao cristianismo na Índia. Isso é uma violação da lei islâmica e, de acordo com o Alcorão, eles devem ser mortos. "

O presidente do Parlamento afegão, Abdul, Rauf Ibrahimi, também condenou as supostas conversões, pedindo ao Comitê de Segurança Nacional "um estudo aprofundado do caso".

Não há dados confiáveis ​​sobre o número exato de não muçulmanos no Afeganistão. Algumas organizações protestantes estimam que haja cerca de 5.000 cristãos afegãos - em outras palavras, convertidos do islamismo - mas isso nunca foi confirmado.

A Igreja Católica está presente no Afeganistão na forma da missão sui iuris, sob a direção do padre Barnabita italiano, Pe. Giuseppe Moretti. No total, o número de padres e religiosos, homens e mulheres, trabalhando no Afeganistão chega a 15. A congregação religiosa mais bem estabelecida no país são as Pequenas Irmãs de Jesus. Essas freiras (quatro no total) são respeitadas até mesmo pelo Talibã e trabalham em Cabul há 50 anos.

A queda do regime do Taleban possibilitou que as irmãs de Madre Teresa viessem ao país em 2006 para trabalhar com os doentes e pobres. Outro grupo respeitado e reconhecido pelo povo é a instituição de caridade italiana Associação Pró Crianças de Cabul (Associazione pro-bambini di Kabul), que trabalha com orfanatos e crianças deficientes.

Estudando o problema da liberdade religiosa como um todo no país, a Constituição é baseada na sharia, o que torna quase impossível que a situação melhore.

O clima de insegurança contínuo deu ao Taleban e seus apoiadores grande poder, não apenas nas áreas rurais, mas também na capital, Cabul. A intolerância para com outras religiões e para com os costumes que não o islã foi reforçada pelas declarações de alguns parlamentares contra as conversões ao cristianismo e foi demonstrada pelos recorrentes casos de justiça sumária, por exemplo, casos de adultério puníveis com apedrejamento.

Fonte: https://es.zenit.org/

A CATEQUESE NUMA CULTURA POLIÉDRICA

Crédito: Sou Catequista

Dom Vicente Ferreira
Bispo Auxiliar de Belo Horizonte (MG)
DESComplica

A CATEQUESE NUMA CULTURA POLIÉDRICA

Papa Francisco, na Fratelli Tutti, escolheu a figura do poliedro para nomear a nossa cultura global. Imagem formada por faces diferentes que se complementam. “O poliedro representa uma sociedade onde as diferenças convivem, integrando-se, enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente, embora isso envolva discussões e desconfianças” (FT, n. 215). Vivemos numa globalização plural, com suas belezas e contradições. Se a pandemia da covid-19 mostrou muitos desses valores, como a solidariedade, ela também trouxe à tona chagas socioambientais. Desse modo, afirma o Diretório para a Catequese: “a face multiforme da realidade, marcada por elementos ambivalentes de pluralismo religioso e cultural é, em última análise, visível em cada pessoa, cuja fisionomia interior é hoje particularmente dinâmica, complexa e poliédrica” (DC, n. 325).

E qual a missão da Igreja diante dessa polissemia cultural? Anunciar o Reino de Deus, seguindo Jesus Cristo. Portanto, tudo o que se passa com a sociedade e com o meio ambiente diz respeito à nossa missão cristã. Assim “a catequese participa do desafio eclesial de se opor a processos centrados na injustiça, na exclusão dos pobres, na primazia do dinheiro, de modo a, antes, tornar-se sinal profético de promoção de vida plena para todos” (DC, n. 319). A iniciação cristã deve contribuir para a superação de um desafio muito perigoso que é a esquizofrenia entre fé e vida, entre culto e compromisso socioambiental. O problema não está na diversidade, mas na indiferença ou da conivência cristã com as violações à vida humana e ao meio ambiente.

Essa polissemia de sentidos torna-se, cada vez mais explicitada, no contexto de nossas cidades. São realidades sociais e ambientais diversas que se cruzam em cenários complexos, com belezas e problemas. Assim, todo cristão é chamado “a reconhecer a cidade a partir de um olhar contemplativo, isto é, um olhar de fé que descubra Deus, que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças” (DC, n. 71). Sendo, sobretudo, uma voz profética diante de suas contradições, em favor das realidades mais vulneráveis. Para isso, a Paróquia, sendo uma rede de comunidades, deve auxiliar as pessoas, através da catequese, a viver uma proximidade fraterna que as conduzirão na busca de um sentido para a vida, através da fé cristã. Apesar da predominância urbana, o contexto rural é ainda muito presente. Ambiente propício para trabalhar a simplicidade de vida, os ciclos da natureza e o cuidado para com toda a criação. “Essa é a mensagem de fé que a catequese ajuda a descobrir, mostrando sua realização no ritmo cíclico do ano litúrgico e nos elementos naturais assumidos pela liturgia” (DC, n. 330).

Em muitos casos, a cultura global agride as culturas locais e tradicionais em nome dos princípios capitalistas neoliberais. A Evangelização, atenta aos valores de cada povo, deve promover a dignidade das tradições, de cada comunidade. É necessário reconhecer as sementes do Verbo, os sinais do Reino, lembrando que nenhuma configuração cultural esgota a plenitude do Evangelho de Jesus. Em muitos locais, há presença das comunidades quilombolas e indígenas, por exemplo. “Ser catequista para os povos indígenas requer um humilde esvaziamento de atitudes de orgulho e desprezo para com aqueles que pertencem a uma cultura diferente” (DC, n. 334). A mesma postura deve acontecer em relação à piedade popular, para que haja uma verdadeira evangelização. As peregrinações aos santuários revelam como a devoção de nosso povo deve ser acompanhada com toda atenção.

Em relação às diferentes denominações cristãs e outras religiões, a catequese é chamada a reforçar uma atitude dialogal e fraterna. Fratelli Tutti reconhece, explicitamente, que um dos pontos fundamentais para a construção da paz mundial é “a liberdade religiosa para os crentes de todas as religiões” (FT, n. 279). De modo particular, deve-se combater a violência que se expressa em inúmeros preconceitos. “Como crentes, somos desafiados a retornar às nossas fontes para nos concentrarmos no essencial: a adoração de Deus e o amor ao próximo, para que alguns aspetos da nossa doutrina, fora do seu contexto, não acabem por alimentar formas de desprezo, ódio, xenofobia, negação do outro” (FT, n. 282).

A mútua colaboração entre fé e ciência é elemento importante no aprofundamento das questões mais complexas do ser humano e da natureza. O distanciamento ou a disputa entre ambas pode causar danos para o progresso da família humana e para o meio ambiente. Sabemos da relevância da tecnologia em nossos tempos. Seria impensável desconsiderar os ganhos, as evoluções, que a ciência e a técnica trouxeram para a humanidade. No entanto, reconhecemos também que muitos desses ganhos está a serviço de uma minoria. E não a serviço de tantas classes de pessoas vulneráveis e do meio ambiente. E que muitas feridas socioambientais são causadas, justamente, pelo uso impróprio da técnica e da ciência como instrumentos que favorecem quem pauta a vida pelo dinheiro.

A cultura digital deve ser tratada também com particular atenção pela catequese, devido, sobretudo, às transformações antropológicas que ela tem causado. Já convivemos com os chamados “nativos digitais”, enquanto muitos ainda não têm acesso ao mundo virtual. Ela está, aceleradamente, trazendo mudanças inimagináveis. Seus ganhos são indiscutíveis. Há maior interação entre os povos, mais acessos às informações etc. Mas, o perigo é grande quando essas plataformas são manipuladas por pessoas e grupos com interesses que ferem a dignidade humana e o planeta. Fratelli Tutti fala da ilusão da comunicação ao mencionar problemas como a agressividade despudorada e informações sem sabedoria (Cfr. FT, n. 42-50).

Este aspecto digital de nossa Era pesa sobretudo sobre o futuro das novas gerações. Elas se constroem tendo como referências conteúdos, relações, interações virtuais. Nesse ponto, a catequese deve exercer um papel fundamental no acompanhamento das crianças, dos adolescentes e dos jovens em sua inserção na comunidade dos discípulos e missionários de Jesus. De modo que, “essa jornada exige passar da solidão, nutrida pelos likes, para a realização de projetos pessoais e sociais a serem realizados em comunidade” (DC, n. 370).

Outro ponto complexo e que exige um saudável enfretamento por parte da catequese são os temas que dizem respeito a bioética. O diálogo da fé com a ciência deve ser contínuo de modo especial quando se trata de biotecnologia. A grande e rica tradição do magistério da Igreja, atenta a realidade, deve traduzir-se em compromisso ético com a vida humana e com toda a criação. Para o anúncio da fé, importa experimentar que “Deus é a referência inicial e final da vida, desde sua concepção até a morte natural; a pessoa é sempre uma unidade de espírito e corpo; a ciência está a serviço da pessoa; a vida deve ser acolhida em todas as condições, porque é redimida pelo mistério pascal de Jesus Cristo” (DC, n. 378).

Outro aspecto que mostra nossa cultura ainda mais poliédrica é a questão ecológica. Atravessamos uma aguda crise socioambiental. E isso exige de nós uma conversão ecológica que significa superar a visão que temos de que o ser humano está separado das outras criaturas. Tudo está interligado na Casa Comum. E essa mentalidade não pode estar nos processos catequéticos apenas como um ponto secundário. Por isso, a catequese ajudará “os fiéis a se conscientizarem de que o compromisso com a questão ecológica é parte integrante da vida cristã” (DC, n. 384). É impossível escutar, hoje, o grito dos pobres sem ouvir os gemidos da criação (Cfr. Rm 8, 22).

Por fim, uma boa catequese leva o fiel a um encontro maduro com o mistério de Jesus Cristo que o torna uma pessoa nova, inserida numa comunidade amorosa. Alguém que, em comunhão com o mestre, vive sua vocação cristã de forma transformadora da realidade. É falho um caminho catequético que não conduz as pessoas a um engajamento socioambiental, como nos pede a Doutrina Social da Igreja. Quanto mais maduro um cristão, mais comprometido com o Reino de Deus, que é Reino dos irmãos e irmãs, que cuidam da Casa Comum.

Fonte: CNBB

A fé de Maria

Shutterstock | ufokim
Por Mário Scandiuzzi

Maria nos deixou um grande exemplo de fé e amor, além de nos indicar o caminho da salvação.

Quando o anjo visitou Maria, ela respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor!”

Certamente essa resposta é uma demonstração de fé, é a verdadeira confiança nos planos de Deus. E não foram apenas palavras. Ela também agiu. Tanto que, ao saber que Isabel estava grávida, se apressou em partir para a casa dela, afim de servi-la.

Ser a mãe do Filho de Deus não significou uma vida livre de problemas. O nascimento de Jesus foi num estábulo, já que ela e José haviam ido à Belém e não encontraram lugar nas hospedarias.

Depois da visita dos Reis Magos, teve que fugir para o Egito levando o menino.

Maria e os momentos de angústia

De volta à terra natal, viveu momentos de angústia quando aos 12 anos Jesus se perdeu e só foi encontrado três dias depois no templo, entre os doutores da lei.

Na vida pública de Jesus, o primeiro milagre aconteceu por intercessão dela. Nas bodas de Caná, a água se transformou em vinho.

Viu de perto a paixão de seu Filho e ficou de pé, junto à cruz. Deve ter sentido uma dor imensa, mas não perdeu a fé. Os apóstolos a acolheram e ela ficou com eles quando receberam o Espírito Santo.

Foi elevada aos céus e de lá continua intercedendo por todos nós.

Para nossa vida nos deixou o grande exemplo de fé e amor, e para nossa salvação indicou o caminho: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Por isso devemos sempre recorrer à sua poderosa intercessão e ela, que é a mãe de Jesus e também a nossa mãe, está sempre atenta às nossas necessidades.

Que em todos os momentos de nossa vida tenhamos a certeza de seu olhar atento e amoroso sobre nós, pedindo sempre a seu Filho que faça o melhor para a nossa salvação.

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF