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quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 11/11-Final)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

XXVI

A acolhida fraterna

1. Ao irmão que entra em tua casa, não o despeças sem uma oração. “Viste teu irmão, viste o Senhor”, conforme se diz vulgarmente. Sobretudo, se for um peregrino. Pode ser um anjo (cf. Hb 13,2).

2. Mas também tu, se fores recebido por irmãos, não prefiras os prazeres terrenos aos celestes. Nisto se julgará acerca de tua fé. De outro modo, como poderás, segundo o preceito, dizer: “Paz a esta casa” (Lc 10,5), se não trocas o ósculo da paz com os seus moradores?

XXVII

Aleluias e salmos na oração

1. Os que oram com maior empenho costumam acrescentar às suas orações o Aleluia e salmos de louvor, cujos finais permitem aos presentes ajuntar responsórios. É ótima atitude apresentar a Deus, como hóstia agradável, uma oração assim enriquecida reconhecendo a majestade e a honra divinas.

XXVIII

A oração em espírito e verdade

1. Nossa oração é hóstia espiritual que aboliu os sacrifícios precedentes (cf. 1Pd 2,5Hb 13,15). Com efeito, disse Deus: “Que me importam os vossos sacrifícios todos? Estou enjoado dos vossos holocaustos de carneiros e não quero a gordura dos cordeiros nem o sangue dos touros e dos bodes. Quem, aliás, pediu tais coisas das vossas mãos?” (Is 1,11-12).

2. O Evangelho nos ensina o que Deus exige de nós: “Virá a hora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus, de fato, é espírito” (Jo 4,23-24), e portanto, deseja tais adoradores.

3. Somos nós os verdadeiros adoradores e os verdadeiros sacerdotes (cf. Ap 1,6; 5,10; 20,6) porque oramos em espírito (cf 1Cor 14,15Ef 6,18), e oferecemos a Deus nossa oração como um sacrifício que lhe agrada, que ele aceita, a hóstia que ele previamente pediu e escolheu.

4. Esta é a hóstia a levarmos ao altar de Deus, consagrada de todo o coração, alimentada pela fé, adornada pela verdade, íntegra pela inocência, pura pela castidade, coroada pela caridade, com um séquito de boas ações, entre salmos e hinos. Por ela, obteremos tudo da parte de Deus.

XXIX

Eficácia da oração

1. À oração em espírito e na verdade, que poderá Deus negar, se é ele mesmo que a exige? Nós lemos, ouvimos dizer e cremos, com inúmeras provas da sua eficácia! Outrora, a oração libertara do fogo (cf. Dn 3,25-30), das feras (cf. Dn 6,17-25) e da fome (cf Dn 14,37) e, no entanto, ainda não recebera do Cristo a forma devida. Entretanto, quanto mais eficaz é a oração cristã! Ela não faz descer o anjo que proporciona orvalho ao meio das chamas (cf. Dn 3,49-50), nem fecha a boca dos leões, nem leva aos famintos o alimento de camponeses (cf. Dn 14,33-39). Ela não nos dá a graça de não sentirmos o sofrimento, no entanto, confere a força da paciência aos que sofrem, se afligem, experimentam a dor. Com essa força, ela aumenta a graça, a fim de que os crentes saibam o que esperar do Senhor, conscientes de sofrerem por seu nome.

2. Além disso, outrora a oração pedia flagelos (cf. Ex 7,10), desbaratava exércitos inimigos (cf. Ex 17, 8-15), impedia chuvas benéficas (cf. 1 Rs 17,1). Agora, porém, a oração dos justos afasta a ira de Deus, põe-se em vigílias pelos inimigos, suplica pelos perseguidores. É, acaso, de admirar, que faça descer águas do céu a oração que pôde obter chamas de fogo (cf. 2Rs 1, 10-14)? Só a oração consegue vencer a Deus, mas Cristo não quis que ela fizesse mal, e lhe conferiu plena eficácia para o bem. Por isso, de nada ele quis saber senão de fazer voltar à vida as almas dos mortos, que já caminhavam pela estrada da morte, de devolver forças aos fracos, de curar doentes, de purificar possessos, de abrir portas dos cárceres e quebrar cadeias dos inocentes. É ainda essa oração que lava os pecados, repele as tentações, extingue as perseguições, dá coragem aos covardes, alegra os fortes, conduz à casa os peregrinos, acalma as ondas do mar, faz medo aos malfeitores, alimenta os pobres, governa os ricos, levanta os que caíram, mantém firmes os que vacilam, conserva os que estão de pé.

3. A oração é o baluarte da fé, nela temos as armas e os dardos contra o inimigo que nos espreita de todos os lados. Assim, pois, jamais andemos desprevenidos. De dia, lembremo-nos de estar de prontidão; à noite, recordemo-nos das vigílias. Guardemos com as armas da oração a bandeira do nosso imperador, e orando esperemos a trombeta do anjo.

4. Oram também todos os anjos, oram todas as criaturas, oram os rebanhos e as feras que dobram os joelhos. Quando saem dos estábulos e tocas, olham para o alto, levantam a cabeça e não fecham a boca, mas gritam, fazendo vibrar o ar, cada qual conforme a sua natureza. Até as aves despertam, elevam-se para o céu, asas abertas – mãos estendidas – uma cruz. Qualquer coisa sussurra. Seria oração. Que mais dizer sobre o dever da oração? O próprio Senhor também orou. A ele, glória e poder pelos séculos dos séculos!

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Papa Francisco: viver sem medo de ser verdadeiro. O hipócrita não sabe amar

Papa saúda fiéis na Sala Paulo VI | Vatican News

Na catequese, o Pontífice convidou os cristãos a se inspirarem em Paulo, homem reto que não tem medo da verdade. A hipocrisia, afirmou, pode colocar em perigo a unidade na Igreja.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

A hipocrisia foi o tema da Audiência Geral desta quarta-feira (25/08). Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre a Carta de São Paulo aos Gálatas, o Papa Francisco citou um episódio narrado pelo Apóstolo ocorrido em Antioquia.

O protagonista é Pedro e o que está em jogo é a relação entre a Lei e a liberdade. O objeto da crítica foi o comportamento de Pedro à mesa, que mudou de acordo com a companhia. A Lei proibia a um judeu de partilhar refeições com não judeus. Pedro estava à mesa sem qualquer dificuldade com os cristãos que tinham vindo do paganismo, mas quando alguns cristãos de Jerusalém, circuncidados, chegaram à cidade, ele já não o fez, para não incorrer nas críticas deles. Isto é grave aos olhos de Paulo, até porque Pedro estava a ser imitado por outros discípulos e o seu comportamento criou uma divisão injusta na comunidade.

Paulo recorda aos cristãos que eles não devem absolutamente escutar aqueles que pregam a necessidade de serem circuncidados e assim ficar “sob a Lei” com todas as suas prescrições. Na sua repreensão, Paulo usa um termo que permite entrar nos méritos da sua reação: hipocrisia (cf. Gl 2, 13).

A observância da Lei por parte dos cristãos levou a este comportamento hipócrita, que o Apóstolo pretende combater com força e convicção.

Fingir é maquiar a alma

Para Francisco, hipocrisia é o medo da verdade. As pessoas preferem fingir do que ser elas mesmas. "É como maquiar a alma, maquiar as atitudes, o modo de proceder: não é a verdade." Fingir impede a coragem de dizer a verdade abertamente, e assim facilmente se evita a obrigação de a dizer sempre, em todo o lado e apesar de tudo.

"O fingimento leva a isto: às meias verdades", disse ainda o Papa. E as meias verdades são um fingimento, são um modo de agir não verdadeiro e que impede a coragem, de dizer abertamente a verdade. Num ambiente em que as relações interpessoais são vividas sob a bandeira do formalismo, o vírus da hipocrisia propaga-se facilmente.

O Papa recorda que há vários exemplos na Bíblia onde a hipocrisia é combatida, como o velho Eleazar, e situações em que Jesus repreende fortemente aqueles que parecem justos no exterior, mas no interior estão cheios de falsidade e iniquidade.

“O hipócrita é uma pessoa que finge, lisonjeia e engana porque vive com uma máscara no rosto, e não tem a coragem de enfrentar a verdade. Por isso, não é capaz de amar verdadeiramente: limita-se a viver pelo egoísmo e não tem a força para mostrar o seu coração com transparência.”

O hipócrita não sabe amar

Há muitas situações em que a hipocrisia pode ocorrer, adverte Francisco: no trabalho, na política e até mesmo na Igreja, onde “é particularmente detestável”. “Infelizmente, existe hipocrisia na Igreja. Há muitos cristãos e ministros hipócritas.”

Francisco encerra sua catequese citando as palavras de Jesus: «Seja este o vosso modo de falar: sim, sim, não, não; tudo o que for além disto procede do espírito do mal» (Mt 5, 37).

“Irmãos e irmãs, pensemos nisso que Paulo condena: a hipocrisia; e que Jesus condena: a hipocrisia. E não tenhamos medo de sermos verdadeiros, de dizer a verdade, de sentir a verdade, de nos conformar à verdade. Assim poderemos amar. O hipócrita não sabe amar. Agir de outra forma é pôr em perigo a unidade na Igreja, aquela pela qual o próprio Senhor rezou.”

Fonte: Vatican News

Mãe encontra filho 33 anos após salvá-lo do aborto e entregá-lo para adoção

ACI Digital

CLEVELAND, 24 ago. 21 / 10:43 am (ACI).- Durante muito tempo, a americana Melanie Pressley se perguntou sobre o filho que entregou em adoção após negar seu aborto. Agora, 33 anos depois, ambos finalmente voltaram a se encontrar graças a um teste de ADN.

Quando Melanie tinha 18 anos, descobriu que estava grávida. Embora o namorado a tenha pressionado para que abortasse, ela se recusou. Como tinha medo de não poder dar ao filho a vida que achava que ele merecia, decidiu entregá-lo em adoção. “Eu simplesmente sabia que, financeiramente, não ia conseguir. Além disso, eu queria que ele tivesse uma mãe e um pai. Então eu decidi, naquele momento, que era melhor dá-lo em adoção”, contou Melanie à News 5 Cleveland, canal de notícias dos EUA.

https://youtu.be/WQt1EJJGACg

 Com o apoio da família, Melanie trabalhou com uma agência de adoções durante a gravidez. Em junho de 1988, deu à luz o seu filho, mas não lhe deu um nome. Ele logo foi entregue aos seus pais adotivos.

“A enfermeira disse: vou levá-lo para uma sala privada para você que possa abraçá-lo. Fique o tempo que precisar. E nesse momento, quando o segurava, minha irmã tirou uma foto e essa foi a única foto que eu tive dele durante 33 anos. Essa era a única foto que eu tinha dele”, disse Melanie.

Mesmo depois de se casar e ter mais três filhos, Melanie disse que, muitas vezes, pensava em como ele seria e se perguntava se ele era feliz. Quando lembrava do aniversário do filho, o dia era sempre difícil. “Sempre havia um pouco dessa tristeza em mim nesse dia. E essa é basicamente a forma mais fácil de descrever” o que sentia.

Após a morte da mãe, Melanie sentiu que devia agir. “Sempre desejei que ele conhecesse a minha mãe, mas ela morreu. E na noite em que ela morreu, estávamos todos ao redor da mesa, minhas sobrinhas, meus sobrinhos, minhas irmãs e todos”, quando “comecei a chorar e disse: ´preciso encontrar meu filho`”.

Então, em maio de 2021, uma de suas filhas comprou um kit de teste genético em domicílio da empresa “23andMe” como presente de aniversário. Enquanto isso, a mais de 480 quilômetros de distância, seu filho, Greg Vossler, já tinha feito a mesma coisa.

Segundo Greg, seus pais lhe disseram que ele foi adotado quando tinha 9 anos. No começo, ele não tinha curiosidade sobre sua família biológica.

“Eu sempre brincava dizendo: ´não vejo uma celebridade que se pareça comigo` ou, sei lá, ´ninguém que seja rei ou rainha em alguma terra longínqua se parece comigo`. E eu sempre disse que era só uma piada. Sempre que alguém perguntava, essa era a minha forma de dar uma resposta rápida, eu nunca tinha pensado nisso a sério”, disse ele.

Foi assim até que Greg teve seu filho.

“Minha esposa e eu estávamos sentados, conversando de noite, e eu disse: ´não sei nada sobre meu histórico médico, genético, de onde eu sou`. E houve uma promoção de 23andMe, ou algo assim. Então eu fiz o teste”, contou.

Greg fez o teste de DNA em 2019. Em 2021, quando Melanie enviou o kit, imediatamente apareceu uma coincidência.

“Eu imediatamente enviei uma mensagem e minha primeira mensagem foi: ´eu acho que estamos relacionados`. A mensagem seguinte foi: ´acho que sou sua mãe biológica`. A partir dali tudo simplesmente explodiu”, disse Melaine.

Ambos começaram a se comunicar, embora Melaine não quisesse ouvir a voz de Greg até que pudessem se conhecer pessoalmente. No início do verão de 2021, eles finalmente se reuniram e a conexão foi imediata.

Greg não só conheceu sua mãe biológica: ele também ganhou mais uma família. Agora, Melaine tem outra foto com o filho, de quem tinha tantas saudades.

“Todos estão emocionados, todos se dão as mãos ou se abraçam. Já viu como é: ´ei, sou seu meio irmão, sua meia irmã`! Sua irmã mais velha, que foi fundamental para permitir que Melanie tivesse essa primeira foto, se aproximou e me apertou o rosto. É a primeira vez que me vê depois de 33 anos”, contou Greg Vossler.

“É uma sensação incrível. E só demonstra que sempre há espaço para que as famílias cresçam e sempre há espaço para mais amor entre elas”, concluiu.

Fonte: ACI Digital

Índia: "Kandhamal Day" recorda os 13 anos do massacre de cristãos em Orissa

Mártires de Kandhamal, Índia | Vatican News

O massacre mais sangrento de cristãos ocorrido na Índia nos últimos três séculos foi uma verdadeira chacina, com assassinatos, violência, estupros e saques desencadeados, em 23 de agosto de 2008, por fundamentalistas hinduístas após o assassinato do líder hindu Swami Laxmanananda Saraswatidi, pelo qual sete cristãos inocentes foram injustamente acusados e presos.

Vatican News

Treze anos se passaram, mas os cristãos do distrito de Kandhamal, no Estado indiano de Orissa, ainda esperam por justiça e continuam sofrendo as consequências do massacre mais sangrento de cristãos ocorrido na Índia nos últimos três séculos. Uma verdadeira chacina, com assassinatos, violência, estupros e saques desencadeados em 23 de agosto de 2008 por fundamentalistas hinduístas após o assassinato do líder hindu Swami Laxmanananda Saraswatidi, pelo qual sete cristãos inocentes foram injustamente acusados e presos.

O balanço da violência, que durou até outubro, foi dramático: mais de 100 pessoas foram mortas (56, segundo números oficiais do Governo), milhares de feridos, dezenas de mulheres violentadas, molestadas e humilhadas, 395 igrejas e locais de culto destruídos, 6.500 casas destruídas e muitas escolas e estruturas danificadas e saqueadas, além dos 56 mil deslocados dos quais muitos não retornaram mais ao distrito, e vários casos de conversões forçadas ao hinduísmo.

Para recordar as vítimas, desde 2016 a Igreja em Orissa celebra o "Dia dos Mártires", em 30 de agosto, instituído pelos bispos desse Estado, em 2015, e o "Dia de Kandhamal" é celebrado em 25 de agosto, criado em 2009 pelo Fórum Nacional de Solidariedade (Nsf), rede criada em 1976 que reúne cerca de setenta organizações de direitos civis e que desde 2008 luta por justiça para as vítimas de Kandhamal.

Para a ocasião, este ano a associação instituiu um prêmio especial, o "Prêmio de Direitos Humanos Kandhamal", dedicado àqueles que lutam pelo respeito dos direitos humanos na Índia. O vencedor desta primeira edição, relata o jornal on-line "Matters of India", é a "União dos Povos pelas Liberdades Civis (Pucl)", organização com sede em Nova Délhi, comprometida com a defesa dos direitos das populações tribais (Adivasi) e dos Dalits (os excluídos do sistema de castas indiano). “Por mais de trinta anos, a "União dos Povos pelas Liberdades Civis" trabalhou incansavelmente pelos mais vulneráveis e para criar uma sociedade mais democrática e justa na Índia”, explica um comunicado do Fórum Nacional de Solidariedade.

O prêmio será entregue em 25 de agosto, durante um webinar organizado para o "Dia de Kadhamal" sobre o tema "Em defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas". "A violência em Kandhamal é um caso único de muitas violações dos direitos humanos fundamentais e da dignidade dos grupos mais vulneráveis que continuam esperando por justiça", denuncia no comunicado o Fórum Nacional de Solidariedade.

Fonte: Vatican News Service - LZ/MJ

São José Calasanz

São José Calasanz | ArquiSP
25 de agosto

SÃO JOSÉ DE CALASANZ, SACERDOTE, FUNDADOR DOS ESCOLÁPIOS

Sacerdote e fundador (1556-1648)

José Calasanz nasceu num castelo de Peralta de La Sal, em Aragão, na Espanha, em 31 de julho de 1558. De uma família nobre e muito religiosa, ele foi educado no rigor do respeito aos mandamentos de Deus. Desde cedo, mostrou sua vocação religiosa, mesmo contrariando seu pai, que o queria na carreira militar. José tanto insistiu que foi enviado para estudar teologia na Universidade de Valência, para concluir seu propósito de servir a Deus. Ao terminar os estudos, aplicou-se nos exercícios de piedade e práticas de penitência a fim para manter-se longe das tentações e no seguimento de Cristo.

Recebeu a ordenação sacerdotal em 1583, embora sem a presença do pai, que ainda não cedera à sua vocação. Inicialmente, foi para um mosteiro, desejando uma vida de solidão. Mas seu bispo, percebendo nele um alto grau de inteligência, disse-lhe que sua missão era a pregação. Assim, dedicou-se à atividade pastoral, sendo muito querido por todos os fiéis e bispos, que lhe davam vários encargos importantes a serem executados junto à Santa Sé.

Em 1592, José Calasanz encontrou o caminho para a sua vocação: a educação e formação de jovens pobres e abandonados. Inicialmente, como membro da Confraria da Doutrina Cristã, atuando junto aos jovens pobres da paróquia de Santa Doroteia, onde era vigário cooperador. Em 1597, fundou a primeira escola gratuita para crianças pobres, seguindo entusiasmado pelo grande número de voluntários que se agregavam à obra. Assim, em 1621 fundou a Congregação dos Clérigos Pobres Regulares da Mãe de Deus das Pias Escolas, clérigos regulares que têm um quarto voto: o comprometimento com a instrução dos jovens.

O grande reconhecimento das escolas pias de Roma fez com que se espalhassem por toda a Itália, alcançando a Espanha, Alemanha, Polônia e Morávia. Mas, apesar do incontestável sucesso da nova Ordem, nos últimos anos de sua vida José teve de passar por uma terrível provação. Caluniado perante o Santo Ofício, foi julgado, deposto do cargo e a nova Congregação ficou sem aprovação.

Entretanto José, humildemente, aceitou tudo sem revoltar-se. Morreu no dia 25 de agosto de 1648, aos noventa anos de idade, animando os seus sacerdotes para não desistirem da Ordem. Somente oito anos depois de sua morte o papa Alexandre VI reconheceu que ele era inocente e aprovou as regras da Ordem. Como o fundador previra, ela ressurgiu mais vigorosa do que antes.

A ele foram atribuídas muitas intercessões em milagres e graças, sendo canonizado em 1767. O culto a são José Calasanz ocorre no dia de sua morte. Desde 1948, ele é celebrado em todo o mundo cristão como Padroeiro das Escolas Populares, conforme foi proclamado pelo papa Pio XII.


Fonte: Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente, Mario Sgarbossa, Paulinas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

São Luiz IX

São Luiz IX | ArquiSP
25 de agosto

SÃO LUÍS IX, REI DA FRANÇA

Luís IX, rei da França, nasceu no dia 25 de abril de 1215, no castelo real de Poissy. Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogênito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos que Luís IX tornou-se um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja.

Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade - a piedade e a humildade -, e que o fizeram o modelo de "rei católico".

Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com freqüência a Sagrada Escritura e as obras dos santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte. Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. E o resultado dessa firme educação cristão foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade.

Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris.

Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.

Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados. Assim, em 1297 o papa Bonifácio VIII declarou santo Luís IX, rei da França, mantendo o culto já existente no dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Das Homilias sobre a Primeira Carta aos Coríntios, de São João Crisóstomo, bispo

S. Joaão Crisóstomo | Canção Nova

Das Homilias sobre a Primeira Carta aos Coríntios, de São João Crisóstomo, bispo

(Hom. 4,3.4:PG61,34-36)                (Séc.IV)

A fraqueza de Deus é mais forte que os homens

Por meio de homens ignorantes a cruz persuadiu, e mais, persuadiu a terra inteira. Não falava de coisas sem importância, mas de Deus, da verdadeira religião, do modo de viver o Evangelho e do futuro juízo. De incultos e ignorantes fez amigos da sabedoria. Vê como a loucura de Deus é mais sábia que os homens e a fraqueza, mais forte. 

De que modo mais forte? Cobriu toda a terra, cativou a todos por seu poder. Sucedeu exatamente o contrário do que pretendiam aqueles que tentavam apagar o nome do Crucificado. Este nome floresceu e cresceu enormemente. Mas seus inimigos pereceram em ruína total. Sendo vivos, lutando contra o morto, nada conseguiram. Por isso, quando o grego me chama de morto, mostra-se totalmente insensato, pois eu, que a seus olhos passo por ignorante, me revelo mais sábio que os sábios. Ele, tratando-me de fraco, dá provas de ser o mais fraco. Tudo o que, pela graça de Deus, souberam realizar aqueles publicanos e pescadores, os filósofos, os reis, numa palavra, todo o mundo perscrutando inúmeras coisas, nem mesmo puderam imaginar.  

Pensando nisto, Paulo dizia: O que é fraqueza de Deus é mais forte que todos os homens (1Cor 1,25). Com isso se prova a pregação divina. Quando é que se pensou: doze homens, sem instrução, morando em lagos, rios e desertos, que se lançam a tão grande empresa? Quando se pensou que pessoas que talvez nunca houvessem pisado em uma cidade e, em sua praça pública, atacassem o mundo inteiro? Quem sobre eles escreveu, mostrou claramente que eles eram medrosos e pusilânimes, sem querer negar ou esconder os defeitos deles. Ora, este é o maior argumento em favor de sua veracidade. Que diz então a respeito deles? Que, preso o Cristo depois de tantos milagres feitos, uns fugiram, o principal deles o negou. 

Donde lhes veio que, durante a vida de Cristo, não resistiram à fúria dos judeus, mas, uma vez ele morto e sepultado – visto que, como dizeis, Cristo não ressuscitou, nem lhes falou, nem os encorajou – entraram em luta contra o mundo inteiro? Não teriam dito, ao contrário: “Que é isto? não pôde salvar-se,vai proteger-nos agora? Ainda vivo, não socorreu a si mesmo, e morto, nos estenderá a mão? Vivo, não sujeitou povo algum, e nós iremos convencer o mundo inteiro, só com dizer seu nome? Como não será insensato não só fazer, mas até pensar tal coisa?” 

Por este motivo é evidente que, se não o tivessem visto ressuscitado e recebido assim a grande prova de seu poder, jamais se teriam lançado em tamanha aventura.

Apoio do Santo Padre ao Haiti, Bangladesh e Vietnã

Para quem perdeu tudo, não restou que montar tendas em
busca de um abrigo, como em Les Cayes, um dos locais mais
atingidos pelo terremoto. (REUTERS/Ralph Tedy) 

No Angelus de 15 de agosto o Santo Padre já havia assegurado suas orações e proximidade espiritual ao povo haitiano. Agora, envia uma ajuda inicial de 200 mil euros às populações atingidas pelo terremoto. Outros 69 mil são destinados a Bangladesh, país atingido pelo ciclone Yaas e 100 mil para a população do Vietnã, que enfrenta dificuldades causadas pelo coronavírus.

Após o terremoto de magnitude 7,2 que atingiu o Haiti, causando - segundo dados das autoridades locais - pelo menos 2.207 vítimas e mais de 12 mil feridos, além de consideráveis ​​danos materiais, o Papa Francisco, por meio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, instituiu o envio de uma contribuição inicial de 200 mil euros para o socorro às populações nesta fase de emergência, à qual se soma a já difícil situação devida à Covid-19.

Em colaboração com a Nunciatura Apostólica, esse montante será partilhado entre as Dioceses mais afetadas pela calamidade e será utilizado na assistência às vítimas do terremoto. O gesto quer demonstrar a expressão imediata do sentimento de proximidade espiritual e paterno encorajamento às pessoas e áreas atingidas, manifestada pelo Santo Padre no Angelus na Praça de São Pedro no domingo, 15 de agosto de 2021, com a invocação da proteção de Nossa Senhora.

Esta contribuição, que acompanha a oração, em apoio à amada população haitiana, faz parte das ajudas que estão sendo realizadas em toda a Igreja Católica e que envolvem, além de várias Conferências Episcopais, numerosas organizações de caridade.

O Santo Padre também decidiu enviar uma primeira ajuda de emergência de cerca de US$ 69.000 às populações de Bangladesh, recentemente atingidas pelo ciclone Yaas, além de 100.000 euros à população do Vietnã, que se encontra em grave dificuldade devido às consequências socioeconômicas associadas à pandemia COVID-19.

*Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral

Fonte: Vatican News

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 10/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

XXIII

Devemos ajoelhar-nos para orar?

1. A respeito da atitude de ajoelhar-se durante a oração, há variedade de observâncias. Alguns aos sábados omitem a genuflexão. Este desacordo é causa de disputas nas Igrejas.

2. O Senhor dará a graça, a fim de que eles venham a ceder, ou então, sigam a sua opinião sem escandalizar os outros. Nós, porém, de acordo com a tradição que recebemos, somente no dia da ressurreição do Senhor evitamos não só ajoelhar-nos, mas também toda atitude ou ato de culto que exprima tristeza. E adiamos os nossos negócios, para não deixar ao diabo oportunidade alguma (cf. Ef 4,27). Fazemos o mesmo no período de Páscoa a Pentecostes, que transcorre como uma só celebração.

3. De resto, em todos os outros dias, quem hesita em prostrar-se diante de Deus, ao menos na primeira oração, quando desponta a luz do dia?

4. Nos dias de jejum e das chamadas estações, a oração não é acompanhada de genuflexões ou gestos costumeiros de humildade. Com efeito, não nos limitamos a orar, mas também rogamos perdão e procuramos dar satisfação ao Senhor, nosso Deus.

XXIV

O lugar da oração

1. Não há prescrição sobre os tempos da oração, a não ser, naturalmente, a de orar em todo tempo e lugar (cf. Lc 18,1Ef 6,181Ts 5,171Tm 2,8). Mas como orar em todo lugar, se é proibido orar em público? (cf. Mt 6,5-6). “Em todo lugar”, diz a Escritura, quer dizer em toda parte onde for oportuno ou houver necessidade. Nem nos parece que os Apóstolos agiram contra o preceito, quando no cárcere oravam e cantavam a Deus diante dos seus guardas (cf. At 16,25), ou Paulo que deu graças a Deus na presença de todos, num navio (cf. At 27,35).

XXV

Em que tempo orar

1. Quanto ao tempo da oração, não será supérfluo observar, além dos momentos prescritos, as orações também em certas horas que todos conhecem e que marcam as partes do dia: nove da manhã, meio-dia, três da tarde. Tais horas, podemos ver na Escritura, são as mais importantes.

2. Foi às nove da manhã que, pela primeira vez, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos reunidos (cf. At 2,1-4).

3. Pedro tinha subido ao meio-dia ao terraço para orar, e teve a visão dos alimentos impuros numa toalha (cf. At 10,9-16).

4. O mesmo Pedro, às três horas da tarde, subiu com João ao Templo, e lá restituiu a saúde ao paralítico (cf At 3,1-10).

5. Embora tais passagens sejam simples narrativas que não acarretam prescrição, seria bom considerá-las como convite a orar e também como norma, a fim de nos arrancarmos das ocupações ordinárias em certos intervalos do dia e nos dedicarmos à oração. Lemos, com efeito, na Escritura que Daniel orava nessas horas, conforme o ensinamento de Israel (cf Dn 6,10). Desta forma, ao menos três vezes ao dia, vamos adorar as Três Pessoas às quais devemos tudo: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Obviamente, essas orações acrescentam-se ás outras prescritas regularmente, e mesmo sem indicação explícita devem ser recitadas ao raiar do dia e ao cair da noite.

6. Mas os fiéis cristãos, antes da refeição e do banho, devem fazer oração. Pois têm prioridade o refrigério e a nutrição do espírito, relativamente aos do corpo, pois as coisas do céu vêm antes das terrestres.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF